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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Jeremias 16:1-21 - A PAZ, A BENIGNIDADE E A MISERICÓRDIA VEM DO SENHOR.

Começaremos agora a oitava parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 16.
VIII. SÍMBOLOS DO JULGAMENTO VINDOURO (16.1-17.18).
De 16:1 a 17:18, veremos a vida solitária do profeta, figura do povo; o pecado e a sua força enganadora que destrói; Jeremias clamando a Deus que o socorra contra os seus inimigos e a santificação do sábado.
Dividiremos esta parte VIII em duas: A. Atos simbólicos – 16:1-18 (estaremos vendo os símbolos do julgamento vindouro, onde Jeremias será proibido de participar de algumas atividades normais a fim de simbolizar o julgamento vindouro); e, B. Orações e respostas – 16:19 a 17:18 (sua oração e a resposta de Deus fazem um contraste nítido entre o destino daqueles que confiam em seres humanos e daqueles que confiam em Deus.
A. Atos simbólicos – 16:1-18.
Deus ordena nesses 18 versículos que Jeremias não se case nem compareça a funerais e banquetes a fim de simbolizar a iminência e a severidade do julgamento vindouro.
O capítulo começa, como de praxe, dizendo que a palavra do Senhor veio a ele Jeremias e que portanto exige uma resposta de quem ouve e uma grande responsabilidade de quem a pronuncia em nome do Senhor.
A palavra de Deus para Jeremias é forte e contundente: não terás nem mulher, nem filhos nesse lugar. A proibição é relacionada exclusivamente ao papel de Jeremias como prenunciador do destino de Judá. Seu celibato implica que não terá filhos (veja 1Co 7.26) naquele lugar. A falta de filhos do profeta serve de sinal, especialmente para Judá e Jerusalém.
A falta de filhos indica que a geração seguinte não tem futuro. No entanto a palavra é muito dura, pois do que adiantaria gerá-los se o destino deles já estaria selado e seria tão cruel e terrível?
O que esperar de quem quebrasse a ordem de não casar, nem ter filhos? A morte por meio de enfermidades dolorosas, o não pranteamento nem o sepultamento e ainda o uso do corpo como esterco e alimento das aves dos céus e dos animais da terra.
Era costume prolongar o velório pelo oferecimento de refeições àqueles que compareciam à cerimônia de sepultamento, mas Jeremias fora proibido de participar, de entrar na casa que estivesse em luto uma vez que o Senhor não estaria ali e deles teria tirado a sua paz, benignidade e misericórdia.
O que somos nós sem a paz, a benignidade e a misericórdia de nosso Deus? Deus nos dá gratuitamente de sua graça, mas se formos rebeldes à sua palavra, estaremos em sérios apuros, como esses que estariam ousando desobedecer a palavra de Deus pronunciada no verso 2.
O fato é que a palavra seria cumprida e eles morreriam. As proibições ainda continuam nos versos 7 e 8, ambas bem categóricas para não deixar qualquer margem de dúvidas. Não se dará pão aos que estiverem de luto, nem se lhes daria a beber do copo de consolação, uma declaração relacionada a um costume de luto, talvez referente especificamente à morte de um dos pais. Também não seria permitido entrar na casa do banquete para com eles se assentar e comer. A terceira proibição simboliza o fato de Judá não se encontrar num período de sua historia em que tinha motivos para celebrar.
No verso 9, Deus – aqui enfatizado como o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel - faria cessar a voz de gozo e o canto do noivo e o da noiva, os quais são sons típicos de um período de paz e esperança (veja Mt 24.38-39; cf. Jr 33.10-11; veja também 7.34).
A palavra a ser pregada era duríssima e intragável, mas Jeremias era homem de Deus e profeta que temia mais a Deus do que aos homens. Seria natural que quando pregasse houvesse indagações da grande dureza da palavra e o questionamento de qual seria o pecado ou a iniquidade deles.
No verso 11, Deus orienta o profeta sobre o que responder. A resposta estava relacionada ao comportamento maligno de seus pais que se desviaram do Senhor ondo após outros deuses e imitando as nações ao seu redor com práticas abomináveis e contrárias às leis de Deus.
Mas o pecado não estava apenas nos pais, mas nos filhos, pois estes se tornaram rebeldes e duros de coração a ponto de não darem ouvidos à voz do Senhor e assim o rejeitarem,  não semelhantemente aos seus pais, mas priores do que eles.
Embora a geração presente compartilhasse da culpa de seus antepassados (14.20), também era responsável pelos seus próprios pecados (31.29-30; Ez 18.2-4).
Em consequência disso, o Senhor promete que os lançaria para fora desta terra. Ou seja, mandando o povo para o exílio (veja Dt 28.36,64) onde iriam servir a outros deuses de dia e de noite, porque não usará Deus de misericórdia para com eles. Apesar de se tratar de um castigo apropriado para os seus crimes, o povo finalmente descobriria a futilidade da idolatria.
O profeta contrasta o louvor a Deus pela sua misericórdia no passado ao tirar Israel do cativeiro do Egito com o louvor ainda maior que o Senhor receberia depois que libertasse o seu povo do exílio.
Esse regresso à Terra Prometida seria maior do que a primeira volta nos dias de Moisés, apesar de Jeremias não apresentar ainda os detalhes dessa afirmação. Mais adiante ele especifica que na restauração ideal, o povo nunca mais voltaria a cair em pecado (31.31-34).
O Senhor anuncia o terrível castigo, mas faz uma promessa quanto ao futuro mais distante de que viria dias em que não mais se diria que vive o Senhor que nos tirou do Egito, mas vive o Senhor que nos tirou da Babilônia. É uma referência a um futuro relativamente distante, quando a restauração ocorreria. A perspectiva imediata, porém, era de exílio.
No verso 16, uma linguagem que retrata Judá como uma presa do Senhor. Eles seriam pescados, seriam caçados, seria mesmo impossível fugir (23.24; Is 2 19) uma vez que os olhos daquele que tudo vê estavam postos sobre eles e bem assim todos os seus caminhos e, pior, todas as suas iniquidades.
Desta forma, cada um seria retribuído conforme o dobro da sua iniquidade. (17.18; Is 40.2.). O exílio, então, seria um castigo apropriado para os pecados do povo.
B. Orações e respostas – 16:19 a 17:18.
Deste verso 19 até 17.18, estaremos vendo as orações e as respostas. Essa passagem começa e termina com orações de Jeremias (16.19-20; 17.12-18) que emolduram a resposta de Deus (16.21-17.11).
Jr 16:1 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
                Jr 16:2 Não tomarás a ti mulher,
                               nem terás filhos nem filhas neste lugar.
                Jr 16:3 Pois assim diz o Senhor acerca dos filhos e das filhas
                               que nascerem neste lugar,
                                               acerca de suas mães, que os tiverem,
                                                               e de seus pais que os gerarem nesta terra:
                Jr 16:4 Morrerão de enfermidades dolorosas,
                               e não serão pranteados nem sepultados;
                                               serão como esterco sobre a face da terra;
                                                               pela espada e pela fome serão consumidos,
                                                               e os seus cadáveres servirão de pasto para
                                                               as aves do céu e para os animais da terra.
                Jr 16:5 Pois assim diz o Senhor:
                               Não entres na casa que está de luto,
                               nem vás a lamentá-los,
                               nem te compadeças deles;
                                               porque deste povo, diz o Senhor,
                                               retirei a minha paz, benignidade e misericórdia.
                Jr 16:6 E morrerão nesta terra tanto grandes como pequenos;
                               não serão sepultados, e não os prantearão,
                                               nem se farão por eles incisões,
                                                               nem por eles se raparão os cabelos;
                               Jr 16:7 nem pão se dará aos que estiverem de luto,
                                               para os consolar sobre os mortos;
                               nem se lhes dará a beber o copo da consolação
                                               pelo pai ou pela mãe.
                               Jr 16:8 Não entres na casa do banquete,
                                               para te assentares com eles a comer e a beber.
                Jr 16:9 Pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
                               Eis que perante os vossos olhos, e em vossos dias,
                               farei cessar deste lugar a voz de gozo e a voz de alegria,
                                               a voz do noivo e a voz da noiva.
                Jr 16:10 E quando anunciares a este povo todas estas palavras,
                               e eles te disserem:
                                               Por que pronuncia o Senhor sobre nós
                                                               todo este grande mal?
                                               Qual é a nossa iniquidade?
                                               Qual é o pecado que cometemos
                                                               contra o Senhor nosso Deus?
                11 Então lhes dirás:
                               Porquanto vossos pais me deixaram, diz o Senhor,
                                                e se foram após outros deuses,
                                                               e os serviram e adoraram,
                                               e a mim me deixaram,
                                                               e não guardaram a minha lei;
                               Jr 16:12 e vós fizestes pior do que vossos pais;
                                               pois eis que andais, cada um de vós,
                                               após o pensamento obstinado do seu mau coração,
                                                               recusando ouvir-me a mim;
                Jr 16:13 portanto eu vos lançarei fora desta terra,
                               para uma terra que não conhecestes,
                                               nem vós nem vossos pais; e ali servireis a deuses
                                                               estranhos de dia e de noite;
                                                               pois não vos concederei favor algum.
                Jr 16:14 Portanto, eis que dias vêm, diz o Senhor,
                               em que não se dirá mais:
                Vive o Senhor: que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito;
                Jr 16:15 mas sim:
                               Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel
                                               da terra do norte, e de todas as terras
                                                               para onde os tinha lançado;
                               porque eu os farei voltar à sua terra, que dei a seus pais.
                Jr 16:16 Eis que mandarei vir muitos pescadores, diz o Senhor,
                               os quais os pescarão; e depois mandarei vir
                                               muitos caçadores, os quais os caçarão
                                                               de todo monte, e de todo outeiro,
                                                                              e até das fendas das rochas.
                Jr 16:17 Pois os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos;
                               não se acham eles escondidos da minha face,
                                               nem está a sua iniquidade encoberta aos meus olhos.
                Jr 16:18 E eu retribuirei em dobro a sua iniquidade
                               e o seu pecado, porque contaminaram a minha terra
                                               com os vultos inertes dos seus ídolos detestáveis,
                                               e das suas abominações encheram a minha herança.
                Jr 16:19 Ó Senhor, força minha e fortaleza minha,
                               e refúgio meu no dia da angústia, a ti virão as nações
                                               desde as extremidades da terra, e dirão:
                               Nossos pais herdaram só mentiras, e vaidade,
                                               em que não havia proveito.
                Jr 16:20 Pode um homem fazer para si deuses?
                               Esses tais não são deuses!
                Jr 16:21 Portanto, eis que lhes farei conhecer,
                               sim desta vez lhes farei conhecer
                                               o meu poder e a minha força;
                                                               e saberão que o meu nome é Jeová.
A primeira oração.
Ela vai até o verso 20 onde o profeta reconhece a sua própria fidelidade a Deus e a conversão futura das nações gentias. Primeiro, ele exalta Deus como a sua força, a sua fortaleza e o seu refúgio.
O profeta fala de si mesmo em contraste com o restante do povo. Depois, ele proclama a sua crença de que a ele se dirigirão todas as nações. Jeremias declara a esperança de que depois do exílio um grande número de gentios se voltaria para o Senhor (15.12).
O que herdaram nossos pais é somente mentiras e vaidades em que não há proveito algum. Poderia um homem fazer um Deus para si? A pergunta retórica insinua que isso seria ridículo. Sua conclusão óbvia: eles não são deuses! – vs. 20.
A resposta de Deus à declaração piedosa de Jeremias.
Dos versos 21 ao 17.11, veremos a primeira resposta de Deus onde o Senhor responderá à declaração piedosa feita pelo profeta na seção anterior.


Deus afirma que os fará conhecer e ai sim, eles saberão. Em hebraico, essas expressões são formas diferentes da mesma palavra. Judá não poderia saber a menos que o Senhor ensinasse (31.18; Lc 24:45).
Já a declaração “saberão que o meu nome é SENHOR” sugere conhecimento não apenas factual, mas também experimental, aquilo que os judaízas teriam depois de testemunharem a operação de Deus no exílio e na restauração.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Jeremias 15:1-21 - O SENHOR CONFORTA JEREMIAS EM SUA DURA MISSÃO.


Terminaremos agora a sétima parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 14.
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA SECA (14.1-15.21) - continuação.
Como já dissemos, de 14.1 a 15.21, estamos vendo o julgamento de Judá por meio da seca. Esses capítulos declaram que os judaítas se encontravam de tal modo empedernidos em seu pecado que Deus se recusou a responder, por amor ao seu próprio povo, até mesmo a súplica de Jeremias para que o povo fosse livrado da seca.
Deus responde à pergunta de Jeremias em 14.19 — Acaso Deus havia rejeitado Judá completamente? — dizendo que o julgamento vindouro era inevitável devido aos pecados de Judá, mas também garante a Jeremias o livramento pessoal das mãos de seus inimigos.
Para melhoria de nossa reflexão, foi dividida esta parte VII em duas seções: A. Uma descrição da seca (14.1-6) – já vista; e, B. As  três orações de Jeremias acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21) – veremos e concluiremos agora.
B. As  três orações de Jeremias acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21) - continuação.
Como já dissemos, do vs. 7 até 15.21 estaremos vendo as orações e as respostas de Deus a Jeremias. Essa seção se alterna entre as orações de Jeremias e as respostas de Deus.
·         O profeta ora em favor do povo na esperança de encontrar perdão (14.7-9), mas Deus responde com palavras de condenação (14.10-12) – já vista.
·         Jeremias ora novamente (14.13) e Deus responde com uma condenação dos falsos profetas (14.14-18) – já vista.
·         O profeta ora pela terceira vez (14.19-22) e Deus lhe diz que a sua oração não adiantará de nada (15.1-9) – veremos agora.
·         Jeremias ora novamente (15.10) e Deus responde com palavras sobre Jeremias e Judá (15.11-14) – veremos agora.
·         O profeta ora pela última vez (15.15-18) e Deus lhe responde com encorajamento e uma advertência (15.19-21) – veremos agora.
Rejeitada em absoluto a terceira intercessão de Jeremias - continuação.
Até ao verso 9, Deus estará respondendo à oração de Jeremias dizendo-lhe que é inútil continuar intercedendo.
Deus cita dois grandes intercessores que poderiam se juntar a Jeremias e mesmo assim, ele não os ouviria. Deus recorda os grandes intercessores de Israel (Ex 32.11-14; 1 Sm 12 23; 1 Rs 17.1. A oração pelo povo volta a ser proibida e a súplica que Jeremias acabou de fazer (14.19-22) é rejeitada de modo específico (7.16; 11.14).
Deus estava decidido a entrar em juízo com Judá e nada poderia demovê-lo disso. No capítulo anterior vimos que Deus falou a Jeremias que não o ouviria por amor ao seu povo, isso para o seu próprio bem. Embora triste e sofrível, o castigo seria necessário.
Nos versos 2 e 3, ele separa dois conjuntos de quatro grupos de flagelos sobre o povo. Primeiro: morte- espada – fome – cativeiro.
No verso 3, os elementos são diferentes daqueles mencionados no vs. 2. Segundo: espada – cães – aves do céu – feras da terra. A espada seria para matar, os cães para os arrastarem e as aves e as feras para os devorarem. Os três últimos estavam relacionados ao medo das pessoas de que o seu corpo permanecesse insepulto (7.33; 14.16; cf. 1Rs 21.23).
Por ironia, esse filho de Ezequias, um rei que realizou várias reformas (2Rs 20.21), foi um dos monarcas mais perversos de Judá. Apesar de reformas posteriores realizadas pelo seu neto, Josias, o castigo e o exílio de Judá foram associados especificamente às transgressões de Manassés (2Rs 23.26).
Na verdade, nem seria para Manassés ter nascido, mas por causa da oração de Ezequias que rogou ao Senhor mais tempo de vida é que lhe veio, depois, esse filho maligno – II Re 20.
E agora, quem iria se compadecer, entristecer e perguntar pela paz de Jerusalém? Seria por causa de Manassés o terrível espetáculo inevitável em que Jeremias não conseguia mudar a história por meio da intercessão. Na verdade, Manassés foi a escolha e o desejo do povo. O verso 6 pode trazer mais luz às argumentações.
O povo havia rejeitado a Deus, voltado para trás e Deus já não mais estenderia as sus mãos para a salvação, mas contra eles para os destruir. Deus se diz cansado de abrandar as coisas.
Manassés era culpado sim, mas Manassés era a escolha do povo rebelde e contradizente.
Deus iria impor o castigo (cf. Is 41.16) a eles, pois não voltaram de seus caminhos de maldade.
Observe – vs 8 - a transformação irônica da promessa numa terrível ameaça (Gn 22.17; cf. Is 10.22). As mulheres ficando viúvas e os seus filhos desaparecendo.
Aquela que tinha sete filhos – vs 9 – se enfraqueceu, expirando a sua alma. Estando ela em plena luz do dia, com o sol à pino, ela se confunde e se envergonha. Essa descrição de grande bênção (SI 127.5) é novamente invertida. Até mesmo o remanescente depois da destruição acabaria sucumbindo. No entanto, em Is 6.13 uma ideia semelhante é, por fim, atenuada pela promessa da "santa semente".
Dos versos de 10 ao 21, essa passagem costuma ser considerada a terceira "confissão" de Jeremias. Jeremias ora novamente, expressando o seu desespero diante da força dos seus opositores e Deus consola o seu profeta
Do 11 ao 14, Deus responde a Jeremias, prometendo livrá-lo dos seus adversários.
Pode alguém quebrar o ferro e o bronze? Que esperança Jeremias poderia ter de mudar o coração obstinado de Judá? Mais uma vez, fica implícita a sugestão de uma analogia entre a crueldade dos inimigos pessoais de Jeremias e do inimigo de Judá, a Babilônia (cf. 6.1).
Deus estava com o profeta e jamais o abandonaria, mas ele iria levá-lo com os seus inimigos. Uma predição que se cumpre em Jr 43.4-7. É como tenho meditado e pensado sobre minha vida nos últimos dias. Já não somos mais de nós mesmos – o apóstolo Paulo nos ensina isso em Romanos e em muitas passagens em outras epístolas e nos evangelhos.
A vida que temos, no presente, é para vivermos para a glória de Deus – I Co 10:31 – para ele, o Senhor que por nós morreu. Assim, Jeremias não era o dono de sua vida, mas a vivia para Deus e foi servindo a Deus que também fez parte do cativeiro, sendo levado cativo à Babilônia.
Nos versos de 15 a 18, naturalmente, Jeremias ora, se queixando novamente a Deus por ele permitir que o seu profeta fosse maltratado.
Ele diz que comeu as suas palavras. Sendo que o aspecto era inicialmente doce, mas depois ficou amarga. Era essa a tarefa, ao mesmo tempo doce e amarga de receber as palavras de Deus (veja Ez 3.1-3). Ele entende que carrega o poderoso nome do Senhor e que por ele era chamado, como era também declarado acerca do povo em 14.9.
A compulsão de profetizar era, com frequência, opressora, solitária, mas necessária e abençoadora. Sem dúvida se trata de uma afirmação literalmente verdadeira, em parte devido ao celibato de Jeremias (16.2). No entanto, o profeta indesejado certamente experimentou também um sentimento profundo de solidão. Compare com Elias ( I Rs 19.10) e Jesus (Mt 26.37-38).
Ele sente ser pérpetua a sua dor e incurável a sua ferida por causa de sua missão e por causa do povo de Deus. Em 14.17, a ferida é de Judá. A frase inteira é aplicada a Judá em 30.12, juntamente com uma promessa de cura (vs. 16-17). Veja também 10.19, em que é usada para Jeremias. Seria Deus um ilusório ribeiro para ele? Contrastando 2.13 e comparando com 20.7, veremos que no fim mesmo quem prevalecerá será sempre Deus.
Jr 15:1 Disse-me, porém, o Senhor:
Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim,
não poderia estar a minha alma com este povo.
Lança-os de diante da minha face, e saiam eles.
Jr 15:2 E quando te perguntarem:
Para onde iremos?
dir-lhes-ás:
Assim diz o Senhor:
Os que para a morte, para a morte;
e os que para a espada, para a espada;
e os que para a fome, para a fome;
e os que para o cativeiro, para o cativeiro.
Jr 15:3 Pois os visitarei com quatro gêneros de destruidores,
diz o Senhor:
com espada para matar,
e com cães, para os dilacerarem,
e com as aves do céu
e os animais da terra,
para os devorarem e destruírem.
Jr 15:4 Entregá-los-ei para serem um espetáculo horrendo
perante todos os reinos da terra, por causa de Manassés,
filho de Ezequias, rei de Judá,
por tudo quanto fez em Jerusalém.
Jr 15:5 Pois quem se compadecerá de ti, ó Jerusalém?
ou quem se entristecerá por ti?
Quem se desviará para perguntar pela tua paz?
Jr 15:6 Tu me rejeitaste, diz o Senhor, voltaste para trás;
por isso estenderei a minha mão contra ti,
e te destruirei; estou cansado de me abrandar.
Jr 15:7 E os padejei com a pá nas portas da terra;
desfilhei, destruí o meu povo;
não voltaram dos seus caminhos.
Jr 15:8 As suas viúvas mais se me têm multiplicado
do que a areia dos mares; trouxe ao meio-dia
um destruidor sobre eles, até sobre a mãe de jovens;
fiz que caísse de repente sobre ela
angústia e terrores.
Jr 15:9 A que dava à luz sete se enfraqueceu:
expirou a sua alma; pôs-se-lhe o sol sendo ainda dia;
ela se confundiu, e se envergonhou;
e os que ficarem deles eu os entregarei à espada,
diante dos seus inimigos, diz o Senhor.
Jr 15:10 Ai de mim, minha mãe! porque me deste à luz,
homem de rixas e homem de contendas para toda a terra.
Nunca lhes emprestei com usura,
nem eles me emprestaram a mim com usura,
todavia cada um deles me amaldiçoa.
Jr 15:11 Assim seja, ó Senhor,
se jamais deixei de suplicar-te pelo bem deles,
ou de rogar-te pelo inimigo no tempo da calamidade
e no tempo da angústia.
Jr 15:12 Pode alguém quebrar o ferro, o ferro do Norte, e o bronze?
Jr 5:13 As tuas riquezas e os teus tesouros,
eu os entregarei sem preço ao saque;
e isso por todos os teus pecados,
mesmo em todos os teus limites.
Jr 15:14 E farei que sirvas os teus inimigos numa terra
que não conheces; porque o fogo se acendeu em minha ira,
e sobre vós arderá.
Jr 15:15 Tu, ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim, visita-me,
e vinga-me dos meus perseguidores;
não me arrebates, por tua longanimidade.
Sabe que por amor de ti tenho sofrido afronta.
Jr 15:16 Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi;
e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria
do meu coração; pois levo o teu nome,
ó Senhor Deus dos exércitos.
Jr 15:17 Não me assentei na roda dos que se alegram,
nem me regozijei. Sentei-me a sós sob a tua mão,
pois me encheste de indignação.
Jr 15:18 Por que é perpétua a minha dor, e incurável a minha ferida,
que se recusa a ser curada? Serás tu para mim como ribeiro
ilusório e como águas inconstantes?
Jr 15:19 Portanto assim diz o Senhor:
Se tu voltares, então te restaurarei, para estares
diante de mim;
e se apartares o precioso do vil,
serás como a minha boca;
tornem-se eles a ti, mas não voltes tu a eles.
Jr 15:20 E eu te porei contra este povo como forte muro de bronze;
eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti;
porque eu sou contigo
para te salvar, para te livrar, diz o Senhor.
Jr 15:21 E arrebatar-te-ei da mão dos iníquos,
e livrar-te-ei da mão dos cruéis.
Em resumo, aprendendo com Jeremias, entendo que não estamos aqui para o sucesso ou para o fracasso, para a vitória ou para a derrota, para os ganhos ou para as perdas, mas para fazer o que nos vier às mãos para fazê-lo, em amor – I Co 16:14, de todo o coração – Cl 3:23, como se ao Senhor Jesus as estivéssemos fazendo – Cl 3:17, dando a ele glórias em tudo e em todas as coisas – I Co 10:31 – e isso tudo sem murmurações, nem contendas – Fp 2:14.
Deus responde a Jeremias, garantindo livramento, mas advertindo-o para se arrepender dos seus próprios pecados.
A promessa do livramento de Jeremias prefigura o livramento de Judá. Essa é uma função importante da "confissão" juntamente com as respostas do Senhor.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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