Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 6, da parte II.
Breve síntese do capítulo 6
Temos neste capítulo a instituição do
diaconato por conta de um problema natural surgido entre os helenistas e os
hebreus relacionados às suas viúvas.
Foi necessária a separação entre eles
daqueles que serviriam e se dedicariam à oração e à ministração da palavra e
aqueles que iriam servir às mesas. Assim, foram escolhidos sete varões cujas
características se aplicam a todos os que devem servir a Cristo, no diaconato:
De boa reputação.
Cheios do Espírito.
Cheios de sabedoria.
Os apóstolos impõem as suas mãos sobre eles
para os consagrarem a esse serviço e desta forma a igreja ia crescendo e
conquistando muitos adeptos, inclusive sacerdotes por conta das coisas que
Jesus permitiu que fizessem por meio de seu nome.
A partir do verso sete, a história começa a
se concentrar em um diácono: Estevão cujo rosto contemplado pelos adversários
parecia em sua aparência a de um anjo.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO EM JERUSALÉM (3.1-7.60) - continuação.
Como dissemos, os apóstolos testemunharam
de Cristo primeiramente em Jerusalém, conforme foram instruídos, realizando
milagres e pregando o evangelho de Cristo; porém, sofreram muitas perseguições.
A igreja cresceu em Jerusalém e com esse crescimento sobrevieram discórdias
internas. Mesmo assim, a igreja permaneceu firme e continuou a crescer em
número em Jerusalém.
Essa parte II foi dividida em seis seções:
A. O milagre e o sermão de Pedro no Templo (3.1-26) – já vimos; B. A perseguição pelo Sinédrio (4.1-31) – já vimos; C. A vida em comunidade entre
os cristãos (4.32-5.11) – já vimos;
D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42) – já vimos; E. Continuação da vida em comunidade entre os cristãos
(6.1-7) – veremos agora; e, F A
perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60) – começaremos a ver agora.
E. Continuação da vida em comunidade (6.1-7).
Veremos nos próximos sete versículos, a continuação
da vida em comunidade entre os cristãos. Alternando entre perseguições e vida
comunitária, Lucas retorna novamente aos acontecimentos da vida cristã em
comunidade.
Surgiu na igreja uma discussão entre os
judeus palestinos e os judeus helenistas que foi resolvida com os apóstolos
sugerindo que a igreja escolhesse alguns servos para auxiliar em sua
organização.
Essa solução demonstrou a necessidade de
liderança, ordem e serviço dentro da igreja.
As viúvas dos judeus de fala grega estavam
sendo esquecidas na distribuição diária dos alimentos e isso estava trazendo
transtornos ao povo.
O Antigo Testamento exigia que as pessoas
demonstrassem compaixão pelos pobres e necessitados. Essa preocupação é
percebida nas ações que foram postas em prática em 2.44-45; 4.34-37.
Aqui, porém, surgiu o velho problema da
discriminação social: as viúvas dos judeus gregos eram consideradas como
estrangeiras pelos judeus hebraicos nativos e, por isso, não estavam sendo
atendidas pela distribuição habitual de alimentos (provavelmente disponíveis,
em parte, pelas contribuições generosas relatadas em 4.34-37).
Isso constrangeu a todos e trouxe um
problema que necessitaria de resolução entre os doze. Matias agora pertencia ao
grupo dos doze apóstolos (1.26), o que representa uma alteração no termo 'os
onze' (1.26; 2.14; Lc 24.9,33).
Essa citação “discípulos”, no verso dois, é
a primeira de uma série de ocorrências em Atos nas quais os cristãos agora são
chamados de “discípulos” (p. ex.. 6.7; 9.1; 11.26; 13.52). Contudo, Paulo não
empregou esse termo para se referir aos cristãos.
Eles estavam preocupados com o ministério da
palavra de Deus que começava a ficar sufocada pelas atividades necessárias do
dia-a-dia.
Nessa questão que envolveu a organização
inicial da igreja, Lucas registra dois ministérios importantes da igreja do
Novo Testamento:
(1)O
ministério da palavra e da oração (vs. 4).
(2)O
ministério de suprir as necessidades físicas dos cristãos, resumido na
expressão "servir às mesas".
O grego utiliza o verbo diakoneo ("servir"), de onde
procede a palavra portuguesa para "diácono".
Em 6.1, a forma nominal desse verbo é
traduzida como "distribuição", sendo empregada também para se referir
ao "ministério" dos apóstolos no vs. 4.
As qualificações para o ofício de diácono
estão descritas em 1Tm 3.8-13.
Os membros da igreja elegeram sete homens
que foram ordenados (separados para o serviço) pelos apóstolos por meio da
oração e da imposição de mãos (vs. 6). Eles eram cheios do Espírito e de
sabedoria. Em qualquer época, há dois requisitos para o ministério de servir:
üObediência
ao Espírito.
üAção
orientada pela sabedoria.
Essa ação proposta pelos doze agradou a
igreja. Todos os homens tinham nomes gregos, o que pode indicar que eram judeus
da dispersão. Contudo, nessa época muitos judeus palestinos tinham nomes gregos
(p. ex., Simão Pedro).
O primeiro e o último da lista receberam o
registro de suas qualidades: Estêvão ("homem cheio de fé e do Espírito
Santo") recebeu esse atributo por causa de sua atuação em 6.8-7.60; e
Nicolau ("prosélito de Antioquia") presumivelmente para indicar a
natureza cosmopolita de seu serviço e salientar Antioquia, que em breve seria
alvo e centro de atividade missionária.
As qualidades de Filipe também são
apontadas (8.5-6,26-40), em virtude de seu posterior ministério na Samaria e
seu encontro com o eunuco etíope.
F A perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60).
A partir do vs. 8 até ao final do próximo
capítulo, veremos a perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão, um dos sete
diáconos.
Estêvão foi o primeiro mártir da igreja
cristã. Seu sermão revelou o fracasso espiritual da Israel do Antigo Testamento
e apresentou a esperança que é oferecida em Cristo. Contudo, a pregação dessa
mensagem causou o seu assassinato.
Lucas encantou-se com a coragem e fé de
Estêvão ao enfrentar seus oponentes. Essas ações de Estêvão exemplificaram o
poder do testemunho no Espírito em outros que não os apóstolos.
Todos os sete que foram apresentados aos
apóstolos e estes impuseram as mãos sobre eles, foram:
(1)Estêvão,
homem cheio de fé e do Espírito Santo. Ele realizava grandes maravilhas e
sinais entre o povo.
(2)Filipe,
posteriormente realizou milagres semelhantes (8.6) àqueles dos apóstolos que o
haviam ordenado.
(3)Prócoro.
(4)Nicanor.
(5)Timom.
(6)Pármenas.
(7)Nicolau,
um convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia.
Movidos de inveja, ódio e cheios de
Satanás, os membros da chamada sinagoga dos libertos (era formada por judeus
que haviam sido libertos da escravidão), dos judeus de Cirene (uma conhecida
cidade ao norte da África) e de Alexandria, bem como das províncias da Cilícia (uma
província romana localizada no sudeste da Ásia Menor. Tarso, cidade natal de
Paulo - 9.11,30; 11.25 -, era uma das cidades mais importantes dessa região.) e
da Ásia (uma província romana que se localizava a oeste da atual Turquia),
começaram a discutir com Estevão.
Como não podiam com ele prevalecer, usaram
de malignos artifícios para o prenderem e o acusaram, falsamente, de ter
blasfemado contra Moisés e contra Deus – vs. 11.
A oposição ferrenha contra Estêvão incluiu
subornar falsas testemunhas, incitar o povo e os líderes, prender Estêvão e
levá-lo perante o Sinédrio.
Embora Estevão, à luz do evangelho, talvez
tenha começado o seu sermão expressando certa preocupação quanto à observância
superficial dos detalhes técnicos da lei, o que de fato falou (ver o cap. 7)
era que Moisés - do mesmo modo que Jesus e o próprio Estêvão - foi rejeitado
pelo seu povo (7.35,39). Isso não deveria ter sido considerado como blasfêmia
contra Moisés e Deus.
Estêvão também não fez objeções ao templo;
apenas declarou que Deus não está confinado às construções feitas pelos homens,
uma vez que o céu é sua habitação e seu trono (7.48-50).
Na verdade, Estêvão estava confirmando a
lei e os ensinamentos de Moisés, especialmente porque eles apontavam para
Cristo (7.37-38; cf. 1 Rs 8.27; 2Cr 2.6; 6.18).
As testemunhas falsas o acusavam de falar
contra este lugar santo e contra a lei e que também esse Jesus, o Nazareno,
destruiria aquele lugar e mudaria os costumes que Moisés havia ligado a eles.
A liderança judaica conhecia essa mal
interpretada citação de Jesus (Jo 2.19), mas não há evidências de que Estêvão a
conhecesse ou a tivesse pronunciado.
Estêvão não teve dúvida em defender que os
costumes judaicos deveriam se ajustar ao evangelho.
Lucas destaca no vs. 15 que aqueles homens
que estavam olhando para Estevam - todos os que estavam sentados no Sinédrio - observavam
que o rosto dele parecia o rosto de um anjo.
At 6:1 Ora, naqueles dias,
multiplicando-se
o número dos discípulos,
houve
murmuração dos helenistas contra os hebreus,
porque
as viúvas deles estavam sendo esquecidas
na
distribuição diária.
At 6:2 Então, os doze convocaram a
comunidade dos discípulos e disseram:
Não é
razoável que nós abandonemos a palavra de Deus
para
servir às mesas.
At 6:3 Mas,
irmãos, escolhei dentre vós sete homens
de
boa reputação,
cheios
do Espírito
e
de sabedoria,
aos
quais encarregaremos deste serviço;
At 6:4 e,
quanto a nós, nos consagraremos
à
oração
e
ao ministério da palavra.
At 6:5 O parecer agradou a toda a
comunidade;
e elegeram
Estêvão,
homem
cheio de fé
e
do Espírito Santo,
Filipe,
Prócoro,
Nicanor,
Timão,
Pármenas
e Nicolau,
prosélito de Antioquia.
At 6:6 Apresentaram-nos perante os
apóstolos,
e estes,
orando,
lhes
impuseram as mãos.
At 6:7 Crescia a palavra de Deus, e, em
Jerusalém,
se
multiplicava o número dos discípulos;
também
muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.
At 6:8 Estêvão,
cheio de
graça e poder,
fazia
prodígios
e
grandes sinais entre o povo.
At 6:9 Levantaram-se, porém, alguns
dos que eram
da sinagoga chamada
dos
Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos
e
dos da Cilícia e Ásia,
e
discutiam com Estêvão;
At 6:10 e não podiam resistir à
sabedoria
e ao Espírito, pelo qual ele falava.
At 6:11 Então, subornaram homens que
dissessem:
Temos ouvido
este homem proferir blasfêmias
contra
Moisés
e
contra Deus.
At 6:12 Sublevaram
o povo,
os anciãos
e os escribas
e,
investindo,
o
arrebataram, levando-o ao Sinédrio.
At 6:13 Apresentaram testemunhas falsas,
que depuseram:
Este homem
não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei;
At
6:14 porque o temos ouvido dizer que esse Jesus,
o
Nazareno,
destruirá
este lugar
e
mudará os costumes que Moisés nos deu.
At 6:15 Todos os que estavam assentados
no Sinédrio,
fitando os
olhos em Estêvão,
viram
o seu rosto como se fosse rosto de anjo.
O crescimento e avanço da igreja era
notório e isto enfureceu e despertou a inveja na oposição que primeiramente
tentou discutir com ele, mas não pode por causa de sua sabedoria e
conhecimento. Sendo assim, logo começou a mentir e a planejar o mal contra
eles.
A lição que fica é que quando estivermos
pregando com sabedoria e poder de Deus, muitos se converterão, mas outros, por
causa da inveja, terão forças para planejarem o mal e o executarem. E agora,
deixaremos de pregar por causa disso?
Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 5, da parte II.
Breve síntese do capítulo 5
A história continua e estamos diante de um
fato em que um casal resolve aprontar enganando os apóstolos, mas o fim deles
foi muito cruel. Com Deus não se brinca!
Às vezes penso que as manifestações de Deus
no presente não são maiores por causa de muitas vidas como as de Ananias e
Safira que precisam de mais tempo para entenderem os caminhos santos de Deus.
No entanto, somente após este desastre é que veio o temor de Deus sobre todos.
Então Lucas relata que muitos sinais e prodígios
eram feitos pelas mãos dos apóstolos e o conceito deles na sociedade era
notório. O povo os ouvia e colocavam seus enfermos para receberem orações e
ministrações de curas e libertações.
Tanto era a multidão dos que se aproximavam
dos apóstolos que isso incomodou as autoridades religiosas daquele local e
começaram novas perseguições e prisões.
As manifestações espirituais eram tão
poderosas que até anjos intervinham nos negócios dos homens a favor dos
apóstolos. Os sacerdotes prenderam os apóstolos e os anjos os soltaram.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO EM JERUSALÉM (3.1-7.60) - continuação.
Como dissemos, os apóstolos testemunharam
de Cristo primeiramente em Jerusalém, conforme foram instruídos, realizando
milagres e pregando o evangelho de Cristo; porém, sofreram muitas perseguições.
A igreja cresceu em Jerusalém e com esse crescimento sobrevieram discórdias
internas. Mesmo assim, a igreja permaneceu firme e continuou a crescer em
número em Jerusalém.
Essa parte II foi dividida em 6 seções: A.
O milagre e o sermão de Pedro no Templo (3.1-26) – já vimos; B. A perseguição pelo Sinédrio (4.1-31) – já vimos; C. A vida em comunidade entre
os cristãos (4.32-5.11) – concluiremos
agora; D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42) – veremos agora; E. Continuação da vida em comunidade entre os
cristãos (6.1-7); e, F A perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão
(6.8-7.60).
C. A vida em comunidade entre os cristãos (4.32-5.11) - continuação.
Como falamos, Lucas passa a registrar as questões
internas da igreja em Jerusalém. De modo geral, a comunidade cristã em
Jerusalém era ricamente abençoada e harmoniosa principalmente porque os
apóstolos pregavam no poder do Espírito Santo.
Neste capítulo veremos o triste fato de um
casal que se atreveu a mentir aos homens e a Deus.
O egoísmo desse casal é contrastado com a
abnegação de Barnabé, "homem bom, cheio do Espirito Santo e de fé"
(11.24).
Eles tinham o direito de reter para si
mesmos todo o lucro da venda, uma vez que a terra e o lucro da venda lhes
pertenciam (vs. 4); logo, não tinham necessidade nem era necessário o mentir. O
testemunho da igreja sempre esteve em perigo por causa do pecado de alguns (cf.
Lv 10.1-2; Nm 16.23-35; Is 7.19-25; 2Sm 6.1-7).
Satanás encheu o coração de Ananias, mas
não abduzidamente, antes teve a sua plena anuência. Outros exemplos da
influência de Satanás são percebidos na vida de Pedro (Mc 8.33) e Judas
Iscariotes (Lc 22.3; Jo 13.271.
Mais tarde, Pedro advertiu os cristãos da
influência poderosa que Satanás poderia ter sobre a vida deles (1 Pe 5.8). Eles
pensavam estar mentindo aos homens, mas o fato era que esses homens andavam no
nome de Jesus e assim mentiram a Deus, mentiram ao Espírito Santo. Ao afirmar
que Ananias mentiu para Deus (vs. 4), Pedro indicou que o Espírito Santo é Deus
(vs. 9).
Com o seu pecado revelado e exposto, o seu
juízo veio veloz e a consequência de seu pecado o achou ali mesmo, pois ele
morreu e, então, cobriram-lhe o corpo – vs. 6. Presume-se que usaram apenas um
lençol simples para enterrá-los, sem utilizarem um caixão ou uma sepultura de
pedra (cf. com o enterro de Jesus em Mt 27.59-60).
Passou-se 3 horas e eis que surge sua
mulher Safira que juntamente com Ananias tinham arquitetado a mentira. Também
Pedro expõe o seu pecado e avisa que seu marido morrera por causa disso. Ainda
lhe avisa que ela também iria ter o mesmo destino do marido e,
instantaneamente, cai morta aos pés dos que sepultaram seu marido.
Com isso o temor de Deus se espalhara por
toda aquela região. Lucas usa a palavra igreja para se referir a comunidade dos
crentes daquela região.
Essa é a primeira de vinte e três
ocorrências da palavra "igreja" (do grego ekklesia) em Atos.
Estêvão faz referência à ekklesia
("congregação") de Deus do Antigo Testamento em 7.38, e muitas
referências na Septuaginta quanto à congregação reunida em adoração no Antigo
Testamento são traduzidas empregando esse termo.
Na Grécia antiga, a ekklesia era a
assembleia política do povo (cf. 19.32, onde ekklesia é traduzida como
"assembleia").
O Novo Testamento geralmente usa o termo
para se referir a um agrupamento local e organizado de cristãos (8.1; 11.22;
13.1).
Nos escritos paulinos, o termo às vezes é
aplicado à igreja de Jesus Cristo, que é compreendida num sentido mais
abrangente coma sendo "o corpo de Cristo", isto é, a igreja universal
(Ef 4.3-4; 5.25,29-30).
D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42).
A partir do verso 12, uma nova perseguição é
desencadeada pelo Sinédrio contra essa comunidade. Lucas retorna ao relato da
perseguição em Jerusalém.
Ironicamente, os líderes religiosos
judaicos os perseguiram porque ficaram com ciúmes, uma vez que as multidões iam
buscar ajuda e cura com os apóstolos.
No entanto, os apóstolos se alegravam por
causa do próprio sofrimento e continuavam a proclamar poderosamente a Cristo.
Embora alguns aspectos desses
acontecimentos sejam exclusivos desse momento, aparentemente Lucas desejava que
seus leitores permanecessem fiéis e se alegrassem ao sofrerem perseguições. O
mesmo é válido para todas as épocas.
Nenhum seguidor superficial e que não fosse
sincero ousava ser identificado com a igreja. O temor a Deus estava claramente
em evidência. A perseguição ao invés de fazer a igreja desaparecer como queriam
as autoridades, acabou crescendo e ganhando mais e novos adeptos prontos a
sofrerem por Cristo.
Os cristãos verdadeiros iam e se juntavam à
igreja. A primeira referência às mulheres como cristãs é mencionada aqui em
Atos.
De acordo com o interesse de Lucas em
mencionar as mulheres no seu Evangelho (Lc 7.28; 8.2-3; 17.35; 23.27,29,49,55),
ele se refere com frequência às atividades desenvolvidas por elas (1.14;
8.3,12; 9.2,36; 13.50; 16.1,13-14; 17.4,12,34; 18.2; 21.5).
A igreja não parava de crescer e agora eram
trazidos diante dos apóstolos e nas ruas os doentes que eram colocados em camas
e macas.
Do mesmo modo que o poder de cura de Jesus
fluiu de suas vestes ao toque da mulher que sofria de hemorragia (Mc 5.27-28),
Deus permitiu que a sombra de Pedro tivesse o mesmo efeito curativo, como ele
havia feito por meio dos lenços e aventais que Paulo usava (19.11-12).
O povo doente não parava de chegar e todos
eram curados e libertos de suas chagas, doenças, espíritos maus.
Isso despertou nas autoridades da época -
sumo sacerdote e todos os seus companheiros, membros do partido dos saduceus –
grande inveja.
Por conta disso, mandaram prender os
apóstolos, colocando-os numa prisão pública, mas durante a noite um anjo do
Senhor abriu as portas do cárcere, levou-os para fora e disse: "Dirijam-se ao templo e relatem ao povo toda
a mensagem desta Vida" – vs. 18-20.
Eles obedeceram piamente e logo pela manhã
estavam no pátio do templo, como tinham sido instruídos e começaram a ensinar
todo o povo.
O sinédrio – vs. 21 - era o conselho
religioso influente em Jerusalém, composto de setenta e um membros. Sob a
ocupação romana, esse conselho que incluía membros aristocráticos do partido
dos saduceus e instruídos membros do partido dos fariseus e seus associados,
decidia muitas questões judiciais, sociais e religiosas na área.
Com a chegada do sumo sacerdote e seus
companheiros foi que convocaram o Sinédrio (toda a assembleia dos líderes
religiosos de Israel) para mandarem buscar os apóstolos na prisão.
No entanto, eles não estavam na prisão,
embora essa permanecesse fechada, lacrada e com todos os sentinelas presentes.
Ninguém tinha entendido nada do que
acontecera. Parece que nossas prisões somente prendem quem está na dimensão
temporal dos humanos, pois anjos e os que eles se interagem avançam para outra
dimensão onde a física atual não tem ação alguma.
A única explicação razoável seria que
alguém abriu as portas para eles e depois fecharam após eles, sendo que os
sentinelas e vigias dormiram no tempo da fuga, mas que disse que essa
explicação é razoável?
Eles não estavam dentro das prisões como se
era de esperar, mas estavam pregando e ensinando no pátio do templo. Os guardas
se dirigem até eles e os trazem à presença das autoridades do Sinédrio que os
interroga novamente.
Eles lembram a eles que tinham dado ordens
expressas para não pregarem nem ensinarem sobre Jesus e eles estavam fazendo
justamente isso.
Pedro se defende dizendo que seria melhor
obedecer a Deus do que a eles. E aproveita a oportunidade para pregar mais um
pouco.
Pedro e os discípulos não somente enchiam a
cidade do conhecimento do nome de Jesus como também acusavam os membros do
Sinédrio pela morte de Jesus (2.23; 3.15-16; 4.10-11), e o povo ouvia essa
denúncia.
Pedro continua a falar que o Deus de nossos
pais ou de nossos antepassados - como referindo-se ao "Deus de Abraão, de
Isaque e de Jacó" - foi quem ressuscitou Jesus. Uma frase que todos os
judeus que ouviam Pedro e os apóstolos teriam compreendido.
Esse Deus o exaltou a Príncipe e Salvador para
dar a Israel arrependimento e perdão de pecados. Essa declaração teria sido
entendida pelo Sinédrio como unia referência à ressurreição. Essa exaltação da
parte de Deus fazia desse Jesus ressurreto um ser igual a Deus (cf. Jo 5.18;
10.33).
Eles diziam que eles eram testemunhas dessas
coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que lhe obedecem – vs.
32.
Eles ficaram muito irados e cheios de
raiva. Ouvindo isso, eles ficaram furiosos e queriam matá-los.
Até que surge, entre eles, Gamaliel. Ele foi
um dos mais famosos rabinos do seu tempo e professor de Paulo (22.3), além de
provavelmente ter sido neto do renomado rabino Hillel, líder de uma das duas
grandes escolas judaicas de interpretação da lei.
Ao contrário de Shammai, Gamaliel e a
escola de Hillel eram conhecidos por interpretar a lei de modo mais flexível (Mt
19.3-6).
Gamaliel chamou a atenção do Sinédrio para
o que iriam fazer com os apóstolos e citou alguns casos de alguns líderes que
surgiram entre o povo que com a morte do principal deles, todos abandonaram
seus ensinamentos.
Por exemplo, Teudas. A BEG esclarece que um
homem com esse nome é mencionado pelo historiador judeu Josefo (Antiguidades,
20,98-99), porém ele viveu num período posterior e é diferente do Teudas
mencionado aqui por Lucas.
Outro exemplo citado foi o de Judas, o
galileu nos dias do recenseamento. Esse não é o mesmo censo registrado em Lc
2.1, que foi ordenado pelo imperador romano Augusto em aproximadamente 8 a.C.
(porém foi adiado para 5 ou 6 a.C.), mas o censo que ocorreu quatorze anos
depois (6 d.C.) durante o governo do Procurador Copônio.
Josefo (Guerra dos Judeus, 20.118) fala de
certo galileu de Gamala, em Gaulanites (Antiguidades, 18.4), que causou uma
revolta popular ao se recusar a pagar os impostos e submeter-se aos romanos.
Essa revolta fracassou, mas pode ter
influenciado o surgimento do partido dos zelotes. O apóstolo Simão, o Zelote
(Mt 10.4; At 1.13), possivelmente foi um membro desse grupo.
Depois, ele aconselha, sabiamente, o
Sinédrio para deixarem aqueles homens em paz e soltá-los, sendo que todo
projeto de origem humana entre eles, falhará, mas se não, triunfará, pois Deus
de fato estaria nesse negócio.
Gamaliel conseguiu, com seu discurso, convencer
o Sinédrio que mandou chamá-los e açoitá-los. Os apóstolos receberam a
tradicional "quarentena de açoites menos um" (2Co 11.24).
O fato engraçado é que eles não saíram tristes,
nem lamentando ou chorando, mas alegres! Mesmo tendo tomado uma terrível surra!
“Os
apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de
serem humilhados por causa do Nome. Todos os dias, no templo e de casa em casa,
não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo.” (Vs. 41-42 - NVI).
Os sermões de Atos apelam constantemente
para o fato de que Jesus é o Cristo, o Messias (2.31; 3.20; 9.22; 17.3;
18.5,28; 26.23).
At 5:1 Entretanto, certo homem, chamado Ananias,
com sua mulher Safira,
vendeu
uma propriedade,
At
5:2 mas, em acordo com sua mulher,
reteve
parte do preço
e,
levando o restante,
depositou-o
aos pés dos apóstolos.
At 5:3 Então, disse Pedro:
Ananias,
por que encheu Satanás teu coração,
para
que mentisses ao Espírito Santo,
reservando
parte do valor do campo?
At
5:4 Conservando-o, porventura, não seria teu?
E,
vendido, não estaria em teu poder?
Como,
pois, assentaste no coração este desígnio?
Não
mentiste aos homens, mas a Deus.
At 5:5 Ouvindo estas palavras,
Ananias
caiu e expirou,
sobrevindo
grande temor a todos os ouvintes.
At 5:6 Levantando-se os moços,
cobriram-lhe
o corpo
e,
levando-o, o sepultaram.
At 5:7 Quase três horas depois,
entrou
a mulher de Ananias,
não
sabendo o que ocorrera.
At 5:8 Então, Pedro, dirigindo-se a ela,
perguntou-lhe:
Dize-me,
vendestes por tanto aquela terra?
Ela
respondeu: Sim, por tanto.
At 5:9 Tornou-lhe Pedro:
Por
que entrastes em acordo para tentar o Espírito do Senhor?
Eis
aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido,
e
eles também te levarão.
At 5:10 No mesmo instante,
caiu
ela aos pés de Pedro e expirou.
Entrando os moços,
acharam-na
morta
e,
levando-a, sepultaram-na junto do marido.
At 5:11 E sobreveio grande temor
a
toda a igreja
e
a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.
At 5:12 Muitos sinais e prodígios
eram
feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos.
E costumavam todos reunir-se,
de
comum acordo, no Pórtico de Salomão.
At 5:13 Mas, dos restantes,
ninguém
ousava ajuntar-se a eles;
porém
o povo lhes tributava grande admiração.
At 5:14 E crescia mais e mais a multidão
de crentes,
tanto
homens como mulheres,
agregados
ao Senhor,
At
5:15 a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas
e
os colocarem sobre leitos e macas,
para
que, ao passar Pedro,
ao
menos a sua sombra se projetasse nalguns deles.
At 5:16 Afluía também muita gente das
cidades vizinhas a Jerusalém,
levando
doentes
e
atormentados de espíritos imundos,
e
todos eram curados.
At 5:17 Levantando-se, porém, o sumo
sacerdote
e todos os que estavam com ele,
isto é, a seita dos saduceus,
tomaram-se
de inveja,
At
5:18 prenderam os apóstolos
e
os recolheram à prisão pública.
At 5:19 Mas, de noite,
um
anjo do Senhor abriu as portas do cárcere
e,
conduzindo-os para fora, lhes disse:
At
5:20 Ide
e,
apresentando-vos no templo,
dizei
ao povo todas as palavras desta Vida.
At 5:21 Tendo ouvido isto,
logo
ao romper do dia,
entraram
no templo
e
ensinavam.
Chegando, porém, o sumo sacerdote
e os que com ele estavam,
convocaram
o Sinédrio
e
todo o senado dos filhos de Israel
e
mandaram buscá-los no cárcere.
At 5:22 Mas os guardas, indo,
não
os acharam no cárcere;
e, tendo voltado,
relataram,
At 5:23 dizendo:
Achamos
o cárcere fechado com toda a segurança
e
as sentinelas nos seus postos junto às portas;
mas,
abrindo-as,
a
ninguém encontramos dentro.
At 5:24 Quando o capitão do templo
e os principais sacerdotes ouviram estas
informações,
ficaram
perplexos a respeito deles
e
do que viria a ser isto.
At 5:25 Nesse ínterim, alguém chegou
e lhes comunicou:
Eis
que os homens que recolhestes no cárcere,
estão
no templo ensinando o povo.
At 5:26 Nisto, indo o capitão
e os guardas,
os
trouxeram sem violência,
porque
temiam ser apedrejados pelo povo.
At 5:27 Trouxeram-nos,
apresentando-os
ao Sinédrio.
E o sumo sacerdote
interrogou-os,
At 5:28 dizendo:
Expressamente
vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome;
contudo,
enchestes Jerusalém de vossa doutrina;
e
quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.
At 5:29 Então, Pedro
e os demais apóstolos afirmaram:
Antes,
importa obedecer a Deus do que aos homens.
At 5:30 O Deus de nossos pais
ressuscitou a Jesus,
a
quem vós matastes,
pendurando-o
num madeiro.
At 5:31 Deus, porém, com a sua destra,
o
exaltou a Príncipe e Salvador,
a
fim de conceder a Israel
o
arrependimento
e
a remissão de pecados.
At 5:32 Ora, nós somos testemunhas
destes fatos,
e bem assim o Espírito Santo,
que
Deus outorgou aos que lhe obedecem.
At 5:33 Eles, porém, ouvindo,
se
enfureceram
e
queriam matá-los.
At 5:34 Mas, levantando-se no Sinédrio
um fariseu,
chamado
Gamaliel, mestre da lei,
acatado
por todo o povo,
mandou
retirar os homens, por um pouco,
At 5:35 e lhes disse:
Israelitas, atentai bem no que ides
fazer a estes homens.
At
5:36 Porque, antes destes dias, se levantou Teudas,
insinuando
ser ele alguma coisa,
ao
qual se agregaram cerca de quatrocentos homens;
mas
ele foi morto,
e
todos quantos lhe prestavam obediência se dispersaram
e
deram em nada.
At
5:37 Depois desse, levantou-se Judas, o galileu,
nos
dias do recenseamento,
e
levou muitos consigo;
também
este pereceu,
e
todos quantos lhe obedeciam foram dispersos.
At
5:38 Agora, vos digo:
dai
de mão a estes homens, deixai-os;
porque,
se este conselho ou esta obra vem de homens,
perecerá;
At
5:39 mas, se é de Deus,
não
podereis destruí-los,
para
que não sejais, porventura,
achados
lutando contra Deus.
E concordaram com ele.
At 5:40 Chamando os apóstolos,
açoitaram-nos
e,
ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus,
os
soltaram.
At 5:41 E eles se retiraram do Sinédrio
regozijando-se
por terem sido considerados dignos
de
sofrer afrontas por esse Nome.
At 5:42 E todos os dias,
no
templo
e
de casa em casa,
não
cessavam
de
ensinar
e
de pregar
Jesus,
o Cristo.
Não adiantava ameaçá-los, persegui-los e
aprisioná-los para que não mais anunciassem a Cristo Jesus. A alegria deles era
muito grande em estar servindo ao Senhor e se sentiam abençoados por poderem
ter a honra de participarem de algum tipo de sofrimento por amor a Jesus.
Que o Senhor desperte este amor de Atos no
seu povo hoje para que a igreja atual não queira outra coisa se não ensinar e
pregar Jesus, o Cristo.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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