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terça-feira, 19 de maio de 2015

Daniel 2:1-49 - DANIEL REVELA O SONHO DE NABUCODONOSOR, REI DA BABILÔNIA

Estamos estudando o livro de Daniel que basicamente se divide um duas partes principais, as suas narrativas, até o capítulo 6 e as suas visões, do 7 ao 12. Estamos vendo agora as suas narrativas. Ressaltamos que as histórias de Daniel e de seus amigos ilustram a fidelidade deles a Deus e a supremacia de Deus sobre todas as nações.
Como já dissemos, esta primeira parte foi dividida, seguindo a estruturação da BEG, em seis seções: A. a defesa de Daniel e de seus amigos (1.1-21) – já vimos; B. O sonho de Nabucodonosor (2.1-49) – veremos agora; C. Livramento da fornalha (3.1-30); D. O segundo sonho de Nabucodonosor (4.1-37); E. O julgamento de Belsazar (5.1-31); e, F. O livramento de Daniel da cova dos leões (6.1-28).
B. O sonho de Nabucodonosor (2.1-49).
Este foi o primeiro dos sonhos de Nabucodonosor. Enquanto a serviço de Nabucodonosor, Daniel interpretou os sonhos do rei, demonstrando que era grandemente abençoado por Deus, e que Deus estava dirigindo a História para o estabelecimento do seu reino.
O fato se deu no segundo ano do reinado de Nabucodonosor – conforme sistema de datação babilônico do ano da ascensão - quando ele teve uns sonhos e seu espírito muito se perturbou e o seu sono foi-se embora. Muito provavelmente depois daquela sabatina pela qual passaram os 4 jovens que foram tidos por dez vezes mais sábios que os outros, conforme o rei babilônico.
Como Daniel e seus amigos somente foram apresentados 3 anos depois ao rei, conforme preparativos pelos quais teriam de passar para se avistarem com o rei, a contagem de tempo parece contraditória aqui, mas não é, se considerarmos que o primeiro ano de treinamento era considerado o “ano da ascensão”.
No antigo Oriente Próximo, era amplamente aceito que os deuses falavam aos seres humanos por meio dos sonhos. A agitação de Nabucodonosor é compreensível, pois o sonho tinha implicações para o futuro do seu reino.
Quando uma pessoa não se conseguia se lembrar de um sonho que tivera, era crido que isso era sinal de que a divindade estava irada com ela.
A primeira coisa que ocorre ao rei por causa de seu sonho é chamar os magos, os encantadores, os adivinhadores e os caldeus, aqueles praticantes de adivinhação que fazem uso de meios como a feitiçaria. Suas atividades eram proibidas por Deus (Êx 22 18; Dt 18.10; Is 47.9,12; Jr 27.9).
Repare que na lista dos que ele mandou chamar, incluía “os caldeus”. Não se trata aqui de uma designação para um grupo étnico, mas provavelmente de uma classe de adivinhos envolvidos com astrologia. Veja 1.4; 3.8; 5.30; 9.1.
O rei então lhes disse que teve um sonho e para saber o sonho estava perturbado o seu espírito. O rei queria saber o sonho e também a sua interpretação por isso que não contava o sonho a eles.
Curiosamente, desse ponto do texto, até o final do cap. 7, o texto está escrito em aramaico e não em hebraico (Ed 4.8-6.18, também foi escrito em aramaico).
Não é clara a razão pela qual as duas línguas foram usadas, mas o aramaico pode ter sido usado para as seções que continham profecias de maior interesse para os não judeus.
Nabucodonosor formulou um plano para testar seus conselheiros. Se eles não conseguissem relatar o sonho que tiver então ele não poderia confiar na interpretação deles (veja o v. 9).
Os caldeus perguntaram ao rei então qual seria o sonho e conforme fosse, eles dariam a ele a devida interpretação, no entanto o rei insistia que eles é que deveriam contar-lhe o sonho primeiro e assim, ele saberia que eles interpretariam corretamente.
O rei estava decidido a não contar e tornou sua fala irrevogável. Agora ou eles contariam a ele o sonho ou algo terrível iria acontecer com todos eles. Se contassem o sonho e a sua interpretação receberiam presentes e dádivas, caso contrário, a morte os estaria esperando.
Pela segunda vez, como quem desconsiderando a fala anterior do rei, insistem com ele para que contasse o sonho.
O rei viu nisso uma má intenção procurando apenas ganharem tempo uma vez que sabiam tratar-se de uma resolução irrevogável da parte do rei.
Então eles desabafaram ao rei dizendo que na terra ninguém havia que pudesse revelar diante do rei, senão os deuses. Os sábios foram obrigados a confessar que eram incapazes de fazer o que o rei pedia. Eles afirmaram que apenas os deuses têm tal poder e não revelam tais coisas aos homens (veja Ex 8.18-19).
O rei muito se indignou e deu sua ordem para que matassem a todos os magos, os encantadores, os adivinhadores e os caldeus.
Em função disso foi que buscaram a Daniel e aos seus companheiros para serem mortos igualmente com os demais, mas Daniel, prudentemente e avisadamente, se dirigiu a Arioque, capitão do guarda do rei que tinha a missão da morte deles e achando graça diante dele, o convenceu a levá-lo diante do rei.
Daniel, humilhando-se, convence o rei a lhe conceder um prazo que ele tornar-se-ia um instrumento de Deus para trazer a revelação ao rei.
Daniel vai para casa e faz saber o caso aos seus demais colegas que juntos passaram a orar e a pedirem a Deus misericórdia e a revelação vinda do céu sobre este mistério.
Daniel também compreendeu que a sabedoria humana era insuficiente para responder à exigência do rei (2.11). Daniel dirigiu-se a Deus como soberano das estrelas às quais os astrólogos gentios haviam pedido orientação.
Eles se encontravam diante de um enigma que somente pode ser interpretado pela revelação de Deus. Mais tarde Daniel usou o termo como uma referência ao propósito escondido de Deus trabalhando na História (4.9).
A resposta de Deus veio a ele em visões noturnas e Daniel louvou a Deus com grande força – vs. 19.
Daniel entendeu que do Senhor é a sabedoria e a força e que ele muda os tempos e as estações, remove reis e estabelece os reis, dá sabedoria aos sábios e entendimento aos entendidos.
“A ti, ó Deus dos meus pais, eu te rendo graças e te louvo.” Daniel estava profundamente grato pela misericórdia de Deus em responder à sua oração. A revelação divina recebida por ele demonstrava um violento contraste com o silêncio das divindades falsas dos adivinhos gentios. Apenas Deus sabe todas as coisas e é soberano sobre toda a criação. Deus escolheu exaltar Daniel conferindo-lhe conhecimento especial.
Daniel estava mesmo encantado com Deus que revela o profundo e o escondido; que conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. Ele exaltou o Deus de seus pais, e deu graças e louvor porque dele recebeu sabedoria e força; e agora Deus o fez saber o que eles pediram, ou seja, Deus os fez saber este assunto do rei. Seria interessante uma comparação entre essa oração de gratidão de Daniel com a oração de gratidão de Ana pelo filho que lhe nasceu.
Daniel, então, se dirige a Arioque e pede para ser introduzido na presença do rei, pois que já tinha a resposta que o rei desejava.
Aqui Daniel menciona apenas a interpretação do sonho. O texto assume que ele conhecia também o seu conteúdo.
Arioque o introduz à presença do rei que admirado interroga Daniel dizendo se ele seria mesmo capaz de interpretar e ainda contar-lhe o seu sonho. Daniel responde com humildade dizendo que não há na terra quem o possa fazer conforme o rei pedira.
No entanto, que havia um Deus no céu, o qual revela os mistérios. Como José havia feito no Egito (Êx 40.8; 41.16), Daniel atribui o seu conhecimento do sonho e a sua interpretação à revelação divina. Deus se mostrou superior em sua capacidade de revelar segredos e mistérios.
Daniel começa a dizer ao rei o que ele tinha em mente mesmo antes de começar a dormir. Aquele, pois, que revela os mistérios fez saber ao rei, conforme os seus pensamentos, o que há de ser no futuro. Literalmente "na parte posterior dos dias".
Essa expressão pode significar "no fim dos tempos" ou "nos últimos dias" que seria o tempo da restauração depois do exílio (veja Dt 4.30). A frase também pode se referir simplesmente ao futuro em geral (Gn 49.1; Dt 4.30; 31.29).
A Septuaginta (tradução grega do AT) a interpreta como "nos últimos dias", embora seja difícil determinar a intenção de Daniel ao usá-la.
Essa expressão grega aparece cinco vezes no Novo Testamento, duas com referência ao período que começou no Pentecoste (At 2.17; Hb 1.2) e três em relação ao fim dos tempos que precede a segunda vinda de Cristo (2Tm 3.1; Tg 5.3; 2Pe 3.3).
Depois de ele dizer ao rei os seus pensamentos antes de dormir, ele fala de si mesmo dizendo que a ele foi revelado o mistério, não por ter ele mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesse os pensamentos do seu coração.
Daniel, em seguida, passa a descrever o sonho de Nabucodonosor. Repare que a descrição dos reinos vai da cabeça aos pés e dos materiais mais preciosos para os mais inferiores, no entanto apresenta um aumento geral em força.
Indo da cabeça para os pés da imagem, há uma diminuição tanto no valor quanto no peso dos materiais, mas um aumento geral na força. A estátua tinha claramente um topo pesado e pés frágeis.
Em seus sonhos, Nabucodonosor contemplava aquela estranha estátua e se admirava dela quando uma pedra foi cortada sem o auxílio de mãos a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. Tudo ficou esmiuçado: o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se pode achar mais nenhum vestígio deles. Já a pedra, porém, que feriu a estátua, se tornou numa grande montanha, e encheu toda a terra.
Ao contrário dos reinos representados pela estátua, essa pedra que foi cortada sem o auxílio de mãos, seria formada pelo próprio Deus.
No Antigo Testamento, a pedra é com frequência associada ao reinado; aqui ela está ligada ao próprio reino (1 Co 10.4).
É possível que Daniel tivesse em mente o Messias, o grande filho de Davi que estabeleceria o reino de Davi sobre toda a terra — incluindo as nações gentílicas (v. 35) após a restauração do exílio.
Alguns intérpretes veem a mistura de ferro e barro nos pés da imagem como representativa de uma segunda fase do quarto reino — como distintas das pernas que eram feitas de ferro sólido (cf. vs. 41-43).
Ou seja, o reino dos homens representado pela estátua foi de tal forma destruído pela pedra – o reino de Deus – que desapareceu totalmente sem deixar qualquer vestígio. No seu lugar uma montanha enorme que encheu toda a terra, ou seja, o reino de Deus sim prevalecerá sobre tudo e sobre todos levando justiça e verdade para todos os reinos.
Os quatro reinos representam os reinos dos homens, a saber: os impérios Babilônicos, Medo-Persa, Grego e Romano. O quarto reino seria constituído de um composto de povos que não se aglutinariam bem. Esforços para combinar elementos diversos do reino não seriam bem-sucedidos.
Depois, no verso 44, Daniel fala que nos dias destes reis, ou seja, alguns intérpretes presumem que a expressão "destes reis" se refere aos sucessivos reis do quarto reino. Entretanto, parece melhor compreendê-los como uma referência à sucessão dos governantes dos quatro reinos previamente mencionados nesse capítulo.
Então, nesse tempo, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído. Como outros profetas, Daniel falou do reino que seria estabelecido após o exílio como um reino permanente (por ex., Is 9.7; JI 2.26-27; Am 9.15).
O Novo Testamento explica que o reino começou com a primeira vinda de Jesus e alcançará a consumação no retorno glorioso de Cristo.
Então o rei Nabucodonosor, depois de presenciar tudo o que viu e ouviu, não resistiu, caiu com seu rosto em terra – vs. 46 - e se prostrou perante Daniel. Numa notável inversão de papéis, Daniel foi exaltado a uma posição de grande honra em virtude da intervenção do Senhor em seu favor. A reação de Nabucodonosor prognosticou a vinda do reino de Deus.
Dirigindo-se a Daniel, o rei reconheceu que o seu Deus era mesmo o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores. Também entendeu que o revelar os mistérios pertence a ele que compartilha com aqueles que o buscam em verdade.
Nabucodonosor declarou que o Deus de Israel era também supremo sobre todos os governantes humanos e seus reinos. Esse é o tema unificador de Dn 1.1-6.28.
Ato contínuo, o rei Nabucodonosor o exaltou em seu império o destacando como líder em seu governo.
Dn 2:1 Ora no segundo ano do reinado de Nabucodonosor,
teve este uns sonhos; e o seu espírito se perturbou,
e passou-se-lhe o sono.
Dn 2:2 Então o rei mandou chamar
os magos, os encantadores, os adivinhadores, e os caldeus,
para que declarassem ao rei os seus sonhos;
eles vieram, pois, e se apresentaram diante do rei.
Dn 2:3 E o rei lhes disse:
Tive um sonho, e para saber o sonho
está perturbado o meu espírito.
Dn 2:4 Os caldeus disseram ao rei em aramaico:
Ó rei, vive eternamente; dize o sonho a teus servos,
e daremos a interpretação
Dn 2:5 Respondeu o rei, e disse aos caldeus:
Esta minha palavra é irrevogável
se não me fizerdes saber o sonho
e a sua interpretação, sereis despedaçados,
e as vossas casas serão feitas um monturo;
Dn 2:6 mas se vós me declarardes o sonho
e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas,
recompensas e grande honra.
Portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação.
Dn 2:7 Responderam pela segunda vez:
Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a interpretação.
Dn 2:8 Respondeu o rei, e disse:
Bem sei eu que vós quereis ganhar tempo;
porque vedes que a minha palavra é irrevogável.
Dn 2:9 se não me fizerdes saber o sonho,
uma só sentença será a vossa;
pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas
para as proferirdes na minha presença,
até que se mude o tempo. portanto dizei-me o sonho,
para que eu saiba que me podeis dar
a sua interpretação.
Dn 2:10 Responderam os caldeus na presença do rei, e disseram:
Não há ninguém sobre a terra
que possa cumprir a palavra do rei;
pois nenhum rei, por grande e poderoso que fosse,
tem exigido coisa semelhante de algum
mago ou encantador, ou caldeu.
Dn 2:11 A coisa que o rei requer é difícil,
e ninguém há que a possa declarar ao rei, senão os deuses,
cuja morada não é com a carne mortal.
Dn 2:12 Então o rei muito se irou e enfureceu,
e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia.
Dn 2:13 saiu, pois, o decreto, segundo o qual deviam ser mortos
os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros,
para que fossem mortos.
Dn 2:14 Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque,
capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar
os sábios de Babilônia;
Dn 2:15 pois disse a Arioque, capitão do rei:
Por que é o decreto do rei tão urgente?
Então Arioque explicou o caso a Daniel.
Dn 2:16 Ao que Daniel se apresentou ao rei
e pediu que lhe designasse o prazo,
para que desse ao rei a interpretação.
Dn 2:17 Então Daniel foi para casa,
e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias,
seus companheiros,
Dn 2:18 para que pedissem misericórdia ao Deus do céu
sobre este mistério, a fim de que Daniel
e seus companheiros não perecessem,
juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.
Dn 2:19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite;
pelo que Daniel louvou o Deus do céu.
Dn 2:20 Disse Daniel:
Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre,
porque são dele a sabedoria e a força.
Dn 2:21 Ele muda os tempos e as estações;
ele remove os reis e estabelece os reis;
é ele quem dá a sabedoria aos sábios
e o entendimento aos entendidos.
Dn 2:22 Ele revela o profundo e o escondido;
conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.
Dn 2:23 Ó Deus de meus pais,
a ti dou graças e louvor porque me deste sabedoria e força;
e agora me fizeste saber o que te pedimos;
pois nos fizeste saber este assunto do rei.
Dn 2:24 Por isso Daniel foi ter com Arioque,
ao qual o rei tinha constituído
para matar os sábios de Babilônia;
entrou, e disse-lhe assim:
Não mates os sábios de Babilônia;
introduze-me na presença do rei,
e lhe darei a interpretação.
Dn 2:25 Então Arioque depressa introduziu Daniel à presença do rei,
e disse-lhe assim:
Achei dentre os filhos dos cativos de Judá um homem
que fará saber ao rei a interpretação.
Dn 2:26 Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar:
Podes tu fazer-me saber o sonho que tive
e a sua interpretação?
Dn 2:27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse:
O mistério que o rei exigiu,
nem sábios, nem encantadores, nem magos,
nem adivinhadores lhe podem revelar;
Dn 2:28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios;
ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há
de suceder nos últimos dias.
O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são estas:
Dn 2:29 Estando tu, ó rei, na tua cama,
subiram os teus pensamentos
sobre o que havia de suceder no futuro.
Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
Dn 2:30 E a mim me foi revelado este mistério,
não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente,
mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei,
e para que entendesses os pensamentos do teu coração.
Dn 2:31 Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua.
Esta estátua, imensa e de excelente esplendor,
estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.
Dn 2:32 A cabeça dessa estátua era de ouro fino;
o peito e os braços de prata;
o ventre e as coxas de bronze;
Dn 2:33 as pernas de ferro;
e os pés em parte de ferro e em parte de barro.
Dn 2:34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada,
sem auxílio de mãos,
a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro,
e os esmiuçou.
Dn 2:35 Então foi juntamente esmiuçado
o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro,
os quais se fizeram como a pragana das eiras
no estio, e o vento os levou,
e não se podia achar nenhum vestígio deles;
a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou
uma grande montanha, e encheu toda a terra.
Dn 2:36 Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação.
Dn 2:37 Tu, ó rei, és rei de reis,
a quem o Deus do céu tem dado
o reino, o poder, a força e a glória;
Dn 2:38 e em cuja mão ele entregou os filhos dos homens,
onde quer que habitem, os animais do campo
e as aves do céu, e te fez reinar sobre todos eles;
tu és a cabeça de ouro.
Dn 2:39 Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu;
e um terceiro reino, de bronze,
o qual terá domínio sobre toda a terra.
Dn 2:40 E haverá um quarto reino, forte como ferro,
porquanto o ferro esmiúça e quebra tudo;
como o ferro quebra todas as coisas,
assim ele quebrantará e esmiuçará.
Dn 2:41 Quanto ao que viste dos pés e dos dedos,
em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro,
isso será um reino dividido;
contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro,
pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.
Dn 2:42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro
e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte,
 e por outra será frágil.
Dn 2:43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo,
misturar-se-ão pelo casamento;
mas não se ligarão um ao outro,
assim como o ferro não se mistura com o barro.
Dn 2:44 Mas, nos dias desses reis,
o Deus do céu suscitará um reino
que não será jamais destruído;
nem passará a soberania deste reino a outro povo;
mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos,
e subsistirá para sempre.
Dn 2:45 Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra,
sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou
o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro,
o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro.
Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.
Dn 2:46 Então o rei Nabucodonosor caiu com o rosto em terra,
e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem
uma oblação e perfumes suaves.
Dn 2:47 Respondeu o rei a Daniel, e disse:
Verdadeiramente, o vosso Deus é Deus dos deuses,
e o Senhor dos reis, e o revelador dos mistérios,
pois pudeste revelar este mistério.
Dn 2:48 Então o rei engrandeceu a Daniel,
e lhe deu muitas e grandes dádivas,
e o pôs por governador sobre toda a província de Babilônia,
como também o fez chefe principal
de todos os sábios de Babilônia.
Dn 2:49 A pedido de Daniel,
o rei constituiu superintendentes
sobre os negócios da província de Babilônia
a Sadraque, Mesaque e Abednego;
mas Daniel permaneceu na corte do rei.
Conforme nos diz a BEG, o império babilônico era dividido em províncias. Daniel foi designado governador (cf. 3.2) da província onde estava localizada a capital.
Para relatos de ascensões semelhantes de judeus ao poder político de terras estrangeiras, veja Gn 41.37-44 (José) e Et 8.1-2 (Mordecai).
Do mesmo modo, os amigos de Daniel foram exaltados como seus assistentes (v. 49). A aprovação divina de Daniel é outro tema dominante nessa porção do livro.
Embora proeminente na Babilônia, ele nunca fez concessões no que dizia respeito à sua fé; ele era um profeta confiável de Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Daniel 1:1-21 - DANIEL RESOLVEU FIRMEMENTE NÃO SE CONTAMINAR.

Sobre o livro de Daniel
Em nosso pequeno e humilde trabalho, estaremos agora entrando, no quinto livro (Daniel), dos últimos 17 livros da Bíblia (AT) que, justamente são os livros proféticos. 

A fonte principal de nossas pesquisas, pela qual seguiremos sua divisão proposta, com ligeiras alterações/adaptações, é a Bíblia de Estudo de Genebra – BEG.
Autor:
Daniel (9.2; 10.2). Não entraremos no mérito de discussões relativas à autoria do livro de Daniel. Partiremos, portanto, desse pressuposto de ser a autoria do livro do próprio Daniel.
Propósito:
Uma das principais razões para a composição do livro de Daniel foi preparar o povo de Deus para o período de Antíoco Epífanes, e fornecer encorajamento para os que viveriam durante aquele período de perseguição.
O livro também olha para além do período de Antíoco Epífanes, para a vinda de Cristo. É Cristo quem destruirá todos os reinos humanos e estabelecerá o seu reino eterno de justiça e paz. Todos esses acontecimentos estão na perspectiva das profecias de Daniel.
O livro tem constituído um grande alento para o povo de Deus em tempos de perseguição e continua a inspirar aqueles que sofrem perseguições em nossos dias.
Concordamos com a BEG que nos diz que seria seu propósito dar aos exilados e aos primeiros dentre eles que voltaram para a Terra Prometida a certeza de que Deus estava no controle da História e que o seu profeta, Daniel, havia falado a verdade a respeito dos prolongados sofrimentos antes do estágio final do reino de Deus.
Data:
Imediatamente após 539 a.C.
Verdades Fundamentais (conforme a BEG):
• Daniel e seus amigos foram fiéis a Deus durante o tempo que passaram no exílio. • Podia-se confiar no fato de que Daniel era verdadeiro em suas palavras porque ele nunca fez concessões aos seus captores. • Deus tem o controle absoluto de toda a História. • O exílio prolongou-se por todo o período em que quatro reinos governaram o povo de Deus por causa de seu contínuo pecado. • No futuro, sofrimentos continuariam a sobrevir a Israel, mas o Ungido, o Cristo viria e traria salvação.
Contextualização:
Daniel viveu cerca de duzentos a trezentos anos antes dos acontecimentos descritos pelas suas profecias. Ele é contemporâneo a Jeremias, Ezequiel e xxx. Jerusalém estava destruída, o templo em ruínas, o povo estava no exílio, governantes iníquos pareciam ser triunfantes e a esperança do povo parecia ter se desvanecido com a nação.
Características do livro:
·         Há seis narrativas históricas que aparecem nos caps. 1-6. Aquela constante do capítulo 2, também é profética. O foco das narrativas:
ü São narrativas independentes que foram unidas conforme um propósito específico não histórico (a ênfase não era um registro histórico dos eventos) nem biográfico de Daniel.
ü As histórias enfatizam mais o modo como a absoluta soberania de Deus opera nos acontecimentos de todas as nações (2.47; 3.17-18; 4.28-37; 5.18-31; 6.25-28). À época, Jerusalém estava destruída, o templo em ruínas, o povo estava no exílio, governantes iníquos pareciam ser triunfantes, mas Deus permanecia supremo.
ü De acordo com a sua vontade soberana, ele interviria entre os reinos deste mundo para estabelecer o reino universal que duraria para sempre.
ü Essas narrativas apresentavam Daniel e seus amigos como proeminentes na terra de seus dominadores não porque houvessem transigido com respeito à sua lealdade a Deus, mas porque foram exaltados pela bênção de Deus derramada sobre eles. De certa forma, esse tema é central porque acaba conferindo credibilidade às profecias de Daniel, especialmente àquelas relacionadas com o prolongado sofrimento de Israel.
·         quatro visões, praticamente proféticas, nos caps. 7-12.
ü As visões (caps. 7-12) contêm previsões de tempos no futuro durante os quais as verdades apresentadas nas narrativas se provariam ser de particular importância para o povo de Deus.
ü Impressiona-nos a riqueza de detalhes a respeito de eventos futuros, principalmente relacionadas aos detalhes de Dn 11.2 a 12.3. Para quem crê no caráter sobrenatural da profecia e das práticas ocasionais de outros profetas (p ex., 1Rs 13 2; Is 44.28; 45.1), isso não se constitui em problema.
ü Embora os judeus tivessem sido perseguidos durante o tempo de sua sujeição aos governos babilônios e persas, não houve nenhuma tentativa sistemática ou muito difundida de abolir a sua fé.
ü Isso não aconteceu até o período de Antíoco IV Epífanes, um governante do Império Selêucida entre 175-164 a.C. Ele tentou erradicar a religião judaica e forçar os judeus a aceitar as práticas religiosas gregas. Muitos judeus o seguiram, mas outros se recusaram e sofreram severa perseguição.
Cristo em Daniel.
Na época, a semente messiânica estava sendo preservada e guardada para ser manifesta algum tempo depois.
A BEG nos dia que a profunda atenção dada por Daniel à restauração de Israel após o exílio chama a atenção diretamente para Jesus. Como outros profetas do Antigo Testamento, Daniel predisse um futuro glorioso para o povo de Deus que o Novo Testamento apresenta como cumprido na primeira e na segunda vindas de Cristo assim como na totalidade da história da igreja.
ü Cristo cumpre as esperanças do profeta Daniel.
ü Jesus se identificou como o "Filho do Homem" (p. ex., Mt 9.6; 10.23; 12.8). No uso feito por Daniel desse termo, o "Filho do Homem" era o grande rei davídico exaltado por Deus que representava Deus na terra. Jesus, sendo o Messias, era o rei davídico definitivo; apenas ele cumpre as predições feitas em relação ao filho do homem nas visões de Daniel (7.13-14; a BEG recomenda nesse momento a leitura de seu artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4, para melhor compreensão).
ü No cap. 9, Daniel compreendeu que a previsão de Jeremias sobre os setenta anos de exílio do povo de Israel na Babilônia, seria estendida até "setenta semanas" de anos (9.24), ou cerca de quatrocentos e noventa anos. Em termos gerais, essa predição atinge um cumprimento inicial com a primeira vinda de Cristo.
ü O prolongamento do exílio corresponde à série de quatro impérios estrangeiros que oprimiram o povo de Deus (2.1-49) e ao aparecimento da "pedra que... se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra" (2.35), a qual Daniel mais tarde chamou de "um reino que não será jamais destruído" (2.44).
ü Esse grande reino não é outro senão o reino de Cristo que teve início na sua primeira vinda, continua hoje e alcançará a consumação na gloriosa volta de Cristo (a BEG propõe aqui a leitura de dois de seus excelentes artigos teológicos "O reino de Deus", em Mt 4 – já mencionado acima -, e "O plano das eras", em Hb 7). Para melhor compreensão e aperfeiçoamento de nossos estudos e reflexões, iremos reproduzi-los também, provavelmente junto com o capítulo 2 que faremos em seguida.
ü Outros acontecimentos mais específicos preditos por Daniel também aparecem em primeiro plano no Novo Testamento. Por exemplo, o próprio Jesus se refere à predição de Daniel sobre a "o abominável da desolação" (9.27; 11.31; 12.11), que originalmente se referia à profanação do templo pelo grego Antíoco IV Epífanes, como precursor da profanação causada pelo general romano Tito em 70 d.C. (Mt 24.15; Mc 13.14).
De um modo ou de outro, a maioria dos intérpretes cristãos associa intimamente essa tipologia com o anticristo, cujo espírito já está trabalhando no mundo (1Jo 2.18) e atingirá seu total desenvolvimento, talvez como uma pessoa real, perto do retorno de Cristo (2Ts 2.3).
Esboço do livro proposto pela BEG (estamos seguindo sua proposta integralmente):
I. AS NARRATIVAS (1.1 6.28)
A. A defesa de Daniel e seus amigos (1.1-21)
B. O primeiro sonho de Nabucodonosor (2.1 -49)
C. Livramento da fornalha (3.1-30)
D. O segundo sonho de Nabucodonosor (4.1-37)
E. O julgamento de Belsazar (5.1-31)
F. Livramento da cova dos leões (6.1-28)
II AS VISÕES (7.1-12.13)
A. A visão dos quatro animais (7.1-28)
B. A visão de um carneiro e um bode (8.1-27)
C. A visão das setenta semanas (9.1-27)
D. A visão sobre o futuro do povo de Deus (10.1-12.13)
1. A mensagem do anjo para Daniel (10.1 11.1)
2. De Daniel até Antíoco IV Epífanes (11.2-20)
3. O governo de Antíoco IV Epífanes (11.21-12.3)
4. A mensagem final a Daniel (12.4-13)
Daniel 1:1-21 Segmentação e Reflexões
Iremos, doravante, estudar o livro de Daniel que basicamente se divide um duas partes principais, as suas narrativas, até o capítulo 6 e as suas visões, do 7 ao 12. Começaremos vendo suas narrativas.
As histórias de Daniel e de seus amigos ilustram a fidelidade deles a Deus e a supremacia de Deus sobre todas as nações.
Informamos que estaremos nos guiando e seguindo as divisões propostas pela Bíblia de Estudo de Genebra – BEG, principalmente seus riquíssimos comentários.
Essa primeira parte do livro salienta tanto o absoluto controle de Deus sobre os reinos deste mundo como a sincera consagração a Deus de Daniel e seus amigos.
Daniel queria que os seus leitores compreendessem que, embora o povo de Deus seja, algumas vezes perseguido, reis e reinos se levantam e caem de acordo com o propósito de Deus.
Também ensinou que Deus abençoaria grandemente aqueles que prestassem atenção às suas palavras como um fiel intérprete de Deus.
A nossa divisão proposta para esta primeira parte, seguindo a BEG, é: A. A defesa de Daniel e de seus amigos (1.1-21) – veremos agora; B. O sonho de Nabucodonosor (2.1-49); C. Livramento da fornalha (3.1-30); D. O segundo sonho de Nabucodonosor (4.1-37); E. O julgamento de Belsazar (5.1-31); e, F. O livramento de Daniel da cova dos leões (6.1-28).
A. A defesa de Daniel e de seus amigos (1.1-21).
O profeta estabelece o contexto de seu livro narrando a sua (e de seus amigos) história pessoal de cativeiro, treinamento, fidelidade e serviço ao rei Nabucodonosor.
No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, ou seja, em 605 a.C., o mesmo ano em que Nabucodonosor venceu uma coalizão assírio-egípcia em Carquemis e deu início à ascensão da Babilônia como um poder internacional.
Imediatamente após a vitória sobre Carquemis, Nabucodonosor avançou contra Jeoaquim (2Rs 24.1-2; 2Cr 36.5-7) e levou cativos Daniel e vários outros judeus.
Essa foi a primeira de três invasões de Judá por Nabucodonosor. A segunda aconteceu em 597 a.C. (2Rs 24.10-14) e a terceira em 587 a.C. (2Rs 25.1-24). Entre essas invasões temos um intervalo de 12 e 10 anos. Provavelmente, Daniel fora contemporâneo de todas elas, uma vez que viveu mais de 90 anos.
A aparente discrepância entre Dn 1.1 e Jr 25.1, onde Jeremias data o ataque de Nabucodonosor contra Jeoaquim durante o quarto ano de Jeoaquim e não no terceiro ano, pode ser explicada pelas diferenças do sistema cronológico usado pelos babilônios e pelos judeus.
Conforme nos ensina a BEG, no sistema babilônio, que aparentemente foi utilizado por Daniel, o primeiro ano de governo de um rei era visto como o "ano da ascensão" e o reinado, propriamente dito, era contado a partir do início do primeiro mês de nisã do ano seguinte.
Nabucodonosor, rei da Babilônia. Como príncipe herdeiro e comandante do exército, Nabucodonosor conduziu os babilônios à vitória em Carquemis em 605 a.C. Logo depois de sua vitória ele assumiu o trono da Babilônia após a morte de seu pai, Nabopolassar (626-605 a.C.). O reinado de Nabucodonosor (605-562 a.C.) estabelece o ambiente histórico para grande parte dos livros de Jeremias, Ezequiel e Daniel.
A derrota de Israel não pode ser explicada simplesmente pela análise das condições políticas e militares da época. Deus estava agindo soberanamente nos negócios das nações.
Ele usou os babilônios para julgar o seu próprio povo pela quebra das obrigações da aliança (2Rs 17.15,18-20; 21.12-15; 24.3-4). Em sua invasão, ele, aproveitando-se, fez uma pilhagem dos utensílios do templo para a casa do seu deus Marduque que era o deus principal do panteão babilônico (cf. Jr 5.20).
O rei da Babilônia ficou curioso com sua conquista e pediu a Aspenaz, chefe dos eunucos, que lhe trouxesse dos israelitas alguns jovens para ele ver. No entanto, ele não queria qualquer um deles, mas os que não tivessem defeitos e fossem dotados de sabedoria, inteligência e instrução, e que tivessem capacidade para assistirem no palácio do rei; e que lhes ensinasse as letras e a língua dos caldeus.
A literatura babilônia era escrita em caracteres cuneiformes e basicamente sobre tabletes de argila. Foram descobertos milhares desses tabletes. O estudo dessa literatura provavelmente fez com que Daniel e seus amigos tomassem conhecimento da visão de mundo politeísta dos babilônios, a qual destacava de modo proeminente a magia, a feitiçaria e a astrologia.
Até a porção diária da comida desses jovens foi determinada pelo rei antes de se apresentarem a ele. Eles deveriam seguir aquela dieta – porção diária das iguarias do rei - por três anos. Curiosamente, essa mesa real, posteriormente, foi dada a Joaquim que recebeu a mesma atenção durante o reinado do rei babilônio Evil-Merodaque (2Rs 25.27-30).
Dentre esses jovens selecionados pelo rei foram encontrados quatro que se destacaram Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Com relação aos seus nomes, todos eles contendo características hebraicas. Dois deles contêm o componente hebraico el, que significa "Deus" e os outros dois apresentam o componente ia, unia forma abreviada de "Javé" ("o SENHOR"). Daniel significa "Meu juiz é Deus"; Hananias "Javé é gracioso"; Misael, "Quem é como Deus?"; Azarias "Javé ajudou".
O chefe dos eunucos então tratou de mudar os nomes deles para Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. O significado desses nomes é controvertido. Sugestões para Beltessazar: "Bel [outro nome para Marduque, o deus principal da Babilônia], protege a sua vida" ou "Senhora, protege o rei”. Sadraque: "Estou com medo de Deus” ou "O comando de Aku (o deus lua dos sumérios)". Mesaque: "Sou de pouca valia" ou "Quem é como AL?" Abede-Nego: "Servo daquele que brilha”.
No entanto, Daniel resolveu não contaminar-se com essas iguarias do rei, ou com sua dieta. A razão para Daniel concluir que o alimento servido pelo rei o contaminaria e também aos seus amigos não é apresentada.
Talvez comê-lo envolvesse uma violação das leis dietéticas da legislação mosaica (Lv11. 1-47), que proibia comer carne de porco ou carne da qual o sangue não tivesse sido drenado (Lv 17.10-14). Talvez envolvesse também comer um alimento que houvesse sido oferecido aos ídolos babilónicos.
O fato era que Daniel e seus amigos tiveram atitude, oraram a Deus, apresentaram sua posição firme à autoridade e dela conseguiu consentimento à sua estratégia.
Tudo vinha de Deus! Ele fez com o coração do rei o mesmo que ele faz com seus ribeiros, ou seja, ele os inclina para onde quiser – Pv 21.1. Assim, achou graça Daniel e seus amigos diante de Aspenaz e Daniel pode apresentar seu plano de alimentação e uma proposta de observação de apenas dez dias.
Em apenas dez dias sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei. Deus abençoou Daniel e seus amigos pela obediência deles ao Senhor e pela recusa de transigir quanto à sua fé num ambiente gentio (Dt 5. Mt 4.4).
Em consequência, o despenseiro tirou as iguarias e o vinho que deveriam beber e substituiu pelos legumes.
Tudo vem de Deus que tem os seus propósitos em tudo. Foi com propósitos que Deus levantou Daniel e seus companheiros os fazendo mais sábios e inteligentes que todos na Babilônia. Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria. A bênção de Deus não se limitou ao bem-estar físico, mas incluiu um importante sucesso no desenvolvimento intelectual durante os três anos de sua instrução babilônica.
À partir dos relatos que se seguem no livro (caps. 2; 4-5), Daniel se distinguia de seus companheiros pela capacidade de interpretar sonhos e visões. Assim como José havia sido considerado como especial pela mesma razão na corte de Faraó (Gn 40.8: 41.16).
Vencido o tempo determinado pelo rei, ou seja, após os três anos mencionados no vs. 5, o chefe dos eunucos os apresentou diante do rei. Ele conversou com eles e os examinou achando-os muito superiores – dez vezes mais – que os magos e encantadores de seu reino.
Obviamente que os que se esforçam, estudam, se dedicam, trabalham e são focados são aqueles que se destacarão em qualquer lugar onde estiverem inseridos, no entanto, mesmo assim, tudo vem de Deus e, portanto toda a glória lhe pertence.
Eu gosto de fazer uma análise reversa das coisas. Por exemplo, vamos pegar o contexto deste capítulo que destaca 4 hebreus da tribo de Judá entre todos os jovens da Babilônia e dos exilados. Depois de intensos preparativos e estudos quem foram os que chegaram à frente com destaque? Justamente os quatro jovens hebreus.
Todos correram? Todos se esforçaram? Todos estudaram? Todos seguiram as recomendações de Asquenaz? Sim, todos, mas somente quatro se destacaram notavelmente.
De quem é a vitória então? Dos que correram? Sim, também, pois todos estavam na mesma condição, no entanto a graça de Deus fez um destaque especial na vida daqueles jovens hebreus.
O termo traduzido aqui como "mágicos" também é usado em Gn 41.8,24; Êx 7.11. O termo traduzido corno "encantadores" ocorre apenas aqui e em 2.2 e é algumas vezes traduzido como "feiticeiro" ou "adivinho". Daniel e seus amigos demonstraram uma percepção superior sobre as questões a respeito das quais foram interrogados.
Pensando mais profundamente, tudo vem do Senhor. A vitória, a inteligência, a saúde, a capacidade de interpretar sonhos e visões, a inclinação do coração do rei, a paz, a ausência dela. O que fazer então para sermos vitoriosos sempre? Ser sábio estando sempre do lado da correnteza do rio que o Senhor estiver controlando.
Dn 1:1 No ano terceiro do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá,
veio Nabucodonosor, rei de Babilônia,
a Jerusalém, e a sitiou.
Dn 1:2 E o Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoiaquim,
rei de Judá, e uma parte dos vasos da casa de Deus;
e ele os levou para a terra de Sinar,
para a casa do seu deus;
e os pôs na casa do tesouro do seu deus.
Dn 1:3 Então disse o rei a Aspenaz,
chefe dos seus eunucos que trouxesse alguns
dos filhos de Israel,
dentre a linhagem real e dos nobres,
Dn 1:4 jovens em quem não houvesse defeito algum,
de bela aparência, dotados
de sabedoria, inteligência e instrução,
e que tivessem capacidade para assistirem no palácio do rei;
e que lhes ensinasse as letras e a língua dos caldeus.
Dn 1:5 E o rei lhes determinou a porção diária das iguarias do rei,
e do vinho que ele bebia, e que assim fossem alimentados
por três anos; para que no fim destes
pudessem estar diante do rei.
Dn 1:6 Ora, entre eles se achavam, dos filhos de Judá,
Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
Dn 1:7 Mas o chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes,
a saber: a Daniel, o de Beltessazar;
a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque;
e a Azarias, o de Abednego.
Dn 1:8 Daniel, porém, propôs no seu coração
não se contaminar com a porção das iguarias do rei,
nem com o vinho que ele bebia;
portanto pediu ao chefe dos eunucos
que lhe concedesse não se contaminar.
Dn 1:9 Ora, Deus fez com que Daniel
achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
Dn 1:10 E disse o chefe dos eunucos a Daniel:
Tenho medo do meu senhor, o rei,
que determinou a vossa comida e a vossa bebida;
pois veria ele os vossos rostos
mais abatidos do que os dos outros jovens
da vossa idade?
Assim poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei.
Dn 1:11 Então disse Daniel ao despenseiro
a quem o chefe dos eunucos havia posto sobre Daniel,
Hananias, Misael e Azarias:
Dn 1:12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias;
e que se nos dêem legumes a comer e água a beber.
Dn 1:13 Então se examine na tua presença o nosso semblante
e o dos jovens que comem das iguarias reais;
e conforme vires procederás para com os teus servos.
Dn 1:14 Assim ele lhes atendeu o pedido,
e os experimentou dez dias.
Dn 1:15 E, ao fim dos dez dias,
apareceram os seus semblantes melhores,
e eles estavam mais gordos do que todos os jovens
que comiam das iguarias reais.
Dn 1:16 Pelo que o despenseiro lhes tirou as iguarias
e o vinho que deviam beber, e lhes dava legumes.
Dn 1:17 Ora, quanto a estes quatro jovens,
Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência
em todas as letras e em toda a sabedoria;
e Daniel era entendido
em todas as visões e todos os sonhos.
Dn 1:18 E ao fim dos dias,
depois dos quais o rei tinha ordenado
que fossem apresentados,
o chefe dos eunucos os apresentou diante de Nabucodonosor.
Dn 1:19 Então o rei conversou com eles;
e entre todos eles não foram achados outros tais
como Daniel, Hananias, Misael e Azarias;
por isso ficaram assistindo diante do rei.
Dn 1:20 E em toda matéria de sabedoria e discernimento,
a respeito da qual lhes perguntou o rei,
este os achou dez vezes mais doutos
do que todos os magos e encantadores
que havia em todo o seu reino.
Dn 1:21 Assim Daniel continuou até o primeiro ano do rei Ciro.
O verso 21 dá a impressão que Daniel viveu somente até o primeiro ano do rei Ciro – vs. 21 -, no entanto, ele viveu muito mais. A Babilônia caiu diante de Ciro em 539 a.C., sessenta e seis anos após Daniel ter sido levado cativo para a Babilônia. Daniel viveu durante todo o período do cativeiro babilônico.
Ciro proclamou um decreto no primeiro ano do seu reinado permitindo aos israelitas retornarem do cativeiro e levarem consigo os utensílios do templo que haviam sido confiscados por Nabucodonosor (Ed 1.7-11). A afirmação não significa que Daniel tenha morrido no primeiro ano do reinado de Ciro (10.1), como teremos a oportunidade de vermos mais adiante.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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