Como dissemos, a epístola de Hebreus foi
escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a
fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e
superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 2/13.
Breve
síntese do capítulo 2.
Profundidade e complexidade é o que envolve Hebreus numa linguagem
simples, mas tão profunda que nossos ouvidos tornaram-se tardios em compreender
e assimilar. É profundo, é complexo e é tão simples... parece contraditório,
mas não há contradição se não na alma que perdeu o bom senso.
Navegar nestes escritos não é tarefa para fazer sem a ajuda do Espírito
Santo. Temos de orar, meditar, estudar e pedir ao Espírito de Deus para quebrar
em nós toda contradição, heresias, preconceitos e inclinações carnais que
entorpecem nossa alma nos turvando a vista.
Já os que podem enxergar a beleza do que está escrito, pasma diante da
sabedoria de Deus que é loucura para os homens.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS (1.1-2.18) - continuação.
Já dissemos que a revelação feita por
Cristo, o filho de Deus, é superior à revelação dada a Moisés pelos anjos. A
epístola começa com um enfoque sobre as maneiras em que Cristo é maior que os
anjos.
Estamos seguindo a seguinte divisão
proposta: A. A última e melhor Palavra de Deus em seu Filho (1.1-4) – já vimos; B. Testemunho bíblico da
grande honra do Filho (1.5-14) – já vimos;
C. Exortação para apegar-se ao Filho (2.1-4) – veremos agora; D. O Filho e seus irmãos (2.5-18) – veremos agora.
C. Exortação para apegar-se ao Filho
(2.1-4).
Tendo estabelecido que
Cristo é superior aos anjos, o autor exorta seus leitores permanecerem fiéis a
Cristo, em vez de colocar a sua fidelidade em outras coisas.
Assim sendo, importava
que nos apegássemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas. Compare com
exortações semelhantes em 3.12-14; 4.1,11; 6.11-12; 10.22-25; 12.1-13 e
especialmente 12.25-29; outro lembrete do Sinai. Não podemos negligenciar o
discurso de Deus, sob o risco de morrermos eternamente.
Repare a lógica da
argumentação do autor de Hebreus, pois se a mensagem transmitida por anjos tornou
firme a palavra e se toda transgressão e desobediência recebeu a devida
punição, imagine agora, se negligenciarmos tão grande salvação anunciada por
Deus.
O argumento é do menor
para o maior, um estilo padrão rabínico de argumentação no qual primeiro é
feita uma referência a situações mais simples e menos urgentes, e depois a
situações semelhantes, mas mais significativas e circunstâncias importantes.
Se o que os anjos
disseram tornou firme, então o que vem Daquele que é superior deve ter tornado
muito mais firme. A expressão "tornar firme" é termologia legal,
assim como a palavra "testemunho" no vs. 4.
O papel dos anjos no
fornecimento das leis é sugerido em Dt 33.2 ("O SENIIOR veio do Sinai... e
veio das miríades de santos"). A interpretação de que a lei havia sido
dada por intermédio dos anjos era difundida nas comunidades judaicas no século
1 (At 7.53; Cl 3.19).
O justo castigo ou a
devida punição – vs. 2 – é também ilustrado em 10.28-29 (cf. 6.4-6). Nem todas
as violações da lei de Moisés eram de igual importância, mas os castigos foram
estabelecidos apropriadamente para cada uma.
Os transgressores da
nova aliança em Cristo serão até mesmo menos capazes de escapar do castigo
apropriado do que os transgressores da lei no Antigo Testamento.
O castigo em mente é o
castigo eterno. O autor não quis dizer com isso que os verdadeiros cristãos
podem perder a salvação (para isso, veja o excelente artigo teológico da BEG: "A
perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1), mas que a comunidade
da nova aliança contém incrédulos do mesmo modo que havia na comunidade da
antiga aliança (veja outro excelente artigo teológico da BEG: "A igreja
visível e a invisível", em 1 Pe 4).
Na comunidade da nova
aliança, os incrédulos serão julgados com mais severidade do que os incrédulos
na comunidade da antiga aliança.
A palavra salvação é mencionada
pela primeira vez em 1.14, essa salvação inclui basicamente:
üA herança do mundo que há de vir
(vs. 5; 11.16).
üEntrar na glória como filhos de
Deus (v.10).
üA purificação dos pecados (1.3;
2.11,17).
üA liberdade do temor da morte
(vs. 14-15).
üO privilégio de poder se
aproximar de Deus (4.16; 10.22) para oferecer adoração que agrada a ele (12.28;
13.15-16).
Os apóstolos e
certamente outros testemunharam as coisas que Jesus disse e fez em seu
ministério, morte e ressurreição (At 1.14-15,21-23; 10.39-41; 1Pe 5.1; 2Pe
1.15), sendo os apóstolos testemunhas oficiais (At 1.22).
O autor e seus leitores
ouviram o evangelho por intermédio dos apóstolos ou talvez por intermédio de
outros que acompanharam os apóstolos e puderam testemunhar sob a autoridade
deles.
Esses termos “sinais, prodígios e vários
milagres” – vs. 4 - são usados no Novo Testamento para os milagres especiais
que Deus usou para autenticar o Salvador (At 2.22), os apóstolos e Estêvão (At
6.8; 14.3; Rm 15.18-19; 2Co 12.12).
Os sinais associados com a revelação no
período do Novo Testamento aumentaram a responsabilidade daqueles que
rejeitaram o evangelho.
D. O Filho e seus irmãos (2.5-18).
Dos vs. 5 ao 18, veremos o Filho e seus
irmãos – Jesus coroado de glória: sumo sacerdote idôneo e compassivo. Tendo
chamado seus leitores para seguir o Filho para obter a salvação, o autor descreveu
outra dimensão surpreendente da superioridade de Cristo.
Cristo tornou-se humano a fim de levar
aqueles que creem nele para a sua glória.
O autor fez uso do contraste entre anjos e
seres humanos (vs. 5-8) para mostrar o maravilhoso fato de que Cristo, o Filho
real, se tornou um ser humano por completo (vs. 14,17) a fim de restaurar a
dignidade da humanidade redimida e o divino lugar dela planejado na criação.
Essa forma na citação bíblica é característica
do autor de Hebreus, que enfatizava a inspiração divina dos autores da
Escritura em vez de mencionar os autores humanos (p. ex., 1.5,7-8; 2.12,3.7;
4.3; 5.5-6).
A eficiência do método do escritor de citar
uma passagem-prova bem conhecida do Antigo Testamento sobre as pessoas na
criação (SI 8.4), fornece evidências de que os destinatários eram de
descendência judaica.
Vemos na citação do Sl 8 ao falar do homem
– vs. 6 ao 8 -, que ele fala dele descrevendo o estado glorioso da raça humana
como o ápice de toda a criação como alguém superior
"Que
é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele
te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos e o coroaste de
glória e de honra; tudo sujeitaste debaixo dos seus pés"
Mas é óbvio que os seres humanos estão
longe de desfrutar totalmente desse estado. Os versículos que seguem explicam
que Jesus, como precursor da humanidade, corrige essa situação para o bem dos
que o seguem.
Foi Deus, o Pai, quem fez isso e ao
sujeitar a ele todas as coisas, nada deixou que não lhe estivesse sujeito.
Agora, porém, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas – vs. 8.
Embora a humanidade tenha caído, não
estamos sem esperança. O homem Jesus tem a coroa da glória e da honra, a qual
ele irá compartilhar com aqueles que creem nele (vs. 11-13).
Essa expressão “por um pouco” pode se referir à posição ("por um
pouco") ou ao tempo (cf. "Pouco depois" em Lc 22.58; "por
um pouco" em At 5.34).
Se é à posição que está se referindo,
mostra que, porque os seres humanos são um pouco menores que os anjos, Jesus,
ao se tornar um homem, também se tornou menor que os anjos. Se é ao tempo,
indica o caráter temporário da humilhação de Jesus.
Como homem ainda fez com que Jesus, provasse
a morte por todo homem. Ressalte-se que o autor não pretendeu afirmar que todos
os seres humanos foram salvos pela morte de Cristo. Como na conversa comum,
termos como "todos" são definidos com base nos contextos nos quais
aparecem.
No seu contexto imediato, a expressão
"todo homem" refere-se aos "muitos filhos" (vs. 10) que
Deus leva para a glória e os quais Jesus chama de "irmãos" (vs. 11).
Aqueles pelos quais Jesus morreu são feitos
santos e perfeitos de uma vez para sempre pelo seu sacrifício (10.10,14); a
consciência deles é purificada dos atos que levam à morte (9.14) e eles são
salvos do pavor da morte (2.14-15).
Por contraste, há aqueles dentro da igreja
que não confiam no Filho, mas o expõe à ignomínia (6.4-6). Para eles, "não
resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de
juízo" (10.26-27).
Assim, "todo homem" aqui inclui
todos aqueles - e somente aqueles - que persistem em confiar em Jesus (3.6,14).
Para que os filhos de Deus fossem
restaurados à glória descrita no SI 8, o Filho unigênito teve de:
üSofrer
a morte em favor deles.
üDestruir
os seus inimigos.
üLibertá-los
da escravidão.
üExpiar
pelos pecados deles.
Laços de parentesco no eterno plano de Deus
unem o redimido ao "Autor da sua salvação" (vs. 10,11).
Ao levar muitos filhos à glória, convinha
que Deus, por causa de quem e por meio de quem tudo existe, tornasse perfeito,
mediante o sofrimento, o autor da salvação deles – vs. 10. Esse termo grego “autor”
é raro no Novo Testamento (12.2; At 3.15; 5.31) e poderia também ser traduzido
como "líder" ou "pioneiro". Ele é usado na Septuaginta (a
tradução grega do AT) para se referir aos líderes tribais e militares (p. ex., Êx
6.14; Nm 10.4; 13.3). Jesus é o nosso guia para a glória porque, na sua humanidade,
ele foi pioneiro no caminho do sofrimento em nosso favor.
O autor de hebreus explica que tanto o que
santifica como os que são santificados provêm de um só, literalmente
"somos do mesmo" ou "têm a mesma origem" (ou seja, Deus).
Alternativamente, alguns intérpretes traduzem
como "somos da mesma natureza" (ou seja, a natureza humana). Em vista
da glória do Filho, como descrita no cap. 1, deveríamos esperar que Jesus não
quisesse se identificar com os seres humanos decaídos, mas ele de modo
voluntário nos chama de sua família, seus próprios irmãos e irmãs (vs. 17; 5.1;
7.5).
Está escrito que foi ele quem disse que
proclamaria o seu nome a seus irmãos e na assembleia o louvaria. O autor
introduziu aqui SI 22.22 para chamar a atenção sobre o relacionamento de irmão
e irmã vivido entre os cristãos e Cristo.
Essa passagem é um ponto crucial num salmo
que descreve a passagem do sofrimento para a libertação. Desse modo, o contexto
das palavras citadas corresponde ao uso delas em Hebreus.
Essa confissão de fé de que poria nele a
sua confiança aparece em 2Sm 22.3; Is 8.17; Is 12.2. Nessas três passagens, um
servo de Deus expressa confiança diante do perigo.
Que o Filho, que é "o Autor e
Consumador da fé" (12.2), tivesse essas palavras nos lábios, demonstra que
ele vivia pela fé, assim como nós devemos viver.
Quando ele se refere ao “eu e os filhos que
Deus me deu” – vs. 13 - o autor de Hebreus estava se referindo a Is 8.18, onde
o profeta declarou que ele e seus filhos eram sinais do julgamento de Deus
contra o rebelde Judá (os rebeldes não eram os seus filhos).
Quanto a isso, Isaías foi um exemplo de
Cristo o qual também tinha um círculo de "filhos" dado a ele pelo Pai
(Jo 17.6); eles permanecem como manifestações do julgamento de Deus contra os
que se rebelam contra ele.
Ao comentar que os filhos são pessoas de
carne e sangue – vs. 14 -, ele está usando uma maneira idiomática de dizer
"humano" (a mesma expressão grega pode ser traduzida como
"homem"; Mt 16.17; CI 1.16; cf. Ef 6.12; 1Co 15.50).
Essa expressão também pode enfatizar as
limitações da condição humana - literalmente, "compartilhou das mesmas
coisas", uma frase que enfatiza a perfeição da encarnação do Filho. Dessa
forma, Deus também participou dessa condição humana, para que por sua morte,
derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo!
Jesus Cristo triunfou
sobre a morte e o diabo ao suportar o castigo de Deus sobre os pecadores e ao
cumprir a justiça requerida dos seres humanos.
Porém, para que ele
pudesse fazer isso, foi necessário que compartilhasse da humanidade deles,
incluindo carne e sangue (a BEG recomenda, neste ponto, a leitura e a reflexão
em seu excelente artigo teológico "A humanidade plena de Jesus", em
Lc 3).
Até que ponto o diabo tem
o poder da morte? Depois de nos tentar a pecar, o diabo age como acusador (Ap
12.10), exigindo que o justo castigo caia sobre nós: "O salário do pecado
é a morte" (Rm 6.23; cf. 1Co 15.56).
Isso me lembra de uma
historinha.
Havia um homem que ia
passando normalmente por um determinado lugar, quando o diabo lhe soprou aos
ouvidos: - olhe, que lindo! Deve ser muito valioso. Pegue-o para si, ninguém está
vendo.
Olhando para todos os
lados, não viu ninguém (ele se esqueceu de olhar para cima!) e furtivamente
roubou um objeto muito importante e escondeu-o em um de seus bolsos.
Passando por alguns
vigias esses notaram algo estranho nele, pois parecia muito nervoso e o diabo sussurrou
aos ouvidos dos guardas: - ele deve ter feito algo errado, revistem-no antes
que escape.
Os guardas fizeram
sinais para que o homem parasse e este começou a fugir e foi apanhado em
flagrante, sendo conduzido depois à prisão onde teve que cumprir severa pena.
Aí, então, o diabo lhe
sussurrou novamente aos ouvidos: - seu trouxa! Está vendo o que fizeste?
Acabaste com sua vida e reputação. Que feio! Vá, crie coragem e agora se mate!
O poder dele para impor
a morte é destruído somente quando nossos pecados são punidos. Como isso
aconteceu com a morte de Cristo, suas acusações não têm mais base (Cl 2.14-15).
O diabo não ficou
totalmente sem poder (1Pe 5.8), mas a inauguração do reino com o ministério
terreno de Cristo eliminou a sua força repressora de todos os seguidores de
Cristo.
Pela sua morte, Jesus
derrotou o diabo e libertou aqueles que durante toda a vida estavam
escravizados pelo medo da morte. Isso nos lembra de I Coríntios 15.
Como já dissemos quando
falamos desse texto. O capítulo 15 de
I Coríntios é o capítulo em que Paulo fala da ressurreição de Cristo como sendo
o fundamento principal de nossa crença e prática.
Ele até lembra Isaias que citou primeiramente “comamos e bebamos porque amanhã morreremos” para dizer que se
Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e seria então melhor que comêssemos e
bebêssemos uma vez que certa seria a nossa morte.
Foi assim que fez Senaqueribe quando cercou Israel e os israelitas
cercados não viam saída alguma por causa do poderoso exército inimigo e já
tinham por certa a morte no dia seguinte. Como irão todos morrerem, o que
disseram? Que seria melhor comer e beber.
Nós também éramos escravos do pecado por causa de nossa morte iminente e
a qualquer tempo. Por temor a ela, éramos escravos de nossos desejos e pecados,
mas Cristo, amados ressuscitou!
Agora a morte, morreu! Engraçado não é que a morte que antes prendia a
gente no pecado agora está morta!
Era o medo da morte que
nos mantinha presos ao pecado, mas agora Jesus nos libertou ao derrotar o
diabo.
Esse versículo 16 de que
ele não socorre a anjos, mas a descendência de Abraão, resume a expressão do
contraste entre os seres humanos e os anjos iniciada nos vs. 5-8.
O pano de fundo é Is
41.8-14, passagem em que o povo de Israel é chamado de "descendente de
Abraão" (Is 41.8) o qual o Senhor tomou "pela tua mão" (Is
41.13) e o qual ele prometeu "ajudar" (Is 41.14; cf. Hb 2.18). Eles
não precisam mais "temer" (Is 41.10; veja Hb 2.15; 13.5-6). A
respeito de Abraão e seus descendentes, veja 6.15-17; 11.8-12 (veja também Rm
4.9-18; 9.6-8; GI 3.29).
Alguns traduzem essa
frase relacionado ao socorro dos descendentes de Abraão como "ele
toma" ou "ele agarra", como na encarnação.
De qualquer modo, o
ponto é o mesmo: o tipo de criaturas que Deus deseja salvar determina o tipo de
encarnação descrito no vs. 14. Essas criaturas são seres humanos, e Cristo é,
por essa razão, encarnado como um homem.
Foi por isso que ele se
tornou semelhante aos seus irmãos. Somente Aquele que foi testado de todas as maneiras,
como nós somos, poderia ser um sacerdote misericordioso (4.15; 5.2).
Somente Aquele que
respondeu a todos os testes com perfeita obediência, poderia ser um sacerdote
fiel sem pecados (4.15; 7.26-28) e digno de oferecer-se em sacrifício sem
mácula (9.14).
É ele misericordioso e
fiel, o sumo sacerdote perfeito. Repetindo a profecia que anunciou o julgamento
na casa de Eli (na família de Arão) e a vinda do fiel sacerdote que ministraria
para sempre (1Sm 2.35). A fidelidade (3.6) e a misericórdia de Cristo (5.2) são
explicadas no que se segue, ou seja, em, ser apto, capaz e aprovado para fazer
propiciação pelos pecados do povo. Ou, "que pudesse desviar a ira de Deus
e tirar os" ao suportar a ira e a maldição de Deus contra "o
povo" que pecou (veja também Rm 3.25-26).
Isso porque – vs. 18 -
tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele agora é plenamente capaz
de socorrer aqueles que também estão sendo tentados. Tendo, pois, tão grande
promessa, esforcemo-nos por sermos fiéis a Cristo em tudo.
Hb 2:1 Por esta razão, importa que nos apeguemos,
com mais firmeza,
às verdades ouvidas,
para que delas jamais nos
desviemos.
Hb 2:2 Se, pois, se tornou firme
a palavra falada por meio de anjos,
e toda transgressão ou desobediência recebeu justo
castigo,
Hb 2:3 como escaparemos
nós,
se negligenciarmos tão
grande salvação?
A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo
Senhor,
foi-nos depois confirmada
pelos que a ouviram;
Hb 2:4 dando Deus testemunho juntamente com eles,
por sinais,
prodígios
e vários milagres
e por distribuições do
Espírito Santo,
segundo a sua vontade.
Hb 2:5 Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir,
sobre o qual estamos falando;
Hb 2:6 antes, alguém, em
certo lugar,
deu pleno testemunho,
dizendo:
Que é o homem, que dele te
lembres?
Ou o filho do homem, que o
visites?
Hb 2:7 Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos,
de glória e de honra o
coroaste
[e o constituíste sobre as obras das tuas mãos].
Hb 2:8 Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus
pés.
Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas,
nada deixou fora do seu domínio.
Agora, porém, ainda não
vemos
todas as coisas a ele
sujeitas;
Hb 2:9 vemos, todavia, aquele que, por um pouco,
tendo sido feito menor que
os anjos,
Jesus, por causa do sofrimento da morte,
foi coroado de glória e de
honra,
para que, pela graça de
Deus,
provasse a morte
por todo homem.
Hb 2:10 Porque convinha que aquele,
por cuja causa
e por quem todas as coisas existem,
conduzindo muitos filhos à glória,
aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos,
o Autor da salvação deles.
Hb 2:11 Pois, tanto o que santifica como os que são santificados,
todos vêm de um só.
Por isso, é que ele não se envergonha
de lhes chamar irmãos,
Hb 2:12 dizendo:
A meus irmãos declararei o
teu nome,
cantar-te-ei louvores no
meio da congregação.
Hb 2:13 E outra vez:
Eu porei nele a minha
confiança.
E ainda:
Eis aqui estou eu
e os filhos que Deus me
deu.
Hb 2:14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e
sangue,
destes também ele, igualmente, participou,
para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o
poder da morte,
a saber, o diabo,
Hb 2:15 e livrasse todos que,
pelo pavor da morte,
estavam sujeitos à
escravidão
por toda a vida.
Hb 2:16 Pois ele, evidentemente,
não socorre anjos,
mas socorre a descendência
de Abraão.
Hb 2:17 Por isso mesmo, convinha que,
em todas as coisas,
se tornasse semelhante aos
irmãos,
para ser misericordioso
e fiel sumo sacerdote nas
coisas referentes a Deus
e para fazer propiciação
pelos pecados do povo.
Hb 2:18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu,
tendo sido tentado,
é poderoso para socorrer os
que são tentados.
Medo da morte! O medo da morte nos mantinha presos ao pecado e assim
éramos escravos, mas a morte morreu na morte de Cristo... legal, não é?
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
A epístola de Hebreus foi escrita,
provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a
Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo
sacerdote. Estamos vendo o capítulo 1/13.
Breve
síntese do capítulo 1.
Não sabemos amados quem é o autor de Hebreus, mas que deve ter andado com
Paulo parece, se não for o próprio Paulo. Seu raciocínio e forma de falar e
argumentar lembra muito o amado apóstolo dos gentios. Uma coisa é certa: o
Espírito Santo está nesse negócio e é Palavra de Deus.
Hebreus foi escrita com o propósito de incentivar a fidelidade a Cristo
e à sua nova aliança mostrando que:
Ele é o novo, último e superior sacerdote e assim,
em Hebreus, Cristo é superior aos anjos, Moisés, Arão e ministério sacerdotal
do AT.
O AT admitiu o caráter temporário onde a nova
aliança de modo algum lhe é contrária.
Cristo não pode ser deixado para trás pela troca
por tipos obsoletos de fé sem que isso leve ao julgamento divino.
As pessoas da igreja devam perseverar até o fim em
fidelidade a Cristo ou irão sofrer o castigo divino.[1]
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS (1.1-2.18).
A revelação feita por Cristo, o filho de
Deus, é superior à revelação dada a Moisés pelos anjos. A epístola começa com
um enfoque sobre as maneiras em que Cristo é maior que os anjos.
Esse material está dividido em quatro
partes principais: a revelação maior no filho de Deus (1.1-4), o Antigo
Testamento testifica da superioridade de Cristo (1.5-14), uma exortação a ser
fiel ao Filho de Deus (2.1-4) e o Filho de Deus e seus irmãos (2.5-18). Elas
gerarão a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. A última e melhor
Palavra de Deus em seu Filho (1.1-4) –
veremos agora; B. Testemunho bíblico da grande honra do Filho (1.5-14) – veremos agora; C. Exortação para
apegar-se ao Filho (2.1-4); D. O Filho e seus irmãos (2.5-18).
A. A última e melhor Palavra de Deus em seu Filho (1.1-4).
A última e melhor Palavra de Deus em seu
Filho é o que vemos no prólogo que declara que Cristo é superior aos anjos
porque ele é a revelação final de Deus.
Deus sempre falou, fala e sempre falará,
mas, conforme o vs. 1, havendo Deus, outrora, falado - um importante tema em
Hebreus (2.2-3; 4.12; 6.5; 11.3; 12.25) - muitas vezes, ou seja, o autor
referiu-se a dois períodos de tempo: "outrora" (vs. 1) e "nestes
últimos dias" (vs. 2).
O primeiro refere-se aos tempos do Antigo
Testamento; o último, ao período do Novo Testamento.
Assim como no restante do Novo Testamento,
a vinda de Cristo marca o nosso atual período de tempo como os "últimos
dias" de salvação que os profetas predisseram que se seguiriam ao exílio
(9.26; veja também Dt 4.30; Is 2.2; Jr 23.20; 1Co 10.11). Sugerimos a leitura e
a reflexão no excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7.
Essas muitas maneiras que Hebreus fala que
Deus falou outrora incluem sua fala aos homens e aos profetas, por meio de sua
própria voz em teofanias, visões, sonhos, enigmas (Nm 12.6-8; aludido em 3.5).
O caráter gradativo da revelação profética
mostrava a sua imperfeição, assim como a repetição dos sacrifícios de animais
mostrava que eles não poderiam eliminar a culpa (10.1).
Deus havia falado por meio dos profetas,
principalmente, mas agora ele estaria a falar pelo seu próprio filho – vs. 2.
Dizer que qualquer outra revelação era superior à revelação do Antigo
Testamento constituía-se num afastamento radical do judaísmo tradicional do
século 1.
No entanto, até mesmo Moisés, o grande
porta-voz de Deus, era somente um profeta, um simples servo na casa de Deus.
Jesus foi "como Filho, em sua [de Deus]
casa" (3.6). O Filho fala, do mesmo modo como falavam os profetas, mas com
maior autoridade e finalidade. Ele é o herdeiro de todas as coisas.
A supremacia do Filho será manifestada no
final da História, pois "tudo foi criado por meio dele e para ele"
(Cl 1.16). Ele é o Primogênito (vs. 6), o herdeiro preeminente, cujos inimigos
serão colocados por estrados dos seus pés (vs. 13, citando o SI 110.1).
Como filhos de Deus por meio de Jesus,
também somos herdeiros (vs. 14; 6.12,1 7; Rm 8.14-1 7; GI 4.6-7).
Por meio desse Filho, ele agora estaria nos
falando. Ele é o herdeiro de todas as coisas e por meio dele é que todo o
universo - literalmente "eras" (usado também em 11.3), realçando os
períodos sucessivos da História na ordem criada (veja também os vs. 10-12) -
foi feito.
A supremacia do Filho também foi
manifestada no início da História, pois "nele, foram criadas todas as
coisas" (CI 1 16; veja também Jo 1.3).
Ele, o Filho, é o resplendor da glória –
vs. 3. A glória de Deus é o seu resplendor; Jesus, portanto, é Deus, a
manifestação da sua gloriosa divindade (para melhor compreensão, veja o excelente
artigo teológico da BEG: "A glória de Deus", em Ez 1).
Ele, o Filho, é a expressão exata do seu
Ser. Esse versículo expressa tanto a unidade da essência do Filho com o Pai
como a distinção das pessoas divinas.
Como Aquele cujo ser corresponde exatamente
ao Pai, o Filho revela exatamente o Pai. Cristo é a "imagem do Deus
invisível" (Cl 1.15); por meio dele, nós vemos o Pai (Jo 14.9; 2Co 4.4-6).
É ele também o sustentador de todas as
coisas criadas pela palavra do seu poder. O universo não é sustentado pelo seu
próprio poder ou mesmo por leis naturais originalmente designadas por Deus, mas
pelo próprio Deus, na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo.
Nos processos complexos da providência
divina, o Filho mantém a ordem criada (Cl 1.17; 2Pe 3.4-7), preservando-a da
destruição até o dia em que a sua voz irá renovar o universo e estabelecer o
reino universal de Deus e seus herdeiros (12.26-28).
No texto – vs. 3 – depois de ele ter feito
a purificação dos pecados, foi que se assentou. O autor mudou para o tempo
passado pelo fato de Cristo já ter alcançado a purificação dos pecados mediante
a sua morte expiatória.
Essa purificação é continuamente oferecida
aos cristãos por meio da incessante intercessão sacerdotal de Cristo, o qual
nos purifica para adorarmos na presença de Deus (7.25; 9.14).
Sim, assentou-se à direita da Majestade, nas
alturas. A entronização do Filho à "direita" de Deus nas alturas,
prometida no Sl 110.1 (citado no vs. 13), revela a sua superioridade em duas maneiras:
(1)À
"direita" da Majestade, Cristo ministra no santuário verdadeiro e
celestial, não numa cópia terrena (8.1-2,5).
(2)Cristo
"assentou-se" porque ele morreu uma única vez para todo o sempre (ao
contrário das ofertas contínuas dos levitas, 10.11-12, no sacerdócio terreno).
Por isso que ele é superior aos anjos. Isso
é comprovado pela série de citações do Antigo Testamento que se seguem (vs.
5-14). Assim também, ele herdou mais excelente nome. O Filho eterno se tornou
um ser humano para nos resgatar do pecado e da morte (2.14-15).
Depois de passar por um período de
humilhação na terra, ele foi ressuscitado como o Messias de Israel e recebeu o
título real "Filho" de Deus na sala do trono celestial (1.5; 2.10-11;
Rm 1.3-4).
B. Testemunho bíblico da grande honra do Filho (1.5-14).
Dos vs. 5 ao 14, veremos o testemunho
bíblico da honra maior do Filho. A crença cristã na superioridade de Cristo
acima de toda a revelação anterior foi antecipada pelo Antigo Testamento.
O autor apontou para diversas passagens que
indicam que o grande Filho de Davi seria exaltado acima de todos os outros.
No vs. 5, está escrito que ele era seu
Filho e que hoje o havia gerado. Isso refere-se a SI 2.7, no qual Davi, rei de
Israel, é declarado o filho real de Deus na sua coroação.
Essa coroação estabeleceu um padrão que
Jesus cumpriu como o último Filho de Davi.
A segunda pessoa da Trindade é (e tem sido
desde a eternidade) o eterno Filho de Deus; não houve um tempo no qual ele se
tornou o Filho do Pai nesse sentido (Mc 1.11; Jo 1.1; 3.16).
No entanto, Deus Pai declarou que Jesus era
seu Filho real na ocasião do batismo de Jesus (Mt 3.17), na sua transfiguração
(Mt 17.5) e na sua ressurreição (At 13.32-35; Rm 1.4).
Na sua ascensão, Jesus foi entronizado no
céu (vs. 3-4; veja ainda o excelente artigo teológico da BEG: "A ascensão
de Jesus", em Hb 8).
A entronização anunciada em SI 2.7 foi
outorgada a Cristo na conclusão de sua obra redentora.
E ainda outra vez diz “Eu lhe serei Pai, e
ele me será Filho” – vs. 5. Uma referência também a 1 Cr 17.13 (2Sm 7.14), onde
Deus prometeu manter o seu relacionamento paternal com o descendente de Davi.
Essa promessa não se referia diretamente a
Jesus porque 2Sm 7.14 acrescenta a frase "se vier a transgredir", o
que Jesus nunca fez e nunca poderia fazer (para isso ficar melhor
compreensível, recomendamos a leitura e a reflexão do excelente artigo
teológico da BEG: “A impecabilidade de Jesus", em Hb 4).
Em vez disso, o padrão estabelecido no
Antigo Testamento para os filhos de Davi encontra o seu cumprimento definitivo
em Jesus, o grande Filho de Davi. Aos filhos fiéis de Davi foi prometido o amor
paternal de Deus. Como o absolutamente perfeito filho de Davi, Jesus será para
sempre o objeto de amor do Pai.
Como o Filho
condescendeu em assumir a nossa natureza humana, anjos o adoraram (Lc 2.13-14),
como está escrito no vs. 6.
Ele é ainda o primogênito
introduzido no mundo. Em SI 89.27, o termo primogênito significa "da mais
alta posição" (ou seja, acima dos reis da terra, não o primeiro na ordem
de nascimento). Em Êx 4.22 significa "eleito" ou "o mais
desejado".
Quando ele diz o que
está nas Escrituras que “Todos os anjos o adorem”, isso, provavelmente vem da
tradução grega (Septuaginta) de Dt 32.43, embora também lembre SI 97.7. De
qualquer maneira, a referência no Antigo Testamento é a anjos adorando a Jeová.
Ao aplicar essas palavras a Jesus, o autor indicou que cria na plena divindade
de Cristo.
Depois, no vs. 7, ele
faz uma referência ao SI 104.4. "Ventos" (um termo grego que também
pode ser traduzido como "espíritos", como no vs. 14) e “labareda"
associam os anjos com a mutabilidade do mundo criado em contraste com a
eternidade do Filho (vs. 10-12).
A ideia principal é que
os anjos estão muito abaixo do último e real filho de Davi que está sentado no
trono celestial. Em contraste com a entronização do Filho (vs. 8-9), os anjos
são simplesmente "servos".
Quando ele diz a
respeito do Filho "O teu trono, ó
Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de equidade é o cetro do teu Reino.
Amas a justiça e odeias a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, escolheu-te
dentre os teus companheiros, ungindo-te com óleo de alegria" ele está
se referindo ao SI 45.6-7, onde a celebração de um casamento real idealizava a
casa de Davi e, desse modo, antecipava a realidade que viria com o último
Filho, Jesus.
Aquele que se refere ao
verdadeiro Filho com as palavras: "ó Deus" é ele mesmo "Deus, o
teu Deus" (veja ainda o excelente artigo teológico "Jesus Cristo,
Deus e homem", em Jo 1).
A respeito da obediência
e justiça do Filho, veja 4.15; 5.8; 7.26. A perfeita obediência de Jesus
tornou-o muito superior não somente aos anjos, mas a todos os outros filhos de
Davi.
Nos vs. 10 a 12, ele
cita o SI 102.25-27, outra passagem (veja o vs. 6) que fala de Jeová que é
aplicada a Jesus por causa de sua plena divindade.
"No
princípio, Senhor, firmaste os fundamentos da terra, e os céus são obras das
tuas mãos.
Eles perecerão,
mas tu permanecerás; envelhecerão como vestimentas.
Tu os
enrolarás como um manto, como roupas eles serão trocados. Mas tu permaneces o
mesmo, e os teus dias jamais terão fim".
Hebreus
1:10-12
Tudo o que foi criado,
no seu devido tempo, envelhecerá, porém, Deus permanece o mesmo para sempre.
Trata-se da imutabilidade e da existência eterna do Filho como Deus que são
essenciais para o seu caráter divino.
Por meio dele, a herança
dos cristãos "permanecerá" para sempre (veja 10.34; 12.27-28; 13.14).
As promessas de Deus para nós são tão tremendas que não deveríamos nos abalar
pelas coisas desta vida, totalmente passageiras e, muitas das vezes, apenas
contingenciais, pontuais, como a satisfação de desejos e vontades passageiras
do corpo e da alma.
A posição de autoridade
celestial do Filho (vs. 3; 8.1) é contrastada com as funções dos anjos como
"servos" para "dos que hão de herdar a salvação" (vs. 14;
ou seja, o povo do Filho que compartilha pela graça os seus direitos como herdeiros;
vs. 2,5; 2.10; 6.12).
Os anjos são servos de
Cristo, mas também do povo de Cristo que recebe dele a salvação. Nesse sentido,
o seu povo é favorecido acima dos anjos (cf. 2.16; 1Co 6.3).
Quando ele diz no vs.
13, em forma de pergunta, se referindo ao Filho, como uma fala que jamais foi
falada aos anjos "Senta-te à minha
direita, até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés"
ele está fazendo uma referência ao SI 110.1, outro salmo real que confirma as
promessas para a casa de Davi. Somente Jesus recebeu essas promessas totalmente
porque só ele e o Filho fiel e verdadeiro.
Esse salmo é citado ou é
feita alusão a ele várias vezes – mais de dez - em Hebreus (5.6,10; 6.20; 7.3,11,17,21; 8.1;
10.10-13; 12.2).
Ele conclui que os anjos
são todos ministradores enviados – vs. 14 - para serviço a favor dos que hão de
herdar a salvação. Não apenas são os anjos subordinados ao Filho divino, mas
eles também irão servir os seres humanos no mundo vindouro. Esse fato torna
evidente que Cristo é superior aos anjos.
Hb 1:1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras,
aos pais, pelos profetas,
Hb 1:2 nestes últimos dias,
nos falou pelo Filho,
a quem constituiu herdeiro
de todas as coisas,
pelo qual também fez o
universo.
Hb 1:3 Ele, que é
o resplendor da glória
e a expressão exata do seu Ser,
sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder,
depois de ter feito a purificação dos pecados,
assentou-se à direita da Majestade,
nas alturas,
Hb 1:4 tendo-se tornado tão superior aos anjos
quanto herdou mais excelente nome do que eles.
Hb 1:5 Pois a qual dos anjos disse jamais:
Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?
E outra vez:
Eu lhe serei Pai,
e ele me será Filho?
Hb 1:6 E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz:
E todos os anjos de Deus o adorem.
Hb 1:7 Ainda, quanto aos anjos, diz:
Aquele que a seus anjos faz ventos,
e a seus ministros, labareda de fogo;
Hb 1:8 mas acerca do Filho:
O teu trono, ó Deus, é para
todo o sempre;
e: Cetro de equidade é o
cetro do seu reino.
Hb 1:9 Amaste a justiça
e odiaste a iniqüidade;
por isso, Deus, o teu Deus,
te ungiu com o óleo de
alegria
como a nenhum dos teus
companheiros.
Hb 1:10 Ainda: No princípio, Senhor,
lançaste os fundamentos da terra,
e os céus são obra das tuas mãos;
Hb 1:11 eles perecerão;
tu, porém, permaneces;
sim, todos eles
envelhecerão qual veste;
Hb 1:12 também, qual manto,
os enrolarás,
e, como vestes, serão
igualmente mudados;
tu, porém,
és o mesmo,
e os teus anos jamais terão fim.
Hb 1:13 Ora, a qual dos anjos jamais disse:
Assenta-te à minha direita,
até que eu ponha os teus
inimigos por estrado dos teus pés?
Hb 1:14 Não são todos eles espíritos ministradores,
enviados para serviço
a favor dos que hão de
herdar a salvação?
Cristo é superior! Deus, o Pai celeste, apontou também para Cristo como
João Batista que disse: eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e o
Pai disse do filho: - este é meu Filho amado, a ele ouvi!
Nas palavras de meu irmão de carne e sangue e também em Cristo Jesus,
João Carlos Barreto, “o livro aos Hebreus
é um excelente livro, ele não me chamava muito a atenção, mas ultimamente
passei a ter grande interesse por ele. É um livro muito profundo, o autor,
muito sábio, sabia, como ninguém, fazer a relação, ou na linguagem de hoje
fazer o 'link', entre o Velho Testamento e o Novo Testamento.
Ele utiliza o Velho, para
explicar o novo. Jesus veio trazer algo novo. O Novo completa o Velho, o Novo é
o cumprimento do Velho, o Novo é explicado através do Velho. É um livro para
explicar o novo aos judeus, e por tabela a nós. De fato, é um livro para
converter judeus e gentios, principalmente os judeus.
O autor, ninguém sabe quem
foi; não é o Apóstolo Paulo, porque não traz o seu estilo; provavelmente foi
Apolo, um homem que a Bíblia menciona, mostrando que ele era um homem muito erudito,
muito culto, muito sábio.
Na eternidade saberemos quem o
escreveu. Saberemos até o que Jesus escrevia na areia, quando lhe trouxeram a
mulher acusada de adultério...”
[1]Características
ou verdades fundamentais em Hebreus conforme a BEG.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
Carta escrita por Paulo, cerca de 60 d.C.,
para interceder em favor de Onésimo, um escravo fugitivo.
Breve síntese da carta.
Tudo está nas mãos de Deus! Aqui Paulo é intercessor e que intercessor.
Ele fala se dirigindo a Filemom cuja epistola ganhou o nome, mas não é somente
a Filemom que se dirige em sua intercessão, mas também a irmã Áfia, provável
esposa de Filemom e a Arquipo e à igreja que se reúne em sua casa (ou na casa
de Filemom ou na casa de Arquipo).
Sua intenção é obter o favor deles para com a pessoa de Onésimo que
outrora fora um fugitivo, mas agora servo e servo de Cristo útil no ministério
que provavelmente tinha medo de retornar a seu senhor e sofrer danos.
Paulo usa a pena como hábil escritor e com isso consegue penetrar o
coração daqueles a quem se dirigia e com argumentos profundos e penetrantes faz
sua solicitação irrecusável.
I. SAUDAÇÕES INICIAIS (1-3).
Paulo se identifica como o autor e Filemom
como o destinatário principal da carta.
Paulo identificou-se, junto com Timóteo,
como o autor. Ele escreveu a Filemom como o principal destinatário da carta e
enviou saudações a muitos outros.
Paulo sabia que estava preso pelo fato de
se posicionar em favor de Cristo e do evangelho (cf. Fp 1.7), no entanto, não
se dizia vítima do sistema ou que estava ali injustamente, pelo contrário,
considerava-se ali por que Deus assim o queria! A amizade que havia entre Paulo
e Filemom permitia que Paulo escrevesse abertamente sobre a delicada questão de
Onésimo.
Áfia – vs. 2 – era provavelmente a esposa
de Filemom. Ela poderia ter alguma influência no modo como Onésimo seria
tratado no ou retomo.
Arguipo, a quem ele também se dirige, talvez
fosse um pastor local em Colossos. E a igreja era aquela que provavelmente se
reunia na casa de Arquipo, embora também seja possível entendermos que as
reuniões acontecessem na casa de Filemom.
O fato de Paulo ter a intenção de que
Arquipo e a igreja soubessem do conteúdo da carta, provavelmente indica que ele
esperava que eles considerassem Filemom responsável por atender ao pedido que
ele estava fazendo.
Ele os saúda com a graça e a paz e a forma
no plural “vos” pode significar que foi endereçado a Filemom, Afia, Arquipo e à
igreja.
II. AÇÃO DE GRAÇAS (4-7).
Paulo agradece a Filemom pelo amor aos
cristãos demonstrado no passado.
Depois de sua saudação inicial, Paulo dá
graças a Deus dos vs. 4 ao 7. Paulo reconhecia e estimava muito a maneira como
Filemom, no passado, havia se comportado de modo amoroso com relação aos
companheiros cristãos, especialmente porque isso lhe dava a esperança de que
Filemom agiria da mesma maneira em relação a Onésimo.
Paulo relatou, pela sua oração, o grande
motivo de sua alegria pela amizade de Filemom (ou seja, pelo laço comum da fé
em Cristo). As cartas de Paulo geralmente contém seções de ação de graças (Fp
1,3.6; Cl 1.3-6).
A reputação de Filemom de amar os companheiros
cristãos fez com que Paulo também acreditasse que Filemom mostraria o amor e a misericórdia
em relação a Onésimo. Como Filemom havia sido uma bênção para o povo de Deus, seu
amor e compaixão eram evidentes e se mostrariam favoráveis à sua causa.
III. PAULO INTERCEDE POR ONÉSIMO (8-21).
Paulo pede que Filemom perdoe o crime do
seu escravo fugitivo, Onésimo, e o receba de volta como um irmão em Cristo.
Dos vs. 8 ao 21, veremos que Paulo foi
direto ao pedir que Filemom mostrasse compaixão quando o seu escavo fugitivo
retornasse. Paulo solicitou que Filemom recebesse Onésimo como um irmão em
Cristo e que não o castigasse pelo seu crime.
Usando sua autoridade como apóstolo, Paulo
poderia exigir que Filemom recebesse Onésimo como um irmão sem reprimi-lo nem
discipliná-lo. Paulo, portanto, deixou claro a Filemom que uma atitude
contrária ao seu conselho poderia ser pecaminosa.
Paulo queria que Filemom escolhesse fazer a
coisa certa, em vez de ser compelido a isso. Isso foi para beneficiar Filemom,
pois provavelmente era recompensado por Deus por causa da sua decisão amorosa.
(Cf. I Co 9.17).
Paulo sentia afeção por Onésimo porque o
havia dado à luz espiritual quando Onésimo o visitou na prisão. Paulo expressou
esse tipo afeição também em outras ocasiões (I Co 4.15; Gl 4.19; 1Ts 2.7,11).
Paulo fez um jogo de palavras no vs. 11 ao
se referir à sua utilidade/inutilidade. O nome Onésimo significa “útil”. Como
um escravo rebelde, Onésimo não havia sido útil, mas como tinha se arrependido
da sua rebeldia e se tomado obediente a Cristo, havia se tomado útil tanto para
Paulo como para Filemom.
Paulo falou sobre Onésimo nos termos mais
emocionais possíveis. A palavra grega para “coração" – vs. 12 - indica a
base dos sentimentos. Paulo conclui que se Onésimo fosse maltratado, ele
(Paulo) seria profundamente afetado. Era comum que, ao retornarem para seus
donos, os escravos fugitivos eram surrados e/ou obrigados a trabalhar de modo
tão intenso que a expectativa de vida deles era reduzida.
Paulo solicitou que Filemom não somente
perdoasse Onésimo, mas também que o enviasse de volta para que pudesse ajudá-lo
e servi-lo enquanto estava preso. A defesa de Paulo por Onésimo era brilhante e
deixava Filemom sem saída. No entanto, não queria que isso fosse uma coação,
mas um ato voluntário de Filemom após meditar em tudo o que Paulo dizia.
Paulo não desculpava o crime de Onésimo de
ter fugido, mas vê a providência divina até mesmo no pecado de Onésimo (cf. Gn
45.4-9; At 4.27-28; Rm 8.28).
A relação entre Filemom e Onésimo seria
diferente agora, porque Onésimo era considerado um companheiro cristão.
Nos vs. 17-19, Paulo chegou ao ponto
principal do pedido para que Filemom recebesse Onésimo como um irmão cristão.
Paulo sabia que poderia suplicar o amor e o perdão de Filemom porque Filemom
tinha recebido o perdão de Deus.
O amor de Deus que habita nos cristãos
transforma os seus relacionamentos.
Seguindo o exemplo de Cristo e demonstrando
a profundidade do amor por Onésimo, Paulo se ofereceu como um substituto por Onésimo.
Isso colocou Filemom numa posição ainda mais complicada: dar a mesma punição
para o amado apóstolo Paulo caso de se recusasse a mostrar compaixão por
Onésimo.
Essa maneira de agir seria prejudicial para
igreja, o que deixava Filemom sem alternativa a não ser escolher fazer a coisa
certa. Paulo evidentemente havia sido aquele que converteu Filemom; portanto,
num sentido real, Filemom devia a Paulo a sua vida eterna.
Para o bem de Onésimo, Paulo chamou isso de
dívida. A técnica poderosa e persuasiva encontrada nesses versículos indica o
profundo amor de Paulo por Onésimo e sua determinação em fazer com que Filemom
agisse igualmente de maneira amorosa em relação ao escravo.
IV. PEDIDOS FINAIS E CONCLUSÃO (22-25).
Paulo, na confiança de que poderia ser
libertado da prisão, pede que Filemom prepare uma pousada para ele e termina
com as saudações finais.
Paulo faz suas saudações finais demonstrando
esperança quanto à restauração da igreja em Colossos.
No vs. 22 percebe-se que Paulo esperava ser
liberto da prisão, o que parece ter realmente acontecido. Agora, se ele voltou
para Colossos ou não, nós não sabemos.
Paulo envia a eles saudações por parte de
Epafras, seu companheiro de prisão por Cristo Jesus, de Marcos, de Aristarco, de
Demas e de Lucas, seus cooperadores.
Finaliza a sua carta com a costumeira graça
de nosso Senhor Jesus Cristo desejando que a mesmo fosse com o espírito deles.
Amém.
Fm 1:1 Paulo,
prisioneiro de Cristo Jesus,
e o irmão Timóteo,
ao amado Filemom,
também nosso colaborador,
Fm 1:2 e à irmã Áfia,
e a Arquipo,
nosso companheiro de lutas,
e à igreja que está em tua casa,
Fm 1:3 graça e paz a vós outros,
da parte de Deus, nosso
Pai,
e do Senhor Jesus Cristo.
Fm 1:4 Dou graças ao meu Deus,
lembrando-me, sempre, de ti nas minhas orações,
Fm 1:5 estando ciente do teu amor
e da fé que tens
para com o Senhor Jesus
e todos os santos,
Fm 1:6 para que a comunhão da tua fé
se torne eficiente no pleno
conhecimento de todo bem
que há em nós,
para com Cristo.
Fm 1:7 Pois, irmão, tive grande alegria e conforto no teu amor,
porquanto o coração dos santos tem sido
reanimado por teu
intermédio.
Fm 1:8 Pois bem, ainda que eu sinta plena liberdade em Cristo
para te ordenar o que convém,
Fm 1:9 prefiro, todavia,
solicitar em nome do amor,
sendo o que sou,
Paulo, o velho
e, agora,
até prisioneiro de Cristo
Jesus;
Fm 1:10 sim, solicito-te em favor de meu filho
Onésimo, que gerei entre algemas.
Fm 1:11 Ele, antes, te foi
inútil;
atualmente, porém, é útil,
a ti e a mim.
Fm 1:12 Eu to envio de volta em pessoa,
quero dizer, o meu próprio coração.
Fm 1:13 Eu queria conservá-lo comigo mesmo para, em teu lugar,
me servir nas algemas que carrego
por causa do evangelho;
Fm 1:14 nada, porém, quis fazer sem o teu
consentimento,
para que a tua bondade
não venha a ser como que
por obrigação,
mas de livre vontade.
Fm 1:15 Pois acredito que ele veio a ser afastado de ti temporariamente,
a fim de que o recebas para sempre,
Fm 1:16 não como escravo;
antes, muito acima de
escravo,
como irmão caríssimo,
especialmente de mim
e, com maior razão, de ti,
quer na carne,
quer no Senhor.
Fm 1:17 Se, portanto, me consideras companheiro,
recebe-o, como se fosse a mim mesmo.
Fm 1:18 E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa,
lança tudo em minha conta.
Fm 1:19 Eu, Paulo, de próprio punho, o escrevo:
Eu pagarei - para não te alegar
que também tu me deves até
a ti mesmo.
Fm 1:20 Sim, irmão, que eu receba de ti, no Senhor, este benefício.
Reanima-me o coração em Cristo.
Fm 1:21 Certo, como estou, da tua obediência,
eu te escrevo, sabendo que farás mais do que estou
pedindo.
Fm 1:22 E, ao mesmo tempo,
prepara-me também pousada,
pois espero que,
por vossas orações,
vos serei restituído.
Fm 1:23 Saúdam-te Epafras,
prisioneiro comigo,
em Cristo Jesus,
Fm 1:24 Marcos, Aristarco, Demas e Lucas,
meus cooperadores.
Fm 1:25 A graça do Senhor Jesus Cristo
seja com o vosso espírito.
Paulo em sua argumentação muitas vezes lembra do tema prisioneiro de
Cristo junto com outros irmãos também prisioneiros de Cristo. Um dia desses eu
ia para meu trabalho chateado, mas lembrei-me de Paulo e me veio ao espírito:
Pr. Daniel Deusdete, o empregado de Cristo... naquele momento acabaram-se as
queixas e as razões e passei a glorificar ao Senhor.
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...