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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Jó 27:1-23 - JÓ ENCERRANDO SEU DISCURSO, FAZ PROTESTOS, RESOLUÇÕES E FALA DO FIM DOS PERVERSOS

Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
E. O discurso de encerramento de Jó – 27:1 – 23.
As primeiras palavras do vs 1 são diferentes das que foram usadas no início de cada discurso anterior, o que sugere que esse é o comentário conclusivo de Jó, que estruturalmente corresponde ao seu primeiro lamento – 3:1-26.
Esse discurso que corresponde a parte “E” foi dividido, como na BEG, em duas partes: 1. Protesto de inocência – 23:1 – 12. 2. O destino dos perversos – 23:13 – 23.
1. Protesto de inocência – 23:1 – 12.
Essas palavras são dirigidas aos conselheiros (ou aos seus três amigos). Com um juramento fundamentado na existência de Deus, Jó nega as falsas acusações contra ele e, ao mesmo tempo, declara a sua integridade.
Jó não poderia fazer isso a menos que realmente acreditasse que Deus era justo, a despeito do seu sério questionamento nesse sentido – 9:14 a 31; 16:7 a 14; 19: 7 a 12.
No verso 3, temos Jó com uma resolução interessante que poderia servir de base para AS MINHAS FIRMES RESOLUÇÕES – Como penso e espero viver para a glória de Deus, contendo em seu corpo as 70 resoluções de Jonathans Edwards[1].
Espero na próxima edição acrescentar esse versículo e seus comentários. A resolução que tenho parecida com essa em meu livro é a quarta: “Eu resolvo que jamais usarei minha língua (palavras faladas, escritas) para difamar qualquer meu semelhante nessa vida.”
Ele resolveu que doravante, enquanto nele houvesse alento, ou seja, fôlego de vida, que os seus lábios não iriam de forma alguma falar iniquidades, nem enganos. Isso também nos lembra o Sl 19:14 “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!”
As resoluções que tomamos são compromissos que assumimos diante de Deus por que sentimos a necessidade de sua prática para o bem de nossas almas. Que cada um tenha bem firme diante de Deus suas próprias resoluções, compromissos e votos.
Não façam delas, jamais, leis incondicionais; nem imponham isso aos outros irmãos como se fosse mandado de Deus colocando peso sobre os ombros já pesados dos servos de Deus, mas que sirva para sua própria edificação e testemunho da grande graça e misericórdia de Deus na sua vida.
No verso 5, novamente ele faz outra resolução ao dizer que até que morra, jamais irá afastar dele a sua integridade e ai explica que se apegará fortemente à sua justiça e com a sua consciência fará uma aliança eterna.
Eu também em minha resolução sexta eu digo que “Eu resolvo que irei confiar em Deus de todo o meu coração, alma, forças e entendimento.” e nos comentários dessa resolução, eu explico com maiores detalhes: “Seja, pois, a minha consciência o meu árbitro em meu coração de que ando diante de Deus e dos homens de forma coerente (EF 6:5) conforme minhas prédicas;”.
Dos versos 7 ao 10, ele Jó, lança maldições como as que eram usadas pelos salmistas – Sl 109:6 a 15; Sl 139:19 a 22. Isso era, conforme nos dia z BEG, um artifício retórico honroso e comum no mundo semita. Essas maldições cumpriam o objetivo de condenar os perversos com uma forte linguagem para que se posicionassem, inequivocamente, a favor de Deus contra o mal.
A Palavra de Deus é clara ao afirmar peremptoriamente que o perverso terá fim na terra!
2. O destino dos perversos – 23:13 – 23.
Jó volta  a sua atenção para a discussão sobre o destino dos perversos, um tema demasiadamente trabalhado pelos conselheiros.
Os comentários de Jó mostram que ele compreende o assunto assim como eles entendiam. No entanto, nesse momento, os conselheiros, e não Jó, são os objetos subtendidos do destino descrito.
Qual será o destino dos perversos?
Não há como falar de salvação sem falar de perdição.
Se há salvos, com certeza há perdidos.
Para entendermos melhor essa salvação e essa perdição, eu quero convidar você para uma viagem no tempo.
Viajaremos para o futuro, para uma época, no tempo, quando tudo estiver concluído, ou seja, para depois do tempo em que houver o julgamento e a separação dos salvos e dos perdidos.
Há então um grupo de salvos e um outro grupo de perdidos. Estou certo? Você está me acompanhando e entendendo o que estou procurando pregar?
Aqui cabe uma pergunta muito pertinente: Deus foi injusto com os perdidos? E com os salvos, ele cometeu acepção de pessoas e falhou na justiça?
Com certeza, Deus foi justo tanto para com os salvos, como para com os perdidos.
Para onde irão os perdidos?
Para o fogo eterno! E o inferno é um lugar de injustiça de Deus?
O lago de fogo, repito, é o lugar preparado para o Diabo, seus anjos e todos os seus seguidores.
Mateus 25:41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
Neste momento também é pertinente refletirmos na parábola do joio e do trigo.
Mateus 13:24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo;
Mateus 13:25 Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
Mateus 13:26 E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.
Mateus 13:27 E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?
Mateus 13:28 E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo?
Mateus 13:29 Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele.
Mateus 13:30 Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.
Vejamos também a interpretação do próprio Senhor Jesus Cristo:
Mateus 13:36 Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
Mateus 13:37 E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem;
Mateus 13:38 O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno;
Mateus 13:39 O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.
Mateus 13:40 Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.
Mateus 13:41 Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade.
Mateus 13:42 E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Mateus 13:43 Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
O que nos ensina esta parábola? Simples, ela nos ensina que há trigo e que há joio. Ou seja, há salvos e há perdidos!
Jesus nos deixa claro nesta parábola e em sua própria vida que há joio e que há trigo. Que o trigo será recolhido em seu celeiro e que o joio será juntado, atado em feixes e lançado no fogo.
Na escolha de seus apóstolos, os seus discípulos, Jesus passou a noite anterior à escolha em oração. Na escolha seleta, ele escolheu 12 discípulos, mas um era do maligno. Um deles era joio, um deles era réu do inferno e seria lançado no fogo que arde eternamente.
João 6:70 Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo.
João 6:71 E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.
Será que ele não sabia quem era Judas? E por que o escolheu sabendo que era do maligno e que não haveria conserto para ele? Por três anos e meio, Jesus permitiu Judas andar com ele e ouvir e ver e participar de tudo o que eles participavam.
A palavra é clara ao dizer que Judas era ladrão e roubava do conteúdo da bolsa e do alforje dos discípulos.
João 12:4 Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:
João 12:5 Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?
João 12:6 Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
Jesus não sabia disso? Com certeza sabia sim, mas não o expôs antes confiou em Deus e esperou que Deus agisse.
Na ceia, na última ceia, quem sentou ao lado direito de Jesus e quem é que meteu com ele a mão no prato para apanhar o primeiro bocado que era um lugar de honra? Justamente Judas!
Depois disso, sai dali para trair a Jesus porque o diabo estava nele. Ele volta e beija Jesus como sinal aos soldados da sua traição. Jesus lhe chama de amigo e lhe pergunta: - Amigo, com um beijo me trais?
Mateus 26:49 E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o.
Mateus 26:50 Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.
Jesus, certamente, não estava sendo hipócrita, nem creio, irônico, mas falava a verdade.
A pergunta que surge é: - mas porquê?
Não era ele ladrão? Não era ele do diabo? Não era ele joio?
Jesus o amou e o amou até o fim para nos dar exemplo de como devemos tratar o joio enquanto o joio não é revelado. Na parábola, tentaram fazer a separação, mas a probabilidade de injustiças seria grande. Assim, resolveram deixá-los crescerem juntos até o dia da colheita.
Pois bem, o joio andará conosco, falará a nossa língua, participará conosco da ceia, roubará nossas bolsas e nossos alforjes, nos venderão para nossos inimigos, nos trairão, nos saudarão com um beijo e, depois disso tudo, ainda nem saberemos que foi ele quem fez isso tudo! Terrível! Somente Deus é que, no juízo final, fará a separação do trigo e do joio.
Há joio e há trigo! Judas ouviu Jesus por três anos e meio, mas não foi convencido! Se Jesus não o convenceu, quem o convenceria?
Sabem o que entendo disso? Que a palavra da pregação tem duas funções paralelas. A primeira é a salvação dos filhos de Deus, pois neles é gerada a fé pela pregação quando ouvem e creem. A segunda, é endurecer o coração dos filhos do diabo, aos quais não está destinada a salvação, para testemunho contra eles.
Então pregamos para salvação e pregamos para testemunho contra os filhos do diabo, mas não sabemos quem é um, nem quem é outro. Por isso que temos de pregar sempre, quer seja oportuno, quer, não seja.
II Timóteo 4:1 Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
II Timóteo 4:2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Jó 27:1 E prosseguindo Jó em seu discurso, disse:
                Jó 27:2 Vive Deus, que desviou a minha causa,
                                e o Todo-Poderoso, que amargurou a minha alma.
                Jó 27:3 Que, enquanto em mim houver alento,
                               e o sopro de Deus nas minhas narinas,
                                               Jó 27:4 Não falarão os meus lábios iniquidade,
                                                               nem a minha língua pronunciará engano.
                Jó 27:5 Longe de mim que eu vos justifique;
                               até que eu expire,
                                               nunca apartarei de mim a minha integridade.
                Jó 27:6 À minha justiça me apegarei e não a largarei;
                               não me reprovará o meu coração em toda a minha vida.
                Jó 27:7 Seja como o ímpio o meu inimigo,
                               e como o perverso o que se levantar contra mim.
                Jó 27:8 Porque qual será a esperança do hipócrita,
                               havendo sido avaro, quando Deus
                                               lhe arrancar a sua alma?
                Jó 27:9 Porventura Deus ouvirá o seu clamor,
                               sobrevindo-lhe a tribulação?
                Jó 27:10 Deleitar-se-á no Todo-Poderoso,
                               ou invocará a Deus em todo o tempo?
                Jó 27:11 Ensinar-vos-ei acerca da mão de Deus,
                               e não vos encobrirei o que está com o Todo-Poderoso.
                Jó 27:12 Eis que todos vós já o vistes;
                               por que, pois, vos desvaneceis na vossa vaidade?
Jó 27:13 Esta, pois, é a porção do homem ímpio da parte de Deus,
                e a herança, que os tiranos receberão do Todo-Poderoso.
                Jó 27:14 Se os seus filhos se multiplicarem, será para a espada,
                               e a sua prole não se fartará de pão.
                Jó 27:15 Os que ficarem dele na morte serão enterrados,
                               e as suas viúvas não chorarão.
                Jó 27:16 Se amontoar prata como pó,
                               e aparelhar roupas como lodo,
                                               Jó 27:17 Ele as aparelhará, porém o justo as vestirá,
                                                               e o inocente repartirá a prata.
                               Jó 27:18 E edificará a sua casa como a traça,
                                               e como o guarda que faz a cabana.
                               Jó 27:19 Rico se deita, e não será recolhido;
                                               abre os seus olhos, e nada terá.
                               Jó 27:20 Pavores se apoderam dele como águas;
                                               de noite o arrebata a tempestade.
                               Jó 27:21 O vento oriental leva-o, e ele se vai,
                                               e varre-o com ímpeto do seu lugar.
                Jó 27:22 E Deus lançará isto sobre ele, e não lhe poupará;
                               irá fugindo da sua mão.
                                               Jó 27:23 Cada um baterá palmas contra ele
                                                               e assobiará tirando-o do seu lugar.
O fim do perverso vem e se apressa! A volta do Senhor Jesus Cristo é iminente. Haverá um dia na história, como já houve na sua primeira vinda, em que as manchetes dos jornais, TV, internet será que o Messias agora retornou!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Este livro se encontra disponível para venda no site: http://www.ossemeadores.com.br e no site da Amazon, em formato de ebook e Kindle: http://www.amazon.com/dp/B00HT3B1SG
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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Jó 26:1-22 - VERDADES COSMOLÓGICAS EM JÓ

Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.


D. O terceiro e último ciclo de discursos – 22:1 – 26:14.
A parte “D” foi dividida, como na BEG, em quatro partes: 1. Elifaz – 22:1 – 30 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 23:1 – 24:25 – já vista. 3. Bildade: a glória de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6 – já vista. 4. A resposta de Jó a Bildade – 26:1 – 14 – veremos agora.
4. A resposta de Jó a Bildade – 26:1 – 14.
Chegamos ao fim dessa terceira série de discursos com a resposta de Jó a Bildade. Como tinha sido nos dois primeiros conjuntos de discursos, teríamos, antes, a fala de Zofar e a resposta de Jó a ele, mas nessa terceira série ele não discursou.
Também estamos perto de encerrarmos a parte II e entrarmos no capítulo 28, na parte III, deste livro.
Nesse discurso de resposta de Jó a Bildade que ocupa todo o capítulo 26, veremos Jó, sarcasticamente, rejeitar os argumentos de Bildade – dos versos 1 ao 4 -, e, depois, ele afirmar a supremacia de Deus, em todas as coisas, vs 5 ao 14.
a. A rejeição sarcástica de Jó – 26:1 – 4.
Em uma série de perguntas retóricas, Jó, sarcasticamente, rejeita a avaliação de Bildade acerca da situação difícil da humanidade. O ponto de vista de Bildade a ninguém traz qualquer ajuda.
Ele, Bildade, mistura a verdade com o engano de forma que quem o ouve pode cair em seus ardis astutos e começar a ter uma ideia errada sobre Deus e seu reino eterno.
Jó critica sua falta de sensibilidade para com ele – versos 1 e 2 - e isso deveria incomodá-lo afinal a sua dor era notória a todos, mas ao invés do alívio, do abraço e da compreensão, apenas pesadas e ardilosas críticas contra ele.
Jó pergunta a ele com quem ele está buscando ajuda – verso 4 -para proferir tais palavras vazias e absurdas. Jó sabia que não era a ajuda do Espírito de Deus, logo suspeitava ele de que algo estava estranho naqueles comportamentos de seus amigos conselheiros.
b. A afirmação da supremacia divina – 26:5 – 14.
Jó celebra a preeminência de Deus para se opor à objeção de Bildade – cap. 25. As palavras de Jó fazem lembrar o que ele havia dito em 9:5-10, de modo que não devem ser atribuídas a um dos conselheiros. As objeções de Jó não significam uma negação da soberania divina sobre a criação.
Vemos na resposta de Jó uma crença diferente de outras nações, culturas e povos, pois ele cria em Deus como governante até do Sheol – Pv 15:11. Ou seja Deus é único e tanto o bem quanto o mal está debaixo de seu governo justo e soberano.
A diferença com as outras culturas e povos está em que cada deus deles representava um domínio que não poderia ser ultrapassado por outros deuses onde o eterno conflito existiria sempre entre as forças do bem e das forças do mal.
Veja, por exemplo, o verso 12 quando Jó fala de Deus fendendo o mar e como com o seu entendimento abatendo o adversário, a BEG, nos diz que se trata do poder e do controle ilimitado de Deus sobre o domínio de Yam, o deus cananeu dos mares.
Continua a BEG a dizer que em hebraico, Raabe é um monstro cananeu das profundezas, corno o monstro marinho (veja 3.8; leviatã, em algumas versões) e o crocodilo (veja 41.1). Essa figura poética enriquece o conceito do grande poder de Deus sobre o mar tempestuoso.
Deus demonstrou o seu poder sobre esses poderes demoníacos e sobre as esferas da suposta influência desses poderes na criação (Gn 1.1-2), quando libertou Israel do Egito pelo mar (veja SI 89.9-10; Is 51.9) e quando Jesus acalmou o mar (Mt 8.23-27). Ele também prometeu fazê-lo novamente quando recriar a terra sem qualquer mar (Ap 21.1).
Voltando para os versos de 7 e 8 fica uma pergunta interessante: de onde, naquela época, Jó tirou a ideia da terra suspensa no nada? E também do vazio do norte? Somente há pouco tempo é que essas verdades vieram à tona cientificamente, pois até na idade média supunha-se que a terra era o centro do universo e que ela nem seria redonda.
Quem tentou provar o contrário, acabou sendo morto como herege ou divulgador de mensagens oriundas do inferno. No meu ponto de vista a ciência, como a que busca a verdade para explicar os fenômenos que nos cercam e o mundo ao nosso redor, é um braço de Deus e não trunfo de quem quer que seja.
A ciência não é pessoa, pois nem fala, nem se expressa, é apenas um método científico desenvolvido pelo homem interessado na explicação dos fenômenos que o cercam. Há cientistas que usam a ciência que são crentes e há cientistas que usam a ciência, mas não são crentes.
A concepção cosmológica de Jó naquela época nos causa espécie. Adaulto Lourenço, cientista, crente, explica-nos de forma muito interessante a questão da expansão vazia do Norte que somente foi verificada em meados do século passado onde o Observatório de Washington descobriu que, dentro dos céus do Norte, há uma grande expansão vazia na qual não há uma só estrela visível.
Duas questões cosmológicas interessantes e intrigantes em Jó:
1.      A terra sendo suspensa no nada.
2.      A expansão vazia do Norte. Jó 26:7!
Jó 26:1 Jó, porém, respondeu, dizendo:
                Jó 26:2 Como ajudaste aquele que não tinha força,
                               e sustentaste o braço que não tinha vigor?
                Jó 26:3 Como aconselhaste aquele que não tinha sabedoria,
                               e plenamente fizeste saber a causa, assim como era?
                Jó 26:4 A quem proferiste palavras,
                               e de quem é o espírito que saiu de ti?
                Jó 26:5 Os mortos tremem debaixo das águas,
                               com os seus moradores.
                Jó 26:6 O inferno está nu perante ele,
                               e não há coberta para a perdição.
                Jó 26:7 O norte estende sobre o vazio;
                               e suspende a terra sobre o nada.
                Jó 26:8 Prende as águas nas suas nuvens,
                               todavia a nuvem não se rasga debaixo delas.
                Jó 26:9 Encobre a face do seu trono,
                               e sobre ele estende a sua nuvem.
                Jó 26:10 Marcou um limite sobre a superfície das águas em redor,
                               até aos confins da luz e das trevas.
                Jó 26:11 As colunas do céu tremem,
                               e se espantam da sua ameaça.
                Jó 26:12 Com a sua força fende o mar,
                               e com o seu entendimento abate a soberba.
                Jó 26:13 Pelo seu Espírito ornou os céus;
                               a sua mão formou a serpente enroscadiça.
                Jó 26:14 Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos;
                               e quão pouco é o que temos ouvido dele!
                Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder?
Jó fala de Deus e do reino de Deus colocando argumentos em respostas a seus amigos que nos fazem refletir no conhecimento que ele tinha da graça e da misericórdia de Deus, apesar dele mesmo.
Ele entende ao final que tem muito a aprender e a conhecer desse Deus infinito e que nossa estadia aqui nessa vida é muito curta para nos deixarmos levar pelo mal.
Como ele mesmo encerra, estamos apenas nas orlas dos seus caminhos, como pois compreenderíamos a sua fala poderosa – trovão do seu poder?
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Jó 25:1-22 - BILDADE SE ESQUECE QUE SOMOS A COROA DA CRIAÇÃO DE DEUS

Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.


D. O terceiro e último ciclo de discursos – 22:1 – 26:14.
A parte “D” foi dividida, como na BEG, em quatro partes: 1. Elifaz – 22:1 – 30 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 23:1 – 24:25 – já vista. 3. Bildade: a glória de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6 – estamos vendo agora. 4. A resposta de Jó a Bildade – 26:1 – 14.
3. Bildade: a glória de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6.
Essa terceira série de discursos está chegando ao fim. Veremos agora o último discurso de Bildade sobre a glória de Deus e a insignificância da humanidade e depois a resposta curta de Jó.
Bildade diz parte da verdade ao afirmar que Deus é supremo e soberano, mas seu conceito sobre a humanidade está distorcido. Ele tem dificuldades de entender e explicar a misericórdia e a graça divina para com a raça humana.
Por causa dessa supremacia e de sua soberania, a impressão que temos é que Deus é tão grande, tão alto e tão sublime que ele não é imanente, mas apenas transcendente.
A criatura, nessa visão, passa a ser algo desprezível aos seus olhos e de nenhum valor e significado sendo Deus, portanto, incapaz de com ela interagir ou de se relacionar.
Bildade exagera na profundidade da indignidade humana. Esse é o seu modo de lidar com o problema do mal. Deus não pode ser questionado no que faz por que os seres humanos são muito desprezíveis. Embora a experiência possa, às vezes levar-nos a aceitar essa visão da humanidade, não é isso que nos ensina as Escrituras, diz a BEG.
Mesmo em seu pecado, a humanidade retém a imagem de Deus, que dá a cada pessoa a dignidade e valor – Gn 1:26-29.
A visão de Bildade, prossegue a BEG, opõe-se à visão de Sl 8:4, que admite serem os seres humanos infinitamente pequenos quando comparados aos corpos celestiais, mas ainda afirma que Deus, não obstante, coroou de glória e de honra a humanidade – vs 5 a 9.
Uma vez que os seres humanos não são vermes aos olhos de Deus, as injustiças no mundo ainda levantam perguntas insondáveis acerca da justiça de Deus.
Sobre o fato de Deus nos ter feito à sua imagem e à sua semelhança.
No sexto dia, depois da criação dos animais domésticos, dos selváticos e dos répteis, é que agora Deus vai criar o homem à sua imagem (celen) e à sua semelhança (demuth). Quando Deus disse que iria criar o homem à sua imagem e à sua semelhança ele estava já executando seu plano eterno desde quando nem tempo havia.
A criação do homem por causa da imagem e da semelhança de Deus é algo especial e único no universo. O homem foi a última coisa a ser criada por Deus. E nada da criação se compara ao homem. Pois a ninguém disse o que disse Deus ao homem quando o criou, nem em criatura alguma criada ele soprou em suas narinas para que se tornasse alma vivente.
O homem não foi criado por causa do mundo, mas o mundo foi criado por causa da família!
Calvino fala sobre a imagem e a semelhança como termos sinônimos que não representam características físicas do Criador porque Deus é espírito e não tem aparência física, nem características suas de domínio, mas representam:
·         Retidão e verdadeira santidade
·         Imortalidade
·         Inteligência, razão e afeição.
A Bíblia de Estudo de Genebra fala que a imagem e a semelhança representa aspectos pessoais, criativos, racionais e morais pertencentes a Deus e comunicados aos homens na sua criação.
Deus tem atributos que não são comunicáveis como a onipotência, onisciência, onipresença, mas compartilha com o homem de sua imagem e semelhança quanto aos seus atributos comunicáveis como a verdade, a justiça, o amor, a bondade.
Mesmo o homem caído por causa do pecado do primeiro Adão guarda a imagem e a semelhança de Deus por causa dos seus atributos comunicáveis. Certamente que maculada ou deturpada, mas ele a carrega.
Cada ser humano que anda por ai, mesmo os ímpios foram criados por Deus e portanto levam de alguma forma a imagem e a semelhança de Deus neles.
Destruí-los é afrontar a Deus porque ali está a sua imagem e a sua semelhança. Vejamos um pequeno trecho de João Calvino, segmentado, falando disso e reforçando em nós o conceito do perdão que Jesus nos ensinou:
“Seja quem for que se apresente a nós como necessitado do nosso auxílio,
não há o que justifique que nos neguemos a servi-lo.
Se dissermos que é um estranho,
o Senhor imprimiu nele uma marca
                que deveríamos reconhecer facilmente. 
Se alegarmos que é desprezível e de nenhum valor,
o Senhor nos contestará,
relembrando-nos que o honrou criando-o à Sua imagem.
Se dissermos que não há nada que nos ligue a ele,
o Senhor nos dirá que se coloca no lugar dele
para que reconheçamos nele os benefícios
                que Ele nos tem feito.
Se dissermos que ele não é digno de que demos sequer um passo para ajudá-lo,
a imagem de Deus,
que devemos contemplar nele,
é digna de que por ela nos arrisquemos,
com tudo o que temos.
Mesmo que tal homem,
além de não merecer nada de nós
também nos fez muitas injúrias ultrajantes,
ainda assim
isso não é causa suficiente para que deixemos de
amá-lo, agradá-lo e servi-lo.
Porque, se dissermos que ele não merece nada disso de nós,
Deus nos poderá perguntar que é que merecemos dele.
E quando Ele nos ordena
que perdoemos aos homens as ofensas
                que nos fizeram ou fizerem,
é como se o fizéssemos a Ele.
(Mt 6.14,15; 18.35; Lc 17.3)”. (João Calvino).

Jó 25:1 Então respondeu Bildade, o suíta, e disse:
                Jó 25:2 Com ele estão domínio e temor;
                               ele faz paz nas suas alturas.
                Jó 25:3 Porventura têm número as suas tropas?
                               E sobre quem não se levanta a sua luz?
                Jó 25:4 Como, pois, seria justo o homem para com Deus,
                               e como seria puro aquele que nasce de mulher?
                Jó 25:5 Eis que até a lua não resplandece,
                               e as estrelas não são puras aos seus olhos.
                Jó 25:6 E quanto menos o homem, que é um verme,
                               e o filho do homem, que é um vermezinho!
Tendo o homem sido criado de forma tão especial, ele se tornou a coroa da criação e é por isso que Satanás o inveja querendo destruí-lo e fazê-lo cair como tentou com o primeiro casal.
A ideia presente no universo cientifico daqueles que não creem em Deus é mostrar que o homem é tão insignificante como a sua moradia. A terra já não é mais o centro do universo como se pensava antigamente e essa verdade foi um triunfo da ciência que ao meu ver jamais contradisse a Bíblia ou a ideia de Deus.
Bildade desconhecia essas verdades bíblicas de que homem, criado à imagem e à semelhança de Deus, conforme explicado acima, é a coroa da criação e que todo o universo foi criado por causa dele.
Nossa insignificância astronômica - física e temporal - não nos torna menor em importância em todo o universo criado por Deus.
Mesmo sendo o homem a coroa da criação, tudo foi criado por meio dele, para ele e por ele – Rm 11:36 -, Jesus Cristo, a quem pertence toda a glória, louvor e honra, pois afinal, nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos nossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração – At 17:28.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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domingo, 3 de agosto de 2014

Jó 24:1-25 - JÓ FALA DAS INJUSTIÇAS NO MUNDO E DA NECESSIDADE DE JUSTIÇA AOS PERVERSOS

Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
D. O terceiro e último ciclo de discursos – 22:1 – 26:14.
A parte “D” foi dividida, como na BEG, em quatro partes: 1. Elifaz – 22:1 – 30 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 23:1 – 24:25 – estamos analisando. 3. Bildade: a glória de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6. 4. A resposta de Jó a Bildade – 26:1 – 14.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 23:1 – 24:25 - continuação.
Continua Jó com sua resposta. Dos vs. 1 ao 9, tínhamos visto Jó falando do silêncio de Deus, com sua aparente ausência. Depois dos vs. 10 ao 17, ele falando da soberania de Deus que não precisa explicar nada para ninguém.
Agora continuaremos vendo Jó falando das injustiças que há no mundo – dos vs. 1 ao 12 e do 13 ao final, vs. 25, a justiça para os perversos.
c. As injustiças que há no mundo – 1 ao 12.
Esses versículos mostram as crueldades que as pessoas infligem umas sobre as outras enquanto Deus, aparentemente, nada faz. Aqui são descritas algumas tragédias mais devastadoras que atingem as pessoas.
A palavra chave desse bloco de versículos é o verso primeiro que logo diz: POR QUE O TODO-PODEROSO NÃO DESIGNA TEMPOS DE JULGAMENTO?
Habacuque também clamou e bem assim os salmistas ou João no apocalipse até quando, ó justo Juiz, não se fara justiça e juízo na terra?
Por causa da demora na punição, o pecador se sente mais motivado a pecar. Que bom seria que toda vez que o pecado ocorresse, imediatamente se veria a sua consequência.
A promessa de Deus é que a justiça será feita! Quando? Com certeza, jamais nesta vida por que muitos injustos morrem e inocentes também sem qualquer punição ou recompensa.
Eu creio que a justiça será feita. Sempre cri, mesmo quando nem conhecia ao Senhor e andava por ai fazendo rezas a imagens de escultura, na minha infância e adolescência, achando que tinham algum poder.
Lembro-me da minha primeira invocação à mãe de Jesus, diante de uma estátua pequena de sua imagem que estava em casa, e pedi, na minha inocência, que me ajudasse a dar uma surra num outro menino que me perseguia injustamente todos os dias.
O nome dele é Antônio Carlos de Castro – o Cal -, hoje pintor, formado em Artes Plásticas pela Universidade de Guarulhos, meu amigo e vizinho de minha mãe. E não é que surrei este menino? (Entendam, naquela ocasião sim, ele não fazia o que era reto, mas hoje é meu amigo – coisas de infância, acho que tinha uns nove para dez anos).
Depois disso, não me lembro, nunca mais de qualquer outra invocação. Conheci ao Senhor perto de meus 18 anos e assim conheci a verdade da Bíblia e hoje dirijo as minhas orações, súplicas e intercessões unicamente ao Senhor Jesus Cristo.
Sempre também defendi essa minha crença em justiça divina. Eu sei que meu justo Juiz vive e que por fim fará justiça e juízo em toda a terra, diante de suas criaturas e seus filhos, em Cristo Jesus.
d. A justiça para os perversos – 13 ao 25.
Jó parece concordar com seus amigos quanto ao que deveria acontecer aos perversos; seu problema é que, muitas vezes, as circunstancias não seguem esse padrão, ou melhor nem tem padrão algum.
Ele insiste que é imprudente julgar a retidão ou falta de retidão de uma pessoa simplesmente com base no seu nível de prosperidade. Aparentemente, parece natural que a prosperidade seja pertencente ao justo e não ao injusto, mas os fatos não são esses.
Tem rico honesto e próspero, mas tem também pobres honestos; ricos desonestos, pobres desonestos. A moral ou o caráter de um homem não podem ser avaliados pelas suas posses e bens.
A punição dos perversos é altamente desejada por todo justo e pela própria justiça e eles, com frequência, parece escaparem dela. Por isso que se clama tanto por justiça na terra dos viventes.
Com relação à prosperidade do ímpio, dos perversos, que fazem coisas erradas e prejudicam os outros para obterem suas vantagens, por fim, Deus irá leva-los à ruína, ainda que somente depois da morte – a minha crença!
Jó está pedindo nos versos de 18 a 25 para que os malfeitores sejam corrigidos em vida, no entanto isso é demasiadamente lento. Eu creio que se não morrêssemos e Deus governasse o mundo dos homens imortais, a justiça seria vista com toda certeza.
Quando juntamos os versos de 23 a 25 ao primeiro deste capítulo, passamos a entender o motivo e o sentido do capítulo.
Jó estava tentando mostrar que os perversos são, de fato, punidos, mas que o processo acontece aos poucos  - vs. 23 e 24 – uma frustração para os justos, que querem ver a justiça feita completa e sumariamente.

Em discussões acerca da existência de Deus um dos temas preferidos dos que não creem em Deus é a justiça, pois que eles não entendem ela por causa de seu aparente triunfo temporário.
Jó 24:1 Visto que do Todo-Poderoso não se encobriram os tempos,
                por que, os que o conhecem, não veem os seus dias?
                               Jó 24:2 Até os limites removem; roubam os rebanhos,
                                               e os apascentam.
                Jó 24:3 Do órfão levam o jumento;
                               tomam em penhor o boi da viúva.
                Jó 24:4 Desviam do caminho os necessitados;
                               e os pobres da terra juntos se escondem.
                Jó 24:5 Eis que, como jumentos monteses no deserto,
                                saem à sua obra, madrugando para a presa;
                                               a campina dá mantimento a eles e aos seus filhos.
                Jó 24:6 No campo segam o seu pasto,
                               e vindimam a vinha do ímpio.
                Jó 24:7 Ao nu fazem passar a noite sem roupa,
                               não tendo ele coberta contra o frio.
                Jó 24:8 Pelas chuvas das montanhas são molhados
                               e, não tendo refúgio, abraçam-se com as rochas.
                Jó 24:9 Ao órfãozinho arrancam dos peitos,
                               e tomam o penhor do pobre.
                Jó 24:10 Fazem com que os nus vão sem roupa
                               e aos famintos tiram as espigas.
                Jó 24:11 Dentro das suas paredes espremem o azeite;
                               pisam os lagares, e ainda têm sede.
                Jó 24:12 Desde as cidades gemem os homens,
                               e a alma dos feridos exclama,
                                               e contudo Deus lho não imputa como loucura.
                Jó 24:13 Eles estão entre os que se opõem à luz;
                               não conhecem os seus caminhos,
                                               e não permanecem nas suas veredas.
                Jó 24:14 De madrugada se levanta o homicida,
                               mata o pobre e necessitado, e de noite é como o ladrão.
                Jó 24:15 Assim como o olho do adúltero
                               aguarda o crepúsculo, dizendo:
                                               Não me verá olho nenhum;
                                                               e oculta o rosto,
                Jó 24:16 Nas trevas minam as casas, que de dia se marcaram;
                               não conhecem a luz.
                Jó 24:17 Porque a manhã para todos eles é como sombra de morte;
                               pois, sendo conhecidos,
                                               sentem os pavores da sombra da morte.
                Jó 24:18 É ligeiro sobre a superfície das águas;
                               maldita é a sua parte sobre a terra;
                                               não volta pelo caminho das vinhas.
                Jó 24:19 A secura e o calor desfazem as águas da neve;
                               assim desfará a sepultura aos que pecaram.
                Jó 24:20 A madre se esquecerá dele,
                               os vermes o comerão gostosamente;
                                               nunca mais haverá lembrança dele;
                                               e a iniquidade se quebrará como uma árvore.
                Jó 24:21 Aflige à estéril que não dá à luz,
                               e à viúva não faz bem.
                Jó 24:22 Até aos poderosos arrasta com a sua força;
                               se ele se levanta, não há vida segura.
                Jó 24:23 Se Deus lhes dá descanso, estribam-se nisso;
                               seus olhos porém estão nos caminhos deles.
                Jó 24:24 Por um pouco se exaltam, e logo desaparecem;
                               são abatidos, encerrados como todos os demais;
                                               e cortados como as cabeças das espigas.
                Jó 24:25 Se agora não é assim,
                               quem me desmentirá e desfará as minhas razões?
Veremos na sequência o pequeníssimo discurso de Bildade que falará que  o homem não pode justificar-se diante de Deus.
Interessantes os temas e discussões em Jó sobre a vida, a justiça, o sofrimento e Deus em tudo isso.
Como eu sei que nas discussões, como estava dizendo acima, com os que não creem em Deus, que quase sempre o assunto se volta para a questão da justiça, eu logo, indago do não crente que aquele senso que ele tem, pelo qual ele invoca a justiça, não vem dele, mas da própria Justiça, ou seja de Deus.

Ninguém, em são consciência, busca razões na injustiça, na mentira, na falsidade, mas em valores reais que somente estão presentes em uma divindade, um ser moral, em Deus. Não há ordem, nem verdades, nem justiças, nem mentiras no caos, ou no nada; sendo assim, todo aquele que não crê em Deus é um crente que não sabe. 
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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