Estamos no capítulo 19/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1
a 27:13.
1. Oráculos acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18.
Nessa seção “1”, como já dissemos, estamos
apresentando as profecias (oráculos) de Isaías relativas às ações de Deus para
com dez nações específicas que desempenharam papéis importantes durante o
período do julgamento assírio.
Os oráculos também foram igualmente
divididos em 10 partes, envolvendo, portanto, dez nações: a. Babilônia
(Assíria) – 13:1 a 14:27 – já vista.
b. Filístia – 14:28 – 32 – já vista.
c. Moabe – 15:1 – 16:14 – já vista.
d. Damasco – 17:1-14 – já vista. e. A
Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6 – estamos
vendo agora. f. Babilônia – 21:1-10. g. Edom – 21:11-12. h. Arábia –
21:13-17. i. Jerusalém – 22:1-25. j. Tiro – 23:1-18.
e. A Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6 - continuação.
Como já dissemos, estamos vendo o quarto
oráculo de Isaías, contra a quarta nação das dez mencionadas, neste caso contra
a Etiópia/Egito, para mostrar as aflições que cairiam sobre elas.
Até o final do próximo capítulo, o profeta
voltar-se-á para o Egito (18.1-20.6), declarando:
·A
vitória futura do rei assírio Esar-Hadom sobre o Egito em 670 a.C.
·Os
efeitos que a sua vitória teria sobre o Egito.
·A
lição a ser aprendida com essa derrota.
No verso primeiro, a sentença é contra o
Egito onde o Senhor estaria cavalgando uma nuvem ligeira, isto é, o Senhor
seria exaltado sobre todos os outros deuses ao envolver os egípcios em batalha
mediante o ataque assírio de 670 a.C. (SI 18:10; 68:33; 104:3).
Até ao verso 15, veremos que Isaías, o
profeta, revelará a fragilidade do Egito diante do julgamento assírio.
No verso 2, Deus diz que levantaria dentro
da própria nação uma divisão entre eles de forma que se enfrentassem
terrivelmente. A violência e a agitação desse período seriam extensivas, uma
vez que o julgamento de Deus viria não apenas de fora do Egito, mas também de
dentro (veja Jz 7:22; II Cr 20:22).
O desespero deles seria tão terrível que
passariam a consultarem os seus ídolos, e encantadores, e necromantes, e feiticeiros.
Assim vemos que o poder de Deus mostrado no sucesso da campanha de Esar- Hadom
seria uma demonstração do poder de Deus sobre os impotentes deuses egípcios e
suas práticas mágicas e de feitiçarias.
Eis aqui uma tremenda batalha espiritual e
o que vemos? Aprendizagem de teorias demoníacas para sabermos lidar e exorcizar
os demônios? Conhecimento do inimigo para sabermos montar nossas estratégias? Aprendizagens
ocultas e secretas para pronunciarmos mantras, decretos, palavras de poder?
Eu não vejo nada disso! Eu continuo a ver
um Deus soberano a quem devo temer e respeitar. Se por um acaso eu estiver ali
naquele meio demoníaco, no cerne dessa batalha espiritual, a serviço de meu
Senhor, o que me poderão fazer os demônios sem que antes tenham obtido
autorização de meu Pai que está nos céus?
Eu sei que nossa luta não é contra a carne
e o sangue, mas justamente como está escrito em Efésios 6:10-18:
Efésios 6:10 No demais, irmãos meus,
fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Efésios 6:11 Revesti-vos de toda a armadura
de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Efésios 6:12 Porque não temos que lutar
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
Efésios 6:13 Portanto, tomai toda a armadura
de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar
firmes.
Efésios 6:14 Estai, pois, firmes, tendo
cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça;
Efésios 6:15 E calçados os pés na preparação
do evangelho da paz;
Efésios 6:16 Tomando sobretudo o escudo da
fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
Efésios 6:17 Tomai também o capacete da
salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
Efésios 6:18 Orando em todo o tempo com toda
a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica
por todos os santos,
Em momento algum, Paulo nos ensina lições
do diabo, antes nos aponta os caminhos excelentes de Deus que serão nossas
armas eficazes contra todo o poder do inimigo.
A grande batalha espiritual já foi vencida
por Deus e por Cristo na cruz do calvário. De nada adianta eu ficar aqui
tentando me especializar em potestades e conhecimentos do inferno, antes devo
temer a Deus e andar nos seus caminhos buscando a sua face e orando em todo
tempo, sabendo que ele Deus é poderoso para fazer sua vontade prevalecer, mesmo
no meio do inferno.
A fase atual de nossa existência é a do “TODO
O PODER ME FOI DADO” – Mt 28:18 - e precisamos aproveitar isso para
evangelizar, sabendo que ele estará conosco todos os dias, até a consumação dos
séculos para:
·Irmos.
·Fazermos
discípulos de todas as nações.
·Batizarmos
as que creem em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
·Ensinarmos
todas elas a guardar todas as coisas que ele nos tem ordenado.
Satanás e todas as forças do inferno juntas
não podem impedir a mensagem do evangelho, embora possam causar aflições ao
pregador. Paulo foi preso e açoitado e mal tratado diversas vezes, mas a
palavra de Deus jamais esteve presa.
Os demônios não estão nos céus, perderam o
seu lugar; não estão no inferno, não é para lá que eles irão; não foram ainda
para o lago de fogo e enxofre, pois não chegou ainda a sua hora; eles estão na
terra, presos, limitados e não podem impedir o evangelho, embora possam
atrapalhar.
Em suma, quem manda nessa terra é o Senhor soberano
sobre todas as coisas! É a ele a quem devemos temer e tremer diante dele. É a
ele a quem devemos buscá-lo em oração sabendo que dele virá nossa salvação. Não
perca seu tempo tentando aprender coisas que a Bíblia se limitou a ensinar. Não
se envolva com os demônios, mas com o Senhor deles e nosso. No final das contas
será assim, Satanás e todas as suas hostes nada mais são do que servos do Senhor
para cumprimento de seus propósitos santos, justos e bons.
Por isso que no verso 4 o Senhor os estaria
entregando nas mãos de um senhor duro, um rei feroz que são expressões da
tirania da dominação assíria sobre o Egito.
O julgamento de Deus contra o Egito
resultaria não apenas em derrota militar, mas em maldições que envolveriam
também a natureza.
O julgamento de Deus contra o Egito por
meio dos assírios também arruinaria o comércio do Egito: em particular a pesca
(cf. Nm 11:5; Ez 29:4) e as indústrias de linho.
Deus haveria de transformar em loucura a
sabedoria do Egito, por isso que chama de loucos os príncipes de Zoã ou Tânis,
uma cidade no delta do Nilo (vs. 13; Nm 13:22; Sl 78:12,43) e capital do Egito
naquela época.
O profeta zomba com um comentário
sarcástico sobre a alegação de sabedoria do Egito (cf. I Re 4:30) quando dizem
ser filho de sábios, filho de antigos reis. Deus também zomba da sabedoria decadente
do Egito, pois – vs 12 - onde estariam agora os seus sábios?
Mênfis ou Nofe – vs 13 - era uma cidade no
Baixo Egito e antiga capital do país. Nela havia confusão, em contraste com
sabedoria.
Foi do Senhor que veio um perverso espírito
que fez errar o Egito em todas as suas obras como o bêbado quando se revolve em
seu próprio vômito – vs 14.
A liderança — "pela cabeça ou cauda,
pela palma ou junco" (vs. 15) — levariam o povo a "errar" (vs.
13). Somente o Senhor poderia salvar o Egito (vs. 16-25).
Dos versos 16 ao 25, vemos a dificuldade
que se abatera sobre o Egito por meio do ataque assírio. E se não houvesse esse
ataque e perseguição, o que seria deles? Isso teve um grande efeito positivo ao
terminar levando os egípcios à disseminação do temor e da adoração ao Senhor no
Egito.
Essa profecia encontrou o seu primeiro
cumprimento durante a época em que os israelitas estavam exilados no Egito e alguns
habitantes aprenderam sobre Deus com os judeus que viviam em suas terras.
O ministério da igreja na pregação do
evangelho, desde o dia de Pentecostes (At 2) até hoje, tem fomentado esse
processo. Muitos egípcios estarão entre os redimidos quando Cristo voltar.
Alguns habitantes do Egito perceberiam que
o Senhor, que usou a Assíria como seu instrumento de ira, era maior que seus
próprios deuses (Js 2:9,11). As consequências disso seriam o abandono desse
caminho e a busca do Senhor.
Os egípcios jamais temeriam Judá, no
entanto temeriam o Deus deles que por meio dos assírios os corrigia. Essa
promessa de que Deus por fim concederia vitória ao seu povo contra todos os que
o haviam oprimido no passado, provocaria pavor e impeliria alguns egípcios a também
adorarem o Deus de Israel.
O Novo Testamento explica que essa predição
é cumprida na medida em que as nações vão aceitando Cristo, porque eles entendem
que os judeus que seguem a Cristo e os gentios que se uniram a ele na igreja,
recebem vitória em Cristo tanto agora como quando ele voltar.
Muitas cidades no Egito falariam a língua
de Canaã que antes era considerada uma abominação para os egípcios – Gn 43:32;
46:34. Isso revela uma grande transformação naquele povo.
A predição da construção de um altar a Deus
no Egito foi cumprida pela presença da igreja, o templo de Deus, nesse país.
Deus libertará os crentes egípcios de toda opressão por meio da salvação em
Cristo.
O Senhor se revelaria aos egípcios para que
eles também pudessem fazer o parte da aliança (Sl 87:4). A punição divina na
forma da opressão assíria e o sou prolongamento na repressão, produzido pelo
mal durante séculos, tinha o objetivo de atrair os egípcios para o Senhor (30:26;
Os 6:1; 14:1-2,4). Se não fosse assim, como haveriam de serem salvos os
egípcios?
As estradas do verso 23 simbolizam a eliminação
das barreiras entre os redimidos de Israel e aquelas nações gentias (11:16). Os
redimidos dentro das fronteiras das duas grandes nações inimigas da época de Isaías
encontrariam a sua identidade e unidade com o povo de Deus num compromisso
comum com o Senhor. Cristo cumpre essa predição ao levar as pessoas dessas
nações para a sua igreja.
Is 19:1 Peso do Egito.
Eis
que o SENHOR vem cavalgando numa nuvem ligeira,
e
entrará no Egito; e os ídolos do Egito estremecerão
diante
dele, e o coração dos egípcios se derreterá
no
meio deles.
Is
19:2 Porque farei com que os egípcios,
se
levantem contra os egípcios, e cada um pelejará
contra
o seu irmão, e cada um contra o seu próximo,
cidade
contra cidade, reino contra reino.
Is
19:3 E o espírito do Egito se esvaecerá no seu interior,
e
destruirei o seu conselho; e eles consultarão
aos
seus ídolos, e encantadores, e aqueles que têm
espíritos
familiares e feiticeiros.
Is
19:4 E entregarei os egípcios nas mãos de um senhor cruel,
e
um rei rigoroso os dominará, diz o Senhor,
o
SENHOR dos Exércitos.
Is
19:5 E secarão as águas do mar, e o rio se esgotará e ressequirá.
Is
19:6 Também os rios exalarão mau cheiro e se esgotarão
e
secarão os canais do Egito; as canas
e
os juncos murcharão.
Is
19:7 A relva junto ao rio, junto às ribanceiras dos rios,
e
tudo o que foi semeado junto ao rio, secará,
será
arrancado e não subsistirá.
Is
19:8 E os pescadores gemerão, e suspirarão todos os que lançam
anzol
ao rio, e os que estendem rede
sobre
as águas desfalecerão.
Is
19:9 E envergonhar-se-ão os que trabalham em linho fino,
e
os que tecem pano branco.
Is
19:10 E os seus fundamentos serão despedaçados,
e
todos os que trabalham por salário ficarão
com
tristeza de alma.
Is
19:11 Na verdade são loucos os príncipes de Zoã;
o
conselho dos sábios conselheiros de Faraó se embruteceu;
como,
pois, a Faraó direis:
Sou
filho de sábios, filho de antigos reis?
Is
19:12 Onde estão agora os teus sábios? Notifiquem-te agora,
ou
informem-te sobre o que o SENHOR dos Exércitos
determinou
contra o Egito.
Is
19:13 Loucos tornaram-se os príncipes de Zoã, enganados estão
os
príncipes de Nofe; eles fizeram errar o Egito,
aqueles
que são a pedra de esquina das suas tribos.
Is
19:14 O SENHOR derramou no meio dele um perverso espírito;
e
eles fizeram errar o Egito em toda a sua obra,
como
o bêbado quando se revolve no seu vômito.
Is
19:15 E não aproveitará ao Egito obra alguma que possa fazer
a
cabeça, a cauda, o ramo, ou o junco.
Is
19:16 Naquele tempo os egípcios serão como mulheres,
e
tremerão e temerão por causa do movimento da mão
do
SENHOR dos Exércitos, que há de levantar-se
contra
eles.
Is
19:17 E a terra de Judá será um espanto para o Egito;
todo
aquele a quem isso se anunciar se assombrará,
por
causa do propósito do SENHOR dos Exércitos,
que
determinou contra eles.
Is
19:18 Naquele tempo haverá cinco cidades na terra do Egito
que
falarão a língua de Canaã e farão juramento
ao
SENHOR dos Exércitos; e uma se chamará:
Cidade
de destruição.
Is
19:19 Naquele tempo o SENHOR terá um altar no meio da terra
do
Egito, e uma coluna se erigirá ao SENHOR,
junto
da sua fronteira.
Is
19:20 E servirá de sinal e de testemunho ao SENHOR dos Exércitos
na
terra do Egito, porque ao SENHOR clamarão por causa
dos
opressores, e ele lhes enviará um salvador
e
um protetor, que os livrará.
Is
19:21 E o SENHOR se dará a conhecer ao Egito,
e
os egípcios conhecerão ao SENHOR naquele dia,
e
o adorarão com sacrifícios e ofertas,
e
farão votos ao SENHOR, e os cumprirão.
Is
19:22 E ferirá o SENHOR ao Egito, ferirá e o curará;
e
converter-se-ão ao SENHOR, e mover-se-á às suas orações,
e os curará;
Is
19:23 Naquele dia haverá estrada do Egito até à Assíria,
e
os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria;
e
os egípcios servirão com os assírios.
Is
19:24 Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios
e
os assírios, uma bênção no meio da terra.
Is
19:25 Porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo:
Bendito
seja o Egito, meu povo, e a Assíria,
obra
de minhas mãos, e Israel, minha herança.
No futuro, Israel, o Egito e a Assíria
compartilhariam das promessas patriarcais (Gn 12:2-3).
Três expressões, conforme a BEG, dão a
entender que todos participarão em plena comunhão pactual:
1.“povo"
(10:24; 43:6-7; Sl 10:3; Jr 11:4; Os 1:10; 2:23; 40:1).
2."obra
de minhas mãos" (60:21; 64:8; Sl 119:73; 138:8).
3."herança"
(Dt 32:9).
O cumprimento dessa esperança é evidenciado
pelo caráter internacional da igreja hoje e será finalmente revelado nos novos
céus e na nova terra.
Estamos no capítulo 18/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1
a 27:13.
1. Oráculos acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18.
Nessa seção “1”, como já dissemos, estamos
apresentando as profecias (oráculos) de Isaías relativas às ações de Deus para
com dez nações específicas que desempenharam papéis importantes durante o
período do julgamento assírio.
Os oráculos também foram igualmente
divididos em 10 partes, envolvendo, portanto, dez nações: a. Babilônia
(Assíria) – 13:1 a 14:27 – já vista.
b. Filístia – 14:28 – 32 – já vista.
c. Moabe – 15:1 – 16:14 – já vista.
d. Damasco – 17:1-14 – já vista. e. A
Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6 – iniciaremos
agora. f. Babilônia – 21:1-10. g. Edom – 21:11-12. h. Arábia – 21:13-17. i.
Jerusalém – 22:1-25. j. Tiro – 23:1-18.
e. A Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6.
Estamos vendo o quinto oráculo de Isaías,
agora contra a quinta nação das dez mencionadas, neste caso contra a Etiópia e
o Egito, para mostrar as aflições que cairiam sobre elas.
Por causa de um etíope chamado Chabako que assumiu
o poder no Egito em 715 a.C., que a Etiópia e o Egito estão sendo contadas como
uma nação.
As profecias previam acontecimentos que tomariam
lugar à medida que a Etiópia/Egito se envolvessem com os levantes
internacionais provocados pelo ataque assírio, incluindo a derrota do Egito
pelo rei assírio Esar-Hadom em 670 a.C.
Nos seis primeiros versos encontraremos o
profeta declarando primeiramente um oráculo contra a Etiópia.
Ai da terra onde há o roçar de muitas asas
de insetos – vs 1. Pode ser "terra de muitos insetos" ou "terra
de muitos navios" (como em algumas traduções antigas de Isaías).
A Etiópia é uma região da Núbia, sul do
Egito moderno que envia os seus mensageiros por mar em navios de papiro ou
junco. O uso eficaz de navios leves e rápidos por parte dos núbios incitaria as
nações a se rebelarem contra os assírios.
Ironicamente, o profeta pediu aos mensageiros
velozes que fossem correndo entregar a mensagem dos vs. 3-6 aos etíopes, ou
seja, ao povo de elevada estatura e de pele lisa (não tinham o costume de usar
barba), terrível desde o seu princípio e cuja nação, cuja terra os rios dividem,
era forte e esmagadora – vs 2.
Os habitantes do mundo do vs 3 eram os
destinatários do oráculo (18.1-7), ou sejam, eram todas as nações que estavam
destinadas a sentir a ira de Deus por meio do ataque assírio. Elas observariam
o que o Senhor faria à Etiópia (e ao Egito).
No verso 4, o Senhor estaria ali olhando da
sua morada, estaria ali calmo, observando pacientemente as atividades da
Etiópia e do Egito por um momento antes de reagir (Sl 2:1-4; 33:13-17; 80:14).
Nos versos 5 e 6, vemos que há duas imagens
do julgamento de Deus por meio dos ataques assírios à Etiópia e ao Egito:
·A
poda das vinhas antes da colheita – vs 5.
·Uma
carcaça da qual os animais se alimentariam – vs 6.
Como indicam outras profecias nesse
contexto, o julgamento de Deus por meio dos assírios contra os etíopes (e os
egípcios) terminaria levando a uma época durante a qual alguns deles se submeteriam
ao Deus de Israel (13:4; 16:1).
Por conta dessa submissão, é que seria
levado, “naquele tempo”, um presente ao Senhor
dos Exércitos - Mt 2:1-12? - por esse
povo de elevada estatura e de pele lisa (não tinham o costume de usar barba), terrível
desde o seu princípio e cuja nação, cuja terra os rios dividem, era forte e
esmagadora – vs 2.
Estar na presença de Deus de forma
acessível, sem rituais ou burocracias, ou mesmo intermediários, era algo
impensável e impraticável até que Cristo veio e rasgou o véu da separação entre
o homem e Deus.
A acessível presença especial estava no
templo de Jerusalém. Essa predição foi cumprida em parte quando os gentios
foram incluídos entre os que retornaram em 539-538 a.C., mas encontraria a
realização final em Cristo, que fez com que um grande número de gentios
entrasse para o reino de Deus.
Is 18:1 Ai da terra
que
ensombreia com as suas asas,
que
está além dos rios da Etiópia.
Is
18:2 Que envia embaixadores por mar em navios de junco
sobre
as águas, dizendo:
Ide,
mensageiros velozes,
a um povo de elevada estatura e
de pele lisa;
a um povo terrível desde o seu
princípio;
a uma nação forte e esmagadora,
cuja
terra os rios dividem.
Is
18:3 Vós, todos os habitantes do mundo,
e
vós os moradores da terra, quando se arvorar a bandeira
nos
montes, o vereis; e quando se tocar a trombeta,
o
ouvireis.
Is
18:4 Porque assim me disse o SENHOR:
Estarei
quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor
do
sol resplandecente depois da chuva, como a
nuvem
do orvalho no calor da sega.
Is
18:5 Porque antes da sega, quando já o fruto está perfeito e,
passada
a flor, as uvas verdes amadurecerem,
então,
com foice podará os sarmentos
e
tirará os ramos e os lançará fora.
Is
18:6 Serão deixados juntos às aves dos montes
e
aos animais da terra; e sobre eles veranearão
as
aves de rapina, e todos os animais da terra
invernarão
sobre eles.
Is
18:7 Naquele tempo trará um presente ao SENHOR dos Exércitos
um
povo de elevada estatura e de pele lisa,
e
um povo terrível desde o seu princípio;
uma
nação forte e esmagadora, cuja terra os rios dividem;
ao
lugar do nome do SENHOR dos Exércitos,
ao
monte Sião.
Todos nós, hoje, independentemente de
nossas crenças temos acesso ao Trono da Graça a fim de alcançarmos mais graça
em tempo oportuno. Temos acesso livre a Deus Pai por meio de seu único Filho
que nos amou e se nos deu por causa de nossos pecados. Todos agora temos
acesso, no Tabernáculo, no Santo dos Santos e podemos fazer livremente as
nossas orações – Hb 10:19.
Hebreus 10:19 Tendo, pois, irmãos, ousadia
para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,
Hebreus 10:20 Pelo novo e vivo caminho que ele
nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,
Hebreus 10:21 E tendo um grande sacerdote
sobre a casa de Deus,
Hebreus 10:22 Cheguemo-nos com verdadeiro
coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má
consciência, e o corpo lavado com água limpa,
Hebreus 10:23 Retenhamos firmes a confissão da
nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.
Estamos no capítulo 17/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1
a 27:13.
1. Oráculos acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18.
Nessa seção “1”, como já dissemos, estamos
apresentando as profecias (oráculos) de Isaías relativas às ações de Deus para
com dez nações específicas que desempenharam papéis importantes durante o
período do julgamento assírio.
Os oráculos também foram igualmente
divididos em 10 partes, envolvendo, portanto, dez nações: a. Babilônia
(Assíria) – 13:1 a 14:27 – já vista.
b. Filístia – 14:28 – 32 – já vista.
c. Moabe – 15:1 – 16:14 – já vista.
d. Damasco – 17:1-14 – veremos agora.
e. A Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6. f. Babilônia – 21:1-10. g. Edom –
21:11-12. h. Arábia – 21:13-17. i. Jerusalém – 22:1-25. j. Tiro – 23:1-18.
d. Damasco – 17:1-14.
Neste capítulo, veremos esse oráculo
referente a Damasco - Capital da Síria e centro comercial das rotas de comércio
da Mesopotâmia para o Egito e a Arábia - que faz alusão à resposta militar
assíria à coalizão sírio-israelita em 734-732 a.C.
Foram nos dias de Peca que o rei da
Assíria, Tiglate-Pileser III, tomou cativos a parte norte do reino de Israel:
Ijom, a Abel-Bete-Maaca, a Janoa, e a Quedes, a Hazor, a Gileade, e a Galiléia,
e a toda a terra de Naftali. Ele ainda saqueou a Síria e capturou a sua capital
Damasco – 16:9. Damasco foi, portanto, tomada por Tiglate-Pileser III em 732
a.C.
As campanhas de Tiglate-Pileser
III (738-732 a.C.)[1]
Em
745 a.C. Tiglate—Pileser III ascendeu ao trono da Assíria. Ele invadiu Israel e
forçou o rei Menaém a renovar o pagamento do tributo (2Rs 15:17-23). Anos mais
tarde, o rei assírio voltou a invadir Israel, tomou terras e cidades e exilou
muitas pessoas.: (Para evitar problemas posteriores, os assírios tinham por
hábito exilar os conquistados, estabelecendo-os em outro país).
Era o começo do juízo de Deus em Israel que
já estava diminuindo o seu território e população. - II Re 15 e também em
Damasco, capital da Síria que se tornaria em um montão de ruínas com cidades
abandonadas – vs 1 e 2.
A fortaleza de Efraim, do vs 3, as
"cidades fortes" (vs. 9) de Israel foram severamente reduzidas em 732
a.C. e destruídas em 722 a.C. ( 9.1).
Os sobreviventes da Síria seriam
extremamente raros, assim como minguaria a glória de Israel, ou seja, tudo o
que tivesse restado seria mínimo em comparação com o antigo esplendor de
Israel. (vs. 4).
O profeta move-se da Síria para o Reino do
Norte de Israel, que havia se aliado fortemente com a Síria. As imagens são de
um corpo subnutrido (vs. 4), ajuntamento de grãos (vs. 5) e as poucas azeitonas
que restam depois que a oliveira foi sacudida (vs. 6). Ou seja, o vendaval
passou e somente deixou para trás o resto que não foi totalmente destruído.
Ainda assim – vs 6 – ficarão nele alguns
rabiscos, os remanescentes de Deus, a oliveira purificada e sacudida. A igreja
provada e aprovada. O vale dos Refains do vs 5 é um vale viçoso a sudoeste de
Jerusalém; é o portal para Sefelá, ou planícies ocidentais (Is 15:8; 18:16; II Sm
5:.18,22; I Cr 14:9).
Será nesse tempo, difícil para os que
sobreviverem e que agora são o resto do que sobrou e foi um dia, que atentará o
homem para o seu Criador! O hebraico faz contraste entre a obra de Deus
("Criador", vs. 7) e os feitos dos seres humanos "obras... o que
fizeram"; vs. 8).
As obras de Deus x as obras dos homens.
Claro estaria que o homem iria valorizar as obras de seu Criador depois de tudo
isso. Quanto às obras de suas mãos, essas envolviam suas ações devotadas a
deusa Aserá, consorte de El, a qual era uma deusa cananeia da fertilidade; a
adoração a essa deusa envolvia símbolos de fertilidade de bosques sagrados e
postes ídolos (27:9; Êx 34:13; Dt 16:21; Jz 2:13).
O profeta fala de que o homem atentará para
as obras do Criador e não para as do homem – vs. 7.
Precisamos nos dias atuais também
atentarmos para as obras do Criador! Se continuarmos em nossas rebeldias e
buscando a glória dos homens e sendo rebeldes, teremos de ser igualmente
sacudidos até somente sobrar corpo subnutrido (vs. 4), ajuntamento de grãos (vs.
5) e poucas azeitonas que restam depois que a oliveira é sacudida (vs. 6).
Israel havia se afastado de Deus (Dt 4:9,23,31;
8:11,14,18-19; 25:19; 32:18), do Deus da sua salvação, do único Redentor (43:3;
49:26; 62:11), rocha e fortaleza. Somente o Senhor é a força do seu povo (25:4;
27.5) que nem se compara com soluções militares, políticas e religiosas como
aqui fazem referência aos rituais cananeus de fertilidade – vs 10.
No verso 11, vemos, talvez, uma alusão à
prática pagã de forçar o florescimento de plantas em vasos como parte de
rituais de fertilidade. Ainda que desse tudo certo, como esperado, a colheita
voaria no dia da angústia e das dores insofríveis.
Hodiernamente, os homens buscam soluções
científicas para os seus problemas, mas nem sabem que podem estar criando
verdadeiros monstros indomáveis em consequência. Esquecer-se de Deus em prol do
conhecimento achando que dominamos a natureza do Criador é muito temerário.
Eu acho a ciência um braço de Deus enquanto
ela buscar a verdade dos fatos e a explicação dos fenômenos e mesmo o domínio
da natureza naquilo que for possível, mas descartar Deus do processo dessa
busca é dar um tiro nos dois pé precisando caminhar em seguida.
A sentença estava decretada e Deus castigaria
o Reino do Norte por meio dos assírios.
O poder destrutivo das nações que se uniam
aos assírios em sua campanha militar (13.5) é comparado a águas revoltas do
verso 12 e 13. Como rugem as muitas águas, assim rugiriam as nações, no
entanto, Deus interviria e as repreenderia obrigando-as a fugir para bem longe.
Deus é soberano sobre as nações por isso
que reina o Senhor e tremam os povos! Não temos que temer os que matam o corpo
e nada podem mais fazer, mas devemos temer aquele que além de matar pode lançar
no inferno tanto o corpo quanto a alma.
Vejamos a seguinte advertência de Lucas em
seu evangelho:
Lucas 12:4 E digo-vos, amigos meus: Não
temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer.
Lucas 12:5 Mas eu vos mostrarei a quem
deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no
inferno; sim, vos digo, a esse temei.
Lucas 12:6 Não se vendem cinco passarinhos
por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante de Deus.
Lucas 12:7 E até os cabelos da vossa cabeça
estão todos contados. Não temais pois; mais valeis vós do que muitos
passarinhos.
Lucas 12:8 E digo-vos que todo aquele que
me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante
dos anjos de Deus.
Lucas 12:9 Mas quem me negar diante dos
homens será negado diante dos anjos de Deus.
Nos versos de Lucas acima, vemos que Deus é
soberano! Que Deus tem controle sobre todas as coisas! Que é a ele a quem
devemos temer e não as nações, o inimigo, o diabo, o ladrão, as forças
espirituais. Por isso que devemos – ordem divina, mandamento – confessar Jesus
Cristo diante dos homens!
Israel, Judá, Síria, Damasco estavam se
esquecendo e rejeitando o conhecimento do Santo, por isso que o mal os afligia
e eles seriam devorados inteiros até somente sobrar o resto do resto, por pura
graça e misericórdia de Deus.
Is 17:1 Peso de Damasco.
Eis
que Damasco será tirada, e já não será cidade,
antes
será um montão de ruínas.
Is
17:2 As cidades de Aroer serão abandonadas;
hão
de ser para os rebanhos que se deitarão
sem
que alguém os espante.
Is
17:3 E a fortaleza de Efraim cessará, como também
o
reino de Damasco e o restante da Síria;
serão
como a glória dos filhos de Israel,
diz
o SENHOR dos Exércitos.
Is
17:4 E naquele dia será diminuída a glória de Jacó,
e
a gordura da sua carne ficará emagrecida.
Is
17:5 Porque será como o segador que colhe a cana do trigo
e
com o seu braço sega as espigas;
e
será também como o que colhe espigas no vale de Refaim.
Is
17:6 Porém ainda ficarão nele alguns rabiscos,
como
no sacudir da oliveira:
duas
ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos,
e
quatro ou cinco nos seus ramos mais frutíferos,
diz
o SENHOR Deus de Israel.
Is
17:7 Naquele dia atentará o homem para o seu Criador,
e
os seus olhos olharão para o Santo de Israel.
Is
17:8 E não atentará para os altares, obra das suas mãos,
nem
olhará para o que fizeram seus dedos,
nem
para os bosques, nem para as imagens.
Is
17:9 Naquele dia as suas cidades fortificadas serão como
lugares
abandonados, no bosque ou sobre o cume
das
montanhas, os quais foram abandonados
ante
os filhos de Israel; e haverá assolação.
Is
17:10 Porque te esqueceste do Deus da tua salvação,
e
não te lembraste da rocha da tua fortaleza,
portanto farás plantações
formosas,
e
assentarás nelas sarmentos estranhos.
Is
17:11 E no dia em que as plantares as farás crescer,
e
pela manhã farás que a tua semente brote;
mas
a colheita voará no dia da angústia
e
das dores insofríveis.
Is
17:12 Ai do bramido dos grandes povos que bramam
como
bramam os mares, e do rugido das nações que rugem
como
rugem as impetuosas águas.
Is
17:13 Rugirão as nações, como rugem as muitas águas,
mas
Deus as repreenderá e elas fugirão para longe;
e
serão afugentadas como a pragana dos montes
diante
do vento, e como o que rola levado pelo tufão.
Is
17:14 Ao anoitecer eis que há pavor,
mas
antes que amanheça já não existe;
esta
é a parte daqueles que nos despojam,
e
a sorte daqueles que nos saqueiam.
Se fossem inteligentes e prestassem bem atenção,
eles não precisariam temer os assírios que era como um mar revolto ou como um
moderno tsunami de grau bem elevado, mas a Deus que controla todas as coisas.
Isaías enxergava tudo isso e pregava a
palavra de Deus ao povo de Judá e aos de Damasco. O Senhor protegeria Judá
punindo tantos os sírios quanto o Reino do Norte.
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"Nascemos nos anos 30-40-50-60-70."
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