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domingo, 17 de maio de 2015

Ezequiel 48:1-35 - OS LIMITES GEOGRÁFICOS E AS 12 PORTAS DA CIDADE - O SENHOR ESTÁ ALI!

Chegamos ao final de nossas reflexões em Ezequiel. Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na terceira e última parte “III”, na seção “B” – a última -, na subseção “5”, também a última seção, no último capítulo, 48. O livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·         Os oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·         Uma seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
5. O rio, a terra e a cidade (47.1-48.35) - continuação.
O guia angélico de Ezequiel o fez voltar – cap. 47 - à entrada do templo e o profeta viu um rio se formando a partir de um fio de água que fluía do templo (47.1-12). Depois ele começou a falar das fronteiras da terra de Israel e agora, concluindo o livro, ele falará dos limites: das sete tribos, dos sacerdotes e dos levitas, da cidade, do príncipe, das outras cinco tribos e, por fim, falará das portas da cidade.
Conforme a BEG, na geografia visionaria de Ezequiel, a divisão da Terra Prometida entre as tribos seria totalmente diferente do que havia sido historicamente.
A cada tribo seria designada uma faixa de terra que se ligava as fronteiras leste e oeste. A posição das esposas de Jacó e das tribos individuais parece ter sido o fator determinante no arranjo da distribuição; compare com Nm 2-3.
As tribos mais ao norte (Dã, Aser e Naftali) eram tradicionalmente localizadas no norte; a tribo mais ao sul (Gade; vs. 27) era historicamente uma tribo do norte.
Essas quatro tribos eram os descendentes de Zilpa, serva de Lia, e da serva de Raquel, Bila (Gn 30.3-7,10-12); sendo tribos descendentes de servas, elas seriam de acordo com a visão de Ezequiel, localizadas nas extremidades mais remotas dos territórios tribais.
Olhando para as outras tribos ao norte da "região sagrada", que estava no centro da Terra Prometida (vs. 8-22; 45.1-8), Judá seria a mais próxima da região sagrada.
Judá historicamente era uma tribo sulista; ao colocar a tribo de Davi com as tribos do norte, Ezequiel pode ter indicado que o norte "teria uma porção em Davi" (2Sm 20.1; 1 Rs 12.16; 2Cr 10.16).
Conforme continua a nos esclarecer a BEG, Judá recebeu o lugar de honra que ordinariamente teria pertencido ao primogênito, Rúben; o território de Rúben estaria imediatamente ao norte de Judá. Ao norte de Rubén estariam as tribos de Jose: Efraim e Manassés, eles eram descendentes de Jacó pela sua esposa favorita, Raquel.
Ao sul, e mais perto da região sagrada, estaria Benjamim. Benjamim estava historicamente ao norte da cidade santa. Sua posição favorecida reflete a posição favorecida de Raquel e contrabalançava a posição favorecida das tribos de Jose no norte.
As demais três tribos do sul (Simeão, Issacar e Zebulom) eram descendentes de Lia; Issacar e Zebulom historicamente possuíram territórios no norte.
Dos versos 8 ao 22, ele fala de uma região sagrada que deveria ser separada, limitando-se com Judá, desde o lado oriental até ao ocidental e de 25 mil côvados (12,5 km) de largura e comprimento. Equivaleria a uma das porções tribais, pra os sacerdotes – vs. 10 - e o santuário estaria no centro dela.
Trata-se isso de uma elaboração de 45.1-8, em particular a faixa de terra ao sul, dentro da porção sagrada que seria reservada para a cidade (45.6). Essa herança também deveria ser inalienável - 46.16-18.
A partir do verso 30 até ao final ele fala das portas da cidade. A cidade teria doze portas, cada uma levando a nome de uma das doze tribos (compare com Ap 21.12-14).
·         As portas ao norte receberiam os nomes de Rúben (o primogênito), Judá (a tribo de Davi e a linhagem real) e Levi (a tribo dos ministros do templo).
·         As portas ao leste seriam dos descendentes de Raquel - José (as tribos de Efraim e Manassés foram combinadas com “José”, a fim de manter o número doze, por causa da agora relacionada tribo de Levi) e Benjamim - e de um filho de Bila, a serva de Raquel - .
·         As portas ao sul seriam das tribos colocadas ao norte nos vs. 24-26 - a de Simeão, a de Issacar e a de Zebulom.
·         As do oeste seriam os outros filhos de Zilpa e Bila - a porta de Gade, a porta de Aser e a porta de Naftali. Compare o acampamento das tribos no deserto, conforme Nm 2.
Ez 48:1 São estes os nomes das tribos:
desde o extremo norte, ao longo do caminho de Hetlom,
até a entrada de Hamate, até Hazar-Enom,
junto ao termo setentrional de Damasco,
defronte de Hamate,
com as suas fronteiras estendendo-se do oriente ao ocidente,
Dã terá uma porção.
Ez 48:2 Junto ao termo de Dã,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Aser terá uma porção.
Ez 48:3 Junto ao termo de Aser,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Naftali terá uma porção.
Ez 48:4 Junto ao termo de Naftali,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Manasses terá uma porção.
Ez 48:5 Junto ao termo de Manassés,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Efraim terá uma porção.
Ez 48:6 Junto ao termo de Efraim,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Rúben terá uma porção.
Ez 48:7 Junto ao termo de Rúben
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Judá terá uma porção.
Ez 48:8 Junto ao termo de Judá,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
será a oferta que haveis de fazer
de vinte e cinco mil canas de largura,
e do comprimento de cada uma das porções,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental.
O santuário estará no meio dela.
Ez 48:9 A oferta que haveis de fazer ao Senhor
será do comprimento de vinte e cinco mil canas,
e da largura de dez mil.
Ez 48:10 Será para os sacerdotes uma porção desta santa oferta,
medindo para o norte vinte e cinco mil
canas de comprimento,
para o ocidente dez mil de largura,
para o oriente dez mil de largura,
e para o sul vinte e cinco mil de comprimento;
e o santuário do Senhor estará no meio dela.
Ez 48:11 Sim, será para os sacerdotes consagrados
dentre os filhos de Zadoque,
que guardaram a minha ordenança,
e não se desviaram quando os filhos de Israel
se extraviaram,
como se extraviaram os outros levitas.
Ez 48:12 E o oferecido ser-lhes-á repartido da santa oferta da terra,
coisa santíssima, junto ao termo dos levitas.
Ez 48:13 Também os levitas terão, consoante o termo dos sacerdotes,
vinte e cinco mil canas de comprimento, e de largura dez mil;
todo o comprimento será vinte e cinco mil,
e a largura dez mil.
Ez 48:14 E não venderão nada disto nem o trocarão,
nem transferirão as primícias da terra,
porque é santo ao Senhor.
Ez 48:15 Mas as cinco mil, as que restam da largura,
defronte das vinte e cinco mil, ficarão para uso comum,
para a cidade, para habitação e para arrabaldes;
e a cidade estará no meio.
Ez 48:16 E estas serão as suas medidas:
a fronteira setentrional terá quatro mil e quinhentas canas,
e a fronteira do sul quatro mil e quinhentas,
e a fronteira oriental quatro mil e quinhentas,
e a fronteira ocidental quatro mil e quinhentas.
Ez 48:17 Os arrabaldes, que a cidade terá,
serão para o norte de duzentas e cinqüenta canas,
e para o sul de duzentas e cinqüenta,
e para o oriente de duzentas e cinqüenta,
e para o ocidente de duzentas e cinqüenta.
Ez 48:18 E, quanto ao que ficou do resto no comprimento,
de conformidade com a santa oferta,
será de dez mil para o oriente
e dez mil para o ocidente;
e corresponderá à santa oferta;
e a sua novidade será para sustento
daqueles que servem a cidade.
Ez 48:19 E os que servem a cidade,
dentre todas as tribos de Israel, cultivá-lo-ão.
Ez 48:20 A oferta inteira será de vinte e cinco mil canas
por vinte e cinco mil;
em quadrado a oferecereis como porção santa,
incluindo o que possui a cidade.
Ez 48:21 O que restar será para o príncipe;
desta e da outra banda da santa oferta,
e da possessão da cidade;
defronte das vinte e cinco mil canas da oferta,
na direção do termo oriental,
e para o ocidente, defronte das vinte e cinco mil,
na direção do termo ocidental,
correspondente às porções,
isso será a parte do príncipe;
e a oferta santa e o santuário do templo
estarão no meio.
Ez 48:22 A possessão dos levitas, e a possessão da cidade
estarão no meio do que pertencer ao príncipe.
Entre o termo de Judá e o termo de Benjamim
será a porção do príncipe.
Ez 48:23 Ora quanto ao resto das tribos:
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Benjamim terá uma porção.
Ez 48:24 Junto ao termo de Benjamim,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Simeão terá uma porção.
Ez 48:25 Junto ao termo de Simeão,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Issacar terá uma porção.
Ez 48:26 Junto ao termo de Issacar,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
 Zebulom terá uma porção.
Ez 48:27 Junto ao termo de Zebulom,
desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Gade terá uma porção.
Ez 48:28 Junto ao termo de Gade,
na fronteira sul, para o sul, o termo será desde Tamar
até as águas de Meribate-Cades,
até o Ribeiro do Egito, e até o Mar Grande.
Ez 48:29 Esta é a terra que sorteareis em herança para as tribos de Israel,
e são estas as suas respectivas porções, diz o Senhor Deus.
Ez 48:30 E estas são as saídas da cidade:
da banda do norte quatro mil e quinhentos côvados por medida;
Ez 48:31 e as portas da cidade serão conforme os nomes
das tribos de Israel;
três portas para o norte;
a porta de Rúben a porta de Judá, e a porta de Levi.
Ez 48:32 Da banda do oriente quatro mil e quinhentos côvados,
e três portas, a saber:
a porta de José, a porta de Benjamim, e a porta de Dã.
Ez 48:33 Da banda do sul quatro mil e quinhentos côvados,
e três portas:
a porta de Simeão, a porta de Issacar, e a porta de Zebulom.
Ez 48:34 Da banda do ocidente quatro mil e quinhentos côvados,
e as suas três portas:
a porta de Gade, a porta de Aser, e a porta de Naftali.
Ez 48:35 Dezoito mil côvados terá ao redor;
e o nome da cidade desde aquele dia será Jeová-Samá.
A visão de Ezequiel da cidade gloriosa seria cumprida no fato de a morte e a ressurreição de Cristo ter ocorrido perto de Jerusalém celestial, onde Cristo está agora (At 2.33; I Pe 3.22) e na descida da nova Jerusalém, quando Cristo retornar em glória – Ap 21.1-2.
Desde o início do AT, Deus revelou a sua intenção de estar com o seu povo. Ele andou e falou com esse povo no jardim do Éden e habitou em santuários construídos no meio de Israel. É adequado que a esperança do NT em Cristo atinja o clímax com a descrição da cidade de Deus e de um tempo quando a habitação de Deus seria na terra – Ap. 21.3. Inclusive o nome da cidade deixa isso bem claro: O SENHOR ESTÁ ALI!
A esperança de Ezequiel permanece sendo a mesma da igreja ao longo dos séculos.
 Estamos satisfeitos com o resultado alcançado se bem que, com certeza, ainda há muito a melhorar.
De fato é muito bom terminarmos algo que começamos! Como é bom termos propósitos e levarmos a sério nossa missão! Como é bom termos fé neste Deus maravilhoso cuja graça é maior do que a nossa vida! Como é bom saber que Deus nos fez promessas incríveis e ele cumprirá todas elas!
A palavra de Deus foi anunciada em cada um dos 48 capítulos da história de vida desse profeta de Deus que nos ensinou grandes lições.
Em cada um dos homens de Deus temos visto uma grande devoção e temor a Deus que os faziam buscar ao Senhor e se humilharem diante dele com a fé e a certeza de que os seus clamores não seriam em vão.
Em Ezequiel vimos um profeta que teve que enfrentar situações difíceis para entregar o recado profético, mas que não recuou em sua missão.
Por cerca de mais de 46 vezes, quase que uma vez por capítulo, o livro fala afirmando que haverão de saber que o Senhor é Deus. Tanto povos como animais e a própria natureza haverão de saber que o Senhor é Deus. O triste é notarmos que esse saber está vinculado geralmente a um grande juízo com as consequências advindas de forma irreparável.
Também aprendemos que os reis nada haveriam de fazer sem que a Providência divina agisse derretendo os seus corações para serem conformes às necessidades do povo de Deus.
Não são os líderes que são colocados diante do povo de Deus para serem estrelas, brilharem e serem destaques, antes é a graça de Deus que levanta líderes para cuidarem do povo de Deus pelo qual o Senhor se animou a morrer e a dar a sua vida.
O destaque não é, nem deve ser o líder, mas Deus e a sua glória que está abençoando o seu povo. Os maiores líderes de Deus em todos os tempos se ofereceram à morte para que o povo fosse poupado, ou mesmo enfrentaram grandes desafios a favor do povo de Deus.
Não há como não percebermos que do início ao fim, seja qual for o livro que estivermos estudando da Bíblia, é Deus orientando, esclarecendo, falando, instruindo, mostrando o quê, como, de que forma, quando, quanto, por quanto tempo. Percebe-se assim o Deus imanente na história de Israel e que se utiliza de líderes e profetas por ele escolhidos para realizarem as suas obras, no caso aqui, ele se utilizou de Ezequiel.
Do Senhor sempre veio a ordem e a organização; os líderes e os mandamentos; os símbolos e suas representações; os artífices e ourives que tudo fizeram de acordo com o modelo que lhes fora mostrado; a vitória e as guerras; a força e a coragem para lutar e vencer e sair vencedor; a paz e a prosperidade; a proteção e o abrigo contra as intempéries do mundo; o caminho, a verdade e a vida para que seguissem; o filho de Deus, o Messias esperado que ali estava sendo preservado com os descendentes messiânicos.
Para finalizarmos, busquemos a face de Deus e nos convertamos de nossos maus caminhos, pois assim, e somente assim, abriremos caminho para derramar as numerosas bênçãos resultantes do poder e dos milagres de que precisamos para nossa vida! Aleluia!
Não é hora de desanimar, embora tantas não foram as vezes que pensamos nisso, principalmente ao tirar os olhos do Senhor para colocá-los em alvos terrestres, mas o Senhor teve misericórdias de nós.

Que sejamos testemunhas do poder que existe somente no Senhor. Em nome do Teu amado Filho, Jesus, nosso Senhor e Salvador. Amém e amém!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sábado, 16 de maio de 2015

Ezequiel 47:1-23 - UM RIO DE VIDA FLUINDO DO TEMPLO

Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na terceira e última parte “III”, na seção “B” – a última -, na subseção “5”, também a última seção, no capítulo 47. O livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·         Os oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·         Uma seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
5. O rio, a terra e a cidade (47.1-48.35).
O guia angélico de Ezequiel o fez voltar à entrada do templo e o profeta viu um rio se formando a partir de um fio de água que fluía do templo (47.1-12).
Essa seção é seguida de um sumário sobre a distribuição da terra e uma descrição das porções da cidade (47.13 – 48.35).
Em sua visão, Ezequiel retratou a centralidade do templo, os seus ministros e as suas cerimônias como um rio de águas vivas que fluía do templo.
Essa última seção foi dividida em três partes: a. Um rio de águas que dão vida (47.1-12) – veremos agora; b. A restauração da Terra Prometida (47.13-48.29) – começaremos agora; c. A restauração da cidade (48.30-35);
a. Um rio de águas que dão vida (47.1-12).
Ezequiel estava na entrada do templo, lugar onde o seu guia angelical o tinha levado e águas começavam a sair por debaixo do limiar do templo, para o oriente uma vez que a frente do templo também dava para o oriente e elas desciam do lado meridional do templo ao sul do altar.
Aquele ser o levou para fora pela porta norte, e conduziu-o pelo lado de fora até a porta externa que dá para o leste, e a água fluía do lado sul.
A BEG nos diz que no átrio do tabernáculo havia uma grande bacia ou lavatório onde os sacerdotes se lavavam (Ex 30.17-21). No templo de Salomão, essa bacia foi substituiria por um mar muito maior (IRs 7.23-26).
Esse mar era usado pelos sacerdotes para as purificações rituais (2Cr 4.6), mas, como o nome sugere, ele simbolizava também, por sua abundância de água fresca, plenitude de vida na presença de Deus.
Na visão do templo em Ezequiel, essas bacias anteriores foram substituídas por um rio de águas vivas (cf. Ap 21.1; 22.1-2).
O lavatório do tabernáculo e o mar do templo ficavam ao sul do altar no átrio do santuário; o rio também se originava do sul do altar.
Essa passagem deve ser comparada com outras que falam de um rio na cidade de Deus (Sl 46.6) ou descrevem a erupção de uma fonte de dentro da cidade (Jl 3.18; Zc 14.3-8).
Uma vez que o templo, em parte, simbolizava o Paraíso, esse rio relembra os rios que partiam do jardim do Éden (Gn 2.10-14).
Ezequiel estava sendo conduzido pelo seu guia angelical que ia medindo a cada 100 côvados e guiando Ezequiel que avançava nas águas.
A cada 500 metros (1000 côvados para ser mais exato) as águas se tornavam mais fundas. Os primeiros 500 metros as águas batiam em seu tornozelo, depois em seu joelho, depois em sua cintura e,  por fim, o cobriam de tal maneira que somente poderia atravessar nadando.
O rio traria vida para todos os lugares por onde passasse e transformaria Israel num jardim paradisíaco. Ele também entraria no mar dando vida por onde passasse.
As águas eram tantas que o guia perguntou para Ezequiel, retoricamente, se ele tinha visto isso e ele o levou de volta à margem do rio onde Ezequiel notou muitas árvores em cada lado do rio.
No mar Morto, Jerusalém situa-se sobre uma cadeia de montanhas, numa linha divisória de águas; as chuvas que caem na cidade também fluem para o vale de Cedrom e seguem para o mar Morto.
Jesus apelou para as imagens usadas nessa passagem para descrever-se a si mesmo. Ele disse à mulher samaritana que ele era uma fonte de água viva (Jo 4.10-14).
A BEG continua a falar que quando os discípulos se admiraram pelo fato de Jesus ter-se dignado a falar com ela, o mestre falou-lhes sobre uma colheita interminável que já havia começado (Jo 4.27-38), baseando-se na ilustração das árvores de Ezequiel produzindo doze colheitas por ano.
João também relata a pregação de Jesus afirmando que ele era fonte de rios de água viva, acrescentado o comentário de que Jesus estava falando sobre o Espírito de Deus (Jo 7.37-39).
As águas do rio geravam vida e a sustentavam ao longo por onde passavam. Animais, peixes, pescadores ao longo do litoral, desde En-Gedi, localizado a meia distância ao longo da costa oeste do mar Morto - Gn 14.7; Is 15.62; I Sm 23.29; 2Cr 20.2 – até En-Egiatm, próximo ao ângulo nordeste do mar Morto.
O mar era saneado pela água que ali desaguava, mas não ocorria o mesmo com os charcos e os pântanos, deixados para o sal – vs. 11.
Essa afirmação do verso 11 de que charcos e pântanos seriam deixados para o sal poderia indicar uma familiaridade com a tradição de que as porções rasas ao sul do mar Morto representavam local das antigas cidades Sodoma e Gomorra (Gn 19.27-29).
Árvores frutíferas de toda espécie cresceriam em ambas as margens do rio. Suas folhas não murchariam e os seus frutos não cairiam. Todo mês também produziriam, porque a água vinda do santuário chegava a elas gerando e mantendo a vida. Além do mais, seus frutos serviriam de comida, e suas folhas de remédio, conforme está também em Ap 22:1-4:
1 Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro,
2 no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que dá doze colheitas, dando fruto todos os meses. As folhas da árvore servem para a cura das nações.
3 Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão.
4 Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas. (NVI)
Essa é sem dúvidas uma ilustração da abundância de alimento, uma bênção da restauração completa do povo de Deus após o exilio. Para os cristãos, essa promessa é cumprida em parte pela vinda do Espirito Santo, o qual é associado à restauração da natureza (Gn 1.2; Sl 104.30) e com a herança de novos céus e nova terra - 28.25,26: 34.25-26.
b. A restauração da Terra Prometida (47.13-48.29).
Dos versos 13 ao final deste, veremos as fronteiras da terra de Israel, a restauração da terra. A visão de Ezequiel sobre a futura restauração incluía a restauração da terra à sua ordem criada por Deus.
A palavra é do Senhor que assim dizia em sua soberania que estas seriam as fronteiras pelas quais eles deveriam dividir a terra como herança entre as doze tribos de Israel, com duas porções para José.
A missão deles seria uma divisão justa uma vez que o Senhor jurou de mão erguida que a daria aos seus antepassados, esta terra, então, se tornaria herança deles.
Na visão de Ezequiel, a Terra Prometida seria dividida igualmente entre as doze tribos. Uma vez que a tribo de Levi não tinha herança territorial, mas vivia da sua porção das ofertas do povo, o número doze era mantido pela divisão da tribo de José em duas tribos que tinham o nome de seus dois filhos: Efraim e Manasses (Gn 48.1-6).
A Terra Prometida seria a que Deus havia prometido aos patriarcas (Gn 12.7; 15.18-21; 22.17; 28.4) e que havia sido possuída durante os reinados de Davi e Salomão (1 Rs 8.65; 1Cr 10.11; 13.5; 2Cr 9.26).
Os limites aqui detalhados (vs. 15-20) mencionam algumas localidades que não são conhecidas, mas que correspondem aproximadamente a outras listas (Nm 34.1-12; 1Rs 8.65).
Entretanto, a distribuição da terra (cap. 48) é totalmente diferente dos limites históricos das tribos.
Os limites ocidentais e orientais são fáceis de identificar. A leste o limite começava na nascente do Jordão ao sul de Damasco descendo pelo rio Jordão e ao longo da costa oeste do mar Morto; na fronteira oeste estava o mar Mediterrâneo. As fronteiras norte e sul são mais difíceis de estabelecer.
No norte, a fronteira começava perto de Tiro e seguia para o leste até um ponto ao norte do mar da Galileia; no sul ela corria de um ponto abaixo do mar Morto até um ribeiro do Egito (uádi el-Arish), na costa do Mediterrâneo.
Ez 47:1 Depois disso me fez voltar à entrada do templo;
e eis que saíam umas águas por debaixo do limiar do templo,
para o oriente; pois a frente do templo dava para o oriente;
e as águas desciam pelo lado meridional
do templo ao sul do altar.
Ez 47:2 Então me levou para fora pelo caminho da porta do norte,
e me fez dar uma volta pelo caminho de fora
até a porta exterior, pelo caminho da porta oriental;
e eis que corriam umas águas pelo lado meridional.
Ez 47:3 Saindo o homem para o oriente,
tendo na mão um cordel de medir,
mediu mil côvados,
e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos artelhos.
Ez 47:4 De novo mediu mil,
e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos joelhos;
outra vez mediu mil,
e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos lombos.
Ez 47:5 Ainda mediu mais mil,
e era um rio, que eu não podia atravessar;
pois as águas tinham crescido,
águas para nelas nadar,
um rio pelo qual não se podia passar a vau.
Ez 47:6 E me perguntou:
Viste, filho do homem?
Então me levou, e me fez voltar à margem do rio.
Ez 47:7 Tendo eu voltado, eis que à margem do rio
havia árvores em grande número,
de uma e de outra banda.
Ez 47:8 Então me disse:
Estas águas saem para a região oriental e, descendo pela Arabá,
entrarão no Mar Morto,
e ao entrarem nas águas salgadas,
estas se tornarão saudáveis.
Ez 47:9 E por onde quer que entrar o rio
viverá todo ser vivente que vive em enxames,
e haverá muitíssimo peixe;
porque lá chegarão estas águas,
para que as águas do mar se tornem doces,
e viverá tudo por onde quer que entrar este rio.
Ez 47:10 Os pescadores estarão junto dele;
desde En-Gedi até En-Eglaim,
haverá lugar para estender as redes;
o seu peixe será, segundo a sua espécie,
como o peixe do Mar Grande,
em multidão excessiva.
Ez 47:11 Mas os seus charcos e os seus pântanos não sararão;
serão deixados para sal.
Ez 47:12 E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda,
nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer.
Não murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto.
Nos seus meses produzirá novos frutos,
porque as suas águas saem do santuário.
O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio.
Ez 47:13 Assim diz o Senhor Deus:
Este será o termo conforme o qual repartireis a terra em herança,
segundo as doze tribos de Israel.
José terá duas partes.
Ez 47:14 E vós a herdareis, tanto um como o outro;
pois sobre ela levantei a minha mão,
jurando que a daria a vossos pais;
assim esta terra vos cairá a vós em herança.
Ez 47:15 E este será o termo da terra:
da banda do norte, desde o Mar Grande,
pelo caminho de Hetlom,
até a entrada de Zedade;
Ez 47:16 Hamate, Berota, Sibraim,
que está entre o termo de Damasco e o termo de Hamate;
Hazer-Haticom, que está junto ao termo de Haurã.
Ez 47:17 O termo irá do mar até Hazar-Enom,
junto ao termo setentrional de Damasco, tendo ao norte
o termo de Hamate.
Essa será a fronteira do norte.
Ez 47:18 E a fronteira do oriente, entre Haurã, e Damasco,
e Gileade, e a terra de Israel, será o Jordão;
desde o termo do norte até o mar
do oriente medireis.
Essa será a fronteira do oriente.
Ez 47:19 E a fronteira meridional será desde Tamar
até as águas de Meribote-Cades,
ao longo do Ribeiro do Egito até o Mar Grande.
Essa será a fronteira meridional.
Ez 47:20 E a fronteira do ocidente será o Mar Grande,
desde o termo do sul até a entrada de Hamate.
Essa será a fronteira do ocidente.
Ez 47:21 Repartireis, pois, esta terra entre vós,
segundo as tribos de Israel.
Ez 47:22 Reparti-la-eis em herança por sortes entre vós
e entre os estrangeiros que habitam no meio de vós
e que têm gerado filhos no meio de vós;
e vós os tereis como naturais entre os filhos de Israel;
convosco terão herança,
no meio das tribos de Israel.
Ez 47:23 E será que na tribo em que peregrinar o estrangeiro,
ali lhe dareis a sua herança,
diz o Senhor Deus.
Eles, seguindo as instruções de Deus, deveriam distribuir como herança para eles mesmos e para os estrangeiros residentes no meio deles e que tinham filhos. Reparem no cuidado do Senhor com os estrangeiros que ali estavam buscando a Deus ou quisessem estar próximos ao povo de Deus
Esses estrangeiros nessas condições especiais seriam considerados como israelitas de nascimento. Juntamente com eles deveria ser designada uma herança entre as tribos de Israel.
Qualquer que fosse a tribo no qual o estrangeiro teria se instalado, ali eles lhe dariam a herança que lhe coubesse. Essa era palavra do Senhor Deus Soberano.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ezequiel 46:1-24 - EZEQUIEL E OS PAPEIS ESSENCIAIS DE LÍDERES SAGRADOS

Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na terceira e última parte “III”, na seção “B” – a última -, na subseção “4”, no capítulo 46. O livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·         Os oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·         Uma seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
4. Os ministros sagrados (44.1-46.24) - continuação.
Como já enfatizamos, estamos vendo, até o capítulo 46, a visão de Ezequiel sobre os ministros sagrados que deveriam orientar o povo de Deus gloriosamente restaurado.
Seguindo a divisão proposta da BEG, dividimos essa subseção “4” em três partes principais: a. O príncipe, os levitas e os sacerdotes (44.1-31) – já vimos; b. A repartição das áreas sagradas da terra (45.1-12) – já vimos; e, c. As ofertas e dias santificados com os quais estavam profundamente envolvidos (45.13-46.24) - concluiremos agora.
c. As ofertas e dias santificados com os quais estavam profundamente envolvidos (45.13-46.24) - continuação.
Do vs. 13, do capítulo anterior, até o término deste capítulo, vs. 24, estamos vendo as ofertas e os dias santificados. Ezequiel previu os papeis essenciais que os líderes sagrados deveriam desempenhar em Jerusalém.
Dos versos 1 ao 8, veremos instruções relacionadas aos sábados e às festas da Lua Nova e do 9 em diante, até ao 24, veremos, instruções referentes às ofertas.
Conforme a BEG, em dias de solenidade e festa, o príncipe tinha permissão para ir até o limiar da porta leste do átrio interior; nos outros dias ele entrava e saia no meio do povo (vs. 9-10), a não ser que estivesse fazendo uma oferta voluntária (vs.12).
O príncipe também tinha privilégios especiais com referência à porta leste do átrio exterior (44.1,3). De sua posição privilegiada no limiar da porta interior, o príncipe teria uma visão perfeita das ações que se desenrolavam no átrio interior e no grande altar; entretanto, ele não podia ir além desse ponto, uma vez que a entrada no átrio interior era restrita aos sacerdotes e levitas.
As especificações para a oferta do holocausto – vs. 4 – que o príncipe deveria trazer ao Senhor no dia de sábado, diferem das prescritas para as ofertas do sábado em Nm 28.9, onde são exigidos dois cordeiros, mas nenhum carneiro.
Já no vs. 5, que diz que a oferta de manjares deve ser de um efa, veremos que de acordo com Nm 28.9, a oferta de flor de farinha no sábado era de dois décimos de um efa. Novamente Ezequiel funcionou como uma espécie de segundo Moisés e deu à futura nação uma legislação cerimonial. Confira 45.18-25; 43.10,12.
Também com relação à festa da Lua Nova, no primeiro dia do mês lunar, as especificações para essa oferta novamente diferem da legislação anterior (Nm 28.11), a qual exigia dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros machos.
E ainda no vs. 7, da oferta de manjares, teremos um novo contraste com Nm 28.12.
Nessa visão de Ezequiel desse Israel ideal, quando o povo da terra deveria vir perante o Senhor nas festas fixas, com tanta gente adorando regularmente no templo, seria necessário um controle da multidão para assegurar um movimento ordeiro.
Principalmente porque Deus deveria ser cultuado em Israel todos os dias (vs. 13-15), manhã após manhã e não como antes em que a maior parte das legislações anteriores estipulava oferendas em dias determinados do calendário litúrgico do Antigo Testamento. Essas estipulações para ofertas diárias também diferem das práticas anteriores (Nm 28.3-8; 2R5 16.15: 1 Cr 16.40; 2Cr 13.11; 31.3).
Percebe-se em Ezequiel uma consideração pela restauração da lei davídica – vs. 16; 43.10,12; 45.18-25. No verso 17, ele fala do ano da liberdade – uma preocupação com o Ano do Jubileu - muito provavelmente uma referência ao Ano do Jubileu (Lv 25.8-17; 27.24; Is 61.1-2).
Podemos perceber, pelo texto do verso 20, que o culto do Antigo Testamento combinava sacrifício e oração com refeição e atividade social. Essas regulamentações especificavam o local onde os levitas deveriam preparar as ofertas para a refeição sacrifical que seria comida pelos adoradores.
Ez 46:1 Assim diz o Senhor Deus:
A porta do átrio interior, que dá para o oriente,
estará fechada durante os seis dias que são de trabalho;
mas no dia de sábado ela se abrirá;
também no dia da lua nova se abrirá.
Ez 46:2 E o príncipe entrará pelo caminho do vestíbulo da porta,
por fora, e ficará parado junto da ombreira da porta,
enquanto os sacerdotes ofereçam
o holocausto e as ofertas pacíficas dele;
e ele adorará junto ao limiar da porta.
Então sairá; mas a porta não se fechará até a tarde.
Ez 46:3 E o povo da terra adorará à entrada da mesma porta,
nos sábados e nas luas novas, diante do Senhor.
Ez 46:4 E o holocausto que o príncipe oferecer ao Senhor
será, no dia de sábado,
seis cordeiros sem mancha
e um carneiro sem mancha;
Ez 46:5 e a oferta de cereais será
uma efa para o carneiro;
e para o cordeiro,
a oferta de cereais será o que puder dar,
com um him de azeite para cada efa.
Ez 46:6 Mas no dia da lua nova será um bezerro sem mancha,
e seis cordeiros e um carneiro; eles serão sem mancha.
Ez 46:7 Também ele proverá, por oferta de cereais,
uma efa para o novilho e uma efa para o carneiro,
e para os cordeiros o que puder,
com um him de azeite para cada efa.
Ez 46:8 Quando entrar o príncipe,
entrará pelo caminho do vestíbulo da porta,
e sairá pelo mesmo caminho.
Ez 46:9 Mas, quando vier o povo da terra perante o Senhor
nas festas fixas, aquele que entrar pelo caminho
da porta do norte, para adorar,
sairá pelo caminho da porta do sul;
e aquele que entrar pelo caminho da porta do sul,
sairá pelo caminho da porta do norte.
Não tornará pelo caminho da porta pela qual entrou,
mas sairá seguindo para a sua frente.
Ez 46:10 Ao entrarem eles, o príncipe entrará no meio deles;
e, saindo eles, sairão juntos.
Ez 46:11 Nas solenidades, inclusive nas festas fixas,
a oferta de cereais será uma efa para um novilho,
e uma efa para um carneiro,
mas para os cordeiros será o que se puder dar;
e de azeite um him para cada efa.
Ez 46:12 Quando o príncipe prover uma oferta voluntária,
holocausto, ou ofertas pacíficas, como uma oferta voluntária
ao Senhor, abrir-se-lhe-á a porta que
dá para o oriente,
e oferecerá o seu holocausto
e as suas ofertas pacíficas,
como houver feito no dia de sábado.
Então sairá e, depois de ele ter saído, fechar-se-á a porta.
Ez 46:13 Proverá ele um cordeiro de um ano, sem mancha,
em holocausto ao Senhor cada dia;
de manhã em manhã o proverá.
Ez 46:14 Juntamente com ele proverá de manhã em manhã
uma oferta de cereais, a sexta parte duma
efa de flor de farinha, com a terça parte de um him
de azeite para umedecê-la,
por oferta de cereais ao Senhor, continuamente,
por estatuto perpétuo.
Ez 46:15 Assim se proverão o cordeiro, a oferta de cereais,
e o azeite, de manhã em manhã, em holocausto contínuo.
Ez 46:16 Assim diz o Senhor Deus:
Se o príncipe der um presente a algum de seus filhos,
é herança deste, pertencerá a seus filhos;
será possessão deles por herança.
Ez 46:17 Se, porém, der um presente da sua herança
a algum dos seus servos, será deste até o ano da liberdade;
então tornará para o príncipe;
pois quanto à herança, será ela para seus filhos.
Ez 46:18 O príncipe não tomará nada da herança do povo
para o esbulhar da sua possessão;
da sua própria possessão deixará herança a seus filhos,
para que o meu povo não seja espalhado,
cada um da sua possessão.
Ez 46:19 Então me introduziu pela entrada que estava
ao lado da porta nas câmaras santas para os sacerdotes,
que olhavam para o norte;
e eis que ali havia um lugar por detrás,
para a banda do ocidente.
Ez 46:20 E ele me disse:
Este é o lugar onde os sacerdotes cozerão a oferta pela culpa,
e a oferta pelo pecado, e onde assarão a oferta de cereais,
para que não as tragam ao átrio exterior,
e assim transmitam a santidade ao povo.
Ez 46:21 Então me levou para fora, para o átrio exterior,
e me fez passar pelos quatro cantos do átrio;
e eis que em cada canto do átrio havia um átrio.
Ez 46:22 Nos quatro cantos do átrio havia átrios fechados,
de quarenta côvados de comprimento
e de trinta de largura;
estes quatro cantos tinham a mesma medida.
Ez 46:23 E neles havia por dentro uma série de projeções ao redor;
e havia lugares para cozer,
construídos por baixo delas ao redor.
Ez 46:24 Então me disse:
Estas são as cozinhas,
onde os ministros da casa cozerão o sacrifício do povo.
O objetivo do sacerdote com o cozimento das ofertas pela culpa e pelo pecado e com o processo de assar a oferta de cereal, que deveriam ser levadas para o pátio externo, era a consagração do povo.
Todos os que ministravam no templo deveriam cozinha os sacrifícios do povo em saliências de pedras, com lugares para o fogo construídos em toda a sua volta debaixo da saliência que ficava em volta de cada um dos quatro pátios, pelo lado de dentro.
Considerando o objetivo do sacerdote “consagração do povo” ou “santificação do povo” – vs. 20 - em nosso estudo e reflexão deste dia, deparamo-nos com um texto interessante ao qual compartilho parte dele, a seguir.
1) Profetas, Sacerdotes e Reis no Antigo Testamento[1]
Havia no Antigo Testamento três ofícios principais, três classes de pessoas que exerciam funções diferentes na nação teocrática de Israel. Eram eles: os profetas, os sacerdotes e os reis.
Profeta – era a boca de Deus ao povo (ex. Êxodo 7.1; 20.18-19), aquele que atuava como mediador entre Deus e o povo, proclamando a vontade e o caráter de Deus ao Seu povo.
Sacerdote era a boca do povo diante de Deus:
·         Representava o povo diante de Deus e isso ficava claro em suas vestes (Êx. 28.9, 17-21, 29).
·         Consultava a Deus quando o povo tinha dúvidas (Êx 28.30; Lv 8.8), bem como agia como juiz representante de Deus (Nm 5.21-22).
·         Usava uma espécie de tiara com a inscrição santidade ao Senhor (Êx 28.36, 39.30).
·         Dependia da ação do Espírito Santo para desempenhar seu ofício (Êx. 28.41; 29.7).
·         Precisava ser puro por meio dos sacrifícios que fazia por si mesmo antes de atuar pelo povo (Êx 29.10, Lv 16.11).
Rei – o ofício real envolvia o governo da nação diante de Deus e conforme às suas leis.
Os profetas, sacerdotes e reis do Antigo Testamento tinham seus ministérios completamente vinculados à Lei:
·         O profeta a pregava.
·         O sacerdote a aplicava pessoal e especificamente.
·         O rei a fazia cumprir nacionalmente.
2) Jesus Cristo como Profeta, Sacerdote, e Rei
João Calvino popularizou a noção de Cristo como aquele que cumpre os três ofícios do Antigo Testamento (Institutas II.15). Desde então, muito outros têm escrito sobre o assunto. Deve-se notar a priori o nome Cristo. Este nome significa literalmente ungido, exatamente o ato que unia os três ofícios do AT.
Os catecismos de Westminster (BCW e CMW) nos ajudam a entender como Cristo desempenhou os três ofícios:
·         BCW  – P. 23. Que funções exerce Cristo como nosso Redentor? 
R. Cristo, como nosso Redentor, exerce as funções de profeta, sacerdote e rei, tanto no seu estado de humilhação como no de exaltação. Ref. At 3.22; Hb 5.5-6; Sl 2.6; Jo 1.49.
·         CMW – 42. Por que o nosso Mediador foi chamado Cristo? 
O nosso Mediador foi chamado Cristo porque foi, acima de toda a medida, ungido com o Espírito Santo; e assim separado e plenamente revestido com toda autoridade e poder para exercer os ofícios de profeta, sacerdote, e rei de sua igreja, tanto no estado de sua humilhação, como no de sua exaltação. Sl 2.6; Mt 28.18-20; Lc  4:14,18,19,21; Jo 3:34; At. 3:22; Hb 4:14,15;5:5,6; Ap 19:16; Is 9:6.
·         CMW – 43. Como exerce Cristo o ofício de profeta? 
Cristo exerce o ofício de profeta, revelando à igreja, em todos os tempos, pelo seu Espírito e Palavra, por diversos modos de administração, toda a vontade de Deus, em todas as coisas concernentes à sua edificação e salvação. Jo 1:1,4,18;20:31; II Pe 1:21; II Co 2:9,10; Ef 4:11-13. [Mateus é um dos livros bíblicos que mostra de maneira mais completa o Jesus Cristo como profeta]
·         CMW – 44. Como Cristo exerce o ofício de sacerdote? 
Cristo exerce o ofício de sacerdote, oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício, sem mácula a Deus, para ser a propiciação pelos pecados do seu povo, e fazer contínua intercessão por esse mesmo povo. Hb 2:17;7:25;9:14,28. [Hebreus é o livro mais claro em mostrar o sacerdócio perfeito de Jesus]
“No Antigo Testamento, os sacerdotes eram designados por Deus para oferecer sacrifícios. Eles também ofereciam orações e louvores a Deus em favor do povo. Ao agir assim “santificavam” as pessoas, ou tornavam-nas aceitáveis à presença de Deus, se bem que de forma limitada no período do AT. No Novo Testamento, Jesus tornou-se o nosso grande sumo-sacerdote. Esse tema é abordado na carta aos Hebreus”. (GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática, 1999, p. 525)
·         CMW – 45. Como Cristo exerce o ofício de rei? 
Cristo exerce o ofício de rei, chamando do mundo um povo para si, dando-lhe oficiais, leis e disciplinas para visivelmente o governar; concedendo a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando sua obediência e corrigindo-os em consequência de seus pecados; preservando-os e sustentando-os em todas as suas tentações e sofrimentos; restringindo e subjugando todos os seus inimigos, e poderosamente ordenando todas as coisas para a sua própria glória e para o bem de seu povo; e também tomando vingança contra os que não conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho. Sl 2:9; Is 55:5; Mt 18:17,18;25:34-36;28:19, 20; Jo 10:16,27;  At 5:31; 12:17; 18:9,10; Rm 2:7;14:11;8:28,35-39; I Co 5:4,5; 12:9, 10, 28; 15:25; II Co 12:9,10;  Ef 4:11,12;  I Tm 5:20; Tt 3:10; II Ts 1:8; 22:12; Cl 1:18; Hb 12:6,7; Ap 3:19. [O reinado de Cristo pode ser visto de forma gloriosa em Apocalipse]
 3) O Cristão como Profeta, Sacerdote e Rei
Somos convocados por Deus para seguir os passos de Jesus Cristo (João 13.15; 1Pe 2.21; 1Jo 2.6), sempre em favor do povo e para o povo, levando-se em conta Deus e suas leis:
Como Profeta – o profeta fala ou prega a palavra de Deus. Ele é o arauto do Rei. Somos chamados para exercer o papel de boca de Deus dentro e fora da Igreja. Profeta é aquele que anuncia a Lei (vontade, instrução) de Deus ao povo ou pessoalmente. Portanto, como profetas, devemos levar:
ü  Conhecimento de Deus aos que não o tem (Atos 17.16-33).
ü  Mensagem de arrependimento aos pecadores, em público ou particular (Mateus 18.15, Atos 2.38; 3.19).
ü  Palavras de ânimo e esperança aos desanimados e fracos (1Ts 4.18; 5.14).
Como Sacerdote – O sacerdote sacrificava em favor do povo para Deus. Ele é a boca do povo diante de Deus!
Como Rei  Dentre os principais objetivos de Deus na criação do homem estava o dominar sobre terra, mar e ar (Gênesis 1.28). Esse domínio foi perdido pelo homem na Queda, mas em Cristo, há a possibilidade de novamente exercermos nosso papel.
Devemos, portanto, lembrar que os reis tinham função de governar, preservar e fazer justiça nos parâmetros da Lei de Moisés, assim, nós, em todos os contextos em que Deus nos coloca em posição de governo (lar, igreja, trabalho, sociedade) devemos nos lembrar que somos os seus “gerentes” (como Adão) fazendo para a glória de Deus.
Ainda como Adão, também somos chamados para cultivar e guardar a Criação de Deus (Gn 2.15: Ecologia Cristã). Temos sido colocados sobre o pouco, sejamos fiéis e receberemos muito (Mt 25.14-30). Em Cristo estamos assentados nos lugares celestiais (Ef 2.6). E assim como o reinado de Cristo, patente na igreja, mas escondido no universo, se tornará patente em sua vinda, o nosso papel de reis também será evidenciado para todos os olhos (Ap 22.5, 3.21 e 1Coríntios 6.2-3).
Que Deus faça de nós, verdadeiros profetas, sacerdotes e reis, seguindo os passos do nosso Mestre e Senhor Jesus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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