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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Isaías 36:1-22 - UMA GRANDE AMEAÇA, UMA GRANDE TENTAÇÃO - O QUE FAZER?

Estamos no capítulo 36/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
b. A invasão e seus desdobramentos (36.1-39.8).
Estaremos vendo, nesses capítulos de ligação, o relato da invasão de Senaqueribe pela ótica de Isaías. Esses capítulos apresentam um relato da invasão de Judá promovida por Senaqueribe em 601 a.C.
Grande parte do material presente aqui, conforme nossa BEG, é paralelo a II Re 18:13 a 20:19 e essas duas passagens formam uma ponte histórica entre os blocos compostos pelos caps. 1 a 35, aos quais acabamos de ver, e do bloco do capítulo 40 ao 66, qua ainda veremos. Ligando esses dois blocos temos essa invasão de Senaqueribe que ocupa os capítulos de 36 ao 39.
A presente seção será dividida em três partes para nossa melhor compreensão: (1) O primeiro encontro com o exército assírio (36:1 – 37:8). (2) O segundo encontro (37:9 - 38) e (3) O resultado da escolha fatal de Ezequias (38:1 a 39:8).
(1) O primeiro encontro com o exército assírio (36:1 – 37:8).
A partir do verso primeiro deste capítulo, até o final do próximo – 36:1 ao 37:8 -, estaremos vendo como foi esse primeiro encontro.
Também dividiremos esta parte em 4 para melhor compreensão do assunto dessa invasão interessante e do desfecho que Deus proveu por pura graça ao povo de Jerusalém.
O profeta descreve o primeiro estágio da crise provocada pela invasão da Assíria registrando: (a) O sucesso assírio (36:1-3); (b) O desafio do comandante de campo (36:4-20);  (c) As reações ao desafio (36:21 ao 37:7);  e (d) A partida do exército assírio (37:8).
(a) O sucesso assírio (36:1-3).
Os assírios foram vitoriosos nessa campanha militar, especialmente conquistado a maior parte de Judá, depois disso, passaram a ameaçar, como se era de esperar, a própria Jerusalém.
Foi no ano décimo quarto, 701 a.C.,  do reinado independente de Ezequias, que Senaqueribe, rei da Assíria, subiu contra todas as cidades foritificadas de Judá e as tomou – vs. 1. O décimo quarto ano pode ser considerado, se levarmos em conta que Ezequias governou de forma independente, pois ele tinha sido corregente juntamente com seu pai, Acaz (729-715 a.C.), e, depois ele governou sozinho (715-686 a.C.).
Senaqueribe foi rei da Assíria (705-681 a.C.). É fato histórico que ele tomou as cidades fortificadas registrando quarenta e seis delas em seus anais (II Re 18:14).
No verso 2, Isaías nos fala que ele enviou a Rabsaqué, seu conselheiro real, de Laquis – Uma cidade fortificada em Sefelá, na planície ocidental, que guardava uma importante estrada que levava às montanhas ao sul de Jerusalém (cf. Jr 34:7).- até Jerusalém. De acordo com II Re 18:17, o rei também enviou Tartã ("general", cf. Is 20:1) e Rabe-Saris ("oficial principal"), juntamente com um grande exército de mais de cento e oitenta e cinco mil soldados (veja 3736).
Rabsaqué foi e parou junto ao aqueduto do açude superior, o mesmo lugar em que anteriormente Isaías tinha encontrado Acaz (7:3).
Quem saiu a mando do rei a encontrá-lo – vs. 3 - foi Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, juntamente com Joá, filho de Asafe, o cronista, um importante funcionário público.
Israel já não mais existia e Judá tinha sido toda conquistada, Jerusalém parecia mais como um simples  formigueiro diante do grande enxame de tamanduás.
(b) O desafio do comandante de campo (36:4-20). 
Dos versos de 4 ao 20, veremos o grande desafio de Rabsaqué, o comandante de campo. O comandante do exército assírio faz pronunciamentos aos líderes e ao povo de Jerusalém numa tentativa de persuadi-los a se renderem.
Isto nos lembra também outro grande desafiador de Israel à época, Golias, que por 40 dias perturbou os exércitos de Israel levando pânico e terror, até que Deus levantou um simples jovem, Davi, cuidador de ovelhas para o abater.
Ai dos que se levantam contra Deus achando que pelo seu poder e força podem fazer o que quiser.
Rabsaqué dá iníco ao seu discurso intimidador falando em nome do sumo ou grande rei – vs. 4:  -  Que confiança é esta, em que esperas? Diante de quem Jerusalém, afinal seria fiel? A outras nações?
À Assíria que os pressionava contantemente e os deixava sem saída ou escolha, como era o presente caso deste cerco com mais de 185.000 homens armados e prontos para guerra?
A Deus, o Senhor, cujo seu profeta Isaías estva entregando sua palavra para Ezequias?
O desafio de determinar a quem seria dada lealdade - à Assíria, a outros poderes ou ao Senhor - é a mensagem central nessa porção do livro de Isaías.
Lembramos que Ezequias havia confiado no apoio do Egito (20:1-6; 28:1-33:24; 30:26-7,13,15; 31:1,3; 32:2) mas, como Isaías dissera por meio de revelação, o Egito, também debaixo de julgamento divino, jamais poderia livrar Judá (19:1-15: 30:3,7; 31:3).
Ezequias havia feito uma pequena reforma e retirado muitos locais pagãos e idólatras de Judá (II Re 18:4; II Cr 31:1), sem dúvida para desalento e ira de seus muios habitantes que haviam misturado sua fé com outras religiões.
Assim é o que acontece nos dias atuais onde a liberdade religiosa permitiu a expansão cada vez maior de seitas e heresias que somente levam o homem mais para o fundo do poço do que verdadeiramente o salvar. Pior ainda do que essa liberdade, seria a tirania de governos que proíbem qualquer outra religião de ser disseminada em seus condões.
Os assírios presumiram que essa ação também havia irritado o Senhor porque muitos dos altares sincréticos eram feitos em seu nome.
Ezequias havia retirado os outros altares porque Deus havia ordenado que a adoração fosse feita exclusivamente no templo que Salomão havia construído.
Os assírios dispunham de forças sofisticadas e superiores contra Judá. A lógica e a estratégia da Assíria se opunham à sabedoria de Deus. Rabsaqué até zomba de Ezequias prometendo a ele dar-lhe doiz mil cavalos para ele montar neles 2000 soldados, mas teria Ezequias soldados suficientes para isso? Como poderiam então querer enfrentar o exército deles? Não fazia sentido naquela mente essa lógica.
Depois disso, Rabsaqué, no verso 10, faz um apelo ao povo religioso de Judá, alegando que ele tinha subido contra eles com a ajuda do Senhor e como poderiam eles agoar querer enfrentá-los?
Nesse momento, os enviados do rei Ezequias, lhe pedem encarecidamente que não falassem em aramaico, a qual era a língua internacional para a diplomacia e o comércio, mas em siríaco que eles entenderiam muito bem.
Rabsaqué então zoa deles e diz que seu discurso não é para uns poucos mas para todo o povo a fim mesmo de amedrontá-los. Com mais ousadia então ele fala em judaico e se refere ao seu rei como o grande rei. Em contraste com a ênfase colocada na realeza de Senaqueribe, Ezequias é citado sem qualquer título.
Ele procura mesmo desqualificar o rei Ezequias dizendo ao povo que não confiassem nele porque ele não poderia livrá-los. Ele pede a eles para fazerem as pazes com a Assíria – vs. 16. Literalmente "fazer uma bênção". A qual se tratava de um apelo à renovação da aliança com a Assíria.
Os assírios projetavam uma vida ideal e feliz, se eles o obedecessem. Aqui a pressão psicológica era muito forte e suas palavras poderiam desastibilizar toda a Jerusalém que estava toda acoada. No entanto, somente o Senhor estava em posição de cumprir o que eles estavam prometendo.
Os assírios haviam desenvolvido o plano de ação de retirar os povos rebeldes de sua terra natal (cf. II Re 15:29) e quase que imitando o Senhor queria Jerusalém como sua obediente e serva fiel.
Insistia Rabsaqué contra Ezequias e contra toda pregação da palavra de Deus anunciando livramento da parte do Senhor – vs. 18 ao 20. O comandante de campo estava desinformado sobre os elos históricos e religiosos entre Samaria e Jerusalém.
Is 36:1 E aconteceu no ano décimo quarto do rei Ezequias,
               que Senaqueribe, rei da Assíria, subiu contra todas as cidades
                              fortificadas de Judá, e as tomou.
               Is 36:2 Então o rei da Assíria enviou a Rabsaqué, de Laquis
                              a Jerusalém, ao rei Ezequias com um grande exército,
                                            e ele parou junto ao aqueduto do açude superior,
                                                           junto ao caminho do campo do lavandeiro.
               Is 36:3 Então sairam a ter com ele Eliaquim, filho de Hilquias,
                              o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe,
                                            o cronista.
               Is 36:4 E Rabsaqué lhes disse:
                              Ora dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o rei da Assíria:
                                            Que confiança é esta, em que esperas?
                              Is 36:5 Bem posso eu dizer:
                                            Teu conselho e poder para a guerra são apenas
                                                           vãs palavras; em quem, pois, agora confias,
                                                                          que contra mim te rebelas?
                              Is 36:6 Eis que confias no Egito, aquele bordão de cana
                                            quebrada, o qual, se alguém se apoiar nele lhe
                                            entrará pela mão, e a furará; assim é Faraó,
                                            rei do Egito, para com todos os que nele confiam.
                              Is 36:7 Porém se me disseres:
                                            No SENHOR, nosso Deus, confiamos; porventura
                                            não é este aquele cujos altos e altares Ezequias
                                                           tirou, e disse a Judá e a Jerusalém:
                                                                          Perante este altar adorareis?
                              Is 36:8 Ora, pois, empenha-te com meu senhor,
                                            o rei da Assíria, e dar-te-ei dois mil cavalos,
                                                           se tu puderes dar cavaleiros para eles.
                              Is 36:9 Como, pois, poderás repelir a um só capitão
                                            dos menores servos do meu senhor,
                                                           quando confias no Egito, por causa dos
                                                                          carros e cavaleiros?
                              Is 36:10 Agora, pois, subi eu sem o SENHOR
                                            contra esta terra, para destruí-la?
                                                           O SENHOR mesmo me disse:
                                                                          Sobe contra esta terra, e destrói-a.
               Is 36:11 Então disseram Eliaquim, Sebna e Joá a Rabsaqué:
                              Pedimos-te que fales aos teus servos em siríaco,
                                            porque bem o entendemos, e não nos fales
                                                           em judaico, aos ouvidos do povo que está
                                                                          sobre o muro.
               Is 36:12 Rabsaqué, porém, disse:
                              Porventura mandou-me o meu senhor ao teu senhor e a ti,
                                            para dizer estas palavras e não antes aos homens
                                            que estão assentados sobre o muro, para que comam
                                            convosco o seu esterco, e bebam a sua urina?
               Is 36:13 Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz
                              em judaico, e disse:
                                            Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assíria.
               Is 36:14 Assim diz o rei:
                              Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar.
               Is 36:15 Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no SENHOR,
                              dizendo: Infalivelmente nos livrará o SENHOR,
                                            e esta cidade não será entregue
                                                           nas mãos do rei da Assíria.
               Is 36:16 Não deis ouvidos a Ezequias;
                              porque assim diz o rei da Assíria:
                                            Aliai-vos comigo, e saí a mim, e coma cada um da
                                            sua vide, e da sua figueira, e beba cada um da água
                                                           da sua cisterna;
               Is 36:17 Até que eu venha, e vos leve para uma terra como a vossa;
                              terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas.
               Is 36:18 Não vos engane Ezequias, dizendo:
                              O SENHOR nos livrará. Porventura os deuses das nações
                                            livraram cada um a sua terra das mãos
                                                           do rei da Assíria?
               Is 36:19 Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade?
               Onde estão os deuses de Sefarvaim?
                              Porventura livraram a Samaria da minha mão?
                              Is 36:20 Quais dentre todos os deuses destes países livraram
                                            a sua terra das minhas mãos, para que o SENHOR
                                                           livrasse a Jerusalém das minhas mãos?
               Is 36:21 Eles, porém, se calaram, e não lhe responderam
                              palavra alguma; porque havia mandado do rei, dizendo:
                                            Não lhe respondereis.
               Is 36:22 Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna,
                              o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista,
                                            vieram a Ezequias, com as vestes rasgadas,
                                            e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué.
O que acontece em seguida é algo incrível. Todos ouviram e foram desafiados com uma super proposta tentadora de se aliar ao mais forte e poderoso, pelo menos ali, nas aparências. No entanto, se calaram, não lhes responderam nada, nenhuma palavra disseram, como tinha mandado o rei ao seu povo.
(c) As reações ao desafio (36:21 ao 37:7).
Foi feito um grande desafio ao povo de Jerusalém que se via totalmente acuado por todos os lados e cercado por um exército gigantesco que a qualquer momento poderiam destruir inteiramente a cidade santa.
Nesse momento de tensão, de expectativas, e de espera da resposta à Assíria, que Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista, vieram a Ezequias, com as vestes rasgadas, e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué.
A orientação geral era para que não dissessem nada e se calassem, diante da tentadora oferta deles, por que o rei assim os tinha instruído. O profeta relata a resposta do povo e da corte real.
Tão terrível é quando estamos assim acuados por todos os lados e vemos que chegou o nosso fim, a não ser que algo inusitado aconteça.
Não foi assim que o povo de Deus se sentiu diante do mar vermelho, tendo na sua retaguarda o exército egípcio todo armado até os dentes e prontos para devorá-los? O Senhor fez o mar se abrir e eles passaram por ele a pés enxuto. Tentando fazerem o mesmo, os egípcios foram tragados vidos pelas poderosas águas do mar.

É de Deus que vem a saída diante dos impossíveis de nossas vidas e ali era algo que era impossível, mas Deus haveria de mostrar-lhes uma saída inusitada, espetacular e terrível.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Isaías 35:1-10 - É DEUS QUEM RENOVA AS NOSSAS FORÇAS!

Estamos no capítulo 35/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Estamos vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a dizer especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
Repetimos o que já dissemos que essa compilação de oráculos apresentou três temas principais, ao qual dividimos para melhor compreensão e apresentação do texto de nossas reflexões: 1. Uma comparação entre Samaria e Jerusalém (28:1 – 29:24) com três ais 28.1; 29.1; 29.15 – já vista; 2. O problema do Egito (30:1 – 32:20), com dois ais 30.1 – já vista; 31.1; e 3. O futuro da Assíria e de Jerusalém (33:1 – 35:10), com um ai 33.1 – estamos vendo e concluindo agora.
3. O futuro da Assíria e de Jerusalém (33:1 – 35:10), com um ai 33:1 - continuação.
Até o cap. 35.10, como já falamos, estaremos vendo o futuro da Assíria e de Jerusalém.  Aqui, Isaías encaminha-se para o final de sua mensagem sobre a crise assíria no tempo de Ezequias ansiando pelo resultado final dessa luta.
Agora veremos, nos próximos dez versículos, a maravilha do retorno a Sião, uma palavra de consolo, de conforto e de encorajamento que nos mostrará a mão de Deus em todas as coisas.
Os assírios já haviam exilado o Reino do Norte e muitos outros em Judá à época que chegaram a Jerusalém. Isaías retrata aqui o retorno daqueles e de outros que haviam partido anteriormente, considerando esse acontecimento como algo magnífico.
Essa linda promessa de restauração forma uma espécie de conclusão muito interessante e adequada para toda narrativa desenvolvida desde o segundo verso do primeiro capítulo até o último verso do capítulo anterior que vimos precedente a este (1:2 – 34:17. Do mesmo modo, veja 11:12-16; 27:12-13).
Reparem que ainda não encerramos a parte III que somente se concluirá no capítulo 39. Já vimos até o presente momento: a Parte I – Apresentação – 1:1; a Parte II – A mensagem de julgamento e restauração pregada por Isaías – 1:2 a 6:13. Nós estamos vendo e ainda nos faltam 4 capítulos: a Parte III – A resposta de Isaías ao julgamento assírio – 7:1 – 39:8. E ainda veremos depois desta parte: a Parte IV – Isaías e o julgamento babilônico – 40:1 – 66:24.
Em todos os lugares Deus está presente renovando e dando e sustentando  a vida que ele mesmo nos deu. E onde está presente o Espírito de restauração de Deus (32:15) ele transforma a natureza e as pessoas, mesmo que elas tenham sido inevitavelmente afetadas por este mundo pecador.
Deus haveria de restaurar o Líbano, o Carmelo e  Sarom – vs 2 - que haviam se  tornado como um deserto (33:7-9) de modo que eles mais uma vez pudessem ser habitados pelos seres humanos.
Deus nos pune para nossa disciplina e correção, mas depois nos renova em sua graça e misericórdia. A vida é um dom gracioso da parte de Deus, por isso que ele nos fala no verso 4 para sermos fortes nos dando uma palavra de encorajamento, são palavras que geram vida, são palavras sempre vinda de Deus (Js 1:6,9,18) para terem esse efeito em nosso ser.
Isto porque quem nos fez foi o Senhor que conhece o nosso interior e processamento cerebral de forma que sua palavra se constitui num código que lido em nossa mente é interpretado, compilado e produz o seu resultado de acordo com os propósitos santos da parte de Deus.
Ele nos diz para não temermos, como se fosse uma garantia de salvação, uma certeza de que ele nos socorre (7:4: 10:.24: 37:6; 40:9; 41:10,13-14; 43:5: 44:2,8; 51:7; 54:4).
O nosso Deus vem (29.6; 30:27; 40:10; 59:19; 62:11; 66:18) e com ele o estabelecimento da justiça na terra (34.8) e a salvação. A sua promessa é de total libertação ao oprimido.
Até os cegos, surdos, coxos, mudos haveriam de se alegrar sobremaneira com essas mudanças que evidenciariam uma restauração sobrenatural. Elas estão associadas ao ministério de Jesus Cristo (Mt 11:5; 12:22; Mc 7:37; Lc 7:22; At 3:8; 26:18).
Somente aqueles que fossem limpos e consagrados teriam o privilégio de andar no caminho da salvação que levava a Sião. As pessoas cegas, surdas e coxas receberiam visão, audição e a capacidade de caminhar (51:10; 62:12), respectivamente.
Elas também receberiam perdão, passariam a ser objeto de compaixão e esperariam pela plenitude da redenção (12:1-6; 30:19; 33:2) do Senhor, o seu Redentor (41:14; 43:14, 44:6,24; 47:4; 48.17; 49:7,26; 54:8; 59:20; 60:16; 63:16; cf. Lc 2.30).
Serão os resgatados do Senhor, os remanescentes que sobraram do juízo, que voltarão e virão a Sião com júbilo e passarão pela entrada e a habitação na cidade de Deus.
Is 35:1 O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto;
                e o ermo exultará e florescerá como a rosa.
                Is 35:2 Abundantemente florescerá,
                               e também jubilará de alegria e cantará;
                                               a glória do Líbano se lhe deu,
                                                               a excelência do Carmelo e Sarom;
                               eles verão a glória do SENHOR, o esplendor do nosso Deus.
                Is 35:3 Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes.
                Is 35:4 Dizei aos turbados de coração:
                               Sede fortes, não temais;
                                               eis que o vosso Deus virá com vingança,
                                                               com recompensa de Deus;
                                               ele virá, e vos salvará.
                Is 35:5 Então os olhos dos cegos serão abertos,
                               e os ouvidos dos surdos se abrirão.
                Is 35:6 Então os coxos saltarão como cervos,
                               e a língua dos mudos cantará;
                                               porque águas arrebentarão
                                                               no deserto e ribeiros no ermo.
                Is 35:7 E a terra seca se tornará em lagos,
                               e a terra sedenta em mananciais de águas;
                                               e nas habitações em que jaziam os chacais
                                                               haverá erva com canas e juncos.
                Is 35:8 E ali haverá uma estrada, um caminho,
                               que se chamará o caminho santo;
                                               o imundo não passará por ele,
                                                              mas será para aqueles;
                                               os caminhantes, até mesmo os loucos,
                                                               não errarão.
                Is 35:9 Ali não haverá leão,
                                               nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele;
                                                               porém só os remidos andarão por ele.
                Is 35:10 E os resgatados do SENHOR voltarão;
                               e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna
                                               haverá sobre as suas cabeças;
                                                               gozo e alegria alcançarão,
                                                                              e deles fugirá a tristeza e o gemido.
A Alegria no Senhor (9:3-4; 12:3.6; 24:14-16: 26:19) se opõe aos folguedos da cidade do homem, como é o caso das festas produzidas pela chegada de um ano novo, com bombas coloridas, muito barulho e confusão. Na verdade chegamos vazios nela e ainda saímos vazios, pois somente a alegria no Senhor é completa e satisfaz plenamente.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Isaías 34:1-17 - ISAÍAS E O CHAMADO UNIVERSAL DE DEUS PARA TODOS

Estamos no capítulo 34/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Estamos vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a dizer especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
Repetimos o que já dissemos que essa compilação de oráculos apresentou três temas principais, ao qual dividimos para melhor compreensão e apresentação do texto de nossas reflexões: 1. Uma comparação entre Samaria e Jerusalém (28:1 – 29:24) com três ais 28.1; 29.1; 29.15 – já vista; 2. O problema do Egito (30:1 – 32:20), com dois ais 30.1 – já vista; 31.1; e 3. O futuro da Assíria e de Jerusalém (33:1 – 35:10), com um ai 33.1 – estamos vendo agora.
3. O futuro da Assíria e de Jerusalém (33:1 – 35:10), com um ai em 33:1 - continuação.
Até o cap. 35.10, como já falamos, estaremos vendo o futuro da Assíria e de Jerusalém.  Isaías encaminha-se para o final de sua mensagem sobre a crise assíria no tempo de Ezequias ansiando pelo resultado final dessa luta.
Nos versos de 1 a 7, desse início do capítulo 34, Isaías fala do futuro dia da vingança. Ele apresenta ao seu público uma visão do grande futuro que estava à frente. Deus interviria de maneira tão poderosa que julgaria todas as nações (inclusive a Assíria) que haviam perturbado o seu povo.
Todas as nações. Todos os povos. Todo mundo: Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo, e tudo quanto produz é um chamado universal à preparação para o julgamento universal de Deus (cf. vs. 2).
O povo "se fizera condenado" (Js 7:12), assim como os cananeus (Os 6.17) porque imitaram as nações que teriam de vencer e expulsar dali. Agora a indignação e o furor do Senhor tinham atingido o seu limite.
O impacto da vinda do Senhor se estenderá em toda a sua criação envolvendo os céus, a terra e tudo o que neles há. Embora nos pareça muito assustador e terrível, os resultados finais serão muito interessantes para o povo de Deus.
O sangue dos mortos que serão arremessados – vs 3 - será tão abundante que deles subirá o seu mau cheiro e até os montes se derreterão com seu sangue, ou seja, provocará grandes deslizamentos de terra. Essa é uma ilustração muito aterradora do Dia do Senhor na terra – vs 4.
Os exércitos dos céus estavam associados ao panteões pagãos (13:10,13; 24:21; 51:6; Ez 32:4-8; JI 2:10,30-31, Mt 24:29; Mc 13:24; Ap 6:13-14; 14:11; 19:3), mas o velho mundo dará lugar ao novo (Mt 24:29; Ap 6:13-14; 21.1). Essa visão da transferência das antigas religiões pagãs e das estruturas políticas para o reino de Deus na nova era se mescla com a revelação da substituição final do cosmos original pelo novo (13:10; II Pe 3:10-13). Onde esses panteões pagãos, que parecem tão duradouros, perderão sua ascendência política (veja 14.12).
Depois de demolir o panteão dos céus – vs 5 -, a espada vingadora do Senhor passa a exercer a justiça retributiva em Edom que aqui nesse versículo está como representante das nações (vs. 5-8; 25:10-12; 63:1-6; cf: Ez 35:1-15; Ob 11-14; Ap 18:2).
A espada do SENHOR está cheia de sangue – vs 6; Ap 19:15 - da destruição de Edom, que também representa as nações em geral. Mas será principalmente em Bozra, cidade edomita localizada a cerca de 40 km a sudeste do mar Morto ( Jr 49:13,22), onde ele terá um grande sacrifício e uma grande matança nessa terra de Edom, cujos bois selvagens – vs 7 – se referem aos líderes edomitas.
A terra ficará embriagada com tanto sangue derramado até se fartar e o seu pó se engrossar – vs 7.
O termo hebraico traduzido como "vingança", conforme a BEG que estamos seguindo, significa que o Senhor Soberano mantém íntegra a sua comunidade ao libertar o seu povo oprimido e, ao mesmo tempo, punindo seus opressores, os quais desafiam as suas leis.
Nossos dias atuais não parecem indicar nada no cenário mundial que aponte para um dia do Senhor, pelo contrário, vivemos como legítimos donos da terra e como senhores absolutos dela sem precisarmos de dar quaisquer satisfações de sua mordomia.
No entanto, o dia do Senhor refere-se ao tempo durante o qual o Senhor estabelece o seu reino na terra ao libertar e glorificar o seu povo fiel e ao exercer vingança sobre o ímpio e os opressores do seu povo (35:4; 47:3; 49:8; 59:17-18; 61:2; 63:4).
Como ansiamos por isso, pelo estabelecimento do reino do Senhor sobre todas as nações e todos os povos. A paz que ainda desfrutamos, o progresso, as conquistas e alegrias, a relativa ordem que há no mundo é tudo fruto da poderosa, graciosa e misericordiosa ação de Deus nessa terra.
Com o juízo de Deus acontecendo no dia da sua vingança, os seus ribeiros se tornarão em paz e o seu pó em enxofre, uma imagem derivada da queda de Sodoma e Gomorra (Gn 19:24-28; SI 11:6; Jr 49:18; Ap 14:10-11).
Tão terrível será a sua destruição e juízo que nem de noite nem de dia, de geração em geração, cessará a sua fumaça e de séculos em séculos, ninguém por ela também passará. O julgamento de Deus é eterno (66:24; Mt 18:8-9; 25:41,46; Mc 9:43,48; Ap 19:3).
Somente viverão ali as feras do deserto – vs 11 ao 15 -, mas tal qual um construtor, Deus parece ter um padrão exato para medir o quanto as nações podem se desviar de suas normas (ordem cósmica) e o quanto pode aplicar sobre elas os seus padrões.
As mesmas palavras hebraicas que são traduzidas como "sem forma e vazia" em Gn 1.2, se encontram aqui no verso 11 (תֹ֙הוּ֙            to·hu, Strong 8414 e וָבֹ֔הוּ      va·vo·hu, Strong  922). Deus tanto decretou a desolação dos poderes que se opõem à sua ordem como também traz desordem sobre aqueles que trouxeram devastação a essa ordem.
 Is 34:1 Chegai-vos, nações, para ouvir,
                e vós povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude,
                               o mundo, e tudo quanto produz.
                Is 34:2 Porque a indignação do SENHOR está sobre todas as nações,
                               e o seu furor sobre todo o exército delas;
                                               ele as destruiu totalmente, entregou-as à matança.
                Is 34:3 E os seus mortos serão arremessados
                               e dos seus cadáveres subirá o seu mau cheiro;
                                               e os montes se derreterão com o seu sangue.
                Is 34:4 E todo o exército dos céus se dissolverá,
                               e os céus se enrolarão como um livro;
                                               e todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide
                                                               e como cai o figo da figueira.
                Is 34:5 Porque a minha espada se embriagou nos céus;
                               eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema
                                               para exercer juízo.
                Is 34:6 A espada do SENHOR está cheia de sangue,
                               está engordurada da gordura do sangue de cordeiros
                                               e de bodes, da gordura dos rins de carneiros;
                                               porque o SENHOR tem sacrifício em Bozra,
                                                               e grande matança na terra de Edom.
                Is 34:7 E os bois selvagens cairão com eles,
                               e os bezerros com os touros; e a sua terra embriagar-se-á
                                               de sangue até se fartar, e o seu pó se engrossará
                                                               com a gordura.
                Is 34:8 Porque será o dia da vingança do SENHOR,
                               ano de retribuições pela contenda de Sião.
                Is 34:9 E os seus ribeiros se tornarão em pez, e o seu pó em enxofre,
                               e a sua terra em pez ardente.
                Is 34:10 Nem de noite nem de dia se apagará;
                               para sempre a sua fumaça subirá;
                                               de geração em geração será assolada;
                                               pelos séculos dos séculos ninguém passará por ela.
                Is 34:11 Mas o pelicano e a coruja a possuirão,
                               e o bufo e o corvo habitarão nela; e ele estenderá
                                               sobre ela o cordel de confusão e nível de vaidade.
                Is 34:12 Eles chamarão ao reino os seus nobres,
                               mas nenhum haverá; e todos os seus príncipes
                                               não serão coisa alguma.
                Is 34:13 E nos palácios crescerão espinhos, urtigas e cardos
                               nas suas fortalezas; e será uma habitação de chacais,
                                               e sítio para avestruzes.
                Is 34:14 As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha,
                               e o sátiro clamará ao seu companheiro;
                                               e os animais noturnos ali pousarão,
                                                               e acharão lugar de repouso para si.
                Is 34:15 Ali se aninhará a coruja e porá os seus ovos,
                               e tirará os seus filhotes, e os recolherá
                                               debaixo da sua sombra; também ali os abutres
                                                               se ajuntarão uns com os outros.
                Is 34:16 Buscai no livro do SENHOR, e lede;
                               nenhuma destas coisas faltará, ninguém faltará
                                               com a sua companheira;
                                                               porque a minha boca tem ordenado,
                                                               e o seu espírito mesmo as tem ajuntado.
                Is 34:17 Porque ele mesmo lançou as sortes por elas,
                               e sua mão lhas tens repartido com o cordel;
                                               para sempre a possuirão,
                                                               de geração em geração habitarão nela.
É no livro do Senhor que se deve buscar e ler que nenhuma dessas coisas faltará, uma vez que quem a pronunciou foi o Senhor. Esse livro pode ser tanto um registro do julgamento e da recompensa divina (SI 40:7; 139:16; Dn 7:10; MI 3:16; Ap 20:12) quanto a profecia encontrada nos vs. 1-15.
A Palavra de Deus revela os seus decretos e o Espírito confirma a Palavra. Novamente o cordel dos padrões de Deus é utilizado para repartir com justiça. Assim como Deus distribuiu a Terra Prometida em lotes (Is 18:10), do mesmo modo ele dividiria Edom entre os animais imundos.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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