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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Neemias 2:1-20 - NEEMIAS ANIMA O POVO A REEDIFICAR OS MUROS

Estamos vendo o livro de Neemias nessa Parte III e este é nossa mapinha de leitura:
Parte III. O REGRESSO DE NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DO MURO – 1:1 a 7:3.
A. O regresso de Neemias – 1:1 a 2:10.
Depois de ser informado das condições em que Jerusalém se encontrava, Neemias tomou o firme propósito de regressar.
Como já vimos, dividimos também essa parte “A” em duas outras. 1. Os preparativos para o regresso de Neemias – 1:1 a 2:8 2. Neemias finalmente regressa – 2:9 a 10.
1. Os preparativos para o regresso de Neemias – 1:1 a 2:8 - continuação
Como já dissemos, Neemias descreve aqui como resolveu acompanhar os judeus que estavam regressando. Ele era um membro da corte real cuja responsabilidade era escolher o vinho (2:1) e evitar que o rei fosse envenenado, mas cuja proximidade com o rei acarretava prestígio e influência na corte.
Ele primeiro recebeu um relato (1:1-3) – já visto -, reagiu ao que ouviu (1:4-11) – também já visto - e pediu permissão ao rei Artaxerxes I para ir (2:1-8) – veremos agora.
c. O pedido perante o rei – 2:1-8.
A autorização de Deus para o regresso de Neemias foi confirmada pela resposta inesperada do rei.
O mês era de nisã e o ano era o vigésimo, próximo de março-abril de 445 a.C., quatro meses depois de Neemias ter recebido aquelas notícias terríveis de Jerusalém onde ele buscou a Deus em orações e jejuns. Era também o ano-novo persa, um tempo de comemoração, talvez aludido pela referência ao vinho (1:11).
O rei era Artaxerxes, o que substituiu a Xerxes – o qual foi o vilão no filme “OS 300”.  Portanto, não eram um povo temente a Deus e pouco poderia se esperar deles, mas estava ali Neemias com seu semblante triste servindo ao rei.
Estranhou o rei que estava acostumado com Neemias e notou que seu semblante estava caído e, pelo que parece, tinha por ele grande afeição, pois, mostrando interesse, perguntou-lhe por que estava ele tão triste e cabisbaixo.
Neemias ao notar que o rei tinha percebido aquele comportamento estranho nele e que ainda tinha notado que ele estava com boa e perfeita saúde aparente, logo concluiu que sua tristeza era de coração e acertou.
Neemias tremeu muito de medo, mas não há explicações para essa razão desse medo e logo procurou dar ao rei conhecimento do que se passava com ele e tudo lhe falou sem ocultar nadinha.
No verso 3, ele lhe explica “Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?”. Então o rei mostrando ainda mais sensibilidade para o seu caso se oferece a ele para ajudá-lo – vs 4.
A reconstrução da cidade era um aspecto da reconstrução da “Casa de Deus” muito importante em Esdras e central em Neemias – 1:1 a 7:3. Assim, no vs 5, Neemias faz o seu pedido ao rei.
Ele pede um afastamento temporário para cuidar dessas questões, mas esse trabalho levou cerca de doze anos e não parece muito certo que ele tenha pedido tão longo afastamento, mas deixou ao rei clara a questão de que seria algo demorado – vs 5 e 6.
Neemias fez vários pedidos específicos. As duas referências a cartas nos vs 7 e 8 fazem parte de um tema importante em Esdras-Neemias.
O projeto de reconstrução era muito extenso, ousado e complicado envolvendo muitas decisões e relacionamentos exteriores. O seu projeto envolvia a cidade, os muros e o palácio do governador. Neemias estava indo bem por conta do beneplácito de Deus – Ed 7:6 – e indicava que Deus aprovava o papel de Neemias no programa de restauração.
2. Neemias finalmente regressa – 2:9 a 10.
Neemias tinha partido para a Terra Prometida por conta de tantos trabalhos, mas seu regresso trouxe alguns problemas.
Doravante, vale o registro, a expressão "ficarem sabendo" formam uma espécie de refrão (2:19; 4:1,5,15; 6:1 16) como referências aos inimigos de Israel. O que veremos é que o conflito se intensificará gradualmente, até ser resolvido (6:16).
Sambalate é um nome babilônio que significa "Sin [o deus da Lua] concede vida". Ele era o governador de Sarmaria, a região ao norte de Judá. O fato de ele adorar, de algum modo, a Yahweh, o Deus de Israel (II Re 17:24-41) é sugerido pelos nomes de seus filhos, Delias e Selemias, que contêm uma forma abreviada de "Yahweh", Tobias. No entanto, coo era de costume, eles adoravam cada entidade conforme os benefícios e interesses que eles tinham nela.
Quanto a Tobias, ao que tudo indica, era o governador de Amam, a região a leste de Judá. Seu nome significa "O SENHOR é bom", sugerindo que seus pais e provavelmente ele próprio adoravam ao Deus de Israel (6:17-18; 13:4).
Ambos, Sambalate e Tobias ficaram muito tristes com a iniciativa de Neemias e essa notícia muito lhes desagradou – vs 10. A oposição, aparentemente parecia ter um aspecto político, mas era de origem religiosa (vs 20; Ed 4:3,4).
Essa oposição experimentada aqui, incentivava os leitores do livro de Neemias a perseverar contra os oponentes em sua época.
B. A reconstrução do muro – 2:11 a 7:3.
Neemias se dedicou a reconstruir os muros de Jerusalém visando não apenas à estabilidade política, mas também a criação de uma cidade santa para o templo de Deus.
Iremos dividir essa parte “A” em oito etapas para melhor compreendermos o assunto da reconstrução de Neemias: 1. A reconstrução é proposta – 2:11-18. 2. Oposição externa - 2:19-20. 3. A reconstrução é iniciada - 3:1-32. 4. Mais oposições externas - 4:1-15. 5. A reconstrução tem continuidade - 4:15-23. 6. Oposições internas - 5:1-19. 7. Oposição final - 6:1-14. 8. A reconstrução é concluída - 6:15-7:3.
1. A reconstrução é proposta – 2:11-18.
Neemias não veio para brincar ali naquele lugar e seu foco era o trabalho e o resultado esperado. Ao chegar em Jerusalém, imediatamente, fez um levantamento da situação e propôs a reconstrução dos muros da cidade.
Neemias estava agindo com muita cautela. Ao chegar em Jerusalém não tratou imediatamente de tocar trombeta e anunciar seus negócios, mas esperou três dias.
Essa espera de três dias de Neemias depois de chegar a Jerusalém é comparável à espera dos três dias de Esdras (Ed 8:32), sendo que Esdras agiu publicamente, mas Neemias, secretamente.
Ainda agindo com cautela ele sai de noite para uma porta chamada de a Porta do Vale. Arqueólogos descobriram uma porta do período persa e a identificaram como sendo essa porta.
O que ele viu foi mesmo terrível, pois a cidade estava em ruínas havia quase cento e cinquenta anos. Uma tentativa anterior de reconstruir os muros havia sido interrompida (Ed 4:7-23).
Neemias reconheceu a soberania de Deus como fonte suprema de seu plano e fundamento para as ações do rei humano. Foi por isso que depois de chamar a atenção dos líderes de Judá e dizer a eles que tinha o apoio do rei Artaxerxes que eles lhe responderam afirmativamente e se dispondo – vs 18 – ao serviço, ou seja “a boa obra”.
A iniciativa de Neemias foi recebida com apoio sincero da parte dos líderes de Judá. Essa atitude dos líderes redundou em sucesso e na bênção de Deus.
Ne 2:1 Sucedeu, pois, no mês de Nisã,
                no ano vigésimo do rei Artaxerxes,
                               que estava posto vinho diante dele,
                                               e eu peguei o vinho e o dei ao rei;
                                                               porém eu nunca estivera triste diante dele.
                Ne 2:2 E o rei me disse:
                               Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente?
                                               Não é isto senão tristeza de coração;
                                                               então temi sobremaneira.
                Ne 2:3 E disse ao rei:
                               Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto,
                                               estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus
                                               pais, assolada, e tendo sido consumidas
                                                               as suas portas a fogo?
                Ne 2:4 E o rei me disse:
                               Que me pedes agora?
                                               Então orei ao Deus dos céus,
                Ne 2:5 E disse ao rei:
                               Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito
                                               em tua presença, peço-te que me envies a Judá,
                                                               à cidade dos sepulcros de meus pais,
                                                                              para que eu a reedifique.
                Ne 2:6 Então o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele:
                               Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás?
                                               E aprouve ao rei enviar-me,
                                                               apontando-lhe eu um certo tempo.
                Ne 2:7 Disse mais ao rei:
                               Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas
                                               para os governadores dalém do rio, para que me
                                                               permitam passar até que chegue a Judá.
                Ne 2:8 Como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei,
                               para que me dê madeira para cobrir as portas
                                               do paço da casa, para o muro da cidade
                                                               e para a casa em que eu houver de entrar.
                               E o rei mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim.
                Ne 2:9 Então fui aos governadores dalém do rio, e dei-lhes as cartas
                               do rei; e o rei tinha enviado comigo capitães do exército
                                               e cavaleiros.
                Ne 2:10 O que ouvindo Sambalate, o horonita,
                               e Tobias, o servo amonita, lhes desagradou extremamente
                                               que alguém viesse a procurar o bem
                                                               dos filhos de Israel.
                Ne 2:11 E cheguei a Jerusalém, e estive ali três dias.
                Ne 2:12 E de noite me levantei, eu e poucos homens comigo,
                               e não declarei a ninguém o que o meu Deus me pôs
                                               no coração para fazer em Jerusalém;
                                               e não havia comigo animal algum,
                                                               senão aquele em que estava montado.
                Ne 2:13 E de noite saí pela porta do vale, e para o lado da fonte
                               do dragão, e para a porta do monturo, e contemplei os muros
                               de Jerusalém, que estavam fendidos, e as suas portas,
                                               que tinham sido consumidas pelo fogo.
                Ne 2:14 E passei à porta da fonte, e ao tanque do rei;
                               e não havia lugar por onde pudesse passar o animal
                                               em que estava montado.
                Ne 2:15 Ainda, de noite subi pelo ribeiro e contemplei o muro;
                               e, virando entrei pela porta do vale; assim voltei.
                Ne 2:16 E não souberam os magistrados aonde eu fora
                               nem o que eu fazia; porque ainda nem aos judeus,
                                               nem aos sacerdotes, nem aos nobres,
                                               nem aos magistrados, nem aos mais que faziam
                                               a obra, até então tinha declarado coisa alguma.
                Ne 2:17 Então lhes disse:
                               Bem vedes vós a miséria em que estamos,
                                               que Jerusalém está assolada, e que as suas portas
                                                               têm sido queimadas a fogo; vinde, pois,
                                                               e reedifiquemos o muro de Jerusalém,
                                                                              e não sejamos mais um opróbrio.
                Ne 2:18 Então lhes declarei como a mão do meu Deus
                               me fora favorável, como também as palavras do rei,
                                               que ele me tinha dito; então disseram:
                                                               Levantemo-nos, e edifiquemos.
                                                               E esforçaram as suas mãos para o bem.
                Ne 2:19 O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias,
                               o servo amonita, e Gesém, o árabe, zombaram de nós,
                                               e desprezaram-nos, e disseram:
                               Que é isto que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?
                Ne 2:20 Então lhes respondi, e disse:
                               O Deus dos céus é o que nos fará prosperar:
                                               e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos;
                                                               mas vós não tendes parte, nem justiça,
                                                                              nem memória em Jerusalém.
2. Oposição externa - 2:19-20.
Ao ficarem sabendo do trabalho de Neemias, as nações ao redor de Judá se opuseram a ele, mas Neemias expressou a sua confiança em Deus.
Se não bastassem Sambalate e Tobias, agora se opõem Gesém, o arábio. Era esse um terceiro oponente de Neemias, juntamente com Sambalate e Tobias (v. 10). É provável que fosse um líder árabe que controlava a região ao sul de Judá.
Neemias aqui é retratado como estando praticamente cercado pelos seus opositores: Sambalate, ao norte; Tobias, ao leste; Gesém, ao sul.
A resposta de Neemias demonstra novamente a fé e a certeza da vitória do povo de Deus diante de todos os seus opositores. Ele novamente invoca o Deus transcendente, mas sem perder a certeza de sua imanência. O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito, ele exclama.
Em seguida, diz que eles eram os seus servos, os servos do Deus transcendente. Como seus servos, ele resgata a sua imanência e pode dizer que teriam disposição e força para reedificarem esses muros.
Quanto aos que se opõe, uma palavra firme e de convicção: vocês não tem parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Neemias 1:1-11 - NEEMIAS, OUTRO GRANDE LÍDER EM ISRAEL.

O LIVRO DE NEEMIAS
Veremos nesse livro a história desse grande líder em Israel que regressando do cativeiro para Jerusalém se empenhou pela reconstrução dos muros da cidade enfrente forte oposição e ainda conduziu o povo de Deus numa renovação da aliança, na devoção à cidade e em reformas morais e sociais.
Dividiremos esse livro, composto de 13 capítulos, em duas partes principais. 
  • Parte III – O regresso de Neemias e a reconstrução do muro – 1:1 a 7:3. 
  • Parte IV – O regresso dos exilados e a reconstrução da comunidade – 7:4 a 13:31.
Parte III. O REGRESSO DE NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DO MURO – 1:1 a 7:3.
Neemias regressou a Jerusalém com a aprovação de Deus e do rei. O regresso de Neemias à Terra Prometida foi motivado por aspirações piedosas da sua parte em relação à Jerusalém e ao povo de Deus. Com a ajuda de Deus, Neemias se mostrou fiel e bem sucedido na construção do muro da cidade apesar de grande oposição. Ele promoveu a iniciativa de construção que começou com Zorobabel e teve continuidade com Esdras.
Essa parte será dividida didaticamente em duas outras partes.
A.    O regresso de Neemias – 1:1 a 2:10.
B.    A reconstrução do muro – 2:11 a 7:3.

Neemias 1:1-11 - Neemias, outro grande líder em Israel
Estamos vendo o primeiro capítulo de treze, no total, que é feito este livro.
Depois de ser informado das condições em que Jerusalém se encontrava, Neemias tomou o firme propósito de regressar.
Como na BEG, que estamos seguindo, dividiremos também essa parte “A” em duas outras. 1. Os preparativos para o regresso de Neemias – 1:1 a 2:8 2. Neemias finalmente regressa – 2:9 a 10.
1. Os preparativos para o regresso de Neemias – 1:1 a 2:8.
Neemias descreve como resolveu acompanhar os judeus que estavam regressando. Ele era um membro da corte real cuja responsabilidade era escolher o vinho (2:1) e evitar que o rei fosse envenenado, mas cuja proximidade com o rei acarretava prestígio e influência na corte.
Ele primeiro recebeu um relato (1:1-3), reagiu ao que ouviu (1:4-11) e pediu permissão ao rei Artaxerxes I para ir (2:1-8).
a. O relato sobre Judá – 1:1-3.
Neemias, cujo significado é "O SENHOR consolou", tinha motivos legítimos para acompanhar os judeus que estavam regressando. Sua decisão foi inspirada por um relato das condições difíceis de Jerusalém.
Relembramos ao leitor que o livro de Neemias era, originalmente, uma continuação do livro de Esdras.
O livro começa dizendo na primeira pessoa (“eu” - indicação de que os textos apresentados no livro fazem parte das memórias do próprio Neemias) que, estando ele, Neemias, em Susã (uma  residência de inverno dos reis persas - Et 1:2,5; 2:3, 3:15; 9:11ss.; Dn 8:2), no mês de quisleu, ou seja, entre novembro-dezembro de 446 a.C., do vigésimo ano de Artaxerxes I (2:1; Ed 7:1) veio a ele Hanani – forma abreviada de Hananias (O SENHOR é gracioso), juntamente com outros de Judá.
Hanani era uma espécie de chefe de assuntos judaicos que foi mencionado nos Papiros Elefantinos, textos aramaicos descobertos no Egito num assentamento de judeus do século 6. Alguns conjeturam que ele era irmão de Neemias (7:2).
Neemias perguntou a Hanani sobre os judeus que escaparam e que não foram levados cativos e ainda por Jerusalém. Hanani e os outros então responderam a ele que a situação deles era muito terrível e desesperadora - Ed 1:4; Is 1:9; Mq 2:12; 4:7. 1:3 –, sendo que os muros de Jerusalém estavam derribados e as suas portas, queimadas – vs. 3.
Muito provavelmente em decorrência dos acontecimentos registrados em Ed 4.7-23, mas, tendo em vista a referência a "portas", a causa mais provável é a destruição provocada por Nabucodonosor em 586 a.C. (Is 58:12; 61:4; 64:10).
b. A reação de Neemias – 1:4 – 11.
Neemias revelou a sua motivação piedosa para voltar à Terra Prometida.
No vs. 4, vemos que ele se entristeceu muito com os relatos.
·     Assentou-se.
·     Chorou.
·     Lamentou por alguns dias.
·     Jejuou e orou perante o Deus dos céus.
Aqui, o jejum está associado ao luto (como também em I Sm 31:13) e também a uma petição a Deus ( Ed 8:21; Is 58:3 – especialmente ao Deus dos céus – Ed 1:2; Dn 4:27,37).
Nesse livro, iremos perceber que a pessoa de Neemias está associada com a ideia de um homem que vive em constante oração. Talvez tenha sido esta a razão pela qual Deus abençoou tão ricamente os seus esforços (2:4; 4:4,9; 5:19; 6:9,14, 13:14,22,29,31).
No verso 5, veremos que Neemias reconhece tanto a transcendência quanto a imanência do Deus de Israel. O Deus verdadeiro não apenas está muito acima do seu povo como "Deus dos céus", mas também está próximo dele como “Deus da aliança”.
No verso 6 de sua oração, ele pede ao Senhor a sua atenção e os seus ouvidos apesar dele mesmo e dos pecados de todo povo. Continuamente – Js 1:8; Sl 1:2 –, ele estava se humilhando e buscando a Deus nas suas orações e confissões de pecado não somente dele, como de todo o povo de Deus.
Ele reconhece, no verso 7, que não estavam guardando a aliança do Senhor. A relação pactual entre Deus e o seu povo tornava as bênçãos e as maldições condicionadas à fidelidade do povo. O Senhor cumpriria as suas promessas se Israel obedecesse aos seus mandamentos (vs. 5), mas a sua desobediência resultaria em exílio (Ed 9:9).
Ao pedir ao Senhor para lembrar da palavra dele mesmo, ele estava fazendo uma petição comum nas Escrituras (Dt 9:27; Sl 132:1; Jr 14:21) e, particularmente, aqui, em Neemias (5:19; 6:14; 13:14,22,29,31), na expectativa de que Deus pudesse agir de acordo com as bênçãos e os julgamentos da aliança, uma vez que a aliança mosaica prometia restauração depois do exílio (Dt 30:1-5) com base na aliança feita com Abraão (Gn 15:18-21).
A oferta de restauração estava à disposição de todas as gerações, tendo como condição o arrependimento (Lv 26:40-45; Dt 4:25-31).
Em sua oração e busca, ele se dava a entender, diante de Deus, que estava arrependido e que estava buscando a Deus, conforme a sua palavra.

No verso 10, ele diz ao Senhor que apesar de tudo, eles ainda eram seus servos e o seu povo escolhido que ele tinha resgatado do Egito (Ex 32:11; Mq 6:4). 
Ne 1:1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias.
                E sucedeu no mês de Quislev, no ano vigésimo,
                               estando eu em Susã, a fortaleza,
                Ne 1:2 Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá;
                               e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam,
                                               e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.
                Ne 1:3 E disseram-me:
                               Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão
                               em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém
                                               fendido e as suas portas queimadas a fogo.
                Ne 1:4 E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras,
                               assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias;
                                               e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
                Ne 1:5 E disse:
                               Ah! SENHOR Deus dos céus, Deus grande e terrível!
                               Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles
                                               que o amam e guardam os seus mandamentos;
                               Ne 1:6 Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos
                                               abertos, para ouvires a oração do teu servo,
                                               que eu hoje faço perante ti, dia e noite,
                                                               pelos filhos de Israel, teus servos;
                                               e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel,
                                                               que temos cometido contra ti;
                                               também eu e a casa de meu pai temos pecado.
                               Ne 1:7 De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos
                                               os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos,
                                                               que ordenaste a Moisés, teu servo.
                               Ne 1:8 Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés,
                                               teu servo, dizendo:
                               Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.
                               Ne 1:9 E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus
                                               mandamentos, e os cumprireis; então, ainda que os
                                               vossos rejeitados estejam na extremidade do céu,
                                               de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho
                                               escolhido para ali fazer habitar o meu nome.
                               Ne 1:10 Eles são teus servos e o teu povo que resgataste
                                               com a tua grande força e com a tua forte mão.
                               Ne 1:11 Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos
                                               à oração do teu servo, e à oração dos teus servos
                                                               que desejam temer o teu nome;
                                               e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça
                                                               perante este homem.
                               Então era eu copeiro do rei.
É no verso 11 que ele suspira diante de Deus em invocação máxima como aquele que conseguiu a atenção de seu Senhor e desabafa. Deus, esteja atento os teus ouvidos:
·     À oração do teu servo.
·     À oração dos teus servos que desejam temer o teu nome.
·     Faze prosperar hoje o teu servo.
·     Dá-lhe graça perante este homem (o rei, Artaxerxes I).
Ele faz questão de destacar as orações, tanto dele, como de todo o povo. No entanto, não é de todo o povo, mas somente daqueles do povo que temem ao Senhor.
O temor do Senhor é a resposta pactual adequada à revelação que Deus fez de si mesmo.
Temer a Deus:
·     É conhecê-lo (Pv 9:10).
·     É confiar nele (SI 5:7; 34:11,22).
·     É obedecer a ele (Pv 8:13).
Então, ele finaliza pedindo a Deus, na certeza de que será atendido, prosperidade (no sentido de ser bem sucedido em seu intento) e graça diante de Artaxerxes I.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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