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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Jó 6:1-22 - A PRIMEIRA RESPOSTA DE JÓ A SEUS AMIGOS

Estamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Como já dissemos, os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes.
Como na BEG, dividimos esta extensa parte em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21.
Serão dois capítulos que falarão da resposta de Jó ao primeiro discurso. Para cada discurso de um de seus amigos, haverá uma resposta de Jó.
Teremos a oportunidade de ver que Jó repreenderá Elifaz por dizer palavras presunçosas e insensíveis, além de falsas, a seu respeito 6:1-30. Em seguida, veremos que ele dirigirá a sua queixa a Deus – 7:1-27.
Elifaz foi o primeiro a discursar e agora Jó está respondendo a ele. A suma de sua resposta pode ser notada no vs. 14 que explica nitidamente que um verdadeiro amigo deveria estar consolando e não sendo peso naquele momento tão delicado e de profundas dores.
Nem Jó, nem os seus amigos, eram conhecedores e capazes de dar explicações corretas sobre o que estava acontecendo, por isso que não tinham nem respostas, nem sabiam quais seriam as perguntas certas a se fazer naqueles momentos.
A resposta primeira de Jó é uma defesa das acusações insinuadas e das acusações de forma direta contra ele. Não haveria necessidades, da parte de Jó, em se defender, mas ao se defender, nos possibilitou conhecer a sua mente, sua vida, seus pensamentos e a sua consciência as quais eram retas e perfeitas diante de Deus.
Ninguém tem dúvidas de que Jó era pecador como todos nós também o somos, mas havia algo na vida dele que devemos igualmente viver.
A sua fé era algo muito forte e sua aproximação com Deus algo invejável. Isso é que dava forças a Jó para manter-se íntegro diante de sua consciência a despeito das fortes e bem elaboradas acusações de seus amigos.
Jó rejeitou cabalmente o que Elifaz lhe falou como algo que se aplicaria ao seu sofrimento, principalmente aquele argumento perspicaz e agudo que parecia uma espada afiada de dois gumes que estava penetrando lentamente em suas entranhas, o ferindo gravemente.
Refiro-me àquela fala, nos versos 6 e 7, do capítulo 5, de que nem a aflição brotava da terra, nem a desgraça nascia do chão, isto é, que não haveria sofrimento sem causa. Logo, se Jó estava sofrendo é porque ele tinha dado causa e isso era tão certo como as faíscas das brasas que sempre voam para cima.
No entanto, Jó sabia que sua aflição não estava fora do controle de Deus, por isso que disse que as flechas do Todo-Poderoso estavam sobre ele – vs. 3 e 4.
No vs. 25 ele exclama dizendo como eram persuasivas as palavras retas, ou seja, a diferença entre Jó e seus amigos estava ali resumida.
Quando lemos os discursos dos amigos, percebemos que eles diziam chavões que muitas vezes estavam corretos na esfera abstrata, mas que não se aplicavam necessariamente a Jó. Na verdade, eles o acusavam falsamente de ter levado uma vida pecaminosa pela qual estaria sendo castigado.
Jó insiste em dizer palavras honestas sobre a sua vida. Ele não havia abandonado Deus ou vivido de um modo libertino.
Jó 6:1 Então Jó respondeu, dizendo:
                Jó 6:2 Oh! se a minha mágoa retamente se pesasse,
                               e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança!
                Jó 6:3 Porque, na verdade, mais pesada seria,
                               do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras
                                               têm sido engolidas.
                Jó 6:4 Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim,
                               cujo ardente veneno suga o meu espírito;
                                               os terrores de Deus se armam contra mim.
                Jó 6:5 Porventura zurrará o jumento montês junto à relva?
                               Ou mugirá o boi junto ao seu pasto?
                               Jó 6:6 Ou comer-se-á sem sal o que é insípido?
                               Ou haverá gosto na clara do ovo?
                Jó 6:7 A minha alma recusa tocá-las,
                               pois são para mim como comida repugnante.
                Jó 6:8 Quem dera que se cumprisse o meu desejo,
                               e que Deus me desse o que espero!
                Jó 6:9 E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão,
                               e me acabasse!
                Jó 6:10 Isto ainda seria a minha consolação, e me refrigeraria no meu
                               tormento, não me poupando ele;
                                               porque não ocultei as palavras do Santo.
                Jó 6:11 Qual é a minha força, para que eu espere?
                               Ou qual é o meu fim, para que tenha ainda paciência?
                Jó 6:12 E porventura a minha força a força da pedra?
                               Ou é de cobre a minha carne?
                Jó 6:13 Está em mim a minha ajuda?
                                Ou desamparou-me a verdadeira sabedoria?
                Jó 6:14 Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão,
                               ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso.
                Jó 6:15 Meus irmãos aleivosamente me trataram, como um ribeiro,
                               como a torrente dos ribeiros que passam,
                Jó 6:16 Que estão encobertos com a geada,
                               e neles se esconde a neve,
                Jó 6:17 No tempo em que se derretem com o calor, se desfazem,
                               e em se aquentando, desaparecem do seu lugar.
                Jó 6:18 Desviam-se as veredas dos seus caminhos;
                               sobem ao vácuo, e perecem.
                Jó 6:19 Os caminhantes de Tema os vêem;
                               os passageiros de Sabá esperam por eles.
                Jó 6:20 Ficam envergonhados, por terem confiado
                               e, chegando ali, se confundem.
                Jó 6:21 Agora sois semelhantes a eles; vistes o terror, e temestes.
                Jó 6:22 Acaso disse eu:
                               Dai-me ou oferecei-me presentes de vossos bens?
                               Jó 6:23 Ou livrai-me das mãos do opressor?
                               Ou redimi-me das mãos dos tiranos?
                Jó 6:24 Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.
                Jó 6:25 Oh! quão fortes são as palavras da boa razão!
                               Mas que é o que censura a vossa argüição?
                Jó 6:26 Porventura buscareis palavras para me repreenderdes,
                               visto que as razões do desesperado são como vento?
                Jó 6:27 Mas antes lançais sortes sobre o órfão;
                               e cavais uma cova para o amigo.
                Jó 6:28 Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim;
                               e vede se minto em vossa presença.
                Jó 6:29 Voltai, pois, não haja iniquidade; tornai-vos, digo,
                               que ainda a minha justiça aparecerá nisso.
                Jó 6:30 Há porventura iniquidade na minha língua?
                               Ou não poderia o meu paladar distinguir coisas iníquas?
No último verso deste capítulo, Jó falou acerca das palavras dos seus amigos como um alimento ruim e então ele pede a eles que mudem a comida com a qual estavam se alimentando.
No próximo capítulo, Jó se voltará para Deus e a ele apresentará as suas queixas buscando alívio e respostas.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Jó 5:1-27 - ELIFAZ E SEU DISCURSO PROVOCATIVO

Estamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos buscando entender o que aconteceu.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Como já dissemos, os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes. Como na BEG, dividiremos esta extensa parte em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
1. Elifaz – 4:1 – 5:27 - continuação.
Sendo Elifaz o primeiro amigo de Jó a se manifestar, vemos que ele não estava preocupado com a situação de Jó, mas a situação de Jó muito o incomodava e ele queria encontrar uma saída e uma explicação que pudesse entender.
A explicação que ele buscava não estava firmada na verdade, mas em seus pressupostos os quais defendiam a Deus e jogavam a culpa em Jó.
Jó teria de estar em pecado ou algo teria de ter acontecido para que Jó tivesse desagradado muito a Deus e este o estava retribuindo para que ele aprendesse.
Podemos dividir essa sua parte de sua resposta, neste capítulo em três partes:
Primeira, nos versos de 1 a 7, Elifaz faz um poema discursivo sobre o tolo,  muitas vezes usado por Jó e seus conselheiros. Elifaz tem Jó em mente, mas não diz isso de modo explícito.
Eu vejo essa tentativa desses amigos em encontrar respostas um ato de desespero diante de um fato que exigia, assim parece, uma explicação. Por que isso aconteceu e aconteceu assim dessa maneira e com essa pessoa?
Eles buscarão explicações e levantarão hipóteses, mas é como patinar no gelo sem saber. Você se levanta e cai. Novamente se levanta e cai sem ao menos sair do lugar.
Como entender os fatos quanto não temos diante de nós a visão do todo para poder entender e explicar? E como iremos nos relacionarmos com nosso ser depravado que habita em nós e está em nós até o dia final? Eclesiastes fala disso, se não vejamos:
De natureza - eu creio na Depravação Total -, o homem, todo homem, já é depravado, por causa do pecado! Para piorar a sua situação mais ainda, nem sempre – ou quase nunca – é o juízo de Deus executado de imediato sobre ele e assim, seu coração, já maligno, é ainda mais propenso ao mal e à violência, como diz o sábio no verso 11 de Eclesiastes 8.
Graças a Deus que seu fim – o fim do ímpio - está programado e nunca mais será ele achado na face da terra. Esta é uma promessa sempre presente na maioria dos livros e profecias bíblicas, principalmente nos Salmos.
Já no verso 14, desse mesmo capítulo 8 de Eclesiastes, ele afirma algo terrível que é a existência de justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios e, pior ainda, que há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Se juntarmos, então, a este verso, o 11 comentado acima, meu Deus, que terrível!
Ec 8:11 Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra,
por isso o coração dos filhos dos homens está
inteiramente disposto para fazer o mal.
Ec 8:12 Ainda que o pecador faça o mal cem vezes,
e os dias se lhe prolonguem,
contudo eu sei com certeza,
que bem sucede aos que temem a Deus,
aos que temem diante dele.
Ec 8:13 Porém o ímpio não irá bem,
e ele não prolongará os seus dias,
que são como a sombra;
porque ele não teme diante de Deus.
Ec 8:14 Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra:
que há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios,
e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos.
Digo que também isto é vaidade.
É por isso que creio no juízo de Deus – eu sempre cri nisso, mesmo quando era menino e mal sabia diferenciar a esquerda da direita. Volta logo Senhor! Maranata!
É somente Deus que tem as respostas certas e mesmo as perguntas certas. No caso de Jó a ninguém foi dado conhecimento algum do certo, mas eles estavam vivendo os fatos. Poderiam entender? Deus explicaria? O que eles poderiam fazer diante disso? Como filtrar o pecado em suas vidas para poder estar livre e assim entender e explicar?
Os amigos deveriam estar ali juntos para consolá-lo, abraçá-lo e apoiá-lo nesse momento e não para buscar explicações. Talvez num segundo momento, conforme fosse o caso, sim, buscar as respostas, mas sabendo que somos limitados.
Em nenhum momento do livro de Jó veremos Deus preocupado em querer explicar as coisas para quem quer que seja, nem mesmo para Jó. Deus somente exigia, como desde o início, fé e confiança nele de forma plena e cabal, independentemente de quaisquer circunstâncias, sejam elas boas ou não.
Elifaz dizia, nos versos 6 e 7 que nem a aflição brotava da terra, nem a desgraça nascia do chão, isto é, que não haveria sofrimento sem causa. Logo, se estamos sofrendo é porque o causamos e isso era tão certo como as faíscas das brasas que sempre voam para cima.
Segunda, em seguida, dos vs 8 ao 16, Elifaz faz um hino de louvor e confiança pela bondade de Deus. Isso é muito louvável, mas percebe-se, mesmo aqui, Elifaz tentando provocar a Jó com seu discurso.
Ele fala coisas corretas e bem aplicadas, mas com a intenção de provocar a Jó e cutucá-lo ou lançar-lhe indiretas.
Provérbios 15:23 O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!
Provérbios 25:11 Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.
É bênção a palavra certa dita na hora certa, mas a certa dita na hora errada, é terrível!
Terceira, depois, Elifaz constrói um louvor pela disciplina divina. Ele alegra-se com o modo pelo qual Deus abençoa aqueles a quem castiga. E ele somente castiga aos que ama e quer corrigir. Já os que sobre eles está determinado o juízo, não há correções, pelo contrário acumula ainda mais a ira de Deus que, no caso, será sem misericórdia.
Essa referência à natureza disciplinadora do sofrimento humano é a única ocorrência nos discursos dos três conselheiros em que o assunto da disciplina divina é tocado. Ninguém quer sofrer! Ninguém quer apanhar! E a disciplina funciona como uma boa surra a fim de nos colocar novamente no caminho certo, no caminho da vida.
Atualmente, em nosso país, existe a lei da palmada que impede o pai de bater corretivamente em seu filho, mas não o impede de corrigi-lo e ai o pai terá de ser criativo para saber lidar com essa nova realidade feita por homens que se dizendo sábios, mal sabem que durante seus míseros 60 anos, produzirão cerca de 6 toneladas de excremento.
Com Deus é diferente e as suas palmadas realmente doem e nos colocam nos eixos novamente. Os que insistem no erro depois de terem sido corrigidos, correm o risco de se tornarem cauterizados e réus do juízo de Deus.
Elifaz acredita que essa disciplina é apenas temporária para os que temem a Deus – vs 18. Com certeza todos cremos nessa temporariedade das correções.
Quão bom é ser repreendido e corrigido pelo Deus, Pai, que nos ama e que nos corrigi como nosso pai o faria. A Bíblia, a Palavra de Deus, está repleta de ensinamentos exaltando as correções e as disciplinas e como isso é bom para nós, pecadores, seres depravados e carentes da glória de Deus.
Salmos 50:17 uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?
Provérbios 3:11 Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão.
Provérbios 5:12 e digas: Como aborreci o ensino! E desprezou o meu coração a disciplina!
Provérbios 5:23 Ele morrerá pela falta de disciplina, e, pela sua muita loucura, perdido, cambaleia.
Provérbios 6:23 Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;
Provérbios 12:1 Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido.
Provérbios 13:24 O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina.
Provérbios 15:10 Disciplina rigorosa há para o que deixa a vereda, e o que odeia a repreensão morrerá.
Provérbios 15:32 O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento.
Provérbios 22:15 A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.
Provérbios 23:13 Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.
Provérbios 29:15 A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.
Deus, ao contrário  dos homens, nos disciplina com amor; já os homens, por isso a lei das palmadas, as correções são muitas das vezes carregadas com ódio, ignorância e maldade.
Jó 5:1 Chama agora; há alguém que te responda?
                E para qual dos santos te virarás?
                               Jó 5:2 Porque a ira destrói o louco;
                                               e o zelo mata o tolo.
                Jó 5:3 Bem vi eu o louco lançar raízes;
                               porém logo amaldiçoei a sua habitação.
                Jó 5:4 Seus filhos estão longe da salvação;
                               e são despedaçados às portas, e não há quem os livre.
                Jó 5:5 A sua messe, o faminto a devora,
                               e até dentre os espinhos a tira;
                               e o salteador traga a sua fazenda.
                Jó 5:6 Porque do pó não procede a aflição,
                               nem da terra brota o trabalho.
                Jó 5:7 Mas o homem nasce para a tribulação,
                               como as faíscas se levantam para voar.
Jó 5:8 Porém eu buscaria a Deus; e a ele entregaria a minha causa.
                Jó 5:9 Ele faz coisas grandes e inescrutáveis,
                               e maravilhas sem número.
                Jó 5:10 Ele dá a chuva sobre a terra, e envia águas sobre os campos.
                               Jó 5:11 Para pôr aos abatidos num lugar alto;
                                               e para que os enlutados se exaltem na salvação.
                Jó 5:12 Ele aniquila as imaginações dos astutos,
                               para que as suas mãos não possam levar
                                               coisa alguma a efeito.
                Jó 5:13 Ele apanha os sábios na sua própria astúcia;
                               e o conselho dos perversos se precipita.
                Jó 5:14 Eles de dia encontram as trevas;
                               e ao meio dia andam às apalpadelas como de noite.
                Jó 5:15 Porém ao necessitado livra da espada, e da boca deles,
                               e da mão do forte.
                Jó 5:16 Assim há esperança para o pobre;
                               e a iniqüidade tapa a sua boca.
Jó 5:17 Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende;
                não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso.
                Jó 5:18 Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga;
                               ele fere, e as suas mãos curam.
                Jó 5:19 Em seis angústias te livrará; e na sétima o mal não te tocará.
                               Jó 5:20 Na fome te livrará da morte;
                                               e na guerra, da violência da espada.
                Jó 5:21 Do açoite da língua estarás encoberto;
                               e não temerás a assolação, quando vier.
                Jó 5:22 Da assolação e da fome te rirás,
                               e os animais da terra não temerás.
                Jó 5:23 Porque até com as pedras do campo terás o teu acordo,
                               e as feras do campo serão pacíficas contigo.
                Jó 5:24 E saberás que a tua tenda está em paz;
                               e visitarás a tua habitação, e não pecarás.
                Jó 5:25 Também saberás que se multiplicará a tua descendência
                               e a tua posteridade como a erva da terra,
                Jó 5:26 Na velhice irás à sepultura,
                               como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo.
                Jó 5:27 Eis que isto já o havemos inquirido, e assim é;
                                ouve-o, e medita nisso para teu bem.
Elifaz acabou esse seu discurso e agora veremos, no próximo capítulo a resposta de Jó. Para cada discurso de seus amigos, basicamente o acusando e defendendo a Deus, uma resposta de Jó se justificando, sem atacar a Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Jó 4:1-21 - OS AMIGOS E A GRANDE FÉ QUE JÓ TINHA

Estamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos buscando entender o que aconteceu.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Este primeiro ciclo de discursos que vai até o capítulo 14, sendo que nos encontramos no capítulo 4, consiste nas declarações de seus três amigos e nas respostas comoventes que Jó lhes dá.
Para cada discurso de um de seus amigos, uma resposta de Jó à altura da pergunta. Elas começam tímida e receosa por causa do estado em que se encontrava Jó, mas a busca da explicação do fenômeno Jó parecia inquietar as mentes e corações de seus amigos.
Pelo que elas progrediam em atrevimento e descuidado com a situação de seu amigo que sofria, mais parece que estavam ali querendo achar culpa em Jó ou em serem advogados de Deus do que verdadeiro amigo que consola o outro nas necessidades.
Os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes. Como na BEG, dividiremos esta extensa parte em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
1. Elifaz – 4:1 – 5:27.
O primeiro amigo de Jó a se manifestar é Elifaz. Ele é o menos cáustico dos três, pelo menos no primeiro discurso. Suas primeiras palavras, que supõe a inocência de Jó – vs 7 – devem ser comparadas com 22:1-11, em que ele está plenamente convencido de que Jó estava recebendo o que merecia.
Elifaz começa tímido e cheio de cuidados com o amigo e primeiramente o elogia por ser um mestre da sabedoria – vs 3:4 -, que ensinava os outros, mas no vs 5, o adverte a não deixar de aplicar à sua própria vida o que havia ensinado.
Em um primeiro momento, durante os sete primeiros dias, os amigos pareciam amigos de verdade que se importavam com a dor e o sofrimento, mas vencida a fase inicial a busca de explicações e o querer entender o fato era mais prioritário na mente daqueles que com ele estavam.
Parecia que era uma defesa para eles mesmos para não entrarem em colapso mental perdendo o chão e a base de suas próprias vidas. Os sofrimentos de Jó tinham de ter uma explicação lógica e ela deveria estar atrelada aos fatos e à vida de Jó por causa da justiça divina em que criam.
Para justificarem a Deus e livrá-lo de acusações, o mais fácil seria incriminar o homem pecador e falho em seus caminhos. Um pressuposto já estava formado na mente de Elifaz, ou melhor na mente daqueles que com ele ali estavam.
Jó, na verdade, esperava o consolo e não questionamentos e dúvidas de seus comportamentos.
Aquela fala de Elifaz naquele momento deve ter ferido e magoado o coração sofrido daquele homem justo que enfrentava agora mais um grande problema.
Sua vida estava ótima há poucos dias e ele teve de enfrentar em pouco tempo quatro grandes desafios:
1.      O primeiro foram as avalanches de acontecimentos todos trágicos envolvendo sua família, poupando a sua mulher, os seus bens e os seus negócios, destruindo tudo.
2.      O segundo momento foram as chagas que chegaram de um dia para o outro o levando a uma situação catastrófica tendo de se coçar e encontrar alívio com cacos de telha.
3.      O terceiro desafio terrível veio de sua própria esposa que o incitou a largar tudo, desistir e morrer.
4.      O quarto desafio era mais longo, mais agudo, perspicaz, chato, igualmente terrível e dolorido que eram os seus amigos que ao invés de consolarem a ele, o atormentavam.
No primeiro e no segundo momento, claramente se vê a ação direta de Satanás nos eventos com a pura intenção – dele, de Satanás – de levar Jó a pecar e a amaldiçoar a Deus provando sua hipótese e seu propósito maligno que era mostrar que Jó temia a Deus debalde, isto é, por causa das bênçãos de Deus.
No terceiro e no quarto momento, não parece estar havendo uma ação direta de Satanás porque o narrador bíblico não comenta mais nada das conversas e falas nos céus entre Deus e o diabo acerca de Jó.
No entanto, aqui, principalmente continuamos percebendo que por trás de tudo isso estaria ele, Satanás, enganando, seduzindo, agindo nos bastidores e preparando suas armadilhas a fim de prender sua presa nos seus momentos de maior fraqueza.
Novamente Jó não é socorrido, nem explicações alguma lhe é fornecido. Ele continua sem saber de nada e sustentado apenas por sua fé em Deus que era enorme.
Nisso Deus nos prova que o justo, de verdade, é sustentado por sua fé e como diz o escritor de Hebreus se ele recuar, Deus nele não tem prazer algum – Hb 10:38. A fé que nos sustenta é poderosa para nos sustentar sem socorro algum até o fim da jornada quando o veremos face-to-face!
Nos versos de 12 a 21, Elifaz faz uma declaração narrando uma experiência mística pela qual afirma ter recebido uma revelação divina.
Ele simplesmente está se preparando para continuar com seu discurso e com sua hipótese de justificar a Deus, defendendo-o e encontrar em Jó alguma culpa.
Jó 4:1 Então respondeu Elifaz o temanita, e disse:
                Jó 4:2 Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás?
                               Mas quem poderia conter as palavras?
                Jó 4:3 Eis que ensinaste a muitos, e tens fortalecido
                               as mãos fracas.
                Jó 4:4 As tuas palavras firmaram os que tropeçavam
                               e os joelhos desfalecentes tens fortalecido.
                Jó 4:5 Mas agora, que se trata de ti, te enfadas;
                               e tocando-te a ti, te perturbas.
                Jó 4:6 Porventura não é o teu temor de Deus a tua confiança,
                               e a tua esperança a integridade dos teus caminhos?
                Jó 4:7 Lembra-te agora qual é o inocente que jamais pereceu?
                               E onde foram os sinceros destruídos?
                Jó 4:8 Segundo eu tenho visto, os que lavram iniqüidade,
                               e semeiam mal, segam o mesmo.
                Jó 4:9 Com o hálito de Deus perecem;
                               e com o sopro da sua ira se consomem.
                Jó 4:10 O rugido do leão, e a voz do leão feroz,
                               e os dentes dos leõezinhos se quebram.
                Jó 4:11 Perece o leão velho, porque não tem presa;
                               e os filhos da leoa andam dispersos.
                Jó 4:12 Uma coisa me foi trazida em segredo;
                               e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.
                Jó 4:13 Entre pensamentos vindos de visões da noite,
                               quando cai sobre os homens o sono profundo,
                               Jó 4:14 Sobrevieram-me o espanto e o tremor,
                                               e todos os meus ossos estremeceram.
                               Jó 4:15 Então um espírito passou por diante de mim;
                                               fez-me arrepiar os cabelos da minha carne.
                               Jó 4:16 Parou ele, porém não conheci a sua feição;
                                               um vulto estava diante dos meus olhos;
                                                               houve silêncio, e ouvi uma voz que dizia:
                               Jó 4:17 Seria porventura o homem mais justo do que Deus?
                                               Seria porventura o homem mais puro
                                                               do que o seu Criador?
                               Jó 4:18 Eis que ele não confia nos seus servos
                                               e aos seus anjos atribui loucura;
                               Jó 4:19 Quanto menos àqueles que habitam em casas de lodo,
                                               cujo fundamento está no pó,
                                                               e são esmagados como a traça!
                Jó 4:20 Desde a manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente
                               perecem sem que disso se faça caso.
                Jó 4:21 Porventura não passa com eles a sua excelência?
                               Morrem, mas sem sabedoria.
Sem fé é impossível agradar a Deus, por isso que os que se aproximam de Deus devem crer que ele exista e não somente isso, mas que também é galardoador dos que o buscam em verdade e sinceridade de coração – Hb 11:6.
É assim que nos ensina o apóstolo Paulo ao falar de como devemos nos aproximar de Deus e era assim que vivia Jó em sua fé que fazia com que ficasse firme, mesmo parecendo ter o mundo todo conspirando contra ele para o fazer pecar.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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