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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

João 8.1-59 - A LUZ DO MUNDO E A VERDADEIRA LIBERDADE

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 8, da parte II.
Breve síntese do capítulo 8
No caso da mulher adúltera apanhada em flagrante, tentaram apanhar Jesus em um laço, mas o laço preparado enganou os laçadores e voltou-se contra eles, de forma que Deus, a misericórdia, o perdão e Jesus foram exaltados e eles envergonhados.
Em seguida ele proclama: EU SOU A LUZ DO MUNDO! Isto me faz lembrar o Espírito Santo do Salmo 19 que depois de exaltar o esplendor do sol, o salmista fala da lei do Senhor que alumia e transmite calor.
Como luz do mundo ele é a verdade e a verdade traz liberdade. Somente seremos livres se formos libertados pela verdade, ou seja, pela luz do mundo que alumia e aquece as almas dos filhos dos homens.
Quem continua no pecado não é livre, como não é livre o que faz o que quer, quando quer, do jeito que quiser: este é escravo de si mesmo. Livre, verdadeiramente livre, é aquele que é capaz de se dominar naquilo que não convêm.
Tanto o provocaram que Jesus declarou: antes de Abraão, EU SOU!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas festas judaicas. Veremos, doravante, até o capítulo doze, o ministério público de Jesus.
Estamos seguindo, conforme já falamos a proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – já vimos; C. Uma breve visita a Jerusalém (5.1-47) – já vimos; D. O seu ministério na Galileia (6.1-71) – já vimos; e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50) – estamos vendo.
E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50) - continuação.
Como dissemos, esses vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas começa no capítulo 7 e termina no 12. Assim, dividiremos essa alínea “E” em 3 seções: E1. Em Jerusalém, perto da festa dos tabernáculos (7.1-10.21) – começaremos agora; E2. Em Jerusalém, perto da festa da dedicação (10.22-42); e, E3. Em Jerusalém e vizinhança, perto da páscoa (11.1-12.50).
E1. Em Jerusalém, perto da festa dos tabernáculos (7.1-10.21) - continuação.
Já dissemos que Jesus realizou milagres e ensinou em Jerusalém, perto da Festa dos Tabernáculos. Muitos ainda o rejeitaram. Em Jerusalém, perto da Festa dos Tabernáculos. João passa a registrar uma série de acontecimentos do ministério de Jesus dentro e ao redor de Jerusalém que ocorreram próximo à Festa dos Tabernáculos.
João dividiu essas atividades de Jesus em três partes principais: 1. Partindo para Jerusalém (7.1-13) – já vimos; 2. Ensinando os judeus (7.14-8.59) – concluiremos agora; e, 3. Curando e ensinando (9.1-10.21).
2. Ensinando os judeus (7.14-8.59) - continuação.
Estamos vendo até ao capítulo 8, Jesus ensinado aos judeus. Jesus ensinou as multidões em diversos contextos e sobre uma variedade de tópicos.
Jesus tinha ido para o Monte das Oliveiras e ao amanhecer ele surgiu novamente no templo e assentado ensinava a todos.
Nisso, querendo colocá-lo numa situação constrangedora, apanharam uma mulher em flagrante de adultério (não se sabe por que não trouxeram o homem também) e o levaram a ele para julgar e executar aquela mulher.
A morte dos envolvidos em adultério estava prescrita na lei (Lv 20.10; Dt 22.22), embora o apedrejamento não fosse especificado, exceto no caso de uma virgem noiva que tivesse afirmado falsamente ter sido estuprada na cidade (Dt 22.24).
Em nenhum dos casos o homem envolvido era isentado da pena de morte. Isso demonstra que, nessa situação, os acusadores não estavam genuinamente interessados em cumprir a Lei de Moisés.
Se Jesus tivesse dado autorização aos acusadores para apedrejarem, teria violado a legislação na qual os romanos se reservavam o direito de executar a pena de morte em território ocupado (18.31). Caso Jesus tivesse dito para libertarem a moça, teria violado a lei de Moisés ao ser conivente com o adultério.
Em João, nesse momento de tensão, é a única passagem que registra Jesus escrevendo, e não há informação a respeito do que escrevia.
O desafio de Jesus desqualificou os acusadores da posição de juízes, uma vez que eles não queriam cumprir a lei de Moisés, mas apenas procuravam apanhar Jesus numa cilada. Nesse processo, eles usaram essa mulher desonrada como um ardil para realizar o seu projeto maligno.
Ele para por uns instantes de escrever no chão e se levanta para dar a ordem de apedrejamento, mas que fosse começada por quem não tivesse pecado algum. Em seguida, agacha-se novamente e volta a escrever o que escrevia no chão.
Como não surgiu ninguém sem pecado, não houve o primeiro e, portanto ninguém mais. Todos se retiraram dali e ficou aquela mulher sozinha com o Mestre.
Ele pergunta a ela de seus acusadores e ela diz que não havia nenhum. Ninguém a condenara. Um termo jurídico que indica uma sentença de julgamento emitida por uma corte legalmente constituída (observando as estipulações das exigências mosaicas). Jesus indicou que nenhum procedimento legal foi observado e, consequentemente, não havia base para a punição sugerida. Em seguida, Jesus exortou a mulher para que não continuasse a pecar - uma evidência de que reprovava o seu comportamento imoral.
Depois disso, falando novamente ao povo, Jesus se levanta para proclamar algo muito forte de que ele era a luz do mundo!
Durante a Festa dos Tabernáculos, eram acesas durante a celebração e simbolizavam a coluna de fogo que conduziu os israelitas pelo deserto.
Sem dúvida a festa representa esse fato, uma vez que Jesus é a luz simbolizada na coluna de fogo. Ele é a presença gloriosa de Deus que os israelitas viram no deserto (cf. 1.9). Essa declaração equivale a afirmar a sua divindade, pois somente Deus é identificado com a luz (I Jo 1.5). As palavras "Eu sou" relembram Ex 3.14 (6.35) e” luz da vida” porque Jesus estava se referindo claramente a uma realidade espiritual.
Os fariseus se opuseram a ele alegando que ele dava testemunho de si mesmo, logo o seu testemunho não era verdadeiro. Essa discussão, que vai até o v. 19, gira em torno da validade do testemunho.
A lei de Deuteronômio (17.6; 19.15) exigia pelo menos duas testemunhas. Os fariseus não estavam dizendo que o testemunho de Jesus era falso, mas que não era legalmente aceitável (cf. 5.31).
Jesus dizia que o seu testemunho era verdadeiro, porque sabia donde vinha e para onde ia. Nessa afirmação enigmática, Jesus disse que o seu testemunho era verdadeiro quer os judeus aceitassem ou não, pois, ao contrário dos fariseus, ele conhece a sua origem e o seu destino.
Novamente, a procedência de Jesus se torna motivo de conflito (6.42; 7.27,41-43). Além disso, diz que os fariseus deveriam aceitar o testemunho dele acerca de si mesmo, porque o Pai, de quem ele tinha vindo (vs. 16), e a quem retomaria (vs. 21), era a segunda testemunha que validava o seu testemunho (vs. 16,18).
Jesus dizia não estar só – vs. 16. O pai era sua testemunha. Em 5.31-47, quatro testemunhas validavam as afirmações de Jesus. De qualquer modo, alguém que tem o testemunho de Deus não precisa de mais nada, pois Deus está sempre certo.
Os fariseus pensavam que a afirmação de Jesus se referia ao seu pai terreno, e por essa razão estavam ansiosos em provar que era filho ilegítimo.
Contudo, ao falar de seu Pai, Jesus não estava nem mesmo fazendo referência à sua concepção pelo Espírito Santo, mas sim ao seu relacionamento trinitariano com o Pai como Filho de Deus.
A compreensão do Pai vem por meio do Filho (1.18; 14.9; 1 Jo 5.20). Assim, a cegueira dos fariseus a respeito de Jesus era sinal de que não conheciam a Deus, apesar de possuírem conhecimento técnico da lei.
Ele estava proferindo tais palavras enquanto ensinava no templo, perto do lugar onde se colocavam as ofertas e ninguém o prendeu porque a sua hora ainda não havia chegado – vs. 20.
Jesus, então, dirigindo-se a eles diz que ia se retirar dali e que haveria de ser procurado por eles. Jesus estava prevendo sua morte, ressurreição e ascensão. Jesus também dizia que eles iriam perecer em seus pecados. Assim, ele articula claramente os dois destinos da humanidade: nem todos serão salvos; alguns não poderão ir para onde Jesus está (isto é, no céu). O único caminho para ser salvo é crer (vs. 24; 3.16.18).
No vs. 23 Jesus afirmava, em contraste, que eles eram cá de baixo e ele de cima; eles eram deste mundo e ele não.
Então volta a afirmar que eles iriam morrer em seus pecados, se não cressem em quem ele era. Ele afirmava ser o “EU SOU”. Aqui Jesus aplica a si mesmo o nome de Yahweh no Antigo Testamento (Ex 3.14: Is 43.10), uma identificação que ficaria muito clara no vs. 58.
Disso, eles, curiosos, indagavam: “Quem é você?" – vs. 25. E Jesus respondia que era exatamente o que dizia já há muito tempo, mas que não criam. Ele ainda dizia que teria muito mais coisas a falar e julgá-los, pois estava seguindo as instruções de seu Pai, mas eles não entendiam que lhes falava a respeito do Pai. Jesus afirmava a sua procedência divina e a verdade do seu ensino.
Jesus passou a falar que quando ele fosse levantado, muitos creriam nele porque ele mesmo não fazia a sua vontade, mas a vontade de seu Pai ao qual não o deixava só, e ele se agradava em satisfazê-lo. Foi ai que muitos creram nele – vs. 30.
Se analisarmos o que eles disseram posteriormente (vs. 33,37.39), fica claro que essa confissão era superficial. Os verdadeiros cristãos são aqueles que permanecem fiéis à palavra de Jesus (vs. 31).
A perseverança, ou a falta dela, é uma maneira de fazer distinção entre aqueles que são genuinamente regenerados daqueles que fizeram uma confissão vã (15.2,6: 1Jo 2.19).
Contudo, devemos nos abster de fazer julgamentos desse tipo, uma vez que até mesmo cristãos verdadeiros podem passar por períodos de apostasia espiritual.
Jesus pedia a eles que ficassem firmes em suas palavras que eles verdadeiramente seriam discípulos dele e, assim, conheceriam a verdade.
Confiar nos ensinamentos de Cristo, que incorpora e condensa em si mesmo a verdade (14.6), conduz o pecador à verdade que liberta da escravidão do pecado.
A salvação não é obtida pelo conhecimento intelectual, como supõem os gnósticos, mas por um comprometimento pessoal com Jesus Cristo e à verdade que ele revelou (18.37). Nos escritos de João, muitas vezes esse é o sentido dado ao verbo "conhecer" (4.10: 7.29; 8.55: 15.21; 17.3).
Eles não gostaram de que Jesus os estava chamando de escravos. Diziam eles que jamais foram escravos de alguém.
Os judeus entenderam a declaração de Jesus como se referindo a um contexto exterior de liberdade política. Ainda que fosse esse o caso, a afirmação deles era estranha, porque os descendentes de Abraão foram escravos no Egito, e após entrarem em Canaã, foram dominados por muitos outros povos, incluindo os filisteus, os assírios, os babilónios, os persas, os gregos, os sírios e os romanos.
No entanto, Jesus os conhecia muito bem e afirmava claramente que todo o que comete pecado é escravo. Em vez de entrar em disputas voltadas para um contexto político, Jesus demonstrou novamente que as suas afirmações eram espirituais, e não físicas.
Ele descreveu a gravidade do pecado e a situação terrível da humanidade dominada pelo pecado. Essa libertação não pode ser conquistada mediante o poder pessoal, mas somente pela intervenção sobrenatural de Deus, indispensável para emancipar os escravos do pecado.
Em outra passagem, a Escritura descreve essa condição como a morte (Ef 2.1). A obra da graça de Deus não é apenas uma cura, mas uma ressurreição de fato (Ef 2.5-6). Ele dizia que se, pois, o Filho os libertasse, eles seriam verdadeiramente livres.
Regeneração é a obra que o Espírito Santo (3.3-8) realiza com base na obra substitutiva de Cristo (3.14-16).
Jesus não estava se referindo a uma liberdade política, nem mesmo a alguma espécie de liberdade na qual deixamos de nos sujeitar à força de coerção externa, pois isso é algo que os seres humanos, como agentes racionais e responsáveis, frequentemente possuem a capacidade de fazer.
A verdadeira liberdade consiste na habilidade de exercer e cumprir o nosso destino de acordo com a nossa natureza criada. O pecado nos rouba esse exercido porque obscurece a nossa mente, degenera os nossos sentidos e escraviza a nossa vontade. Isso é o que os reformadores chamam de depravação total ou radical, e o único remédio é a graça regeneradora de Deus.
Por isso que Jesus dizia – vs. 36: Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres. De fato os judeus podiam reivindicar continuidade genealógica com Abraão, assim como também os israelitas e os edomitas.
Contudo, o interesse de Deus não está primariamente na descendência física, mas sim na continuidade espiritual. Se alguém anda pelo caminho da desobediência (Ez 18), não importa o quanto os seus antepassados foram bons; do mesmo modo, para quem foi regenerado pelo Espírito de Deus e agora caminha pela fé, não importa quão ruim foram os seus ancestrais. A verdadeira descendência é revelada na maneira corno se vive, e não pelo registro da genealogia (CI 3.29).
Eles o retrucavam dizendo que Abraão era que era o pai deles e Jesus dizia que se assim fosse, que praticassem as obras de Abraão que certamente confirmariam as dele. Aqui Jesus manifesta total consciência de sua origem e ministério.
Abraão se mostrou obediente à palavra de Deus até mesmo quando tal obediência lhe foi muito difícil. Embora esses judeus afirmassem pertencer à descendência de Abraão, não agiam como tal. Aqui, a tônica está na obediência, que é o verdadeiro critério de filiação, e não na biologia.
Jesus então fala a verdade que precisava ser dita que eles praticavam as obras de seu pai, não de Abraão. E eles diziam que não eram filhos ilegítimos. Isso soava como uma referência sarcástica ao nascimento de Jesus, pois os judeus o consideravam ilegítimo.
Exceto na liturgia da sinagoga, os judeus raramente se referiam a Deus como "pai". A ênfase na paternidade divina é característica do ensinamento de Jesus, e se refere àqueles que são salvos e admitidos na casa de Deus por adoção.
Deus é o Pai do Filho num sentido exclusivo (3.16), mas também é Pai daqueles que estão em Cristo (20.17).
Jesus continua sua argumentação clara dizendo que se de fato Deus fosse Pai deles, eles haveriam de amá-lo. A unidade entre Pai e Filho é tão profunda que é impossível escolher um em detrimento do outro. Novamente a procedência de Jesus é questionada (6.42; 7.27,41-43).
Jesus não admitia que não o entendessem a não ser porque estariam contra ele endurecendo os seus corações. Os judeus haviam fechado a mente de modo tão obstinado contra a mensagem de Jesus que se tornaram até mesmo incapazes de ouvi-lo (veja o vs. 47).
Então, Jesus não resiste e solta a bomba, a verdade verdadeira da paternidade deles: “vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhes os desejos” – vs. 44. Novamente é reiterada a relação entre a verdade e o comportamento moral correto. As pessoas amam as trevas porque as suas obras são más (3.19).
O contraste fica evidente, pois só há duas opções: Deus ou Satanás.
Pela graça de Deus, Abraão (vs. 39-41) andou no caminho da fé e da obediência. Os judeus, ao rejeitarem Jesus, estavam praticando o oposto do que fez Abraão; daí a repreensão de Cristo.
Essa resistência à verdade tinha algo que os prendia que era o fato de quererem agradar ao pecado. O pecado dirige a vontade para fazer o mal, e somente um ato de graça sobrenatural pode reorientar a vontade a fazer o bem.
Jesus dizia do diabo que ele fora homicida e mentiroso. Entre os pecados que caracterizam Satanás, o assassinato e a mentira são os que se sobressaem; a mentira, porque é o oposto da "verdade", a ênfase principal dessa seção (vs. 32-47); e assassinato, porque o desejo de matar Jesus já estava no coração dos fariseus (vs. 13,40).
Satanás faz um nítido contraste com Jesus, "a verdade, e a vida" (14.6) e o doador de vida (10.10,28).
Jesus afirmava: “ Quem dentre vós me convence de pecado?” – vs. 46. Jesus é isento de qualquer pecado (2Co 5.21; Hb 7.26) e sempre faz o que agrada ao Pai (Jo 8.29). Portanto, ninguém poderia apontar nele culpa de qualquer espécie. (A BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em sem excelente artigo teológico "A Impecabilidade de Jesus", em Hb 4).
A razão deles não darem ouvidos a ele, Jesus, era clara: eles não eram de Deus. O pecado paralisa os nossos sentidos espirituais. E necessário um ato da graça de Deus para permitir que o pecador ouça a sua voz (cf. o v. 43; 10.3-4,16,27).
Em resposta, eles o acusaram de samaritano e que tinha demônios alojados em seu corpo. Um termo desrespeitoso, possivelmente sugerindo que o pai natural de Jesus era um samaritano que teve relações extraconjugais e disso resultou o seu nascimento (8.41). Os inimigos de Jesus, quando encurralados pela verdade, recorriam à blasfêmia (Mt 12.24,31).
Jesus, em misericórdia, respondeu a eles que não tinha demônios. A conduta de Jesus em honrar o Pai (cf. 17.4) e não buscar glória para si mesmo era o oposto do que uma pessoa endemoninhada faria. Jesus não tinha medo de falar sobre o julgamento de Deus.
Jesus continuava a discursar dizendo que se alguém guardasse a sua palavra, não veria a morte. Biblicamente, a morte é a punição judicial para o pecado (Rm 6.23). Uma vez que Jesus morreu como substituto pelo seu povo, aqueles que pertencem a ele estão livres dessa punição do pecado porque Cristo sofreu o castigo no lugar deles.
Ao ampliar a promessa para além desta vida, Jesus afirmou possuir prerrogativa divina. Os judeus entenderam essa declaração como uma promessa de evitar a morte física. Em declarações anteriores (5.24-29), Jesus havia deixado bem claro qual era o sentido correto de suas afirmações.
Eles, curiosos, perguntaram se ele era maior do que Abraão, o pai deles? Abraão e os profetas, ainda que muito importantes para a história da redenção, não puderam eliminar o curso da morte. Somente Cristo triunfou sobre a morte e, nesse sentido, ele é muito maior do que Abraão e os profetas.
Nos dias do seu ministério terreno, Jesus não buscou a glória para si, ainda que, como Deus, esta lhe tosse devida. Essa glória era evidente:
·         Para todos os que tinham olhos para enxergá-la (1.14).
·         Ficou manifesta na sua ressurreição e ascensão (1Tm 3.16).
·         Será demonstrada em todo o seu esplendor quando da sua segunda vinda.
A glória suprema pertence a Deus, e Jesus, ao afirmar possuí-la, afirmou a sua divindade.
Ele então faz uma afirmação “absurda” que Abraão viu o seu dia e alegrou-se. Abraão previu a chegada de Cristo, ainda que de uma perspectiva limitada, e pela fé aceitou muitas promessas dadas por Deus, promessas estas que só poderiam se cumprir por meio da vinda de Cristo.
Uma vez que o contexto dessa discussão se refere a Satanás como assassino e a Jesus como aquele cuja morte substitutiva liberta pessoas da morte, pode haver uma referência especial à provisão de Deus de um cordeiro como substituto para o sacrifício de Isaque (Gn 22). Essa declaração deixa claro que, até mesmo no período do Antigo Testamento, os que criam não eram salvos à parte de Jesus Cristo, mas mediante a fé em Cristo, que estava presente para eles pelos meios prefigurados que Deus forneceu na lei e nos atos históricos (cf. At 4.12).
Jesus estava perto dos trinta anos nessa ocasião (Lc 3.23) e eles falaram que ele não tinha nem ainda 50, como poderia ter ele visto ou estado com Abraão? Ele afirma então uma bomba para eles: antes que Abraão existisse, Eu sou – vs. 58. Uma clara referência à preexistência eterna de Cristo e, portanto, à sua divindade. (veja 1.1-2; 8.24,28; 17.5).
Não resistindo ao que acabaram de ouvir, pegaram em pedras. Os judeus entenderam prontamente as afirmações de Cristo quanto à sua divindade e, como não aceitavam as suas palavras, interpretaram-nas como blasfêmia, cuja punição era o apedrejamento exigido pela lei (Lv 24.16; cf. Mt 26.65; Jo 10.31).
Como pode ter pessoas que estudam o Novo Testamento e ainda não creem na divindade de Jesus Cristo?
Jo 8:1 Jesus, entretanto,
foi para o monte das Oliveiras.
Jo 8:2 De madrugada,
voltou novamente para o templo,
e todo o povo ia ter com ele;
e, assentado,
os ensinava.
Jo 8:3 Os escribas e fariseus
trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério
e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, Jo 8:4 disseram a Jesus:
Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.
Jo 8:5 E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres
sejam apedrejadas;
tu, pois, que dizes?
Jo 8:6 Isto diziam eles
tentando-o, para terem de que o acusar.
Mas Jesus,
inclinando-se,
escrevia na terra com o dedo.
Jo 8:7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse:
Aquele que dentre vós estiver sem pecado
seja o primeiro que lhe atire pedra.
Jo 8:8 E, tornando a inclinar-se,
continuou a escrever no chão.
Jo 8:9 Mas, ouvindo eles esta resposta
e acusados pela própria consciência,
foram-se retirando um por um,
a começar pelos mais velhos
até aos últimos,
ficando só Jesus
e a mulher
no meio onde estava.
Jo 8:10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher,
perguntou-lhe:
Mulher, onde estão aqueles teus acusadores?
Ninguém te condenou?
Jo 8:11 Respondeu ela:
Ninguém, Senhor!
Então, lhe disse Jesus:
Nem eu tampouco te condeno;
vai
e não peques mais.]
 Jo 8:12 De novo, lhes falava Jesus, dizendo:
Eu sou a luz do mundo;
quem me segue não andará nas trevas;
pelo contrário, terá a luz da vida.
Jo 8:13 Então, lhe objetaram os fariseus:
Tu dás testemunho de ti mesmo;
logo, o teu testemunho não é verdadeiro.
Jo 8:14 Respondeu Jesus e disse-lhes:
Posto que eu testifico de mim mesmo,
o meu testemunho é verdadeiro,
porque sei donde vim
e para onde vou;
mas vós não sabeis donde venho,
nem para onde vou.
Jo 8:15 Vós julgais segundo a carne,
eu a ninguém julgo.
Jo 8:16 Se eu julgo,
o meu juízo é verdadeiro,
porque não sou eu só,
porém eu e aquele que me enviou.
Jo 8:17 Também na vossa lei está escrito
que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro.
Jo 8:18 Eu testifico de mim mesmo,
e o Pai, que me enviou,
também testifica de mim.
Jo 8:19 Então, eles lhe perguntaram:
Onde está teu Pai?
Respondeu Jesus:
Não me conheceis a mim
nem a meu Pai;
se conhecêsseis a mim,
também conheceríeis a meu Pai.
Jo 8:20 Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofilácio,
quando ensinava no templo;
e ninguém o prendeu,
porque não era ainda chegada a sua hora.
Jo 8:21 De outra feita, lhes falou, dizendo:
Vou retirar-me,
e vós me procurareis,
mas perecereis no vosso pecado;
para onde eu vou vós não podeis ir.
Jo 8:22 Então, diziam os judeus:
Terá ele, acaso, a intenção de suicidar-se?
Porque diz: Para onde eu vou vós não podeis ir.
Jo 8:23 E prosseguiu:
Vós sois cá de baixo,
eu sou lá de cima;
vós sois deste mundo,
eu deste mundo não sou.
Jo 8:24 Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados;
porque, se não crerdes que EU SOU,
morrereis nos vossos pecados.
Jo 8:25 Então, lhe perguntaram:
Quem és tu?
Respondeu-lhes Jesus:
Que é que desde o princípio vos tenho dito?
Jo 8:26 Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito
e vos julgar;
porém aquele que me enviou é verdadeiro,
de modo que as coisas que dele tenho ouvido,
essas digo ao mundo.
Jo 8:27 Eles, porém, não atinaram que lhes falava do Pai.
Jo 8:28 Disse-lhes, pois, Jesus:
Quando levantardes o Filho do Homem,
então, sabereis que EU SOU
e que nada faço por mim mesmo;
mas falo como o Pai me ensinou.
Jo 8:29 E aquele que me enviou está comigo,
não me deixou só,
porque eu faço sempre o que lhe agrada.
Jo 8:30 Ditas estas coisas,
muitos creram nele.
Jo 8:31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele:
Se vós permanecerdes na minha palavra,
sois verdadeiramente meus discípulos;
Jo 8:32 e conhecereis a verdade,
e a verdade vos libertará.
Jo 8:33 Responderam-lhe:
Somos descendência de Abraão
e jamais fomos escravos de alguém;
como dizes tu:
Sereis livres?
Jo 8:34 Replicou-lhes Jesus:
Em verdade, em verdade vos digo:
todo o que comete pecado
é escravo do pecado.
Jo 8:35 O escravo não fica sempre na casa;
o filho, sim, para sempre.
Jo 8:36 Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres.
Jo 8:37 Bem sei que sois descendência de Abraão;
contudo, procurais matar-me,
porque a minha palavra não está em vós.
Jo 8:38 Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai;
vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai.
Jo 8:39 Então, lhe responderam:
Nosso pai é Abraão.
Disse-lhes Jesus:
Se sois filhos de Abraão,
praticai as obras de Abraão.
Jo 8:40 Mas agora procurais matar-me,
a mim que vos tenho falado
a verdade que ouvi de Deus;
assim não procedeu Abraão.
Jo 8:41 Vós fazeis as obras de vosso pai.
Disseram-lhe eles:
Nós não somos bastardos;
temos um pai,
que é Deus.
Jo 8:42 Replicou-lhes Jesus:
Se Deus fosse, de fato, vosso pai,
certamente, me havíeis de amar;
porque eu vim de Deus
e aqui estou;
pois não vim de mim mesmo,
mas ele me enviou.
Jo 8:43 Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem?
É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.
Jo 8:44 Vós sois do diabo,
que é vosso pai,
e quereis satisfazer-lhe os desejos.
Ele foi homicida desde o princípio
e jamais se firmou na verdade,
porque nele não há verdade.
Quando ele profere mentira,
fala do que lhe é próprio,
porque é mentiroso
e pai da mentira.
Jo 8:45 Mas, porque eu digo a verdade,
não me credes.
Jo 8:46 Quem dentre vós me convence de pecado?
Se vos digo a verdade,
por que razão não me credes?
Jo 8:47 Quem é de Deus
ouve as palavras de Deus;
por isso, não me dais ouvidos,
porque não sois de Deus.
Jo 8:48 Responderam, pois, os judeus e lhe disseram:
Porventura, não temos razão em dizer
que és samaritano
e tens demônio?
Jo 8:49 Replicou Jesus:
Eu não tenho demônio;
pelo contrário,
honro a meu Pai,
e vós me desonrais.
Jo 8:50 Eu não procuro a minha própria glória;
há quem a busque
e julgue.
Jo 8:51 Em verdade, em verdade vos digo:
se alguém guardar a minha palavra,
não verá a morte,
eternamente.
Jo 8:52 Disseram-lhe os judeus:
Agora, estamos certos de que tens demônio.
Abraão morreu,
e também os profetas, e tu dizes:
Se alguém guardar a minha palavra,
não provará a morte,
eternamente.
Jo 8:53 És maior do que Abraão,
o nosso pai, que morreu?
Também os profetas morreram.
Quem, pois, te fazes ser?
Jo 8:54 Respondeu Jesus:
Se eu me glorifico a mim mesmo,
a minha glória nada é;
quem me glorifica é meu Pai,
o qual vós dizeis que é vosso Deus.
Jo 8:55 Entretanto,
vós não o tendes conhecido;
eu, porém, o conheço.
Se eu disser que não o conheço, serei como vós:
mentiroso;
mas eu o conheço
e guardo a sua palavra.
Jo 8:56 Abraão, vosso pai,
alegrou-se por ver o meu dia,
viu-o
e regozijou-se.
Jo 8:57 Perguntaram-lhe, pois, os judeus:
Ainda não tens cinqüenta anos
e viste Abraão?
Jo 8:58 Respondeu-lhes Jesus:
Em verdade, em verdade eu vos digo:
antes que Abraão existisse,
EU SOU.
Jo 8:59 Então, pegaram em pedras para atirarem nele;
mas Jesus se ocultou
e saiu do templo.
Quando ele disse EU SOU, ele estava falando do EU SOU mesmo, daquele que se manifestou a Moisés como o libertador do povo hebreu do Egito. Jesus é Deus!
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
...


domingo, 18 de outubro de 2015

João 7.1-53 - DE ONDE VINHA A SABEDORIA E A INTELIGÊNCIA DE JESUS?

O Evangelho de João é o livro escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 7, da parte II.
Breve síntese do capítulo 7
João continua a sua narrativa sobre Jesus onde os seus irmãos não criam nele e, portanto estavam tentando “ajudá-lo”.
Havia um clima de disputa entre todos sobre Jesus procurando saber quem ele era e se de fato era o Messias. As opiniões eram contraditórias e Jesus respondia a eles, mas não da forma como alguém normal, mas como aquele que tem autoridade.
Ele estava com eles, mas não se misturava a eles na tentativa do convencimento sobre a sua pessoa. Jesus sempre exigiu que cressem nele quando ele falava ou fazia algo extraordinário.
Ambiente de discussões, grupos prós e grupos contras e lá vai ele no último dia da festa, o dia mais importante da festa e se levanta e diz: SE ALGUÉM TEM SEDE VENHA A MIM E BEBA!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.19-12.50) - continuação.
Como já dissemos, Jesus passou a maior parte do seu tempo ministrando às pessoas de várias partes, especialmente nas festas judaicas.
Estamos seguindo, conforme já falamos a proposta de divisão da BEG: A. O começo do ministério de Jesus (1.19-51) – já vimos; B. Os eventos que ocorreram durante a viagem entre Caná (na Galileia) e a Judeia (2.1-4.54) – já vimos; C. Uma breve visita a Jerusalém (5.1-47) – já vimos; D. O seu ministério na Galileia (6.1-71) – já vimos; e, E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50) – começaremos a ver agora.
E. Vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas (7.1-12.50).
Esses vários acontecimentos próximos e dentro de Jerusalém durante várias festas começa no capítulo 7 e termina no 12.
Assim, dividiremos essa alínea “E” em três seções: E1. Em Jerusalém, perto da festa dos tabernáculos (7.1-10.21) – começaremos agora; E2. Em Jerusalém, perto da festa da dedicação (10.22-42); e, E3. Em Jerusalém e vizinhança, perto da páscoa (11.1-12.50).
E1. Em Jerusalém, perto da festa dos tabernáculos (7.1-10.21).
Jesus realizou milagres e ensinou em Jerusalém, perto da Festa dos Tabernáculos. Muitos ainda o rejeitaram. Em Jerusalém, perto da Festa dos Tabernáculos. João passa a registrar uma série de acontecimentos do ministério de Jesus dentro e ao redor de Jerusalém que ocorreram próximo à Festa dos Tabernáculos.
João divide essas atividades de Jesus em três partes principais: 1. Partindo para Jerusalém (7.1-13) – veremos agora; 2. Ensinando os judeus (7.14-8.59) – começaremos a ver agora; e, 3. Curando e ensinando (9.1-10.21).
1. Partindo para Jerusalém (7.1-13).
João prepara a cena para as discussões a seguir. A descrença dos irmãos de Cristo (vs. 5) e o presságio de Jesus quanto à necessidade de comparecer oculto à festa, com o objetivo de evitar a sua prisão (vs. 10), combinam-se para alertar o leitor sobre a crescente hostilidade em relação a Jesus.
Jesus estava percorrendo a Galileia, mas longe da Judéia por causa dos que queria tirar-lhe a vida e estava se aproximando a Festa dos Tabernáculos.
Essa festa era a mais prolongada do ano judaico (durava sete dias), ocorrendo antes do ano-novo judaico e do Dia da Expiação. (Yom Kippur; veja Lv 23; Dt 16), e celebrava a provisão graciosa de Deus para os israelitas no deserto e o encerramento de cada colheita anual.
Nessas festividades, dois rituais eram muito importantes: o cerimonial da água corrente (que comemorava a provisão de água no deserto, Nm 20.2-13) e o cerimonial de acender lâmpadas.
O primeiro ritual serviu de contexto para o sermão de Jesus em 7.37-38; o segundo; para as suas afirmações em 8.12.
Reparem nos versos 3,5 e 10 e compare com 2.12 e também Mt 12.46, como os seus irmãos não criam nele e se sentiam “empresários” dele querendo cuidar de seus negócios e apresentações ao mundo.
No entanto, Jesus respondeu que o seu tempo ainda não tinha chegado. (Veja 2.4; 7.8,30; 8.20; 12.23; 13.1; 17.1; Mt 26.18; Mc 14.41.) Essas passagens demonstram a preocupação de Jesus em sujeitar-se ao planejamento de Deus; as ações de Jesus em momentos específicos estavam carregadas de importância salvadora para todos os tempos.
João dizia que o mundo não poderia ainda odiá-los, mas a ele sim por causa de seu testemunho contra o que faziam nas trevas. Isso se refere à sua humanidade em sua oposição ao propósito de Deus.
Nesse momento, os irmãos de Jesus representavam o mundo e sua incredulidade; mais tarde, alguns deles se tornaram cristãos (At 1.14).
As pessoas que praticam o mal não gostam de ser desmascaradas pelo bem (3.19-20), antes preferem inventar todo tipo de desculpa, filosofias e religiões para se manterem longe desse Deus que requer compromissos com ele.
Essas palavras dirigidas a seus irmãos de que não subiria ainda não contradizem o vs.10, pois Jesus de fato compareceu à festa. Antes, indica que seus irmãos pediram que ele comparecesse de maneira pública e se apresentasse abertamente à multidão. Jesus diz que não irá dessa maneira.
As pessoas já perguntavam por ele, mas não em público por medo dos judeus (líderes e oficiais dos judeus, particularmente àqueles que aram hostis a Jesus), e muitos boatos se falavam dele, entre eles de que Jesus era bom. Um testemunho digno de pessoas imparciais; disseram algo que era muito mais verdadeiro do que imaginavam (cf. Mc 10.18).
2. Ensinando os judeus (7.14-8.59).
Doravante, até ao capítulo 8, veremos Jesus ensinado aos judeus. Jesus ensinou as multidões em diversos contextos e sobre uma variedade de tópicos.
O primeiro discurso e a primeira interação de Jesus com a multidão se deu dos versos 14 ao 24, conforme veremos a seguir.
Jesus não havia sido discípulo de nenhum rabino conhecido; no entanto, o conhecimento e a sabedoria que demonstrava maravilhavam aqueles que o ouviam (cf. 3.2; Mt 7.28; Lc 2.47).
Jesus respondeu aos judeus que seu ensino não vinha dele, mas de quem o enviou. Jesus revelou a fonte do seu ensino. Ele não era um inovador, e nem a sua mensagem era originária dele mesmo, mas procedia do seu Pai.
Isso é um importante corretivo às pessoas (dessa época e de hoje) que procuram atribuir os ensinos de Jesus a fontes humanas: Deus o Pai era a única fonte dos ensinamentos do Filho. Essa verdade também confirma a origem divina das Escrituras do Antigo Testamento às quais Jesus se referia com frequência.
Deus concede um discernimento correto sobre a natureza divina dos ensinamentos de Cristo àqueles que desejam, com sinceridade, fazer a vontade dele (isto é, aos cristãos verdadeiros, em contraste com aqueles que apenas professam buscar a Deus). Veja o SI 25.14.
Jesus faz um contraste entre os que falam por si mesmos e os que dão glórias a Deus. Um contraste é estabelecido entra aqueles que querem promover a si mesmos e aqueles que estão preocupados unicamente com o cumprimento de sua missão (12.49); Jesus pertence ao último grupo. Ao que é verdadeiro por buscar não a sua própria glória, mas a glória de Deus. Ou "de verdade" (quanto a passagens em que Cristo e sua mensagem são identificados com a verdade, veja 1.14,17; 14.6; 18.37; 2Co 11.10; Ap 3.7,14; 19.11).
É notável que esse termo “verdadeiro” se aplique:
·         A Deus o Pai (SI 31.5; Is 65.16; Jo 7.28; 8.26; 17.3; Rm 3.4; 1Ts 1.9; 1Jo 5.20; Ap 6.10; 15.3; 16.7).
·         Ao Espírito Santo (Jo 14.17; 15.26; 16.13; lio 4.6; 5.6).
·         Bem como às Escrituras e à pregação apostólica (51119.30,43,138,142,151,160: Jo 17.17; Ef 1.13; Cl 1.5; 2Tm 2.15; Tg 1.18).
Isso contrasta nitidamente com Satanás, que é "mentiroso e pai da mentira" (Jo 8.44).
Apesar de a lei ser dada por Moisés, ninguém o obedecia. A grande bênção de receber a lei como a revelação da vontade de Deus (cf. SI 103.7; Rm 3.2; 9.4) se transforma em responsabilidade pela desobediência (Rm 7.7-12).
Jesus toca então num ponto muito delicado quando afirma que eles queriam matá-lo e eles respondem dizendo que ele tinha demônios por pensar assim. Esse tipo de acusação era típico de pessoas que não tinham mais argumentos (cf. 8.48-52; 10.19-20; Mt 12.24), e resultou numa das mais terríveis condenações que Jesus pronunciou (Mt 12.31-32).
Jesus fez mais de um milagre, mas aqui – vs. 21 - ele estava se referindo a pelo menos um que essas pessoas tinham presenciado: a cura de um paralítico (5.1-15).
A circuncisão estava prescrita na lei de Moisés (Lv 12.3), mas já havia sido instituída por Deus nos dias de Abraão (Gn 17.10-14).
A ordem para que a circuncisão fosse realizada no oitavo dia era encarada com tanta seriedade que tinha prioridade sobre a legislação do descanso no sábado.
Isso não estava estipulado na Escritura, mas obviamente era prática comum entre os judeus nos dias de Jesus. Essa é a razão da argumentação que Jesus apresentou aqui.
Jesus apontou para a inconsistência de seus acusadores, pois havia várias atividades permitidas no sábado, incluindo a circuncisão.
Jesus ponderava como era possível que fosse correto permitir um ato que envolvia apenas o prepúcio, e ao mesmo tempo errado negar um que envolvia toda a pessoa?
Jesus os condenava por julgarem apenas pela aparência e pedia que fossem justos e fizessem julgamentos justos – vs. 24.
Nessa passagem bastante irónica – vs. 25 ao 36 -, a multidão discutia sobre a procedência de Jesus (6.42). As pessoas pensavam que Jesus tinha vindo da Galileia (vs. 41.52), e isso estava em conflito com duas opiniões difundidas pelos judeus nessa época:
·         Um a dizia que o Messias viria de Belém (v. 42; Mt 2.5-6).
·         Outra, que a sua origem seria desconhecida.
Replicando essas opiniões, Jesus indicou a sua origem divina e não o seu nascimento geográfico. Ao negarem a missão divina de Jesus, seus ouvintes demonstraram ignorância quanto ao plano de Deus, apesar dos milagres que evidenciaram o endosso divino (vs.. 31).
Alguns deles tentaram e procuravam prendê-1º, mas como não era ainda a sua hora, não o puderam fazê-lo. A conspiração contra a vida de Jesus não teria sucesso até que o plano de Deus o permitisse. E quanto à nossa vida, não seria o mesmo? Deveríamos confiar mais em Deus.
Alguns creram nele, mas outros permaneciam incrédulos e isso se tornou a questão do momento. Ele dizia que eles haveriam de procurar por ele, mas não iriam achá-lo. Isso não está em contradição com Mt 7.7. A diferença está no "buscai". Em Mt 7.7, Jesus estava falando sobre um desejo genuíno por Deus (cf. vs. 37) que somente o Espírito Santo pode produzir no pecador; porém, em Jo 7.34, Cristo estava se referindo aos esforços para localizá-lo, que seriam inúteis uma vez que os fariseus e lideres religiosos não podiam enviar os guardas do templo ao céu. Observe o contraste entre os incrédulos (vs. 34) e os que criam (14.3).
Os judeus ficaram confusos com a procedência de Cristo e isso refletiu no fato de que não compreenderam o seu destino, que era o céu. Eles entendiam esse conceito apenas em termos geográficos e não ficaram contentes com a ideia de Jesus ir ministrar entre os gregos pagãos a quem eles desprezavam.
Jesus esperou por esse momento e bem no auge da festa, Jesus comunicou uma mensagem enfática por meio da sua postura (de pé) e da sua voz (exclamou). Aqui, a mensagem que havia sido dada à mulher samaritana (4.10-14) foi repetida e explicada pela identificação de “vir a mim” com “crer em mim”.
Quando Jesus disse que creriam nele como diz as Escrituras, ele não estava sendo específico, lembrando de alguma passagem precisa. Não era uma citação exata do Antigo Testamento, mas poderia estar se referindo a fontes do Antigo Testamento que associam a água com o dom escatológico do Espírito (p. ex., Is 44.3; Ez 36.25-27), bem como passagens que empregam a metáfora da água para descrever as bênçãos da era messiânica (p. ex., Is 12.3; 58.11; Ez 47).
O ímpeto da proclamação de Jesus é claro: nele se cumpre a tipologia da Festa dos Tabernáculos (vs. 2). Os rios representam a abundância que beneficia não apenas os cristãos, mas todos os que estão ao redor deles.
Ali, naquele momento, ele estava se referindo ao Espírito Santo. O Espírito até aquele momento não fora dado. A interpretação inspirada de João a respeito da afirmação de Jesus deixa claro que isso é unia referência à bênção do Pentecostes.
Embora o Espirito Santo já operasse no período do Antigo Testamento, no Pentecostes, ele entraria num relacionamento ainda mais íntimo com os cristãos (14.17; 1Co 6.19).
O Espírito Santo é o presente do Messias para o seu povo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 16.7; At 2.1-21; cf. Ef 4.8).
Ouvindo-o falar dessa forma, alguns exclamaram que ele era  o profeta (6.14). Testemunhos divergentes foram dados por aqueles que não estavam cegos pelo preconceito:
(1)   O Messias não teria feito mais sinais do que Jesus fez (vs. 31);
(2)   Jesus pode ser "o profeta" prometido por Moisés (vs. 40).
(3)   Jesus era “o Cristo", o Messias (vs. 41);
(4)   Ninguém nunca havia falado da maneira como Jesus falou (vs. 46).
Um estudo interessante poderia ser feito a partir do testemunho dado pelos inimigos de Jesus.
A discussão sobre a identidade de Jesus continuou focalizada na sua procedência (cf. vs. 25-36; 6.42; 7.27). Equívocos semelhantes ocorreram durante a conversa de Jesus com Nicodemos (3.1-15) e com a mulher samaritana (4.1-26).
O preconceito dos principais sacerdotes e dos fariseus fica evidente na reprovação que fizeram aos guardas do templo (vs. 47.48), à multidão (vs. 49), e até mesmo a Nicodemos, que fazia parte do grupo deles (vs. 52).
Os guardas enviados a prenderem a Jesus, voltaram dizendo que ninguém tinha falado antes como ele. Quão impressionante não seria ouvi-lo? Nicodemos era mais prudente e tentava defende-lo, mas eles não o ouviram e ainda diziam zombando que nada de bom poderia vir da Galileia.
A Galileia era desprezada pelo Sinédrio, por ser uma região de população miscigenada onde a lei não era observada com zelo. Um antigo manuscrito traz "o profeta”; logo, essa negação não significa que nenhum profeta poderia vir da Galileia (o profeta Jonas era dessa região; 2Rs 14.25), mas que "o profeta" certamente não viria de uma região tão desonrosa. Aqui, novamente, aparece a discussão sobre a questão da procedência de Jesus (6.42; 7.27).
O trecho a seguir, dos vs. 53 ao 8.11, não ocorrem na maioria dos melhores manuscritos gregos desse Evangelho.
Conforme nos explica a BEG, os manuscritos antigos em que esses versículos ocorrem o colocam em lugares diferentes (aqui; após 7.36; após 21.25; após Lc 21.38; e após Lc 24.53). A partir de 7.53 e 8.1, fica claro que a localização dessa narrativa não é a original, pois Jesus não estava presente na reunião descrita em 7.45-52. Essa evidência sugere que esses versículos não faziam parte do original desse Evangelho, mas que provavelmente têm origem apostólica e reproduzem um incidente que, de fato, ocorreu durante o ministério de Jesus.
Jo 7:1 Passadas estas coisas,
Jesus andava pela Galiléia,
porque não desejava percorrer a Judéia,
visto que os judeus procuravam matá-lo.
Jo 7:2 Ora, a festa dos judeus,
chamada de Festa dos Tabernáculos,
estava próxima.
Jo 7:3 Dirigiram-se, pois, a ele os seus irmãos e lhe disseram:
Deixa este lugar e vai para a Judéia,
para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.
Jo 7:4 Porque ninguém há que procure ser conhecido em público
e, contudo, realize os seus feitos em oculto.
Se fazes estas coisas,
manifesta-te ao mundo.
Jo 7:5 Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele.
Jo 7:6 Disse-lhes, pois, Jesus:
O meu tempo ainda não chegou,
mas o vosso sempre está presente.
Jo 7:7 Não pode o mundo odiar-vos,
mas a mim me odeia,
porque eu dou testemunho a seu respeito
de que as suas obras são más.
Jo 7:8 Subi vós outros à festa;
eu, por enquanto, não subo,
porque o meu tempo ainda não está cumprido.
Jo 7:9 Disse-lhes Jesus estas coisas
e continuou na Galiléia.
Jo 7:10 Mas, depois que seus irmãos subiram para a festa,
então, subiu ele também,
não publicamente, mas em oculto.
Jo 7:11 Ora, os judeus o procuravam na festa e perguntavam:
Onde estará ele?
Jo 7:12 E havia grande murmuração a seu respeito entre as multidões.
Uns diziam:
Ele é bom.
E outros:
Não, antes, engana o povo.
Jo 7:13 Entretanto,
ninguém falava dele abertamente, por ter medo dos judeus.
Jo 7:14 Corria já em meio a festa,
e Jesus subiu ao templo
e ensinava.
Jo 7:15 Então, os judeus se maravilhavam e diziam:
Como sabe este letras, sem ter estudado?
Jo 7:16 Respondeu-lhes Jesus:
O meu ensino não é meu,
e sim daquele que me enviou.
Jo 7:17 Se alguém quiser fazer a vontade dele,
conhecerá a respeito da doutrina,
se ela é de Deus
ou se eu falo por mim mesmo.
Jo 7:18 Quem fala por si mesmo está procurando
a sua própria glória;
mas o que procura a glória de quem o enviou,
esse é verdadeiro,
e nele não há injustiça.
Jo 7:19 Não vos deu Moisés a lei?
Contudo, ninguém dentre vós a observa.
Por que procurais matar-me?
Jo 7:20 Respondeu a multidão:
Tens demônio.
Quem é que procura matar-te?
Jo 7:21 Replicou-lhes Jesus:
Um só feito realizei,
e todos vos admirais.
Jo 7:22 Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão
(se bem que ela não vem dele, mas dos patriarcas),
no sábado circuncidais um homem.
Jo 7:23 E, se o homem pode ser circuncidado em dia de sábado,
para que a lei de Moisés não seja violada,
por que vos indignais contra mim,
pelo fato de eu ter curado, num sábado,
ao todo, um homem?
Jo 7:24 Não julgueis segundo a aparência,
e sim pela reta justiça.
Jo 7:25 Diziam alguns de Jerusalém:
Não é este aquele a quem procuram matar?
Jo 7:26 Eis que ele fala abertamente, e nada lhe dizem.
Porventura, reconhecem verdadeiramente as autoridades
que este é, de fato, o Cristo?
Jo 7:27 Nós, todavia, sabemos donde este é;
quando, porém, vier o Cristo, ninguém saberá donde ele é.
Jo 7:28 Jesus, pois, enquanto ensinava no templo, clamou, dizendo:
Vós não somente me conheceis,
mas também sabeis donde eu sou;
e não vim porque eu, de mim mesmo, o quisesse,
mas aquele que me enviou é verdadeiro,
aquele a quem vós não conheceis.
Jo 7:29 Eu o conheço,
porque venho da parte dele
e fui por ele enviado.
Jo 7:30 Então, procuravam prendê-lo;
mas ninguém lhe pôs a mão,
porque ainda não era chegada a sua hora.
Jo 7:31 E, contudo, muitos de entre a multidão creram nele e diziam:
Quando vier o Cristo, fará, porventura,
maiores sinais do que este homem tem feito?
Jo 7:32 Os fariseus,
ouvindo a multidão murmurar estas coisas a respeito dele,
juntamente com os principais sacerdotes
enviaram guardas para o prenderem.
Jo 7:33 Disse-lhes Jesus:
Ainda por um pouco de tempo estou convosco
e depois irei para junto daquele que me enviou.
Jo 7:34 Haveis de procurar-me
e não me achareis;
também aonde eu estou,
vós não podeis ir.
Jo 7:35 Disseram, pois, os judeus uns aos outros:
Para onde irá este que não o possamos achar?
Irá, porventura, para a Dispersão entre os gregos,
com o fim de os ensinar?
Jo 7:36 Que significa, de fato, o que ele diz:
Haveis de procurar-me e não me achareis;
também aonde eu estou, vós não podeis ir?
Jo 7:37 No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou:
Se alguém tem sede,
venha a mim e beba.
Jo 7:38 Quem crer em mim, como diz a Escritura,
do seu interior fluirão rios de água viva.
Jo 7:39 Isto ele disse com respeito ao Espírito
que haviam de receber os que nele cressem;
pois o Espírito até aquele momento não fora dado,
porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
Jo 7:40 Então, os que dentre o povo tinham ouvido estas palavras diziam:
Este é verdadeiramente o profeta;
Jo 7:41 outros diziam:
Ele é o Cristo;
outros, porém, perguntavam:
Porventura, o Cristo virá da Galiléia?
Jo 7:42 Não diz a Escritura que o Cristo vem
da descendência de Davi
e da aldeia de Belém, donde era Davi?
Jo 7:43 Assim, houve uma dissensão entre o povo por causa dele;
Jo 7:44 alguns dentre eles queriam prendê-lo,
mas ninguém lhe pôs as mãos.
Jo 7:45 Voltaram, pois, os guardas à presença
dos principais sacerdotes e fariseus,
e estes lhes perguntaram:
Por que não o trouxestes?
Jo 7:46 Responderam eles:
Jamais alguém falou como este homem.
Jo 7:47 Replicaram-lhes, pois, os fariseus:
Será que também vós fostes enganados?
Jo 7:48 Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades
ou algum dos fariseus?
Jo 7:49 Quanto a esta plebe que nada sabe da lei, é maldita.
Jo 7:50 Nicodemos, um deles, que antes fora ter com Jesus, perguntou-lhes:
Jo 7:51 Acaso, a nossa lei julga um homem,
sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?
Jo 7:52 Responderam eles:
Dar-se-á o caso de que também tu és da Galiléia?
Examina e verás
que da Galiléia não se levanta profeta.
Jo 7:53 [E cada um foi para sua casa.
A discussão continua até hoje e continuará até a sua parousia. Quando ele voltar, como prometeu, as discussões cessarão. O tema hoje de nossas discussões é Jesus! Ou você crê nele e o segue e recebe a vida ou continuará nas trevas.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
...


sábado, 17 de outubro de 2015

COMIGO ISSO NÃO ACONTECE NUNCA... SERÁ?

Um jovem de 23, embriagado, atropela e mata um outro de 32 anos, por causa da bebida alcoólica...

1O vinho é escarnecedor e a bebida alcoólica induz a brigas; não é inteligente deixar-se dominar por elas! - Pv 20:1.


VOCÊ NÃO PRECISA DISSO!
VOCÊ NUNCA PRECISOU DISSO!

CAIA FORA DAS DROGAS...

Jovem de 23 anos mata outro de 32 por causa do álcool.Duas vidas destruídas... por causa da porcaria do álcool.Cara: não beba!
Para quem são os ais? 
Para quem os pesares? 
Para quem as pelejas? 
Para quem as queixas? 
Para quem as feridas sem causa? 
E para quem os olhos vermelhos?

Para os que se demoram perto do vinho,
 para os que andam buscando vinho misturado.

Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, 
quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá.

Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas,
 e o teu coração falará perversidades.
E serás como o que se deita no meio do mar,
 e como o que jaz no topo do mastro.
E dirás: 
Espancaram-me e não me doeu; 
bateram-me e nem senti; 
quando despertarei? 

aí então beberei outra vez.