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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Esdras 2:1-70 - A LISTA DOS REMANESCENTES QUE VOLTARAM DA BABILÔNIA

Como já dissemos e repetiremos até o final dessa primeira parte, os primeiros exilados que regressaram deram inicio à restauração depois do exílio. Esse grupo foi liberto da Babilônia e abençoado por Deus. Zorobabel conduziu o povo às bênçãos de Deus ao reconstruir o templo apesar da oposição.
Essa parte primeira foi dividida em duas. A. O regresso dos exilados – 1:1 a 2:70 – concluiremos agora. B. A reconstrução do templo – 3:1 a 6:22.
Nosso mapinha de leitura ficaria assim:
Parte I - O REGRESSO DOS EXILADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO – 1:1 a 6:22.
A. O regresso dos exilados – 1:1 a 2:70.
Essa primeira divisão “A” ficou assim dividida: O decreto de Ciro – 1:1-4:2 – já vimos. Os preparativos para o regresso – 1:5-11:3 – já vimos. A lista dos que regressaram – 2:1-70 – veremos agora.
A lista dos que regressaram – 2:1-70
Com algumas pequenas variações essa lista também é repetida em Ne 7:6-73. É uma lista simples com pessoas comuns que são essenciais para a realização do plano redentor de Deus. Na verdade, “o restante do povo” – Ne 7:72 – contribuiu mais para a reconstrução do que “alguns dos cabeças das famílias” – Ne 7:70.
Zorobabel, que aparece no verso 2, como já falamos é um descendente de Davi, o 31º, a partir de Abraão na lista de Mateus. Ele era neto do rei Jeoaquim e o líder responsável pela edificação dos alicerces do templo – 3:8-10. Outros nomes como Jesua, Neemias e Mordecai não são aqueles que imaginamos ser, mas outros, de pessoas comuns da época que tinham os mesmos nomes.
O primeiro grupo de pessoas dessa lista estava dividida em duas partes. A primeira delas é constituída de leigos – vs 3 ao 20 – e a segunda, vs 21 ao 35, relacionando as cidades denode eles vieram.
Os grupos seguintes eram associados ao serviço no templo: vs 36 ao 39, os sacerdotes; vs 40, os levitas; vs 41, os cantores; vs 42, os porteiros; vs 43 ao 54, os servidores do templo e vs 55 ao 57, os servos de Salomão.
Já o último grupo de exilados que regressaram é constituído dos que não podiam provar a sua linhagem, incluindo aí, os leigos, sacerdotes, sendo que estes seriam considerados imundos se não pudessem provar que eram da linhagem de  Arão – Ex 29:44; Nm 3:3. Zorobabel não poderia, em nome do caos presente, devido ao regresso do cativeiro, deixar passar os requisitos exigidos na lei para o serviço no templo.
Para se resolver algumas dessas questões, iriam eles fazer uso do Urim e do Tumim que era um dispositivo ou conjunto de dispositivos, possivelmente semelhante a um conjunto de dados ou a uma moeda para ser lançada com a finalidade de obter decisões de Deus – Ex 28:30; Nm 27:21; I Sm 28:6. Assim, a determinação da linhagem de alguns desses sacerdotes mencionados no vs 61, somente seria possível quando se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim – vs 63.
O primeiro templo não foi construído com dízimos, mas com ofertas voluntárias trazidas com grande alegria – I Cr 29:1 a 9. O princípio de dar além do dízimo e de acordo com os seus recursos continua em vigor na nova aliança para não mais a edificação do templo, mas para a edificação – divulgação - do reino – II Co 8:11 “Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes.”
Ed 2:1 Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro,
                dentre os exilados, que Nabucodonosor, rei de Babilônia,
                               tinha transportado a Babilônia,
                                               e tornaram a Jerusalém e a Judá,
                                                               cada um para a sua cidade;
                Ed 2:2 Os quais vieram com
                               Zorobabel, Jesuá, Neemias, Seraías, Reelaías, Mardoqueu,
                                               Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná.
                                                               O número dos homens do povo de Israel:
                Ed 2:3 Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.
                Ed 2:4 Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.
                Ed 2:5 Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco.
                Ed 2:6 Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá-Joabe,
                               dois mil oitocentos e doze.
                Ed 2:7 Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.
                Ed 2:8 Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco.
                Ed 2:9 Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.
                Ed 2:10 Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois.
                Ed 2:11 Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três.
                Ed 2:12 Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois.
                Ed 2:13 Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis.
                Ed 2:14 Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e seis.
                Ed 2:15 Os filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e quatro.
                Ed 2:16 Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito.
                Ed 2:17 Os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três.
                Ed 2:18 Os filhos de Jora, cento e doze.
                Ed 2:19 Os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três.
                Ed 2:20 Os filhos de Gibar, noventa e cinco.
                Ed 2:21 Os filhos de Belém, cento e vinte e três.
                Ed 2:22 Os homens de Netofá, cinqüenta e seis.
                Ed 2:23 Os homens de Anatote, cento e vinte e oito.
                Ed 2:24 Os filhos de Azmavete, quarenta e dois.
                Ed 2:25 Os filhos de Quiriate-Arim, Quefira e Beerote,
                               setecentos e quarenta e três.
                Ed 2:26 Os filhos de Ramá, e de Geba, seiscentos e vinte e um.
                Ed 2:27 Os homens de Micmás, cento e vinte e dois.
                Ed 2:28 Os homens de Betel e de Ai, duzentos e vinte e três.
                Ed 2:29 Os filhos de Nebo, cinqüenta e dois.
                Ed 2:30 Os filhos de Magbis, cento e cinqüenta e seis.
                Ed 2:31 Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.
                Ed 2:32 Os filhos de Harim, trezentos e vinte.
                Ed 2:33 Os filhos de Lode, de Hadide e de Ono,
                               setecentos e vinte e cinco.
                Ed 2:34 Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco.
                Ed 2:35 Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta.
                Ed 2:36 Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesuá,
                               novecentos e setenta e três.
                Ed 2:37 Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois.
                Ed 2:38 Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete.
                Ed 2:39 Os filhos de Harim, mil e dezessete.
                Ed 2:40 Os levitas:
                               os filhos de Jesuá e Cadmiel, dos filhos de Hodavias,
                                               setenta e quatro.
                Ed 2:41 Os cantores:
                               os filhos de Asafe, cento e vinte e oito.
                Ed 2:42 Os filhos dos porteiros:
                               os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom,
                               os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai;
                                               ao todo, cento e trinta e nove.
                Ed 2:43 Os netinins:
                               os filhos de Zia, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
                               Ed 2:44 Os filhos de Querós, os filhos de Siá,
                               os filhos de Padom, Ed 2:45 Os filhos de Lebaná,
                               os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,
                               Ed 2:46 Os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai,
                               os filhos de Hanã, Ed 2:47 Os filhos de Gidel,
                               os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,
                               Ed 2:48 Os filhos de Rezim, os filhos de Necoda,
                               os filhos de Gazão, Ed 2:49 Os filhos de Uzá,
                               os filhos de Paseá, os filhos de Besai,
                               Ed 2:50 Os filhos de Asna, os filhos dos meunitas,
                               os filhos dos nefuseus, Ed 2:51 Os filhos de Bacbuque,
                               os filhos de Hacufa, os filhos de Harur,
                               Ed 2:52 Os filhos de Bazlute, os filhos de Meída,
                               os filhos de Harsa, Ed 2:53 Os filhos de Barcos,
                               os filhos de Sísera, os filhos de Tama.
                               Ed 2:54 Os filhos de Neziá, os filhos de Hatifa,
                               Ed 2:55 Os filhos dos servos de Salomão;
                               os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda,
                               Ed 2:56 Os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de
                               Gidel, Ed 2:57 Os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os
                               filhos de Poquerete-Hazebaim, os filhos de Ami.
                               Ed 2:58 Todos os netinins, e os filhos dos servos de Salomão,
                                               trezentos e noventa e dois.
                Ed 2:59 Também estes subiram de Tel-Melá e Tel-Harsa, Querube,
                               Adã e Imer; porém não puderam provar que as suas famílias
                                               e a sua linhagem eram de Israel.
                               Ed 2:60 Os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de
                               Necoda, seiscentos e cinqüenta e dois.
                Ed 2:61 E dos filhos dos sacerdotes:
                               os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai,
                                               que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita,
                                                               e que foi chamado do seu nome.
                Ed 2:62 Estes procuraram o seu registro entre os que estavam
                               arrolados nas genealogias, mas não se acharam nelas;
                                               assim, por imundos, foram excluídos do sacerdócio.
                Ed 2:63 E o governador lhes disse que não comessem das coisas
                               consagradas, até que houvesse sacerdote
                                               com Urim e com Tumim.
Ed 2:64 Toda esta congregação junta foi de
                quarenta e dois mil trezentos e sessenta,
                Ed 2:65 Afora os seus servos e as suas servas,
                               que foram sete mil trezentos e trinta e sete;
                                               também tinha duzentos cantores e cantoras.
                Ed 2:66 Os seus cavalos, setecentos e trinta e seis;
                               os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;
                Ed 2:67 Os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco;
                               os jumentos, seis mil setecentos e vinte.
Ed 2:68 E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa do SENHOR,
                que habita em Jerusalém, deram ofertas voluntárias
                               para a casa de Deus, para a estabelecerem no seu lugar.
                Ed 2:69 Conforme as suas posses, deram para o tesouro da obra,
                               em ouro, sessenta e uma mil dracmas,
                               e em prata cinco mil libras, e cem vestes sacerdotais.
Esdras 2:70 E habitaram os sacerdotes e os levitas,
                e alguns do povo, tanto os cantores, como os porteiros, e os netinins,
                               nas suas cidades;
                                               como também todo o Israel nas suas cidades.
Interessante observar, como a BEG, que o último versículo serve para contrabalançar o vs 1, ou seja, no vs 1 eles “subiram” e “voltaram”; no vs 70, eles “habitaram”.
A grande misericórdia e graça abundante de Deus tinha dado a eles - povo de Deus, ao povo da promessa, aos remanescentes do Israel do pós-exílio - a restauração à Terra Prometida!
Nessa volta, chama a atenção um aspecto relacionado à tradição deles de voltarem a tomar posse das antigas terras que eram heranças de suas famílias – I Cr6:66-80.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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domingo, 26 de outubro de 2014

Esdras 1:1-11 - A AÇÃO DE DEUS NO REGRESSO DOS EXILADOS POR ORDEM DE CIRO, REI PERSA.

Sobre o livro Esdras e Neemias
O livro de Esdras e Neemias, muito provavelmente, foi escrito pelo mesmo autor – desconhecido – embora as tradições consideram que o autor tenha sido Esdras. Ele teria sido o responsável por escrever I e II Crônicas e Esdras e Neemias. De fato, o livro de Esdras-Neemias parece mesmo continuidade de I e II Crônicas.

Eles eram considerados ambos um só livro conforme se vê na Bíblia Hebraica, no Talmude, nos escritos de Flávio Josefo, nos manuscritos mais antigos da Septuaginta.
Um dos primeiros teólogos a separar esses livros foi Orígenes, depois Jerônimo e atualmente as traduções modernas.
Ambos, Esdras e Neemias, foram contemporâneos, sendo que muito provavelmente, Esdras tenha chegado primeiro a Jerusalém – em 450 a.C., “no sétimo ano” – Ed 7:8 – de Artaxexes I. Neemias deve ter vindo “no ano vigésimo” – 445 a.C.; Ne 2:1.
O propósito desses livros era incentivar o remanescente de Israel do pós-exílio que haviam regressado à Terra Prometida a continuar o trabalho que Zorobabel, Esdras e Neemias haviam iniciado.
Obviamente que se trata de um livro histórico com essa demonstração positiva desses trabalhos de Zorobabel, Esdras e Neemias com a finalidade de servir de exemplo  e incentivo para sua continuidade.
Assim, o livro de Esdras conta como alguns judeus que estavam na Babilônia como prisioneiros voltaram, por volta de 515 a.C., para Jerusalém reconstruírem o templo e começaram outra vez,  a adorar a Deus em Jerusalém.
Verdades fundamentais encontradas no livro, conforme a Bíblia de Estudo de Genebra – BEG. 1. Deus apoiou e abençoou Zorobabel, Esdras e Neemias no trabalho de incrementar a restauração depois do exílio. 2. Quando a restauração de Israel perdeu o seu vigor, Esdras e Neemias forneceram liderança fiel. 3. O templo e Jerusalém eram de suma importância para que Deus abençoasse o seu povo. 4. O seu povo (todo o povo de Deus, ou seja, todo o remanescente do povo do pós-exílio) teve de ser conduzido ao arrependimento e à santidade, para que pudessem receber a bênção de Deus.
Iremos também seguir a divisão de capítulos proposta pela BEG para termos um referencial de qualidade em nossos estudos e reflexões.

  • Parte I – O REGRESSO DOS EXILADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO – 1:1 a 6:22.
  • Parte II – O REGRESSO DE ESDRAS E A RECONSTRUÇÃO DA COMUNIDADE – 7:1 a 10:44.
  • Há duas informações importantes na introdução desses livros pela BEG que merecem destaque. Uma fala de que Esdras e Neemias se trata de uma compilação de vários documentos separados, entretecidos com grande habilidade por meio de listas. A outra também fala de várias correspondências oficiais que são as cartas que permaneceram em suas próprias línguas originais – o aramaico, língua usada na diplomacia internacional dessa época e lugar -, não sendo traduzidas.
    As listas são:
    (1) Dos utensílios do templo (1:9-11).
    (2) Dos primeiros exilados que regressaram (2:3-70; repetida em Ne 7:8-73).
    (3) Dos líderes que regressaram com Esdras (8:2-14).
    (4) Dos envolvidos em casamentos mistos (10:18-43).
    (5) Dos que reconstruíram o muro (Ne 3).
    (6) Dos que selaram a aliança (Ne 10:1-27).
    (7) Dos novos residentes em Jerusalém e cidades vizinhas (Ne 11).
    (8) Dos sacerdotes e levitas que voltaram com Zorobabel (Ne 12:1-26).
    As cartas são:
    (1) A carta de Reum a Artaxerxes (4.11-16).
    (2) A resposta de Artaxerxes (4.17-22).
    (3) A carta de Tatenai a Dario (5.7-17).
    (4) O memorando referente ao decreto de Ciro (6.2-5).
    (5) A resposta de Dario a Tatenai (6.6-12).
    (6) A carta de Artaxerxes em favor de Esdras (7.12-26).
    Além disso, o livro também traz
    ·  O decreto de Ciro (1:2-4).
    ·  As memórias de Esdras (7:27-9:15).
    ·  As memórias de Neemias (Ne 1:1 – 7:5; 12:27-43; 13:4-31).
    A revelação de Cristo é uma característica importante do livro de Esdras—Neemias. O livro revela Cristo de pelo menos cinco maneiras.

    1.  O trabalho de Esdras e Neemias teve como base a iniciativa de Zorobabel, o descendente de Davi que representou a família real no início da restauração final do povo de Deus à bênção (Ag 1 - 2; Zc 1 - 8). O trabalho de Zorobabel ficou aquém das expectativas, mas, posteriormente, Jesus viria da linhagem de Zorobabel (Mt 1.12-16) e receberia as promessas dadas à casa de Davi depois do exílio.
    Contados desde Abraão, Zorobabel foi o 31º e Jesus Cristo foi 42º.
    2.        Os retratos idealistas de Zorobabel, Esdras e Neemias como líderes prenunciam a obra de Cristo. Do mesmo modo que esses homens dedicaram a própria vida a conduzir o povo de Deus às bênçãos divinas, Cristo conduz os seus às bênçãos supremas e eternas.
    Como Cristo – Mt 23:1-39 -, Esdras e Neemias confrontaram e corrigiram o pecado em Israel – 9:1-15; 10:10-14; Ne 1:6-7; 9:1-3, 26-38; 13:15-27. Como Cristo – Jo 17:6-26 -, eles se identificaram com o povo pecador e oraram por ele – 9:6-15; Ne 1:4-11.
    3.  O enfoque sobre a reconstrução e o funcionamento correto do templo em Jerusalém prefigura Cristo. O templo é um elemento central da fé cristã. Cristo não apenas purificou o templo – Mt 21:12-13; Jo 2:13-17 – como também se tornou o templo – Jo 2:19-22. Cristo institui a igreja como templo de Deus – I Co 3:16-17; II Co 6:16 – e hoje, ministra no templo celestial – Hb 9:11-12, 24.
    Quando voltar, Cristo trará a nova Jerusalém do céu para a terra a fim de tornar o novo céu e nova terra a cidade santa de Deus,  como ele próprio e o Pai como o seu templo – Ap 21:22. Os temas de santidade, sacrifícios orações, perdão, sacerdócio e da presença de Deus são associados com o templo em Esdras—Neemias são cumpridos em Cristo.
    4.  As reformas morais que Esdras e Neemias realizaram no âmbito nacional se cumpriram, igualmente, de modo supremo em Cristo. Ele também conclamou o povo da aliança de Deus a voltar para o Senhor e à sua lei – Mt 5:17-19. Na verdade, por meio de sua morte e ressurreição e do poder do seu Espirito, Cristo purifica da injustiça e conduz à vida de fé – I Jo 1:7-9 - todos os que creem nele para que possam herdar as bênçãos de Deus - Mt 25:34-40; Rm 6:1-23; I Pe 3:9-12.
    5. Durante a breve estadia de Esdras em Jerusalém, ele reconstituiu Israel e deu à sua fé uma forma que permitiria que ela sobrevivesse ao longo dos séculos. Esdras organizou a comunidade judaica em torno da lei, a Torá. Dessa época em diante, a marca distintiva de um judeu não seria geográfica ou nacional, mas sim, referente à aceitação da lei. A lei abriu um caminho para a superação das limitações étnicas e geográficas de outros tempos. Essa mudança na fé judaica lançou os alicerces para muitas das características da fé cristã. O culto cristão, a organização eclesiástica, a vida em comunidade, os empreendimentos missionários e outros elementos da fé cristã se firmaram, em grande parte, nessas mudanças resultantes do ministério de Esdras.
    Parte I - O REGRESSO DOS EXILADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO – 1:1 a 6:22.
    Os primeiros exilados que regressaram deram inicio à restauração depois do exílio. Esse grupo foi liberto da Babilônia e abençoado por Deus. Zorobabel conduziu o povo às bênçãos de Deus ao reconstruir o templo apesar da oposição.
    Ed :1-11 - O decreto de Ciro
    Essa parte primeira será dividida em duas. A. O regresso dos exilados – 1:1 a 2:70. B. A reconstrução do templo – 3:1 a 6:22.
    A. O regresso dos exilados – 1:1 a 2:70.
    Depois do exílio, Zorobabel conduziu parte do povo de Deus de volta à Terra Prometida. Esse regresso é descrito em três partes. O decreto de Ciro – 1:1-4. 2. Os preparativos para o regresso – 1:5-11. 3. A lista dos que regressaram – 2:1-70.
    O decreto de Ciro – 1:1-4.
    O livro de I e II Crônicas parece ter sido escrito com essa finalidade de mostrar mesmo ao povo remanescente de Israel do pós-exílio a sua origem desde Adão e mostrar mesmo a descendência deles até Davi.
    Com isso eles estavam criando uma consciência no povo de Deus do reinado davídico como dando legitimidade a ele para lhes mostrar que Davi fora a escolha de Deus e assim a sua descendência seria perpetuada pela eternidade.
    Com Davi veio a ideia da construção do templo que ele não pode fazer, mas que foi executada por seu filho Salomão.  Com a centralidade do templo e o reino davídico, a ênfase se tornou nas alianças e na palavra de Deus, nas suas leis, ordenanças, cerimoniais, nos ritos sacerdotais, no louvor.
    O remanescente sabia que estava vindo de uma situação complicada de exílio por causa da desobediência à palavra de Deus. Assim, doravante, iriam buscar as bênçãos de Deus.
    Quando parece que crônicas vai ter fim depois de expor todos os reis que se levantaram em sucessão a Davi, desde Salomão, até Zezequias, não fazendo muito caso dos reis do Reino do Norte, sem os citar como foi feito nos livros de Reis, ele é praticamente interrompido sendo seus últimos versículos os primeiros de Esdras.
    Vejamos como ficam sua redações comparadas:

    II Cr 36:22-23.
    Ed 1:1-4
    II Crônicas 36:22 Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
    II Crônicas 36:23 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
    Quem há entre vós, de todo o seu povo, o SENHOR seu Deus seja com ele, e suba.

    Esdras 1:1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
    Esdras 1:2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
    Esdras 1:3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do SENHOR Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém.
    Esdras 1:4 E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém
    Como se vê, a passagem de Crônicas é repetida em Esdras com algumas variações. Ciro tinha adotado uma política liberal em relação a vários pontos deportados pelos babilônios. A libertação de Israel traz à memória a oração feita por Salomão na dedicação do templo.
    Enquanto o cronista encerra a sua história como um relato de que Ciro, o imperador persa, libertou o remanescente de Israel, sob direção de Deus, com o propósito específico de reconstruir o templo onde também incentiva os seus leitores do pós-exílio a renovarem o seu compromisso com o templo novo de sua época, Esdras, conforme cremos, sendo o mesmo autor, dá mais detalhes do rei da Pérsia.
    Ele pede claramente que seja edificado a Casa do Senhor, uma vez que ele é o Deus que habita em Jerusalém.
    Ciro, rei da Pérsia, governou sobre a Babilônia de 539 a.C. até 530 a.C. Foi no primeiro ano de seu reinado, em 538 a.C., que a palavra do Senhor se cumpriu na vida dele de forma que fez passar pregão por todo seu reino dando a ordem para a reconstrução da Casa do Senhor.
    Jeremias havia profetizado um cativeiro de setenta anos na Babilônia (Jr 25:11-12; 29:10). No antigo Oriente Próximo, setenta anos era o modo padrão de descrever um período de julgamento divino. Equivalia aproximadamente à duração da vida de um modo geral (Sl 90:10) ou, mais especificamente, da vida do rei sob o qual o juramento havia ocorrido (Is 23:15), mas esse período podia ser estendido ou abreviado - Is 23:15,17; Dn 9:2; Zc 1:12.
    De 605 a.C. (quando os primeiros cativos foram deportados) até 538 a.C. (quando o decreto para regressarem foi publicado), passaram-se sessenta e sete anos. É possível que a passagem também esteja se referindo a outras profecias (veja Jr 16:14-15; 27:22). O Senhor cumpriu a palavra que ele havia proferido mais de meio século antes.
    Deus tinha uma incumbência especial para Ciro (Is 44:28; 45:1). A ação de Deus no coração de Ciro expressa um tema importante do livro: a aprovação divina do seu programa de restauração.
    Conforme a BEG, Ciro usou um nome comum para Deus no período após o exílio - um título que identifica o Senhor como autoridade e poder supremo – encontrado principalmente em Esdras, Neemias e Daniel.
    Ciro deu testemunho da aprovação divina da sua decisão política. É de se duvidar que ele tenha, de fato, compreendido e crido em seu próprio testemunho, pois no Cilindro de Ciro são encontradas declarações semelhantes acerca de Marduque.
    Israel recebeu o mesmo tratamento dado por Ciro a outros povos que também eram seus súditos. Seu propósito era usar os deuses desses povos para os seus próprios interesses. No entanto, o desígnio controlador do Senhor visava dar continuidade ao progresso de seus propósitos redentores.
    A comissão de Ciro foi dirigida ao povo em geral, e não aos líderes, expressando um tema importante do livro. O Povo de Deus como um todo era essencial para a realização do plano redentor de Deus.
    No verso 3 quando a expressão “suba a Jerusalém” é usada, conforme a BEG, ela estaria fazendo referência à volta do exílio como um novo êxodo. O verbo traduzido como "subir" é o mesmo usado para descrever a maneira como o Senhor fez o seu povo sair do Egito (Ex 32:1,4,7,8,23).
    O Deus que havia tirado Israel do Egito estava operando para salvar o seu povo (Is 11:11; Jr 16:14-15).
    Temos no verso 4 outro paralelo com o êxodo, no qual os egípcios mandaram Israel embora com presentes (Ex 12:35-36). Seguindo o padrão da saída do Egito, o povo de Deus se preparou para regressar recebendo presentes e suprimentos de seus captores.
    2. Os preparativos para o regresso – 1:5-11.
    Seguindo o padrão da saída do Egito, o povo de Deus se preparou para regressar recebendo presentes e suprimentos de seus captores.
    E foram se levantando todos aqueles cujo espírito Deus despertou para subirem a edificar a Casa de Deus. É curioso que o mesmo verbo hebraico “despertou” é usado tando no vs 1, quanto aqui no vs 5. Lá, Deus despertou Ciro; aqui, os cabeças de famílias de Judá e de Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas. Isso nos mostra o poder soberano de Deus que controla todas as coisas no qual ele mesmo gerou o decreto e ele mesmo suscitou a resposta.
    Além de estarem voltando com presentes, também estariam voltando com os utensílios do templo de acordo com o decreto de Ciro. O Senhor cumpriu a sua promessa de que, depois de disciplinar o seu povo por ter rompido a aliança, ele os levaria de volta à Terra Prometida – Dt 30:1-5.
    Ed 1:1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia
                    (para que se cumprisse a palavra do SENHOR,
                                   pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR
                                                   o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar
                                                                   pregão por todo o seu reino,
                                                                                  como também por escrito, dizendo:
                    Ed 1:2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia:
                                   O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra,
                                                   e me encarregou de lhe edificar uma casa
                                                                   em Jerusalém, que está em Judá.
                    Ed 1:3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele,
                                   e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do
                                   SENHOR Deus de Israel (ele é o Deus)
                                                   que está em Jerusalém.
                    Ed 1:4 E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar
                                   peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata,
                                                   com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas
                                                   voluntárias para a casa de Deus,
                                                                   que está em Jerusalém.
                    Ed 1:5 Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim,
                                   e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito
                                                   Deus despertou, para subirem a edificar
                                                                   a casa do SENHOR, que está em Jerusalém.
                    Ed 1:6 E todos os que habitavam nos arredores lhes firmaram as mãos
                                   com vasos de prata, com ouro, com bens e com gado, e com
                                                   coisas preciosas; além de tudo o que
                                                                   voluntariamente se deu.
                    Ed 1:7 Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do SENHOR,
                                   que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém, e que tinha
                                                   posto na casa de seus deuses.
                    Ed 1:8 Estes tirou Ciro, rei da Pérsia, pela mão de Mitredate,
                                   o tesoureiro, que os entregou contados a Sesbazar,
                                                   príncipe de Judá.
                    Ed 1:9 E este é o número deles:
                                   trinta travessas de ouro, mil travessas de prata,
                                   vinte e nove facas, Ed 1:10 Trinta bacias de ouro,
                                                   mais outras quatrocentas e dez bacias de prata,
                                                                   e mil outros utensílios.
                    Ed 1:11 Todos os utensílios de ouro e de prata foram
                                   cinco mil e quatrocentos;
                                                    todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro
                                                                   subiram de Babilônia para Jerusalém.
    Quantas coisas há para aprender com os relatos bíblicos e agora a oportunidade de verificar nesses três últimos livros históricos a história desse povo escolhido por Deus e mais teimoso do que a própria teimosia personificada.
    Há propósitos em tudo o que Deus faz! Nossas vidas não estão diante de nós sem qualquer finalidade. Quem olha o cenário atual pode até imaginar que o acaso é o nosso deus e a sorte nossa deusa, mas vendo a história desse povo de Deus e a sua condução e a paciência e a misericórdia de Deus, logo se admira com a sua sabedoria e longanimidade.
    Tudo o que está escrito na Palavra de Deus irá se cumprir!
    A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
    http://www.jamaisdesista.com.br
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