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domingo, 26 de outubro de 2014

Esdras 1:1-11 - A AÇÃO DE DEUS NO REGRESSO DOS EXILADOS POR ORDEM DE CIRO, REI PERSA.

Sobre o livro Esdras e Neemias
O livro de Esdras e Neemias, muito provavelmente, foi escrito pelo mesmo autor – desconhecido – embora as tradições consideram que o autor tenha sido Esdras. Ele teria sido o responsável por escrever I e II Crônicas e Esdras e Neemias. De fato, o livro de Esdras-Neemias parece mesmo continuidade de I e II Crônicas.

Eles eram considerados ambos um só livro conforme se vê na Bíblia Hebraica, no Talmude, nos escritos de Flávio Josefo, nos manuscritos mais antigos da Septuaginta.
Um dos primeiros teólogos a separar esses livros foi Orígenes, depois Jerônimo e atualmente as traduções modernas.
Ambos, Esdras e Neemias, foram contemporâneos, sendo que muito provavelmente, Esdras tenha chegado primeiro a Jerusalém – em 450 a.C., “no sétimo ano” – Ed 7:8 – de Artaxexes I. Neemias deve ter vindo “no ano vigésimo” – 445 a.C.; Ne 2:1.
O propósito desses livros era incentivar o remanescente de Israel do pós-exílio que haviam regressado à Terra Prometida a continuar o trabalho que Zorobabel, Esdras e Neemias haviam iniciado.
Obviamente que se trata de um livro histórico com essa demonstração positiva desses trabalhos de Zorobabel, Esdras e Neemias com a finalidade de servir de exemplo  e incentivo para sua continuidade.
Assim, o livro de Esdras conta como alguns judeus que estavam na Babilônia como prisioneiros voltaram, por volta de 515 a.C., para Jerusalém reconstruírem o templo e começaram outra vez,  a adorar a Deus em Jerusalém.
Verdades fundamentais encontradas no livro, conforme a Bíblia de Estudo de Genebra – BEG. 1. Deus apoiou e abençoou Zorobabel, Esdras e Neemias no trabalho de incrementar a restauração depois do exílio. 2. Quando a restauração de Israel perdeu o seu vigor, Esdras e Neemias forneceram liderança fiel. 3. O templo e Jerusalém eram de suma importância para que Deus abençoasse o seu povo. 4. O seu povo (todo o povo de Deus, ou seja, todo o remanescente do povo do pós-exílio) teve de ser conduzido ao arrependimento e à santidade, para que pudessem receber a bênção de Deus.
Iremos também seguir a divisão de capítulos proposta pela BEG para termos um referencial de qualidade em nossos estudos e reflexões.

  • Parte I – O REGRESSO DOS EXILADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO – 1:1 a 6:22.
  • Parte II – O REGRESSO DE ESDRAS E A RECONSTRUÇÃO DA COMUNIDADE – 7:1 a 10:44.
  • Há duas informações importantes na introdução desses livros pela BEG que merecem destaque. Uma fala de que Esdras e Neemias se trata de uma compilação de vários documentos separados, entretecidos com grande habilidade por meio de listas. A outra também fala de várias correspondências oficiais que são as cartas que permaneceram em suas próprias línguas originais – o aramaico, língua usada na diplomacia internacional dessa época e lugar -, não sendo traduzidas.
    As listas são:
    (1) Dos utensílios do templo (1:9-11).
    (2) Dos primeiros exilados que regressaram (2:3-70; repetida em Ne 7:8-73).
    (3) Dos líderes que regressaram com Esdras (8:2-14).
    (4) Dos envolvidos em casamentos mistos (10:18-43).
    (5) Dos que reconstruíram o muro (Ne 3).
    (6) Dos que selaram a aliança (Ne 10:1-27).
    (7) Dos novos residentes em Jerusalém e cidades vizinhas (Ne 11).
    (8) Dos sacerdotes e levitas que voltaram com Zorobabel (Ne 12:1-26).
    As cartas são:
    (1) A carta de Reum a Artaxerxes (4.11-16).
    (2) A resposta de Artaxerxes (4.17-22).
    (3) A carta de Tatenai a Dario (5.7-17).
    (4) O memorando referente ao decreto de Ciro (6.2-5).
    (5) A resposta de Dario a Tatenai (6.6-12).
    (6) A carta de Artaxerxes em favor de Esdras (7.12-26).
    Além disso, o livro também traz
    ·  O decreto de Ciro (1:2-4).
    ·  As memórias de Esdras (7:27-9:15).
    ·  As memórias de Neemias (Ne 1:1 – 7:5; 12:27-43; 13:4-31).
    A revelação de Cristo é uma característica importante do livro de Esdras—Neemias. O livro revela Cristo de pelo menos cinco maneiras.

    1.  O trabalho de Esdras e Neemias teve como base a iniciativa de Zorobabel, o descendente de Davi que representou a família real no início da restauração final do povo de Deus à bênção (Ag 1 - 2; Zc 1 - 8). O trabalho de Zorobabel ficou aquém das expectativas, mas, posteriormente, Jesus viria da linhagem de Zorobabel (Mt 1.12-16) e receberia as promessas dadas à casa de Davi depois do exílio.
    Contados desde Abraão, Zorobabel foi o 31º e Jesus Cristo foi 42º.
    2.        Os retratos idealistas de Zorobabel, Esdras e Neemias como líderes prenunciam a obra de Cristo. Do mesmo modo que esses homens dedicaram a própria vida a conduzir o povo de Deus às bênçãos divinas, Cristo conduz os seus às bênçãos supremas e eternas.
    Como Cristo – Mt 23:1-39 -, Esdras e Neemias confrontaram e corrigiram o pecado em Israel – 9:1-15; 10:10-14; Ne 1:6-7; 9:1-3, 26-38; 13:15-27. Como Cristo – Jo 17:6-26 -, eles se identificaram com o povo pecador e oraram por ele – 9:6-15; Ne 1:4-11.
    3.  O enfoque sobre a reconstrução e o funcionamento correto do templo em Jerusalém prefigura Cristo. O templo é um elemento central da fé cristã. Cristo não apenas purificou o templo – Mt 21:12-13; Jo 2:13-17 – como também se tornou o templo – Jo 2:19-22. Cristo institui a igreja como templo de Deus – I Co 3:16-17; II Co 6:16 – e hoje, ministra no templo celestial – Hb 9:11-12, 24.
    Quando voltar, Cristo trará a nova Jerusalém do céu para a terra a fim de tornar o novo céu e nova terra a cidade santa de Deus,  como ele próprio e o Pai como o seu templo – Ap 21:22. Os temas de santidade, sacrifícios orações, perdão, sacerdócio e da presença de Deus são associados com o templo em Esdras—Neemias são cumpridos em Cristo.
    4.  As reformas morais que Esdras e Neemias realizaram no âmbito nacional se cumpriram, igualmente, de modo supremo em Cristo. Ele também conclamou o povo da aliança de Deus a voltar para o Senhor e à sua lei – Mt 5:17-19. Na verdade, por meio de sua morte e ressurreição e do poder do seu Espirito, Cristo purifica da injustiça e conduz à vida de fé – I Jo 1:7-9 - todos os que creem nele para que possam herdar as bênçãos de Deus - Mt 25:34-40; Rm 6:1-23; I Pe 3:9-12.
    5. Durante a breve estadia de Esdras em Jerusalém, ele reconstituiu Israel e deu à sua fé uma forma que permitiria que ela sobrevivesse ao longo dos séculos. Esdras organizou a comunidade judaica em torno da lei, a Torá. Dessa época em diante, a marca distintiva de um judeu não seria geográfica ou nacional, mas sim, referente à aceitação da lei. A lei abriu um caminho para a superação das limitações étnicas e geográficas de outros tempos. Essa mudança na fé judaica lançou os alicerces para muitas das características da fé cristã. O culto cristão, a organização eclesiástica, a vida em comunidade, os empreendimentos missionários e outros elementos da fé cristã se firmaram, em grande parte, nessas mudanças resultantes do ministério de Esdras.
    Parte I - O REGRESSO DOS EXILADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO – 1:1 a 6:22.
    Os primeiros exilados que regressaram deram inicio à restauração depois do exílio. Esse grupo foi liberto da Babilônia e abençoado por Deus. Zorobabel conduziu o povo às bênçãos de Deus ao reconstruir o templo apesar da oposição.
    Ed :1-11 - O decreto de Ciro
    Essa parte primeira será dividida em duas. A. O regresso dos exilados – 1:1 a 2:70. B. A reconstrução do templo – 3:1 a 6:22.
    A. O regresso dos exilados – 1:1 a 2:70.
    Depois do exílio, Zorobabel conduziu parte do povo de Deus de volta à Terra Prometida. Esse regresso é descrito em três partes. O decreto de Ciro – 1:1-4. 2. Os preparativos para o regresso – 1:5-11. 3. A lista dos que regressaram – 2:1-70.
    O decreto de Ciro – 1:1-4.
    O livro de I e II Crônicas parece ter sido escrito com essa finalidade de mostrar mesmo ao povo remanescente de Israel do pós-exílio a sua origem desde Adão e mostrar mesmo a descendência deles até Davi.
    Com isso eles estavam criando uma consciência no povo de Deus do reinado davídico como dando legitimidade a ele para lhes mostrar que Davi fora a escolha de Deus e assim a sua descendência seria perpetuada pela eternidade.
    Com Davi veio a ideia da construção do templo que ele não pode fazer, mas que foi executada por seu filho Salomão.  Com a centralidade do templo e o reino davídico, a ênfase se tornou nas alianças e na palavra de Deus, nas suas leis, ordenanças, cerimoniais, nos ritos sacerdotais, no louvor.
    O remanescente sabia que estava vindo de uma situação complicada de exílio por causa da desobediência à palavra de Deus. Assim, doravante, iriam buscar as bênçãos de Deus.
    Quando parece que crônicas vai ter fim depois de expor todos os reis que se levantaram em sucessão a Davi, desde Salomão, até Zezequias, não fazendo muito caso dos reis do Reino do Norte, sem os citar como foi feito nos livros de Reis, ele é praticamente interrompido sendo seus últimos versículos os primeiros de Esdras.
    Vejamos como ficam sua redações comparadas:

    II Cr 36:22-23.
    Ed 1:1-4
    II Crônicas 36:22 Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
    II Crônicas 36:23 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
    Quem há entre vós, de todo o seu povo, o SENHOR seu Deus seja com ele, e suba.

    Esdras 1:1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
    Esdras 1:2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
    Esdras 1:3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do SENHOR Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém.
    Esdras 1:4 E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém
    Como se vê, a passagem de Crônicas é repetida em Esdras com algumas variações. Ciro tinha adotado uma política liberal em relação a vários pontos deportados pelos babilônios. A libertação de Israel traz à memória a oração feita por Salomão na dedicação do templo.
    Enquanto o cronista encerra a sua história como um relato de que Ciro, o imperador persa, libertou o remanescente de Israel, sob direção de Deus, com o propósito específico de reconstruir o templo onde também incentiva os seus leitores do pós-exílio a renovarem o seu compromisso com o templo novo de sua época, Esdras, conforme cremos, sendo o mesmo autor, dá mais detalhes do rei da Pérsia.
    Ele pede claramente que seja edificado a Casa do Senhor, uma vez que ele é o Deus que habita em Jerusalém.
    Ciro, rei da Pérsia, governou sobre a Babilônia de 539 a.C. até 530 a.C. Foi no primeiro ano de seu reinado, em 538 a.C., que a palavra do Senhor se cumpriu na vida dele de forma que fez passar pregão por todo seu reino dando a ordem para a reconstrução da Casa do Senhor.
    Jeremias havia profetizado um cativeiro de setenta anos na Babilônia (Jr 25:11-12; 29:10). No antigo Oriente Próximo, setenta anos era o modo padrão de descrever um período de julgamento divino. Equivalia aproximadamente à duração da vida de um modo geral (Sl 90:10) ou, mais especificamente, da vida do rei sob o qual o juramento havia ocorrido (Is 23:15), mas esse período podia ser estendido ou abreviado - Is 23:15,17; Dn 9:2; Zc 1:12.
    De 605 a.C. (quando os primeiros cativos foram deportados) até 538 a.C. (quando o decreto para regressarem foi publicado), passaram-se sessenta e sete anos. É possível que a passagem também esteja se referindo a outras profecias (veja Jr 16:14-15; 27:22). O Senhor cumpriu a palavra que ele havia proferido mais de meio século antes.
    Deus tinha uma incumbência especial para Ciro (Is 44:28; 45:1). A ação de Deus no coração de Ciro expressa um tema importante do livro: a aprovação divina do seu programa de restauração.
    Conforme a BEG, Ciro usou um nome comum para Deus no período após o exílio - um título que identifica o Senhor como autoridade e poder supremo – encontrado principalmente em Esdras, Neemias e Daniel.
    Ciro deu testemunho da aprovação divina da sua decisão política. É de se duvidar que ele tenha, de fato, compreendido e crido em seu próprio testemunho, pois no Cilindro de Ciro são encontradas declarações semelhantes acerca de Marduque.
    Israel recebeu o mesmo tratamento dado por Ciro a outros povos que também eram seus súditos. Seu propósito era usar os deuses desses povos para os seus próprios interesses. No entanto, o desígnio controlador do Senhor visava dar continuidade ao progresso de seus propósitos redentores.
    A comissão de Ciro foi dirigida ao povo em geral, e não aos líderes, expressando um tema importante do livro. O Povo de Deus como um todo era essencial para a realização do plano redentor de Deus.
    No verso 3 quando a expressão “suba a Jerusalém” é usada, conforme a BEG, ela estaria fazendo referência à volta do exílio como um novo êxodo. O verbo traduzido como "subir" é o mesmo usado para descrever a maneira como o Senhor fez o seu povo sair do Egito (Ex 32:1,4,7,8,23).
    O Deus que havia tirado Israel do Egito estava operando para salvar o seu povo (Is 11:11; Jr 16:14-15).
    Temos no verso 4 outro paralelo com o êxodo, no qual os egípcios mandaram Israel embora com presentes (Ex 12:35-36). Seguindo o padrão da saída do Egito, o povo de Deus se preparou para regressar recebendo presentes e suprimentos de seus captores.
    2. Os preparativos para o regresso – 1:5-11.
    Seguindo o padrão da saída do Egito, o povo de Deus se preparou para regressar recebendo presentes e suprimentos de seus captores.
    E foram se levantando todos aqueles cujo espírito Deus despertou para subirem a edificar a Casa de Deus. É curioso que o mesmo verbo hebraico “despertou” é usado tando no vs 1, quanto aqui no vs 5. Lá, Deus despertou Ciro; aqui, os cabeças de famílias de Judá e de Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas. Isso nos mostra o poder soberano de Deus que controla todas as coisas no qual ele mesmo gerou o decreto e ele mesmo suscitou a resposta.
    Além de estarem voltando com presentes, também estariam voltando com os utensílios do templo de acordo com o decreto de Ciro. O Senhor cumpriu a sua promessa de que, depois de disciplinar o seu povo por ter rompido a aliança, ele os levaria de volta à Terra Prometida – Dt 30:1-5.
    Ed 1:1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia
                    (para que se cumprisse a palavra do SENHOR,
                                   pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR
                                                   o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar
                                                                   pregão por todo o seu reino,
                                                                                  como também por escrito, dizendo:
                    Ed 1:2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia:
                                   O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra,
                                                   e me encarregou de lhe edificar uma casa
                                                                   em Jerusalém, que está em Judá.
                    Ed 1:3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele,
                                   e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do
                                   SENHOR Deus de Israel (ele é o Deus)
                                                   que está em Jerusalém.
                    Ed 1:4 E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar
                                   peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata,
                                                   com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas
                                                   voluntárias para a casa de Deus,
                                                                   que está em Jerusalém.
                    Ed 1:5 Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim,
                                   e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito
                                                   Deus despertou, para subirem a edificar
                                                                   a casa do SENHOR, que está em Jerusalém.
                    Ed 1:6 E todos os que habitavam nos arredores lhes firmaram as mãos
                                   com vasos de prata, com ouro, com bens e com gado, e com
                                                   coisas preciosas; além de tudo o que
                                                                   voluntariamente se deu.
                    Ed 1:7 Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do SENHOR,
                                   que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém, e que tinha
                                                   posto na casa de seus deuses.
                    Ed 1:8 Estes tirou Ciro, rei da Pérsia, pela mão de Mitredate,
                                   o tesoureiro, que os entregou contados a Sesbazar,
                                                   príncipe de Judá.
                    Ed 1:9 E este é o número deles:
                                   trinta travessas de ouro, mil travessas de prata,
                                   vinte e nove facas, Ed 1:10 Trinta bacias de ouro,
                                                   mais outras quatrocentas e dez bacias de prata,
                                                                   e mil outros utensílios.
                    Ed 1:11 Todos os utensílios de ouro e de prata foram
                                   cinco mil e quatrocentos;
                                                    todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro
                                                                   subiram de Babilônia para Jerusalém.
    Quantas coisas há para aprender com os relatos bíblicos e agora a oportunidade de verificar nesses três últimos livros históricos a história desse povo escolhido por Deus e mais teimoso do que a própria teimosia personificada.
    Há propósitos em tudo o que Deus faz! Nossas vidas não estão diante de nós sem qualquer finalidade. Quem olha o cenário atual pode até imaginar que o acaso é o nosso deus e a sorte nossa deusa, mas vendo a história desse povo de Deus e a sua condução e a paciência e a misericórdia de Deus, logo se admira com a sua sabedoria e longanimidade.
    Tudo o que está escrito na Palavra de Deus irá se cumprir!
    A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
    http://www.jamaisdesista.com.br
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    sábado, 25 de outubro de 2014

    II Crônicas 36:1-23 - O REMANESCENTE DE ISRAEL FORMOU O POVO QUE IRIA RECEBER O MESSIAS


    Chegamos, finalmente, ao último capítulo de II Crônicas que é também o último capítulo, 36, da última parte (Judá e Israel reunificados) de quatro no total pela qual dividimos I e II Crônicas.
    I. As genealogias do povo de Deus – 1:1 a 9:34 – já vista.
    II. O reino unido – 9:35 a II Cr 9:31 – já vista.
    III. O reino dividido – 10:1 a 28:27 – já vista.
    IV. O reino unificado – 29:1 a 36:23 – estamos encerrando agora.
    Como já dissemos, sobre o reino reunificado, doravante, tudo agora seria em conjunto e não mais provenientes de duas regiões com dois poderes. As experiências de bênçãos e provações, exílio e livramento, seriam agora experiências conjuntas de um povo reunificado, em torno de um só templo.
    Esta última parte IV de  I e de II de Crônicas foi, didaticamente, dividida em seis partes.
    A. O reinado de Ezequias – 29:1 a 32:33 – já vimos.
    B. O reinado de Manassés – 33:1-20 – já vimos.
    C. O reinado de Amon – 33:21-25 – já vimos.
    D. O reinado de Josias – 34:1 a 35:27 – já vimos.
    E. Os últimos anos – 36:1-14 – veremos agora.
    F. Dificuldades, exílio e esperança – 36:15-23 – veremos e concluiremos agora.
    E. Os últimos anos – 36:1-14.
    Nesses últimos anos, o cronista apresenta rapidamente os reinados dos três filhos de Josias (Jeoacaz, Jeoaquim e Zedequias) e de seus neto (Joaquim). Em várias partes, resume o registro de Reis – II Re 23:31 – 24:20 – e identifica as falhas e a descendência como causas do exílio na Babilônia.
    Nós também nos valeremos dos textos paralelos de Reis, com a ênfase no relato de Crônicas, conforme formos avançando na história rumo ao exílio e depois ao pós-exílio. Crônicas não tem fim, mas é como uma espécie de introdução ou pano de fundo de Esdras que continuará a história do pós-exílio da Babilônia.

    Jeoacaz (609 a.C.) – II Cr 36: 1-4; II Re 23:31-35.

    Josias morreu e seu filho Jeoacaz de 23 anos reinou em seu lugar por apenas três meses e fez o que era mau aos olhos do Senhor como fizeram seus pais. Sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, não do profeta.
    Como pode um pai modelo de reformador gerar um filho maligno que não quis saber de Deus? Ele acabou sendo  preso em Ribla (lugar localizado no rio Orontes, na região norte do vale do Líbano, considerado quartel-general por Neco e também por Nabucodonosor), deportado para o Egito por Faraó Neco e substituído por seu irmão Eliaquim (Jeoaquim).

    Jeoaquim – ou Eliaquim - (609-598 a.C.) – II Cr 36:5-8; II Re 23:36 – 24:7.

    Esta divisão resume o reinado de Jeoaquim, rei de Judá, incluindo a sua rebelião contra o rei da Babilônia. O narrador deixa claro que a calamidade que sobreveio a Judá pelas mãos dos invasores estrangeiros cumpriu a palavra de julgamento de Deus contra Judá pelo pecado de Manassés – II Re 21:10-15; 24:2-4.
    Eliaquim foi constituído rei de Judá por Neco, em lugar de seu pai, Josias. Aqui cabe a mesma pergunta que fiz com relação ao filho de Josias, Joacaz, ou seja como pode um pai modelo de reformador gerar outro filho maligno que não quis saber de Deus? Também Neco lhe mudou o nome para Jeoaquim.
    Essa mudança de nome era comum entre os assírios que obrigavam a seus vassalos à jurarem fidelidade à coroa assíria e assim, mudavam seu nome como símbolo disso. O mesmo agora estava sendo praticado pelo Egito.
    Seu irmão Jeoacaz veio a falecer na deportação.
    Para pagar o tributo ao Faraó Neco de cem talentos de prata e um de ouro, estabeleceu imposto sobre a terra cobrando do povo.
    Jeoaquim começou a reinar com 25 anos e reinou 11 anos em Jerusalém. Sua mãe se chamava Zebida e era filha de Pedaías, de Ruma.
    Estamos no 18º rei de Judá e a situação de Judá não é nada confortável sendo submissa ao Egito ao qual pagam tributos anuais e estavam sendo por eles explorados.
    O Egito tinha acabado de deportar um rei que veio a falecer colocando em seu lugar seu irmão que agora estava no reinado. O juízo de Deus já começava a cair sobre Judá e não haveria mais saídas para eles senão enfrentarem o exílio que a cada dia se aproximava.
    Deus, em sua misericórdia, ainda preservava os descendentes de Davi, perpetuando assim o seu reinado. Mesmo no exílio, Deus não se esquecerá dos seus descendentes que estavam apontando para Cristo Jesus que estaria prestes a vir para esmagar a cabeça da serpente.
    A pressão do Egito era grande, mas a Babilônia estava se erguendo e se fortalecendo a tal ponto que Judá não mais teve de ter medo ou pagar tributos ao Egito porque este estava dominado pela Babilônia que agora era quem ditava as regras em todo o mundo.
    Tinha se levantado uma nova potencia militar, econômica em todo o mundo da época conhecido. Babilônia agora era o terror de todos os povos.
    Ainda durante o seu reinado, subiu contra ele Nabucodonosor II, rei da Babilônia, que por três anos o manteve sob seu domínio, mas ai Jeoaquim se rebelou contra ele, apesar da palavra profética de Jeremias – Jr 27:9-11 – que o aconselhava a se entregar e não a se rebelar.
    Jeoaquim estava confiado no Egito e por isso que teve essa ousadia e nele confiava para o livrar das mãos dos babilônios. No entanto, Nabucodonosor II, rei da Babilônia de 605 a.C. a 562 a.C., derrotou Neco do Egito numa grande batalha em Carquemis – Jr 46:2 -, e Judá passou das mãos dos egípcios para os babilônios.
    Nisso, o Senhor Deus levantou contra eles bandos dos caldeus e bandos de sírios e de moabitas e dos filhos de Amom para justamente destruírem Judá, conforme palavra profética que tinha falado que enviaria por meio de seus profetas e servos.
    Tudo isso estava ocorrendo por causa dos pecados de Manassés – II Re 21:10-15; 24:2-4 -, como também dos sangues dos inocentes que ele derramou, com o qual encheu a cidade de Jerusalém e o Senhor não quis perdoar.
    Com certeza, o Senhor é rico em graça, em misericórdia e perdão, por isso antes de seu juízo envia os seus servos e profetas e o Senhor, por ser também longânimo, concede o tempo necessário para o arrependimento, até que a taça de sua ira se enche e ai, é o fim! Por isso que ele não quis perdoar, porque sua taça estava cheia e os tempos tinham acabado, tanto o Cronos como o kairos. Judá começava a sofrer todas as consequências de seus atos tresloucados no cativeiro babilônico.
    Jeoaquim morreu em 598 a.C., antes de Jerusalém se render aos babilônios – vs II Re 24:8-12.

    Joaquim – ou Jeconias - (598-597 a.C.) – II Cr 36:9,10; II Re 24:8 – 17.

    Joaquim, filho de Jeoaquim, neto de Josias, também chamado de “Jeconias” e “Conias” reinou em lugar de seu pai e tinha 18 anos quando começou a reinar e reinou por três meses em Jerusalém. A sua mãe se chamava Neústa e era filha de Elnatã, de Jerusalém.
    Seguindo os péssimos exemplos de seu pai, andou este rei em seus maus caminhos desagradando ainda mais ao Senhor. De acordo com os registros babilônios, a queda de Jerusalém se deu em 16 de março de 597 a.C.
    Em sua época, os babilônios cercaram Jerusalém e Nabucodonosor veio à cidade quando os seus servos a sitiavam. Joaquim foi recepcioná-lo juntamente com sua mãe, servos, príncipes e seus oficiais. Então, no oitavo ano de seu reinado, Nabucodonosor II, os levou cativo para o cativeiro.
    Levou ainda dali os tesouros da Casa do Senhor e os tesouros da casa do rei e, conforme tinha dito o Senhor, pelo seu profeta Isaias – 20:7 - cortou em pedaços todos os utensílios de ouro que fizera Salomão, rei de Israel, para o templo do Senhor.
    Era a hora do cativeiro de Judá! Não havia saída, nem orações e arrependimentos que pudessem ser feitos para evitar a tragédia, pois o momento era de juízo.
    O rei Nabucodonosor II levou para o cativeiro tudo o que poderia levar: transportou toda a Jerusalém: todos os príncipes, homens valentes, artífices e ferreiros, poderosos, sábios. Somente deixou na cidade o povo pobre da terra.
    Estabeleceu rei, em lugar de Joaquim, ao tio paterno deste, Matanias (irmão de Jeoaquim, pai de Joaquim, e filho de Josias – I Cr 3:15; Jr 1:3) e mudou o seu nome para Zedequias, conforme era o costume à época, indicando assim sua vassalagem a Nabucodonosor.

    H. Zedequias (598-586 a.C.) – 24:18 – 20a.

    Zedequias tinha 21 anos quando começou a reinar e reinou por onze anos em Jerusalém. Sua mãe se chamava Hamutal e era filha de Jeremias, de Libna, não o profeta.
    Zedequias era também filho de Josias. E agora? Já eram três os filhos imprestáveis de um homem de grande valor e modelo de reformador. Cabe também aqui a mesma pergunta. Como pode um pai modelo de reformador gerar mais um outro filho maligno que não quis saber de Deus, sendo este o terceiro?
    Semelhantemente aos seus irmãos, fez o que era mau aos olhos do Senhor. Este era o último rei de Judá. Aqui, novamente, o narrador bíblico faz questão de enfatizar a causa da ira do Senhor contra Jerusalém e contra Judá, ou seja, eram julgamentos divinos pelo pecado – conferir com Jr 52:1-27. Judá estava caminhando para o esquecimento – II Re 20:17,18; 21:12-15; 22:16,17.
    Ao invés de ouvir e obedecer ao Senhor foi buscar ajuda com o Egito o que fez com que Babilônia apressasse ainda mais sua tomada de Jerusalém.
    Em Crônicas, ele fala que Zedequias não se humilhou perante o Senhor que lhe falava, misericordiosamente, por boca do profeta Jeremias.
    Encontraremos mais informações sobre Zedequias e como se rebelou contra o rei da Babilônia em Jr 21; 24; 27; 29; 32; 37 a 39; Ez 17:11 a 21.
    A verdade é que o tempo ia se findando, o relógio de Deus estava já trazendo o juízo sobre a nação e ao invés da busca do perdão e do arrependimento, mais e mais se afundavam no pecado como que querendo encher e fazer transbordar a taça da ira do Senhor – vs 13 e 14.
    A severidade do julgamento de Deus é contrabalançada pela esperança suscitada pela libertação de Joaquim da prisão da Babilônia.
    Estamos concluindo mais um capítulo, o último, e uma parte, a terceira, também a última. Chegamos, portanto, ao final dos livros de I e de II de Crônicas que começou com o reinado de Davi, em sua velhice, já no momento de passar para Salomão, seu filho, o seu reinado e acabando aqui no exílio de Judá.
    A destruição de Jerusalém – 24:20b – 25:21.
    Repetimos aqui o que já falamos em nosso comentário de I e II de Reis, por causa de sua pertinência e conteúdo significativo. Em um mapa intitulado “Exílio de Judá”, p. 524, da BEG, temos um breve resumo do exílio, com alguns detalhes interessantes, conforme a seguir:
    Exílio de Judá
    A cidade de Jerusalém começou a ser cercada em janeiro de 587 a.C., e o cerco durou dezoito meses (II Cr 36:13-21; Jr 21: 1-10; 34:1-5; 39:1-10; 52:4-11; Ez 24:2). A cidade foi conquistada e o templo destruído (o livro de Lamentações expressa poeticamente a consternação e o desconcerto produzidos por esses dolorosos acontecimentos).
    Os judeus perderam a sua independência e foram levados como prisioneiros para a Babilônia. Ali ficaram até 538 a.C., quando Ciro, o rei persa, conquistou a Babilônia e mandou os judeus de volta para a sua terra.
    Os exilados de Judá foram levados à grande cidade de Babilônia que Nabucodonosor havia construído. A cidade interna era protegida por largo fosso e paredes duplas revestidas de ladrilhos (de 3,7m e 6,5m de largura), com espaço entre elas para uma estrada militar no nível do parapeito.
    Das oito grandes portas, a mais conhecida é a Porta de Istar, construída em honra ao deus babilónico Marduque. O pórtico era decorado com fileiras de touros (símbolo do deus Bel) alternadas com fileiras de dragões (símbolo do deus Marduque), feitas de tijolo esmaltado.
    A rua das procissões (pela qual eram transportadas as estátuas dos deuses no festival do ano novo) levava da porta até o centro da cidade e aos grandes templos. As paredes eram de ladrilho azul esmaltado, com relevos de leões (símbolo da deusa istar) em vermelho, amarelo e branco.
    A Babilônia tinha cerca de cinquenta e três templos, um grande templo-torre (zigurate) e uma cidadela com o complexo de palácios. Daniel foi levado para ali para que se unisse à corte do rei.
    A rebelião de Zedequias contra o rei da Babilônia provocou o ataque dos babilônios. O resultado foi a destruição de Jerusalém – inclusive do templo – e a deportação de Zedequias e da maioria do povo de Judá.
    O ano era de 586 a.C. e apesar de ser um vassalo nomeado por Nabucodonosor, Zedequias se juntou ao Egito e outras nações numa conspiração contra os babilônios – Jr 27:3-8; Ez 17:11-21.
    Conforme a BEG, a decisão infeliz do rei de Judá de se rebelar contra a Babilônia pode ter recebido o incentivo de Faraó Ofra – Apries – que subiu ao poder em 589 a.C.
    Foram quase dois anos exatos do cerco dos babilônios contra Jerusalém, aproximadamente uns 539 dias contados de 10 do 10 do ano 9 até 9 de 4 do ano 11. A fome apertou e não havia pão para comerem. Foi nesse momento que a cidade foi arrombada e alguns deles fugiram, inclusive o rei.
    No entanto, foram alcançados, presos e fizeram subir o rei de Judá ao rei da Babilônia, a Ribla e ali foi pronunciada a sentença contra Zedequias. Seus filhos foram mortos à espada às suas vistas e Zedequias teve os seus olhos vazados e seus pés presos em cadeias e assim levados cativos para a Babilônia.
    Se Zedequias tivesse ouvido os profetas Jeremias e Ezequiel – Jr 38:14-28; Ez 12:13 -, nada disso teria acontecido a ele. Jeremias tinha tentado convencer o rei a se render, pois o julgamento do Senhor era inevitável.
    Quem sabe uma rendição pacífica teria poupado tanto a Jerusalém quanto ao templo? A sua rebeldia trouxe consequências terríveis tanto a ele quanto a sua família e ao povo sofrido de Judá. Ao final morre na Babilônia – Jr 52:11.
    Oito anos após isso (7 do 5 do ano 19), Nebuzaradã, chefe da guarda e servidor do rei da Babilônia, veio a Jerusalém e queimou a Casa do Senhor, a casa do rei, todas as casas da cidade, além de todos os edifícios importantes. Saquearam o templo e levaram consigo tudo o que tinha valor e era de ouro ou de prata e bronze. Ainda derrubaram os muros em redor de Jerusalém.
    Nebuzaradã ainda levou cativos mais gente do povo que tinha ficado na cidade, principalmente líderes do alto escalão e militares e somente deixou ali dos mais pobres da terra como vinheiros e lavradores. Como governador deles, deixou o rei da Babilônia a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã.
    Quando os que foram levados cativos chegaram a Ribla, o rei da Babilônia foi implacável com eles e os mataram todos os militares e os que tinham poder e influência nos escalões de liderança de Judá.
    O assassinato de Gedalias – II Re 25:22 – 26.
    Depois de abolir a monarquia, Nabucodonosor nomeu, como já dissemos, Gedalias governador. Aicã, o pai de Gedalias, ex-conselheiro de Josias (22:12) era amigo de Jeremias – Jr 26:24. A fim de promover a estabilidade na terra conquistada, Nabucodonosor escolheu para esse cargo um homem de Judá bastante conhecido – Jr 40:10-12.
    Gedalias tinha dito para o povo e assim sustentado que não era para temer o fato de serem servos dos caldeus e aconselhou a todos que ficassem na terra, servissem ao rei de Babilônia, e todo bem iria se suceder com eles.
    No entanto, ele tinha opositores e no sétimo mês de seu reinado, Ismael que fazia parte de uma facção de Judá que considerava Gedalias um colaborador do inimigo e favorecia a continuidade da resistência em Judá (Jr 40:13 a 41:18) tendo por objetivo restaurar o trono de Judá e se declarar rei,  juntamente com 10 homens, feriram a Gedalias e a alguns judeus e caldeus que com ele estavam em Mispa.
    Por temerem os caldeus, estes acabaram fugindo para o Egito depois de terem ferido Gedalias e os que com ele estavam. Por ironia, ao tentarem obter o poder, os assassinos executaram involuntariamente uma das maldições da aliança: uma volta para o Egito, a terra de cativeiro e escravidão – Dt 28:68.
    Este ato insano e doentio por parte de Ismael somente serviu para piorar as condições em Judá – Jr 44:1-14. Os exilados, para os quais a morte de Gedalias representou uma enorme perda, conforme BEG, instituíram dias para lamentar o seu assassinato e também a destruição de Judá e de Jerusalém – Zc 7:5; 8:19.
    A libertação de Joaquim – II Re 25:27-30.
    O escritor de Reis termina sua obra num tom esperançoso chamando a atenção para a misericórdia demonstrada para com Joaquim, rei de Judá, enquanto este se encontrava exilado na Babilônia.
    Evil-Merodaque era filho e sucessor de Nabucodonosor e foi extremamente generoso para com Joaquim e seus filhos a ponto de lhes falar benignamente, libertar do cárcere e lhes dar lugar de mais alta honra do que a de reis que estavam com ele na Babilônia.
    A BEG nos diz que o texto de Dt 4:25-31; 30:1-10 e a oração de dedicação do templo feita por Salomão em I Re 8:46-53 tratam das condições do exílio.
    Esses textos insistem no arrependimento – Dt 30:2; I Re 8:47. A oração de Salomão para que os exilados encontrassem compaixão nas mãos de seus captores é respondida no tratamento bondoso que Joaquim recebe.
    Dt 30:3-5 promete restauração ao povo de Deus, um processo iniciado em 538 a.C., quando os judeus receberam permissão para voltar para casa – II Cr 36:22 e 23; Ed 1:1-4; Is 44:24-28; 45:1-6.
    Não há como não perceber que o tratamento preferencial desfrutado por Joaquim oferece um raio de esperança na continuidade das promessas davídicas – II Sm 7:8-16. Continua a BEG: a ênfase do escritor nesses últimos capítulos de tom severo é sobre o julgamento de Judá – 21:10-15; 23:26-27; 24:3-4, 20; 25:21 – porém, nesses versículos finais, ele também indica que a destruição de Judá e de Jerusalém não porá um fim à linhagem davídica. Há motivos para encarar o futuro com a mais absoluta confiança em Deus.
    Na genealogia de Jesus Cristo, por Mateus, no capítulo primeiro temos nos vs 11 e 12 os descendentes de Jesus Cristo bem neste momento exato do exílio ao qual não podemos perder de vista de jeito nenhum.
    Josias, filho de Amom, gerou a Jeconias (ou Jeoaquim) e a seus irmãos, no tempo do exílio da Babilônia. Depois do exílio – 70 anos – Jeconias gerou a Salatiel e Salatiel a Zorobabel, e assim continua até chegarmos em Cristo Jesus. De sorte que do exílio até Jesus são 14 gerações, como foram 14 também de Davi até o exílio e de Abraão até Davi.
    Os detalhes das genealogias de Mateus diferem de Lc 3:23-38, provavelmente porque o Evangelho de Lucas nos mostra a descendência biológica, enquanto o Evangelho de Mateus nos dá as sucessões ao trono.
    Os dois reinos que em Crônicas o cronista não mais tratou assim desde o fim do cativeiro do Reino do Norte o qual chamava “o povo de Deus’ ou "Todo o Israel” agora estavam no exílio! Há muito, Deus vinha falando e advertindo e agora a palavra se cumpria. Deus foi muito longânimo esperando o tempo do arrependimento que não veio e o fim foi esse.
    Imitaram as nações que deveriam ter eliminado e agora eram como as outras nações, sendo expulsos da terra por terem rejeitado ao Senhor.
    Em sua misericórdia, Deus ainda preserva a semente messiânica para que no devido tempo nasça o Cristo Jesus que morrerá pelos pecados dos escolhidos salvando-os da ira divina.
    Fica para nós as lições dos reis e das misericórdias de Deus. Temos por felizes, conforme Tiago 5:11: “os que perseveraram firmes.”. Ele continua o verso: “Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.”.
    Finalmente, Paulo nos dá as palavras finais, que se encaixam perfeitamente ao contexto atual:
    I Coríntios 10:6 Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
    I Coríntios 10:11 Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.
    Foram aproximadamente uns 385 anos de história cuja ênfase principal em Reis se deu no registro histórico da divisão dos reinos, depois da morte de Salomão e dos registros históricos dos reinos divididos, do Norte e do Sul, até as suas respectivas deportações ao final de cada um dos reinados; e, em Crônicas, no reino unificado e na nação pós-exílio que agora estava para começar uma nova fase na nação e a divisão já era considerada pelo cronista como fato passado que nem mereceu grande destaque ou importância.
    F. Dificuldades, exílio e esperança – 36:15-23
    Começando de madrugada, o Senhor vinha advertindo o povo de Judá de que algo terrível estaria para acontecer com a nação se esta não se arrependesse.
    Era bem cedo que o Senhor começou a falar com eles! Eu diria que desde quando entraram na Terra Prometida que o Senhor os vinha advertindo e sendo misericordioso e tolerante para com eles. O que deveriam fazer, não fizeram, antes imitaram as nações e se tornaram até piores do que elas.
    O mesmo que eles fizeram com as outras nações, outras fariam com eles e Deus levantou nesse caso uma nação ímpia para ser o seu instrumento de juízo sobre Israel, os babilônios! Não era para ser assim!
    O cronista resume sua mensagem afirmando que o povo de Deus havia rejeitado continuamente as advertências e repreensões de Deus e que, por fim, havia provocado o seu próprio exílio.
    Não obstante, depois que o período definido para seu castigo havia terminado, Deus ofereceu esperança de restauração à Terra Prometida mediante a política de Ciro, o rei Persa.
    II Cr 36:1 Então o povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de Josias,
                    e o fez rei em lugar de seu pai, em Jerusalém.
                    II Cr 36:2 Tinha Jeoacaz a idade de vinte e três anos,
                                   quando começou a reinar; e três meses reinou em Jerusalém,
                    II Cr 36:3 Porque o rei do Egito o depôs em Jerusalém,
                                   e condenou a terra à contribuição de cem talentos de prata
                                                   e um talento de ouro.
                    II Cr 36:4 E o rei do Egito pôs a Eliaquim, irmão de Jeoacaz,
                                   rei sobre Judá e Jerusalém, e mudou-lhe o nome
                                                   em Jeoiaquim; mas a seu irmão Jeoacaz
                                                                   tomou Neco, e levou-o para o Egito.
    II Cr 36:5 Tinha Jeoiaquim vinte e cinco anos de idade,
                    quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém;
                                   e fez o que era mau aos olhos do SENHOR seu Deus.
                    II Cr 36:6 Subiu, pois, contra ele Nabucodonosor, rei de Babilônia,
                                   e o amarrou com cadeias, para o levar a Babilônia.
                    II Cr 36:7 Também alguns dos vasos da casa do SENHOR
                                   levou Nabucodonosor a Babilônia, e pô-los no seu templo
                                                   em Babilônia.
                    II Cr 36:8 Quanto ao mais dos atos de Jeoiaquim,
                                   e as abominações que fez, e o mais que se achou nele,
                                                   eis que estão escritos no livro dos reis de Israel
                                                   e de Judá; e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
    II Cr 36:9 Tinha Joaquim a idade de oito anos, quando começou a reinar;
                    e reinou três meses e dez dias em Jerusalém;
                                   e fez o que era mau aos olhos do SENHOR.
                    II Cr 36:10 E no decurso de um ano enviou o rei Nabucodonosor,
                                   e mandou trazê-lo a Babilônia, com os mais preciosos vasos
                                                   da casa do SENHOR;
                                                                   e pôs a Zedequias, seu irmão,
                                                                                  rei sobre Judá e Jerusalém.
    II Cr 36:11 Tinha Zedequias a idade de vinte e cinco anos,
                    quando começou a reinar; e onze anos reinou em Jerusalém.
                    II Cr 36:12 E fez o que era mau aos olhos do SENHOR seu Deus;
                                   nem se humilhou perante o profeta Jeremias,
                                                   que falava da parte do SENHOR.
                    II Cr 36:13 Além disto, também se rebelou
                                   contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado
                                                   por Deus. Mas endureceu a sua cerviz,
                                                   e tanto se obstinou no seu coração,
                                                   que não se converteu ao SENHOR Deus de Israel.
                    II Cr 36:14 Também todos os chefes dos sacerdotes
                                   e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões,
                                                   segundo todas as abominações dos gentios;
                                                   e contaminaram a casa do SENHOR, que ele tinha
                                                                   santificado em Jerusalém.
                    II Cr 36:15 E o SENHOR Deus de seus pais,
                                   falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros,
                                                   porque se compadeceu do seu povo
                                                                   e da sua habitação.
                    II Cr 36:16 Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus,
                                   e desprezaram as suas palavras,
                                                   e mofaram dos seus profetas;
                                   até que o furor do SENHOR tanto subiu contra o seu povo,
                                                   que mais nenhum remédio houve.
                    II Cr 36:17 Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus,
                                   o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu
                                                   santuário, e não teve piedade nem dos jovens,
                                                                   nem das donzelas, nem dos velhos,
                                                                                  nem dos decrépitos;
                                                                                  a todos entregou na sua mão.
                    II Cr 36:18 E todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos,
                                   os tesouros da casa do SENHOR, e os tesouros do rei e dos
                                                   seus príncipes, tudo levou para Babilônia.
                    II Cr 36:19 E queimaram a casa de Deus, e derrubaram
                                   os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios
                                                   queimaram a fogo, destruindo também todos os seus
                                                                   preciosos vasos.
                    II Cr 36:20 E os que escaparam da espada levou para Babilônia;
                                   e fizeram-se servos dele e de seus filhos,
                                                   até ao tempo do reino da Pérsia.
                    II Cr 36:21 Para que se cumprisse a palavra do SENHOR,
                                   pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus
                                                   sábados; todos os dias da assolação repousou,
                                                                   até que os setenta anos se cumpriram.
                    II Cr 36:22 Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia
                                   (para que se cumprisse a palavra do SENHOR pela boca de
                                                   Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro,
                                                   rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o
                                                   seu reino, como também por escrito, dizendo:
                    II Cr 36:23 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus
                                   me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe
                                                   edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
                                   Quem há entre vós, de todo o seu povo, o SENHOR seu Deus
                                                   seja com ele, e suba.
    Do ponto de vista do cronista, aqueles que foram levados à Babilônia constituiram o remanescente de Israel: formaram o grupo que daria origem à nação restaurada que, em breve, receberia o Messias. Ali, com certeza, estavam os pais dos discípulos e todos aqueles que o levaram à crucificação!
    No vs 21 foi escrito que tudo se cumpriu conforme palavra do Senhor por boca de seu profeta Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados, todos os dias da desolação repousou, até que os 70 anos se cumpriram. Isso foi um dos propósitos benevolentes do Senhor com o exílio – Lv 26:40-45.
    Quando formos estudar o próximo livro histórico de Esdras veremos que os primeiros quatro versículos de Esdras são parecidos com esses.
    Ciro adotou uma política liberal em relação a vários povos deportados pelos babilônios. Não há como não pensar na liberação do remanescente de Israel, por Ciro, sem que isso não traga à tona a oração feita por Salomão na dedicação do templo.
    Foi sob a direção de Deus que Ciro agiu e ainda com a finalidade de reconstruir o templo, por isso que o cronista insiste com os leitores do pós-exílio a renovarem o seu compromisso com o templo novo de sua época.

    CONCLUSÃO DOS LIVROS I e II de CRÔNICAS

    O livro de Crônicas I e II foi escrito aos remanescentes de Israel do exílio pós-babilônico. O exílio foi um meio usado por Deus para separar aqueles que ele queria que a partir de agora iriam formar a população que deveria, em breve, receber o Messias.
    O cronista se preocupa em explicar a história do povo de Deus partindo do início de tudo, desde Adão para dar a eles uma identidade, uma história, uma aliança, um sacerdócio, um Deus que explicaria a eles questões importantes como o templo, o sacerdócio e principalmente as bênçãos decorrentes da obediência e as consequências da desobediência, como acabaram de experimentar no exílio.
    O Salmo 137 é muito interessante de ser mencionado aqui nessa conclusão. A situação aqui vivida neste salmo é muito complicada e as esperanças e forças já não mais davam sinais de vida. Há situações pelas quais passamos que não conseguimos enxergar mais nada além de cinzas e de um céu escuro sem previsão do dia em que brilhará novamente o sol da justiça. Essa era a situação dos remanescentes do povo de Deus!
    Foram 70 anos de cativeiro e o tratamento não era vip. Pode ser que tenha gente que tenha nascida no cativeiro e enfrentado a morte no cativeiro sem nem ao menos saber o que é uma vida livre. Deus tinha alertado o seu povo por meio de seus profetas que isso iria acontecer, mas não ouviram a voz de alerta, antes banqueteavam-se em suas orgias e depravações, rejeitando o nome de Deus e suas misericórdias e graça.
    Se a bondade de Deus tem nos alcançado e a sua misericórdia tem nos assistido, o momento não pode ser de festa pessoal, carnal, mas de adoração e cuidado. Com Deus não se brinca! Rejeitá-lo é a pior coisa que podemos fazer. Quem vira as costas para Deus está desprezando a última balsa que poderia livrá-lo da morte. E não é da morte que fugimos?
    Sem Deus ao fugirmos da morte, estamos indo na direção dela! Conta-se uma historinha oriental que havia um homem que tinha saído para a cidade para atender ao seu amo. Chegando na cidade, deu de cara com a morte e ficou gélido, pálido. Ela olhou para ele com aquele olhar de desejo e ele saiu correndo esquecendo até as compras que tinha ido fazer.
    Quando chegou na casa de seu amo disse a ele que lhe providenciasse um cavalo o mais veloz possível para ele fugir da morte que o estava perseguindo. O amo lhe deu o Azalão e ele sai velozmente para a cidade que era contrária àquela que ele tinha ido fazer suas compras.
    O seu amo resolveu tirar isso a limpo e correu para a cidade onde ele tinha ido fazer compras e lá viu a morte e com ela travou diálogo. A morte lhe disse que realmente o tinha visto, mas que não era ali o encontro deles mas na outra cidade que era contrária àquela e que era para ele correr velozmente porque se não o perderia.
    Moral da história: quando a morte chega não há escapatória! Não adianta fugir desse encontro terrível. No entanto, houve um somente dentre os homens, nascido de Maria que não somente escapou das garras da morte, como também a matou: Jesus Cristo! Na sua morte, morreu a nossa morte para que agora pudéssemos ter a vida eterna.
    Mesmo enfrentando nosso cativeiro atual no qual ainda estamos neste mundo há uma palavra de esperança e de alento para todos nós. Não desanimemos, pois, de nossa luta porque há grande recompensa para nós, em Cristo Jesus.
    No comentário de Calvino, em sua introdução, relativa a este salmo diz que no cativeiro babilônico a ordem estabelecida de adoração de Deus foi derrubada, e as queixas dos salmistas, em nome da Igreja em geral, falavam das provocações que o inimigo oriental faziam sobre o nome de Deus e, ao mesmo tempo ministravam uma palavra de conforto para seu povo sob o seu cativeiro, para animá-los com a esperança de libertação.
    Vejamos esse salmo segmentado:
    Sl 137:1 Junto dos rios de Babilônia,
    ali nos assentamos e choramos,
    quando nos lembramos de Sião.
    Sl 137:2 Sobre os salgueiros que há no meio dela,
    penduramos as nossas harpas.
    Sl 137:3 Pois lá
    aqueles que nos levaram cativos
    nos pediam uma canção;
    e os que nos destruíram,
    que os alegrássemos, dizendo:
    Cantai-nos uma das canções de Sião.
    Sl 137:4 Como cantaremos a canção do SENHOR
    em terra estranha?
    Sl 137:5 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém,
    esqueça-se a minha direita da sua destreza.
    Sl 137:6 Se me não lembrar de ti,
    apegue-se-me a língua ao meu paladar;
                   se não preferir Jerusalém
                                  à minha maior alegria.
    Sl 137:7 Lembra-te, SENHOR,
    dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, que diziam:
    Descobri-a,
    descobri-a até aos seus alicerces.
    Sl 137:8 Ah! filha de Babilônia,
    que vais ser assolada;
                                  feliz aquele que te retribuir o pago
                                  que tu nos pagaste a nós.
    Sl 137:9 Feliz aquele
    que pegar em teus filhos
                   e der com eles nas pedras.
    A hora é agora de irmos à guerra não para ferir, nem para matar, mas para gerar vida dentre os mortos com a pregação da palavra de Deus.
    Como disse Hernandes Dias Lopes em um post em seu facebook[1], mesmo que as coisas pareçam totalmente fora de controle, pode ter certeza de uma coisa, Deus está absolutamente no controle de tudo!
    Quem é que imaginaria que tudo estaria sendo controlado por Deus para que a seu tempo se manifestasse o Filho do Homem? Apesar de tudo isso, não vejo Deus nos conduzindo como marionetes em suas mãos, pelo contrário, Deus se utiliza de nosso “livre-arbítrio” para por meio dele fazer com que todos os seus propósitos se cumpram fielmente.
    Quanto mais medito e estudo na Palavara de Deus, mais tenho vontade de me aprofundar para aprender ainda mais, pois o que sei ainda é pouco. Preciso urgentemente me voltar para o grego e o hebraico/aramaico para poder sorver e assim poder compartilhar mais ainda do conhecimento de Deus.
    Muito Obrigado e até o próximo livro, permitindo Deus!
    A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
    http://www.jamaisdesista.com.br
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