O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o último capítulo do Evangelho de João, o 21; estamos
na última parte também.
Breve síntese do capítulo 21
Esta é mais uma vez, a terceira (eu tenho
uma pregação sobre isso: recomendo a sua leitura e meditação), das 13 vezes registradas que ele
apareceu aos seus discípulos depois de ressurrecto dentre os mortos.
A morte estava tão acostumada com o triunfo
que se esqueceu de que na morte de Cristo ela também morreria! As aparições
agora eram específicas e pontuais. Assim, Jesus mantinha seu padrão até que se
completassem os 40 dias aqui na terra.
Ele aparece aos discípulos enquanto estes
pescavam. Pescaram a noite toda, mas nada apanharam. Estavam frustrados e
tristes e lá aparece Jesus, na praia, preparando algo de comer e iria usar dos
peixes que ainda apanhariam.
A refeição preparada por Jesus, na beira da
praia, que momento especial! Quantas não são as vezes que Jesus está conosco em
nossas praias, mas estamos distraídos com nossa pescaria feita do nosso modo
que não apanha peixe algum?
Neste capítulo, o último do Evangelho de
João, Jesus vai tratar especialmente de Pedro para curá-lo daquele triste
momento em que negou o Senhor por três vezes.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. EPÍLOGO (21.1-25).
Depois de sua ressurreição, Jesus
estabeleceu na igreja uma ordem que deve ser seguida pelas gerações futuras.
É possível que esse capítulo tenha sido
acrescentado como um pós-escrito pelo mesmo autor do Evangelho (isto é, por
João), embora haja indícios de que outra pessoa escreveu o vs. 24 e talvez o vs.
25.
Dividiremos essa última parte em quatro
seções, as quais veremos todas agora.
A. O milagre no mar (21.1-14).
B. A confirmação de Pedro (21.15-19).
C. O discípulo amado (21.20-23).
D. Comentários finais (21.24-25).
A. O milagre no mar (21.1-14).
Jesus apareceu aos seus discípulos enquanto
eles estavam pescando e lhes concede que apanhem uma quantidade extraordinária
de peixes.
Depois dessas coisas, ainda o Senhor se
manifestou aos seus discípulos junto ao mar de Tiberíades.
Tudo começou com Pedro que teve a ideia de
ir pescar. Essa declaração pode indicar que, por ter negado o Senhor, Pedro
pensou que havia perdido o privilégio de ser uma testemunha. Naquela noite,
nada apanharam.
No Mediterrâneo da antiguidade não era
incomum pescar durante a noite. As circunstâncias trazem à memória a pesca
miraculosa relatada em Lc 5.4-11 e são associadas ao chamado inicial de Pedro e
alguns dos outros discípulos (Mt 4.18-22).
Eles passaram toda a noite pescando e não
encontram nada. A madrugada já estava despontando quando alguém surge na praia
e pede a eles algo para comer. Era o Senhor, todavia, os discípulos não
reconheceram que era ele.
Eles responderam que não tinham nada e
aquele senhor, à beira da praia, fala para eles jogarem a rede do lado direito
do barco que iriam encontra peixes.
Eles obedeceram e pegaram grande quantidade
de peixes. Aquele discípulo a quem Jesus
amava João foi o primeiro a reconhecer Jesus.
Pedrão ouvindo que era o Senhor cingiu-se
com sua veste. Um gesto surpreendente para alguém que estava prestes a se
lançar na água. É possível que Pedro tenha se vestido desse modo em sinal de
reverência a Jesus, diante do qual não desejava aparecer despido.
Os outros discípulos apanharam o barco e
foram para praia, para perto de Jesus onde ali viram umas brasas e, em cima,
peixes e pão. A passagem não diz de onde veio o peixe. Apesar de não ser
especificado, é possível que fizesse parte do milagre.
Jesus pediu a eles que trouxessem também
dos peixes que acabaram de pescar. A quantidade era enorme, cento e cinquenta e
três grandes peixes. Foram sugeridos vários significados para esse número. A
explicação mais simples é que se tratava do modo de um pescador descrever uma
pesca extraordinária.
Apesar da grande quantidade de peixes, a
rede suportou o peso. Jesus tinha preparado o café da manhã para eles com
peixes e pães e, assim, naquela manhã comeram juntos. Fora essa a terceira vez
que Jesus aparecera a eles.
Não o terceiro aparecimento, mas a terceira
vez que Jesus se revelava na presença de um grupo de apóstolos (cf.
20.19-23,24-26).
B. A confirmação de Pedro (21.15-19).
Veremos nos próximos versos Jesus tratando
de Pedro e o curando de todo mal. Por ter negado Jesus, é possível que Pedro se
considerasse inadequado para continuar no ofício de apóstolo. Nesses
versículos, Jesus confirma o apostolado de Pedro.
Jesus se dirige a ele como Simão, filho de
João - o mesmo nome que Jesus emprega no início de sua declaração solene em
resposta à confissão de Pedro (Mt 16.17).
Ele pergunta a ele se ele o amava mais do
que todos ali. Essa pergunta pode ser interpretada de várias maneiras:
"Amas-me mais do que estes homens me amam?"; "Amas-me mais do
que amas a estes homens?"; “Amas-me mais do que amas a estas coisas (redes
e peixes)?".
Na pergunta de Jesus, o verbo grego
traduzido como "amar" muda de forma quando Cristo questiona pela terceira
vez, ao passo que Pedro responde sempre usando esse segundo verbo.
Para alguns comentaristas, houve a intenção
de diferenciar, de algum modo, o significado dos dois verbos.
Porém, duas considerações tornam essa ideia
improvável:
(1)Em
primeiro lugar, João emprega esses verbos de modo alternado em outras passagens
do seu Evangelho.
(2)Em
segundo lugar, outras variações de expressão nesse diálogo são claramente
estilísticas (p. ex., "Apascenta os meus cordeiros", "Pastoreia
as minhas ovelhas", "Apascenta as minhas ovelhas").
Apascenta os meus cordeiros. "Meus
cordeiros" e "minhas ovelhas" são expressões que correspondem a “minha
igreja” (10.14,26-27).
Pedro escreveu aos presbíteros, considerando-se
"presbítero como eles" (1Pe 5.1-2), instando-os a “[pastorear] o
rebanho de Deus", numa indicação clara de que havia levado a sério as
palavras de Jesus.
Pedro não se entristeceu porque Jesus muda
ligeiramente o vocabulário nessa última pergunta, mas porque as três perguntas
sobre o seu amor por Jesus certamente o lembraram de suas três negações
recentes.
Em sua bondade, Jesus deu a Pedro a
oportunidade de confessar o seu amor e reafirmar o seu chamado para servir ao
Senhor. Reagindo com muita gratidão, Pedro chama Jesus de "o Supremo
Pastor" (1 Pe 5.4).
Tendo feito Pedro passar por essa sessão
terapêutica, lhe fala que quando era ele jovem, cingia-se a si mesmo, porém
quando Pedro envelhecer, outro o cingirá e o levará onde não quererá ir. Estava
Jesus falando – vs. 19 - com que gênero de morte Pedro haveria de honrá-lo. De
acordo com uma tradição antiga, sem seu martírio Pedro foi crucificado de
cabeça para baixo.
Ele então repete o seu chamado para Pedro,
como uma segunda chance para ele poder responder novamente. “Segue-me” - uma
repetição do chamado inicial de Jesus aos seus apóstolos (Mt 4.19; Lc 5.27; cf.
Jo 21.22). Esse episódio confirma, pela graça, o papel de Pedro como apóstolo.
C. O discípulo amado (21.20-23).
Pedro já curado, curiosamente, quis saber
do fim do discípulo amado – vs. 21. Ao ser relacionada a 13.23-25, essa
descrição “do discípulo que Jesus amava” não deixa dúvidas de que se trata de
João, filho de Zebedeu.
Jesus fala de sua volta futura e João esclarece
que Cristo não prometeu que retornaria durante o tempo de vida de João.
Alguns enxergaram nisso uma declaração de
que Jesus havia prometido voltar antes do final do século 1 d.C. Aqui, João
deixa claro que não foi feito nenhuma promessa desse tipo. No entanto, esses
versículos certamente trazem uma promessa da segunda vinda de Cristo que
ocorrerá num momento não especificado.
D. Comentários finais (21.24-25).
Essas palavras finais – vs. 24 e 25 - encerram
o Evangelho de João com a garantia de que o conteúdo da obra é autêntico, porém
não exaustivo.
O discípulo que escreveu a respeito "destas
coisas" é o mesmo discípulo mencionado várias vezes anteriormente e
identificado como aquele a quem Jesus amava (13.23) — a saber, João.
O vs. 24 dá testemunho de que o livro fora
escrito por João e ele usa “sabemos” para dizer que seu testemunho é verdadeiro.
Trata-se do depoimento de um contemporâneo de João que, sem dúvida, o conhecia
pessoalmente. Logo, todo o Evangelho, incluindo o cap. 21, foi recebido quase
instantaneamente pela igreja primitiva como um texto canônico.
João finaliza com uma hipérbole descritiva,
expressando claramente que cada um dos escritores do Evangelho teve de ser
extremamente seletivo. Esse versículo foi escrito por João ou acrescentado pela
pessoa que redigiu o depoimento anterior.
Jo 21:1 Depois disto,
tornou Jesus
a manifestar-se aos discípulos
junto
do mar de Tiberíades;
e
foi assim que ele se manifestou:
Jo
21:2 estavam juntos Simão Pedro,
Tomé,
chamado Dídimo,
Natanael,
que era de Caná da Galiléia,
os
filhos de Zebedeu
e
mais dois dos seus discípulos.
Jo
21:3 Disse-lhes Simão Pedro:
Vou
pescar.
Disseram-lhe
os outros:
Também
nós vamos contigo.
Saíram,
e entraram no barco,
e,
naquela noite, nada apanharam.
Jo 21:4 Mas,
ao clarear da madrugada,
estava
Jesus na praia;
todavia,
os discípulos
não
reconheceram que era ele.
Jo
21:5 Perguntou-lhes Jesus:
Filhos,
tendes aí alguma coisa de comer?
Responderam-lhe:
Não.
Jo 21:6
Então, lhes disse:
Lançai
a rede à direita do barco e achareis.
Assim fizeram
e já não podiam puxar a rede,
tão
grande era a quantidade de peixes.
Jo 21:7
Aquele discípulo a quem Jesus amava
disse
a Pedro:
É
o Senhor!
Simão Pedro,
ouvindo
que era o Senhor,
cingiu-se
com sua veste,
porque
se havia despido,
e lançou-se
ao mar;
o
21:8 mas os outros discípulos vieram
no
barquinho
puxando
a rede com os peixes;
porque não
estavam distantes
da
terra senão quase
duzentos
côvados.
Jo
21:9 Ao saltarem em terra,
viram
ali umas brasas
e,
em cima, peixes;
e
havia também pão.
Jo
21:10 Disse-lhes Jesus:
Trazei
alguns dos peixes
que
acabastes de apanhar.
Jo 21:11
Simão Pedro entrou no barco
e
arrastou a rede para a terra,
cheia
de cento e cinqüenta e três
grandes
peixes;
e, não
obstante serem tantos,
a rede não se
rompeu.
Jo
21:12 Disse-lhes Jesus:
Vinde,
comei.
Nenhum
dos discípulos ousava perguntar-lhe:
Quem
és tu?
Porque
sabiam que era o Senhor.
Jo
21:13 Veio Jesus,
tomou
o pão,
e
lhes deu,
e, de igual
modo, o peixe.
Jo 21:14 E já era esta a terceira vez
que Jesus se manifestava aos discípulos,
depois de
ressuscitado dentre os mortos.
Jo 21:15 Depois de terem comido,
perguntou Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho
de João, amas-me mais do que estes outros?
Ele respondeu:
Sim, Senhor,
tu sabes que te amo.
Ele lhe disse:
Apascenta os
meus cordeiros.
Jo 21:16 Tornou a perguntar-lhe pela
segunda vez:
Simão, filho
de João, tu me amas?
Ele lhe respondeu:
Sim, Senhor,
tu sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus:
Pastoreia as
minhas ovelhas.
Jo 21:17 Pela terceira vez Jesus lhe
perguntou:
Simão, filho
de João, tu me amas?
Pedro entristeceu-se por ele lhe ter
dito, pela terceira vez: Tu me amas?
E
respondeu-lhe:
Senhor,
tu sabes todas as coisas,
tu
sabes que eu te amo.
Jesus lhe disse:
Apascenta as
minhas ovelhas.
Jo 21:18 Em verdade, em verdade te digo
que, quando
eras mais moço,
tu
te cingias a ti mesmo
e
andavas por onde querias;
quando,
porém, fores velho,
estenderás
as mãos,
e
outro te cingirá
e
te levará para onde não queres.
Jo 21:19 Disse isto para significar com
que gênero de morte
Pedro havia
de glorificar a Deus.
Depois de assim falar, acrescentou-lhe:
Segue-me.
Jo 21:20 Então, Pedro, voltando-se,
viu que
também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava,
o
qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus
e
perguntara:
Senhor,
quem é o traidor?
Jo 21:21 Vendo-o, pois, Pedro perguntou
a Jesus:
E quanto a
este?
Jo 21:22 Respondeu-lhe Jesus:
Se eu quero
que ele permaneça até que eu venha,
que
te importa?
Quanto
a ti,
segue-me.
Jo 21:23 Então,
se tornou
corrente entre os irmãos o dito
de
que aquele discípulo não morreria.
Ora, Jesus
não dissera que tal discípulo não morreria, mas:
Se
eu quero que ele permaneça
até
que eu venha, que te importa?
Jo 21:24 Este é o discípulo
que dá
testemunho a respeito destas coisas
e
que as escreveu;
e
sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
Jo 21:25 Há, porém, ainda muitas outras
coisas que Jesus fez.
Se todas elas
fossem relatadas uma por uma,
creio
eu que nem no mundo inteiro
caberiam
os livros que seriam escritos.
Quanto a ti,
SEGUE-ME! Como seguiria ele a Jesus uma vez que Jesus subiria ao Pai? É por que
onde a palavra de Deus está sendo pregada - e para ser pregada ela deve apontar
para Jesus Cristo -, ali ele está! Entenda: não somos nós quem fazemos a obra
de Deus, mas o Senhor quem a faz por meio de nossa instrumentalidade – toda a
glória pertence somente a ele.
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 20, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 20
Como é que teremos vida no nome de Jesus? A
resposta é do próprio texto: CRENDO EM JESUS!
Foi no primeiro dia da semana, no domingo,
que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Portanto, ele está vivo e cumprirá o
que disse que voltaria. Estamos aguardando! A morte não pode com o Senhor da
vida e teve de recuar, pela primeira vez, e ceder seu reino e lugar ao Senhor
que ali estava por obra do Pai e para a nossa salvação.
Foi um dia histórico, um dia registrado em
nossa história e testemunhado pelos homens que fazem a história. Assim, também
hoje estamos aguardando um dia na história, um outro “domingo” em que Jesus
voltará para cumprir a sua palavra que disse que voltaria para cá novamente.
Ao terceiro dia ressuscitou! O momento da
ressuscitação não foi testemunhado por homem algum, mas ele levantou homens e
mulheres aos quais lhes apareceu para serem suas testemunhas de que, de fato,
ressuscitou dos mortos. Maria Madalena foi uma delas!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O MINISTÉRIO ALCANÇA O CLÍMAX (18.1-20.31) - continuação.
Como já dissemos, a morte e a ressurreição
de Jesus foram acontecimentos extraordinários e comprovaram que ele é o Messias
e o Filho de Deus.
Dos versos primeiro ao último do capítulo
20, veremos esse ministério alcançando o seu clímax.
Os quatro Evangelhos relatam os principais
acontecimentos da prisão, do julgamento, da crucificação e da ressurreição de Jesus.
Essa 4ª parte foi dividida em três seções
principais: A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) – já vimos; B. A crucificação, a morte e o
sepultamento de Jesus (19.17-42) – já
vimos; e, C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31) – veremos agora.
C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31).
A ressurreição e as manifestações de Jesus.
Depois de registrar a descoberta do túmulo vazio (vs. 1-9), João relata o
aparecimento de Jesus a Maria Madalena (vs. 10.18), aos discípulos (vs. 19-23)
e a Tomé (vs. 24-31).
Os quatro Evangelhos apresentam relatos de
aparecimentos após a ressurreição que se complementam e que, combinados com At
1.3-8; 1Co 15.5-8, indicam treze manifestações:
üSete
em Jerusalém ou arredores.
üQuatro
na Galileia.
üUma
no monte das Oliveiras.
üUma
na estrada para Damasco.
O túmulo vazio.
João descreve claramente a ressurreição de
Jesus como um acontecimento histórico e físico. Assim como os outros escritores
do Novo Testamento, João acreditava que a ressurreição de Jesus era essencial
para a salvação (cf. 1 Co 15.12ss.).
Essa expressão do vs. 1 de que ainda era
muito escuro, não é necessariamente conflitante com Mc 16.2 (“ao despontar do
sol’”.). E possível que João esteja se referindo ao momento em que partiram, e
Marcos ao momento em que chegaram ao túmulo. Também é possível que Maria
Madalena tenha ido ao túmulo mais cedo do que as mulheres mencionadas em
Marcos.
O fato é que ela foi ao sepulcro para
encontrar o corpo de Jesus, mas encontrou o túmulo vazio e era de madrugada do
domingo. Por ter encontrado vazio o túmulo é que ela correu ao encontro de
Pedro e João.
A primeira pessoa do plural na narrativa
quando disseram que tiraram o Senhor do sepulcro e não sabiam onde o colocaram indica
que várias mulheres foram ao túmulo, conforme afirmam os outros Evangelhos.
São as mesmas mulheres que fizeram vigília
aos pés da cruz, talvez com exceção de Maria, a mãe de Jesus, que não é
mencionada aqui. Apesar do que Jesus havia lhes dito, nem Maria Madalena nem os
discípulos estavam esperando a ressurreição (cf. vs. 9).
Aquilo foi um alvoroço e Pedro e João
correram para ver os fatos e confirmar o que acontecera.
João olhou rapidamente e confirmou que nada
havia sido mudado de lugar dentro do sepulcro; então, Pedro e João
inspecionaram o sepulcro mais detalhadamente.
Os lençóis de linho estavam arrumados (vs.
7). Se alguém tivesse violado o túmulo e retirado o corpo, esses lençóis não
estariam ali, e o que foi usado para cobrir a cabeça de Jesus possivelmente
estaria jogado descuidadamente, e não "deixado num lugar à parte" (vs.
7).
João ao ver aquilo, está escrito que viu e
creu o que significa que aqueles panos que envolviam Jesus mantinham o formato
do corpo, mas ali não havia corpo.
Eles ainda não tinham compreendido a Escritura.
Só mais tarde, como resultado da instrução de Jesus, é que eles compreenderiam
a sua ressurreição como o cumprimento necessário das profecias (Lc
24.26-27,44-47; At 2.25-32; 13.35-37).
Fica evidente que os discípulos não
esperavam uma ressurreição, e que também não tentaram inventá-la para que se
encaixasse em suas próprias preconcepções.
Qualquer ajeitamento aqui iria ser uma
tragédia, mas a verdade não geraria isso, antes deixariam as pessoas perplexas.
Ninguém na terra iria conseguir montar um palco tão grande com atores tão
perfeitos, se não a própria verdade dos fatos. Depois de terem visto e
testemunhado o que viram, voltaram para casa.
O aparecimento de Jesus a Maria Madalena.
Maria, não voltou. Ficou ali como se
esperasse por algo. Jesus apareceu primeiramente a Maria Madalena, sua serva
humilde e amada.
Foi ai que seus olhos foram abertos e ela
pode ver dois anjos vestidos de branco.
Observa-se aqui uma pequena diferença entre
os relatos dos quatro Evangelhos (Mt 28.2 registra um anjo; Mc 16.5, um varão e
Lc 24.4, dois homens, que também são chamados de "anjos" em Lc
24.23).
Não existe necessariamente contradição, uma
vez que os anjos devem ter aparecido em forma humana e que um deles foi
destacado, talvez por ter sido aquele que falou.
O que Maria viu também difere ligeiramente
do que as outras mulheres testemunharam, uma vez que ela ficou sozinha no
túmulo depois de que Pedro e João partiram.
Os anjos conversam com ela e perguntam por
que ela estava chorando e ela responde que o seu Senhor tinha sido levado dali.
Foi nesse momento que ela se virou e viu ali também a Jesus, porém não o
reconheceu.
Mateus diz que Jesus já havia aparecido uma
vez ao grupo de mulheres que estavam a caminho de Jerusalém para avisar os
discípulos sobre o túmulo vazio (Mt 28.8-10).
Os discípulos não creram nas mulheres (Lc
24.11,22-23) e, ao que parece, a própria Maria quase não acreditou.
Em algumas ocasiões, depois de sua
ressurreição, Jesus não foi reconhecido de imediato (vs. 20; 21 4). É possível
que algumas pessoas não o tenham reconhecido devido ao ceticismo e à dor da
perda, ao passo que outras foram sobrenaturalmente impedidas de reconhecê-lo
(Lc 24.16,31).
Além disso, havia tanto semelhanças quanto
diferenças entre o corpo natural e o corpo ressurreto de Jesus, porém outros
diferentes, e é possível que sua aparência tenha passado por uma mudança
qualitativa (1Co 15.35-49).
Como os anjos, Jesus também pergunta por
que ela estaria chorando e o que ela estaria procurando. Ela pensava que aquele
que falava com ela fosse o jardineiro. E ela então apela para ele para, que se
soubesse, logo falasse onde estaria o corpo de Jesus.
Ao que Jesus lhe disse: “Maria!”. Foi ai
que ela o reconheceu e o chamou de Raboni! (Raboni significa Mestre).
A voz de Jesus chamando "Maria"
revelou claramente a sua identidade. Essa forma de tratamento enfatiza o termo
"Rabi" (“meu mestre’”.) e era usada em oração para dirigir-se a Deus.
No entanto, uma vez que João fornece a tradução "Mestre", é pouco
provável que tenha sido usada para se referir à divindade de Jesus.
Ela ficou muito feliz e quis demonstrar
isso ao seu Senhor, porém ele a advertiu que não o retivesse ali.
Mt 28.9 registra que as mulheres abraçaram
os pés de Jesus e, posteriormente, Tomé o tocou (vs. 27), indicando que não era
impróprio tocar no corpo ressurreto de Cristo.
O comentário feito a Maria lembrou-a de que
ele não havia meramente se recuperado, mas sim, verdadeiramente ressuscitado.
Ela não devia "detê-lo" como se fosse
um ser terreno que havia se recuperado de uma enfermidade; antes, devia
reconhecê-lo como aquele cuja ressurreição era o início de sua ascensão ao céu.
Por isso, ela foi impedida de demonstrar a
familiaridade afetuosa que havia demonstrado antes de sua morte.
No entanto, recebeu uma ordem do Senhor
para ir e anunciar aos seus irmãos que ele tinha ressuscitado. Sem dúvida, uma
referência aos seus discípulos (a mesma expressão é usada em Mt 28.10).
Seria para ela dizer a eles que ele estaria
voltando para o seu Pai e vosso Pai, para o seu Deus e vosso Deus. Jesus articulou
uma distinção entre a sua condição única de Filho e a condição de filhos
redimidos e adotados dos discípulos. Do mesmo modo, sua relação com o Pai é
diferente da relação com os seres humanos redimidos.
O aparecimento de Jesus aos discípulos.
Maria Madalena obedeceu ao Senhor e
anunciou aos discípulos.
Ao cair da tarde daquele dia, do primeiro
dia da semana, estando os discípulos com portas fechadas por medo dos judeus,
Jesus entrou e pôs-se no meio deles.
É provável que o grupo incluísse outros
além dos dez apóstolos (os doze menos Judas Iscariotes e Tomé). Veja At 1.14,
onde está registrado que as mulheres, Maria (a mãe de Jesus), seus irmãos e,
provavelmente, outros (Barsabás e Matias; At 1.23) estavam reunidos no cenáculo
depois da ascensão de Jesus.
O relato dizendo que as portas estavam
fechadas dá a impressão de que o Cristo ressurreto podia atravessar portas
fechadas (veja também o vs. 26), e não que ele as destrancou sobrenaturalmente como
em At 12.10.
Esse fato é relevante para as discussões
acerca da natureza do corpo ressurreto (1Co 15.35-49).
A primeira ministração a eles quando surgiu
no meio deles, do nada, foi que a paz estivesse com eles! Uma saudação comum
(repetida no vs. 21) e muito bem recebida, uma vez que talvez esperassem uma
repreensão pela covardia de terem abandonado Jesus no momento de sua prisão.
Ele disse isso e logo lhes mostrou as suas
marcas e feridas da crucificação nas mãos e em seu lado. As marcas deixadas
pelas feridas da crucificação (cf. vs. 25), que identificavam Jesus e
confirmavam que ele não era um fantasma.
Ele novamente lhes ministra a paz e, ato
contínuo, os envia, como o Pai o enviou: “assim como o Pai me enviou, eu também
vos envio”. Essa é uma síntese da comissão dada por Jesus aos discípulos (Mt
28.18-20 e Lc 24.44-53 apresentam a comissão em mais detalhes). Jesus é o
exemplo supremo de evangelismo e missões.
Em seguida, ele sopra neles dizendo para
receberem o Espírito Santo. Não se trata de uma referência ao poder para o
ministério, que foi outorgado no Pentecoste, mas sim à ordenação formal dos
onze discípulos para o apostolado. Quanto ao contexto veterotestamentário do
papel do Espírito Santo em ordenações oficiais, veja a nota sobre SI 51.11.
Ele explica com mais detalhes que se de
alguns perdoarem os pecados, eles estariam perdoados. Palavras semelhantes às
de Mt 16.19; 18.18.
Como fundamento da igreja (Ef 2.20), os
apóstolos deram início ao processo, continuado pela igreja (1Co 5.4), de
declarar em nome de Deus, a retenção e o perdão dos pecados.
Isso ocorre em relação à pregação do
evangelho e à operação da disciplina eclesiástica.
O aparecimento de Jesus a Tomé.
João inclui o aparecimento de Jesus a Tomé
para tratar da questão da dúvida entre os discípulos de Jesus.
Da primeira vez, Tomé não estava presente
quando o Senhor apareceu a todos. Apesar do testemunho de todos, Tomé
continuava cético. Ele desafiava os demais dizendo que somente creria se
colocasse as suas mãos e dedos nas feridas de Jesus.
Passou-se ainda uma semana e Jesus
novamente surge no meio deles, mesmo estando trancadas as portas. Novamente ministra
a paz para eles, em primeiro lugar.
Em seguida, ele chama a Tomé: “Coloque o
seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare
de duvidar e creia" – vs. 28.
Ao que Tomé exclamou: “Senhor meu e Deus
meu!”. Uma das confissões mais claras e singelas da divindade de Cristo no Novo
Testamento.
Os dois termos mais sublimes,
"Senhor" (equivalente à designação "Yahweh" do Antigo Testamento)
e "Deus”, são usados em conjunto e dirigidos inequivocamente a Jesus como
reconhecimento de sua natureza divina. Cristo aceitou esse reconhecimento sem
hesitação. Devemos isso a Tomé!
Jesus viu que crera, mas disse que mais
bem-aventurados são os que não viram e, mesmo assim, creram. Ao mesmo tempo em
que louva a fé de Tomé, Jesus pronuncia uma bênção sobre aqueles que viriam a
crer mediante o testemunho dos discípulos (17.20; cf. 1Pe 1.8-9). Essa bênção
introduz o motivo pelo qual o Evangelho foi escrito (vs. 30-31).
Está escrito que ainda muitos outros sinais
ocorreram. Nenhum dos Evangelhos afirma apresentar um registro exaustivo ou
rigorosamente cronológico (cf. 21.25). Algumas das supostas dificuldades
interpretativas podem ser explicadas tendo-se em mente esse princípio.
Estes, porém, foram registrados para que
creiais – vs. 31. Essa declaração resume sucintamente a teologia desse Evangelho:
os sinais registrados devem conduzir o leitor à fé em Jesus não apenas como um
operador de milagres, mas como "o Cristo, o Filho de Deus", o Verbo
eterno e plenamente divino de Deus. Pela fé, encontramos vida naquele que é a
própria fonte da vida (6.32-58).
Convém observar que a verdadeira fé, por
meio da qual somos abençoados, é suscitada pela leitura dessa narrativa dos
milagres de Jesus, apesar de não termos testemunhado esses fatos pessoalmente.
Jo 20:1 No primeiro dia da semana,
Maria
Madalena foi ao sepulcro de madrugada,
sendo
ainda escuro,
e
viu que a pedra estava revolvida.
Jo 20:2 Então,
correu e foi
ter com Simão Pedro
e com o outro
discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes:
Tiraram
do sepulcro o Senhor,
e
não sabemos onde o puseram.
Jo 20:3 Saiu, pois, Pedro e o outro
discípulo
e foram ao sepulcro.
Jo 20:4 Ambos corriam juntos,
mas o outro
discípulo correu mais depressa do que Pedro
e chegou
primeiro ao sepulcro;
Jo 20:5 e,
abaixando-se,
viu
os lençóis de linho;
todavia,
não entrou.
Jo 20:6 Então, Simão Pedro,
seguindo-o,
chegou
e entrou no sepulcro.
Ele
também viu os lençóis,
Jo
20:7 e o lenço que estivera
sobre
a cabeça de Jesus,
e
que não estava com os lençóis,
mas
deixado num lugar à parte.
Jo 20:8 Então,
entrou também
o outro discípulo,
que
chegara primeiro ao sepulcro,
e
viu,
e
creu.
Jo
20:9 Pois ainda não tinham
compreendido
a Escritura,
que era
necessário ressuscitar
ele
dentre os mortos.
Jo 20:10 E
voltaram os discípulos outra vez para casa.
Jo 20:11 Maria, entretanto,
permanecia
junto à entrada do túmulo, chorando.
Enquanto
chorava,
abaixou-se,
e
olhou para dentro do túmulo,
Jo
20:12 e viu dois anjos vestidos de branco,
sentados
onde o corpo de Jesus fora posto,
um
à cabeceira
e
outro aos pés.
Jo 20:13 Então, eles lhe perguntaram:
Mulher, por
que choras?
Ela lhes respondeu:
Porque
levaram o meu Senhor,
e não sei
onde o puseram.
Jo 20:14 Tendo dito isto,
voltou-se
para trás
e viu Jesus
em pé,
mas
não reconheceu que era Jesus.
Jo 20:15 Perguntou-lhe Jesus:
Mulher, por
que choras?
A quem
procuras?
Ela, supondo ser ele o jardineiro,
respondeu:
Senhor, se tu
o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
Jo 20:16 Disse-lhe Jesus:
Maria!
Ela, voltando-se, lhe disse, em
hebraico:
Raboni (que
quer dizer Mestre)!
Jo 20:17 Recomendou-lhe Jesus:
Não me
detenhas;
porque
ainda não subi para meu Pai,
mas
vai ter com os meus irmãos e dize-lhes:
Subo
para meu Pai
e
vosso Pai,
para meu Deus
e
vosso Deus.
Jo 20:18 Então, saiu Maria Madalena
anunciando aos discípulos:
Vi o Senhor!
E
contava que ele lhe dissera estas coisas.
Jo 20:19 Ao cair da tarde daquele dia,
o primeiro da
semana,
trancadas
as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus,
veio
Jesus,
pôs-se
no meio e disse-lhes:
Paz
seja convosco!
Jo 20:20 E,
dizendo isto,
lhes
mostrou as mãos e o lado.
Alegraram-se,
portanto, os discípulos ao verem o Senhor.
Jo
20:21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez:
Paz
seja convosco!
Assim como o
Pai me enviou,
eu também vos
envio.
Jo 20:22 E,
havendo dito isto,
soprou
sobre eles e disse-lhes:
Recebei
o Espírito Santo.
Jo 20:23 Se
de alguns perdoardes os pecados,
são-lhes
perdoados;
se lhos
retiverdes,
são
retidos.
Jo 20:24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado
Dídimo,
não estava
com eles quando veio Jesus.
Jo 20:25 Disseram-lhe, então, os outros
discípulos:
Vimos o
Senhor.
Mas ele respondeu:
Se eu não vir
nas suas mãos o sinal dos cravos,
e ali não
puser o dedo,
e não puser a
mão no seu lado,
de
modo algum acreditarei.
Jo 20:26 Passados oito dias,
estavam outra
vez ali reunidos os seus discípulos,
e
Tomé, com eles.
Estando as portas trancadas,
veio Jesus,
pôs-se
no meio e disse-lhes:
Paz
seja convosco!
Jo 20:27 E
logo disse a Tomé:
Põe
aqui o dedo
e
vê as minhas mãos;
chega também
a mão
e
põe-na no meu lado;
não sejas
incrédulo,
mas
crente.
Jo
20:28 Respondeu-lhe Tomé:
Senhor
meu e Deus meu!
Jo 20:29
Disse-lhe Jesus:
Porque
me viste, creste?
Bem-aventurados
os que não viram e creram.
Jo 20:30 Na verdade,
fez Jesus
diante dos discípulos muitos outros sinais
que
não estão escritos neste livro.
Jo 20:31 Estes, porém, foram registrados
para que
creiais que Jesus é o Cristo,
o
Filho de Deus,
e para que,
crendo,
tenhais
vida em seu nome.
E Tomé? Tinha
ficado de fora como parecendo aquele que tinha sido excluído, mas ele estava
era tendo a oportunidade de ser bem-aventurado e desperdiçou por causa da
dúvida ou da incredulidade.
Como iremos ter
vida em seu nome? O próprio texto responde: CRENDO NELE!
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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