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sábado, 7 de novembro de 2015

Atos 6.1-15 - A INSTITUIÇÃO DO DIACONATO!

Como já dissemos, Atos foi escrito para orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao mundo gentio. Estamos no capítulo 6, da parte II.
Breve síntese do capítulo 6
Temos neste capítulo a instituição do diaconato por conta de um problema natural surgido entre os helenistas e os hebreus relacionados às suas viúvas.
Foi necessária a separação entre eles daqueles que serviriam e se dedicariam à oração e à ministração da palavra e aqueles que iriam servir às mesas. Assim, foram escolhidos sete varões cujas características se aplicam a todos os que devem servir a Cristo, no diaconato:
  • De boa reputação.
  • Cheios do Espírito.
  • Cheios de sabedoria.
Os apóstolos impõem as suas mãos sobre eles para os consagrarem a esse serviço e desta forma a igreja ia crescendo e conquistando muitos adeptos, inclusive sacerdotes por conta das coisas que Jesus permitiu que fizessem por meio de seu nome.
A partir do verso sete, a história começa a se concentrar em um diácono: Estevão cujo rosto contemplado pelos adversários parecia em sua aparência a de um anjo.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO EM JERUSALÉM (3.1-7.60) - continuação.
Como dissemos, os apóstolos testemunharam de Cristo primeiramente em Jerusalém, conforme foram instruídos, realizando milagres e pregando o evangelho de Cristo; porém, sofreram muitas perseguições. A igreja cresceu em Jerusalém e com esse crescimento sobrevieram discórdias internas. Mesmo assim, a igreja permaneceu firme e continuou a crescer em número em Jerusalém.
Essa parte II foi dividida em seis seções: A. O milagre e o sermão de Pedro no Templo (3.1-26) – já vimos; B. A perseguição pelo Sinédrio (4.1-31) – já vimos; C. A vida em comunidade entre os cristãos (4.32-5.11) – já vimos; D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42) – já vimos; E. Continuação da vida em comunidade entre os cristãos (6.1-7) – veremos agora; e, F A perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60) – começaremos a ver agora.
E. Continuação da vida em comunidade (6.1-7).
Veremos nos próximos sete versículos, a continuação da vida em comunidade entre os cristãos. Alternando entre perseguições e vida comunitária, Lucas retorna novamente aos acontecimentos da vida cristã em comunidade.
Surgiu na igreja uma discussão entre os judeus palestinos e os judeus helenistas que foi resolvida com os apóstolos sugerindo que a igreja escolhesse alguns servos para auxiliar em sua organização.
Essa solução demonstrou a necessidade de liderança, ordem e serviço dentro da igreja.
As viúvas dos judeus de fala grega estavam sendo esquecidas na distribuição diária dos alimentos e isso estava trazendo transtornos ao povo.
O Antigo Testamento exigia que as pessoas demonstrassem compaixão pelos pobres e necessitados. Essa preocupação é percebida nas ações que foram postas em prática em 2.44-45; 4.34-37.
Aqui, porém, surgiu o velho problema da discriminação social: as viúvas dos judeus gregos eram consideradas como estrangeiras pelos judeus hebraicos nativos e, por isso, não estavam sendo atendidas pela distribuição habitual de alimentos (provavelmente disponíveis, em parte, pelas contribuições generosas relatadas em 4.34-37).
Isso constrangeu a todos e trouxe um problema que necessitaria de resolução entre os doze. Matias agora pertencia ao grupo dos doze apóstolos (1.26), o que representa uma alteração no termo 'os onze' (1.26; 2.14; Lc 24.9,33).
Essa citação “discípulos”, no verso dois, é a primeira de uma série de ocorrências em Atos nas quais os cristãos agora são chamados de “discípulos” (p. ex.. 6.7; 9.1; 11.26; 13.52). Contudo, Paulo não empregou esse termo para se referir aos cristãos.
Eles estavam preocupados com o ministério da palavra de Deus que começava a ficar sufocada pelas atividades necessárias do dia-a-dia.
Nessa questão que envolveu a organização inicial da igreja, Lucas registra dois ministérios importantes da igreja do Novo Testamento:
(1)     O ministério da palavra e da oração (vs. 4).
(2)     O ministério de suprir as necessidades físicas dos cristãos, resumido na expressão "servir às mesas".
O grego utiliza o verbo diakoneo ("servir"), de onde procede a palavra portuguesa para "diácono".
Em 6.1, a forma nominal desse verbo é traduzida como "distribuição", sendo empregada também para se referir ao "ministério" dos apóstolos no vs. 4.
As qualificações para o ofício de diácono estão descritas em 1Tm 3.8-13.
Os membros da igreja elegeram sete homens que foram ordenados (separados para o serviço) pelos apóstolos por meio da oração e da imposição de mãos (vs. 6). Eles eram cheios do Espírito e de sabedoria. Em qualquer época, há dois requisitos para o ministério de servir:
ü  Obediência ao Espírito.
ü  Ação orientada pela sabedoria.
Essa ação proposta pelos doze agradou a igreja. Todos os homens tinham nomes gregos, o que pode indicar que eram judeus da dispersão. Contudo, nessa época muitos judeus palestinos tinham nomes gregos (p. ex., Simão Pedro).
O primeiro e o último da lista receberam o registro de suas qualidades: Estêvão ("homem cheio de fé e do Espírito Santo") recebeu esse atributo por causa de sua atuação em 6.8-7.60; e Nicolau ("prosélito de Antioquia") presumivelmente para indicar a natureza cosmopolita de seu serviço e salientar Antioquia, que em breve seria alvo e centro de atividade missionária.
As qualidades de Filipe também são apontadas (8.5-6,26-40), em virtude de seu posterior ministério na Samaria e seu encontro com o eunuco etíope.
F A perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60).
A partir do vs. 8 até ao final do próximo capítulo, veremos a perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão, um dos sete diáconos.
Estêvão foi o primeiro mártir da igreja cristã. Seu sermão revelou o fracasso espiritual da Israel do Antigo Testamento e apresentou a esperança que é oferecida em Cristo. Contudo, a pregação dessa mensagem causou o seu assassinato.
Lucas encantou-se com a coragem e fé de Estêvão ao enfrentar seus oponentes. Essas ações de Estêvão exemplificaram o poder do testemunho no Espírito em outros que não os apóstolos.
Todos os sete que foram apresentados aos apóstolos e estes impuseram as mãos sobre eles, foram:
(1)   Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo. Ele realizava grandes maravilhas e sinais entre o povo.
(2)   Filipe, posteriormente realizou milagres semelhantes (8.6) àqueles dos apóstolos que o haviam ordenado.
(3)   Prócoro.
(4)   Nicanor.
(5)   Timom.
(6)   Pármenas.
(7)   Nicolau, um convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia.
Movidos de inveja, ódio e cheios de Satanás, os membros da chamada sinagoga dos libertos (era formada por judeus que haviam sido libertos da escravidão), dos judeus de Cirene (uma conhecida cidade ao norte da África) e de Alexandria, bem como das províncias da Cilícia (uma província romana localizada no sudeste da Ásia Menor. Tarso, cidade natal de Paulo - 9.11,30; 11.25 -, era uma das cidades mais importantes dessa região.) e da Ásia (uma província romana que se localizava a oeste da atual Turquia), começaram a discutir com Estevão.
Como não podiam com ele prevalecer, usaram de malignos artifícios para o prenderem e o acusaram, falsamente, de ter blasfemado contra Moisés e contra Deus – vs. 11.
A oposição ferrenha contra Estêvão incluiu subornar falsas testemunhas, incitar o povo e os líderes, prender Estêvão e levá-lo perante o Sinédrio.
Embora Estevão, à luz do evangelho, talvez tenha começado o seu sermão expressando certa preocupação quanto à observância superficial dos detalhes técnicos da lei, o que de fato falou (ver o cap. 7) era que Moisés - do mesmo modo que Jesus e o próprio Estêvão - foi rejeitado pelo seu povo (7.35,39). Isso não deveria ter sido considerado como blasfêmia contra Moisés e Deus.
Estêvão também não fez objeções ao templo; apenas declarou que Deus não está confinado às construções feitas pelos homens, uma vez que o céu é sua habitação e seu trono (7.48-50).
Na verdade, Estêvão estava confirmando a lei e os ensinamentos de Moisés, especialmente porque eles apontavam para Cristo (7.37-38; cf. 1 Rs 8.27; 2Cr 2.6; 6.18).
As testemunhas falsas o acusavam de falar contra este lugar santo e contra a lei e que também esse Jesus, o Nazareno, destruiria aquele lugar e mudaria os costumes que Moisés havia ligado a eles.
A liderança judaica conhecia essa mal interpretada citação de Jesus (Jo 2.19), mas não há evidências de que Estêvão a conhecesse ou a tivesse pronunciado.
Estêvão não teve dúvida em defender que os costumes judaicos deveriam se ajustar ao evangelho.
Lucas destaca no vs. 15 que aqueles homens que estavam olhando para Estevam - todos os que estavam sentados no Sinédrio - observavam que o rosto dele parecia o rosto de um anjo.
At 6:1 Ora, naqueles dias,
multiplicando-se o número dos discípulos,
houve murmuração dos helenistas contra os hebreus,
porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas
na distribuição diária.
At 6:2 Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram:
Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus
para servir às mesas.
At 6:3 Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens
de boa reputação,
cheios do Espírito
e de sabedoria,
aos quais encarregaremos deste serviço;
At 6:4 e, quanto a nós, nos consagraremos
à oração
e ao ministério da palavra.
At 6:5 O parecer agradou a toda a comunidade;
e elegeram Estêvão,
homem cheio de fé
e do Espírito Santo,
Filipe,
Prócoro,
Nicanor,
Timão,
Pármenas
e Nicolau, prosélito de Antioquia.
At 6:6 Apresentaram-nos perante os apóstolos,
e estes, orando,
lhes impuseram as mãos.
At 6:7 Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém,
se multiplicava o número dos discípulos;
também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.
At 6:8 Estêvão,
cheio de graça e poder,
fazia prodígios
e grandes sinais entre o povo.
At 6:9 Levantaram-se, porém, alguns
dos que eram da sinagoga chamada
dos Libertos, dos cireneus, dos alexandrinos
e dos da Cilícia e Ásia,
e discutiam com Estêvão;
At 6:10 e não podiam resistir à sabedoria
e ao Espírito, pelo qual ele falava.
At 6:11 Então, subornaram homens que dissessem:
Temos ouvido este homem proferir blasfêmias
contra Moisés
e contra Deus.
At 6:12 Sublevaram
o povo,
os anciãos
e os escribas
e, investindo,
o arrebataram, levando-o ao Sinédrio.
At 6:13 Apresentaram testemunhas falsas, que depuseram:
Este homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei;
At 6:14 porque o temos ouvido dizer que esse Jesus,
o Nazareno,
destruirá este lugar
e mudará os costumes que Moisés nos deu.
At 6:15 Todos os que estavam assentados no Sinédrio,
fitando os olhos em Estêvão,
viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo.
O crescimento e avanço da igreja era notório e isto enfureceu e despertou a inveja na oposição que primeiramente tentou discutir com ele, mas não pode por causa de sua sabedoria e conhecimento. Sendo assim, logo começou a mentir e a planejar o mal contra eles.
A lição que fica é que quando estivermos pregando com sabedoria e poder de Deus, muitos se converterão, mas outros, por causa da inveja, terão forças para planejarem o mal e o executarem. E agora, deixaremos de pregar por causa disso?
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Atos 5.1-42- ELES SOFRIAM TANTO, MAS, IMPRESSIONANTE, NÃO RECLAMAVAM, NEM MURMURAVAM!

Como já dissemos, Atos foi escrito para orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao mundo gentio. Estamos no capítulo 5, da parte II.
Breve síntese do capítulo 5
A história continua e estamos diante de um fato em que um casal resolve aprontar enganando os apóstolos, mas o fim deles foi muito cruel. Com Deus não se brinca!
Às vezes penso que as manifestações de Deus no presente não são maiores por causa de muitas vidas como as de Ananias e Safira que precisam de mais tempo para entenderem os caminhos santos de Deus. No entanto, somente após este desastre é que veio o temor de Deus sobre todos.
Então Lucas relata que muitos sinais e prodígios eram feitos pelas mãos dos apóstolos e o conceito deles na sociedade era notório. O povo os ouvia e colocavam seus enfermos para receberem orações e ministrações de curas e libertações.
Tanto era a multidão dos que se aproximavam dos apóstolos que isso incomodou as autoridades religiosas daquele local e começaram novas perseguições e prisões.
As manifestações espirituais eram tão poderosas que até anjos intervinham nos negócios dos homens a favor dos apóstolos. Os sacerdotes prenderam os apóstolos e os anjos os soltaram.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO EM JERUSALÉM (3.1-7.60) - continuação.
Como dissemos, os apóstolos testemunharam de Cristo primeiramente em Jerusalém, conforme foram instruídos, realizando milagres e pregando o evangelho de Cristo; porém, sofreram muitas perseguições. A igreja cresceu em Jerusalém e com esse crescimento sobrevieram discórdias internas. Mesmo assim, a igreja permaneceu firme e continuou a crescer em número em Jerusalém.
Essa parte II foi dividida em 6 seções: A. O milagre e o sermão de Pedro no Templo (3.1-26) – já vimos; B. A perseguição pelo Sinédrio (4.1-31) – já vimos; C. A vida em comunidade entre os cristãos (4.32-5.11) – concluiremos agora; D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42) – veremos agora; E. Continuação da vida em comunidade entre os cristãos (6.1-7); e, F A perseguição, o sermão e o martírio de Estêvão (6.8-7.60).
C. A vida em comunidade entre os cristãos (4.32-5.11) - continuação.
Como falamos, Lucas passa a registrar as questões internas da igreja em Jerusalém. De modo geral, a comunidade cristã em Jerusalém era ricamente abençoada e harmoniosa principalmente porque os apóstolos pregavam no poder do Espírito Santo.
Neste capítulo veremos o triste fato de um casal que se atreveu a mentir aos homens e a Deus.
O egoísmo desse casal é contrastado com a abnegação de Barnabé, "homem bom, cheio do Espirito Santo e de fé" (11.24).
Eles tinham o direito de reter para si mesmos todo o lucro da venda, uma vez que a terra e o lucro da venda lhes pertenciam (vs. 4); logo, não tinham necessidade nem era necessário o mentir. O testemunho da igreja sempre esteve em perigo por causa do pecado de alguns (cf. Lv 10.1-2; Nm 16.23-35; Is 7.19-25; 2Sm 6.1-7).
Satanás encheu o coração de Ananias, mas não abduzidamente, antes teve a sua plena anuência. Outros exemplos da influência de Satanás são percebidos na vida de Pedro (Mc 8.33) e Judas Iscariotes (Lc 22.3; Jo 13.271.
Mais tarde, Pedro advertiu os cristãos da influência poderosa que Satanás poderia ter sobre a vida deles (1 Pe 5.8). Eles pensavam estar mentindo aos homens, mas o fato era que esses homens andavam no nome de Jesus e assim mentiram a Deus, mentiram ao Espírito Santo. Ao afirmar que Ananias mentiu para Deus (vs. 4), Pedro indicou que o Espírito Santo é Deus (vs. 9).
Com o seu pecado revelado e exposto, o seu juízo veio veloz e a consequência de seu pecado o achou ali mesmo, pois ele morreu e, então, cobriram-lhe o corpo – vs. 6. Presume-se que usaram apenas um lençol simples para enterrá-los, sem utilizarem um caixão ou uma sepultura de pedra (cf. com o enterro de Jesus em Mt 27.59-60).
Passou-se 3 horas e eis que surge sua mulher Safira que juntamente com Ananias tinham arquitetado a mentira. Também Pedro expõe o seu pecado e avisa que seu marido morrera por causa disso. Ainda lhe avisa que ela também iria ter o mesmo destino do marido e, instantaneamente, cai morta aos pés dos que sepultaram seu marido.
Com isso o temor de Deus se espalhara por toda aquela região. Lucas usa a palavra igreja para se referir a comunidade dos crentes daquela região.
Essa é a primeira de vinte e três ocorrências da palavra "igreja" (do grego ekklesia) em Atos.
Estêvão faz referência à ekklesia ("congregação") de Deus do Antigo Testamento em 7.38, e muitas referências na Septuaginta quanto à congregação reunida em adoração no Antigo Testamento são traduzidas empregando esse termo.
Na Grécia antiga, a ekklesia era a assembleia política do povo (cf. 19.32, onde ekklesia é traduzida como "assembleia").
O Novo Testamento geralmente usa o termo para se referir a um agrupamento local e organizado de cristãos (8.1; 11.22; 13.1).
Nos escritos paulinos, o termo às vezes é aplicado à igreja de Jesus Cristo, que é compreendida num sentido mais abrangente coma sendo "o corpo de Cristo", isto é, a igreja universal (Ef 4.3-4; 5.25,29-30).
D. Nova perseguição pelo Sinédrio (5.12-42).
A partir do verso 12, uma nova perseguição é desencadeada pelo Sinédrio contra essa comunidade. Lucas retorna ao relato da perseguição em Jerusalém.
Ironicamente, os líderes religiosos judaicos os perseguiram porque ficaram com ciúmes, uma vez que as multidões iam buscar ajuda e cura com os apóstolos.
No entanto, os apóstolos se alegravam por causa do próprio sofrimento e continuavam a proclamar poderosamente a Cristo.
Embora alguns aspectos desses acontecimentos sejam exclusivos desse momento, aparentemente Lucas desejava que seus leitores permanecessem fiéis e se alegrassem ao sofrerem perseguições. O mesmo é válido para todas as épocas.
Nenhum seguidor superficial e que não fosse sincero ousava ser identificado com a igreja. O temor a Deus estava claramente em evidência. A perseguição ao invés de fazer a igreja desaparecer como queriam as autoridades, acabou crescendo e ganhando mais e novos adeptos prontos a sofrerem por Cristo.
Os cristãos verdadeiros iam e se juntavam à igreja. A primeira referência às mulheres como cristãs é mencionada aqui em Atos.
De acordo com o interesse de Lucas em mencionar as mulheres no seu Evangelho (Lc 7.28; 8.2-3; 17.35; 23.27,29,49,55), ele se refere com frequência às atividades desenvolvidas por elas (1.14; 8.3,12; 9.2,36; 13.50; 16.1,13-14; 17.4,12,34; 18.2; 21.5).
A igreja não parava de crescer e agora eram trazidos diante dos apóstolos e nas ruas os doentes que eram colocados em camas e macas.
Do mesmo modo que o poder de cura de Jesus fluiu de suas vestes ao toque da mulher que sofria de hemorragia (Mc 5.27-28), Deus permitiu que a sombra de Pedro tivesse o mesmo efeito curativo, como ele havia feito por meio dos lenços e aventais que Paulo usava (19.11-12).
O povo doente não parava de chegar e todos eram curados e libertos de suas chagas, doenças, espíritos maus.
Isso despertou nas autoridades da época - sumo sacerdote e todos os seus companheiros, membros do partido dos saduceus – grande inveja.
Por conta disso, mandaram prender os apóstolos, colocando-os numa prisão pública, mas durante a noite um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere, levou-os para fora e disse: "Dirijam-se ao templo e relatem ao povo toda a mensagem desta Vida" – vs. 18-20.
Eles obedeceram piamente e logo pela manhã estavam no pátio do templo, como tinham sido instruídos e começaram a ensinar todo o povo.
O sinédrio – vs. 21 - era o conselho religioso influente em Jerusalém, composto de setenta e um membros. Sob a ocupação romana, esse conselho que incluía membros aristocráticos do partido dos saduceus e instruídos membros do partido dos fariseus e seus associados, decidia muitas questões judiciais, sociais e religiosas na área.
Com a chegada do sumo sacerdote e seus companheiros foi que convocaram o Sinédrio (toda a assembleia dos líderes religiosos de Israel) para mandarem buscar os apóstolos na prisão.
No entanto, eles não estavam na prisão, embora essa permanecesse fechada, lacrada e com todos os sentinelas presentes.
Ninguém tinha entendido nada do que acontecera. Parece que nossas prisões somente prendem quem está na dimensão temporal dos humanos, pois anjos e os que eles se interagem avançam para outra dimensão onde a física atual não tem ação alguma.
A única explicação razoável seria que alguém abriu as portas para eles e depois fecharam após eles, sendo que os sentinelas e vigias dormiram no tempo da fuga, mas que disse que essa explicação é razoável?
Eles não estavam dentro das prisões como se era de esperar, mas estavam pregando e ensinando no pátio do templo. Os guardas se dirigem até eles e os trazem à presença das autoridades do Sinédrio que os interroga novamente.
Eles lembram a eles que tinham dado ordens expressas para não pregarem nem ensinarem sobre Jesus e eles estavam fazendo justamente isso.
Pedro se defende dizendo que seria melhor obedecer a Deus do que a eles. E aproveita a oportunidade para pregar mais um pouco.
Pedro e os discípulos não somente enchiam a cidade do conhecimento do nome de Jesus como também acusavam os membros do Sinédrio pela morte de Jesus (2.23; 3.15-16; 4.10-11), e o povo ouvia essa denúncia.
Pedro continua a falar que o Deus de nossos pais ou de nossos antepassados - como referindo-se ao "Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó" - foi quem ressuscitou Jesus. Uma frase que todos os judeus que ouviam Pedro e os apóstolos teriam compreendido.
Esse Deus o exaltou a Príncipe e Salvador para dar a Israel arrependimento e perdão de pecados. Essa declaração teria sido entendida pelo Sinédrio como unia referência à ressurreição. Essa exaltação da parte de Deus fazia desse Jesus ressurreto um ser igual a Deus (cf. Jo 5.18; 10.33).
Eles diziam que eles eram testemunhas dessas coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que lhe obedecem – vs. 32.
Eles ficaram muito irados e cheios de raiva. Ouvindo isso, eles ficaram furiosos e queriam matá-los.
Até que surge, entre eles, Gamaliel. Ele foi um dos mais famosos rabinos do seu tempo e professor de Paulo (22.3), além de provavelmente ter sido neto do renomado rabino Hillel, líder de uma das duas grandes escolas judaicas de interpretação da lei.
Ao contrário de Shammai, Gamaliel e a escola de Hillel eram conhecidos por interpretar a lei de modo mais flexível (Mt 19.3-6).
Gamaliel chamou a atenção do Sinédrio para o que iriam fazer com os apóstolos e citou alguns casos de alguns líderes que surgiram entre o povo que com a morte do principal deles, todos abandonaram seus ensinamentos.
Por exemplo, Teudas. A BEG esclarece que um homem com esse nome é mencionado pelo historiador judeu Josefo (Antiguidades, 20,98-99), porém ele viveu num período posterior e é diferente do Teudas mencionado aqui por Lucas.
Outro exemplo citado foi o de Judas, o galileu nos dias do recenseamento. Esse não é o mesmo censo registrado em Lc 2.1, que foi ordenado pelo imperador romano Augusto em aproximadamente 8 a.C. (porém foi adiado para 5 ou 6 a.C.), mas o censo que ocorreu quatorze anos depois (6 d.C.) durante o governo do Procurador Copônio.
Josefo (Guerra dos Judeus, 20.118) fala de certo galileu de Gamala, em Gaulanites (Antiguidades, 18.4), que causou uma revolta popular ao se recusar a pagar os impostos e submeter-se aos romanos.
Essa revolta fracassou, mas pode ter influenciado o surgimento do partido dos zelotes. O apóstolo Simão, o Zelote (Mt 10.4; At 1.13), possivelmente foi um membro desse grupo.
Depois, ele aconselha, sabiamente, o Sinédrio para deixarem aqueles homens em paz e soltá-los, sendo que todo projeto de origem humana entre eles, falhará, mas se não, triunfará, pois Deus de fato estaria nesse negócio.
Gamaliel conseguiu, com seu discurso, convencer o Sinédrio que mandou chamá-los e açoitá-los. Os apóstolos receberam a tradicional "quarentena de açoites menos um" (2Co 11.24).
O fato engraçado é que eles não saíram tristes, nem lamentando ou chorando, mas alegres! Mesmo tendo tomado uma terrível surra!
Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome. Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo.” (Vs. 41-42 - NVI).
Os sermões de Atos apelam constantemente para o fato de que Jesus é o Cristo, o Messias (2.31; 3.20; 9.22; 17.3; 18.5,28; 26.23).
At 5:1 Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira,
                vendeu uma propriedade,
                               At 5:2 mas, em acordo com sua mulher,
                                               reteve parte do preço
                                               e, levando o restante,
                                                               depositou-o aos pés dos apóstolos.
At 5:3 Então, disse Pedro:
                Ananias, por que encheu Satanás teu coração,
                               para que mentisses ao Espírito Santo,
                                               reservando parte do valor do campo?
                At 5:4 Conservando-o, porventura, não seria teu?
                E, vendido, não estaria em teu poder?
                Como, pois, assentaste no coração este desígnio?
                               Não mentiste aos homens, mas a Deus.
At 5:5 Ouvindo estas palavras,
                Ananias caiu e expirou,
                               sobrevindo grande temor a todos os ouvintes.
At 5:6 Levantando-se os moços,
                cobriram-lhe o corpo
                               e, levando-o, o sepultaram.
At 5:7 Quase três horas depois,
                entrou a mulher de Ananias,
                               não sabendo o que ocorrera.
At 5:8 Então, Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe:
                Dize-me, vendestes por tanto aquela terra?
                               Ela respondeu: Sim, por tanto.
At 5:9 Tornou-lhe Pedro:
                Por que entrastes em acordo para tentar o Espírito do Senhor?
                Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido,
                e eles também te levarão.
At 5:10 No mesmo instante,
                caiu ela aos pés de Pedro e expirou.
Entrando os moços,
                acharam-na morta
                               e, levando-a, sepultaram-na junto do marido.
At 5:11 E sobreveio grande temor
                a toda a igreja
                e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.
At 5:12 Muitos sinais e prodígios
                eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos.
E costumavam todos reunir-se,
                de comum acordo, no Pórtico de Salomão.
At 5:13 Mas, dos restantes,
                ninguém ousava ajuntar-se a eles;
                               porém o povo lhes tributava grande admiração.
At 5:14 E crescia mais e mais a multidão de crentes,
                tanto homens como mulheres,
                               agregados ao Senhor,
                               At 5:15 a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas
                                               e os colocarem sobre leitos e macas,
                                                               para que, ao passar Pedro,
                                               ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles.
At 5:16 Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém,
                levando doentes
                e atormentados de espíritos imundos,
                               e todos eram curados.
At 5:17 Levantando-se, porém, o sumo sacerdote
e todos os que estavam com ele,
isto é, a seita dos saduceus,
                tomaram-se de inveja,
                               At 5:18 prenderam os apóstolos
                               e os recolheram à prisão pública.
At 5:19 Mas, de noite,
                um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere
                e, conduzindo-os para fora, lhes disse:
                               At 5:20 Ide
                               e, apresentando-vos no templo,
                                               dizei ao povo todas as palavras desta Vida.
At 5:21 Tendo ouvido isto,
                logo ao romper do dia,
                               entraram no templo
                               e ensinavam.
Chegando, porém, o sumo sacerdote
e os que com ele estavam,
                convocaram o Sinédrio
                e todo o senado dos filhos de Israel
                e mandaram buscá-los no cárcere.
At 5:22 Mas os guardas, indo,
                não os acharam no cárcere;
e, tendo voltado,
                relataram, At 5:23 dizendo:
                               Achamos o cárcere fechado com toda a segurança
                               e as sentinelas nos seus postos junto às portas;
                                               mas, abrindo-as,
                                                               a ninguém encontramos dentro.
At 5:24 Quando o capitão do templo
e os principais sacerdotes ouviram estas informações,
                ficaram perplexos a respeito deles
                               e do que viria a ser isto.
At 5:25 Nesse ínterim, alguém chegou
e lhes comunicou:
                Eis que os homens que recolhestes no cárcere,
                               estão no templo ensinando o povo.
At 5:26 Nisto, indo o capitão
e os guardas,
                os trouxeram sem violência,
                               porque temiam ser apedrejados pelo povo.
At 5:27 Trouxeram-nos,
                apresentando-os ao Sinédrio.
E o sumo sacerdote
                interrogou-os, At 5:28 dizendo:
                Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome;
                               contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina;
                                               e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.
At 5:29 Então, Pedro
e os demais apóstolos afirmaram:
                Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.
At 5:30 O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus,
                a quem vós matastes,
                               pendurando-o num madeiro.
At 5:31 Deus, porém, com a sua destra,
                o exaltou a Príncipe e Salvador,
                               a fim de conceder a Israel
                                               o arrependimento
                                               e a remissão de pecados.
At 5:32 Ora, nós somos testemunhas destes fatos,
e bem assim o Espírito Santo,
                que Deus outorgou aos que lhe obedecem.
At 5:33 Eles, porém, ouvindo,
                se enfureceram
                e queriam matá-los.
At 5:34 Mas, levantando-se no Sinédrio um fariseu,
                chamado Gamaliel, mestre da lei,
                               acatado por todo o povo,
                               mandou retirar os homens, por um pouco,
At 5:35 e lhes disse:
Israelitas, atentai bem no que ides fazer a estes homens.
                At 5:36 Porque, antes destes dias, se levantou Teudas,
                               insinuando ser ele alguma coisa,
                               ao qual se agregaram cerca de quatrocentos homens;
                                                               mas ele foi morto,
                               e todos quantos lhe prestavam obediência se dispersaram
                                               e deram em nada.
                At 5:37 Depois desse, levantou-se Judas, o galileu,
                               nos dias do recenseamento,
                               e levou muitos consigo;
                                               também este pereceu,
                                               e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos.
                At 5:38 Agora, vos digo:
                               dai de mão a estes homens, deixai-os;
                               porque, se este conselho ou esta obra vem de homens,
                                                               perecerá;
                                               At 5:39 mas, se é de Deus,
                                                               não podereis destruí-los,
                                                                              para que não sejais, porventura,
                                                                              achados lutando contra Deus.
E concordaram com ele.
At 5:40 Chamando os apóstolos,
                açoitaram-nos
                e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus,
                               os soltaram.
At 5:41 E eles se retiraram do Sinédrio
                regozijando-se por terem sido considerados dignos
                               de sofrer afrontas por esse Nome.
At 5:42 E todos os dias,
                no templo
                e de casa em casa,
                               não cessavam
                                               de ensinar
                                               e de pregar
                                                               Jesus, o Cristo.
Não adiantava ameaçá-los, persegui-los e aprisioná-los para que não mais anunciassem a Cristo Jesus. A alegria deles era muito grande em estar servindo ao Senhor e se sentiam abençoados por poderem ter a honra de participarem de algum tipo de sofrimento por amor a Jesus.
Que o Senhor desperte este amor de Atos no seu povo hoje para que a igreja atual não queira outra coisa se não ensinar e pregar Jesus, o Cristo.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
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