Estamos já, finalizando este livro, na terceira parte
de nossa divisão de Juízes: 3. OS ERROS
DOS LEVITAS – 17:1 – 21:25.
Como temos visto, até o presente momento nada tinha
dado certo na vida dos filhos de Israel depois da morte de seus grandes líderes
que começaram tudo isso: Moisés e seu substituto, Josué. E o livro de Juízes
vem demonstrando claramente esse fracasso de Israel como se fosse preparado para
introduzir a figura do rei em Israel.
Esta terceira e última parte também foi subdividida em
duas. Estamos ainda vendo a primeira
parte delas. A. Um levita e a idolatria em Israel – 17:1 – 18:31.
No capítulo 17, vimos a primeira seção dessa divisão que
falou de Mica e o levita – 17:1-13. Agora, veremos a segunda seção: 2. Os
danitas e o levita – 18:1-31. Depois, veremos a última parte: B. Um levita e a
violência em Israel – 19:1 – 21:25.
2. Os
danitas e o levita – 18:1-31.
O capítulo 18 começa exatamente como está no verso 6 -
muito comprometedor -, que anunciava claramente e explicava a razão desse
fracasso: “Naqueles dias não havia rei em
Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.”
A sorte ainda não tinha caído para os danitas que
buscavam herança para habitar.
Cinco homens da tribo de Dã, chamados de valorosos –
na ARA, está traduzido como homens valentes -, são enviados a espiar a terra e
no seu caminho chegaram à região montanhosa de Efraim, até à casa de Mica, onde
pernoitaram.
Dentro da casa de Mica, reconheceram a voz do levita
que tinha sido contatado por Mica para ser sacerdote dele e eles o interrogam.
Aproveitando o ensejo da visita e a coincidência do
encontro com o levita pediram conselho do Senhor para eles, pois estavam preocupados
se iriam ou não prosperarem em sua jornada de espiar a terra.
O levita os acalmou e disse boas palavras a eles que
tudo daria certo e voltariam em paz e assim se sucedeu. E eles relataram aos
danitas tudo o que tinha se passado e como o povo da região de Laís era
pacífico, descuidado e estavam longe de proteção de outros povos, além do que
não tinham aliança com ninguém.
A consulta feita, as palavras faladas e os resultados
alcançados poderiam dar a impressão de que Deus aprovou e abençoou essa jornada,
mas tudo indica o contrário que de Deus não tinha nada.
Ainda assim as características desse povo nos lembra
de sermos vigilantes e nada tranquilos com relação à nossa situação e posição,
além do que melhor é termos amigos e com eles nos relacionarmos do que vivermos
isolados e alheios a tudo. Provérbios nos ensina isso em 18:1 - O solitário busca o seu próprio interesse e
insurge-se contra a verdadeira sabedoria.
Os danitas então juntam seiscentos homens bem armados
e saem para ir conquistar Laís. Se bem que a lei dizia para eles oferecerem
primeiro a paz ao povo a ser conquistado e somente se recusassem, entrariam em
guerra e os aniquilaria – Dt 20:10-18.
No caminho, novamente a casa de Mica e dessa vez, os
danitas não somente levaram os deuses de Mica como também subornaram o levita
para ser ele sacerdote deles.
O levita, não de olho em Deus, mas de olho nas
recompensas e no prestígio e fama, vai com eles feliz e jubilante. Mica fica só
e tenta reagir, reunindo homens para ir de encontro aos danitas, mas fica com
medo depois de se aproximar deles e volta para seu caminho, certamente a fazer
novos deuses.
Realmente o quadro que o narrador bíblico pinta da
situação de Israel naquela época era terrível e tudo indicava ser o problema da
falta de um rei.
Os danitas roubam a Mica e depois ainda são bem
sucedidos na conquista da terra de Laís – dos homens descansados, tranquilos e
confiados - e mudam o nome da cidade para Dã, a cidade de Dã.
Os filhos de Dã, então, resolvem levantar a
estátua, a imagem de escultura de Mica,
e ordenam como sacerdotes Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés.
Jz
18:1 Naqueles dias não havia rei em Israel;
e nos mesmos dias a tribo dos
danitas buscava para si
herança para
habitar; porquanto até àquele dia entre
as tribos de
Israel não lhe havia caído por sorte sua herança.
Jz
18:2 E enviaram os filhos de Dã, da sua tribo, cinco homens dentre eles,
homens valorosos, de Zorá e de
Estaol, a espiar e reconhecer a terra, e
lhes disseram: Ide, reconhecei a terra.
E chegaram à montanha de Efraim,
até à casa de Mica,
e passaram ali a
noite. Jz 18:3 E quando eles estavam junto
da
casa de Mica, reconheceram a voz do moço,
do
levita; e dirigindo-se para lá, lhe disseram:
Quem te trouxe
aqui? Que fazes aqui? E que é que tens aqui?
Jz 18:4 E ele lhes disse:
Assim e assim me
tem feito Mica; pois me tem contratado,
e eu
lhe sirvo de sacerdote.
Jz 18:5 Então lhe disseram:
Consulta a Deus,
para que possamos saber se prosperará
o
caminho que seguimos.
Jz 18:6 E disse-lhes o sacerdote:
Ide em paz; o
caminho que seguis está perante o SENHOR.
Jz 18:7 Então foram-se aqueles
cinco homens,
e chegaram a Laís;
e viram que o povo que havia
no
meio dela estava seguro,
conforme
ao costume dos sidônios,
quieto
e confiado; nem havia autoridade
alguma do reino
que por qualquer coisa envergonhasse
a
alguém naquela terra;
também estavam
longe dos sidônios,
e
não tinham relação com ninguém.
Jz 18:8 Então voltaram a seus
irmãos, a Zorá e a Estaol,
os quais lhes
disseram:
Que dizeis vós?
Jz 18:9 E eles disseram:
Levantai-vos, e
subamos contra eles; porque examinamos
a
terra, e eis que é muitíssimo boa.
E vós estareis
aqui tranqüilos? Não sejais preguiçosos
em
irdes para entrar a possuir esta terra.
Jz 18:10 Quando lá
chegardes, vereis um povo confiado,
e a
terra é larga de extensão;
porque
Deus vo-la entregou nas mãos;
lugar em que não
há falta de coisa alguma que há na terra.
Jz 18:11 Então partiram dali, da
tribo dos danitas,
de Zorá e de
Estaol, seiscentos homens munidos de armas
de
guerra. Jz 18:12 E subiram, e acamparam-se em
Quiriate-Jearim,
em Judá; então chamaram
a
este lugar Maané-Dã, até ao dia de hoje;
eis
que está por detrás de Quiriate-Jearim.
Jz 18:13 E dali passaram à
montanha de Efraim;
e chegaram até a
casa de Mica. Jz 18:14 Então responderam
os
cinco homens, que foram espiar a terra de Laís,
e
disseram a seus irmãos:
Sabeis vós também
que naquelas casas há um éfode,
e
terafins, e uma imagem de escultura
e
uma de fundição? Vede, pois, agora o que
haveis
de fazer. Jz 18:15 Então se dirigiram para lá,
e
chegaram à casa do moço, o levita,
em
casa de Mica, e o saudaram.
Jz 18:16 E os seiscentos homens,
que eram dos filhos de Dã,
munidos com suas
armas de guerra,
ficaram
à entrada da porta.
Jz 18:17 Porém subindo os cinco
homens, que foram espiar a terra,
entraram ali, e
tomaram a imagem de escultura, o éfode,
e os
terafins, e a imagem de fundição,
ficando
o sacerdote em pé à entrada da porta,
com os seiscentos
homens que estavam munidos com as
armas
de guerra. Jz 18:18 Entrando eles, pois, em
casa de Mica, e
tomando a imagem de escultura, e o éfode,
e os
terafins, e a imagem de fundição,
disse-lhes o sacerdote:
Que estais
fazendo?
Jz 18:19 E eles lhe disseram:
Cala-te, põe a mão
na boca, e vem conosco,
e
sê-nos por pai e sacerdote.
E melhor ser
sacerdote da casa de um só homem,
do
que ser sacerdote de uma tribo
e
de uma família em Israel?
Jz 18:20 Então alegrou-se o
coração do sacerdote,
e tomou o éfode, e
os terafins, e a imagem de escultura;
e
entrou no meio do povo.
Jz 18:21 Assim viraram, e
partiram; e os meninos, e o gado,
e a bagagem
puseram diante de si.
Jz 18:22 E, estando já longe da
casa de Mica, os homens que estavam
nas casas junto à
casa de Mica, reuniram-se, e alcançaram
os
filhos de Dã.
Jz 18:23 E clamaram após os
filhos de Dã, os quais viraram os seus
rostos, e disseram
a Mica:
Que
tens, que tanta gente convocaste?
Jz 18:24 Então ele disse:
Os meus deuses,
que eu fiz, me tomastes,
juntamente
com o sacerdote, e partistes;
que
mais me resta agora?
Como, pois, me dizeis:
Que é que tens?
Jz 18:25 Porém os filhos de Dã
lhe disseram:
Não nos faças
ouvir a tua voz, para que porventura homens
de
ânimo mau não se lancem sobre vós, e tu percas a
tua
vida, e a vida dos da tua casa.
Jz 18:26 Assim seguiram o seu
caminho os filhos de Dã;
e Mica, vendo que
eram mais fortes do que ele, virou-se,
e
voltou à sua casa.
Jz 18:27 Eles, pois, tomaram o
que Mica tinha feito,
e o sacerdote que
tivera, e chegaram a Laís,
a um
povo quieto e confiado,
e os feriram ao
fio da espada, e queimaram a cidade a fogo.
Jz 18:28 E ninguém houve que os
livrasse, porquanto estavam longe
de Sidom, e não
tinham relações com ninguém,
e a
cidade estava no vale que está junto
de
Bete-Reobe;
depois
reedificaram a cidade e habitaram nela.
Jz 18:29 E chamaram-lhe Dã,
conforme ao nome de Dã,
seu pai, que
nascera a Israel; era, porém, antes o nome desta
cidade
Laís.
Jz 18:30 E os filhos de Dã
levantaram para si
aquela imagem de
escultura; e Jônatas, filho de Gérson,
o
filho de Manassés, ele e seus filhos foram
sacerdotes
da tribo dos danitas,
até
ao dia do cativeiro da terra.
Jz 18:31 Assim, pois,
estabeleceram para si a imagem de escultura,
que fizera Mica,
por todos os dias em que a casa de Deus
esteve
em Siló.
Realmente Israel estava perdido e já imitando o
costume das nações que expulsaram para estarem ali. O resultado é que, conforme
a palavra do Senhor, eles também logo seriam expulsos da terra, por desobediência
ao Senhor.
Israel possuía um lugar central de adoração em Siló,
mas os danitas persistiram em seu proceder corrompido. O tabernáculo permaneceu
em Siló até o tempo de Samuel. Lá estava também a arca e lá ficou até que os
filhos de Eli a tiraram de lá e a levaram para a batalha onde os filisteus a
tomaram – I Sm 4:4-11.
Não sabiam os danitas de Siló? Certamente sabiam, mas
naquela época, onde não havia rei, cada um fazia o que bem parecia certo. Eles
não tinham vínculos com o Senhor, nem com seus mandamentos ou sua história.
3.OS
ERROS DOS LEVITAS – 17:1 – 21:25. (veremos, a partir de agora)
Tanto a conquista incompleta da Terra Prometida
quanto os doze ciclos dos juízes nós já vimos e agora iremos encerrar o livro
indo para sua terceira e última parte.
3.
OS ERROS DOS LEVITAS – 17:1 – 21:25.
Até o presente momento nada tinha dado certo na vida
dos filhos de Israel depois da morte de seus grandes líderes que começaram tudo
isso: Moisés e seu substituto, Josué.
O livro de Juízes vem demonstrando claramente esse
fracasso de Israel como se fosse preparado para introduzir a figura do rei em
Israel.
Veja o vs. 6, muito comprometedor, que anunciava
claramente e explicava a razão desse fracasso: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem
aos seus olhos.”.
E agora surge no cenário os levitas como aqueles que
poderiam dar um jeito na situação, mas o fato será que não conseguirão conduzir
a nação à retidão e o fato óbvio é que Israel precisará de um rei piedoso.
Esta terceira e última parte será dividida, também
seguindo a BEG, em duas subpartes que terão suas próprias subdivisões. A. Um
levita e a idolatria em Israel – 17:1 – 18:31. B. Um levita e a violência em
Israel – 19:1 – 21:25.
Vejamos, então, essa primeira parte dos levitas com
a idolatria, sendo primeiro com a casa de Mica – cap. 17 - e depois com os
danitas – cap. 18.
A.
Um levita e a idolatria em Israel – 17:1 – 18:31.
Mica era um efraimita que contratou um levita para começar
sua própria forma de culto ilegítimo.
Na narrativa, Mica e sua mãe cometem diversos
pecados e transgressões à lei violando a aliança com Deus, como, por exemplo,
consagrar a prata para fazer um ídolo, mandar fazer uma estola sacerdotal,
ordenar o filho de Mica para o sacerdócio.
Para eles, era normal e até imaginavam estarem
servindo ao Senhor como dissera a mãe de Mica no vs. 3 quando ela disse que
iria dedicar ao Senhor aquele dinheiro e aquela prata para fazer uma imagem de
escultura.
Por melhor que fosse sua intenção, a consagração da
prata violava drasticamente o segundo mandamento – Dt 5:8. Não teriam eles
conhecimento da lei ou não havia quem os ensinassem para assim, nesciamente
procederem?
Para tudo o que fosse feito, por falta de uma autoridade
fiel à aliança, a justificativa caia no vs. 6 de que naquele tempo não havia
rei em Israel e cada um fazia o que bem entendia e achava certo.
Em um determinado dia, Mica fica feliz por ver
passando por ali um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita, e
peregrinava ali na sua região e ia por ai, onde achasse que seria melhor para
ele.
Mica o recepciona, foi gentil com ele, lhe mostra
suas coisas e suas estolas sacerdotais e seus deuses de prata e o convence a
abandonar o Senhor para servir como sacerdote contratado por ele em sua casa.
A herança dos levitas consistia em servir ao Senhor
no lugar de sua habitação, o tabernáculo. Ele devia saber disso, mas aceita o
convite, o pagamento e o tratamento recebido. Mica o tinha chamado de pai – sentido
religioso.
O ambiente acolhedor para o sacerdote levita encobre
a terrível apostasia e a idolatria dessa casa. Um levita havia abandonado o
Senhor para ministrar perante ídolos!
Jz
17:1 E havia um homem da montanha de Efraim, cujo nome era Mica.
Jz
17:2 O qual disse à sua mãe:
As mil e cem moedas de prata que
te foram tiradas,
por cuja causa
lançaste maldições,
e
de que também me falaste,
eis que esse
dinheiro está comigo; eu o tomei.
Então
lhe disse sua mãe:
Bendito do SENHOR seja meu
filho.
Jz 17:3 Assim restituiu as mil e
cem moedas de prata à sua mãe;
porém sua mãe
disse:
Inteiramente tenho dedicado este
dinheiro da minha mão ao SENHOR,
para meu filho
fazer uma imagem de escultura
e
uma de fundição; de sorte que agora
to
tornarei a dar.
Jz 17:4 Porém ele restituiu
aquele dinheiro à sua mãe;
e sua mãe tomou
duzentas moedas de prata,
e
as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem
de
escultura e uma de fundição,
que
ficaram em casa de Mica.
Jz 17:5 E teve este homem, Mica,
uma casa de deuses;
e fez um éfode e
terafins, e consagrou um de seus filhos,
para
que lhe fosse por sacerdote.
Jz
17:6 Naqueles dias não havia rei em Israel;
cada um fazia o que parecia bem
aos seus olhos.
Jz
17:7 E havia um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita,
e peregrinava ali. Jz 17:8 E
este homem partiu da cidade
de Belém de Judá para peregrinar
onde quer que achasse conveniente.
Chegando ele, pois, à montanha
de Efraim, até à casa de Mica,
seguindo o seu
caminho,
Jz 17:9 Disse-lhe Mica:
Donde vens?
E ele lhe disse:
Sou levita de
Belém de Judá, e vou peregrinar
onde
quer que achar conveniente.
Jz 17:10 Então lhe disse Mica:
Fica comigo, e
sê-me por pai e sacerdote;
e
cada ano te darei dez moedas de prata,
e
vestuário, e o sustento. E o levita entrou.
Jz 17:11 E consentiu o levita em
ficar com aquele homem;
e o moço lhe foi
como um de seus filhos.
Jz 17:12 E Mica consagrou o
levita, e aquele moço
lhe foi por
sacerdote; e esteve em casa de Mica.
Jz 17:13 Então disse Mica:
Agora sei que o
SENHOR me fará bem;
porquanto
tenho um levita por sacerdote.
Até que ponto são inocentes Mica, sua mãe, o
sacerdote levita que abandonou o Senhor para ministrar a ídolos? Não conheciam
a lei e os profetas? Ou conheciam, mas desprezaram e fizeram pouco caso de suas
histórias e vida?
Israel realmente estava numa situação lamentável e
triste de se ver e o apelo era para um rei que liderasse e ensinasse todo o povo
e o conduzisse novamente à aliança com o Senhor.
Os capítulos seguinte servirão para demonstrar o
sistema falido em Israel com os levitas que estavam, no momento, como aqueles
que iriam substituir os juízes em Israel e levarem o povo de volta ao Senhor.
Sansão é o exemplo do homem que não se sossega com
uma mulher e sempre quer mais uma e quer aventuras e festas com elas. Não é
dito quanto tempo depois de ele ter se dado mal em seu primeiro casamento que
ele foi a Gaza, cidade dos filisteus.
No entanto, conforme o último versículo dá para
termos uma ideia. O cabelo de Sansão já tinha crescido novamente depois que ele
foi preso.
Como ele morreu por causa de Dalila e sua morte deve
ter ocorrido uns dois meses ou três depois de ele ter rapado a sua cabeça,
quando foi preso e teve seus olhos feridos, calculamos que essa aventura tenha
ocorrido vinte anos depois de seu primeiro e último casamento em Timnate com
uma mulher das filhas dos filisteus.
Ele já estava julgando a Israel por vinte anos e
muita coisa devia ter acontecido a ele, no entanto seu coração ainda estava
rebelde e seu desejo estava em outras coisas.
Primeiro desce até Gaza, cidade dos filisteus e ali
se deita com uma prostituta. Os gazitas percebem que era Sansão que estava ali
e arma uma cilada contra ele para o apanhar assim que acordasse pela manhã,
pois pensavam que ele ali passaria a noite.
No entanto, se levanta ele a meia-noite e sai tranquilamente,
mas encontra o portão fechado como se aquele povo estivesse aprisionando alguém
para depois matá-lo. Tiveram sorte porque ele ao invés de lutar, simplesmente
arrancou o portão com sua força excomunal com trancas e tudo mais e foi embora.
Como iriam derrotar um homem desses que era
indestrutível e era muito forte e poderoso? Não havia jeito de vencer Sansão
enfrentando-o, mas logo perceberam sua fraqueza: as mulheres! E foi com uma
mulher que sua vida veio ao fim.
Passado mais um tempinho, se afeiçoa a uma mulher do
vale de Soreque, cujo nome era Dalila. Certamente, uma bela mulher, mas podre
por dentro e seu amor cheirava a dinheiro como uma prostituta que vende seu
corpo somente por causa do dinheiro.
Tantas mulheres em Israel e Sansão querendo
aventuras. Certamente os propósitos de Deus estavam se cumprindo e se
cumpririam mesmo, mas será que isso tudo não poderia ser evitado e arranjado
outros motivos para enfrentar os filisteus sem ter de se misturar a eles e com
suas mulheres? Eu creio que sim.
Deus está usando o coração corrompido de um homem
corrompido para nele e com ele cumprir seus propósitos, mas não foi para isso
que Deus nos chamou, para vivermos em desobediência a ele e a sua palavra e
vivermos vida impura.
Sansão não se guardou em momento algum porque desde
seu nascimento ele rejeitava o Senhor, talvez por causa de seu voto que seus
pais fizeram por ele e não ele mesmo. Algo havia de errado na vida deste grande
homem forte e poderoso, mas também fraco
por causa de sua queda por mulheres estrangeiras.
Dalila foi imediatamente procurada pelos filisteus
que lhe prometeram dinheiro se ela descobrisse a fraqueza de Sansão e ela
aceitou o desafio e afiou as suas garras e nelas colocou o seu veneno da
sedução.
Sansão a amava e dormia profundamente o sono da
morte e ela lhe perguntava onde estava a razão de sua força e ele vai brincando
com ela e a amando e dormindo.
Primeiro são sete vergas de vimes frescos, depois
são cordas novas, que ainda não
houvessem sido usadas, depois, já se aproximando do seu cabelo, disse a ela que
se tecesse sete tranças dos cabelos da sua cabeça com os liços da teia, ele
seria como qualquer outro homem.
Sansão brincava e se divertia e a amava todos os
dias e dormia o sono da morte tranquilo, mas ela era maligna e persistente e
conhecia muito bem a teoria da importunação e o importunou todos os dias até
que ele não aguentou mais tudo aquilo e descobriu-se lhes o seu coração.
Ela percebeu que ele tinha se sucumbido e mais uma
vez o amou e deve ter caprichado porque ele dormia tão profundamente que não
percebeu que seu cabelo estava sendo raspado. Feito o trabalho, ela dá o alarme
como das outras vezes e Sansão desperta todo confiante, mas onde estava o
Senhor e cadê as suas forças?
Tudo acabou e ele foi preso, humilhado e teve seus
olhos perfurados e ficou cego e aprisionado tendo de trabalhar forçadamente
movendo uma grande pedra de moinho.
Dalila foi paga imediatamente e saiu dali feliz da
vida. Ela nunca amou Sansão, mas viu nele uma grande oportunidade de ganhar
muito dinheiro e fama e saiu triunfante.
Sansão brincou com o pecado e se deu mal! E você,
continua a brincar com o pecado e acha que poderá sair disso livre, leve e
solto?
Na sua prisão e trabalhos forçados seu cabelo volta
a crescer e os filisteus ainda comemoravam sua grande vitória tendo ela sido
conquistada por uma mulher.
Eles estavam ali comemorando e festejando ao seu
deus dagon a sua vitória e resolvem brincar com Sansão e o colocaram no templo,
onde todos deviam estar para dele zombarem.
Sansão, arrependido e humilhado reconhece que não é
nada nem ninguém e ora ao Senhor que o atende e ele volta a ter a sua força o
tempo suficiente para destruir todo o templo e apoiado nas colunas principais
do templo começa a forçá-las até que elas caem e destroem a todos que ali
estavam, inclusive ele mesmo morre.
Na sua morte, Sansão matou mais filisteus e trouxe
mais destruição do que em todo o tempo de sua vida. Julgou Sansão vinte anos o
povo de Israel e foi morto.
Jz
16:1 E foi Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela.
Jz 16:2 E foi dito aos gazitas:
Sansão entrou
aqui. Cercaram-no,
e
toda a noite lhe puseram espias
à porta da
cidade; porém toda a noite estiveram quietos,
dizendo:
Até à luz da manhã esperaremos;
então
o mataremos.
Jz 16:3 Porém Sansão deitou-se
até à meia noite,
e à meia noite se
levantou, e arrancou
as
portas da entrada da cidade
com
ambas as umbreiras, e juntamente
com
a tranca as tomou,
pondo-as
sobre os ombros;
e
levou-as para cima até ao cume do monte
que
está defronte de Hebrom.
Jz
16:4 E depois disto aconteceu que se afeiçoou
a uma mulher do vale de Soreque,
cujo nome era Dalila.
Jz
16:5 Então os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram:
Persuade-o, e vê em que consiste
a sua grande força,
e como poderíamos
assenhorear-nos dele e amarrá-lo,
para
assim o afligirmos; e te daremos,
cada
um de nós, mil e cem moedas de prata.
Jz
16:6 Disse, pois, Dalila a Sansão:
Declara-me, peço-te, em que
consiste a tua grande força,
e com que
poderias ser amarrado para te poderem afligir.
Jz
16:7 Disse-lhe Sansão:
Se me amarrassem com sete vergas
de vimes frescos,
que ainda não
estivessem secos, então me enfraqueceria,
e
seria como qualquer outro homem.
Jz
16:8 Então os príncipes dos filisteus lhe trouxeram sete vergas
de vimes frescos, que ainda não
estavam secos;
e amarraram-no
com elas.
Jz 16:9 E o espia estava com ela
na câmara interior.
Então ela lhe disse:
Os filisteus vêm sobre ti, Sansão.
Então
quebrou as vergas de vimes,
como
se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo;
assim
não se soube em que consistia a sua força.
Jz
16:10 Então disse Dalila a Sansão:
Eis que zombaste de mim, e me
disseste mentiras;
ora declara-me
agora com que poderias ser amarrado.
Jz
16:11 E ele disse:
Se me amarrassem fortemente com
cordas novas,
que ainda não
houvessem sido usadas,
então me
enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
Jz 16:12 Então Dalila tomou
cordas novas, e o amarrou com elas,
e disse-lhe: Os
filisteus vêm sobre ti, Sansão.
E
o espia estava na recâmara interior.
Então
as quebrou de seus braços como a um fio.
Jz
16:13 E disse Dalila a Sansão:
Até agora zombaste de mim, e me
disseste mentiras;
declara-me pois,
agora, com que poderias ser amarrado?
E
ele lhe disse:
Se teceres sete tranças dos
cabelos da minha cabeça com os liços
da teia. Jz 16:14
E ela as fixou com uma estaca, e disse-lhe:
Os
filisteus vêm sobre ti, Sansão:
Então ele
despertou do seu sono,
e
arrancou a estaca das tranças tecidas,
juntamente
com o liço da teia.
Jz
16:15 Então ela lhe disse: Como dirás:
Tenho-te amor, não estando
comigo o teu coração?
Já três vezes
zombaste de mim,
e ainda não me
declaraste em que consiste a tua força.
Jz 16:16 E sucedeu que,
importunando-o ela todos os dias com as suas
palavras, e
molestando-o,
a
sua alma se angustiou até a morte.
Jz 16:17 E descobriu-lhe todo o
seu coração, e disse-lhe:
Nunca passou
navalha pela minha cabeça,
porque sou
nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe;
se
viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim
a
minha força, e me enfraqueceria,
e
seria como qualquer outro homem.
Jz
16:18 Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coração,
mandou chamar os príncipes dos
filisteus, dizendo:
Subi esta vez,
porque agora me descobriu ele
todo
o seu coração.
E os príncipes dos filisteus
subiram a ter com ela,
trazendo com eles
o dinheiro.
Jz 16:19 Então ela o fez dormir
sobre os seus joelhos,
e chamou a um
homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo
de
sua cabeça; e começou a afligi-lo,
e
retirou-se dele a sua força.
Jz
16:20 E disse ela:
Os filisteus vêm sobre ti,
Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse:
Sairei ainda esta
vez como dantes, e me sacudirei.
Porque ele não sabia que já o
SENHOR se tinha retirado dele.
Jz 16:21 Então os filisteus
pegaram nele, e arrancaram-lhe os olhos,
e fizeram-no
descer a Gaza, e amarraram-no
com
duas cadeias de bronze,
e
girava ele um moinho no cárcere.
Jz
16:22 E o cabelo da sua cabeça começou a crescer,
como quando foi rapado. Jz 16:23
Então os príncipes dos filisteus
se ajuntaram para
oferecer um grande sacrifício ao seu deus
Dagom,
e para se alegrarem, e diziam:
Nosso deus nos
entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo.
Jz 16:24 Semelhantemente,
vendo-o o povo, louvava ao seu deus;
porque dizia:
Nosso deus nos entregou nas mãos
o
nosso inimigo, e ao que destruía a nossa terra,
e
ao que multiplicava os nossos mortos.
Jz 16:25 E sucedeu que,
alegrando-se-lhes o coração, disseram:
Chamai a Sansão,
para que brinque diante de nós.
E chamaram a Sansão do cárcere,
que brincava diante deles,
e fizeram-no
estar em pé entre as colunas.
Jz 16:26 Então disse Sansão ao
moço que o tinha pela mão:
Guia-me para que
apalpe as colunas em que se sustém
a
casa, para que me encoste a elas.
Jz 16:27 Ora estava a casa cheia
de homens e mulheres;
e também ali
estavam todos os príncipes dos filisteus;
e sobre o telhado
havia uns três mil homens e mulheres,
que
estavam vendo Sansão brincar.
Jz 16:28 Então Sansão clamou ao
SENHOR, e disse:
Senhor DEUS,
peço-te que te lembres de mim,
e
fortalece-me agora só esta vez, ó Deus,
para
que de uma vez me vingue dos filisteus,
pelos
meus dois olhos.
Jz 16:29 Abraçou-se, pois,
Sansão com as duas colunas do meio,
em que se
sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas,
com
a sua mão direita numa, e com a sua esquerda
na
outra. Jz 16:30 E disse Sansão:
Morra eu com os
filisteus. E inclinou-se com força,
e
a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo
que
nela havia;
e foram mais os
mortos que matou na sua morte
do
que os que matara em sua vida.
Jz
16:31 Então seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai,
e tomaram-no, e subiram com ele,
e sepultaram-no
entre Zorá e
Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai.
Ele julgou a Israel vinte anos.
Seus irmãos descem até Gaza e apanham a Sansão e o
enterram dignamente no sepulcro de seu pai.
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