Como já dissemos, Paulo escreveu essa epístola para orientar Timóteo em
sua oposição aos falsos mestres em Éfeso. Estamos no capítulo 6/6.
Breve
síntese do capítulo 6.
Devemos ser como aqueles que ao fazerem
qualquer coisa lembram-se dos ensinamentos de Paulo: Cl 3:17 + Cl 3:23 + I Co
10:31 + Fp 2:14:
üDevemos tudo fazermos de coração como se ao Senhor
estivéssemos fazendo (Cl 3:23)
üEm nome do Senhor Jesus Cristo, dando por
ele graças a Deus Pai (Cl 3:17)
üSem murmurações, nem contendas (Fp 2:14)
üPara a glória de Deus (I Co 10:31).
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. INSTRUÇÕES COM RESPEITO A GRUPOS ESPECÍFICOS (5.3-6.2) - continuação.
Como já dissemos, Paulo explicou como
Timóteo deveria ministrar aos diferentes grupos da igreja que haviam se tornado
vítimas de falsos mestres. O foco de Paulo na responsabilidade de Timóteo para
se contrapor à apostasia em Éfeso o levou a acrescentar detalhes sobre algumas
responsabilidades específicas.
Paulo disse, a Timóteo como ele deveria
ministrar para três grupos específicos em Éfeso, conforme a BEG: A. Ministrando
às viúvas (5.3-16) – já vimos; B.
Ministrando aos presbíteros (5.17-25) – já
vimos; e, C. Ministrando aos escravos (6.1-2) – concluiremos agora.
C. Ministrando aos escravos (6.1-2).
Finalmente, Paulo abordou o problema dos
escravos que não estavam demonstrando o respeito adequado aos seus senhores
cristãos.
Paulo forneceu mais orientações aos
escravos em suas outras cartas (Ef 6.5-8; Cl 3.22-25; Tt 2.9-10). Percebe-se o
seu zelo tanto pelo nome do Senhor como pela doutrina. Essa menção foi feita
presumivelmente em contraste com a falsa doutrina que pode ter incentivado a
insubordinação entre alguns dos escravos cristãos.
VI. A FALSA DOUTRINA E O LUCRO FINANCEIRO (6.3-19).
Paulo desafiou os motivos financeiros dos
falsos mestres advertindo-os dos perigos da avareza e do amor ao dinheiro.
Assim, dos vs. 3 ao 19, Paulo fala dessa falsa
doutrina e do lucro financeiro. Paulo retornou uma última vez ao problema dos
falsos mestres, salientando especialmente a divisão que promoviam e a cobiça
deles.
Sua abordagem dessa questão se divide em
uma descrição da falsa doutrina (6.3-10) e da responsabilidade de Timóteo (vs.
1 1-19). Elas gerarão a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. A falsa
doutrina (6.3-10) – veremos agora; e,
B. A responsabilidade de Timóteo (6.11-19) – também veremos agora.
A. A falsa doutrina (6.3-10).
A falsa doutrina de que fala Paulo a
Timóteo em sua primeira epístola a ele, inclui, entre outras coisas, a ideia
que a piedade leva ao lucro financeiro.
O verdadeiro interesse de tais homens eram
pelas discussões que envolviam questões e contendas de palavras. Essas
discussões eram uma das características predominantes dos falsos mestres (1.4;
2Tm 2.14,23; Tt 3.9).
Aparentemente, alguns dos falsos mestres (e
talvez seus seguidores) tivessem encontrado modos de obter lucro financeiro por
meio de sua doutrina (vs. 10; 2Co 11.7; Tt 1.11). Também é possível que eles
tenham ensinado que a adesão à lei de Deus resultaria necessariamente na
prosperidade financeira (cf. 1.7-9).
Embora as Escrituras promovam o princípio
geral da prosperidade para aqueles que obedecem à lei (p. ex., SI 1.2-3), elas
não traçam um paralelo exato entre as duas coisas, nem ensinam que Deus é
obrigado a abençoar financeiramente todo aquele que guardar a lei.
Os cristãos podem ficar contentes, pois as
suas necessidades serão atendidas por Cristo (2Co 12.9-10; Fp 4.11-13) dentro
daquilo que podemos entender dos planos de Deus. Se nada trouxemos a este mundo
quando para ele viemos, nada poderemos levar dele, por isso que ele fala que
bastariam o sustento (comer e beber) e o vestuário, para não ficarmos nus. O
restante seria lucro.
Isso me fez lembrar de dois dos
sobreviventes do voo Força Aérea Uruguaias 571 que caiu na Cordilheira dos
Andes em 13 de outubro de 1972.
Viajavam 45 pessoas e na queda morreram
mais de um quarto de passageiros. Os sobreviventes estavam sobrevivendo em um
ambiente hostil comendo carne humana dos acidentados.
Depois de esperarem resgate e que algo
acontece que mudasse a sorte deles, dois deles resolveram trilhar a pé as
cordilheiras dos Andes percorrendo mais de 60 km de trechos acidentados em
busca de socorro.
Quando chegaram em um lugar onde haviam
grama, rios, terras, um deles exclamou: estou num hotel cinco estrelas! De
fato, tendo o que comer e o que vestir, todo restante é lucro.
A falsa doutrina evidentemente prometia um meio para o lucro
financeiro, o que levou algumas pessoas a se desviarem da sã doutrina.
Os que querem ficar ricos – e como há desses que querem isso - caem em
tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam
os homens a mergulharem na ruína e na destruição. Tornam-se cegos devido a
ganância que os cega e ela tem um grande problema, nunca parece satisfeita.
Paulo então conclui que o amor ao dinheiro
é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro,
desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos. O
dinheiro mesmo que representa também as riquezas não é nem mau nem bom, mas,
sem o Espírito Santo, eles tem o poder de nos cegar e despertar em nós todas as
espécies de cobiças, por conta de nossa velha natureza adâmica morta.
B. A responsabilidade de Timóteo (6.11-19).
Paulo continuou com seus comentários sobre
os falsos mestres com exortações pessoais a Timóteo, concluindo com uma maravilhosa
doxologia.
Ele pede para Timóteo então, como homem de
Deus:
üFugir
de tudo isso.
üBuscar
– vs. 11:
A
justiça.
A
piedade.
A
fé.
O
amor.
A
perseverança.
A
mansidão.
üCombater
o bom combate da fé.
Uma
metáfora para a vida cristã, vista de uma ótica de fidelidade a Cristo (2Tm
4.7). Ou seja, jamais desistir, estar sempre lutando e crendo na vitória. Ter
uma atitude mental favorável ao reino de Deus e à sua justiça.
üTomar
posse da vida eterna.
Ou
seja, não se tornar acomodado. Conquanto a fé em Cristo deu início a uma nova
vida (4.8; 2Co 5.17), o objetivo máximo da vida cristã é sempre o futuro (1.16;
6.19; Fp 3.12; 2Tm 4.8).
Em
primeiro lugar, a vida eterna não é uma coisa que escolhemos, mas algo a que
somos chamados por Deus (Rm 8.30).
Em
segundo lugar, o chamado de Timóteo não estava ligado temporalmente ao
incidente descrito na próxima oração.
Essa
frase “fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas” pode referir-se ao
batismo de Timóteo ou a alguma outra cerimônia pública em que ele havia
professado a sua fé.
A
"boa confissão" de que alguém entrou na fé em Cristo leva
naturalmente ao "bom combate" e ao “tomar posse” de buscar uma vida
de fidelidade a ele.
Paulo dá um mandato para Timóteo. Ele lhe
manda diante de Deus, que todas as coisas vivifica e de Cristo Jesus “que,
diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão” - provavelmente referindo-se ao
julgamento de Jesus perante Pilatos (Mt 27.11; Mc 15.2; Lc 23.3; Jo 18.33-37;
19.8-11), embora, alguns, entretanto, traduzem-na como "que ao testemunhar
na época de Pôncio Pilatos" e a tomam como referência à vida de Jesus,
especialmente a sua morte – que ele deveria guardar este mandamento sem mácula
e repreensão, até a aparição do Senhor Jesus Cristo - a segunda vinda de Cristo
(2Tm 4.1,8; Tt 3) - a qual a seu tempo mostrará:
·O
bem-aventurado, e único poderoso Senhor.
·O
Rei dos reis e Senhor dos senhores. Essa expressão é aplicada a Cristo em Ap
19.16 (cf. 17.14).
·O
que tem, ele só, a imortalidade.
·O
que habita na luz inacessível.
·Aquele
que nenhum dos homens viu nem pode ver.
·Aquele
a quem é destinado a honra e poder sempiterno.
Para esclarecer que não se opunha às
riquezas, Paulo fez uma exortação aos que se achavam ricos neste mundo (presumivelmente
não pela cobiça) – vs. 17-19. Paulo orientava Timóteo que mandasse aos ricos
deste mundo:
·Que
não fossem altivos.
·Que
não colocassem a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que
abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos.
Uma
das maiores honras de sermos pessoas redimidas é que Deus criou o mundo não
apenas para a sua glória, mas também para o nosso proveito – vs. 17.
·Que
fizessem o bem.
·Que
se enriquecessem de boas obras.
·Que
repartissem de boa mente.
·Que
fossem comunicáveis.
·Que
entesourassem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam
se apoderar da vida eterna – Mt 6.20.
VII. EXORTAÇÕES FINAIS (6.20-21).
Paulo concluiu a sua carta com várias
exortações finais a Timóteo. Paulo levou essa carta à sua conclusão com uma
última incumbência para Timóteo, mais uma vez colocada dentro do contexto do
tratamento reservado aos falsos mestres.
Ele pede para Timóteo guardar o que lhe
fora confiado, ou seja, a sã doutrina do evangelho (1.10-11; cf. 2Tm 1.14) e
evitar as contradições do saber, ou seja, as conversas inúteis e profanas,
mesmo contraditórias que os falsos mestres chamavam de conhecimento.
Essa conclusão abrupta “a graça seja
convosco”, sem as saudações pessoais habituais de Paulo, sugere que Paulo via a
situação de Éfeso como bastante grave. A palavra grega traduzida
"convosco" está no plural. Paulo tinha o propósito de que a carta
fosse lida diante de toda a igreja (2Tm 4.22; Tt 3.15).
I Tm 6:1 Todos os servos que estão debaixo de
jugo
considerem dignos de toda
honra o próprio senhor,
para
que o nome de Deus
e
a doutrina não sejam blasfemados.
I Tm 6:2 Também os que têm senhor fiel
não o tratem com
desrespeito,
porque
é irmão;
pelo
contrário,
trabalhem
ainda mais,
pois
ele, que partilha do seu bom serviço, é crente e amado.
Ensina e recomenda estas coisas.
I Tm 6:3 Se alguém ensina
outra doutrina
e não concorda com as sãs
palavras de nosso Senhor Jesus Cristo
e com o ensino segundo a
piedade,
I
Tm 6:4 é enfatuado,
nada
entende,
mas
tem mania por questões
e
contendas de palavras,
de
que nascem inveja,
provocação,
difamações,
suspeitas
malignas,
I
Tm 6:5 altercações sem fim,
por
homens cuja mente
é
pervertida
e
privados da verdade,
supondo
que a piedade é fonte de lucro.
I Tm 6:6 De fato, grande fonte de lucro
é a piedade
com
o contentamento.
I
Tm 6:7 Porque nada temos trazido para o mundo,
nem coisa alguma podemos
levar dele.
I
Tm 6:8 Tendo sustento
e
com que nos vestir,
estejamos
contentes.
I Tm 6:9 Ora, os que querem ficar ricos
caem em tentação,
e cilada,
e em muitas
concupiscências
insensatas
e
perniciosas,
as
quais afogam os homens
na
ruína
e
perdição.
I Tm 6:10 Porque
o amor do dinheiro
é
raiz de todos os males;
e alguns, nessa cobiça,
se
desviaram da fé
e
a si mesmos se atormentaram com muitas dores.
I Tm 6:11 Tu, porém, ó homem de Deus,
foge destas coisas;
antes,
segue
a justiça,
a
piedade,
a
fé,
o
amor,
a
constância,
a
mansidão.
I Tm 6:12 Combate o bom combate da fé.
Toma posse da vida eterna,
para a qual também foste
chamado
e de que fizeste a boa
confissão perante muitas testemunhas.
I Tm 6:13 Exorto-te, perante Deus,
que preserva a vida de
todas as coisas,
e perante Cristo Jesus,
que, diante de Pôncio
Pilatos, fez a boa confissão,
I
Tm 6:14 que guardes o mandato imaculado, irrepreensível,
até
à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo;
I
Tm 6:15 a qual, em suas épocas determinadas,
há
de ser revelada pelo
bendito
e único Soberano,
o
Rei dos reis
e
Senhor dos senhores;
I
Tm 6:16 o único que possui imortalidade,
que habita em luz
inacessível,
a quem homem algum jamais
viu,
nem
é capaz de ver.
A
ele honra e poder eterno. Amém!
I Tm 6:17 Exorta aos ricos do presente século
que não sejam orgulhosos,
nem depositem a sua
esperança na instabilidade da riqueza,
mas
em Deus,
que
tudo nos proporciona ricamente
para
nosso aprazimento;
I Tm 6:18 que pratiquem o
bem,
sejam ricos de boas
obras,
generosos em dar
e prontos a repartir;
I Tm 6:19 que acumulem
para si mesmos tesouros,
sólido
fundamento para o futuro,
a
fim de se apoderarem da verdadeira vida.
I Tm 6:20 E tu, ó Timóteo,
guarda o que te foi
confiado,
evitando
os
falatórios inúteis
e
profanos
e
as contradições do saber,
como
falsamente lhe chamam,
I
Tm 6:21 pois alguns,
professando-o,
se
desviaram da fé.
A
graça seja convosco.
Paulo neste capítulo ensina Timóteo acerca dos
servos, dos senhores e principalmente dos que são ricos ou querem ficar ricos.
Eu gostei muito quando ele ressalta que Deus é muito maior do que a riqueza
porque Deus tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento.
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Como já dissemos, Paulo escreveu essa epístola para orientar Timóteo em
sua oposição aos falsos mestres em Éfeso. Estamos no capítulo 5/6.
Breve
síntese do capítulo 5.
Como aprendemos tanto com Paulo quando ele
procura ensinar a Timóteo dando-lhe conselhos que servem de regra bíblica para
nossas igrejas hoje. Percebe-se em Paulo um respeito muito grande pelas
pessoas. Ele trata as pessoas como pessoas ou trata gente como gente.
É tão bom respeitar o outro! Um dia desses
ouvi uma pregação maravilhosa da Pra. Maria que aprendeu a amar as pessoas
independentemente do que elas podem ou estão querendo fazer com ela. Ela disse
que já não tinha mais inimigos porque seu inimigo é satanás.
Então quando alguém a afronta, ela procura
pela oração, amor e a muita paciência levar aquela pessoa a Cristo. Quando
aquela pessoa encontra o Cristo, ela se envergonha e nota que estava sendo
usada pelo maligno.
Que tal olhar para aquele inimigo mortal ou para aquele ser desprezível que você quer distância máxima e enxergar nele, pela fé, um irmão/irmã e orar por ele e evangelizá-lo?
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. A FALSA DOUTRINA E O ASCETISMO (4.1-5.2) - continuação.
Já dissemos que Paulo desafiou o ascetismo
legalista dos falsos mestres explicando como todas as coisas foram criadas para
o nosso proveito. A falsa doutrina em Éfeso tinha muitas dimensões. Nesse
ponto, Paulo tocou na inclinação de pelo menos alguns para o ascetismo, a
negação dos prazeres físicos. Nós dividimos essa parte IV, conforme a BEG: A. A
falsa doutrina (4.1-5) – já vimos; e,
B. A responsabilidade de Timóteo (4.6 - 5.2) – concluiremos agora.
B. A responsabilidade de Timóteo (4.6 - 5.2) - continuação.
Nós vimos que dos vs. 4.6 a 5.2, Paulo fala
sobre a responsabilidade de Timóteo. Tendo exposto a verdade a respeito dos
falsos mestres, Paulo continuou numa série de admoestações a Timóteo em relação
à sua reação a esse problema.
Paulo o orienta a não repreender ao homem
idoso, mas ter paciência e jeito com eles. Uma ordem que tinha de ser
equilibrada com 4.12. Timóteo não deveria abusar da autoridade que lhe fora
concedida. Exorta-o, ou "incentiva-o". Um bom ministro se dirige aos
outros fiéis com uma atitude de respeito que é semelhante àquela reservada aos
membros da família.
V. INSTRUÇÕES COM RESPEITO A GRUPOS ESPECÍFICOS (5.3-6.2).
Paulo explicou como Timóteo deveria
ministrar aos diferentes grupos da igreja que haviam se tornado vítimas de
falsos mestres.
Assim, dos vs. 5.3 ao 6.2, estaremos vendo
essas orientações em relação a grupos específicos.
O foco de Paulo na responsabilidade de Timóteo
para se contrapor à apostasia em Éfeso o levou a acrescentar detalhes sobre algumas
responsabilidades específicas.
Paulo disse, a Timóteo como ele deveria
ministrar para três grupos específicos em Éfeso: viúvas (5.3-16), presbíteros
(5.17-25) e escravos (6.1-2). Destarte, dividimos essa parte, conforme a BEG:
A. Ministrando às viúvas (5.3-16) – veremos
agora; B. Ministrando aos presbíteros (5.17-25) – também veremos agora; e, C. Ministrando aos escravos (6.1-2).
A. Ministrando às viúvas (5.3-16).
A preocupação de Paulo em identificar as
viúvas necessitadas e fornecer a elas o cuidado adequado forma o cenário para a
discussão dos problemas das viúvas mais jovens, algumas das quais aparentemente
haviam sido influenciadas pela falsa doutrina em Éfeso.
Ele deveria honrar as viúvas, isto é, cuidar
delas, das viúvas verdadeiramente viúvas. O cuidado com as viúvas, que em muitos
casos tinham grandes necessidades materiais, é tema primordial no Antigo
Testamento (Dt 24.19-21; Is 1.17; Ir 22.3; Zc 7.9-10; MI 3.5) e era uma
preocupação especial da igreja primitiva (vs. 16; At 6.1; Tg 1.27).
A verdadeira viúva necessitada não tinha
família de quem receber o sustento (vs. 8,16); se tivesse, esses deveriam
aprender a primeiramente colocar a sua religião em prática cuidando delas.
Muitas vezes, a pobreza verdadeira levava
as viúvas a terem vidas exemplares de oração e dependência fiel em Deus. Para
essas viúvas, a igreja devia ser a "mão" visível de Deus que supria
suas necessidades.
No entanto, aquelas que vivem para os
prazeres, ainda que estejam vivas, estão mortas – vs. 6. Timóteo deveria
ordenar essas coisas e ter cuidado delas para se tornar irrepreensível. Sendo
alguém descuidado com seus parentes, e especialmente com os de sua própria
família, esse teria negado a própria a fé, tornando-se pior ainda que um
descrente – vs. 8.
O primeiro rebanho de um ministro de Cristo
é a sua própria família; falhando nela, não poderia ter êxito na igreja de
Cristo Jesus.
Alguns veem aqui – vs. 9 - uma ordem
oficial ou ofício das viúvas com obrigações a serem executadas (vs. 5,10);
outros veem um acordo pelo qual algumas viúvas ofereciam determinados serviços
para a igreja em troca do sustento material.
É muito provável que a lista era simplesmente
das viúvas que deviam receber o sustento da igreja (vs. 16). Essa lista continha
uma parte de um grupo maior de viúvas citadas nos vs. 3-6.
O limite de idade de mais de sessenta anos
era uma expressão genérica que reflete a perspectiva cultural da época para a
idade em que um segundo casamento seria improvável (cf. vs. 11-14).
Na lista – vs. 9 – as mulheres viúvas a
serem incluídas deveriam ter as seguintes características:
üTer
mais de 60 anos.
üTenha
sido fiel a seu marido.
üTenha
sido conhecida pelas suas obras, principalmente por ter criado filhos.
üTenha
sido hospitaleira.
üTenha
lavado aos pés dos santos.
Uma
expressão humilde de hospitalidade numa cultura em que o povo calçava sandálias
e caminhava por estradas poeirentas (cf. Jo 13.4-5). Jesus ordenou que seus
discípulos lavassem os pés uns dos outros (Jo 13.14-15).
üTenha
socorrido aos atribulados.
üTenha
se dedicado a todo tipo de boa obra.
üNão
deveriam ser incluídas aqui as mais jovens.
A preocupação de Paulo não era com o que a
viúva ainda podia fazer pela igreja, mas sim com o que ela tinha realizado em
sua vida. Observe o conceito estreitamente relacionado em 2.15; 5.14.
O desejo de uma viúva de casar-se de novo
não é pecaminoso em si mesmo (vs. 14). A linguagem usada por Paulo aqui é um
tanto obscura, mas provavelmente o fato de que elas se tornavam "levianas
contra Cristo" (ou seja, que a dedicação da viúva a Cristo havia sido
superada pelos seus desejos sensuais), sugere um desejo de casar com um
descrente, o que tornava esse desejo impróprio.
Essa condenação do vs. 12, provavelmente
não é uma referência ao compromisso do celibato ou à devoção a igreja, mas ao
compromisso fundamental com Cristo (vs. 11,15).
O fato da possibilidade de elas viverem
falando o que não devem – vs. 13 - pode ser uma referência à falsa doutrina
(cf. v. 15; 1.3; 4.7) ou simplesmente à tagarelice e intromissão inadequada na
vida dos outros.
O conselho de Paulo, nesses casos, portanto,
era que as viúvas mais jovens se casassem, tivessem filhos, administrassem suas
casas e não dessem ao inimigo nenhum motivo para maledicência – vs. 14.
O fato de Paulo ter dado muita atenção às
viúvas, talvez se explique porque algumas das viúvas mais jovens tivessem se
deixado influenciar pelos falsos mestres (2Tm 3.6-7) ou tivessem sido levadas,
por causa de seus desejos sensuais, a abandonar a fé (vs. 11-12).
B. Ministrando aos presbíteros (5.17-25).
Do mesmo modo que havia feito com relação
às viúvas, Paulo dirigiu-se às questões da honra adequada devida aos
presbíteros e a maneira de lidar com os que pecavam.
A honra da posição bem como a remuneração
financeira (vs. 18) são destacados por Paulo nesses versículos. Essa é uma
referência a dois tipos de presbíteros: aqueles que presidem na igreja e
aqueles que acrescentam à governança o ministério mais especializado da
pregação e do ensino.
Independentemente dessas diferenças, porém,
todos os presbíteros têm a responsabilidade de pastorear o rebanho (At 20.28; 1
Pe 5.1-4).
O fato de Paulo ter citado tanto Dt 25.4
como uma palavra de Jesus registrada em Lc 10.7 como "Escritura",
indica como eram antigos os textos ora incluídos no Novo Testamento, que foram
colocados no mesmo nível de autoridade daqueles do Antigo Testamento (2Pe
3.15-16).
Os presbíteros que pecam ou que vivem no
pecado – v. 20. Talvez alguns estivessem envolvidos com a falsa doutrina,
embora o conselho seja aplicável a outros pecados graves que causam impacto na
igreja. O vs.1 indica que nem todo pecado dos presbíteros devia ser tratado
dessa maneira.
Paulo exortava solenemente, diante de Deus,
de Cristo Jesus e dos anjos eleitos - aqueles que presumivelmente servirão de
testemunhas no juízo (cf. Mt 25.31; Ap 14.10) – que eles deveriam procurar
observar essas instruções sem parcialidade, nem favoritismos.
Paulo ainda os ensinava que a ninguém deveria
ele impor precipitadamente as mãos. Esse versículo foi interpretado de vários
modos.
Se a "imposição de mãos"
refere-se à ordenação, pode significar que a ordenação de um presbítero sem
qualificação significaria aprovação tácita e, portanto, participação nos
pecados do mesmo.
Caso se refira à restauração e confirmação
de um presbítero acusado de pecar (vs. 19-20), ou pecadores repreendidos em
geral, pode indicar que a restauração precipitada é uma maneira pecaminosa de
favoritismo (vs. 21).
Em todo caso, o que prevaleceria seria que
ele se conservasse a si mesmo puro. Veja 4.12,16.
A prática de se abster do vinho como
questão de princípio talvez reflita a influência do conceito de pureza dos
falsos mestres (4.3), ou talvez fosse para proteger os cristãos mais fracos de
tropeçar (Rm 14.21). Paulo reconhecia o valor medicinal do vinho – vs. 23.
Nos vs. 24 e 25, ele
novamente faz outra referência à importância da triagem cuidadosa dos
candidatos à ordenação.
I Tm 5:1 Não repreendas ao homem idoso; antes,
exorta-o como a pai;
aos moços,
como a irmãos;
I Tm 5:2 às mulheres idosas,
como a mães;
às moças,
como a irmãs, com toda a
pureza.
I Tm 5:3 Honra as viúvas verdadeiramente
viúvas.
I Tm 5:4 Mas, se alguma viúva tem filhos ou
netos,
que estes aprendam
primeiro a exercer piedade
para
com a própria casa
e a recompensar a seus
progenitores;
pois
isto é aceitável diante de Deus.
I Tm 5:5 Aquela, porém, que é verdadeiramente
viúva e não tem amparo
espera em Deus
e persevera em súplicas e
orações, noite e dia;
I Tm 5:6 entretanto, a que se entrega aos
prazeres,
mesmo viva, está morta.
I Tm 5:7 Prescreve, pois, estas coisas,
para que sejam
irrepreensíveis.
I Tm 5:8 Ora, se alguém não tem cuidado dos
seus
e especialmente dos da própria casa,
tem negado a fé e
é pior do que o descrente.
I Tm 5:9 Não seja inscrita senão viúva
que conte ao menos
sessenta anos de idade,
tenha sido esposa de um
só marido,
I Tm 5:10 seja
recomendada pelo testemunho de boas obras,
tenha criado filhos,
exercitado hospitalidade,
lavado os pés aos santos,
socorrido a atribulados,
se viveu na prática zelosa de toda boa obra.
I
Tm 5:11 Mas rejeita viúvas mais novas,
porque,
quando se tornam levianas contra Cristo,
querem
casar-se,
I Tm 5:12 tornando-se
condenáveis por anularem
o
seu primeiro compromisso.
I
Tm 5:13 Além do mais,
aprendem
também a viver ociosas,
andando
de casa em casa;
e
não somente ociosas,
mas
ainda tagarelas e intrigantes,
falando o que não devem.
I Tm 5:14 Quero, portanto, que as viúvas mais
novas
se casem,
criem filhos,
sejam boas donas de casa
e não dêem ao adversário
ocasião favorável de maledicência.
I
Tm 5:15 Pois, com efeito,
já
algumas se desviaram,
seguindo
a Satanás.
I Tm 5:16 Se alguma crente tem viúvas em sua
família,
socorra-as,
e não fique
sobrecarregada a igreja,
para
que esta possa socorrer
as
que são verdadeiramente viúvas.
I Tm 5:17 Devem ser considerados merecedores
de dobrados honorários
os presbíteros
que
presidem bem,
com
especialidade os que se afadigam
na
palavra
e
no ensino.
I Tm 5:18 Pois a Escritura declara:
Não amordaces o boi,
quando pisa o trigo.
E ainda:
O trabalhador é digno do
seu salário.
I Tm 5:19 Não aceites denúncia contra
presbítero,
senão exclusivamente sob
o depoimento de duas ou três testemunhas.
I Tm 5:20 Quanto aos que vivem no pecado,
repreende-os na presença
de todos,
para
que também os demais temam.
I Tm 5:21 Conjuro-te,
perante Deus,
e Cristo Jesus,
e os anjos eleitos,
que
guardes estes conselhos,
sem
prevenção,
nada
fazendo com parcialidade.
I Tm 5:22 A ninguém
imponhas precipitadamente
as mãos.
Não
te tornes cúmplice de pecados de outrem.
Conserva-te
a ti mesmo puro.
I Tm 5:23 Não continues a beber somente água;
usa um pouco de vinho,
por
causa do teu estômago
e
das tuas freqüentes enfermidades.
I Tm 5:24 Os pecados de alguns homens
são notórios
e levam a juízo,
ao
passo que os de outros só mais tarde se manifestam.
I Tm 5:25 Da mesma sorte também as boas obras,
antecipadamente, se
evidenciam
e, quando assim não seja,
não
podem ocultar-se.
Chamou-me a atenção o vs. 21 quando Paulo pede
para Timóteo guardar esses conselhos. Ele conjura, ou seja, ele fala a ele
chamando-o à responsabilidade perante Deus, Cristo Jesus e os anjos eleitos...
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Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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