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sábado, 23 de janeiro de 2016

Efésios 4-32 - ANDAI DE MODO DIGNO DA VOSSA VOCAÇÃO.

Como já dissemos, Paulo escreveu aos efésios com o objetivo de ensinar aos cristãos o quanto é maravilhoso ser a igreja de Cristo e quais são as implicações práticas disso. Estamos no capítulo 4/6.
Breve síntese do capítulo 4.
No capítulo anterior, Paulo era o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor dos gentios. Neste, ele roga, como prisioneiro no Senhor, para que os cristãos em Éfeso andassem de modo digno da vocação em que foram chamados. Assim, ele aponta para a humildade, mansidão, longanimidade, paciência por suportar cada um em amor e esforço para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.
Em continuação, ele explica que há somente um corpo, um Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e continua o seu ensino e pregação com diversas exortações buscando sempre essa unidade e a disseminação da cultura geral de que tudo está em Cristo.
Jesus Cristo é a escolha da divindade para nós humanos. Ele é a resposta de Deus para todos os nossos problemas, mas não para nos tornarmos autônomos e independentes de Deus, antes para deixarmos a escravidão do pecado.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. ANDANDO NAS BÊNÇÃOS DA IGREJA (4.1-6.20).
Compreender como a igreja é abençoada levará a viver de maneira que corresponda a essas bênçãos.
A igreja deve viver em harmonia, a despeito de suas diversidades. Os dons variados da igreja dados por Deus são bênçãos para serem usados na edificação da unidade e do amor.
A igreja deve aprender a viver de novas maneiras, apegando-se às bênçãos que Deus deu e nunca retornar às maneiras do mundo.
Os crentes devem viver de modo verdadeiro à fé cristã, pois eles conhecem Cristo e a extensão de tudo o que ele fez por eles. As batalhas espirituais devem ser disputadas com as bênçãos de Deus. A vitória da igreja será certa se a armadura de Deus for usada.
Dos vs. 4.1 ao 6.20, estaremos andando nas bênçãos da igreja. A carta muda da grande figura da redenção para o padrão que a redenção da vida deve produzir.
Deus criou "um novo homem" em seu Filho (2.15); há um padrão duplo da vida que pertence a esta nova criação: unidade e pureza.
Paulo queria mostrar como a unidade pode ser concretizada na experiência prática, mesmo em face de diferenças intimidantes (4.1-16; 4.25-5.2; 5.22-6.9).
Ele também estava preocupado com a adoção de novas atitudes e novos modos de vida de seus leitores gentios, mais condizentes com suas novas identidades como portadores da imagem do Deus justo e sagrado (4.17-24; 5.3-20), e que eles as mantivessem pela confiança no Espírito Santo para dar-lhes força (6.10-20).
Para a relação entre redenção (o "é" da vida cristã) e a obediência (o "deveria"), veja também Cl 2.6-7; 3.1.
Para melhor compreensão, dividiremos esta parte em três seções, conforme a BEG: A. Unidade na diversidade (4.1-16) – veremos agora; B. Vivendo de novas maneiras (4.17-6.9) – começaremos a ver agora; e, C. Mantendo-se firme contra o diabo (6.10-20).
A. Unidade na diversidade (4.1-16).
Embora os crentes possuam diferentes dons e vocações (4.7-12), eles estão unidos em Cristo e pela sua fé comum (4.4-6,15-16). Seus diferentes dons e vocações são complementares, permitindo que os que estão na igreja ministrem uns para os outros, e se desenvolvam em maturidade.
Paulo estava rogando a eles como prisioneiro de Cristo para que vivessem ou andassem de maneira digna da vocação ou do chamado que tiveram. Veja também o vs. 17; 5.2,8; 2.10. "Andar" (no sentido de “viver") é um tema recorrente nos cap. 4-5.
Do começo ao fim, Paulo estava expondo a vida, ou o "andar", de boas obras mencionadas em 2.10.
Em 1.18; 4.4 Paulo falou de uma esperança à qual os crentes são chamados; aqui ele focou na vida para a qual eles são chamados. Ele já havia fornecido fortes indicações de sua forma e importância (1.4,12,14; 2.10,22; 3.10).
Repare que a palavra "um(a)" é repetida sete vezes nos vs. 4-6 (três vezes sobre os membros da divindade; quatro vezes sobre aspectos de nossa redenção).
(1)   Há um só corpo e
(2)   um só Espírito,
(3)   assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só;
(4)   há um só Senhor,
(5)   uma só fé,
(6)   um só batismo,
(7)   um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos.
Efésios 4:4-6
Foi também para cada um de nós – vs. 7 – que foi concedida a graça, conforme a medida repartida por Cristo. Todos os cristãos têm em comum um dom de graça: a salvação por meio da fé (2.5,8). Cada cristão recebe alguns dons ou graças particulares para beneficiar a igreja (Paulo falou do seu em 3.2,8). A unidade da igreja em nenhum lugar fica mais evidente do que nessa interdependência orgânica no corpo de Cristo.
Na celebração em SI 68 da marcha triunfante de Deus do Monte Sinai ao Monte Sião, e sua subsequente entronização no templo, Paulo via uma prefiguração da ascensão vitoriosa de Cristo aos céus.
Cristo derrotou e desarmou as forças espirituais das trevas na cruz (3.10; 6.12; Cl 1.20; 2.15). Enquanto SI 68 prevê o Senhor vitorioso recebendo presentes dos homens, Paulo retrata Cristo indo além do recebimento de tributos para a divisão do seu prémio com os homens.
Na adoração judaica, esse salmo era associado com o Pentecostes, e ele deve ter vindo à mente de Paulo por essa razão. Ao subir aos céus e ser entronizado celestialmente, Jesus recebeu o Espírito Santo do Pai; no dia de Pentecostes, ele derramou o Espírito sob a sua igreja (At 2.32-33).
Em 1Corintios Paulo enfatizou a maneira pela qual o Espírito Santo capacita a igreja para o ministério. Em Efésios Paulo escreveu mais em termos de indivíduos que possibilitam o ministério.
Tendo em vista o seu propósito de encorajar os crentes a adotarem um padrão de vida como o de Cristo, Paulo inseriu um parêntesis para lembrar os leitores de que foi por meio da humilhação de Cristo (sua encarnação "às regiões inferiores da terra” que o Filho chegou à posição elevada que ele hoje possui 11.20-23; 5.2; Fp 2.1-11).
Por meio de funcionários especiais, Deus providenciou os meios para moldar a diversidade que ele próprio colocou no interior do corpo.
Aquele que subiu e que também desceu e tornou a subir designou:
(1)   Apóstolos.
(2)   Profetas.
(3)   Evangelistas.
(4)   Pastores.
(5)   Mestres.
Formalmente, os apóstolos são aqueles que estiveram com Jesus e viram o Senhor ressuscitado, aqueles que experimentaram uma revelação especial do Jesus ressuscitado ou foram comissionados por Jesus para serem os fundadores da igreja e portadores especiais da revelação (At 1_21-22; 1Co 15.1-9).
A palavra também era usada num sentido mais amplo a respeito de pessoas enviadas como representantes de determinadas igrejas, embora não pareça ser isso o que Paulo tinha em mente nessa passagem (2Co 8.23; Fp 2.25).
Os profetas eram pessoas que serviam como veículos de revelação direta e especial na igreja primitiva. Suas funções incluíam predição, exortação, encorajamento, advertência e esclarecimento (At 11.27; 13.1; 15.32; 19.6; 21.9-10; Rm 12.6; 1 Co 12.10; 13.2,8; 14.3,6,29-37).
Uma vez que seus ensinamentos lançaram os fundamentos da igreja (2.20), os aspectos fundamentais da obra dos apóstolos e profetas do Novo Testamento parecem ser irrepetíveis.
Os evangelistas eram pessoas (em qualquer época) particularmente talentosas na tarefa de expandir o rebanho de Deus (At 21.8; 1Co 1.17; 2Tm 4.5).
Finalmente os pastores e mestres, isto é, compartilhando um único artigo definido no grego ("os pastores e mestres" ou melhor, "pastores-mestres"), essas palavras se referem a um único grupo de indivíduos que conduzem e instruem o rebanho de Deus.
Todos eles, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres foram designados com a finalidade de preparar os santos para a obra do ministério e para o corpo de Cristo ser glorificado. Referem-se às pessoas que eles equipam que fazem o trabalho do ministério. As congregações de Paulo não apenas congregavam; elas ministravam. Mestres eficazes ajudam cada crente a encontrar a sua própria maneira de beneficiar o restante da igreja.
Isso até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus e assim possamos chegar à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.
Paulo usou a analogia do corpo humano. Os crentes não recebem dons para serem usados em isolamento para auto edificação, nem devem procurar chegar à maturidade sozinhos.
A visão de Paulo incluía todos os cristãos (G 1.28-29). O próprio Paulo, embora com uma compreensão muito mais avançada dos assuntos mais profundos de Cristo, esforçava-se para obter conhecimento do Filho de Deus e um grau de maturidade que viriam a ele apenas depois que todos os crentes também os tivessem obtido.
B. Vivendo de novas maneiras (4.17-6.9).
Dos vs. 4.17 ao 6.9, iremos ver esse “vivendo de novas maneiras”. A nova natureza, a nova identidade e a nova vida que os crentes possuem em Cristo exigem a suspensão do pecado e o início de novos comportamentos que fluem da santidade e da pureza de Cristo e as refletem.
Fortemente rememorativo da crítica de Paulo à cultura gentia em Rm 1, Paulo já havia falado sobre a alienação dos gentios em relação ao povo de Deus (2.12).
Aqui ele falou da alienação deles em relação à vida do próprio Deus (os mortos que andam do cap. 2).
A obstinação (“dureza do seu coração") dá à luz a ignorância (vs. 18; cf. Rm 1.21-22,28), a qual por sua vez traz o julgamento da morte espiritual (“alheios à vida de Deus", vs. 18; cf. Rm 1.18,24,28).
Enquanto Romanos prevê Deus entregando os gentios a um estilo de vida irresponsável e licencioso (Rm 1.24-31), Efésios apresenta a mesma dinâmica no Lado humano: "tendo-se tornado insensíveis, se entregaram..." (vs. 19). Compare com Êxodo, onde o tema dominante é Deus endurecendo o coração de Faraó (p. ex., Ex 4.21; 7.31, mas onde Faraó cooperou totalmente com o endurecimento do seu próprio coração (Ex 8.15,32; 9.34).
Deus havia quebrado esse ciclo da morte ao dar a esses gentios uma compreensão do seu Filho e sua obra em favor deles (1.13,15).
Parte do que eles aprenderam quando conheceram Jesus foi que pertencer a Cristo envolve repudiar a velha vida e adotar uma nova. A imagem é de tirar as roupas gastas e vestir roupas novas – vs. 22 a 24.
Do lado divino, e por iniciativa do próprio Deus, nós somos recriados à imagem de Cristo, feitos vivos com ele mesmo enquanto estamos mortos em nossas transgressões e pecados Cl -10,14-16.
Do lado humano, nós respondemos à graça de Deus e nos apoderamos desta nova vida para torná-la nossa.
Enquanto a antiga forma de existência em Adão (Cl 3.9) estava sujeita à corrupção, a nova existência em Cristo é continuamente renovada.
Enquanto a antiga vida era dominada pela cobiça (2.2-3), a nova vida é caracterizada pela retidão e santidade.
Enquanto a antiga vida era uma vida de mentiras e enganos, a nova vida tomou posse da verdade (vs. 21,24).
Vemos assim juntas, em união, a graça e a responsabilidade humana. A graça porque é Deus soberanamente quem escolhe e faz acontecer e a responsabilidade humana entra porque somos responsáveis pelas nossas escolhas e colheremos aquilo, justamente, que plantarmos.
Paulo descreveu – vs. 4.25 a 5.5, seis maneiras concretas pelas quais a dinâmica do "despir e vestir" deve ocorrer na comunidade cristã:
(1)   Deixar de mentir para dizer a verdade (4.25-26).
(2)   Controlar a ira (4.26-27) para não pecar.
O melhor a se fazer, nesse caso, é dar um tempinho para que a ira se apazigue, antes que cada um dê lugar ao diabo.
Uma vez que a união prática entre os crentes demonstra o poder reconciliador de Deus 2.14-16; 3.10; 4.1-10; Cl 3.15), sua interrupção é especialmente valorizada pelo condenado, mas ainda desafiador, diabo (2.2; 6.11).
(3)   Deixar de roubar e passar a trabalhar fazendo o que é bom (4.28).
Assim, se alguém antes furtava e enganava, não deve mais fazê-lo, antes trabalhar com suas próprias mãos que Deus o abençoará e ainda o fará ter o suficiente para ajudar os necessitados.
(4)   Usar as palavras apenas para a edificação (4.29-30).
Nenhuma palavra torpe deveria sair da boca dos crentes, mas apenas a que fosse útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que Deus conceda graça aos que a ouvem, isto é, devemos tomar muito cuidado pelo uso destrutivo da palavra (vs. 29).
Que o Espírito Santo (no grego, neutro quanto ao gênero) possa entristecer-se é um sinal notável de sua identidade como um ser pessoal em vez de uma força impessoal. Fica claro que essa não era uma ideia nova para os escritores do Novo Testamento pela citação que Paulo faz do profeta Isaías (Is 63.10).
(5)   Afastar a amargura para andar em amor (4.31-5.2).
Isso envolveria toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.
(6)   Afastar a impudicícia e agradecer pelos dons de Deus (5.3-5).
Em cada caso, Paulo mostrou uma sanção ou razão para a mudança do velho para o novo. Em alguns casos ele forneceu considerações sociais; em outros, considerações teológicas.
Espera-se que os crentes concedam aos outros o mesmo perdão e amor que Deus concedeu a eles em Cristo.
A lógica é semelhante à do Pentateuco: os israelitas, tirados da escravidão e do cativeiro no Egito, teriam consideração especial pelos estrangeiros, escravos e despossuídos em seu meio (Ex 22.21; 23.9; Lv 19.33-34; Dt 5.15).
Essa lógica ética e redentora também se encontra no cerne do novo mandamento de Jesus: "assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros" (Jo 13.34).
Ef 4:1 Rogo-vos, pois, eu,
o prisioneiro no Senhor,
que andeis de modo digno
da vocação a que fostes chamados,
Ef 4:2 com toda a humildade
e mansidão,
com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor,
Ef 4:3 esforçando-vos diligentemente
por preservar a unidade do Espírito
 no vínculo da paz;
Ef 4:4 há somente
um corpo
e um Espírito,
como também fostes chamados numa só esperança
da vossa vocação;
Ef 4:5 há um só Senhor,
uma só fé,
um só batismo;
Ef 4:6 um só Deus
e Pai de todos,
o qual é sobre todos,
age por meio de todos
e está em todos.
Ef 4:7 E a graça foi concedida a cada um de nós
segundo a proporção
do dom de Cristo.
Ef 4:8 Por isso, diz:
Quando ele subiu às alturas,
levou cativo o cativeiro
e concedeu dons aos homens.
Ef 4:9 Ora, que quer dizer subiu,
senão que também havia descido
até às regiões inferiores da terra?
Ef 4:10 Aquele que desceu
é também o mesmo que subiu
acima de todos os céus,
para encher todas as coisas.
Ef 4:11 E ele mesmo concedeu
uns para apóstolos,
outros para profetas,
outros para evangelistas
e outros para pastores
e mestres,
Ef 4:12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos
para o desempenho do seu serviço,
para a edificação do corpo de Cristo,
Ef 4:13 até que todos cheguemos
à unidade da fé
e do pleno conhecimento do Filho de Deus,
à perfeita varonilidade,
à medida da estatura da plenitude de Cristo,
Ef 4:14 para que não mais sejamos como meninos,
agitados de um lado para outro
e levados ao redor por todo vento de doutrina,
pela artimanha dos homens,
pela astúcia com que induzem ao erro.
Ef 4:15 Mas, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo
naquele que é a cabeça,
Cristo,
Ef 4:16 de quem todo o corpo,
bem ajustado
e consolidado pelo auxílio de toda junta,
segundo a justa cooperação de cada parte,
efetua o seu próprio aumento
para a edificação de si mesmo em amor.
Ef 4:17 Isto, portanto, digo
e no Senhor testifico
que não mais andeis
como também andam os gentios,
na vaidade dos seus próprios pensamentos,
Ef 4:18 obscurecidos de entendimento,
alheios à vida de Deus
por causa da ignorância em que vivem,
pela dureza do seu coração,
Ef 4:19 os quais,
tendo-se tornado insensíveis,
se entregaram à dissolução
para, com avidez,
cometerem toda sorte de impureza.
Ef 4:20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, Ef 4:21 se é que, de fato,
o tendes ouvido
e nele fostes instruídos,
segundo é a verdade em Jesus,
Ef 4:22 no sentido de que, quanto ao trato passado,
vos despojeis do velho homem,
que se corrompe segundo as concupiscências do engano,
Ef 4:23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento,
Ef 4:24 e vos revistais do novo homem,
criado segundo Deus,
em justiça
e retidão procedentes da verdade.
Ef 4:25 Por isso, deixando a mentira,
fale cada um a verdade com o seu próximo,
porque somos membros uns dos outros.
Ef 4:26 Irai-vos e não pequeis;
não se ponha o sol sobre a vossa ira,
Ef 4:27 nem deis lugar ao diabo.
Ef 4:28 Aquele que furtava
não furte mais;
antes, trabalhe,
fazendo com as próprias mãos o que é bom,
para que tenha com que acudir
ao necessitado.
Ef 4:29 Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe,
e sim unicamente a que for boa para edificação,
conforme a necessidade,
e, assim, transmita graça aos que ouvem.
Ef 4:30 E não entristeçais o Espírito de Deus,
no qual fostes selados para o dia da redenção.
Ef 4:31 Longe de vós,
toda amargura,
e cólera,
e ira,
e gritaria,
e blasfêmias,
e bem assim toda malícia.
Ef 4:32 Antes,
sede uns para com os outros
benignos,
compassivos,
perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus,
em Cristo,
vos perdoou.
Como o tema central desse capítulo girou em torno da unidade e ela envolve relacionamentos entre pessoas, é natural que sejamos alertados e cobrados no sentido de desenvolvermos a benignidade, sermos compassivos e andarmos em perdão, assim como Deus, em Cristo, nos perdoou.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
...
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Efésios 3-21 - A SOBERANIA DE DEUS EM PAULO, PRISIONEIRO DE CRISTO, NÃO DO SISTEMA.

Como já dissemos, Paulo escreveu aos efésios com o objetivo de ensinar aos cristãos o quanto é maravilhoso ser a igreja de Cristo e quais são as implicações práticas disso. Estamos no capítulo 3/6.
Breve síntese do capítulo 3.
Paulo escreveu esta epístola de uma prisão. Ele tinha sido preso e com certeza não foi preso porque fez algo errado e mereceu justo castigo, antes por que pregava o evangelho.
Não se percebe em Paulo raízes de amargura, lamentos, queixas de sua sorte, desconforto, ódio de seus algozes, antes, preocupação em evangelizar, mesmo dentro da prisão. Ele tinha certeza de que Deus governava a sua vida e não podia ser dela administrador, mas confiava que estava sendo administrado por Deus.
Paulo sabia o que é um Deus poderoso e soberano. Nisto, ele é igual a Jesus que em si tinha uma forte noção da soberania de Deus. Quer saber de outro que assim também agia? Davi! Pare de se lamentar! Aprenda com Paulo que você é “prisioneiro de Cristo”! Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. COMPREENDENDO AS BÊNÇÃOS DA IGREJA (2.1-3.21)
Nós estamos vendo que compreender o que Deus fez para os crentes é essencial para fortalecer a igreja. Paulo enfatizou que Deus abençoa a igreja ao dar aos crentes a vida eterna, unindo-os uns aos outros e dando-lhes a capacidade de perseverar na fé.
Seguindo a divisão proposta da BEG, nós dividimos essa parte III em quatro seções: A. Vivificado em Cristo (2.1-10) – já vimos; B. Unidos em Cristo (2.11-22) – já vimos; C. Paulo e o mistério divino (3.1-13) – veremos agora; e, D. Força para a igreja (3.14-21) – veremos agora.
C. Paulo e o mistério divino (3.1-13).
Veremos nos próximos 13 versículos, Paulo e o mistério divino. Paulo já estava pronto para orar para que seus leitores gentios fossem preenchidos com a presença de Cristo e estivessem habilitados a compreender as verdades do cap. 2 sobre o amor e o poder do seu Redentor (vs. 14-21).
Porém, antes de continuar, ele fez uma digressão (vs. 2-13) para explicar a natureza do seu próprio ministério e sua visão da unidade entre judeus e gentios em Cristo.
Ele começa dizendo de si mesmo que era prisioneiro de Cristo Jesus e não uma vítima do sistema. Paulo estava em prisão domiciliar em Roma (At 28.16,30).
Ele entende que isso estava se dando por amor a eles, gentios. Havia na vida de Paulo a graça de Deus a favor deles, por isso expunha ele sua responsabilidade imposta por Deus a ele a favor deles.
A responsabilidade na vida de Paulo imposta pela graça de Deus era o mistério que lhe foi dado conhecer por revelação. Foi o Espírito Santo quem revelou aos santos apóstolos e profetas de Deus. O silêncio do Antigo Testamento sobre o mistério de Paulo - igualdade e unidade radicais entre judeus e gentios na igreja (vs. 6) - era relativo, não absoluto.
Um exemplo notável de sua antecipação é vista em Is 19.25, onde o profeta aguardava um dia em que Deus declararia, "Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança".
Se a ideia de unidade e igualdade entre judeus e gentios estivesse completamente ausente do Antigo Testamento, Paulo não poderia ter insistido, como ele fez em Rm 4, que a aliança de Abraão incluía todos aqueles que tivessem a mesma fé de Abraão (incluindo os gentios).
Paulo também não poderia ter-se colocado diante de Agripa e insistido que a sua proclamação de luz tanto para os judeus como para os gentios nada mais era do que o que havia sido prometido pelos profetas e por Moisés (At 26.22-23), aos seus santos apóstolos e profetas.
O mistério não era uma revelação secreta recebida apenas por Paulo. Lembre-se da experiência de Pedro em At 10-11 e suas implicações para a questão da circuncisão dos gentios em At 15.7-11.
Esse mistério era que mediante o evangelho os gentios são coerdeiros com Israel, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus – vs. 6.
A despeito de eventuais vislumbres de uma raça humana unificada, é apenas sob a luz do verdadeiro sacrifício de Cristo que fica claro que o plano de Deus desde o começo era eliminar, com um golpe magnífico e decisivo, a inimizada entre ele e a humanidade e erradicar as divisões que fraturavam a humanidade (2.14-18).
Em Romanos, Paulo refletiu sobre a maneira não natural pela qual Deus incluiu os gentios entre o povo de Deus: eles eram um ramo bravo enxertado (contrario à prática normal da agricultura) numa oliveira cultivada (Rm 11.11-24).
Ao afirmar que em Cristo os gentios compartilham privilégios idênticos aos dos judeus, Paulo demonstrou a profundidade desse enxerto.
Compare o progresso da descrição que Paulo faz de si mesmo em 1Co 15.9 com Ef 3.8; 1Tm 1.15-16. Paulo se tornou ministro pelo dom da graça de Deus, concedida a ele pela operação de poder divino. Embora ele se achava o menor dos menores dentre todos os santos, a ele foi concedida a graça de anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as coisas – vs. 7 a 9.
A intenção dessa graça de Deus era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor, por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele – vs. 10-12.
Paulo já havia mencionado "o príncipe da potestade do ar" (2.2) e retornaria à batalha dos cristãos contra os seus inimigos celestiais (6.10-17). É útil relembrar a sua controvérsia com os falsos mestres em Colossos.
Ele havia argumentado em sua epístola àquela igreja que Jesus é Senhor de todas as coisas, incluindo o mundo espiritual, e também que é em Jesus, e em Jesus apenas, que céu e terra são reconciliados (Cl 1.15-20; 2.8-23).
Portanto, Paulo via o estabelecimento da paz entre judeus e gentios na igreja como um sinal para os poderes cósmicos.
Do ponto de vista de sua cultura, não havia maior divisão na raça humana do que entre judeus e gentios. O fato de eles poderem ser unificados radicalmente uns com os outros em Cristo era uma demonstração da profunda sabedoria de Deus (Is 55.8-9; 1Co 2.6-10), e servia como prova para os poderes celestiais de que Jesus é realmente Senhor do universo (1.20-23).
Paulo os exorta a não se desanimarem por causa das suas cadeias e tribulações, pois elas eram para o bem deles e do povo de Deus. Nossos olhos não podem mais examinar os fatos históricos apenas humanamente, mas temos de ter a mente de Cristo e entender a soberania de Deus nos governos deste mundo.
D. Força para a igreja (3.14-21).
Dos vs. 14 ao 21, Paulo orou para que o Espírito Santo fortalecesse e iluminasse os crentes efésios para que eles perseverassem na fé e oferecessem louvor maior a Deus.
Paulo se punha de joelhos, mas normalmente, os judeus oravam de pé (Mt 6.5; Mc 11.25; Lc 18.11,13). Aparentemente, ajoelhar-se era uma postura de humildade e urgência maiores que o habitual (Ed 9.5; Mt 26.39; Lc 22.41; At 7.59-60; Fp 2.10).
Esse versículo introduz a oração que Paulo havia quase começado no vs. 1.
As palavras gregas para "pai" e "família" são semelhantes. Então, a tradução no vs. 15 poderia ser "toda paternidade"; se isso for aceito, indica que todos os relacionamentos de paternidade (ou seja, familiares), terrenos e celestiais, têm sua origem num Pai celestial. no céu. A literatura intertestamentária e rabínica dos judeus fazem referência a famílias de anjos.  
A oração de Paulo era para que o Senhor os fortalecesse, por meio do seu Espírito, no homem interior ou no profundo ou íntimo do seu ser. Essa é uma das maneiras mais precisas entre as usadas por Paulo para falar a respeito da obra do Espírito no interior dos indivíduos (2Co 5.17).
Grande parte de Efésios trata do sentido de identidade corporativa dos crentes (1.10-14; 2.14-18,21-22; 3.6,10; 4.3-6,12-16,25; 4.32-5.2; 5.19; 5.21-6.9). Mas Cristo também reside no coração de cada um.
O Cristianismo não é uma confissão geral para a exclusão da experiência individual, nem uma crença privada sem visão corporativa. O Cristianismo, em toda a sua extensão, é tanto uma como outra.
Ele orava para que o Senhor os fortalecesse, por meio do seu Espírito, no homem interior ou no profundo ou íntimo do seu ser para que Cristo habitasse em seus corações mediante a fé.
Também orava para que eles fossem arraigados e alicerçados em amor. Isso provavelmente se refere ao amor dos crentes uns pelos outros e é o ponto de partida para o que se segue.
Sendo assim, poderiam eles, juntamente com todos os santos, compreender – vs. 18 - qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade.
Paulo provavelmente pretendia que essas dimensões espaciais (substantivos em vez de adjetivos em grego) trouxessem a imagem do templo de 2.21 “no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor” viesse à mente dos leitores. Como pedras vivas e unidas em amor, a moradia de Deus cresce e é preenchida pelo próprio Cristo.
E ainda – vs. 19 – para compreender e conhecer o amor de Cristo que excede todo o conhecimento para que todos fôssemos cheios de toda a plenitude de Deus.
Deus usa o amor que é compartilhado "com todos os santos" - judeus e gentios - para construir um todo que é maior que qualquer uma das partes individuais e, nesse cenário, dar a cada um deles uma compreensão maior do amor de Cristo do que eles poderiam obter individualmente.
Alternativamente, Paulo pode ter pretendido que a sua linguagem espacial fosse considerada de maneira menos concreta, talvez como uma oração para que, por meio do amor mútuo, os crentes pudessem compreender ainda mais sobre o amor de Cristo por eles - que ele é inclusivo, inesgotável, dignificante e altruísta.
A primeira metade da carta termina – vs. 20 e 21 – com uma exaltação e glorificação de Deus que é capaz de nos surpreender sempre e fazer infinitamente mais do que tudo o que possamos pedir e mesmo pensar, conforme o seu poder que já opera em nós - veja também 1.19-23; 2.5-6.
Ele descreve o poder impressionante de Deus que realiza o seu plano infinitamente gracioso (2.7) e inquestionavelmente sábio (3.10) para a reconciliação da raça humana.
Enquanto o poder vem de Deus, a glória vai para ele na igreja e em Cristo Jesus. Perceba a relação mútua entre:
·         O corpo e a sua cabeça (1.22-23).
·         O reconciliado e o reconciliador (2.14-18; 4.3).
·         A noiva e seu noivo (5.22-33).
Deus é glorificado em Cristo e na igreja, na História e por toda a eternidade.
Ef 3:1 Por esta causa eu, Paulo,
sou o prisioneiro de Cristo Jesus,
por amor de vós, gentios,
Ef 3:2 se é que tendes ouvido a respeito
da dispensação da graça de Deus
a mim confiada para vós outros;
Ef 3:3 pois, segundo uma revelação,
me foi dado conhecer o mistério,
conforme escrevi há pouco, resumidamente;
Ef 3:4 pelo que, quando ledes, podeis compreender
o meu discernimento do mistério de Cristo,
Ef 3:5 o qual, em outras gerações,
não foi dado a conhecer aos filhos dos homens,
como, agora, foi revelado
aos seus santos apóstolos
e profetas, no Espírito,
Ef 3:6 a saber, que os gentios são
co-herdeiros,
membros do mesmo corpo
e co-participantes da promessa em Cristo Jesus
por meio do evangelho;
Ef 3:7 do qual fui constituído
ministro conforme o dom da graça de Deus
a mim concedida
segundo a força operante do seu poder.
Ef 3:8 A mim, o menor de todos os santos,
me foi dada esta graça de pregar aos gentios
o evangelho
das insondáveis
riquezas de Cristo
Ef 3:9 e manifestar qual seja
a dispensação do mistério,
desde os séculos,
oculto em Deus,
que criou todas as coisas,
Ef 3:10 para que, pela igreja,
a multiforme sabedoria de Deus
se torne conhecida, agora,
dos principados
e potestades nos lugares celestiais,
Ef 3:11 segundo o eterno propósito que estabeleceu
em Cristo Jesus,
nosso Senhor,
Ef 3:12 pelo qual
temos ousadia
e acesso com confiança,
mediante a fé nele.
Ef 3:13 Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós,
pois nisso está a vossa glória.
Ef 3:14 Por esta causa,
me ponho de joelhos diante do Pai,
Ef 3:15 de quem toma o nome toda família,
tanto no céu como sobre a terra,
Ef 3:16 para que, segundo a riqueza da sua glória,
vos conceda que sejais fortalecidos com poder,
mediante o seu Espírito no homem interior;
Ef 3:17 e, assim,
habite Cristo no vosso coração,
pela fé,
estando vós arraigados
e alicerçados em amor,
Ef 3:18 a fim de poderdes compreender,
com todos os santos,
qual é a largura,
e o comprimento,
e a altura,
e a profundidade
Ef 3:19 e conhecer
o amor de Cristo,
que excede todo entendimento,
para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.
Ef 3:20 Ora, àquele que é poderoso
para fazer infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós,
Ef 3:21 a ele seja
a glória,
na igreja
e em Cristo Jesus,
por todas as gerações,
para todo o sempre.
Amém!
Paulo constantemente lembrava seus ouvintes de que era um pregador do evangelho, ele que era o menor de todos os santos, lhe foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo. Ele entendia esta sua missão não como um fardo, mas como uma graça!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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