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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Gênesis 50: 1-26 – A MORTE DE JACÓ E A DE JOSÉ.

Esse último capítulo narra a morte e o cortejo fúnebre gigantesco de Jacó em Canaã, e também narra a morte de José e as suas palavras finais e proféticas a seus irmãos e a toda aquela geração. Sua palavra dizia que Deus os visitaria para os tirar dali e para os levar para Canaã, a terra prometida.
A bela história dos patriarcas está agora chegando ao seu final, no entanto, nada há registrado acerca da morte dos irmãos de José. Nada se sabe, quem morreu primeiro ou por último. Nós temos interesse particular na data precisa da morte de Judá por causa da semente messiânica, mas cremos que deve ter vivido ali perto dos 110 anos como José. Estariam todos os seus irmãos vivos quando José morreu? Com quantos anos Judá morreu? Nada se sabe.
Todos os preparativos relacionados à morte de Jacó foram tomados por seus filhos, mas em especial por José, que tivera o privilégio ainda de conviver com seu pai no Egito dos 130 aos 147 anos da vida de Jacó.
José ordenou que se realizassem o embalsamento de seu pai Jacó e, cremos, deve ter sido daqueles embalsamentos típicos de Faraós, com tudo o que o dinheiro, o poder e a fama poderiam conseguir. Esse cerimonial levava um pouco de tempo para ficar tudo preparado, devidos aos seus requintes.
Depois de tudo feito, José procura por Faraó que o atende em tudo além das suas necessidades que ele pede, dando-lhe mais recursos e pessoas para o acompanharem. José promete ir e voltar e assim fez: foi sepultar seu pai na terra de Canaã, junto com Abraão e Isaque e depois voltou à terra do Egito.
Na volta, seus irmãos entraram em pânico e tiveram medo de que José se voltasse contra eles e elaboraram seu pedido de perdão. Que bênção! Agora o objetivo dos irmãos de José era obedecer a palavra de Deus. Então, eles falaram a José, que sentindo a presença de Deus e a transformação que no coração deles se operara por parte do Espírito Santo, chorou diante deles.
Foi sem dúvida um momento especial e a paz voltou a reinar ali em Gósen e o povo cresceu e se multiplicou e teve paz e prosperidade, sob a proteção de Deus por meio da instrumentalidade de seu filho José.
Após a morte de Jacó, José dirigiu a atenção dos patriarcas para a Terra Prometida. Ele reafirmou a segurança deles no Egito – vs. 15-21 - e o futuro deles na Terra Prometida – vs. 22-26.
O tempo vai passando, e após 50 anos da morte de Jacó, José agora vai caminhando para seu fim, com seus 110 anos de vida e reúne seus irmãos e lhes fala profeticamente conforme entendia do que lhe falara seu pai e conforme os seus próprios apontamentos. José morre e é embalsamado e colocado num caixão do Egito. Provavelmente foi levado, como queria, para onde foi sepultado os seus pais, embora nada há registrado sobre isso.
Os registros dessa era patriarcal estavam sendo concluídos. O livro se encerra com a expectativa da visitação de Deus, em breve. Também é curioso que o Novo Testamento também se encerra com uma expectativa de uma visitação do céu, quando todos os crentes farão o êxodo da morte para a vida física eterna – Ap 22:20.
Gn 50:1 Então José
se lançou sobre o rosto de seu pai
e chorou sobre ele,
e o beijou.
Gn 50:2 E José
ordenou aos seus servos, os médicos,
que embalsamassem a seu pai;
e os médicos embalsamaram a Israel.
Gn 50:3 E cumpriram-se-lhe quarenta dias;
porque assim se cumprem os dias daqueles que se embalsamam;
e os egípcios o choraram setenta dias.
Gn 50:4 Passados, pois, os dias de seu choro,
falou José à casa de Faraó, dizendo:
Se agora tenho achado graça aos vossos olhos,
rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó,
dizendo:
Gn 50:5 Meu pai me fez jurar, dizendo:
Eis que eu morro; em meu sepulcro,
que cavei para mim na terra de Canaã,
ali me sepultarás.
Agora, pois, te peço,
que eu suba, para que sepulte a meu pai;
então voltarei.
Gn 50:6 E Faraó disse:
Sobe,
e sepulta a teu pai como ele te fez jurar.
Gn 50:7 E José subiu para sepultar a seu pai;
e subiram com ele todos os servos de Faraó,
os anciãos da sua casa,
e todos os anciãos da terra do Egito.
Gn 50:8 Como também toda a casa de José, e seus irmãos,
e a casa de seu pai;
somente deixaram na terra de Gósen
os seus meninos, e as suas ovelhas e as suas vacas.
Gn 50:9 E subiram também com ele,
tanto carros como gente a cavalo;
e o cortejo foi grandíssimo.
Gn 50:10 Chegando eles, pois,
à eira de Atade, que está além do Jordão,
fizeram um grande e dolorido pranto;
e fez a seu pai uma grande lamentação por sete dias.
Gn 50:11 E vendo os moradores da terra, os cananeus,
o luto na eira de Atade, disseram:
É este o pranto grande dos egípcios.
Por isso chamou-se-lhe Abel-Mizraim,
que está além do Jordão.
Gn 50:12 E fizeram-lhe os seus filhos
assim como ele lhes ordenara.
Gn 50:13 Pois os seus filhos
o levaram à terra de Canaã,
e o sepultaram na cova do campo de Macpela,
que Abraão tinha comprado com o campo, por herança
de sepultura de Efrom, o heteu, em frente de Manre.
Gn 50:14 Depois de haver sepultado seu pai,
voltou José para o Egito,
ele e seus irmãos,
e todos os que com ele subiram a sepultar seu pai.
Gn 50:15 Vendo então os irmãos de José
que seu pai já estava morto, disseram:
Porventura nos odiará José
e certamente nos retribuirá todo o mal
que lhe fizemos.
Gn 50:16 Portanto mandaram dizer a José:
Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo:
Gn 50:17 Assim direis a José:
Perdoa, rogo-te,
a transgressão de teus irmãos,
e o seu pecado, porque te fizeram mal;
agora, pois, rogamos-te
que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai.
E José chorou quando eles lhe falavam.
Gn 50:18 Depois vieram também seus irmãos,
e prostraram-se diante dele, e disseram:
Eis-nos aqui por teus servos.
Gn 50:19 E José lhes disse:
Não temais;
porventura estou eu em lugar de Deus?
Gn 50:20 Vós bem intentastes mal contra mim;
porém Deus o intentou para bem,
para fazer como se vê neste dia,
para conservar muita gente com vida.
Gn 50:21 Agora, pois, não temais;
eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos.
Assim os consolou,
e falou segundo o coração deles.
Gn 50:22 José, pois, habitou no Egito,
ele e a casa de seu pai;
e viveu José cento e dez anos.
Gn 50:23 E viu José os filhos de Efraim,
da terceira geração;
também os filhos de Maquir,
filho de Manassés,
nasceram sobre os joelhos de José.
Gn 50:24 E disse José a seus irmãos:
Eu morro;
mas Deus certamente vos visitará,
e vos fará subir desta terra à terra que jurou
a Abraão, a Isaque e a Jacó.
Gn 50:25 E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo:
Certamente vos visitará Deus,
e fareis transportar os meus ossos daqui.
Gn 50:26 E morreu José
da idade de cento e dez anos,
e o embalsamaram
e o puseram num caixão no Egito.
Foi Moisés quem cumpriu o juramento feito a José sobre o seu sepultamento – Êx 13:19 – e foi Josué quem completou o sepultamento. José foi sepultado em Siquém – Js 24:32.
Ressalte-se ainda que pela primeira vez é registrado o termo Abraão, Isaque e Jacó juntos – vs. 24.
Veja esta última tabela.

QUADRO V - QUADRO DEMONSTRATIVO DA CONTEMPORANEIDADE DE ABRAÃO ATÉ NAASSON
Obs.: os números 20º, 21º, até o 28º correspondem a ordem do nascimento daquele que é o portador da semente messiânica, conforme narra Lucas 3:23-38. Reparem, mais uma vez, que a destruição de Sodoma e Gomorra, por volta do ano 2110, também contados a partir de Adão.
Infelizmente, não temos os tempos de vida de Judá em diante até Naasson, por isso que estão acinzentados e iguais, mas muito provavelmente isso se deu, conforme está exposto.

A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Momento de reflexão!

origem da matéria: Blog O Tempora, O Mores


Posted: 23 Sep 2013 12:15 PM PDT
(reprint do post de 2010 - ainda bastante atual)
Para mim resta pouca dúvida de que a igreja institucional e organizada está hoje no centro de acirradas discussões em praticamente todos os quartéis da cristandade, e mesmo fora dela. O surgimento de milhares de denominações evangélicas, o poderio apostólico de igrejas neopentecostais, a institucionalização e secularização das denominações históricas, a profissionalização do ministério pastoral, a busca de diplomas teológicos reconhecidos pelo estado, a variedade infindável de métodos de crescimento de igrejas, de sucesso pastoral, os escândalos ocorridos nas igrejas, a falta de crescimento das igrejas tradicionais, o fracasso das igrejas emergentes – tudo isto tem levado muitos a se desencantarem com a igreja institucional e organizada.Alguns simplesmente abandonaram a igreja e a fé. Mas, outros, querem abandonar apenas a igreja e manter a fé. Querem ser cristãos, mas sem a igreja. 

Muitos destes estão apenas decepcionados com a igreja institucional e tentam continuar a ser cristãos sem pertencer ou frequentar nenhuma. Todavia, existem aqueles que, além de não mais frequentarem a igreja, tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igreja organizada, a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja para podermos encontrar Deus. Estas idéias vêm sendo veiculadas através de livros, palestras e da mídia. Viraram um movimento que cresce a cada dia. São os desigrejados.
Muitos livros recentes têm defendido a desigrejação do cristianismo (*). 

Em linhas gerais, os desigrejados defendem os seguintes pontos.

1) Cristo não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional.

2) Já nos primeiros séculos os cristãos se afastaram dos ensinos de Jesus, organizando-se como uma instituição, a Igreja, criando estruturas, inventando ofícios para substituir os carismas, elaborando hierarquias para proteger e defender a própria instituição, e de tal maneira se organizaram que acabaram deixando Deus de fora. Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do cristianismo por Constantino, a igreja corrompeu-se completamente.

3) Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e evangélicos acabaram caindo nos mesmíssimos erros, ao criarem denominações organizadas, sistemas interligados de hierarquia e processos de manutenção do sistema, como a disciplina e a exclusão dos dissidentes, e ao elaborarem confissões de fé, catecismos e declarações de fé, que engessaram a mensagem de Jesus e impediram o livre pensamento teológico.

4) A igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria, hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros, propriedades, escolas, seminários.

5) De acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três que crêem nele, ali está a igreja, pois Cristo está com eles, conforme prometeu em Mateus 18. Assim, se dois ou três amigos cristãos se encontrarem no Frans Café numa sexta a noite para falar sobre as lições espirituais do filme O Livro de Eli, por exemplo, ali é a igreja, não sendo necessário absolutamente mais nada do tipo ir à igreja no domingo ou pertencer a uma igreja organizada.

6) A igreja, como organização humana, tem falhado e caído em muitos erros, pecados e escândalos, e prestado um desserviço ao Evangelho. Precisamos sair dela para podermos encontrar a Deus.

Eu concordo com vários dos pontos defendidos pelos desigrejados. Infelizmente, eles estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo e têm lutado com unhas e dentes para defender sua denominação e sua igreja, mesmo quando estas não representam genuinamente os valores da Igreja de Cristo. Concordo também que a igreja de Cristo não precisa de templos construídos e nem de todo o aparato necessário para sua manutenção. Ela, na verdade, subsistiu de forma vigorosa nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas, cavernas, vales, campos, e até cemitérios. Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do Cristianismo por Constantino, no séc. IV.

Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas, esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização. Concordo com eles que não podemos identificar a igreja com cultos organizados, programações sem fim durante a semana, cargos e funções como superintendente de Escola Dominical, organizações internas como uniões de moços, adolescentes, senhoras e homens, e métodos como células, encontros de casais e de jovens, e por ai vai. E também estou de acordo com a constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história.

Dito isto, pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo em vôo solo. Pergunto ainda se os desigrejados não estão jogando fora o bebê junto com a água suja da banheira. Ao final, parece que a revolta deles não é somente contra a institucionalização da igreja, mas contra qualquer coisa que imponha limites ou restrições à sua maneira de pensar e de agir. Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e correções. Esse tipo de atitude anti-instituição, antidisciplina, anti-regras, anti-autoridade, antilimites de todo tipo se encaixa perfeitamente na mentalidade secular e revolucionária de nosso tempo, que entra nas igrejas travestida de cristianismo.
É verdade que Jesus não deixou uma igreja institucionalizada aqui neste mundo. Todavia, ele disse algumas coisas sobre a igreja que levaram seus discípulos a se organizarem em comunidades ainda no período apostólico e muito antes de Constantino.

1) Jesus disse aos discípulos que sua igreja seria edificada sobre a declaração de Pedro, que ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.15-19). A igreja foi fundada sobre esta pedra, que é a verdade sobre a pessoa de Jesus (cf. 1Pd 2.4-8). O que se desviar desta verdade – a divindade e exclusividade da pessoa de Cristo – não é igreja cristã. Não admira que os apóstolos estivessem prontos a rejeitar os livre-pensadores de sua época, que queriam dar uma outra interpretação à pessoa e obra de Cristo diferente daquela que eles receberam do próprio Cristo. As igrejas foram instruídas pelos apóstolos a rejeitar os livre-pensadores como os gnósticos e judaizantes, e libertinos desobedientes, como os seguidores de Balaão e os nicolaítas (cf. 2Jo 10; Rm 16.17; 1Co 5.11; 2Ts 3.6; 3.14; Tt 3.10; Jd 4; Ap 2.14; 2.6,15). Fica praticamente impossível nos mantermos sobre a rocha, Cristo, e sobre a tradição dos apóstolos registrada nas Escrituras, sem sermos igreja, onde somos ensinados, corrigidos, admoestados, advertidos, confirmados, e onde os que se desviam da verdade apostólica são rejeitados.

2) A declaração de Jesus acima, que a sua igreja se ergue sobre a confissão acerca de sua Pessoa, nos mostra a ligação estreita, orgânica e indissolúvel entre ele e sua igreja. Em outro lugar, ele ilustrou esta relação com a figura da videira e seus galhos (João 15). Esta união foi muito bem compreendida pelos seus discípulos, que a compararam à relação entre a cabeça e o corpo (Ef 1.22-23), a relação marido e mulher (Ef 5.22-33) e entre o edifício e a pedra sobre o qual ele se assenta (1Pd 2.4-8). Os desigrejados querem Cristo, mas não querem sua igreja. Querem o noivo, mas rejeitam sua noiva. Mas, aquilo que Deus ajuntou, não o separe o homem. Não podemos ter um sem o outro.

3) Jesus instituiu também o que chamamos de processo disciplinar, quando ensinou aos seus discípulos de que maneira deveriam proceder no caso de um irmão que caiu em pecado (Mt 18.15-20). Após repetidas advertências em particular, o irmão faltoso, porém endurecido, deveria ser excluído da “igreja” – pois é, Jesus usou o termo – e não deveria mais ser tratado como parte dela (Mt 18.17). Os apóstolos entenderam isto muito bem, pois encontramos em suas cartas dezenas de advertências às igrejas que eles organizaram para que se afastassem e excluíssem os que não quisessem se arrepender dos seus pecados e que não andassem de acordo com a verdade apostólica. Um bom exemplo disto é a exclusão do “irmão” imoral da igreja de Corinto (1Co 5). Não entendo como isto pode ser feito numa fraternidade informal e livre que se reúne para bebericar café nas sextas à noite e discutir assuntos culturais, onde não existe a consciência de pertencemos a um corpo que se guia conforme as regras estabelecidas por Cristo.

4) Jesus determinou que seus seguidores fizessem discípulos em todo o mundo, e que os batizassem e ensinassem a eles tudo o que ele havia mandado (Mt 28.19-20). Os discípulos entenderam isto muito bem. Eles organizaram os convertidos em igrejas, os quais eram batizados e instruídos no ensino apostólico. Eles estabeleceram líderes espirituais sobre estas igrejas, que eram responsáveis por instruir os convertidos, advertir os faltosos e cuidar dos necessitados (At 6.1-6; At 14.23). Definiram claramente o perfil destes líderes e suas funções, que iam desde o governo espiritual das comunidades até a oração pelos enfermos (1Tm 31-13; Tt 1.5-9; Tg 5.14).

5) Não demorou também para que os cristãos apostólicos elaborassem as primeiras declarações ou confissões de fé que encontramos (cf. Rm 10.9; 1Jo 4.15; At 8.36-37; Fp 2.5-11; etc.), que serviam de base para a catequese e instrução dos novos convertidos, e para examinarem e rejeitarem os falsos mestres. Veja, por exemplo, João usando uma destas declarações para repelir livre-pensadores gnósticos das igrejas da Ásia (2Jo 7-10; 1Jo 4.1-3). Ainda no período apostólico já encontramos sinais de que as igrejas haviam se organizado e estruturado, tendo presbíteros, diáconos, mestres e guias, uma ordem de viúvas e ainda presbitérios (1Tm 3.1; 5.17,19; Tt 1.5; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12; 1Tm 5.9; 1Tm 4.14). O exemplo mais antigo que temos desta organização é a reunião dos apóstolos e presbíteros em Jerusalém para tratar de um caso de doutrina – a inclusão dos gentios na igreja e as condições para que houvesse comunhão com os judeus convertidos (At 15.1-6). A decisão deste que ficou conhecido como o “concílio de Jerusalém” foi levada para ser obedecida nas demais igrejas (At 16.4), mostrando que havia desde cedo uma rede hierárquica entre as igrejas apostólicas, poucos anos depois de Pentecostes e muitos anos antes de Constantino.

6) Jesus também mandou que seus discípulos se reunissem regularmente para comer o pão e beber o vinho em memória dele (Lc 22.14-20). Os apóstolos seguiram a ordem, e reuniam-se regularmente para celebrar a Ceia (At 2.42; 20.7; 1Co 10.16). Todavia, dada à natureza da Ceia, cedo introduziram normas para a participação nela, como fica evidente no caso da igreja de Corinto (1Co 11.23-34). Não sei direito como os desigrejados celebram a Ceia, mas deve ser difícil fazer isto sem que estejamos na companhia de irmãos que partilham da mesma fé e que crêem a mesma coisa sobre o Senhor.

É curioso que a passagem predileta dos desigrejados – “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20) – foi proferida por Jesus no contexto da igreja organizada. Estes dois ou três que ele menciona são os dois ou três que vão tentar ganhar o irmão faltoso e reconduzi-lo à comunhão da igreja (Mt 18.16). Ou seja, são os dois ou três que estão agindo para preservar a pureza da igreja como corpo, e não dois ou três que se separam dos demais e resolvem fazer sua própria igrejinha informal ou seguir carreira solo como cristãos.

O meu ponto é este: que muito antes do período pós-apostólico, da intrusão da filosofia grega na teologia da Igreja e do decreto de Constantino – os três marcos que segundo os desigrejados são responsáveis pela corrupção da igreja institucional – a igreja de Cristo já estava organizada, com seus ofícios, hierarquia, sistema disciplinar, funcionamento regular, credos e confissões. A ponto de Paulo se referir a ela como “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3.15) e o autor de Hebreus repreender os que deixavam de se congregar com os demais cristãos (Hb 10.25). O livro de Atos faz diversas menções das “igrejas”, referindo-se a elas como corpos definidos e organizados nas cidades (cf. At 15.41; 16.5; veja também Rm 16.4,16; 1Co 7.17; 11.16; 14.33; 16.1; etc. – a relação é muito grande).

No final, fico com a impressão que os desigrejados, na verdade, não são contra a igreja organizada meramente porque desejam uma forma mais pura de Cristianismo, mais próxima da forma original – pois esta forma original já nasceu organizada e estruturada, nos Evangelhos e no restante do Novo Testamento. Acho que eles querem mesmo é liberdade para serem cristãos do jeito deles, acreditar no que quiserem e viver do jeito que acham correto, sem ter que prestar contas a ninguém. Pertencer a uma igreja organizada, especialmente àquelas que historicamente são confessionais e que têm autoridades constituídas, conselhos e concílios, significa submeter nossas idéias e nossa maneira de viver ao crivo do Evangelho, conforme entendido pelo Cristianismo histórico. Para muitos, isto é pedir demais.

Eu não tenho ilusões quanto ao estado atual da igreja. Ela é imperfeita e continuará assim enquanto eu for membro dela. A teologia Reformada não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante. Ao mesmo tempo, ensina que não podemos ser cristãos sem ela. Que apesar de tudo, precisamos uns dos outros, precisamos da pregação da Palavra, da disciplina e dos sacramentos, da comunhão de irmãos e dos cultos regulares.

Cristianismo sem igreja é uma outra religião, a religião individualista dos livre-pensadores, eternamente em dúvida, incapazes de levar cativos seus pensamentos à obediência de Cristo.------------------------------------------------------------------------------------------
NOTA:(*) Podemos mencionar entre eles: George Barna, Revolution (Revolução), 2005; William P. Young, The Shack: a novel (A Cabana: uma novela), 2007; Brian Sanders, Life After Church(Vida após a igreja), 2007; Jim Palmer, Divine Nobodies: shedding religion to find God(Joões-ninguém divinos: deixando a religião para encontrar a Deus), 2006; Martin Zener,How to Quit Church without Quitting God (Como deixar a Igreja sem deixar a Deus), 2002; Julia Duin, Quitting Church: why the faithful are fleeing and what to do about it (Deixando a Igreja: por que os fiéis estão saindo e o que fazer a respeito disto), 2008; Frank Viola,Pagan Christianity? Exploring the roots of our church practices (Cristianismo pagão? Explorando as raízes das nossas práticas na Igreja), 2007; Paulo Brabo, Bacia das Almas: Confissões de um ex-dependente de igreja (2009).

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Gênesis 49: 1-33 – AS BÊNÇÃOS PROFÉTICAS DE JACÓ.

Aqui veremos a morte de Jacó, mas antes de morrer, reuniu todos os seus filhos e para cada um dos 12, fez profecias acerca do futuro de cada tribo que dali sairia. Depois deu clara instruções de onde deveria ser enterrado e mais detalhes. Ao término de tudo, encolheu seus pés e expirou com 147 anos de idade, cerca de 52.900 dias de vida.
É a iniciativa de Jacó de chamar todos os seus filhos e os ajuntar para anunciar a eles o que irá se suceder no futuro de cada um deles. Ele pede a eles que se ajuntem para ouvir ele, seu pai a falar a cada um.
Eu creio que deveria ser comum tal ajuntamento em família, principalmente para falar e instruir a todos de todas as coisas que eles aprenderam de seus pais. Jacó por exemplo foi contemporâneo de Héber, trineto de Noé, por muito tempo e quase foi de Sem, filho de Noé. No entanto, Abraão, seu avó, foi contemporâneo dele e de Sem por muito tempo também.
As histórias de Deus eram narradas assim em reuniões de família e todos sabiam e conheciam bem as histórias de Deus, do dilúvio, de Sodoma e Gomorra e muitas outras. Aquelas reuniões de família deveriam ser muito boas, coisa hoje que perdemos, principalmente porque também não vivemos mais muito tempo como eles viviam.
Conforme a Bíblia de Estudo de Genebra - BEG, as bênçãos do patriarca inspirado profetizaram o destino das doze tribos, com base no louvor ou na repreensão, por meio de trocadilhos com seus nomes ou de comparações com animais, em sua maioria.
Os nomes e/ou ações dos doze anunciavam o destino de cada tribo – Mq 1:10-16. Essas bênçãos proféticas no fim do período patriarcal, organizado de acordo com as mães – os seis filhos de Lia, vs. 3-15, os quatro de servas – vs. 16-21, e os dois filhos de Raquel – vs. 22-27 – exibiam as futuras funções das tribos dos patriarcas.
Essas bênçãos são muito próximas das de Moisés – Dt 33 – dadas próximo à sua morte, demonstrando que a informação desse texto foi de grande importância para os leitores israelitas que se preparavam para conquistar Canaã.
As profecias de Jacó englobam toda a história de Israel, desde a conquista e a distribuição da terra até o reino consumado de Jesus Cristo – confira: Nm 24:14, Dt 31:28 e 29, Is 2:2, Mq 4:1.
Começando por Rúben vai falando individualmente para cada um: Rúben, Simeão e Levi – para estes ele fala junto -, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Asser, Naftali, José, Benjamim.
Embora Rúben seja o primogênito, a escolha de Deus não recaiu sobre ele, nem sobre Simeão, nem sobre Levi, mas sobre Judá, de onde o cetro não se arredará.
Essa profecia foi confirmada na aliança davídica – 2 Sm 7:16. O cetro não se arredará até que venha Siló. Isso em alguns lugares é interpretado como até que venha o Messias, a quem o povo pertence e a quem todas as nações obedecerão. Essa profecia teve o seu cumprimento com a vinda de Jesus Cristo.
Gn 49:1 Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse:
Ajuntai-vos,
e anunciar-vos-ei
o que vos há de acontecer nos dias vindouros;
Gn 49:2 Ajuntai-vos,
e ouvi, filhos de Jacó;
e ouvi a Israel vosso pai.
Gn 49:3 Rúben,
tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor,
o mais excelente em alteza
e o mais excelente em poder.
Gn 49:4 Impetuoso como a água,
não serás o mais excelente,
porquanto subiste ao leito de teu pai.
Então o contaminaste;
subiu à minha cama.
Gn 49:5 Simeão e Levi são irmãos;
as suas espadas são instrumentos de violência.
Gn 49:6 No seu secreto conselho
não entre minha alma,
com a sua congregação
minha glória não se ajunte;
porque no seu furor mataram homens,
e na sua teima arrebataram bois.
Gn 49:7 Maldito seja o seu furor,
pois era forte,
e a sua ira,
pois era dura;
eu os dividirei em Jacó,
e os espalharei em Israel.
Gn 49:8 Judá,
a ti te louvarão os teus irmãos;
a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos;
os filhos de teu pai
a ti se inclinarão.
Gn 49:9 Judá
é um leãozinho,
da presa subiste,
filho meu;
encurva-se,
e deita-se como um leão,
e como um leão velho;
quem o despertará?
Gn 49:10 O cetro não se arredará de Judá,
nem o legislador dentre seus pés,
até que venha Siló;
e a ele
se congregarão os povos.
Gn 49:11 Ele amarrará o seu jumentinho à vide,
e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente;
ele lavará a sua roupa no vinho,
e a sua capa em sangue de uvas.
Gn 49:12 Os olhos serão vermelhos de vinho,
e os dentes brancos de leite.
Gn 49:13 Zebulom
habitará no porto dos mares,
e será como porto dos navios,
e o seu termo será para Sidom.
Gn 49:14 Issacar
é jumento de fortes ossos,
deitado entre dois fardos.
Gn 49:15 E viu ele que o descanso era bom,
e que a terra era deliciosa
e abaixou seu ombro para acarretar,
e serviu debaixo de tributo.
Gn 49:16 Dã
julgará o seu povo,
como uma das tribos de Israel.
Gn 49:17 Dã
será serpente junto ao caminho,
uma víbora junto à vereda,
que morde os calcanhares do cavalo,
e faz cair o seu cavaleiro por detrás.
Gn 49:18 A tua salvação espero,
ó SENHOR!
Gn 49:19 Quanto a Gade,
uma tropa o acometerá;
mas ele a acometerá por fim.
Gn 49:20 De Aser,
o seu pão será gordo,
e ele dará delícias reais.
Gn 49:21 Naftali
é uma gazela solta;
ele dá palavras formosas.
Gn 49:22 José
é um ramo frutífero,
ramo frutífero junto à fonte;
seus ramos
correm sobre o muro.
Gn 49:23 Os flecheiros lhe deram amargura,
e o flecharam
e odiaram.
Gn 49:24 O seu arco, porém,
susteve-se no forte,
e os braços de suas mãos
foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó
(de onde é o pastor e a pedra de Israel).
Gn 49:25 Pelo Deus de teu pai,
o qual te ajudará,
e pelo Todo-Poderoso,
o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus,
com bênçãos do abismo que está embaixo,
com bênçãos dos seios e da madre.
Gn 49:26 As bênçãos de teu pai
excederão as bênçãos de meus pais,
até à extremidade dos outeiros eternos;
elas estarão sobre a cabeça de José,
e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos.
Gn 49:27 Benjamim
é lobo que despedaça;
pela manhã comerá a presa,
e à tarde repartirá o despojo.
Gn 49:28 Todas estas
são as doze tribos de Israel;
e isto é o que lhes falou seu pai
quando os abençoou;
a cada um deles
abençoou segundo a sua bênção.
Gn 49:29 Depois ordenou-lhes, e disse-lhes:
Eu me congrego ao meu povo;
sepultai-me com meus pais,
na cova que está no campo de Efrom, o heteu,
Gn 49:30 Na cova que está no campo de Macpela,
que está em frente de Manre,
na terra de Canaã,
a qual Abraão comprou
com aquele campo de Efrom,
o heteu,
por herança de sepultura.
Gn 49:31 Ali sepultaram a Abraão e a Sara sua mulher;
ali sepultaram a Isaque e a Rebeca sua mulher;
e ali eu sepultei a Lia.
Gn 49:32 O campo e a cova que está nele,
foram comprados aos filhos de Hete.
Gn 49:33 Acabando, pois, Jacó de dar instruções a seus filhos,
encolheu os pés na cama,
e expirou,
e foi congregado ao seu povo.
Assim que acabou de dar todos os seus recados e profetizar encolheu os seus pés e faleceu. Sua missão fora concluída e Deus o recebeu na glória onde lá está e para onde estaremos indo no tempo certo de Deus. Há muita coisa ainda a acontecer e estamos esperando o seu cumprimento. Todos somos unânimes em dizer que aguardamos a sua segunda vinda, como prometido pelo próprio Senhor.
Há uma curiosidade interessante relativa à idade dos patriarcas[1]:
A Bíblia diz que os três morreram respectivamente com 175, 180 e 147 anos.
ü Abraão: 175 anos = 7x (5x5).
ü Isaque: 180 anos = 5x (6x6).
ü Jacó: 147 anos = 3x (7x7).
Aqui o multiplicador começa em Abraão com o nº perfeito 7, que é um nº primo. Passa para Isaque com o nº primo logo abaixo 5, e chega a Jacó com o nº primo 3.
Enquanto estes números 7, 5, 3 diminuem os números multiplicados se repetem duas vezes e aumentam progressivamente: 5, 6 e 7.
E não para por aqui: se em vez de multiplicar, somarmos estes números teremos:

ü Abraão: 7 + 5 + 5 = 17.
ü Isaque: 5 + 6 + 6 = 17.
ü Jacó: 3 + 7 + 7 = 17.
Quer dizer: todas as somas dão 17 que, além de ser nº primo, é a idade que José, filho de Jacó, havia vivido com seu Pai quando seus irmãos o venderam para o Egito (Gn 37,2), e que mais tarde o mesmo José viveu junto a Jacó no País do Nilo (Gn 47,28).

A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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