Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 8, da parte III.
Breve síntese do capítulo 8
O capítulo 8 começa dizendo que Saulo
consentia na morte de Estêvão e mais do que isso perseguia zelosamente à
igreja. Se Paulo foi o que foi para o cristianismo, como não era eficaz a
perseguição de Saulo aos irmãos?
Como é misteriosa a obra de Deus! Em
Jerusalém somente ficou a liderança porque o restante dos crentes foram
dispersos e, indo pelo caminho, pregavam a palavra por toda a parte.
A partir do verso 5, Lucas começa a narrar
uma parte da história de Filipe que pregava/evangelizava sobre o reino de Deus
e sobre o nome de Jesus, batizava os que criam e, diz a Bíblia, multidões
atendiam unânimes as coisas que dizia e assim ouviam e viam os sinais que ele
operava.
O que Filipe fazia? (Ir – pregar –
evangelizar – curar - batizar); o que Filipe pregava? (O reino de Deus – o nome
de Jesus); o que a multidão ouvia e via? (A palavra de Deus, sinais, milagres e
prodígios).
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO NA JUDEIA E EM SAMARIA (8.1-11.18).
A perseguição causou o deslocamento do
testemunho apostólico de Jerusalém para a Judeia e Samaria, como Jesus havia
ordenado.
Quanto a isso, dois acontecimentos importantes
possibilitaram que o testemunho dos apóstolos se propagasse geograficamente: a
conversão de Paulo ao Cristianismo e o crescimento espiritual de Pedro (isto é,
o seu entendimento de que os cristãos gentios tinham tanto direito às promessas
de Deus quanto os cristãos judeus).
Doravante, do primeiro verso, aqui, até o
capítulo 11, estaremos vendo esse testemunho apostólico na Judeia e em Samaria.
Jesus ordenou a seus apóstolos que fossem testemunhas na Judeia e em Samaria
(1.8).
Lucas passa a registrar a segunda fase do
ministério apostólico (primeira fase: 3.1-7.60; terceira fase: 13.1-28.31).
Para melhor entendimento, dividiremos esta
parte III em seis seções: A. O testemunho se propaga (8.1-40) – veremos agora; B. A conversão de Paulo e
o crescimento da igreja (9.1-31); C. O testemunho continua a se propagar
(9.32-43); D. O testemunho alcança os gentios de Samaria (10.1-11.18); E. A
igreja em Antioquia da Síria (11.19-30); e, F Perseguição e julgamento em
Jerusalém (12.1-25).
A. O testemunho se propaga (8.1-40).
A igreja em Jerusalém sofreu nova
perseguição e muitos cristãos deixaram a cidade, levando o evangelho de Cristo
com eles. Lucas relata vários exemplos dessa difusão do evangelho na Judeia e
em Sararia.
Embora houvesse a difusão do evangelho, Saulo,
porém, assolava a igreja. O verbo grego 'assolar' tem um significado
considerável, refletindo não apenas perseguição ideológica como também
violência física por meio de torturas.
Com essa terrível perseguição, zelosa ao
extremo, muitos cristãos foram dispersos e ao serem espalhados, espalhavam
também a palavra da pregação. A perseguição fez com que o evangelho se
propagasse rapidamente (11.19).
Um desses homens que saíram pregando foi
Filipe que realizava grandes sinais miraculosos e o povo lhe deu atenção
máxima. Também ocorria que muitos espíritos imundos saiam das pessoas, dando
gritos, e muitos paralíticos e mancos eram curados. Ele estava pregando em fuga
na cidade de Samaria.
Isso despertou a curiosidade de um grande
mago da região, Simão. Simão o mágico (também conhecido como Simão Mago) é
mencionado com frequência em escritos antigos do período pos-neotestamentário e
na literatura extra bíblica antiga como sendo um arqui-inimigo da igreja e
líder do movimento herético dos agnósticos.
O gnosticismo ensina que o ser humano
alcança a salvação por meio de conhecimentos secretos a respeito de Deus, e não
pelo mérito da morte substitutiva de Cristo em favor dos pecadores.
Justino Mártir (m. 165 d.C.), que era ele
mesmo um samaritano, afirmou que a maioria dos samaritanos considerava Simão
como um deus supremo (chamavam-no de "o Grande Poder'; vs. 10).
Irineu (m. c. 202 d.C.), que escreveu
extensivamente contra o gnosticismo em Contra Heresias, indicou que Simão era
um dos fundadores da heresia gnóstica.
O livro apócrifo de Atos de Pedro (datado
do século 2 d.C.) descreve os ensinamentos e os poderes de Simão.
Embora esse Simão do vs. 9 possa se referir
a outra pessoa, os pais da igreja consideraram os dois como sendo o mesmo
indivíduo e o contexto de 8.9-11 (que descreve o seu caráter e a sua atitude de
samaritano) certamente favorece essa conclusão.
O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido
batizado, creu e passou a seguir Filipe, por onde quer que ele andasse. À luz
da informação na nota sobre o vs. 9, essa fé de Simão baseava-se provavelmente
num conhecimento superficial e não numa verdadeira aceitação de Jesus, pois o
seu interesse estava nos 'sinais e grandes milagres' que Pedro fazia e não num
compromisso genuíno com Jesus.
Como havia muita gente que tinha abraçado a
fé, enviaram para lá tanto Pedro quanto João e estes, quando chegaram, oraram
pelos crentes para que recebessem o Espírito Santo – vs. 15.
Os cristãos samaritanos, até aquele momento,
não haviam recebido evidência do derramamento do Espírito Santo, algo
característico do período neotestamentário.
Como consequência da fé em Cristo, o
Espirito Sano veio habitar com eles (Rm 8.9), mas os apóstolos lhes impuseram
as mãos para que houvesse um derramamento especial do Espírito.
No entanto, o registro não explica em
detalhes qual foi a manifestação que o Espírito Santo realizou entre eles (p.
ex., falar em línguas, dom da profecia, etc.).
O fato claro era que o Espírito Santo ainda
não havia descido sob nenhum deles, pois apenas tinham sido batizados em água
no nome do Senhor Jesus.
Esse segundo batismo ocorreu nesse momento
porque os apóstolos haviam inaugurado uma segunda fase geográfica na propagação
do evangelho à medida que se deslocavam para Samaria (8.1 - 11.18).
O procedimento normal do Novo Testamento é
apenas um batismo a ser realizado em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo
(Mt 28.19).
Outras demonstrações extraordinárias do
Espírito ocorreram em outros momentos:
üAt
2, quando do primeiro derramamento.
üAqui,
quando Pedro chegou a Samaria;
ü10.44,
quando Pedro pregou pela primeira vez aos gentios.
ü19.4-7,
quando Paulo chegou a Éfeso.
Em cada caso, pelo menos um dos apóstolos
estava presente, indicando que o derramamento extraordinário do Espírito
inaugurava um novo estágio do sucesso missionário do testemunho apostólico.
Ora – vs. 17 - Pedro e João lhes impunham
as mãos, e eles recebiam o Espírito Santo. Isso chamou a atenção de Simão que
viu e gostou e desejou o mesmo poder para ele, estando disposto a pagar para
obtê-lo. Óbvio que algo acontecia que deixava claro a todos que eles estavam
recebendo o Espírito Santo pela imposição das mãos dos apóstolos.
Foi ele mesmo que disse a Pedro e a João:
"Deem-me também este poder, para que
a pessoa sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo". (vs.
19).
Pedro, diante da oferta dele, responde
rispidamente e com energia: 'Sejam destruídos tu e o teu dinheiro' (cf. Mt
7.13; Ap 17.8).
Simão demonstrou, por meio de seus atos e
palavras, que não era um verdadeiro crente em Cristo; ainda era "servo do
pecado" (cf. Rm 6.16; 8.8) e tinha a boca cheia de amargura (cf. Dt 29.18;
Rm 3.14). Uma profissão de fé sem arrependimento indica a ausência de fé verdadeira.
Depois da repreensão de Pedro, ele teve
medo e pediu oração. Pedro e João voltaram para Jerusalém, mas pelo caminho
foram pregando em vários locais dos samaritanos.
Filipe recebe a visita de um anjo do Senhor
que pede a ele para ir para o sul, para uma estrada deserta que descia de
Jerusalém a Gaza. Filipe obedeceu.
No caminho, Filipe encontra um eunuco etíope.
Esse homem era o ministro das finanças da Etiópia, hoje a atual Núbia, uma área
que se estende da atual Assuã, no Egito, até Cartum, no Sudão.
Ele era eunuco, ou seja, um oficial
emasculado da corte real, ou a um alto funcionário do governo, não
necessariamente emasculado. Na Septuaginta (a tradução grega do AT) e em
escritos extra bíblicos, muitas vezes o termo significa um oficial do governo.
Ele era encarregado dos tesouros de Candace,
rainha dos etíopes. O título da rainha-mãe que exercia o governo sobre as
questões seculares em lugar de seu filho que, como filho do sol, era
considerado um ser espiritual e não deveria se envolver com os assuntos
triviais do governo do Estado.
O fato era que aquele eunuco estava vindo a
Jerusalém para adorar a Deus e foi na sua volta para casa, enquanto lia o
profeta Isaías, que surge diante dele Filipe.
Caso o etíope estivesse lendo a passagem
sobre a misericórdia do Senhor para com os eunucos (Is 56.3-5; cf. Dt 23.1),
seria de esperar que também conhecesse a passagem de Is 53.
Foi o próprio Espírito Santo quem disse
para Filipe para se aproximar daquela carruagem e acompanhá-la. Em obediência,
Filipe se aproximou dela e ouviu ele lendo Isaías. Nos tempos antigos, ler em
voz alta era uma prática comum.
Filipe começou uma abordagem com ele e
perguntou se ele entendia o que lia ao que o eunuco disse que não e que
precisava de alguém que explicasse para ele.
Então Filipe, aproveitando a oportunidade, anunciou-lhe
a Jesus. Filipe começou em Is 53 e identificou o servo da passagem com Jesus, o
servo sofredor. Lucas parece sugerir que Filipe utilizou outras passagens do
Antigo Testamento para identificar Jesus como o Messias.
Eles prosseguiam viagem até ao ponto em que
encontraram água pelo caminho e o eunuco manifestou o desejo de ser batizado e
assim foi feito por Filipe. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor
arrebatou Filipe repentinamente. O eunuco não o viu mais e, cheio de alegria,
seguiu o seu caminho. Filipe, porém, apareceu em Azoto – vs. 39,40.
Azoto era uma antiga cidade litorânea de
Asdode (1 Sm 5.1), uma das cinco cidades filisteias, localizada cerca de 30 km
ao norte da costa de Gaza e aproximadamente 95 km ao sul de Cesareia.
Filipe pregou o evangelho em todas as
cidades ao longo do litoral até chegar a Cesareia, uma grande cidade marítima
construída por Herodes, o Grande, próxima à Torre de Estratão.
Possuía um porto excelente que Herodes
expandiu para incrementar o tráfego marítimo (21.8) e também serviu de centro
de operações para procuradores romanos tais como Pilatos, Félix (23.23-24.4) e
Festo (25.6).
Filipe pode ter fixado residência em
Cesareia, pois nos anos seguintes ele ainda estava na cidade (21.8).
At 8:1 E Saulo
consentia na
sua morte.
Naquele dia,
levantou-se
grande perseguição contra a igreja em Jerusalém;
e todos, exceto
os apóstolos,
foram
dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.
At 8:2 Alguns homens piedosos
sepultaram
Estêvão
e fizeram
grande pranto sobre ele.
At 8:3 Saulo, porém,
assolava a
igreja,
entrando
pelas casas;
e,
arrastando homens e mulheres,
encerrava-os
no cárcere.
At 8:4 Entrementes, os que foram
dispersos
iam por toda
parte
pregando
a palavra.
At 8:5 Filipe,
descendo à
cidade de Samaria,
anunciava-lhes
a Cristo.
At 8:6 As multidões atendiam,
unânimes,
às
coisas que Filipe dizia,
ouvindo-as
e
vendo os sinais que ele operava.
At
8:7 Pois os espíritos imundos
de
muitos possessos
saíam
gritando em alta voz;
e
muitos paralíticos e coxos
foram
curados.
At 8:8 E houve grande alegria naquela
cidade.
At 8:9 Ora, havia certo homem, chamado
Simão,
que ali
praticava a mágica,
iludindo
o povo de Samaria,
insinuando
ser ele grande vulto;
At
8:10 ao qual todos davam ouvidos,
do
menor ao maior, dizendo:
Este homem é
o poder de Deus,
chamado o
Grande Poder.
At 8:11 Aderiam a ele
porque havia
muito os iludira com mágicas.
At 8:12 Quando, porém, deram crédito a
Filipe,
que os
evangelizava
a
respeito do reino de Deus
e
do nome de Jesus Cristo,
iam
sendo batizados,
assim
homens como mulheres.
At
8:13 O próprio Simão abraçou a fé;
e,
tendo sido batizado,
acompanhava
a Filipe de perto,
observando
extasiado
os sinais e
grandes milagres praticados.
At 8:14 Ouvindo os apóstolos, que
estavam em Jerusalém,
que Samaria
recebera a palavra de Deus,
enviaram-lhe
Pedro e João;
At
8:15 os quais, descendo para lá,
oraram
por eles para que recebessem
o
Espírito Santo;
At
8:16 porquanto não havia ainda descido
sobre
nenhum deles,
mas
somente haviam sido batizados
em o nome do
Senhor Jesus.
At 8:17
Então, lhes impunham as mãos,
e
recebiam estes
o
Espírito Santo.
At 8:18 Vendo, porém, Simão que,
pelo fato de
imporem os apóstolos as mãos,
era
concedido o Espírito [Santo],
ofereceu-lhes
dinheiro,
At 8:19
propondo:
Concedei-me
também a mim este poder,
para
que aquele sobre quem eu impuser as mãos
receba
o Espírito Santo.
At 8:20 Pedro, porém, lhe respondeu:
O teu
dinheiro seja contigo para perdição,
pois
julgaste adquirir, por meio dele,
o
dom de Deus.
At 8:21 Não
tens parte nem sorte neste ministério,
porque
o teu coração não é reto diante de Deus.
At 8:22
Arrepende-te, pois, da tua maldade
e roga ao
Senhor;
talvez
te seja perdoado o intento do coração;
At
8:23 pois vejo que estás em fel de amargura
e
laço de iniqüidade.
At 8:24 Respondendo, porém, Simão lhes
pediu:
Rogai vós por
mim ao Senhor,
para
que nada do que dissestes sobrevenha a mim.
At 8:25 Eles, porém, havendo testificado
e falado a palavra do Senhor,
voltaram para
Jerusalém
e
evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos.
At 8:26 Um anjo do Senhor falou a
Filipe, dizendo:
Dispõe-te
e vai para o
lado do Sul,
no
caminho que desce de Jerusalém a Gaza;
este
se acha deserto.
Ele
se levantou e foi.
At 8:27 Eis que um etíope,
eunuco,
alto
oficial de Candace,
rainha
dos etíopes,
o qual era
superintendente de todo o seu tesouro,
que
viera adorar em Jerusalém,
At
8:28 estava de volta
e,
assentado no seu carro,
vinha
lendo o profeta Isaías.
At 8:29 Então, disse o Espírito a
Filipe:
Aproxima-te
desse carro
e
acompanha-o.
At 8:30 Correndo Filipe,
ouviu-o ler o
profeta Isaías e perguntou:
Compreendes
o que vens lendo?
At 8:31 Ele respondeu:
Como poderei
entender,
se
alguém não me explicar?
E convidou Filipe a subir
e a sentar-se junto a ele.
At 8:32 Ora, a passagem da Escritura que
estava lendo era esta:
Foi levado
como ovelha ao matadouro;
e,
como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador,
assim
ele não abriu a boca.
At 8:33 Na
sua humilhação,
lhe
negaram justiça;
quem
lhe poderá descrever a geração?
Porque da
terra a sua vida é tirada.
At 8:34 Então, o eunuco disse a Filipe:
Peço-te que
me expliques a quem se refere o profeta.
Fala
de si mesmo ou de algum outro?
At 8:35 Então, Filipe explicou;
e, começando
por esta passagem da Escritura,
anunciou-lhe
a Jesus.
At 8:36 Seguindo eles caminho fora,
chegando a
certo lugar onde havia água, disse o eunuco:
Eis
aqui água; que impede que seja eu batizado?
At 8:37 [Filipe respondeu:
É lícito,
se
crês de todo o coração.
E, respondendo ele, disse:
Creio que
Jesus Cristo
é
o Filho de Deus.]
At 8:38 Então, mandou parar o carro,
ambos
desceram à água,
e
Filipe batizou o eunuco.
At 8:39 Quando saíram da água,
o Espírito do
Senhor
arrebatou
a Filipe,
não
o vendo mais o eunuco;
e
este foi seguindo o seu caminho,
cheio
de júbilo.
At 8:40 Mas Filipe
veio a
achar-se em Azoto;
e, passando
além,
evangelizava
todas as cidades até chegar a Cesaréia.
Que história bonita a de Filipe. Merece um
estudo sério e dedicado. Poderemos meditar no apoio que enviou os apóstolos à
Samaria ao encaminhar a eles Pedro e João que oravam e ele recebiam o Espírito
Santo; que este fato despertou o desejo de Simão, o mágico, em obter o mesmo
poder para que impondo ele as mãos também recebessem o Espírito Santo; o anjo
que lhe sugeriu evangelizar o eunuco; o Espírito Santo que tele transportou Filipe...
Meu Deus, há tantos mistérios e maravilhas nos teus caminhos....
Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 7, da parte II.
Breve síntese do capítulo 7
Estêvão, o primeiro mártir cristão, tombou
apedrejado por seus algozes invejosos que não podiam resistir à sabedoria e ao
Espírito Santo que nele falava com ousadia e sabedoria.
Fora o sacerdote que o provocara com a
pergunta inicial “Porventura, é isto assim?” motivada pela falsa acusação
contra ele. Aproveitando o ensejo, Estêvão vai e responde ao sacerdote e navega
pela Bíblia mostrando e demonstrando que Cristo é o Messias que eles
crucificaram e o mataram.
Ele começa com Abraão, fala da descendência
e se concentra em Moisés, em seu chamado, sua obra e ministério e, finalmente,
sua palavra profética a respeito de um profeta semelhante a ele que seria
levantado. A lei fora entregue ao povo judeu pelo ministério de anjos, mas não
foi cumprida.
Depois fala de Davi, de Salomão que seria
aquele que lhe edificaria casa. Neste ponto ele interrompe para lhes chamar de
incircuncisos de coração e de ouvidos que sempre resistem ao Espírito Santo e
fala de sua visão celestial, mas eles enfurecidos, o colocam fora da cidade e o
apedrejam.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO EM JERUSALÉM (3.1-7.60) - continuação.
Como dissemos, os apóstolos testemunharam
de Cristo primeiramente em Jerusalém, conforme foram instruídos, realizando
milagres e pregando o evangelho de Cristo; porém, sofreram muitas perseguições.
A igreja cresceu em Jerusalém e com esse crescimento sobrevieram discórdias
internas. Mesmo assim, a igreja permaneceu firme e continuou a crescer em
número em Jerusalém.
Essa parte II foi dividida em seis seções:
A. O milagre e o sermão de Pedro no Templo (3.1-26) – já vimos; B. A perseguição pelo Sinédrio (4.1-31) – já vimos; C. A vida em comunidade entre
os cristãos (4.32-5.11) – já vimos;
D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42) – já vimos; E. Continuação da vida em comunidade entre os cristãos
(6.1-7) – já vimos; e, F A
perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60) – concluiremos agora.
F A perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60).
Como dissemos, estaremos vendo até ao final
deste capítulo, a perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão, um dos sete
diáconos.
O capitulo começa com o sumo sacerdote
fazendo uma pergunta a Estêvão se eram verdadeiras as acusações contra ele.
Estêvão começa a sua resposta se dirigindo
a eles como irmãos e pais. Ele diz que o Deus da glória foi quem inicialmente
apareceu a Abraão.
Esse titulo de Deus da glória ou Deus
glorioso evoca a glória divina que Deus mostrou ao seu povo no tempo de Moisés:
üA
coluna de nuvem (Ex 14.19; 16.10; SI 105.39).
üA
coluna de fogo (Ex 14.24).
üA
glória do Senhor na montanha (Ex 24.15-18; 2Co 3.7).
üA
glória do tabernáculo (Ex 40.34-35; cf. Jo 1.14).
Estêvão além de se dirigir a eles como
irmãos e pais, também chama Abraão de pai que estava ainda na terra dos caldeus
- região da Babilônia, que ficava ao sul da Mesopotâmia (atual Iraque).
Ele sai de lá, em obediência a Deus, depois
da morte de seu pai e foi para Harã. Ele não tinha filhos, mas tinha uma
promessa de Deus sobre a sua descendência que haveria de possuir a terra. Deus
também tinha falado a ele naquele tempo em que ele não tinha filhos que os seus
descendentes iriam ser peregrinos em terra estrangeira e seriam escravizados e
maltratados por cerca de 400 (quatrocentos) anos.
Ex 12.40 especifica "quatrocentos e
trinta anos", porém Estêvão estava falando em números aproximados e
poderia ter em mente o texto de Gn 15.13, que declara "quatrocentos
anos".
Deus também prometeu a ele ali que haveria
de castigar esse povo que iria escraviza-los e dali iriam sair e vir para
adorarem a Deus nesse lugar que ele falava com ele.
Foi nesse instante que ele deu a Abraão a
aliança da circuncisão. Deus estabeleceu a sua aliança com Abraão, o pai do
povo de Israel, que viveu muitos séculos antes de Moisés; e foi este último
quem instituiu os costumes que os oponentes de Estêvão estavam tentando
proteger (6.14).
Por isso que ele gerou a Isaque e o
circuncidou ao oitavo dia e mais tarde gerou a Jacó e aos doze. Ele avança em
sua narrativa e já fala da inveja dos irmãos de José, pois seus irmãos, os
patriarcas, o venderam como escravo para o Egito.
No entanto, Deus era com José no Egito e o
abençoou e o prosperou muitíssimo tornando-o governador do Egito e do palácio
real.
Fala ele da fome que havia na terra e que
Jacó fora buscar alimentos no Egito quando se encontraram com José que todos
pensavam estar morto há muito tempo.
José então se dá a conhecer a seus irmãos e
manda chamar ao seu pai e toda a sua casa para irem morar no Egito durante a
crise de fome que havia na terra. Eram elas setenta e cinco pessoas. O texto
hebraico de Ex 1.15 declara "setenta", porém a tradução grega do
Antigo Testamento (Septuaginta), que At sete basicamente acompanha, além dos
fragmentos de Êxodo encontrados nos Manuscritos do Mar Morto, traz
"setenta e cinco".
A explicação para o número de "setenta
e cinco" se encontra nos cinco descendentes de José incluídos na tradução
grega de Gn 46.20, que registra dois filhos de Manassés e dois filhos e um neto
de Efraim.
O tempo passou e todos daquela geração
morreram. Depois foram levados de volta a Siquém e colocados no túmulo que
Abraão havia comprado ali dos filhos de Hamor, por certa quantia.
Estêvão condensou os fatos sobre a compra
do sepulcro pelo patriarca. Jacó foi sepultado na caverna de Macpela, em Hebrom
(Gn 50.13) e, de acordo com Josefo (Antiguidades, 2.199), os irmãos de José
também foram enterrados em Hebrom.
Porém, os ossos de José foram sepultados em
Siquém, na terra que Jacó havia comprado dos filhos de Hamor (Gn 33.19; 50.25;
Ex 13.19; Js 24.32). Os que estavam ouvindo Estêvão sabiam que Jacó e seus
filhos haviam sido sepultados em locais diferentes (Hebrom e Siquém). A
narrativa aqui está muito resumida.
Como se aproximava o tempo dos 430 anos em
que o povo seria liberto, eles haviam se multiplicado em demasia e outro rei
que não conhecia José, se levantou para governar o Egito.
Ele não fora um bom rei para o povo hebreu
e os oprimiu o povo a ponto de tentar contra a vida dos recém-nascidos para que
não sobrevivessem e Moisés era uma das crianças alvos da morte daquele sistema.
Foi nesse momento que nasceu Moisés,
formoso, e que por três meses fora criado na casa de seu pai até que não teve
mais jeito e sua mãe teve de abandoná-lo à sua sorte, colocando-o num cesto em
um rio. Providencialmente, ele foi apanhado pela filha do Faraó que o educou e
o fez poderoso em palavras e obras. Quem acabou sendo contratada pela filha do
Faraó para amamentar a criança fora a própria mãe de Moisés.
Moisés foi educado em toda a ciência dos
egípcios. Ex 2.10 declara que quando Moisés cresceu, a sua ama (a mãe de
Moisés) "o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho".
A pressuposição e que, como príncipe real, ele passou a receber uma instrução
totalmente egípcia.
Ao completar seus 40 anos, ele, Moisés,
resolve visitar a seus irmãos israelitas e imaginava que eles o receberiam, mas
fora rejeitado e com medo fugiu do Egito indo par ao deserto, indo morar em
Midiã e ali ficou como estrangeiro por mais 40 anos e teve dois filhos.
Quando se completaram mais 40 anos, Deus
apareceu a Moisés numa sarça ardente e o comissionou para voltar ao Egito
libertar o povo da opressão, como ele quis fazer sozinho, confiando em sua
própria força e habilidade, 40 anos antes.
Aos 40 anos ele fora rejeitado, mas agora
era o escolhido de Deus e ele atendeu ao Senhor e foi, confiado agora em Deus,
libertar o povo com realização de grandes maravilhas e sinais. Também conduziu
o povo no deserto por mais 40 anos e faleceu sem entrar na Terra Prometida, mas
a vendo de longe.
Foi esse Moisés que disse a povo que Deus
haveria de levantar outro professa semelhante a ele em tempos futuros. A
primeira referência indireta que Estêvão faz do sucessor de Moisés: Jesus,
aquele que foi rejeitado.
Era esse Moisés quem esteve na congregação
no deserto. "Congregação" é uma tradução do termo grego ekklesia
(igreja), que é usado com frequência na Septuaginta (a tradução grega do At)
como tradução de uma palavra hebraica que significa "assembleia" ou
"congregação em adoração" (5.11).
Ali, ele falava com o anjo no monte Sinai.
Embora Moisés tenha recebido a lei do próprio Deus no monte Sinai (Ex 20.1,21),
de algum modo Deus a entregou a Moisés e ao povo por intermédio de anjos (Dt
33.2; At 7.53; GI 3.19; Hb 2.2).
E dos anjos recebeu palavras vivas para
no-las transmitir. Moisés, ao receber a lei e escrevê-la, tornou-se mediador da
lei de Deus, que foi dada para nos corrigir e instruir, levando-nos em
obediência a Cristo (Gl 3.24).
No entanto, o povo de Deus rejeitou tudo
aquilo e fizeram deuses às suas imagens e semelhanças para os servirem em escravidão
total e cega. Fizeram um ídolo de ouro em forma de bezerro, lhe ofereceram
sacrifícios e celebraram em honra ao que as suas mãos tinham feito.
O resultado disso foi o abandono de Deus
deles para ficarem à vontade com suas sortes, à mercê de suas vontades e
caprichos, seguindo o vento para colherem as tempestades.
Cada vez mais se afundaram no pecado a
ponto de levantarem santuários a Moloque e a estrela do seu deus Renfã, os
ídolos que fizeram para adorarem.
A rejeição a Deus obrigou o Senhor a
enviá-los ao exílio na Babilônia. O problema da rejeição a Deus por causa da
dureza de seus corações é que eles acabam caindo na operação do erro e do
engano.
Estêvão fala que no deserto os antepassados
tinham o tabernáculo da aliança, ou, o tabernáculo do Testemunho. O tabernáculo
do Antigo Testamento continha o Testemunho de Deus, isto é, a sua presença e a
sua promessa representadas na arca da aliança e nas tábuas que continham os Dez
Mandamentos, chamados de 'o Testemunho' (esse termo hebraico está relacionado a
uma palavra babilónica que significa 'estipulações da aliança'; cf. Ex
25.16,21-22; 31.7).
A presença e o poder vivificadores de Deus
também estavam simbolizados na mesa dos pães da proposição (Ex 37.10-16: Hb
9.2), no candelabro de sete hásteas (Ex 37.17-23; cf. Jo 8.12; Ap 1.12-18) e no
altar do incenso (6 37.25.29), que representava as orações do povo de Israel
subindo para Deus que estava sempre presente (SI 141.2; Ap 8.3.4).
Aquele tabernáculo tinha sido feito em obediência
a Deus e conforme o modelo que tinham visto da parte de Deus. Eles receberam o
tabernáculo e o levaram sob a liderança de Josué para a Terra Prometida e lá
permaneceu até a época de Davi.
Davi tinha encontrado graça da parte de
Deus e quis providenciar uma habitação para o Deus de Jacó, mas foi seu filho,
seu descendente, Salomão, quem edificou o templo.
Todavia, Deus não habita em templos feitos
pelos homens, pois que o céu é o seu trono e a terra o estrado de seus pés,
sendo que foram as suas mãos que fizeram todas as coisas – Is 66.1-2.
Até aqui ele falou, pregou e ensinou e
agora os exorta. Ao se referir a eles, os chamam de homens de dura cerviz e
incircuncisos de coração e de ouvidos, ele os acusava de estarem resistindo ao
Espírito Santo e nisso se esforçando muito.
Eles não ouviriam a partir do próprio
coração, e nem obedeceriam ao Senhor e às Escrituras que Estêvão estava
citando. Essas metáforas são figuras do Antigo Testamento para representar a
teimosia espiritual e pessoas não regeneradas (Ex 32.9; 33.3,5; Dt 9.6; 10.16;
30.6; Jr 4.4).
Ele pergunta para eles sobre qual dos
profetas eles não perseguiram? Ele dizia que fora os antepassados que mataram
aqueles que prediziam a vinda do Justo. Um título usado para o Senhor
Todo-Poderoso (ls 24.16) e para Jesus Cristo (22.14; I Jo 2.1). Os antepassados mataram os profetas e eles
estavam se tornando iguaizinhos sendo traidores e assassinos, eles que tinham
recebido a Lei por meio de anjos, mas que não a obedeceram.
Ao ouvirem isso, ficaram muito furiosos e
estavam já rangendo os dentes contra ele. O ódio os consumia e os cegava
completamente. Ele foi uma luz forte em seu meio, mas preferiram as trevas. Assim
são todos os que rejeitam a Deus e aos que pregam em nome de Jesus.
Estêvão de tão cheio de Deus agora via a
glória de Deus. A presença luminosa de Deus e seu trono (cf. Ap 15.8;
21.11,23). Também ele via quem estava à sua direita. Geralmente as Escrituras
dizem que Jesus está sentado à direita de Deus porque a sua obra está terminada
(Rm 8.34; Cl 3.1; Hb 10.12); aqui, porém, ele está em pé para receber Estêvão
ou levantou-se como seu advogado de defesa. Nesse episódio, o Filho do Homem
foi tanto o juiz como o advogado.
A visão de Estêvão do Filho do Homem nos
céus deve ter evocado no Sinédrio uma lembrança vívida do julgamento de Jesus
que, ao responder a pergunta "És tu o Cristo?", respondeu: "Eu
sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com
as nuvens do céu" (Mc 14.61-62).
Estêvão declarou estar vendo esse mesmo
Jesus, porém agora sentado à direita de Deus. Essa visão comprovou a veracidade
das palavras de Estêvão e a condenação do Sinédrio por causa da rejeição.
Eles tamparam os seus ouvidos para não
ouvirem o que ele dizia e o arrastaram para fora da cidade e ali o apedrejaram.
As suas vestes eles deixaram aos pés de um jovem chamado Saulo.
Saulo (que mais tarde seria chamado de
Paulo) era associado ao Sinédrio (pois era fariseu; Fp 3.5) e possivelmente foi
um dos instigadores do julgamento de Estêvão (8.3; 9.1-2). E bastante
apropriado que Lucas faça menção de Saulo nesse momento, uma vez que é o
segundo personagem mais importante do seu livro.
Estêvão já partindo para a glória, ora pelos
seus inimigos para sobre eles não ser imputado aquele pecado! Compare essa
declaração com a que Jesus proferiu em Lc 23.34.
Então, adormeceu, um eufemismo para morreu (Jo
11.11-13).
At 7:1 Então,
lhe perguntou o sumo sacerdote:
Porventura, é
isto assim?
At 7:2 Estêvão respondeu:
Varões irmãos
e pais, ouvi.
O
Deus da glória apareceu a Abraão, nosso pai,
quando estava
na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã,
At 7:3 e lhe
disse:
Sai
da tua terra
e
da tua parentela
e
vem para a terra que eu te mostrarei.
At 7:4 Então,
saiu da terra dos caldeus
e foi habitar
em Harã.
E dali, com a
morte de seu pai,
Deus
o trouxe para esta terra
em
que vós agora habitais.
At 7:5 Nela,
não lhe deu herança,
nem sequer o espaço
de um pé;
mas
prometeu dar-lhe a posse dela
e,
depois dele, à sua descendência,
não
tendo ele filho.
At 7:6 E
falou Deus que a sua descendência
seria
peregrina em terra estrangeira,
onde
seriam escravizados
e
maltratados por quatrocentos anos;
At
7:7 eu, disse Deus,
julgarei
a nação da qual forem escravos;
e,
depois disto,
sairão
daí
e
me servirão neste lugar.
At
7:8 Então, lhe deu a aliança da circuncisão;
assim,
nasceu Isaque,
e
Abraão o circuncidou ao oitavo dia;
de Isaque
procedeu Jacó,
e deste, os
doze patriarcas.
At 7:9 Os
patriarcas,
invejosos
de José,
venderam-no
para o Egito;
mas
Deus estava com ele
At
7:10 e livrou-o de todas as suas aflições,
concedendo-lhe
também graça
e
sabedoria perante Faraó, rei do Egito,
que
o constituiu governador
daquela
nação
e de toda a
casa real.
At
7:11 Sobreveio, porém, fome em todo o Egito;
e,
em Canaã, houve grande tribulação,
e
nossos pais não achavam mantimentos.
At 7:12 Mas,
tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo,
enviou,
pela primeira vez, os nossos pais.
At
7:13 Na segunda vez,
José se fez
reconhecer por seus irmãos,
e se tornou
conhecida de Faraó
a
família de José.
At
7:14 Então, José mandou chamar a Jacó, seu pai,
e toda a sua
parentela,
isto
é, setenta e cinco pessoas.
At
7:15 Jacó desceu ao Egito,
e ali morreu
ele
e também
nossos pais;
At
7:16 e foram transportados para Siquém
e
postos no sepulcro que Abraão
ali
comprara a dinheiro
aos
filhos de Hamor.
At 7:17 Como,
porém, se aproximasse o tempo da promessa
que
Deus jurou a Abraão,
o
povo cresceu
e
se multiplicou no Egito,
At
7:18 até que se levantou ali outro rei,
que
não conhecia a José.
At 7:19 Este
outro rei tratou com astúcia a nossa raça
e
torturou os nossos pais,
a ponto de
forçá-los a enjeitar seus filhos,
para
que não sobrevivessem.
At
7:20 Por esse tempo, nasceu Moisés,
que
era formoso aos olhos de Deus.
Por três
meses, foi ele mantido na casa de seu pai;
At
7:21 quando foi exposto,
a
filha de Faraó o recolheu
e
criou como seu próprio filho.
At 7:22 E
Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios
e
era poderoso em palavras e obras.
At
7:23 Quando completou quarenta anos,
veio-lhe
a idéia de visitar seus irmãos,
os
filhos de Israel.
At 7:24 Vendo
um homem tratado injustamente,
tomou-lhe
a defesa
e vingou o
oprimido, matando o egípcio.
At
7:25 Ora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam
que
Deus os queria salvar por intermédio dele;
eles,
porém, não compreenderam.
At
7:26 No dia seguinte, aproximou-se de uns que brigavam
e
procurou reconduzi-los à paz, dizendo:
Homens,
vós sois irmãos;
por
que vos ofendeis uns aos outros?
At
7:27 Mas o que agredia o próximo o repeliu, dizendo:
Quem
te constituiu autoridade e juiz sobre nós?
At 7:28
Acaso, queres matar-me, como fizeste ontem ao egípcio?
At
7:29 A estas palavras Moisés fugiu
e
tornou-se peregrino na terra de Midiã,
onde
lhe nasceram dois filhos.
At
7:30 Decorridos quarenta anos,
apareceu-lhe,
no deserto do monte Sinai,
um
anjo, por entre as chamas de uma sarça
que
ardia.
At 7:31
Moisés, porém, diante daquela visão,
ficou
maravilhado
e,
aproximando-se para observar,
ouviu-se
a voz do Senhor:
At
7:32 Eu sou o Deus dos teus pais,
o
Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.
Moisés,
tremendo de medo,
não
ousava contemplá-la.
At
7:33 Disse-lhe o Senhor:
Tira
a sandália dos pés,
porque
o lugar em que estás é terra santa.
At
7:34 Vi, com efeito,
o
sofrimento do meu povo no Egito,
ouvi o seu
gemido
e desci para
libertá-lo.
Vem
agora,
e
eu te enviarei ao Egito.
At
7:35 A este Moisés, a quem negaram reconhecer, dizendo:
Quem
te constituiu autoridade e juiz?
A este enviou
Deus como chefe e libertador,
com
a assistência do anjo que lhe apareceu na sarça.
At 7:36 Este
os tirou,
fazendo
prodígios e sinais na terra do Egito,
assim
como no mar Vermelho e no deserto,
durante
quarenta anos.
At
7:37 Foi Moisés quem disse aos filhos de Israel:
Deus
vos suscitará dentre vossos irmãos
um
profeta semelhante a mim.
At
7:38 É este Moisés quem esteve
na
congregação no deserto,
com
o anjo que lhe falava no monte Sinai
e
com os nossos pais;
o qual
recebeu palavras vivas para no-las transmitir.
At
7:39 A quem nossos pais não quiseram obedecer;
antes,
o repeliram
e,
no seu coração, voltaram para o Egito,
At
7:40 dizendo a Arão:
Faze-nos
deuses que vão adiante de nós;
porque,
quanto a este Moisés,
que
nos tirou da terra do Egito,
não
sabemos o que lhe aconteceu.
At
7:41 Naqueles dias, fizeram um bezerro
e
ofereceram sacrifício ao ídolo,
alegrando-se
com as obras das suas mãos.
At 7:42 Mas
Deus se afastou
e os entregou
ao culto da milícia celestial,
como
está escrito no Livro dos Profetas:
Ó
casa de Israel, porventura,
me
oferecestes vítimas
e
sacrifícios no deserto,
pelo espaço
de quarenta anos,
At 7:43 e,
acaso, não levantastes o tabernáculo de Moloque
e
a estrela do deus Renfã,
figuras que
fizestes para as adorar?
Por
isso, vos desterrarei
para
além da Babilônia.
At
7:44 O tabernáculo do Testemunho estava
entre
nossos pais no deserto,
como determinara
aquele que disse a Moisés que o fizesse
segundo
o modelo que tinha visto.
At
7:45 O qual também nossos pais, com Josué,
tendo-o
recebido,
o levaram,
quando tomaram posse das nações
que Deus
expulsou da presença deles,
até
aos dias de Davi.
At
7:46 Este achou graça diante de Deus
e
lhe suplicou a faculdade de prover morada
para
o Deus de Jacó.
At
7:47 Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa.
At 7:48
Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas;
como
diz o profeta:
At
7:49 O céu é o meu trono,
e
a terra, o estrado dos meus pés;
que casa me
edificareis, diz o Senhor,
ou
qual é o lugar do meu repouso?
At 7:50 Não
foi, porventura, a minha mão
que
fez todas estas coisas?
At 7:51
Homens de dura cerviz
e incircuncisos
de coração e de ouvidos,
vós
sempre resistis ao Espírito Santo;
assim como
fizeram vossos pais,
também
vós o fazeis.
At 7:52 Qual
dos profetas vossos pais não perseguiram?
Eles
mataram os que anteriormente anunciavam
a
vinda do Justo,
do qual vós
agora vos tornastes traidores e assassinos,
At 7:53 vós
que recebestes a lei por ministério de anjos
e
não a guardastes.
At 7:54 Ouvindo eles isto,
enfureciam-se
no seu coração
e rilhavam os
dentes contra ele.
At
7:55 Mas Estêvão,
cheio
do Espírito Santo,
fitou
os olhos no céu
e
viu a glória de Deus e Jesus,
que
estava à sua direita,
At
7:56 e disse:
Eis
que vejo os céus abertos
e
o Filho do Homem, em pé
à
destra de Deus.
At 7:57 Eles, porém, clamando em alta
voz,
taparam os
ouvidos
e, unânimes,
arremeteram
contra ele.
At 7:58 E, lançando-o fora da cidade,
o
apedrejaram.
As testemunhas deixaram suas vestes
aos pés de um
jovem
chamado
Saulo.
At 7:59 E apedrejavam Estêvão,
que invocava
e dizia:
Senhor
Jesus,
recebe
o meu espírito!
At 7:60
Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz:
Senhor, não
lhes imputes este pecado!
Com
estas palavras,
adormeceu.
Apedrejado, pegam das vestes de Estêvão e
as colocam aos pés daquele que irá ser o maior teólogo de todos os tempos, o
pequeno-grande Apóstolo Paulo.
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