O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 12, da parte II.
Breve síntese do capítulo 12
Judas, o ladrão, mas discípulo de Jesus.
Por quê? Por que escolheu Jesus a Judas e por que o amou até o fim e nele
investiu crendo que ele mudaria seu coração? Ou será que não foi assim e Jesus
sabia desde o início que Judas era do maligno e não se converteria de modo
algum?
O certo é que Jesus sabia quem ele era e o
tolerou consigo todo o tempo até o momento de sua traição. Qual a lição que
temos sobre Judas e Jesus? E nós, sabemos quem são os Judas em nossas igrejas e
relacionamentos? Não, não o sabemos.
Se Jesus sabia e o amou até o fim e nós,
amaremos até o fim também o nosso irmão que habita conosco confiadamente?
Depois disto, lá estavam os judeus curiosos
por verem Lázaro que ressuscitara dos mortos e os que viam, iam crendo. Agora o
plano não era somente matarem a Jesus, mas também a Lázaro. Que péssima escolha
esta dos judeus ao invés de se entregarem à vida, tentavam matá-la...
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior
parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas
festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público
de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a
proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram
durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – já vimos; C. Uma breve visita a
Jerusalém (5.1-47) – já vimos; D. O
seu ministério na Galileia (6.1-71) – já
vimos; e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante
várias festas (7.1-12.50) – estamos vendo.
E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias
festas (7.1-12.50) - continuação.
Como
dissemos, esses vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante
várias festas começa no capítulo 7 e termina no 12. Assim, dividiremos essa
alínea “E” em 3 seções: E1. Em Jerusalém, perto da festa dos tabernáculos
(7.1-10.21) – começaremos agora; E2.
Em Jerusalém, perto da festa da dedicação (10.22-42); e, E3. Em Jerusalém e
vizinhança, perto da páscoa (11.1-12.50).
E3. Em Jerusalém e vizinhança,
perto da páscoa (11.1-12.50).
Jesus
entrou em Jerusalém, realizou milagres e revelou a realidade da sua morte
iminente e ressurreição. De modo geral, ele foi admirado pelos gentios, mas
apenas alguns judeus o receberam. João relata, portanto, os acontecimentos
finais que ocorreram no ministério público de Jesus à medida que ele se
aproximava de Jerusalém e vizinhança, estando já próxima a Páscoa.
João
dividiu essas atividades de Jesus em seis partes principais: a. Ressuscitando
os mortos (11.1-44) – já vimos; b. A
conspiração para matar Jesus (11.45-57) –
já vimos; c. A unção em Betânia (12.1-8)
– veremos agora; d. A entrada triunfal (12.9-19) – veremos agora; e. A reação dos gentios (12.20-36) – veremos agora; e, f. A reação dos
judeus (12.37-50) – veremos agora.
c. A unção em Betânia (12.1-8).
A unção de Jesus por uma mulher pecadora
(Lc 7.36-50) é um episódio diferente dessa unção por Maria (veja Mt 26.6-12; Mc
14 3-9).
Faltavam seis dias para aquela sua última
páscoa e Jesus chegou a Betânia onde vivia Lázaro a quem tinha ressuscitado.
Eles tinham preparado um jantar para Jesus e Marta os servia, estando Lázaro à
mesa.
Maria, então, começou a ungir os pés de
Jesus e a enxugá-lo com seus cabelos, deixando a casa cheia do perfume do nardo
puro. Ela tinha usado uma libra de
bálsamo de nardo puro para isso e era muito precioso.
Veja o vs. 5 onde Judas confirma o valor
desse perfume como sendo equivalente a um ano de salário, ou dez vezes que Judas
iria aceitar para trair Jesus.
Mateus e Marcos registram que ela também
derramou perfume sobre a sua cabeça, o que seria a prática comum. Ungir os pés
e secar com os cabelos era uma homenagem especial de humilhação e devoção.
Judas (e os outros discípulos; Mt 26.8)
desaprovou o gesto de Maria dizendo que era um desperdício de dinheiro. Foi um
comentário impensado em relação a Jesus e cruel em relação a Maria, e Jesus
desmascarou esse repentino interesse pelos pobres como sendo apenas
superficial.
Deixa-a! – vs. 7 - Jesus estava mais preocupado
em proteger os sentimentos de Maria do que em repreender a falta de gentileza
de Judas para com ele mesmo.
Faltava apenas uma semana para a sua morte
e ele relacionou essa unção com as homenagens geralmente prestadas ao morto. Em
antecipação à morte substitutiva de Cristo pelos pecadores, o propósito central
da obra redentora de Deus, nenhuma quantia gasta poderia ser considerada grande
demais.
Em face do comentário ofensivo de Judas,
Jesus poderia ter ignorado essa referência aos pobres. Em vez disso, ele recomendou
que seus discípulos dessem atenção aos pobres.
Dentro de uma semana Jesus seria morto (Hb
5.7) e os discípulos não o veriam mais da mesma maneira que o viam até esse
momento. Os pobres, por outro lado, sempre estariam com eles.
Nenhum projeto para erradicar a pobreza irá
funcionar perfeitamente até que a nova terra e o novo céu substituam este mundo
de pecado e sofrimento. Todavia, Jesus não disse que a pobreza era uma condição
aceitável ou que fosse correto desconsiderar os pobres.
Antes, enfatizou que a oportunidade de
ministrar a ele logo acabaria, ao passo que a oportunidade de ministrar aos
pobres permaneceria.
d. A entrada triunfal (12.9-19).
Dos vs. 9 ao 19, veremos as multidões que deram
as boas-vindas a Cristo na esperança de que ele derrotaria os seus inimigos;
porém, esse entusiasmo logo desapareceria.
Em vez de reconhecerem a mão de Deus nesse
magnífico milagre da ressurreição de Lázaro, os principais sacerdotes
planejaram matar tanto a Jesus, como também a Lázaro.
Os líderes religiosos enfrentavam um
desgaste progressivo:
·Nicodemos
parecia ter desertado (7.50-52).
·Alguns
judeus acreditaram em Cristo, ainda que superficialmente (8.11).
·Alguns
ficaram impressionados com a cura do cego de nascença (10.21).
·Jesus
parecia estar ganhando adeptos além do Jordão (10.41-42);
·E
agora a ressurreição de Lázaro havia trazido mais pessoas à fé (11.45;
12.11,17-18).
Tudo isso servia como preparação para a
recepção que Jesus recebeu em sua entrada triunfal em Jerusalém, que levou os fariseus
a se lamentarem: “eis aí vai o mundo após ele" (vs. 19).
Muitos peregrinos da Galileia que testemunharam
os milagres de Jesus se juntaram aos habitantes de Jerusalém que haviam passado
para o lado de Jesus.
Eles estavam agitados e sabiam que Jesus
caminhava para Jerusalém e prepararam a sua entrada para que fosse magistral.
Tomaram ramos de palmeiras e saíram ao seu encontro clamando Hosana! Tradução
da expressão em hebraico que significa 'salva-nos'. Essa saudação é emprestada,
em parte, do SI 118.25-26, à qual a multidão acrescentou a referência ao filho
de Davi, 'Rei de Israel'. Isso foi particularmente alarmante para os lideres
judeus, pois temiam uma revolta popular sob o comando de Jesus.
Essas circunstâncias foram profetizadas
detalhadamente em Jr 9.9. Essa profecia também foi observada no registro de
Mateus, porém só foi compreendida pelos discípulos em retrospectiva.
e. A reação dos gentios (12.20-36).
Dos vs. 20 ao 36, João fornece um contraste
entre a reação dos gentios e a das autoridades judaicas com relação a Jesus
(12.37-50).
Entre alguns que subiram para adorarem
estavam alguns gregos - uma irônica nota de rodapé, considerando a declaração
dos fariseus no vs. 19.
Esses “gregos" provavelmente não eram
judeus que estavam na dispersão (esse termo pego é diferente daquele traduzido
como "helenistas" em At 6.1).
Antes, eram talvez prosélitos ou, mais
provavelmente, gentios “tementes a Deus" que participavam dos cultos na
sinagoga, mas não eram circuncidados, nem haviam ainda sido totalmente
admitidos na religião judaica (At 8.27; 13.26).
Felipe parecia ser um discípulo e uma
pessoa de fácil acesso (cf. 1.43-36). Seu nome é claramente grego. Ele falou
com André e ambos foram comunicar a Jesus o interesse dos gregos. Jesus
entendeu que era chegada a hora – vs. 23.
Contrastando com outras declarações
anteriores de que a sua hora ainda não havia chegado (2.4; 7.6,8,30; 8.20),
esse é o primeiro de uma série de anúncios que Jesus fez sobre a sua morte e
ressurreição iminentes (12.27, 13.1; 16.32; 17.1).
Estava chegando a hora de ele ser
glorificado. Refere-se à “glorificação” (embora a cruz e o sepultamento sejam
claramente identificados em outras passagens como parte de sua humilhação; Fp
2.8) porque são os portais pelos quais o Mediador entra na glória por meio da
ressurreição, ascensão e exaltação à direita do Pai (13.31-32; cf. Fp 2.8-9).
Ele sabia que o grão de trigo tinha de
morrer para nascer. Uma parábola sobre a obra de Jesus que mediante a sua morte,
as portas da salvação seriam abertas, não apenas para os judeus, mas também
para as pessoas de todas as nações.
Aquele que é absorvido pelos interesses da vida
terrena encontrará ruína, ao passo que a pessoa que se desprender dos
interesses mundanos obterá a vida eterna por meio da obra de Cristo (Mt 10.39; Lc
17.33). É pelo sacrifício de Cristo e da união com ele que a verdade dessa
afirmação é experimentada (veja o cap. 14).
“Aquele
que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste
mundo, a conservará para a vida eterna. Quem me serve precisa seguir-me; e,
onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará. “Agora
meu coração está perturbado, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não; eu
vim exatamente para isto, para esta hora” - João 12:25-27
A sua alma estava angustiada. Jesus estava
perturbado pela expectativa de sofrer a ira de seu Pai em lugar dos pecadores.
Mesmo assim, como um sumo sacerdote determinado, ele aceitou o seu papel e
reafirmou o seu compromisso.
Então ele clama ao Pai para glorificar o
seu nome e do céu bradou uma voz dizendo que já o glorificou e ainda o
glorificará novamente – vs. 28.
Há três ocasiões no ministério de Jesus em
que o Pai fala diretamente do céu:
·No
seu batismo (Mt 3.17),
·Durante
a transfiguração (Mt 17.5)
·E
nessa passagem, onde visando ao benefício dos discípulos (vs. 30), o Pai
colocou o seu selo de aprovação na obra mediadora de Cristo.
A multidão ouviu, mas alguns não entenderam
a teofania ou imaginaram coisas. Uma situação semelhante ocorreu na conversão
de Paulo, quando os homens que o acompanhavam ouviram uma voz, mas não
compreenderam as palavras (At 9.7; 22.9).
Jesus explica que a voz tinha vindo por
causa dos discípulos e não por causa dele.
Ele entendeu, portanto, que tinha chegado o
momento de ser julgado este mundo. Quando Jesus carregou sobre si a punição da
ira de Deus, que os pecadores mereciam, e sobrepujou o poder da morte, acabou
com o poder do pecado sobre a raça de Adão.
Tinha chegado a hora de julgar o mundo e
ser expulso o seu príncipe, Satanás (cf. 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2; I Jo
4.4; 5.19). Deus permite e tolera o poder de Satanás neste mundo. Satanás não
tem um direito inalienável para governar.
Jesus afirmava que quando fosse erguido,
atrairia todos a ele – vs. 32. Refere-se não apenas à natureza da crucificação
(vs. 33), mas também à ascensão de Jesus à direita de Deus (3.14). Ele atrairia
todos a ele mesmo (3.16; 6.44), ou seja, o “todos” refere-se a todas as classes
de seres humanos indistintamente, e não a todos os homens sem exceção.
Eles não entendiam certos detalhes. A lei
aqui – vs. 34 – era um termo usado para se referir a toda a Escritura do Antigo
Testamento (10.34; 15.25). Aqui é utilizado como uma possível referência a várias
passagem do Antigo Testamento (SI 89.36; 110.4; Is 9.7; Ez 37.25; Dn 7.14; Mq
5.2).
A multidão compreendia que esse “Filho do
Homem” era um título referente ao Messias. E o que seria ser levantado? Os
ouvintes de Jesus interpretaram isso como uma referência à forca ou à crucificação
e, com base em passagem das Escrituras como em SI 89.36-37, não conseguiam
conciliar a ideia da morte iminente de Jesus com o conceito que tinham sobre o
Messias.
Jesus identificou-se com a luz (1.4-9;
8.12; 9.5; 12.46). Sua morte iminente implicava certo grau de trevas, embora
ele tenha delegado a seus discípulos um ministério de iluminação (Mt 5.14), no
qual seriam chamados de “filhos da luz" (vs. 36). O incrédulo anda sem
rumo, mas o cristão anda na luz (Sl 119.105; Jo 8.12; 1Jo 1.7).
f. A reação dos judeus (12.37-50).
Dos vs. 37 ao 50, veremos a reação dos
judeus. João contrasta a reação dos judeus com a reação dos gentios quanto ao
ministério de Jesus (12.20-36).
O ministério público terreno de Jesus é
visto como um cumprimento do ministério de Isaías. Do mesmo modo que Isaías
profetizou um julgamento de purificação antes da restauração do reino, assim
também Jesus trouxe julgamento antes do início da restauração do reino.
Eles não podiam crer – vs. 39. Ninguém tem a
capacidade de crer genuinamente a menos que Deus renove a inclinação da pessoa
mediante uma obra sobrenatural do Espírito (Jo 3.3-7). A pergunta difícil é por que Deus escolhe
alguns para crerem. Por que ele não renova essa inclinação para todo mundo? Estar
entre o céu e inferno eterno parece com sorte, mas não é. Não é acaso, não é
escolha viciada, mas uma pura e legítima escolha da parte de Deus, o qual não é
injusto. Teoricamente, Deus é tanto justo por alguém ir para o céu ou para o
inferno.
Isaías representou de maneira grandiosa a
majestade da soberania de Deus, e João relacionou isso com a glória de Jesus, tanto
em sua humilhação, quanto em sua exaltação (12.23).
Assim, muitos creram nele. Apesar do
julgamento severo de Isaías, houve alguns que creram, mesmo entre os líderes.
Porém, a maioria hesitou em confessar sua fé
por causa da influência dos fariseus. Nicodemos possivelmente foi um desses
últimos, embora tenha demonstrado coragem ao agir de modo contrário à maré
farisaica (7.50-52; 19.39-40).
A união e a intimidade entre Jesus e o Pai
é salientada aqui em três aspectos:
1.Crer
(vs. 44).
2.Ver
(vs. 45).
3.Ouvir
(vs. 47).
Jesus
desafia seus ouvintes a verem e crerem e não admite que tenham dúvidas disso
por que ele está falando e eles deveriam ouvi-lo. Qualquer outra explicação é
interpretada por Jesus como rebeldia e rejeição a Deus.
Por
isso que eu brinco e digo para meus ouvintes que sou crente pelo simples fato
de que Deus, o Pai, falou, deixou isso registrado na Bíblia, eu li e acreditei
em tudo. Repare:
·Quem
o vê, vê aquele que o enviou; quem o ouve, ouve aquele que o enviou; quem nele
crê, crê naquele que o enviou.
·Ele
veio ao mundo como luz, para que todo aquele que nele crê, não permaneça nas
trevas.
·"Se
alguém ouve as suas palavras, e não as guarda, ele não o julga. Pois não veio
para julgar o mundo, mas para salvá-lo.
·Há
um juiz para quem o rejeita e não aceita as suas palavras; a própria palavra
que ele proferiu (a Bíblia!) o condenará no último dia.
·Ele
não falou por ele mesmo, mas o se Pai que o enviou ordenou a ele o que dizer e
o que falar.
·Ele
afirma categoricamente que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que ele
diz é exatamente o que o Pai o mandou dizer. (Jo 12: 45-50).
Como
poderia eu rejeitá-lo? Sou eu louco? A vida querendo gerar vida e os homens
escolhendo a morte. Isto é insano!
Jo 12:1 Seis dias antes da Páscoa,
foi Jesus
para Betânia,
onde
estava Lázaro,
a
quem ele ressuscitara dentre os mortos.
Jo 12:2 Deram-lhe, pois, ali, uma ceia;
Marta servia,
sendo
Lázaro
um
dos que estavam com ele à mesa.
Jo 12:3 Então, Maria, tomando uma libra
de bálsamo de nardo puro,
mui precioso,
ungiu os pés
de Jesus
e os enxugou
com os seus cabelos;
e encheu-se
toda a casa com o perfume do bálsamo.
Jo
12:4 Mas Judas Iscariotes,
um dos seus
discípulos, o que estava para traí-lo, disse:
Jo 12:5 Por
que não se vendeu este perfume
por
trezentos denários
e
não se deu aos pobres?
Jo
12:6 Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres;
mas
porque era ladrão
e,
tendo a bolsa,
tirava
o que nela se lançava.
Jo 12:7 Jesus, entretanto, disse:
Deixa-a!
Que
ela guarde isto para o dia em que me embalsamarem;
Jo
12:8 porque os pobres,
sempre
os tendes convosco,
mas
a mim nem sempre me tendes.
Jo 12:9 Soube numerosa multidão dos
judeus que Jesus estava ali,
e lá foram não só por causa dele,
mas também
para verem Lázaro,
a
quem ele ressuscitara dentre os mortos.
Jo 12:10 Mas os principais sacerdotes
resolveram
matar também Lázaro;
Jo
12:11 porque muitos dos judeus,
por
causa dele,
voltavam
crendo em Jesus.
Jo 12:12 No dia seguinte,
a numerosa
multidão que viera à festa,
tendo
ouvido que Jesus estava de caminho para Jerusalém,
Jo
12:13 tomou ramos de palmeiras
e
saiu ao seu encontro, clamando:
Hosana!
Bendito
o que vem em nome do Senhor
e
que é Rei de Israel!
Jo 12:14 E Jesus, tendo conseguido um
jumentinho, montou-o, segundo está escrito:
Jo 12:15 Não
temas,
filha
de Sião,
eis
que o teu Rei aí vem,
montado
em um filho de jumenta.
Jo 12:16 Seus discípulos a princípio não
compreenderam isto;
quando,
porém, Jesus foi glorificado,
então,
eles se lembraram de que estas coisas
estavam
escritas a respeito dele
e
também de que isso lhe fizeram.
Jo 12:17 Dava, pois, testemunho disto
a multidão
que estivera com ele,
quando
chamara a Lázaro do túmulo
e
o levantara dentre os mortos.
Jo 12:18 Por causa disso, também,
a multidão
lhe saiu ao encontro,
pois
ouviu que ele fizera este sinal.
Jo 12:19 De sorte que os fariseus
disseram entre si:
Vede que nada
aproveitais!
Eis
aí vai o mundo após ele.
Jo 12:20 Ora, entre os que subiram para
adorar durante a festa,
havia alguns
gregos;
Jo
12:21 estes, pois, se dirigiram a Filipe,
que
era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram:
Senhor,
queremos ver Jesus.
Jo 12:22 Filipe foi dizê-lo a André,
e André e Filipe o comunicaram a Jesus.
Jo 12:23 Respondeu-lhes Jesus:
É chegada a
hora de ser glorificado o Filho do Homem.
Jo
12:24 Em verdade, em verdade vos digo:
se
o grão de trigo, caindo na terra,
não
morrer,
fica
ele só;
mas,
se morrer,
produz muito
fruto.
Jo
12:25 Quem ama a sua vida
perde-a;
mas aquele
que odeia a sua vida neste mundo
preservá-la-á
para a vida eterna.
Jo 12:26 Se
alguém me serve,
siga-me,
e,
onde eu estou,
ali
estará também o meu servo.
E,
se alguém me servir,
o
Pai o honrará.
Jo 12:27
Agora, está angustiada a minha alma,
e que direi
eu?
Pai,
salva-me desta hora?
Mas
precisamente com este
propósito vim
para esta hora.
Jo
12:28 Pai, glorifica o teu nome.
Então,
veio uma voz do céu:
Eu
já o glorifiquei
e
ainda o glorificarei.
Jo 12:29 A multidão, pois, que ali
estava, tendo ouvido a voz,
dizia ter
havido um trovão.
Outros diziam:
Foi um anjo
que lhe falou.
Jo 12:30 Então, explicou Jesus:
Não foi por
mim que veio esta voz,
e sim por
vossa causa.
Jo 12:31
Chegou o momento de ser julgado este mundo,
e agora o seu
príncipe será expulso.
Jo 12:32 E
eu, quando for levantado da terra,
atrairei
todos a mim mesmo.
Jo 12:33 Isto dizia, significando de que
gênero de morte estava para morrer.
Jo 12:34 Replicou-lhe, pois, a multidão:
Nós temos
ouvido da lei
que
o Cristo permanece para sempre,
e
como dizes tu ser necessário
que
o Filho do Homem seja levantado?
Quem
é esse Filho do Homem?
Jo 12:35 Respondeu-lhes Jesus:
Ainda por um
pouco a luz está convosco.
Andai
enquanto tendes a luz,
para
que as trevas não vos apanhem;
e
quem anda nas trevas não sabe para onde vai.
Jo 12:36
Enquanto tendes a luz,
crede
na luz,
para
que vos torneis filhos da luz.
Jesus disse estas coisas
e,
retirando-se,
ocultou-se
deles.
Jo 12:37 E, embora tivesse feito tantos
sinais na sua presença,
não creram
nele,
Jo
12:38 para se cumprir a palavra do profeta Isaías,
que
diz:
Senhor,
quem creu em nossa pregação?
E
a quem foi revelado o braço do Senhor?
Jo
12:39 Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda:
Jo
12:40 Cegou-lhes os olhos
e
endureceu-lhes o coração,
para que não
vejam com os olhos,
nem
entendam com o coração,
e
se convertam,
e sejam por
mim curados.
Jo 12:41 Isto disse Isaías
porque
viu a glória dele e falou a seu respeito.
Jo
12:42 Contudo, muitos dentre as próprias autoridades
creram
nele,
mas,
por causa dos fariseus,
não
o confessavam,
para
não serem expulsos da sinagoga;
Jo
12:43 porque amaram mais a glória dos homens
do
que a glória de Deus.
Jo 12:44 E Jesus clamou, dizendo:
Quem crê em
mim crê,
não
crê em mim,
mas
naquele que me enviou.
Jo 12:45 E
quem me vê a mim
vê
aquele que me enviou.
Jo 12:46 Eu vim como luz para o mundo,
a fim de que
todo aquele que crê em mim
não
permaneça nas trevas.
Jo 12:47 Se alguém ouvir as minhas
palavras
e não as
guardar,
eu
não o julgo;
porque
eu não vim para julgar o mundo,
e
sim para salvá-lo.
Jo 12:48 Quem me rejeita
e não recebe
as minhas palavras
tem
quem o julgue;
a
própria palavra
que
tenho proferido,
essa
o julgará no último dia.
Jo 12:49 Porque eu não tenho falado por
mim mesmo,
mas o Pai,
que me enviou,
esse
me tem prescrito
o
que dizer
e
o que anunciar.
Jo 12:50 E sei
que o seu
mandamento
é
a vida eterna.
As
coisas, pois, que eu falo,
como
o Pai mo tem dito,
assim
falo.
Nós temos a
vida eterna da parte de Jesus. Nós os que ouvimos e guardamos as suas palavras
e não a rejeitamos. Quem rejeita o Senhor está dando um tiro em seu pé na
caminhada para a eternidade, como chegará?
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 11, da parte II.
Breve síntese do capítulo 11
No capítulo 11, Jesus é a ressurreição e a
vida! Com a morte de Jesus, todos, ganhamos a vida eterna. A vida eterna é
universal! No entanto, muitos passarão a vida eterna no inferno e outros não.
Jesus sabia o que estava prestes a fazer e
sabia ser muito grande, por isso se deteve ainda por 4 dias. Ele ressuscitou um
morto de 4 dias que já cheirava mal! Com apenas um chamado, Lázaro teve de vir
para fora ainda todo envolvido com os panos de sua preparação.
A morte não pode deter ninguém que Deus
chama. Sabemos que ele irá nos chamar a todos no tempo oportuno. Que maravilha!
Apesar de seu grande e poderoso feito demonstrando seu poder absoluto contra a
mais temível de todos pelos homens, a morte, ainda assim, muitos não creram
nele, pelo contrário, estavam tramando planos para matá-lo.
Os sinais que Jesus fazia eram notórios e
fantásticos por isso que nada podiam fazer contra, mas não criam nele que fazia
esses sinais justamente para eles crerem. Impressionante! Eles estavam
preocupados com a sequência dos eventos onde, se todos nele cressem, haveriam
problemas com os Romanos e perderiam até a nação. Assim, não somente o
rejeitaram, como também tramaram contra ele.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior
parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas
festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público
de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a
proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram
durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – já vimos; C. Uma breve visita a
Jerusalém (5.1-47) – já vimos; D. O
seu ministério na Galileia (6.1-71) – já
vimos; e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante
várias festas (7.1-12.50) – estamos vendo.
E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias
festas (7.1-12.50) - continuação.
Como
dissemos, esses vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante
várias festas começa no capítulo 7 e termina no 12. Assim, dividiremos essa
alínea “E” em 3 seções: E1. Em Jerusalém, perto da festa dos tabernáculos
(7.1-10.21) – começaremos agora; E2.
Em Jerusalém, perto da festa da dedicação (10.22-42); e, E3. Em Jerusalém e
vizinhança, perto da páscoa (11.1-12.50).
E3. Em Jerusalém e vizinhança,
perto da páscoa (11.1-12.50).
Jesus
entrou em Jerusalém, realizou milagres e revelou a realidade da sua morte
iminente e ressurreição. De modo geral, ele foi admirado pelos gentios, mas
apenas alguns judeus o receberam. João relata, portanto, os
acontecimentos finais que ocorreram no ministério público de Jesus à medida que
ele se aproximava de Jerusalém e vizinhança, estando já próxima a Páscoa.
João
dividiu essas atividades de Jesus em seis partes principais: a. Ressuscitando
os mortos (11.1-44) – veremos agora; b.
A conspiração para matar Jesus (11.45-57)
– veremos agora; c. A unção em Betânia (12.1-8); d. A entrada triunfal
(12.9-19); e. A reação dos gentios (12.20-36); e, f. A reação dos judeus
(12.37-50).
a. Ressuscitando os mortos (11.1-44).
O milagre da ressurreição de Lázaro é o
clímax de todos os sinais precedentes pelos quais a glória de Deus vinha sendo
revelada por meio de Jesus. Aqui, até mesmo a morte, o inimigo derradeiro da
humanidade, foi derrotada com êxito por aquele que é "a ressurreição e a
vida' (11.25).
No entanto, até mesmo esse sinal glorioso,
do mesmo modo que os anteriores, dividiu aqueles que o testemunharam em dois
grupos: os que creram e os que rejeitaram a glória revelada e decidiram matar
Jesus (vs. 46-57).
Esse Lázaro é nomeado somente no Evangelho
de João, e não deve ser confundido com o Lázaro de Lc 16.20. Ele era de
Betânia, do povoado de Maria e Marta, suas irmãs. Maria é a mesma cujo ato –
ungir os pés de Jesus - está registrado em 12.1-8.
Uma notícia fora enviada para Jesus dizendo
que estava enfermo aquele a quem ele amava. Um pedido de socorro que
aparentemente foi enviado pouco antes da morte de Lázaro.
Ao invés de se abalar ou se desesperar,
tranquilizou-se e anunciou a todos que aquela enfermidade não era para morte.
Jesus não estava negando que Lázaro estaria morto por quatro dias, mas sim que
Lázaro não permaneceria morto.
É dito que Jesus amava aquela família,
mesmo assim, se demorou dois dias ainda antes de ir acudi-los. Uma demora que
as irmãs tiveram muita dificuldade para entender.
Então ele anunciou aos seus discípulos que
iria voltar para a Judéia, onde os judeus procuravam apedrejá-lo. A execução de
Jesus não foi uma morte trágica de alguém que tentava escapar, mas sim a morte
deliberada de um sacerdote que ofereceu a si mesmo como sacrifício. Jesus e
seus discípulos sabiam que, caso voltasse para Jerusalém, a sua vida estaria em
perigo.
Explicando aos discípulos, disse que Lázaro
tinha adormecido, mas que iria acordá-lo.
No Novo Testamento, a morte é representada
com frequência como o ato de dormir (At 7.60; 1Co 15.51; 1 Ts 4.13). Contudo,
essa linguagem não justifica a elaboração de uma doutrina do "sono da
alma" para os santos que partiram. O termo é simplesmente um eufemismo. A
consciência permanece ativa após a morte (cf. Lc 23.43; Fp 1.21-24).
Os seus discípulos entenderam mesmo que ele
estava dormindo e Jesus teve de falar a verdade de sua morte. Jesus estava
alegre pelo que iria realizar e que seria um grande sinal aos que creem.
Tomé logo tomou a iniciativa de dizer que também
eles iriam ali para, se preciso, morrerem com ele. A hostilidade contra Jesus
havia alcançado um patamar que convenceu os discípulos de que uma viagem para
Jerusalém seria o fim de Jesus. Como não conseguiram convencê-lo a desistir da
viagem, ao menos declararam a disposição de morrer com ele.
Jesus ao chegar foi notificado que Lázaro
já estava morto há 4 dias. Essa referência à duração do tempo que ele passaria
na sepultura, repetida no vs. 39, tem a intenção de demonstrar que Lázaro
estava morto de fato, e não apenas doente.
Betânia estava distante apenas 3 km de
Jerusalém e elas não entendiam e lamentavam o fato de Jesus ter se demorado
tanto. Cada irmã fez esse comentário melancólico (cf. vs. 32), referindo-se a
Jesus na terceira pessoa. É provável que elas tenha repetido essas palavras
várias vezes durante esses quatro dias de angústia, enquanto aguardavam.
Marta ainda esperava um milagre, embora
tudo indicasse que o seu irmão estava irrevogavelmente morto. Quando Jesus
falou sobre a ressurreição, ela associou essa ideia com o futuro distante,
"no último dia" (vs. 24). Ainda assim, a sua crença era mais bem
instruída que a dos saduceus, que negavam a ressurreição dos mortos (Mt 22.23).
Elas exclamaram que se Jesus estivera
ali... Ele, prontamente respondeu: Eu sou a ressurreição e a vida. Jesus repete
em parte essa afirmação em 14.6.
Ele é não apenas a fonte e o sustentador da
ressurreição e da vida, mas também está tão intimamente ligado com esse
propósito que pode dizer que é a ressurreição e a vida (cf. At 3.15; Hb 7.16).
Num sentido real, a ressurreição e a vida dos cristãos são a ressurreição e a vida
do próprio Jesus (Rm 6.5; Gl 2.20; a BEG, aqui, recomenda a leitura de seu
excelente artigo teológico “A união com Cristo", em Gl 6).
Sendo ele a ressurreição e a vida, aquele
que vive e nele crê não morreria eternamente e ele pergunta a ela se ela cria
nisso. Sim, ela disse, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que deveria
vir ao mundo – vs. 27 - uma confissão de fé semelhante à de Pedro (Mt 16.16).
Marta ouviu e confessou aquilo e foi para
casa e chamou Maria à parte e anunciou que o Mestre a estava chamando. O termo
mestre apontava para uma descrição do ministério de Jesus onde ele não
desprezava ensinar às mulheres, como faziam frequentemente os judeus (Lc
10.39,42).
Maria foi até Jesus chorando e isso o
comoveu. A demonstração de tristeza daqueles ao redor de Jesus o deixaram
comovido, e ele chorou (vs. 35) em simpatia pelos enlutados.
Jesus queria saber onde o colocaram e
levaram-no ao sepulcro. O Evangelho de João nos ensina a divindade de Cristo
(1.1,18) e sua total humanidade. Sendo verdadeiramente humano (porém sem
abdicar de sua divindade), Jesus poderia tanto lamentar quanto ignorar certos
fatos (vs. 34-35). (A BEG recomenda aqui outra leitura de um outro excelente
artigo teológico deles chamado “A humanidade plena de Jesus", em Lc 3).
Todos notaram que aquilo tinha abalado
Jesus e o quanto Lázaro era querido dele. Outros que o viam assim, logo
passaram a criticá-lo dizendo que se ele tinha aberto aos olhos a cegos, por
que não curara seu amigo?
Esses judeus usaram o poder milagroso de
Jesus como base para uma repreensão, uma vez que ele não o havia exercido em
tempo para evitar a morte de Lázaro.
Eles não refletiram sobre o fato de que a
cura do homem cego havia sido realizada para a glória de Deus (9.3), e não
apenas para aliviar uma situação difícil.
Do mesmo modo, permitiu que Lázaro morresse
- e as irmãs lamentassem - para que a glória de Deus pudesse ser manifestada na
ressurreição desse homem (vs. 4).
Diante da morte, Jesus ordena que tirem a
pedra – vs. 39. Um convite para os seres humanos fazerem o que está ao seu
alcance, ainda que uma obra sobrenatural esteja sendo realizada (cf. vs. 44). A
ordem de Jesus pode ter parecido imprópria e até mesmo ofensiva. Marta queria
evitar a propagação do mau cheiro da morte.
Jesus estava no direito de exigir total
confiança em seu controle da situação. Quando removeram a pedra, ele se dirige,
em público, ao seu Pai dando-lhe graças. Antes mesmo de o milagre ter
acontecido, Jesus agradeceu a resposta à sua oração. Ele relacionou esse
milagre com o seu ministério como Messias.
Eles tiraram a pedra. Jesus deu graças e
agora ordenou novamente, dessa vez para o que jazia morto por 4 dias – vs. 43:
Lázaro, vem para fora! Por que gritar uma ordem para um homem morto? Os mortos
não ouvem, sejam gritos ou murmúrios, mas Jesus queria que as pessoas presentes
testemunhassem que a voz de Deus pode ressuscitar os mortos (5.28-29). Sua ordem
divina que dá vida aos mortos é uma ilustração vívida do chamado de Deus para
dar vida espiritual àqueles que estão mortos no pecado (Ef 2.5).
b. A conspiração para matar Jesus (11.45-57).
Diante do sol que brilha podemos ter dois
tipos de elementos com comportamentos diferentes: o barro que endurece, e a
cera que se derrete.
Os crentes eram os corações de cera que se
derreteram pelo Senhor, mas havia ali, no meio deles, os corações de barro, que
diante de um tão grande e terrível milagre, foram capazes de se endurecerem a
ponto de conspirarem – vs. 45-57 - para matar Jesus. Os líderes judeus reagiram
aos milagres de Jesus com a intenção de matá-lo. A obra de Deus teve um
resultado duplo: alguns creram, mas outros resistiram e permaneceram incrédulos
(cf. Mt 13.10ss.). O mesmo se dá com a pregação da palavra de Deus que converte
e endurece corações.
O Sinédrio, que detinha a autoridade
religiosa suprema, temia que o ministério de Jesus fosse causar um levante
popular que forçaria os romanos a agirem com violência, resultando numa maior
pressão do controle de Roma e uma redução da influência do Sinédrio.
Caifás era um saduceu, genro de Anás. Anás
havia sido deposto pelos romanos, mas ainda exercia considerável influência
sobre os líderes religiosos (18.13). Numa declaração fundamentada em grosseiro
utilitarismo, Caifás sugeriu que a execução de um inocente seria necessária
para favorecer a nação. Ele se esqueceu da mensagem de Pv 17.15: "O que
justifica o perverso e o que condena o justo abomináveis são para o Senhor,
tanto um como o outro".
Pela providência de Deus, Caifás expressou
involuntariamente uma grande verdade, embora seus sentimentos não estivessem de
acordo: seria uma bênção Jesus morrer, pois a sua morte era necessária para a
salvação não apenas do povo judeu, mas também de todos os eleitos espalhados
pelo mundo.
Deus pode usar as palavras de um homem
perverso e dar um sentido profético a elas, ainda que não tenha sido a opinião
ou intenção original desse homem. O objetivo de Deus com a morte de Jesus
estava claramente relacionado com aqueles que planejou salvar: os filhos de
Deus espalhados ao redor do mundo.
Daquele dia em diante os judeus tinham
resolvido ser melhor tirar a vida de Jesus. A crescente hostilidade dos líderes
judeus fez com que Jesus deixasse Jerusalém por algum tempo. Ele se retirou
para um povoado chamado de Efraim, onde ficou com os seus discípulos.
A páscoa se aproximava e a procura por
Jesus somente aumentava, mas os sacerdotes e os fariseus tinham ordenado que se
alguém soubesse onde ele se encontrava, era para lhes falar para que assim
pudessem prendê-lo.
Jo 11:1 Estava enfermo Lázaro,
de
Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
Jo 11:2 Esta Maria, cujo irmão Lázaro
estava enfermo,
era
a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor
e
lhe enxugou os pés com os seus cabelos.
Jo 11:3 Mandaram, pois, as irmãs de
Lázaro dizer a Jesus:
Senhor,
está enfermo aquele a quem amas.
Jo 11:4 Ao receber a notícia, disse
Jesus:
Esta
enfermidade não é para morte,
e
sim para a glória de Deus,
a
fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado.
Jo 11:5 Ora, amava Jesus
a
Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.
Jo 11:6 Quando, pois, soube que Lázaro
estava doente,
ainda
se demorou dois dias no lugar onde estava.
Jo
11:7 Depois, disse aos seus discípulos:
Vamos
outra vez para a Judéia.
Jo
11:8 Disseram-lhe os discípulos:
Mestre,
ainda agora os judeus
procuravam
apedrejar-te,
e
voltas para lá?
Jo
11:9 Respondeu Jesus:
Não
são doze as horas do dia?
Se
alguém andar de dia, não tropeça,
porque
vê a luz deste mundo;
Jo
11:10 mas, se andar de noite, tropeça,
porque
nele não há luz.
Jo 11:11 Isto dizia e depois lhes
acrescentou:
Nosso
amigo Lázaro adormeceu,
mas
vou para despertá-lo.
Jo 11:12 Disseram-lhe, pois, os
discípulos:
Senhor,
se dorme, estará salvo.
Jo 11:13 Jesus, porém, falara com
respeito à morte de Lázaro;
mas
eles supunham que tivesse falado do repouso do sono.
Jo 11:14 Então, Jesus lhes disse
claramente:
Lázaro
morreu;
Jo
11:15 e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse,
para
que possais crer;
mas
vamos ter com ele.
Jo 11:16 Então, Tomé, chamado Dídimo,
disse aos condiscípulos:
Vamos
também nós para morrermos com ele.
Jo 11:17 Chegando Jesus,
encontrou
Lázaro já sepultado, havia quatro dias.
Jo 11:18 Ora, Betânia estava cerca de
quinze estádios perto de Jerusalém.
Jo 11:19 Muitos dentre os judeus tinham
vindo ter com Marta e Maria,
para
as consolar a respeito de seu irmão.
Jo 11:20 Marta, quando soube que vinha
Jesus,
saiu
ao seu encontro;
Maria, porém, ficou sentada em casa.
Jo 11:21 Disse, pois, Marta a Jesus:
Senhor,
se estiveras aqui,
não
teria morrido meu irmão.
Jo
11:22 Mas também sei que, mesmo agora,
tudo
quanto pedires a Deus,
Deus
to concederá.
Jo 11:23 Declarou-lhe Jesus:
Teu
irmão há de ressurgir.
Jo 11:24 Eu sei, replicou Marta,
que
ele há de ressurgir na ressurreição,
no
último dia.
Jo 11:25 Disse-lhe Jesus:
Eu
sou a ressurreição
e
a vida.
Quem
crê em mim,
ainda
que morra,
viverá;
Jo
11:26 e todo o que vive e crê em mim
não
morrerá, eternamente.
Crês
isto?
Jo
11:27 Sim, Senhor, respondeu ela,
eu
tenho crido que tu és o Cristo,
o
Filho de Deus que devia vir ao mundo.
Jo 11:28 Tendo dito isto, retirou-se e
chamou Maria, sua irmã,
e lhe disse
em particular:
O Mestre chegou e te chama.
Jo 11:29 Ela, ouvindo isto,
levantou-se
depressa e foi ter com ele,
Jo
11:30 pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia,
mas
permanecia onde Marta se avistara com ele.
Jo 11:31 Os judeus que estavam com Maria
em casa
e a consolavam,
vendo-a
levantar-se depressa e sair,
seguiram-na,
supondo
que ela ia ao túmulo para chorar.
Jo 11:32 Quando Maria chegou ao lugar
onde estava Jesus,
ao
vê-lo,
lançou-se-lhe
aos pés, dizendo:
Senhor,
se estiveras aqui,
meu
irmão não teria morrido.
Jo 11:33 Jesus, vendo-a chorar,
e bem assim os judeus que a
acompanhavam,
agitou-se
no espírito
e
comoveu-se.
Jo 11:34 E perguntou:
Onde
o sepultastes?
Eles lhe responderam:
Senhor,
vem e vê!
Jo
11:35 Jesus chorou.
Jo 11:36 Então, disseram os judeus:
Vede
quanto o amava.
Jo 11:37 Mas alguns objetaram:
Não
podia ele, que abriu os olhos ao cego,
fazer
que este não morresse?
Jo 11:38 Jesus, agitando-se novamente em
si mesmo,
encaminhou-se
para o túmulo;
era
este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra.
Jo 11:39 Então, ordenou Jesus:
Tirai
a pedra.
Disse-lhe Marta, irmã do morto:
Senhor,
já cheira mal,
porque
já é de quatro dias.
Jo 11:40 Respondeu-lhe Jesus:
Não
te disse eu que, se creres,
verás
a glória de Deus?
Jo 11:41 Tiraram, então, a pedra.
E
Jesus, levantando os olhos para o céu, disse:
Pai,
graças te dou porque me ouviste.
Jo
11:42 Aliás, eu sabia que sempre me ouves,
mas
assim falei por causa da multidão presente,
para
que creiam que tu me enviaste.
Jo 11:43 E, tendo dito isto, clamou em
alta voz:
Lázaro,
vem
para fora!
Jo 11:44 Saiu aquele que estivera morto,
tendo
os pés
e
as mãos ligados com ataduras
e
o rosto envolto num lenço.
Então, lhes ordenou Jesus:
Desatai-o
e
deixai-o ir.
Jo 11:45 Muitos, pois, dentre os judeus
que tinham vindo visitar Maria,
vendo
o que fizera Jesus,
creram
nele.
Jo
11:46 Outros, porém,
foram
ter com os fariseus
e
lhes contaram dos feitos que Jesus realizara.
Jo 11:47 Então, os principais sacerdotes
e os fariseus convocaram o Sinédrio; e disseram:
Que
estamos fazendo,
uma
vez que este homem opera muitos sinais?
Jo 11:48 Se o deixarmos assim,
todos
crerão nele;
depois,
virão os romanos
e
tomarão não só o nosso lugar,
mas
a própria nação.
Jo 11:49 Caifás, porém, um dentre eles,
sumo
sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo:
Vós
nada sabeis,
Jo
11:50 nem considerais que vos convém
que
morra um só homem pelo povo
e
que não venha a perecer toda a nação.
Jo 11:51 Ora, ele não disse isto de si
mesmo;
mas,
sendo sumo sacerdote naquele ano,
profetizou
que Jesus estava para morrer pela nação
Jo
11:52 e não somente pela nação,
mas
também para reunir em um só corpo
os
filhos de Deus, que andam dispersos.
Jo
11:53 Desde aquele dia,
resolveram
matá-lo.
Jo 11:54 De sorte que Jesus já não
andava publicamente entre os judeus,
mas
retirou-se para uma região vizinha ao deserto,
para
uma cidade chamada Efraim;
e
ali permaneceu com os discípulos.
Jo 11:55 Estava próxima a Páscoa dos
judeus;
e muitos daquela região subiram para
Jerusalém antes da Páscoa,
para
se purificarem.
Jo 11:56 Lá, procuravam Jesus
e, estando eles no templo, diziam uns
aos outros:
Que
vos parece?
Não
virá ele à festa?
Jo 11:57 Ora, os principais sacerdotes e
os fariseus
tinham
dado ordem para, se alguém soubesse onde ele estava,
denunciá-lo,
a
fim de o prenderem.
Eles estavam
tramando contra o Senhor que lhes falava a palavra de salvação e de vida. O que
buscamos a todo tempo, se não a vida e a nossa salvação? Eles também a
buscavam, mas procuravam onde ela não estava e assim desprezavam a Jesus que
vinha com a resposta deles e para eles. Como somos tolos!
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...