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domingo, 1 de novembro de 2015

João 21.1-25 - JESUS PREPARANDO UMA REFEIÇÃO PARA OS SEUS DISCÍPULOS!

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o último capítulo do Evangelho de João, o 21; estamos na última parte também.
Breve síntese do capítulo 21
Esta é mais uma vez, a terceira (eu tenho uma pregação sobre isso: recomendo a sua leitura e meditação), das 13 vezes registradas que ele apareceu aos seus discípulos depois de ressurrecto dentre os mortos.
A morte estava tão acostumada com o triunfo que se esqueceu de que na morte de Cristo ela também morreria! As aparições agora eram específicas e pontuais. Assim, Jesus mantinha seu padrão até que se completassem os 40 dias aqui na terra.
Ele aparece aos discípulos enquanto estes pescavam. Pescaram a noite toda, mas nada apanharam. Estavam frustrados e tristes e lá aparece Jesus, na praia, preparando algo de comer e iria usar dos peixes que ainda apanhariam.
A refeição preparada por Jesus, na beira da praia, que momento especial! Quantas não são as vezes que Jesus está conosco em nossas praias, mas estamos distraídos com nossa pescaria feita do nosso modo que não apanha peixe algum?
Neste capítulo, o último do Evangelho de João, Jesus vai tratar especialmente de Pedro para curá-lo daquele triste momento em que negou o Senhor por três vezes.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. EPÍLOGO (21.1-25).
Depois de sua ressurreição, Jesus estabeleceu na igreja uma ordem que deve ser seguida pelas gerações futuras.
É possível que esse capítulo tenha sido acrescentado como um pós-escrito pelo mesmo autor do Evangelho (isto é, por João), embora haja indícios de que outra pessoa escreveu o vs. 24 e talvez o vs. 25.
Dividiremos essa última parte em quatro seções, as quais veremos todas agora.
A. O milagre no mar (21.1-14).
B. A confirmação de Pedro (21.15-19).
C. O discípulo amado (21.20-23).
D. Comentários finais (21.24-25).
A. O milagre no mar (21.1-14).
Jesus apareceu aos seus discípulos enquanto eles estavam pescando e lhes concede que apanhem uma quantidade extraordinária de peixes.
Depois dessas coisas, ainda o Senhor se manifestou aos seus discípulos junto ao mar de Tiberíades.
Tudo começou com Pedro que teve a ideia de ir pescar. Essa declaração pode indicar que, por ter negado o Senhor, Pedro pensou que havia perdido o privilégio de ser uma testemunha. Naquela noite, nada apanharam.
No Mediterrâneo da antiguidade não era incomum pescar durante a noite. As circunstâncias trazem à memória a pesca miraculosa relatada em Lc 5.4-11 e são associadas ao chamado inicial de Pedro e alguns dos outros discípulos (Mt 4.18-22).
Eles passaram toda a noite pescando e não encontram nada. A madrugada já estava despontando quando alguém surge na praia e pede a eles algo para comer. Era o Senhor, todavia, os discípulos não reconheceram que era ele.
Eles responderam que não tinham nada e aquele senhor, à beira da praia, fala para eles jogarem a rede do lado direito do barco que iriam encontra peixes.
Eles obedeceram e pegaram grande quantidade de peixes.  Aquele discípulo a quem Jesus amava João foi o primeiro a reconhecer Jesus.
Pedrão ouvindo que era o Senhor cingiu-se com sua veste. Um gesto surpreendente para alguém que estava prestes a se lançar na água. É possível que Pedro tenha se vestido desse modo em sinal de reverência a Jesus, diante do qual não desejava aparecer despido.
Os outros discípulos apanharam o barco e foram para praia, para perto de Jesus onde ali viram umas brasas e, em cima, peixes e pão. A passagem não diz de onde veio o peixe. Apesar de não ser especificado, é possível que fizesse parte do milagre.
Jesus pediu a eles que trouxessem também dos peixes que acabaram de pescar. A quantidade era enorme, cento e cinquenta e três grandes peixes. Foram sugeridos vários significados para esse número. A explicação mais simples é que se tratava do modo de um pescador descrever uma pesca extraordinária.
Apesar da grande quantidade de peixes, a rede suportou o peso. Jesus tinha preparado o café da manhã para eles com peixes e pães e, assim, naquela manhã comeram juntos. Fora essa a terceira vez que Jesus aparecera a eles.
Não o terceiro aparecimento, mas a terceira vez que Jesus se revelava na presença de um grupo de apóstolos (cf. 20.19-23,24-26).
B. A confirmação de Pedro (21.15-19).
Veremos nos próximos versos Jesus tratando de Pedro e o curando de todo mal. Por ter negado Jesus, é possível que Pedro se considerasse inadequado para continuar no ofício de apóstolo. Nesses versículos, Jesus confirma o apostolado de Pedro.
Jesus se dirige a ele como Simão, filho de João - o mesmo nome que Jesus emprega no início de sua declaração solene em resposta à confissão de Pedro (Mt 16.17).
Ele pergunta a ele se ele o amava mais do que todos ali. Essa pergunta pode ser interpretada de várias maneiras: "Amas-me mais do que estes homens me amam?"; "Amas-me mais do que amas a estes homens?"; “Amas-me mais do que amas a estas coisas (redes e peixes)?".
Na pergunta de Jesus, o verbo grego traduzido como "amar" muda de forma quando Cristo questiona pela terceira vez, ao passo que Pedro responde sempre usando esse segundo verbo.
Para alguns comentaristas, houve a intenção de diferenciar, de algum modo, o significado dos dois verbos.
Porém, duas considerações tornam essa ideia improvável:
(1)   Em primeiro lugar, João emprega esses verbos de modo alternado em outras passagens do seu Evangelho.
(2)   Em segundo lugar, outras variações de expressão nesse diálogo são claramente estilísticas (p. ex., "Apascenta os meus cordeiros", "Pastoreia as minhas ovelhas", "Apascenta as minhas ovelhas").
Apascenta os meus cordeiros. "Meus cordeiros" e "minhas ovelhas" são expressões que correspondem a “minha igreja” (10.14,26-27).
Pedro escreveu aos presbíteros, considerando-se "presbítero como eles" (1Pe 5.1-2), instando-os a “[pastorear] o rebanho de Deus", numa indicação clara de que havia levado a sério as palavras de Jesus.
Pedro não se entristeceu porque Jesus muda ligeiramente o vocabulário nessa última pergunta, mas porque as três perguntas sobre o seu amor por Jesus certamente o lembraram de suas três negações recentes.
Em sua bondade, Jesus deu a Pedro a oportunidade de confessar o seu amor e reafirmar o seu chamado para servir ao Senhor. Reagindo com muita gratidão, Pedro chama Jesus de "o Supremo Pastor" (1 Pe 5.4).
Tendo feito Pedro passar por essa sessão terapêutica, lhe fala que quando era ele jovem, cingia-se a si mesmo, porém quando Pedro envelhecer, outro o cingirá e o levará onde não quererá ir. Estava Jesus falando – vs. 19 - com que gênero de morte Pedro haveria de honrá-lo. De acordo com uma tradição antiga, sem seu martírio Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.
Ele então repete o seu chamado para Pedro, como uma segunda chance para ele poder responder novamente. “Segue-me” - uma repetição do chamado inicial de Jesus aos seus apóstolos (Mt 4.19; Lc 5.27; cf. Jo 21.22). Esse episódio confirma, pela graça, o papel de Pedro como apóstolo.
C. O discípulo amado (21.20-23).
Pedro já curado, curiosamente, quis saber do fim do discípulo amado – vs. 21. Ao ser relacionada a 13.23-25, essa descrição “do discípulo que Jesus amava” não deixa dúvidas de que se trata de João, filho de Zebedeu.
Jesus fala de sua volta futura e João esclarece que Cristo não prometeu que retornaria durante o tempo de vida de João.
Alguns enxergaram nisso uma declaração de que Jesus havia prometido voltar antes do final do século 1 d.C. Aqui, João deixa claro que não foi feito nenhuma promessa desse tipo. No entanto, esses versículos certamente trazem uma promessa da segunda vinda de Cristo que ocorrerá num momento não especificado.
D. Comentários finais (21.24-25).
Essas palavras finais – vs. 24 e 25 - encerram o Evangelho de João com a garantia de que o conteúdo da obra é autêntico, porém não exaustivo.
O discípulo que escreveu a respeito "destas coisas" é o mesmo discípulo mencionado várias vezes anteriormente e identificado como aquele a quem Jesus amava (13.23) — a saber, João.
O vs. 24 dá testemunho de que o livro fora escrito por João e ele usa “sabemos” para dizer que seu testemunho é verdadeiro. Trata-se do depoimento de um contemporâneo de João que, sem dúvida, o conhecia pessoalmente. Logo, todo o Evangelho, incluindo o cap. 21, foi recebido quase instantaneamente pela igreja primitiva como um texto canônico.
João finaliza com uma hipérbole descritiva, expressando claramente que cada um dos escritores do Evangelho teve de ser extremamente seletivo. Esse versículo foi escrito por João ou acrescentado pela pessoa que redigiu o depoimento anterior.
Jo 21:1 Depois disto,
tornou Jesus a manifestar-se aos discípulos
junto do mar de Tiberíades;
e foi assim que ele se manifestou:
Jo 21:2 estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo,
Natanael, que era de Caná da Galiléia,
os filhos de Zebedeu
e mais dois dos seus discípulos.
Jo 21:3 Disse-lhes Simão Pedro:
Vou pescar.
Disseram-lhe os outros:
Também nós vamos contigo.
Saíram, e entraram no barco,
e, naquela noite, nada apanharam.
Jo 21:4 Mas, ao clarear da madrugada,
estava Jesus na praia;
todavia, os discípulos
não reconheceram que era ele.
Jo 21:5 Perguntou-lhes Jesus:
Filhos, tendes aí alguma coisa de comer?
Responderam-lhe:
Não.
Jo 21:6 Então, lhes disse:
Lançai a rede à direita do barco e achareis.
Assim fizeram e já não podiam puxar a rede,
tão grande era a quantidade de peixes.
Jo 21:7 Aquele discípulo a quem Jesus amava
disse a Pedro:
É o Senhor!
Simão Pedro,
ouvindo que era o Senhor,
cingiu-se com sua veste,
porque se havia despido,
e lançou-se ao mar;
o 21:8 mas os outros discípulos vieram
no barquinho
puxando a rede com os peixes;
porque não estavam distantes
da terra senão quase
duzentos côvados.
Jo 21:9 Ao saltarem em terra,
viram ali umas brasas
e, em cima, peixes;
e havia também pão.
Jo 21:10 Disse-lhes Jesus:
Trazei alguns dos peixes
que acabastes de apanhar.
Jo 21:11 Simão Pedro entrou no barco
e arrastou a rede para a terra,
cheia de cento e cinqüenta e três
grandes peixes;
e, não obstante serem tantos,
a rede não se rompeu.
Jo 21:12 Disse-lhes Jesus:
Vinde,
comei.
Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe:
Quem és tu?
Porque sabiam que era o Senhor.
Jo 21:13 Veio Jesus,
tomou o pão,
e lhes deu,
e, de igual modo, o peixe.
Jo 21:14 E já era esta a terceira vez que Jesus se manifestava aos discípulos,
depois de ressuscitado dentre os mortos.
Jo 21:15 Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros?
Ele respondeu:
Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Ele lhe disse:
Apascenta os meus cordeiros.
Jo 21:16 Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez:
Simão, filho de João, tu me amas?
Ele lhe respondeu:
Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus:
Pastoreia as minhas ovelhas.
Jo 21:17 Pela terceira vez Jesus lhe perguntou:
Simão, filho de João, tu me amas?
Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas?
E respondeu-lhe:
Senhor, tu sabes todas as coisas,
tu sabes que eu te amo.
Jesus lhe disse:
Apascenta as minhas ovelhas.
Jo 21:18 Em verdade, em verdade te digo
que, quando eras mais moço,
tu te cingias a ti mesmo
e andavas por onde querias;
quando, porém, fores velho,
estenderás as mãos,
e outro te cingirá
e te levará para onde não queres.
Jo 21:19 Disse isto para significar com que gênero de morte
Pedro havia de glorificar a Deus.
Depois de assim falar, acrescentou-lhe:
Segue-me.
Jo 21:20 Então, Pedro, voltando-se,
viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava,
o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus
e perguntara:
Senhor, quem é o traidor?
Jo 21:21 Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus:
E quanto a este?
Jo 21:22 Respondeu-lhe Jesus:
Se eu quero que ele permaneça até que eu venha,
que te importa?
Quanto a ti,
segue-me.
Jo 21:23 Então,
se tornou corrente entre os irmãos o dito
de que aquele discípulo não morreria.
Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas:
Se eu quero que ele permaneça
até que eu venha, que te importa?
Jo 21:24 Este é o discípulo
que dá testemunho a respeito destas coisas
e que as escreveu;
e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
Jo 21:25 Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez.
Se todas elas fossem relatadas uma por uma,
creio eu que nem no mundo inteiro
caberiam os livros que seriam escritos.
Quanto a ti, SEGUE-ME! Como seguiria ele a Jesus uma vez que Jesus subiria ao Pai? É por que onde a palavra de Deus está sendo pregada - e para ser pregada ela deve apontar para Jesus Cristo -, ali ele está! Entenda: não somos nós quem fazemos a obra de Deus, mas o Senhor quem a faz por meio de nossa instrumentalidade – toda a glória pertence somente a ele.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
...

sábado, 31 de outubro de 2015

João 20.1-31 - REENCARNOU? NÃO! RESSUSCITOU? SIM!

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 20, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 20
Como é que teremos vida no nome de Jesus? A resposta é do próprio texto: CRENDO EM JESUS!
Foi no primeiro dia da semana, no domingo, que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Portanto, ele está vivo e cumprirá o que disse que voltaria. Estamos aguardando! A morte não pode com o Senhor da vida e teve de recuar, pela primeira vez, e ceder seu reino e lugar ao Senhor que ali estava por obra do Pai e para a nossa salvação.
Foi um dia histórico, um dia registrado em nossa história e testemunhado pelos homens que fazem a história. Assim, também hoje estamos aguardando um dia na história, um outro “domingo” em que Jesus voltará para cumprir a sua palavra que disse que voltaria para cá novamente.
Ao terceiro dia ressuscitou! O momento da ressuscitação não foi testemunhado por homem algum, mas ele levantou homens e mulheres aos quais lhes apareceu para serem suas testemunhas de que, de fato, ressuscitou dos mortos. Maria Madalena foi uma delas!
João 20 narra em detalhes este momento e eu fiz uma pregação sobre isso que se encontra no seguinte link: http://pt.scribd.com/doc/46870291/Pregacao-A-Ressurreicao-de-Cristo-Jo-20-1-18
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O MINISTÉRIO ALCANÇA O CLÍMAX (18.1-20.31) - continuação.
Como já dissemos, a morte e a ressurreição de Jesus foram acontecimentos extraordinários e comprovaram que ele é o Messias e o Filho de Deus.
Dos versos primeiro ao último do capítulo 20, veremos esse ministério alcançando o seu clímax.
Os quatro Evangelhos relatam os principais acontecimentos da prisão, do julgamento, da crucificação e da ressurreição de Jesus. 
Essa 4ª parte foi dividida em três seções principais: A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) – já vimos; B. A crucificação, a morte e o sepultamento de Jesus (19.17-42) – já vimos; e, C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31) – veremos agora.
C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31).
A ressurreição e as manifestações de Jesus. Depois de registrar a descoberta do túmulo vazio (vs. 1-9), João relata o aparecimento de Jesus a Maria Madalena (vs. 10.18), aos discípulos (vs. 19-23) e a Tomé (vs. 24-31).
Os quatro Evangelhos apresentam relatos de aparecimentos após a ressurreição que se complementam e que, combinados com At 1.3-8; 1Co 15.5-8, indicam treze manifestações:
ü  Sete em Jerusalém ou arredores.
ü  Quatro na Galileia.
ü  Uma no monte das Oliveiras.
ü  Uma na estrada para Damasco.
O túmulo vazio.
João descreve claramente a ressurreição de Jesus como um acontecimento histórico e físico. Assim como os outros escritores do Novo Testamento, João acreditava que a ressurreição de Jesus era essencial para a salvação (cf. 1 Co 15.12ss.).
Essa expressão do vs. 1 de que ainda era muito escuro, não é necessariamente conflitante com Mc 16.2 (“ao despontar do sol’”.). E possível que João esteja se referindo ao momento em que partiram, e Marcos ao momento em que chegaram ao túmulo. Também é possível que Maria Madalena tenha ido ao túmulo mais cedo do que as mulheres mencionadas em Marcos.
O fato é que ela foi ao sepulcro para encontrar o corpo de Jesus, mas encontrou o túmulo vazio e era de madrugada do domingo. Por ter encontrado vazio o túmulo é que ela correu ao encontro de Pedro e João.
A primeira pessoa do plural na narrativa quando disseram que tiraram o Senhor do sepulcro e não sabiam onde o colocaram indica que várias mulheres foram ao túmulo, conforme afirmam os outros Evangelhos.
São as mesmas mulheres que fizeram vigília aos pés da cruz, talvez com exceção de Maria, a mãe de Jesus, que não é mencionada aqui. Apesar do que Jesus havia lhes dito, nem Maria Madalena nem os discípulos estavam esperando a ressurreição (cf. vs. 9).
Aquilo foi um alvoroço e Pedro e João correram para ver os fatos e confirmar o que acontecera.
João olhou rapidamente e confirmou que nada havia sido mudado de lugar dentro do sepulcro; então, Pedro e João inspecionaram o sepulcro mais detalhadamente.
Os lençóis de linho estavam arrumados (vs. 7). Se alguém tivesse violado o túmulo e retirado o corpo, esses lençóis não estariam ali, e o que foi usado para cobrir a cabeça de Jesus possivelmente estaria jogado descuidadamente, e não "deixado num lugar à parte" (vs. 7).
João ao ver aquilo, está escrito que viu e creu o que significa que aqueles panos que envolviam Jesus mantinham o formato do corpo, mas ali não havia corpo.
Eles ainda não tinham compreendido a Escritura. Só mais tarde, como resultado da instrução de Jesus, é que eles compreenderiam a sua ressurreição como o cumprimento necessário das profecias (Lc 24.26-27,44-47; At 2.25-32; 13.35-37).
Fica evidente que os discípulos não esperavam uma ressurreição, e que também não tentaram inventá-la para que se encaixasse em suas próprias preconcepções.
Qualquer ajeitamento aqui iria ser uma tragédia, mas a verdade não geraria isso, antes deixariam as pessoas perplexas. Ninguém na terra iria conseguir montar um palco tão grande com atores tão perfeitos, se não a própria verdade dos fatos. Depois de terem visto e testemunhado o que viram, voltaram para casa.
O aparecimento de Jesus a Maria Madalena.
Maria, não voltou. Ficou ali como se esperasse por algo. Jesus apareceu primeiramente a Maria Madalena, sua serva humilde e amada.
Foi ai que seus olhos foram abertos e ela pode ver dois anjos vestidos de branco.
Observa-se aqui uma pequena diferença entre os relatos dos quatro Evangelhos (Mt 28.2 registra um anjo; Mc 16.5, um varão e Lc 24.4, dois homens, que também são chamados de "anjos" em Lc 24.23).
Não existe necessariamente contradição, uma vez que os anjos devem ter aparecido em forma humana e que um deles foi destacado, talvez por ter sido aquele que falou.
O que Maria viu também difere ligeiramente do que as outras mulheres testemunharam, uma vez que ela ficou sozinha no túmulo depois de que Pedro e João partiram.
Os anjos conversam com ela e perguntam por que ela estava chorando e ela responde que o seu Senhor tinha sido levado dali. Foi nesse momento que ela se virou e viu ali também a Jesus, porém não o reconheceu.
Mateus diz que Jesus já havia aparecido uma vez ao grupo de mulheres que estavam a caminho de Jerusalém para avisar os discípulos sobre o túmulo vazio (Mt 28.8-10).
Os discípulos não creram nas mulheres (Lc 24.11,22-23) e, ao que parece, a própria Maria quase não acreditou.
Em algumas ocasiões, depois de sua ressurreição, Jesus não foi reconhecido de imediato (vs. 20; 21 4). É possível que algumas pessoas não o tenham reconhecido devido ao ceticismo e à dor da perda, ao passo que outras foram sobrenaturalmente impedidas de reconhecê-lo (Lc 24.16,31).
Além disso, havia tanto semelhanças quanto diferenças entre o corpo natural e o corpo ressurreto de Jesus, porém outros diferentes, e é possível que sua aparência tenha passado por uma mudança qualitativa (1Co 15.35-49).
Como os anjos, Jesus também pergunta por que ela estaria chorando e o que ela estaria procurando. Ela pensava que aquele que falava com ela fosse o jardineiro. E ela então apela para ele para, que se soubesse, logo falasse onde estaria o corpo de Jesus.
Ao que Jesus lhe disse: “Maria!”. Foi ai que ela o reconheceu e o chamou de Raboni! (Raboni significa Mestre).
A voz de Jesus chamando "Maria" revelou claramente a sua identidade. Essa forma de tratamento enfatiza o termo "Rabi" (“meu mestre’”.) e era usada em oração para dirigir-se a Deus. No entanto, uma vez que João fornece a tradução "Mestre", é pouco provável que tenha sido usada para se referir à divindade de Jesus.
Ela ficou muito feliz e quis demonstrar isso ao seu Senhor, porém ele a advertiu que não o retivesse ali.
Mt 28.9 registra que as mulheres abraçaram os pés de Jesus e, posteriormente, Tomé o tocou (vs. 27), indicando que não era impróprio tocar no corpo ressurreto de Cristo.
O comentário feito a Maria lembrou-a de que ele não havia meramente se recuperado, mas sim, verdadeiramente ressuscitado.
Ela não devia "detê-lo" como se fosse um ser terreno que havia se recuperado de uma enfermidade; antes, devia reconhecê-lo como aquele cuja ressurreição era o início de sua ascensão ao céu.
Por isso, ela foi impedida de demonstrar a familiaridade afetuosa que havia demonstrado antes de sua morte.
No entanto, recebeu uma ordem do Senhor para ir e anunciar aos seus irmãos que ele tinha ressuscitado. Sem dúvida, uma referência aos seus discípulos (a mesma expressão é usada em Mt 28.10).
Seria para ela dizer a eles que ele estaria voltando para o seu Pai e vosso Pai, para o seu Deus e vosso Deus. Jesus articulou uma distinção entre a sua condição única de Filho e a condição de filhos redimidos e adotados dos discípulos. Do mesmo modo, sua relação com o Pai é diferente da relação com os seres humanos redimidos.
O aparecimento de Jesus aos discípulos.
Maria Madalena obedeceu ao Senhor e anunciou aos discípulos.
Ao cair da tarde daquele dia, do primeiro dia da semana, estando os discípulos com portas fechadas por medo dos judeus, Jesus entrou e pôs-se no meio deles.
É provável que o grupo incluísse outros além dos dez apóstolos (os doze menos Judas Iscariotes e Tomé). Veja At 1.14, onde está registrado que as mulheres, Maria (a mãe de Jesus), seus irmãos e, provavelmente, outros (Barsabás e Matias; At 1.23) estavam reunidos no cenáculo depois da ascensão de Jesus.
O relato dizendo que as portas estavam fechadas dá a impressão de que o Cristo ressurreto podia atravessar portas fechadas (veja também o vs. 26), e não que ele as destrancou sobrenaturalmente como em At 12.10.
Esse fato é relevante para as discussões acerca da natureza do corpo ressurreto (1Co 15.35-49).
A primeira ministração a eles quando surgiu no meio deles, do nada, foi que a paz estivesse com eles! Uma saudação comum (repetida no vs. 21) e muito bem recebida, uma vez que talvez esperassem uma repreensão pela covardia de terem abandonado Jesus no momento de sua prisão.
Ele disse isso e logo lhes mostrou as suas marcas e feridas da crucificação nas mãos e em seu lado. As marcas deixadas pelas feridas da crucificação (cf. vs. 25), que identificavam Jesus e confirmavam que ele não era um fantasma.
Ele novamente lhes ministra a paz e, ato contínuo, os envia, como o Pai o enviou: “assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Essa é uma síntese da comissão dada por Jesus aos discípulos (Mt 28.18-20 e Lc 24.44-53 apresentam a comissão em mais detalhes). Jesus é o exemplo supremo de evangelismo e missões.
Em seguida, ele sopra neles dizendo para receberem o Espírito Santo. Não se trata de uma referência ao poder para o ministério, que foi outorgado no Pentecoste, mas sim à ordenação formal dos onze discípulos para o apostolado. Quanto ao contexto veterotestamentário do papel do Espírito Santo em ordenações oficiais, veja a nota sobre SI 51.11.
Ele explica com mais detalhes que se de alguns perdoarem os pecados, eles estariam perdoados. Palavras semelhantes às de Mt 16.19; 18.18.
Como fundamento da igreja (Ef 2.20), os apóstolos deram início ao processo, continuado pela igreja (1Co 5.4), de declarar em nome de Deus, a retenção e o perdão dos pecados.
Isso ocorre em relação à pregação do evangelho e à operação da disciplina eclesiástica.
O aparecimento de Jesus a Tomé.
João inclui o aparecimento de Jesus a Tomé para tratar da questão da dúvida entre os discípulos de Jesus.
Da primeira vez, Tomé não estava presente quando o Senhor apareceu a todos. Apesar do testemunho de todos, Tomé continuava cético. Ele desafiava os demais dizendo que somente creria se colocasse as suas mãos e dedos nas feridas de Jesus.
Passou-se ainda uma semana e Jesus novamente surge no meio deles, mesmo estando trancadas as portas. Novamente ministra a paz para eles, em primeiro lugar.
Em seguida, ele chama a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia" – vs. 28.
Ao que Tomé exclamou: “Senhor meu e Deus meu!”. Uma das confissões mais claras e singelas da divindade de Cristo no Novo Testamento.
Os dois termos mais sublimes, "Senhor" (equivalente à designação "Yahweh" do Antigo Testamento) e "Deus”, são usados em conjunto e dirigidos inequivocamente a Jesus como reconhecimento de sua natureza divina. Cristo aceitou esse reconhecimento sem hesitação. Devemos isso a Tomé!
Jesus viu que crera, mas disse que mais bem-aventurados são os que não viram e, mesmo assim, creram. Ao mesmo tempo em que louva a fé de Tomé, Jesus pronuncia uma bênção sobre aqueles que viriam a crer mediante o testemunho dos discípulos (17.20; cf. 1Pe 1.8-9). Essa bênção introduz o motivo pelo qual o Evangelho foi escrito (vs. 30-31).
Está escrito que ainda muitos outros sinais ocorreram. Nenhum dos Evangelhos afirma apresentar um registro exaustivo ou rigorosamente cronológico (cf. 21.25). Algumas das supostas dificuldades interpretativas podem ser explicadas tendo-se em mente esse princípio.
Estes, porém, foram registrados para que creiais – vs. 31. Essa declaração resume sucintamente a teologia desse Evangelho: os sinais registrados devem conduzir o leitor à fé em Jesus não apenas como um operador de milagres, mas como "o Cristo, o Filho de Deus", o Verbo eterno e plenamente divino de Deus. Pela fé, encontramos vida naquele que é a própria fonte da vida (6.32-58).
Convém observar que a verdadeira fé, por meio da qual somos abençoados, é suscitada pela leitura dessa narrativa dos milagres de Jesus, apesar de não termos testemunhado esses fatos pessoalmente.
Jo 20:1 No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada,
sendo ainda escuro,
e viu que a pedra estava revolvida.
Jo 20:2 Então,
correu e foi ter com Simão Pedro
e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes:
Tiraram do sepulcro o Senhor,
e não sabemos onde o puseram.
Jo 20:3 Saiu, pois, Pedro e o outro discípulo
e foram ao sepulcro.
Jo 20:4 Ambos corriam juntos,
mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro
e chegou primeiro ao sepulcro;
Jo 20:5 e, abaixando-se,
viu os lençóis de linho;
todavia, não entrou.
Jo 20:6 Então, Simão Pedro,
seguindo-o,
chegou e entrou no sepulcro.
Ele também viu os lençóis,
Jo 20:7 e o lenço que estivera
sobre a cabeça de Jesus,
e que não estava com os lençóis,
mas deixado num lugar à parte.
Jo 20:8 Então,
entrou também o outro discípulo,
que chegara primeiro ao sepulcro,
e viu,
e creu.
Jo 20:9 Pois ainda não tinham
compreendido a Escritura,
que era necessário ressuscitar
ele dentre os mortos.
Jo 20:10 E voltaram os discípulos outra vez para casa.
Jo 20:11 Maria, entretanto,
permanecia junto à entrada do túmulo, chorando.
Enquanto chorava,
abaixou-se,
e olhou para dentro do túmulo,
Jo 20:12 e viu dois anjos vestidos de branco,
sentados onde o corpo de Jesus fora posto,
um à cabeceira
e outro aos pés.
Jo 20:13 Então, eles lhe perguntaram:
Mulher, por que choras?
Ela lhes respondeu:
Porque levaram o meu Senhor,
e não sei onde o puseram.
Jo 20:14 Tendo dito isto,
voltou-se para trás
e viu Jesus em pé,
mas não reconheceu que era Jesus.
Jo 20:15 Perguntou-lhe Jesus:
Mulher, por que choras?
A quem procuras?
Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu:
Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
Jo 20:16 Disse-lhe Jesus:
Maria!
Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico:
Raboni (que quer dizer Mestre)!
Jo 20:17 Recomendou-lhe Jesus:
Não me detenhas;
porque ainda não subi para meu Pai,
mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes:
Subo para meu Pai
e vosso Pai,
para meu Deus
e vosso Deus.
Jo 20:18 Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos:
Vi o Senhor!
E contava que ele lhe dissera estas coisas.
Jo 20:19 Ao cair da tarde daquele dia,
o primeiro da semana,
trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus,
veio Jesus,
pôs-se no meio e disse-lhes:
Paz seja convosco!
Jo 20:20 E, dizendo isto,
lhes mostrou as mãos e o lado.
Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor.
Jo 20:21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez:
Paz seja convosco!
Assim como o Pai me enviou,
eu também vos envio.
Jo 20:22 E, havendo dito isto,
soprou sobre eles e disse-lhes:
Recebei o Espírito Santo.
Jo 20:23 Se de alguns perdoardes os pecados,
são-lhes perdoados;
se lhos retiverdes,
são retidos.
Jo 20:24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Jo 20:25 Disseram-lhe, então, os outros discípulos:
Vimos o Senhor.
Mas ele respondeu:
Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
e ali não puser o dedo,
e não puser a mão no seu lado,
de modo algum acreditarei.
Jo 20:26 Passados oito dias,
estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos,
e Tomé, com eles.
Estando as portas trancadas,
veio Jesus,
pôs-se no meio e disse-lhes:
Paz seja convosco!
Jo 20:27 E logo disse a Tomé:
Põe aqui o dedo
e vê as minhas mãos;
chega também a mão
e põe-na no meu lado;
não sejas incrédulo,
mas crente.
Jo 20:28 Respondeu-lhe Tomé:
Senhor meu e Deus meu!
Jo 20:29 Disse-lhe Jesus:
Porque me viste, creste?
Bem-aventurados os que não viram e creram.
Jo 20:30 Na verdade,
fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais
que não estão escritos neste livro.
Jo 20:31 Estes, porém, foram registrados
para que creiais que Jesus é o Cristo,
o Filho de Deus,
e para que,
crendo,
tenhais vida em seu nome.
E Tomé? Tinha ficado de fora como parecendo aquele que tinha sido excluído, mas ele estava era tendo a oportunidade de ser bem-aventurado e desperdiçou por causa da dúvida ou da incredulidade.
Como iremos ter vida em seu nome? O próprio texto responde: CRENDO NELE!
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
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