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sábado, 17 de janeiro de 2015

Isaías 51:1-22 - A COMPAIXÃO E A RETIDÃO DE DEUS APESAR DO POVO INGRATO.



Para você não se perder na leitura, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 51 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3 – já vista; c. O salmo de confiança do servo – 50:4 – 11 – já vista; d. Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – veremos agora; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – veremos agora; f. O servo sofredor e exaltado – 52:13 – 53:12; g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O convite para ir – 55:1-13.
d. Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8.
Neste capítulo 51, nos primeiros oito versículos, veremos um debate sobre a compaixão e a retidão de Deus que irão resultar em palavras de conforto para Sião.
Isaías aborda o problema da descrença em relação à disposição de Deus de mostrar compaixão (vs. 3) e justiça (vs. 5). Os motivos do temor e da reprovação sugerem que essa passagem estava abordando discussões que estavam acontecendo entre o fiel e o infiel a respeito desses assuntos (vs. 7).
Começa o capítulo com um chamado para ouvir (veja também o vs. 4), para dar atenção ao que fala, um apelo destinado àqueles que seguem a justiça e aos que buscam ao Senhor, deixando implícita que se seguirá uma controvérsia ou uma discussão. Isaías garantiu ao remanescente daqueles que estavam procurando ser fiéis que Deus não deixaria de restaurá-los.
A rocha de onde foram cortados e a caverna do poço de onde foram cavados representa respectivamente, Abraão e Sara, como se explica no versículo 2, em seguida. A menção do amor de Deus por esses antigos ancestrais tinha o propósito de assegurar aos israelitas no exílio de que ele continuava a amá-los.
A argumentação do profeta vai do menor para o maior. Se Deus abençoou Abraão quando ele era uma única pessoa, quanto mais não abençoaria a incontável descendência de Abraão que vivia nos dias do profeta.
Deus escolheu Abraão, como escolhera a Noé, de uma multidão incontável de pessoas no planeta todo. Noé, por exemplo, foi uma escolha entre milhões ou bilhões de pessoas no mundo dele, em sua época. Calcula-se – o professor Adauto Lourenço[1] nos explica – que Noé foi uma escolha de Deus entre 700 milhões a 4,5 bilhões de pessoas no mundo!
E quanto a Abraão, quantas pessoas existiam no mundo, em sua época que Deus apenas escolheu ele de todos os habitantes do planeta? Se fizermos comparações, deveremos chegar perto desse número. Vejamos de Adão a Noé, inclusive, são no total dez gerações. De Noé até Abraão, inclusive, seguindo os mesmos parâmetros, são 12 gerações.
Então, muito provavelmente, o número de habitantes era algo próximo do que foi com Noé, ou seja, foi uma escolha entre milhões senão bilhões de pessoas.
Deus o chamou, o abençoou e o multiplicou – vs 2.
Ouvi-me e olhai são os verbos empregados aqui destinados aos que seguem a justiça e aos que o buscam, porque o Senhor consolará a Sião – vs 3. Ele terá piedade ou consolará todos os seus lugares assolados fazendo o seu deserto como o Éden e a sua solidão como o jardim do Senhor. Essa imagem representa a mudança da maldição em bênção. Haveria regozijo e alegria em lugar de tristeza, ação de graças e voz de cântico (vs. 11) e o povo de Deus conquistaria de novo o paraíso perdido de Deus (9:3,4; 12:3).
Escutai-me ou atentai-me povo meu, nação minha, ele começa o vs 4, inclinai os ouvidos para mim e ele explica o porquê. Dele sairia a lei, o estabelecimento de sua justiça como a luz dos povos. Isso seria realizado por meio do Servo nos últimos dias (2:2-4; 42:1-4,6; 49:6).
Para aqueles que estão no exílio, o Senhor anunciou que a restauração estava perto. Nesse tempo, a justiça e a retidão de Deus seriam demonstradas a todos.
No verso 6, vemos que toda a criação que é transitória (50:9; Sl 68:2; 102:3,26; Os 13:3; Is 24:4; 34:4; Hb 1:10-11; II Pe 3:10) está a serviço da redenção de Deus! Somos convidados por ele para levantarmos os nossos olhos para os céus e olharmos para a terra embaixo e tudo o que é transitório passará, mas a sua salvação e a sua justiça jamais passarão, serão eternas!
Os que conhecem a seu Deus e em seu coração está a sua lei são convidados a ouvirem o consolo do Senhor com sua palavra de fortaleza para eles de que não deveriam temer, nem se turbarem – vs 7. A realidade espiritual da aliança (Sl 40:8; Jr 31:31; Ez 36:27) onde a lei está nos corações entra em contraste com 29:13, onde o povo se aproxima de Deus apenas de aparência, mas o seu coração está bem distante e desinteressado das coisas do reino de Deus e de sua justiça.
Os fiéis enfrentariam desafios à sua crença de que Deus cumpriria a sua promessa de restaurar a nação, mas deveriam permanecer firmes uma vez que a traça e o bicho os devorará, mas a justiça do Senhor e sua salvação seriam eternas entre as gerações.
e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12.
Dos versos 9, deste,  ao 12, do próximo capítulo, estaremos vendo o profeta relatando primeiramente o lamento de Israel a Deus: -“Desperta, desperta” – vs. 9.  Então, depois, com um toque de ironia, Deus irá responder a Israel em duas ocasiões diferentes, com as palavras “Desperta, desperta” – vs. 17; 52:1 -, deixando claro que Israel e não Deus, era quem estava dormindo.
Dos vs. 9 ao 16, deste, Isaías antecipa que alguns dos exilados acusariam Deus de deixar de agir em seu favor por estar ele dormindo. Isaías usa a forma de um lamento e de resposta divina.
Estaria Deus dormindo? “Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel” – Sl 121:4. No entanto, Israel continua lamentando em um imperativo duplo, como no vs. 17, 40:1; 52:1,11: 57:14: 62:10; 65:1. A ordem deixa implícita a acusação de que o Senhor estava dormindo – 40:27; Sl 44:23.
A maneira como se dirigem a Deus revela o quanto estava Israel desrespeitando o Senhor. Em forma de zombaria o interrogam como se querendo acoá-lo e mostrar que deveria Deus agir logo, uma vez que era Deus.
Não és tu o que abateu o Egito e feriu o monstro marinho? Trata-se isso de uma metáfora de oposição a Deus (Jó 7:12; Sl 74:13-14; Ez 29:3-5; 32:2-6). Essa imagem emprestada representa a conquista do Egito pelo Senhor, que resistiu ao nascimento de Israel.
Ela liga o primeiro êxodo (do Egito) e o segundo êxodo (da Babilônia) com o ato criativo de Deus de criar o cosmos a partir "do grande abismo" (vs. 10), as caóticas águas primevas da época da criação (Gn 1:2). O êxodo de Israel é retratado no escopo maior da vitória de Deus sobre todo o mal.
Também enfático, como no v. 15, a ideia dessa ênfase corresponde à ordem dupla de "desperta" (vs. 9). Ele é o Senhor quem os consola, como pois temeriam os homens que são mortais ou os filhos do homem que se tornarão feno (a vida humana é passageira como a "erva" – vs. 12; 40:6; Sl 90:5)  e que se esquecem do Senhor, o Criador, que estendeu os céus e fundou a terra e temem continuamente o furor do opressor – vs 13? Onde estaria o furor do opressor?
Uma metáfora para o exílio e para todos aqueles que experimentariam as trevas da alienação e a tristeza do Dia do Senhor (cf. 42.7,22; 49.9,24-25; 52.2; 61.1).
Como já dissemos, no verso 12, há uma outra proclamação enfática – vs. 15 - de que Deus não é outro senão o Senhor que agita o mar de modo que as ondas bramem, ou seja, o seu poder sobre o mar é uma representação do poder de Deus sobre toda a sua criação – Jr 31:35; Jó 26:12; Sl 107:25).
Deus abençoara ricamente o seu povo no passado e agora ele se dirigia a Jerusalém: "Tu és o meu povo" – vs. 16. A nação estava sendo renovada na aliança com Deus (Os 1:10-2.3).
Deus responde à acusação implícita de que estivera dormindo ao lançar de volta para Jerusalém a acusação de Israel. Era ela quem estava adormecida e precisava seguir adiante na direção da restauração à Terra Prometida.
“Desperta, desperta.” - novamente o imperativo duplo, como nos vs. 1,9, assim como em 52:1,11; Ef 5.14. Sendo que aqui é Deus que fala para Israel despertar-se e se levantar, pois das mãos do Senhor beberam o cálice da sua ira (uma imagem do julgamento de Deus  - 29:9; 63:6; SI 75:8; Jr 25:15-31; Ez 23:31-34; Zc 12:2; Jo 18:11; Ap 14:10; 16:19), o cálice de atordoamento e o esgotaram.
Is 51:1. Ouvi-me vós, os que seguis a justiça, os que buscais ao Senhor;
olhai para a rocha donde fostes cortados,
e para a caverna do poço donde fostes cavados.
Is 51:2. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz;
porque ainda quando ele era um só,
eu o chamei, e o abençoei e o multipliquei.
Is 51:3. Porque o Senhor consolará a Sião;
consolará a todos os seus lugares assolados,
e fará o seu deserto como o Edem e a sua solidão
como o jardim do Senhor;
gozo e alegria se acharão nela,
                               ação de graças, e voz de cântico.
Is 51:4. Atendei-me, povo meu, e nação minha,
inclinai os ouvidos para mim;
porque de mim sairá a lei,
e estabelecerei a minha justiça como luz dos povos.
Is 51:5. Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação,
                               e os meus braços governarão os povos;
                                               as ilhas me aguardam, e no meu braço esperam.
                Is 51:6. Levantai os vossos olhos para os céus e olhai para
                               a terra em baixo;
                                               porque os céus desaparecerão como a fumaça,
                                               e a terra se envelhecerá como um vestido;
                                               e os seus moradores morrerão como mosquitos
                                                               mas a minha salvação, porém,
                                                                              durará para sempre,
                                                               e a minha justiça não será abolida.
                Is 51:7. Ouvi-me, vós que conheceis a justiça,
                               vós, povo, em cujo coração está a minha lei;
                                               não temais o opróbrio dos homens,
                                               nem vos turbeis pelas suas injúrias.
                Is 51:8. Pois a traça os roerá como a um vestido,
                               e o bicho os comerá como à lã;
                                               a minha justiça, porém, durará para sempre,
                                                               e a minha salvação para todas as gerações.
                Is 51:9. Desperta, desperta, veste-te de força,
                               ó braço do Senhor; desperta como nos dias da antiguidade,
                                               como nas gerações antigas.
                               Porventura não és tu aquele que cortou em pedaços a Raabe,
                                               e traspassou ao dragão,
                               Is 51:10. Não és tu aquele que secou o mar,
                                               as águas do grande abismo?
                               o que fez do fundo do mar um caminho,
                                               para que por ele passassem os remidos?
                Is 51:11. Assim voltarão os resgatados do Senhor,
                               e virão com júbilo a Sião; e haverá perpétua alegria
                                               sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão,
                                                               a tristeza e o gemido fugirão.
                Is 51:12. Eu, eu sou aquele que vos consola;
                               quem, pois, és tu, para teres medo dum homem, que é mortal,
                                               ou do filho do homem que se tornará como feno;
                Is 51:13. e te esqueces do Senhor, o teu Criador,
                               que estendeu os céus, e fundou a terra,
                                               e temes continuamente o dia todo
                                                               por causa do furor do opressor,
                                                                              quando se prepara para destruir?
                                               Onde está o furor do opressor?
                Is 51:14. O exilado cativo depressa será solto,
                               e não morrerá para ir à sepultura, nem lhe faltará o pão.
                Is 51:15. Pois eu sou o Senhor teu Deus, que agita o mar,
                               de modo que bramem as suas ondas.
                                               O Senhor dos exércitos é o seu nome.
                Is 51:16. E pus as minhas palavras na tua boca,
                               e te cubro com a sombra da minha mão;
                                               para plantar os céus, e para fundar a terra,
                                                               e para dizer a Sião: Tu és o meu povo.
                Is 51:17. Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém,
                               que bebeste da mão do Senhor o cálice do seu furor;
                               que bebeste da taça do atordoamento, e a esgotaste.
                Is 51:18. De todos os filhos que ela teve, nenhum há que a guie;
                               e de todos os filhos que criou, nenhum há
                                               que a tome pela mão.
                Is 51:19. Estas duas coisas te aconteceram;
                               quem terá compaixão de ti?
                               a assolação e a ruína, a fome e a espada; quem te consolará?
                Is 51:20. Os teus filhos já desmaiaram,
                               jazem nas esquinas de todas as ruas,
                               como o antílope tomado na rede;
                                               cheios estão do furor do Senhor,
                                                               e da repreensão do teu Deus.
                Is 51:21. Pelo que agora ouve isto, ó aflita, e embriagada,
                               mas não de vinho.
                Is 51:22. Assim diz o Senhor Deus e o teu Deus,
                               que pleiteia a causa do seu povo:
                                               Eis que eu tiro da tua mão a taça de atordoamento
                                                               e o cálice do meu furor;
                                                                              nunca mais dele beberás;
                                               Is 51:23. mas pô-lo-ei nas mãos dos que te afligem,
                                                               os quais te diziam:
                                                               Abaixa-te, para que passemos sobre ti;
                                                               e tu puseste as tuas costas como o chão,
                                                               e como a rua para os que passavam.
Jerusalém é personificada como uma mãe – vs. 18; 50:1 -, mas que não guiou os seus filhos. De todos os que criou, nenhum deles ela tomou pela sua mão.
Estas duas coisas, a saber, a desolação da terra e a morte do povo (cf. "perda de filhos e viuvez" em 47.9) – vs. 19 – aconteceram a Jerusalém e quem dela terá compaixão? Ah,  se não fora o Senhor há muito teria sido varrida do mapa para sempre. Ela estava embriagada, mas não do vinho, mas do furor do Senhor.
Ainda lhe diz como Senhor, como o Senhor seu Deus, o Deus dela, que ainda pleiteia a sua causa e que tira da sua mão a taça do seu atordoamento, para nunca mais beber dele. Agora o cálice que era de Jerusalém caí sobre os seus opressores (os babilônios - Lm 1:4-5,12; 3:32 - e todos aqueles que perseguiram e oprimiram os filhos de Deus ) os quais diziam a ela que se abaixasse para que por sobre ela passassem como passam pela rua.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Do livro “A ORIGEM - A história de Gênesis comentada e segmentada.”

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Isaías 50:1-11 - UM SALMO DE CONFIANÇA DO SERVO EM ISAÍAS 50.

Para você não se perder na leitura, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 50 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – veremos agora; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3 – concluiremos agora; c. O salmo de confiança do servo – 50:4 – 11 – veremos agora; d. Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12; f. O servo sofredor e exaltado – 52:13 – 53:12; g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O convite para ir – 55:1-13.
b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3 - continuação.
Como havíamos dito, a partir dos vs 49:24 até o 50:3, Isaías estava respondendo à ideia de que os guerreiros babilônicos eram poderosos demais para serem vencidos.
Isaías tinha proclamado que Deus resgataria o seu povo daqueles que o haviam conquistado. Dúvidas permaneceriam na mente de muitos israelitas, uma vez que eles duvidavam que os terríveis exércitos babilônicos pudessem ser vencidos.
O Senhor assumiria a causa dos necessitados e seria justo na retribuição – vs 26; Ap 16:6; 18:20. O próprio Deus lutaria pelo seu povo e o redimiria da adversidade.
Referindo-se Isaías sobre a legislação sobre o divórcio (Dt 24:1-41), ele interroga os filhos de Israel a respeito da carta de divórcio da mãe deles, Jerusalém, casada com o Senhor. A figura marido e mulher escolhida pelo Senhor mostra o quão profundo é esse relacionamento e o quão sérios eram os compromissos e responsabilidades de cada um diante dessa aliança, na qual Jerusalém se mostrava adúltera, preferindo outros relacionamentos.
Deus havia se divorciado do Reino do Norte (Jr 3:1,8) e havia repudiado Judá (Is 54:6,7). Talvez Deus aqui tenha negado que ele tivesse sido a causa do divórcio, por causa da escolha dela pelo pecado.
Seja qual for o caso, Deus nunca rejeitou totalmente todas as pessoas de Israel ou de Judá; sempre houve um remanescente de quem Deus nunca se esquecera; e, foi por causa das suas próprias transgressões – vs 1 – é que ela foi se embora, ou seja, rejeitou livremente à aliança com o Senhor, representado aqui pelo seu casamento - preferindo outros relacionamentos, como já salientamos.
Se o Senhor tivesse vendido Israel porque devia dinheiro, ele teria perdido a autoridade sobre o destino do seu povo (Ex 21:7; II Re 4:1; Ne 5:51). Também, se Israel fosse vendido como pagamento pelo débito de seus pecados, o seu Redentor teria a responsabilidade de comprar o seu povo de volta (41:14; 52:3).
Os versos 2 e 3, versam sobre o fato de que Judá foi mandado para o exílio por causa do seu pecado. Antes do exílio, o Senhor havia falado com Israel por intermédio dos seus profetas e já havia redimido anteriormente Israel do Egito, mas o seu povo se recusou a voltar-se para ele. Por essa razão, a nação foi enviada para o exílio.
c. O salmo de confiança do servo – 50:4–11.
Chegamos aqui no salmo de confiança do Servo, dos vs 4 ao 11. É também o terceiro dos quatro cânticos que já mencionamos, no capítulo anterior, sobre o Servo, neste cântico ultrajado, mas fiel.
A reprovação aos homens por não terem acreditado que Israel iria para o exílio (51:7) foi um prenúncio da rejeição a Jesus Cristo. Ele também seria rejeitado e desacreditado por causa da expectativa deles voltada para as coisas dessa vida de forma egoísta e gananciosa.
No entanto, Deus deu ao seu servo uma língua de erudito para que falasse e ouvisse como os eruditos. O Senhor ensinou ao seu Servo como falar por meio do sofrimento, mas não pelo sofrimento em si, mas por obediência ao seu Pai celestial que escolhera o caminho pelo qual seria necessário passar pelo vale do sofrimento para permanência de sua fidelidade diante do Pai.
Toda a sua essência estava a serviço e comprometida com seu Pai em prol de seu plano e propósitos. Apesar de tudo pelo que teve de passar e enfrentar, ele não foi rebelde.
Entendia o Servo do Senhor que Deus não somente era soberano sobre os céus e a terra, mas, em especial, sobre a sua vida, quer ela fosse de seu agrado, quer não fosse.
A noção de soberania – vs. 9 - presente no Servo e depois confirmada em Jesus é de tirar o fôlego de qualquer um que estude as Escrituras buscando nela o mel da pregação para alimentar o povo de Deus. O soberano deu-lhe língua erudita – vs. 4; o soberano abriu os seus ouvidos – vs. 5; o soberano o ajudou - vs. 7; o soberano defendeu o seu nome – vs. 8; o soberano o ajudou novamente – vs. 9.
No verso 6, por conta desse entendimento de que todas as coisas estão no absoluto controle de seu Pai, que é soberano, inclusive sobre a sua vida, é que ele oferece as suas costas, o seu rosto e não esconde a sua face da zombaria e dos cuspes – vs. 6; Pv 10:13; 19:29; 26:3. Ao ser espancado e desprezado, Jesus Cristo cumpriu essa profecia de injustiça (42:2; 49:4; 53:12; Mt 27:26; Jo 19:1).
Assim, como o Senhor o fez firme e o ajuda, ele não será constrangido. Também se oporá com firmeza, como uma dura rocha, ou seja, com resoluta determinação diante de qualquer oposição à vontade de seu Pai - Jr 1:8; Ez 3:8-9; Lc 9:51. Ele sabe que não será envergonhado, pelo contrário, será honrado- 42:3; 49:7; 52:13.
Is 50:1 Assim diz o Senhor:
                Onde está a certidão de divórcio de sua mãe com a qual
                               eu a mandei embora?
                A qual de meus credores eu vendi vocês?
                               Por causa de seus pecados vocês foram vendidos;
                                               por causa das transgressões de vocês sua mãe
                                                               foi mandada embora.
                Is 50: 2 Quando eu vim, por que não encontrei ninguém?
                               Quando eu chamei, por que ninguém respondeu?
                               Será que meu braço era curto demais para resgatá-los?
                               Será que me falta a força para redimi-los?
                                               Com uma simples repreensão eu seco o mar,              
                                               transformo rios em deserto;
                                               seus peixes apodrecem por falta de água
                                                               e morrem de sede.
                Is 50: 3 Visto de trevas os céus e faço da veste de lamento
                               a sua coberta.
                Is 50: 4 O Soberano, o Senhor, deu-me uma língua instruída,
                               para conhecer a palavra que sustém o exausto.
                                               Ele me acorda manhã após manhã,
                                               desperta meu ouvido para escutar como alguém
                                                               que está sendo ensinado.
                Is 50: 5 O Soberano, o Senhor, abriu os meus ouvidos,
                               e eu não tenho sido rebelde;
                                               eu não me afastei.
                Is 50: 6 Ofereci minhas costas àqueles que me batiam,
                               meu rosto àqueles que arrancavam minha barba;
                                               não escondi a face da zombaria e dos cuspes.
                Is 50: 7 Porque o Senhor, o Soberano, me ajuda,
                               não serei constrangido. Por isso eu me opus firme
                                               como uma dura rocha,
                                                               e sei que não ficarei decepcionado.
                Is 50: 8 Aquele que defende o meu nome está perto.
                               Quem poderá trazer acusações contra mim?
                                               Encaremo-nos um ao outro! Quem é meu acusador?
                                                               Que ele me enfrente!
                Is 50: 9 É o Soberano, o Senhor, que me ajuda.
                               Quem irá me condenar? Todos eles se desgastam
                                               como uma roupa; as traças os consumirão.
                Is 50: 10 Quem entre vocês teme o Senhor
                               e obedece à palavra de seu servo?
                                               Que aquele que anda no escuro,
                                                               que não tem luz alguma,
                                               confie no nome do Senhor
                                                               e se apóie em seu Deus.
                Is 50: 11 Mas agora, todos vocês que acendem fogo
                               e fornecem a si mesmos tochas acesas,
                                               vão, andem na luz de seus fogos
                                                               e das tochas que vocês acenderam.
                               Vejam o que receberão da minha mão:
                                               vocês se deitarão atormentados.
Nos versos 10 e 11, a certeza de que mesmo andando no escuro, sem luz alguma, ou seja, sem aparente direção e sem entender mesmo muitas das coisas que acontecem, aquele que teme ao Senhor estará seguro e obedecerá ao Senhor. Este é convidado a confiar no nome do Senhor e se apoiar em seu Deus.
Ao contrário, haverá outros que buscarão para si e fornecerão a si mesmo, luzes ou tochas acesas – vs. 11 - para evitar o escuro, mas estes, apesar das luzes, não terão paz e serão atormentados porque resolveram não confiar em Deus, mas em seus próprios caminhos.
Eu entendo que não é o ver e o entender os caminhos que nos colocam em posição de segurança, mas nossa fé, apesar do não ver, ou do não entender.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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