Estamos
no capítulo 25/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como
temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se
encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e
Judá.
Parte III
– A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
B. Levante
internacional durante o julgamento assírio – 13:1 a 27:13.
2. O objetivo do
levante internacional – 24:1 ao 27:13
Como
havíamos dito, os capítulos 24 ao 27 - "Pequeno Apocalipse" de Isaías
- fornecem um retrato em larga escala de como Deus vai lidar com o mundo
atribulado no qual vive o seu povo.
Esses
capítulos resumem e combinam as descrições dos capítulos anteriores num retrato
de grande significado cósmico do amplo julgamento assírio (13:1 - 23:18).
Nós
também dividimos essa subparte “2” em quatro:
a.O
profeta prediz que o julgamento é o caminho para a alegria do povo de Deus
(24.1-23) – já vista.
b.O
profeta oferece o seu próprio cântico de louvor a Deus pela sua fidelidade
(25.1-8) – veremos agora.
c.O
profeta fala da intervenção na História (25:9 – 26:8) – veremos também agora.
d.O
profeta prediz o tempo de espera e o resultado final dos grandes julgamentos e
bênçãos de Deus na terra (26:9 – 27:13).
b. O profeta oferece
o seu próprio cântico de louvor a Deus pela sua fidelidade (25.1-8).
Dos
versos 1 ao 8, veremos aqui o louvor pela fidelidade de Deus. Isaías ficou
muito feliz e extasiado ao perceber que Deus, por fim, estenderia o seu reino
até os confins da terra por causa de sua fidelidade ao seu povo.
Nos
primeiros cinco versos, a alegria e o louvor do profeta são pela destruição das
nações ímpias, daquelas que se esquecem das leis de Deus as quais ele deixou
para todos os seres humanos criados à sua imagem e à sua semelhança.
Isaías
está louvando a Deus por ele cumprir as promessas da aliança a respeito da
vitória e da herança para o seu povo.
Ele começa tudo dizendo ao Senhor que ele é o seu Deus e que por isso o
exaltaria e louvaria. Ele reconhece que as maravilhas e os conselhos antigos
são dele verdade e firmeza para os que se mantem fiéis à sua aliança.
A
cidade mencionada no verso 2 é uma metáfora para a força das nações que se
rebelam contra Deus e os seus propósitos, cujo fim se avizinhava próximo, pois
assim que o reino de Deus viesse em sua plenitude, as cidades dos inimigos de
Deus nunca mais se levantariam em rebeldia contra ele.
As
nações reconhecerão e glorificarão ao Senhor (2:2-4; 19:23-25; 24:14-16) por
que reconhecerão nele que ele é a fortaleza do pobre, do necessitado na sua
angústia, refúgio conta a tempestade e o calor contra os opressores – vs. 4 –
que por fim serão abatidos e humilhados.
O
profeta se deleita num grande banquete – versos 6 ao 8 - a ser promovido como
celebração pela vitória de Deus sobre as nações. Os convidados dessa celebração
virão de todas as nações (Ap 14:6) para um banquete festivo de celebração pelo
reinado do Senhor (I Re 1:25) e, assim, as melhores comidas e bebidas serão
desfrutadas como um reflexo da grandeza desse acontecimento (Sl 23:5; Mt 8:11;
Lc 13:29; Ap 19:9).
Todo
luto, tristeza (30:19; 35:10; 61:2-5; Ap 7:17; 21:4) e desgraça - incluindo
"morte" e o aguilhão da morte (I Co 15:54) serão eliminados quando
Deus reinar sobre a terra, a partir de Sião.
Paradoxalmente,
a grande boca da morte (5:24), da qual ninguém escapa, será ela própria
engolida pelo SENHOR Deus, o Mestre-Rei-Salvador (cf. 28:16; 40,10; 52,4;
65:13). Tragada foi a morte pela vitória, diz-nos Paulo, ao falar da
ressurreição de nosso Senhor e Salvador.
I Coríntios
15:54 E, quando
isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal
se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita:
Tragada foi a morte na vitória.
I Coríntios
15:55 Onde está,
ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
I Coríntios
15:56 Ora, o
aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
I Coríntios
15:57 Mas graças
a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.
I Coríntios
15:58 Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.
Isaías
chega a antecipar de que maneira os redimidos celebrarão quando chegar o
julgamento e como desfrutarão da salvação em Sião.
c. O profeta fala da
intervenção na História (25:9 – 26:8).
A
história não pertence aos fatos independentemente de Deus, por isso que o povo
de Deus haverá de se regozijar na fidelidade de Deus para com o seu povo.
Todos
os que estão celebrando ou haverão de celebrar reconhecem que eles pertencem ao Deus que trouxe grande
vitória, pois era nele em quem o povo de Deus esperava. Os redimidos da terra
ficarão felizes pelo fato de terem confiado que Deus seria fiel às suas
promessas (2:22; 7:2; 8:12,17; 12:2). A confiança no Senhor é necessária porque
as ameaças das nações ímpias parecem ser fortes demais. Seria na sua salvação
que o povo exultaria e se alegraria.
A
mão de Deus de bênção e proteção estará sobre Sião, a capital do seu reino, mas
o seu pé pisara os seus inimigos. Moabe, aqui, provavelmente está representando
todas as nações rebeldes, como as vezes Edom é representada em 34:5-17; 63:1-6,
25:11.
A
pretensão das nações é motivada pela sua altivez enquanto se opõem a Deus e ao
seu povo, mas serão abaixadas suas altas fortalezas e serão abatidas e
derrubadas por terra até ao pó – vs. 12.
Is 25:1 O SENHOR, tu és o meu Deus;
exaltar-te-ei, e louvarei o teu nome,
porque
fizeste maravilhas; os teus conselhos antigos
são
verdade e firmeza.
Is
25:2 Porque da cidade fizeste um montão de pedras,
e
da cidade forte uma ruína, e do paço dos estranhos,
que
não seja mais cidade,
e
jamais se torne a edificar.
Is
25:3 Por isso te glorificará um povo poderoso,
e
a cidade das nações formidáveis te temerá.
Is
25:4 Porque foste a fortaleza do pobre, e a fortaleza do necessitado,
na
sua angústia; refúgio contra a tempestade,
e
sombra contra o calor;
porque
o sopro dos opressores é como a tempestade
contra
o muro.
Is
25:5 Como o calor em lugar seco, assim abaterás
o
ímpeto dos estranhos; como se abranda o calor
pela
sombra da espessa nuvem,
assim
o cântico dos tiranos será humilhado.
Is
25:6 E o SENHOR dos Exércitos dará neste monte a todos os povos
uma
festa com animais gordos, uma festa de vinhos velhos,
com
tutanos gordos, e com vinhos velhos,
bem
purificados.
Is
25:7 E destruirá neste monte a face da cobertura,
com
que todos os povos andam cobertos,
e
o véu com que todas as nações se cobrem.
Is
25:8 Aniquilará a morte para sempre,
e
assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas
de
todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo
de
toda a terra; porque o SENHOR o disse.
Is
25:9 E naquele dia se dirá:
Eis
que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos,
e
ele nos salvará;
este
é o SENHOR, a quem aguardávamos;
na
sua salvação gozaremos e nos alegraremos.
Is
25:10 Porque a mão do SENHOR descansará neste monte;
mas
Moabe será trilhado debaixo dele,
como
se trilha a palha no monturo.
Is
25:11 E estenderá as suas mãos por entre eles,
como
as estende o nadador para nadar;
e
abaterá a sua altivez com
as
ciladas das suas mãos.
Is
25:12 E abaixará as altas fortalezas dos teus muros,
abatê-las-á
e derrubá-las-á por terra até ao pó.
É o orgulho e a vaidade que nos levam a
pensar que somos alguma coisa e que não precisamos do Senhor nosso Deus. Somos criaturas
tão frágeis e tão arrogantes que se tirassem o folego de vida nos dado por Deus,
todas tombaríamos mortos para sempre.
Estamos no capítulo 23/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1
a 27:13.
2. O objetivo do levante internacional – 24:1 ao 27:13
Estamos chegando ao final dessa parte III
que fala da resposta de Isaías ao julgamento assírio, cujo objetivo principal
seria chegar-se a uma elaborada descrição do julgamento que viria sobre Judá,
Israel e sobre algumas nações, quando o povo de Deus seria então restaurado
após o exílio.
Os capítulos 24
ao 27 fornecem um retrato em larga escala de como Deus vai lidar com o mundo
atribulado no qual vive o seu povo.
Essa parte de
nossa divisão, seguindo a proposta da BEG, é frequentemente chamado de
"Pequeno Apocalipse" de Isaías porque descreve o futuro em termos universais
e cósmicos, em vez de usar termos históricos e políticos. Isaías também é
chamado de a pequena Bíblia pois tem 66 capítulos e nele podemos ainda dividi-los
em duas partes como se fosse o AT e o NT.
Não há nenhuma
nação que seja melhor do que qualquer outra, nem delas qualquer uma que seja
privilegiada independentemente de sua conduta. Toda nação que se comportar e
seguir as leis e os mandamentos de Deus será abençoada independentemente de
qualquer coisa. No entanto, nenhuma nação obedecerá por causa da questão do
pecado de Adão.
Por isso que o
Dia do Senhor trará um julgamento devastador sobre todas as nações que se opõem
a Deus e ao seu povo, e concederá um novo mundo ao povo de Deus fiel espalhado
pelas nações, salientamos, por pura graça e misericórdia divina.
Esses capítulos
resumem e combinam as descrições dos capítulos anteriores num retrato de grande
significado cósmico do amplo julgamento assírio (13:1 - 23:18).
O fim do mal é
esperado por todos os filhos de Deus que não o suportam e dirigem suas orações
a Deus que pode todas as coisas. Saber que o mal terá um fim é um grande
alívio!
Tudo aqui se
resume nos propósitos de Deus que até no sofrimento ou no seu juízo, como aqui
se utilizando de uma nação ímpia para castigar o seu povo, tem os seus
objetivos maiores.
Quando tudo for
restaurado, haverá também mudanças físicas globais, mas esse destino do cosmos
será somente plenamente cumprido por Cristo quando ele retornar em glória.
Dividiremos essa subparte
“2” em quatro:
a.O profeta prediz que o julgamento é o caminho para a alegria do
povo de Deus (24.1-23).
b.O profeta oferece o seu próprio cântico de louvor a Deus pela sua
fidelidade (25.1-8).
c.O profeta fala da intervenção na História (25:9 – 26:8).
d.O profeta prediz o tempo de espera e o resultado final dos grandes
julgamentos e bênçãos de Deus na terra (26:9 –
27:13).
a. O profeta prediz que o julgamento é o caminho
para a alegria do povo de Deus (24.1-23).
O profeta anuncia
a futura e derradeira esperança para o povo de Deus ao resumir os retratos do
julgamento encontrados nos capítulos anteriores (13:1 – 23:18). Apesar de seus
sofrimentos atuais nas mãos de nações malignas, o futuro seria maravilhoso para
Israel e Judá.
Esse material se
divide em quatro seções:
(1)O julgamento amplo (vs. 1-13).
(2)A tensão entre a alegria do futuro e a dor do presente (vs.
14-16).
(3)A resolução do julgamento futuro (vs. 17-20).
(4)O estabelecimento do reino de Deus (vs. 21-23).
(1) O julgamento
amplo (vs. 1-13).
O profeta
descreve primeiramente o amplo alcance do julgamento de Deus.
Esvaziar a terra
e a desolar, transtorná-la e dispersar os seus moradores, saqueá-la e a fazer
prantear e até murchar e se enfraquecer são linguagens usadas pelo profeta. Com
frequência, os profetas usavam essa linguagem do levante cósmico para descrever
o significado dramático de um acontecimento histórico como o ataque de um
exército como instrumento da ira de Deus (2:10,19,21; 5:25; 13:10; 14:18).
Na verdade, na
verdade, a própria natureza geme e a terra dá sinais de que está no seu limite
ao suportar o mal e homem nela que não teme ao Senhor.
Isaías declara
aqui que Deus lidaria com a rebelião do seu povo e com as nações ao redor dele.
Essa descrição espetacular do julgamento divino foi cumprida nas campanhas
militares da Assíria nos dias do Antigo Testamento, mas também aponta para a
maneira como Deus vai finalmente julgar a impiedade e redimir o seu povo em
Cristo.
No verso 2, tudo
se sucederá a todos, independentemente de suas classes sociais. Elas não farão
qualquer diferença e Deus julgará a todos sem exceção.
A natureza
sofrerá como numa seca (vs 4; 1:30-31; 15:6; 34:4) mostrando que a ira de Deus
tem o propósito de humilhar o provocador e o orgulhoso.
O julgamento de
Deus é ocasionado pela corrupção humana de sua criação e a rebelião contra as
ordenanças de sua criação. Todas as nações são responsáveis perante Deus pelo
menos por meio de sua aliança com Noé (Gn 9:1-17), mas todas violaram
flagrantemente os termos dessa aliança e, portanto, merecem o julgamento
divino.
A maldição, por
isso, tem consumido a terra e todos os que nela habitam. A rebelião humana
trará julgamento internacional (13:9) fazendo com que poucos homens nela restem.
Isso é o que nos indica a palavra hebraica também traduzida como
"restante" ou "remanescente" (veja 1:9; 7:3; 10:20-21).
O profeta explica
que haverá tristeza em vez de sorriso (vs. 8-11; 22:2,13). Os músicos pararão
no meio de sua festividade (cf. 5:12). A cidade literalmente será a "cidade
do caos" ( "sem forma" em Gn 1:2). As grandes cidades da
civilização humana serão lançadas num pandemônio. As casas que normalmente são lugares
de segurança particular e prazer na vida (3:7; 5:9; 6:11; 13:16,21; 31:2; 32:13)
estarão fechadas e vazias. As ruas que são os lugares públicos nas cidades (5:25;
10:6; 15:3; 33:7; 42:2) estarão desertas. Nem o vinho, símbolo do prazer e do
folguedo, haverá. E tem mais ainda, pois
o julgamento de Deus não ficará limitado a Judá e Israel, mas será espalhado.
É a sacudidura da
oliveira – vs 13 – que deixa somente os rabiscos quando está acabada a vindima.
Somente os remanescentes, por amor e misericórdia e graça do Senhor, ainda
permanecerão.
(2) A tensão entre a alegria do futuro e a
dor do presente (vs. 14-16).
O profeta
descreve a alegria futura do povo redimido de Deus, como fez nos capítulos
anteriores (14:1-21, 18:7; 19:19-25), mas reconhece que essa alegria não era
uma realidade naquele momento.
O novo cântico do
vs 14 é uma resposta ao ato de salvação de Deus (12:1-6; 35:6; 42:10-13; 44:23;
45:8; 49:13; 52:8-9; 54:1; 61:7; 65:14). Eles cantam a grandeza do Senhor, que
é superior ao orgulho dos seres humanos.
As
nações também se ajuntarão, com o profeta para ouvir cantarem glória ao Justo
dos confins da terra, concedendo a Deus o reconhecimento que lhe é devido como
o guerreiro divino (25:3; 43:20; Sl 22:23; Ap 4:8 – 5:13).
Enquanto ansiava
pela salvação de Deus, Isaías sentia-se apreensivo porque ele também observava
a crescente corrupção ao seu redor. Ao olhar para o mundo de sua época, Isaías
observa que a falsidade e o engano estavam em todo lugar. A alegria ainda não
podia ser achada.
O pérfido
continua a tratar perfidamente, sim o pérfido continua a agir perfidamente – vs
16. Repetidamente, ele proclama com dupla proclamação mostrando a teimosia dos
corações resistentes às ministrações proféticas.
(3) A resolução do julgamento futuro (vs.
17-20).
Por causa dessa
dureza dos corações pérfidos, a resolução do ai de Isaías sobre as condições de
momento (vs. 16 “Emagreço, emagreço, ai de mim!”) será a dramática intervenção
do julgamento de Deus contra todas as nações.
Temor ou terror,
cova e laço estarão sendo destinados aos moradores da terra, de modo que não
haverá salvação, uma vez que escapando de um, cairá em outro. A imagem de um terremoto,
fenômeno terrível e natural que abala as estruturas da própria terra e de
nossas habitações, é explanada nos vs 19-20 em conexão com o julgamento de Deus
(Sl 18:7,15; 6:4; 13:13).
No verso 20,
temos duas imagens da percepção humana de culpa – o ébrio e a rede ou a choça
de noite - quando confrontada com o
dramático julgamento que Deus estava prestes a fazer.
(4) O estabelecimento do reino de Deus (vs.
21-23).
Que maravilhoso
não será esse dia em que o Senhor finalmente estabelecer de fato o seu reino
sobre a terra e os céus. Na verdade, ele já estabeleceu e reina absoluto, no
entanto, vivemos o “ainda não” e o ”já”.
O profeta
completa a descrição do julgamento de Deus sobre todo o mundo como o meio pelo
qual Deus estabeleceria o seu reino glorioso. Foi em Jesus que isso aconteceu e
ele agora tem todo o poder tanto nos céus como na terra. O pleroma de Deus está
nele, a plenitude da divindade habita corporalmente nele.
Todas as hostes
de Satanás, assim como os pervertidos poderes humanos (Ef 6:11-12) estão
destinados à punição e serão tirados da presença de Deus (II Pe 2:4; Ap 9:2,11;
11:7;17:8) para sempre e sempre.
Is 24:1 Eis que o SENHOR
esvazia
a terra, e a desola, e transtorna a sua superfície,
e
dispersa os seus moradores.
Is
24:2 E o que suceder ao povo, assim sucederá ao sacerdote;
ao
servo, como ao seu senhor; à serva, como à sua senhora;
ao
comprador, como ao vendedor; ao que empresta,
como
ao que toma emprestado;
ao
que dá usura, como ao que paga usura.
Is
24:3 De todo se esvaziará a terra, e de todo será saqueada,
porque
o SENHOR pronunciou esta palavra.
Is
24:4 A terra pranteia e se murcha;
o
mundo enfraquece e se murcha;
enfraquecem
os mais altos do povo da terra.
Is
24:5 Na verdade a terra está contaminada
por
causa dos seus moradores;
porquanto
têm transgredido as leis,
mudado
os estatutos,
e
quebrado a aliança eterna.
Is
24:6 Por isso a maldição tem consumido a terra;
e
os que habitam nela são desolados;
por
isso são queimados os moradores da terra,
e
poucos homens restam.
Is
24:7 Pranteia o mosto, enfraquece a vide;
e
suspiram todos os alegres de coração.
Is
24:8 Cessa o folguedo dos tamboris, acaba o ruído dos que exultam, e cessa a alegria da
harpa.
Is
24:9 Com canções não beberão vinho;
a
bebida forte será amarga para os que a beberem.
Is
24:10 Demolida está a cidade vazia, todas as casas fecharam,
ninguém
pode entrar.
Is
24:11 Há lastimoso clamor nas ruas por falta do vinho;
toda
a alegria se escureceu, desterrou-se o gozo da terra.
Is
24:12 Na cidade só ficou a desolação,
a
porta ficou reduzida a ruínas.
Is
24:13 Porque assim será no interior da terra,
e
no meio destes povos, como a sacudidura da oliveira,
e como os
rabiscos, quando está acabada a vindima.
Is
24:14 Estes alçarão a sua voz, e cantarão com alegria;
e
por causa da glória do SENHOR exultarão desde o mar.
Is
24:15 Por isso glorificai ao SENHOR no oriente,
e
nas ilhas do mar, ao nome do SENHOR Deus de Israel.
Is
24:16 Dos confins da terra ouvimos cantar:
Glória
ao justo.
Mas
eu disse:
Emagreço,
emagreço, ai de mim!
Os
pérfidos têm tratado perfidamente; sim, os pérfidos
têm
tratado perfidamente.
Is
24:17 O temor, e a cova, e o laço vêm sobre ti,
ó
morador da terra.
Is
24:18 E será que aquele que fugir da voz de temor cairá na cova,
e
o que subir da cova o laço o prenderá;
porque
as janelas do alto estão abertas,
e
os fundamentos da terra tremem.
Is
24:19 De todo está quebrantada a terra,
de
todo está rompida a terra,
e
de todo é movida a terra.
Is
24:20 De todo cambaleará a terra como o ébrio,
e
será movida e removida como a choça de noite;
e
a sua transgressão se agravará sobre ela, e cairá,
e
nunca mais se levantará.
Is
24:21 E será que naquele dia o SENHOR castigará
os
exércitos do alto nas alturas, e os reis da terra
sobre
a terra.
Is
24:22 E serão ajuntados como presos numa masmorra,
e
serão encerrados num cárcere; e outra vez serão castigados
depois
de muitos dias.
Is
24:23 E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá
quando
o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião
e
em Jerusalém,
e
perante os seus anciãos gloriosamente.
Por enquanto - “ainda
não” - ele pode até prender alguns de nós na tentativa de barrar o evangelho,
mas jamais poderá prender a mensagem do evangelho.
Nenhuma nação pode
impedir a mensagem do evangelho, nenhum reino desse mundo pode barrar a palavra
da pregação do evangelho.
O evangelho
somente não produz resultado quando, por algum motivo não for proclamado. Imagine
o pior lugar do mundo para proclamar o evangelho e ali, naquele meio, o Senhor
reina absoluto e sua mensagem não pode ser barrada.
Somente Deus será
rei quando restaurar o seu povo do exílio e conquistar todos os seus inimigos
(32:1; 33:17,22; 41:21; 43:21; 44:6: 52:7; I Co 15:24; Ap 4:1 - 5:14). Na
cruz do calvário, ele fez tudo isso e prendeu o valente.
Estamos no capítulo 23/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1
a 27:13.
1. Oráculos acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18.
Nessa seção “1”, como já dissemos, estamos
apresentando as profecias (oráculos) de Isaías relativas às ações de Deus para
com dez nações específicas que desempenharam papéis importantes durante o
período do julgamento assírio.
Os oráculos também foram igualmente
divididos em 10 partes, envolvendo, portanto, dez nações: a. Babilônia
(Assíria) – 13:1 a 14:27 – já vista.
b. Filístia – 14:28 – 32 – já vista.
c. Moabe – 15:1 – 16:14 – já vista.
d. Damasco – 17:1-14 – já vista. e. A
Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6 – já
vista. f. Babilônia – 21:1-10 – já
vista. g. Edom – 21:11-12 – já vista.
h. Arábia – 21:13-17 – já vista. i.
Jerusalém – 22:1-25 – já vista. j.
Tiro – 23:1-18 – veremos agora.
j. Tiro – 23:1-18.
A última das dez
nações das profecias de Isaías da parte 1 dos oráculos acerca de nações
específicas – 13:1 ao 23:18.
O profeta condena
aqui o sistema comercial de Tiro, que não era condizente com as leis de Deus.
Quando ele diz para uivar os navios de Tarsis – vs 1- ele utiliza uma linguagem
estilizada, geral e simbólica, não sendo historicamente específica.
Isaías predisse o
ataque dos assírios em 732 a.C., mas os babilônios e os gregos também atacaram
a cidade.
Falando sua
sentença contra Tiro, ele diz uivai para os navios de Társis – vs 1 – e diz
calai-vos para os moradores da ilha. Tiro era um porto fenício de destaque na
costa mediterrânea. Judá havia desfrutado de um longo relacionamento com Tiro
quando Salomão negociou com Hirão de Tiro (I Re 5:8-9) e marinheiros fenícios
foram tripulantes da esquadra de Salomão (I Re 9:.27).
Os navios de
Társis os quais ele disse para uivarem eram os grandes navios da frota mercante
(I Re 10:22; 22:48; Sl 48:7; Jn 1:3) que atravessavam grandes distâncias pelas
costas mediterrâneas para chegar às colônias fenícias.
Tiro não caiu
completamente diante dos assírios, mas foi severamente atingida.
Como havíamos
dito, para Tiro foi dito para uivar e para os moradores da ilha para se calarem
– uma espécie de lamento, dor e silêncio -, principalmente aqueles que
encheriam os mercadores de Sidom, uma cidade portuária ao norte de Tiro que
também foi afetada pelo ataque a essa cidade.
No verso 4, vemos
o deus fenício do mar - Yam ("mar") vs 4 - sendo retratado como que
se lamentando pela perda das cidades portuárias atacadas pelos assírios.
Todas as nações que
dependiam de Tiro - inclusive Tartesso na Espanha (vs 6) -, se uniram nesse
lamento sofrível e amargurante, uma vez que Tiro tinha uma excelente influência
no mundo mediterrâneo – vs 7.
O profeta
pergunta quem teria formado este desígnio terrível contra Tiro – vs 8. As
nações precisavam reconhecer que o Senhor havia feito isso (vs. 9) e ele
explica por que assim procedeu e isso envolvia o denegrimento da soberba e o
envilecimento dos nobres da terra.
Társis deveria
procurar outros recursos econômicos com outras terras se quisesse continuar sua
trajetória como fora nos dias antigos da glória de sua mãe, pois aqui o profeta
fala da filha de Társis, uma personificação de Társis, a mãe. (veja o vs. 12).
Mas o SENHOR não
deixaria isso assim de qualquer jeito e ele estendeu a sua mão, ou seja, o
Senhor executou o seu plano e continuará a executá-lo sobre os mares e turbando
os reinos, pois ele é o Senhor deles.
A soberania de
Deus se estende sobre terra e mar, sobre a oprimida virgem, filha de Sidom – vs
12 -, sobre a terra dos caldeus que a Assíria destinava para os sátiros do deserto
– vs 13.
Se os assírios
conquistaram Babilônia em 689 a.C. e se ela, a grande Babilônia caiu, muito
mais facilmente cairia Tiro.
O profeta fala do
tempo do esquecimento de Tiro que envolve o número 70, ou seja, setenta anos. Este
era um período padrão de tempo usado nas literaturas israelita (veja Jr 25:11;
29:10) e assíria para indicar um tempo de julgamento divino. Poderia ser
encurtado ou ampliado por uma série de fatores (Dn 9).
No entanto, o SENHOR
ainda atentaria para Tiro outra vez. O Senhor tinha mais coisas planejadas para
Tiro e no futuro, Tiro voltaria a enriquecer-se ao se entregar a outras nações
em novas prostituições por casa de sua ganância de prostituta – vs 17.
Quando
acontecesse a plena restauração do povo de Deus no exílio, a riqueza de Tiro
(juntamente com alguns de seus cidadãos) seria incorporada ao reino de Deus
(cf. 45:14; 60:5,11; 61:6; 66:12; Ag 2:7-8; Ap 21:26) como aconteceu com os
filhos de Israel ao deixarem o Egito.
Is 23:1 Peso de Tiro.
Uivai,
navios de Társis, porque está assolada,
a
ponto de não haver nela casa nenhuma,
e
de ninguém mais entrar nela;
desde
a terra de Quitim lhes foi isto revelado.
Is
23:2 Calai-vos, moradores da ilha,
vós
a quem encheram os mercadores de Sidom,
navegando
pelo mar.
Is
23:3 E a sua provisão era a semente de Sior,
que
vinha com as muitas águas, a ceifa do Nilo,
e
ela era a feira das nações.
Is
23:4 Envergonha-te, ó Sidom, porque o mar, a fortaleza do mar,
fala,
dizendo:
Eu
não tive dores de parto, nem dei à luz,
nem
ainda criei jovens, nem eduquei virgens.
Is
23:5 Como quando se ouviram as novas do Egito,
assim
haverá dores quando se ouvirem as de Tiro.
Is
23:6 Passai a Társis; clamai, moradores da ilha.
Is
23:7 É esta, porventura, a vossa cidade exultante, cuja origem
é
dos dias antigos, cujos pés a levaram para longe
a
peregrinar?
Is
23:8 Quem formou este desígnio contra Tiro,
distribuidora
de coroas, cujos mercadores são príncipes
e
cujos negociantes são os mais nobres da terra?
Is
23:9 O SENHOR dos Exércitos formou este desígnio para denegrir
a
soberba de toda a glória, e envilecer os mais nobres
da
terra.
Is
23:10 Passa como o Nilo pela tua terra, ó filha de Társis;
já
não há quem te restrinja.
Is
23:11 Ele estendeu a sua mão sobre o mar, e turbou os reinos;
o
SENHOR deu ordens contra Canaã,
para
que se destruíssem as suas fortalezas.
Is
23:12 E disse:
Nunca
mais exultarás de alegria, ó oprimida virgem,
filha
de Sidom; levanta-te, passa a Quitim,
e
ainda ali não terás descanso.
Is
23:13 Vede a terra dos caldeus, ainda este povo não era povo;
a
Assíria a fundou para os que moravam no deserto;
levantaram
as suas fortalezas, e edificaram os seus
palácios;
porém converteu-a em ruína.
Is
23:14 Uivai, navios de Társis, porque está destruída
a
vossa fortaleza.
Is
23:15 Naquele dia Tiro será posta em esquecimento por
setenta
anos, conforme os dias de um rei;
porém
no fim de setenta anos Tiro cantará
como uma prostituta.
Is
23:16 Toma a harpa, rodeia a cidade, ó prostituta entregue
ao
esquecimento; faça doces melodias, canta muitas canções,
para
que haja memória de ti.
Is
23:17 Porque será no fim de setenta anos que o SENHOR
visitará
a Tiro, e ela tornará à sua ganância de prostituta,
e
prostituir-se-á com todos os reinos que há sobre
a
face da terra.
Is
23:18 E o seu comércio e a sua ganância de prostituta
serão
consagrados ao SENHOR;
não
se entesourará, nem se fechará;
mas
o seu comércio será para
os
que habitam perante o SENHOR,
para
que comam até se saciarem,
e
tenham vestimenta durável.
Esse último versículo nos lembra dos
tesouros dos egípcios que os acumularam, mas que ao final, na saída do povo do
cativeiro, eles entregaram tudo para os israelitas, talvez por medo. Nós até
podemos juntar nossos tesouros, mas o destino deles é muito incerto.
Quem é que disse que o meu dinheiro é meu e
bem assim os meus bens e coisas colocadas em meu nome para se perpetuarem? Tudo
é de Deus. Tudo é para ele e para a sua glória!
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