terça-feira, 1 de setembro de 2015
terça-feira, setembro 01, 2015
Jamais Desista
Mateus 28 1- 20 - O JESUS RESSUSCITADO NOS DEU UMA MISSÃO ATÉ A SUA VOLTA!
VII. A PAIXÃO E A RESSURREIÇÃO (26.1-28.20).
Jesus passou por aflições, morreu como o
Rei sofredor dos judeus, e foi exaltado na sua ressurreição como o vitorioso
Rei. Jesus revelou-se a seus discípulos e os comissionou a espalharem o seu
evangelho até aos confins da terra.
Ontem narrávamos a morte de Jesus. Ninguém
o matou, nem poderiam, mas voluntariamente deu a sua vida por nós. Agora, o Pai
o ressuscita dos mortos e este seu Filho acaba vencendo a rainha e toda
poderosa morte que mantinha em seu cativeiro todas as almas dos homens.
Na morte de Cristo, a morte da morte! Jesus
Cristo ressuscitou e ninguém poderia impedi-lo de voltar à vida. Agora durante
40 dias estará com seus discípulos dando a eles instruções especiais e os
preparando para o grande momento que se daria após a sua partida.
Aqui, duas mulheres, no primeiro dia da
semana, resolvem ver o sepulcro. Um grande terremoto ocorre e Mateus o associa
a visita de um grande anjo.
Temos de admitir que grande era esse anjo
que desceu dos céus provocando um terremoto. Foi ele quem deslocou a grande
pedra que bloqueava o sepulcro onde jazia Jesus e que deu instruções às
mulheres e ainda lhes mostrou onde Jesus havia estado. O primeiro anuncio então
da ressurreição de Jesus foi dado por um anjo!
Também temos de admitir que o ministério de
Jesus era cercado de anjos que de uma ou de outra forma estavam sempre atentos
aos acontecimentos.
A aparência dele era algo forte, pois que
se assemelhava com um relâmpago, sendo as suas vestes tão brancas como a neve.
Compare com a descrição do anjo que viu Daniel, no capitulo 10 de Daniel.
Até o temor dos guardas lembra o temor
daqueles que estavam com Daniel que se escondiam sem terem visto, nem ouvido
nada. Eles se encontravam assim apenas com a presença do ser angelical,
provavelmente era ele Gabriel.
Aquele anjo anunciou a ressurreição, deu
instruções às mulheres de que Jesus estaria indo adiante deles para a Galiléia,
onde todos o veriam e reforça sua fala com uma espécie de palavra
confirmatória: “é como vos digo” ou “Notem que eu já os avisei" (NVI).
No verso 9, é de repente que acontece, o
próprio Jesus as encontra e se abraçam, elas o adoram, recebem dele palavra de
conforto, a mesma que o anjo havia a elas ministrado para não temerem e
confirma a palavra do anjo para elas irem para a Galiléia.
O primeiro anúncio de Jesus ressurreto dentre
os homens não foi de um homem, nem dos apóstolos, mas de mulheres. O ministério
de Jesus é um ministério que comissiona as mulheres no envio delas para anuncio
de sua palavra. Jesus queria se encontrar com seus irmãos – vs. 10 – ou seja,
Jesus estava se referindo a todos os seus discípulos (cf. 12.49-50; 25.40).
Enquanto anjos, o Senhor e as mulheres
estavam fazendo a obra de Deus, dos versos de 11 ao 15, soldados, chefes dos
sacerdotes e líderes religiosos estavam armando um golpe contra Cristo ressurreto:
eles estavam construindo uma mentira para explicarem o desaparecimento do corpo
de Jesus.
Esse incidente demonstra que a evidência
empírica mais descarada e clara do mundo não exerce nenhum efeito sobre aqueles
que estão comprometidos com a incredulidade.
O fato de que a história de um corpo
roubado ainda estava circulando nos dias de Justino Mártir indica algo do
desespero que os líderes judeus sentiram para explicar a tumba vazia.
Como a incredulidade é danosa! Mesmo diante
da maior evidência possível, ainda assim, a cegueira faz com que rejeitam toda
razoabilidade.
Orientado pelas mulheres, por aquele anjo
com aparência de relâmpago e por Jesus, os discípulos se dirigem para a
Galiléia onde o viram e o adoraram, mas alguns duvidaram.
Essa tradução da expressão idiomática grega
significa "mas alguns outros" duvidaram. Uma rara palavra grega que
provavelmente significa algo como "não tinham certeza sobre o que
pensar". Ou seja, estavam atônitos diante dos fatos que seus olhos estavam
comprovando. Não se trata aqui de uma dúvida que gerasse ou fosse gerada pela
danosa e maligna incredulidade.
Jesus, ressurreto, se aproxima deles e fala
que toda autoridade no céu e na terra lhe tinha sido dada. Jesus agora exercia
total autoridade. O Filho do Homem veio diante do Ancião de Dias e recebeu o
domínio prometido (Dn 7.13-14 - Eu estava
olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o
filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E
foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e
línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o
seu reino tal, que não será destruído).
O fim da História começou, mas não estará
completa até o seu retomo à terra em glória (26.64). Meu Deus, meu Jesus está
voltando!
Em função disso é que ele conclui dizendo
“portanto” ide. A Grande Comissão procede da autoridade de Cristo. Desde que a
nova era começou, o evangelho deve ir a todo o mundo. A autoridade de Jesus em
seu mandamento direto e inequívoco é nossa principal razão para o evangelismo e
missões.
Embora a palavra não seja um mandamento
propriamente dito, esse “ide” compartilha da força imperativa do verbo do qual
depende, como no vs. 7, onde a mesma forma sintática para "ide" é
certamente intencionada como um comando.
Era para irmos e fazermos discípulos. O
verbo aqui “fazei discípulos” é tipicamente entendido como ensinar" ou
"treinar". Num certo sentido, somente Deus "faz discípulos”, mas
ele nos envia como mestres e treinadores para aqueles que ele efetivamente
chama.
Esse treinamento, conforme a BEG, dos
discípulos envolve batizá-los e ensiná-los a guardar os seus mandamentos (vs.
20).
Completando sua instrução, era para irmos e
fazermos discípulos de todas as nações. A mesma palavra que com frequência é traduzida
como "gentios".
Não mais o evangelho é dirigido somente a
Israel (contraste com 10.5-6). Ao contrário, a grande promessa de que por meio
de Abraão todas as nações seriam abençoadas (Gn 12.3) deve ser agora cumprida à
medida que os discípulos de Jesus espalham o reino para todas as nações.
Em todas as nações a fim de ir batizando-as.
Compare com 3.11, Aqui, aqueles que se tornaram discípulos são batizados em
(lit., “dentro") um nome trino. É um nome (não "nos nomes de”) e um
batismo porque o Pai, Filho e Espírito são somente um Deus.
Os discípulos são batizados “em" esse
nome porque eles creram "em" (p. ex., colocaram-se à disposição de e
confiaram-se a) o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e eles são transformados
''em" a nova aliança que as três pessoas da trindade validaram.
O que eles deveriam ensinar/guardar? Tudo o
que Jesus lhes tinha ordenado! – vs. 20. Os discípulos não devem somente
ensinar a pura verdade; eles devem ensinar a obedecer.
Claro que, para que eles obedeçam, devem
saber o que Jesus ensinou; assim, também é necessário que eles conheçam a
verdade. Doutrina e obediência não podem andar separadas.
A promessa para eles não desanimarem era
que ele, o Senhor, estaria com eles para sempre, até o fim dos tempos ou até a
consumação do século (NVI).
Deus não colocou sobre seus discípulos a
responsabilidade de disciplinar o mundo sem prometer a sua presença no esforço
deles. Nós temos a confiança de que não estamos sozinhos, mesmo nos momentos
mais desanimadores, porque ele está conosco "sempre".
As palavras finais de Jesus no Evangelho de
Mateus dirigem a atenção para a grande esperança de todos aqueles que seguem a
Cristo.
Jesus inaugurou o reino e nos enviou para
espalhá-lo para longe e em todo o mundo. No entanto, o grande objetivo no qual
colocamos toda a nossa esperança é o de que o reino levará este mundo a um fim
e introduzirá a plenitude do reino glorioso de Cristo quando ele retornar.
ao entrar o
primeiro dia da semana,
Maria
Madalena
e
a outra Maria
foram
ver o sepulcro.
Mt 28:2 E eis que houve um grande
terremoto;
porque um
anjo do Senhor desceu do céu,
chegou-se,
removeu
a pedra
e
assentou-se sobre ela.
Mt 28:3 O seu
aspecto era como um relâmpago,
e
a sua veste, alva como a neve.
Mt 28:4 E os
guardas tremeram espavoridos
e
ficaram como se estivessem mortos.
Mt 28:5 Mas o
anjo,
dirigindo-se
às mulheres, disse:
Não
temais;
porque sei
que buscais Jesus, que foi crucificado.
Mt 28:6 Ele
não está aqui;
ressuscitou,
como tinha dito.
Vinde
ver onde ele jazia.
Mt
28:7 Ide, pois,
depressa
e
dizei aos seus discípulos
que
ele ressuscitou dos mortos
e
vai adiante de vós para a Galiléia;
ali
o vereis.
É
como vos digo!
Mt 28:8 E, retirando-se elas
apressadamente do sepulcro,
tomadas de
medo
e grande
alegria,
correram
a anunciá-lo aos discípulos.
Mt 28:9 E eis que Jesus
veio ao
encontro delas e disse:
Salve!
E elas,
aproximando-se,
abraçaram-lhe
os pés
e
o adoraram.
Mt 28:10
Então, Jesus lhes disse:
Não
temais!
Ide
avisar a meus irmãos
que
se dirijam à Galiléia
e
lá me verão.
Mt 28:11 E, indo elas,
eis que
alguns da guarda foram à cidade
e
contaram aos principais sacerdotes tudo o que sucedera.
Mt 28:12
Reunindo-se eles em conselho com os anciãos,
deram
grande soma de dinheiro aos soldados,
Mt
28:13 recomendando-lhes que dissessem:
Vieram
de noite os discípulos dele
e o roubaram
enquanto dormíamos.
Mt 28:14 Caso
isto chegue ao conhecimento do governador,
nós
o persuadiremos
e
vos poremos em segurança.
Mt 28:15
Eles, recebendo o dinheiro,
fizeram
como estavam instruídos.
Esta versão
divulgou-se entre os judeus
até
ao dia de hoje.
Mt 28:16 Seguiram os onze discípulos
para a
Galiléia,
para
o monte que Jesus lhes designara.
Mt 28:17 E, quando o viram,
o adoraram;
mas
alguns duvidaram.
Mt 28:18 Jesus,
aproximando-se,
falou-lhes,
dizendo:
Toda
a autoridade me foi dada
no
céu e na terra.
Mt 28:19 Ide,
portanto,
fazei
discípulos de todas as nações,
batizando-os
em
nome do Pai,
e
do Filho,
e
do Espírito Santo;
Mt 28:20
ensinando-os a guardar
todas
as coisas que vos tenho ordenado.
E
eis que estou convosco
todos
os dias
até
à consumação do século.
Recapitulando o que já dissemos, antes
mesmo de elas irem passar a informação recebida do anjo, elas encontram o
Senhor dos anjos e de tudo o que neles há, o próprio Jesus ressuscitado! É ele
quem conclui as instruções e avisa as mulheres para que os discípulos se
preparem para encontrá-lo.
Finalmente, Jesus forma a grande comissão:
esta para mim é a “Missio Dei”. A
missão dada a todos os seguidores de Jesus, independentemente de serem ou terem
títulos. Todos os que creem devem seguir a Jesus e obedecerem suas instruções
de Mt 28:19, 20:
Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as
nações,
batizando-os
em nome do Pai,
e do Filho,
e do Espírito Santo;
ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado.
E qual a promessa que temos ao fazermos
tudo isso? Que ele, em todo tempo, estará conosco até a consumação dos séculos.
...
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
segunda-feira, agosto 31, 2015
Jamais Desista
Mateus 27 1-66 - JESUS MORREU PARA NOS SALVAR.

VII. A PAIXÃO E A RESSURREIÇÃO (26.1-28.20).
Jesus passou por aflições, morreu como o
Rei sofredor dos judeus, e foi exaltado na sua ressurreição como o vitorioso
Rei. Jesus revelou-se a seus discípulos e os comissionou a espalharem o seu
evangelho até aos confins da terra.
Tudo aconteceu tão de repentinamente... por
3 anos e meio, ou 1260 dias, Jesus andou com seus discípulos e realizou tantos
feitos, curas, sinais, prodígios, falou tão profundamente e agora... preso!
Amarraram-no! Os homens, nossas autoridades, amarraram a Jesus!
Judas não suportou o peso e quis se vingar
de si mesmo dando fim a sua própria vida.
O remorso de Judas não foi o mesmo do que
arrependimento (3.2). É possível que ele estivesse tentando forçar Jesus a
demonstrar o seu poder e ficou frustrado quando as coisas aconteceram como
aconteceram. Mesmo que esse fosse o motivo, ele foi motivado pela descrença,
pela má vontade de fazer as coisas da maneira de Jesus e uma presunção de que
ele sabia mais do que o Senhor.
O orgulho era tão forte naquele coração que
diante do erro não pode aceitar o perdão que certamente Cristo lhe daria, antes
optou pelo endurecimento de seu coração maligno.
Recorda-nos a BEG que eles, os chefes dos
sacerdotes e os líderes religiosos – vs. 3 - não podem mostrar indiferença
quanto à questão do sangue inocente pelo qual pagaram o preço. A tentativa
deles de transferir a responsabilidade é quase tão efetiva quanto a de Pilatos
no v. 24.
Como Judas tinha lançado as moedas no
templo e saindo foi enforcar-se, os sacerdotes ajuntaram as moedas e
raciocinaram que não deveriam colocar aquele dinheiro no templo, por isso que
resolveram comprar o campo do Oleiro para cemitério de estrangeiros.
At 1.18 diz que Judas adquiriu o campo,
precipitou-se de cabeça para baixo e as suas entranhas se derramaram. É
possível que a palavra "enforcar' aqui signifique que ele foi empalado e
que Mateus usa o termo mais geral "enforcado" para fazer o paralelo
com Aitofel (2Sm 17.23).
Alternativamente, uma vez que o seu
suicídio ocorreu num dia de festa e a semana seguinte era uma semana santa, o
seu corpo deve ter sido deixado se decompondo por algum tempo, de modo que,
quando ele caiu ou foi solto, o seu abdómen rompeu-se.
A diferença quanto a quem adquiriu o campo
é facilmente harmonizada. Os sacerdotes comprariam o campo no nome de Judas uma
vez que eles, como sacerdotes, não poderiam obter terras ou comprá-las para o
templo.
A maior parte das palavras na citação (vs.
9-10) são de Zc 11.12-13, mas o conteúdo está também intimamente relacionado
com Jr 19.1-13, que é uma profecia de julgamento para o derramamento de sangue
inocente (Mt 27.4) que descreve Tofete como o "vale da Matança" (Jr
19.6), um local de sepultamento (ir 19.11).
Mateus revela nas ações de Judas e dos
sacerdotes um cumprimento do julgamento das profecias de Zacarias e Jeremias,
na medida em que a traição de Judas representa a traição do bom Pastor pela
nação de Israel — especialmente a traição de sua liderança, que
"entregou-o" (Mt 27.26; a mesma palavra grega é traduzida como
"traição') para ser crucificado.
Essa traição por parte da nação é, por sua
vez, a expressão máxima do padrão de apostasia, incredulidade e rejeição da
afirmação da soberania de Deus que havia caracterizado Israel ao longo de sua
história e era expressa nos dias de Jeremias e Zacarias.
Desse modo, o “Campo de Sangue" de
Judas (vs. 8) também se coloca como uma advertência sobre a vinda do julgamento
sobre a casa de Israel.
Dos versos de 11 a 24, Jesus se encontra
diante de Pôncio Pilatos para ser interrogado por ele. O silêncio de Jesus – vs.
12 a 14 - cumpriu Is 53.7.
Pilatos ficou intrigado com Jesus e
realmente teve medo dele, principalmente depois de sua mulher o advertir de que
não mexesse com ele, pois era homem justo diante de Deus, conforme sonhou a
noite toda com ele.
Até o povo que foi beneficiado pelos seus
dons e visitado com seu poder agora estava contra Jesus e a sua opção era por
outro Jesus. Dois Jesus estavam ali. Um deveria ser solto pelo governador. A
multidão preferia o Jesus Barrabás do que o Jesus Cristo. Que seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos! (vs. 25). Esta
foi a maldição lançada na escolha do Jesus errado!
Muitas vezes, esse versículo que fala dessa
maldição tem sido lido como um julgamento antissemita da parte do autor de
Mateus. Porém, totalmente à parte do fato de que Mateus estava registrando um
incidente histórico, a denúncia de Israel pela sua culpa coletiva era alguma
coisa que os profetas do Antigo Testamento falam com regularidade, e esses
profetas judeus certamente não eram antissemitas. O julgamento é ético, não
racial, e sempre permanece um remanescente fiel entre a nação infiel.
Pilatos estava querendo soltar a Jesus por
causa do senso da justiça que estava sobre seus ombros no exercício de seu
governo, mas o amor dos homens e a glória deles falou mais alto do que Deus e
sua escolha foi abafada em sua consciência por um lavar de mãos diante de
todos.
Diante do pedido do povo e do lavar de suas
mãos, ele finalmente soltou a Barrabás e, após haver açoitado a Jesus,
entregou-o para ser crucificado.
O açoite que era feito pelos romanos era
incrivelmente cruel, com pontas de ossos presas num chicote multirretorcido.
Muitas vezes, os homens morriam somente em decorrência do traumatismo dos
açoites. Não conseguimos sequer começar a perceber o quanto foi terrível o
sofrimento que Cristo suportou pelas nossas iniquidades 53.5; 1Pe 2.24).
Os soldados pareciam bestas selvagens e
fizeram contra ele requintes de maldade e crueldade. Compare os vs. 27-31 com
Is 53.3. Até o seu manto, provavelmente o manto de um soldado romano - Mateus
descreve o manto como 'escarlate", apesar de Marcos e João chamarem de
"púrpura" (Mc 15.20; Jo 19.2). E duvidoso que Mateus tenha mudado a
cor para simbolizar o sangue e o sofrimento; muitas vezes, a diferenciação da
cor é altamente subjetiva –, foi usado com a finalidade de zombar de Jesus.
Eles é que colocaram nele esse manto no
lugar das suas vestes originais somente para zombar dele e depois de zombarem
dele, tiraram o manto e recolocaram suas vestes originais – vs. 31. Foi nesse
momento que o levaram para ser crucificado.
No caminho, encontraram um homem de Cirene,
chamado Simão que foi forçado a ajudar a Jesus a carregar a sua cruz.
A BEG comenta que a crucificação era um
modo de execução lenta e inexplicavelmente agonizante. Provavelmente, os pulsos
e não as palmas foram pregados e amarrados ao pedaço de madeira.
A força da gravidade tornava a respiração
difícil e dolorosa, e esforços involuntários das pernas para diminuir a pressão
aumentava grandemente a dor nos pés. Isso continuava até que a total exaustão
resultava em asfixia. O processo da morte poderia demorar dias.
Foi num lugar chamado de Gólgota, Lugar da
Caveira, que o crucificaram. Em determinado momento eles lhe deram para beber
vinho misturado com fel – vs. 34. Pode se referir a qualquer das ervas amargas;
Marcos menciona mirra (Mc 15.23).
A combinação de mirra com vinho é
geralmente entendida por comentaristas modernos como sendo narcótica; tivesse
sido esse o caso, Jesus teria recusado, uma vez que ele queria estar totalmente
consciente.
Mas a oferta do vinho com fel não foi
provavelmente um gesto de compaixão, mas um tormento adicional, como em SI
69.21, que é aqui cumprido. A sede de Jesus deveria ter sido muito grande, mas
o fel teria tornado o vinho intragável.
Depois da crucificação de Jesus, lá estavam
os soldados novamente se divertindo com as vestes que foram de Jesus, mas agora
sobre o manto lançavam sorte – vs. 35. “Eles
repartiram entre si as suas vestes.” Isso cumpriu SI 22.18, como é
explicitado em Jo 19.23-24 e alguns manuscritos posteriores de Mateus. Por ali
mesmo ficaram os soldados vigiando a crucificação.
O que foi figurativamente feito com Davi
foi literalmente feito com Jesus. A crucificação de Jesus envolveu muitos
cumprimentos literais assim como figurativos do Sl. 22.
Por cima de sua cabeça colocaram por
escrito a acusação feita contra ele – vs. 37. A placa acima da cabeça nomeava o
crime. Pilatos estava pretendendo insultar os líderes judeus, mas a ironia de
sua verdade ficou evidente para a igreja primitiva.
Jesus fora crucificado entre dois ladrões –
vs. 38. Compare com Is 53.12. O termo traduzido ladrões" é a palavra que
Josefo usou para os insurrecionistas. Normalmente, os ladrões não eram
crucificados. Talvez esses dois pertencessem ao bando de Barrabás (cf. Mc
15.7).
Todos à sua volta estavam ali zombando dele
e o desafiando a descer da cruz uma vez que era ele que dizia que destruiria o
templo e o reedificaria em três dias. A zombaria da multidão ("se és Filho de Deus”) imita Satanás
(4.3.6).
Observe a ironia – nos chama a atenção a
BEG. Por não ter descido da cruz, Jesus estava destruindo o templo (seu corpo,
mas também o templo literal; cf. v. 51) e reconstruindo-o em três dias (seu
corpo físico e seu corpo metafórico, a igreja).
Da
mesma forma, os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes
religiosos zombavam dele, dizendo: "Salvou os outros, mas não é capaz de
salvar a si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nele. Ele
confiou em Deus. Que Deus o salve agora (um cumprimento de SI 22), se dele tem compaixão, pois disse: ‘Sou o
Filho de Deus!" Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido
crucificados com ele. (41-44).
O objetivo das portas do inferno, que nunca
prevalecerão contra a igreja, contra o seu templo, era fazer com que Jesus
descesse da cruz. Do meio-dia até às 15h, a terra se encheu de trevas e já as
3h da tarde, Jesus bradou em aramaico "Eloí,
Eloí, lamá sabactâni?" que significa: "Meu Deus! Meu Deus! Por
que me abandonaste? "
Na maioria dos manuscritos Eli é o hebraico
para "meu Deus" em vez de “Eloi” (aramaico), mas alguns dos melhores
o traduzem como “Eloí" (como em Marcos).
O restante da lamentação é em aramaico. Se
Jesus usou o hebraico “Eli", a confusão com Elias pode ser, de algum modo;
mais compreensível.
O grito de abandono de Jesus “por que me desamparaste” foi um
cumprimento de SI 22.1, mas também muito mais, refletiu a profundidade da
angústia de Jesus quando ele enfrentou a agonia de Ser separado do seu pai.
Mais tarde, os apóstolos perceberam que
Jesus estava enfrentando a maldição do julgamento de Deus do pecado - a total,
furiosa e amedrontadora ira do Todo-Poderoso Deus. Isso foi o mais agonizante
para Jesus, que havia desfrutado da mais íntima relação de amor com o Pai desde
toda a eternidade.
Quando Jesus pronunciou essa expressão em
aramaico, alguns ali pensaram que ele chamava por Elias. Foi nisso que um deles
correu para molhar uma esponja embebida em vinagre e a colocou na ponta da
lança para Jesus beber. No entanto, outros comentavam que era para deixa-lo
quieto para ver se Elias viria mesmo. Esse foi outro cumprimento de SI 69.21 (Deram-me fel por mantimento, e na minha sede
me deram a beber vinagre).
Mais uma vez Jesus deu outro brado em alta
voz e nesse momento, entregou o seu espírito – vs. 50.
O véu que separava o lugar Santíssimo do
resto do santuário, que simbolizava a natureza inacessível de Deus (Hb 9.8),
foi rompido. A morte de Jesus foi o seu sacrifício no altar celestial (Hb
9.12,24-251, abrindo para nós o caminho para Deus (11b 10.19-20). O véu
simbólico na Soja terrestre do tabernáculo celestial foi rasgado porque a
verdadeira barreira espiritual havia sido removida. O céu havia sido aberto
para um novo e real sacerdócio em Cristo (1 Pe 2.9). A expressão “de alto a
baixo” implica uma ação divina. A morte de Jesus tornou o sistema cerimonial do
Antigo Testamento obsoleto e destruiu o templo (veja Jo 2.19).
O rasgo do véu prenunciou a iminente
destruição do templo terreno. Não somente foi o véu rasgado, mas a terra
sacudida, pedras se quebraram e tumbas foram abertas. Tudo o que separava Deus
de seu povo - até mesmo a morte - foi destruído pela morte de Jesus.
A ressurreição de "muitos corpos de
santos", apesar de mencionada aqui para mostrar a ligação com o rasgo do
véu, está materialmente relacionada com a ressurreição de Jesus (vs. 53).
Seria estranho para eles serem
ressuscitados e então esperarem em suas tumbas até que Jesus fosse
ressuscitado. Qualquer que tenha sido o caso, essa ressurreição foi um
pré-cumprimento simbólico de Dn 12.2. Isso nos dá poucas informações para
especularmos sobre quem eram essas pessoas ou se elas morreram novamente ou
foram trasladadas.
Se o centurião e os soldados entenderam ou
não o título messiânico contido no título Filho de Deus", suas palavras
mostram que enquanto a maioria dos herdeiros naturais da aliança estava
denegrindo o seu Messias, os gentios fizeram uma afirmação apropriada.
Ao final da tarde é que chegou um homem
rico, de Arimatéia, chamado José, que se tornaria discípulo de Jesus,
preocupado com o seu corpo e foi providenciar para ele uma sepultura digna.
Somente Mateus nos informa que José era rico. A provisão de José de uma
sepultura completou o cumprimento de Jesus com relação a Is 53.9.
Mateus inclui os fatos relatados dos vs. 62
a 66 como um pano de fundo para 28.11-15. Eles tiveram a preocupação de
cuidarem do corpo de Jesus, guardando-o com toda segurança, porque havia sua
promessa de que em três dias ele ressuscitaria.
todos os
principais sacerdotes
e
os anciãos do povo entraram em conselho
contra
Jesus,
para
o matarem;
Mt
27:2 e, amarrando-o,
levaram-no
e o
entregaram ao governador Pilatos.
Mt 27:3 Então, Judas,
o que o
traiu,
vendo
que Jesus fora condenado,
tocado
de remorso,
devolveu
as trinta moedas de prata
aos
principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo:
Mt
27:4 Pequei,
traindo
sangue inocente.
Eles, porém,
responderam:
Que
nos importa?
Isso
é contigo.
Mt 27:5
Então, Judas,
atirando
para o santuário as moedas de prata,
retirou-se
e
foi enforcar-se.
Mt 27:6 E os
principais sacerdotes,
tomando
as moedas, disseram:
Não
é lícito deitá-las no cofre das ofertas,
porque
é preço de sangue.
Mt
27:7 E, tendo deliberado,
compraram
com elas o campo do oleiro,
para
cemitério de forasteiros.
Mt
27:8 Por isso, aquele campo
tem
sido chamado, até ao dia de hoje,
Campo
de Sangue.
Mt 27:9
Então, se cumpriu o que foi dito
por
intermédio do profeta Jeremias:
Tomaram
as trinta moedas de prata,
preço
em que foi estimado aquele
a
quem alguns dos filhos
de Israel
avaliaram;
Mt
27:10 e as deram pelo campo do oleiro,
assim
como me ordenou o Senhor.
Mt 27:11 Jesus estava em pé ante o
governador;
e este o
interrogou, dizendo:
És
tu o rei dos judeus?
Respondeu-lhe
Jesus:
Tu
o dizes.
Mt 27:12 E, sendo
acusado
pelos
principais sacerdotes e pelos anciãos,
nada
respondeu.
Mt 27:13
Então, lhe perguntou Pilatos:
Não
ouves quantas acusações te fazem?
Mt 27:14
Jesus não respondeu nem uma palavra,
vindo
com isto a admirar-se grandemente o governador.
Mt 27:15 Ora, por ocasião da festa,
costumava o
governador soltar ao povo um dos presos,
conforme
eles quisessem.
Mt 27:16
Naquela ocasião,
tinham
eles um preso muito conhecido,
chamado
Barrabás.
Mt 27:17
Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos:
A
quem quereis que eu vos solte,
a
Barrabás
ou
a Jesus, chamado Cristo?
Mt
27:18 Porque sabia que, por inveja,
o
tinham entregado.
Mt 27:19 E,
estando ele no tribunal,
sua
mulher mandou dizer-lhe:
Não
te envolvas com esse justo;
porque hoje,
em sonho, muito sofri por seu respeito.
Mt 27:20 Mas
os principais sacerdotes
e os anciãos
persuadiram o povo
a
que pedisse Barrabás
e
fizesse morrer Jesus.
Mt 27:21 De
novo, perguntou-lhes o governador:
Qual
dos dois quereis que eu vos solte?
Responderam
eles:
Barrabás!
Mt 27:22
Replicou-lhes Pilatos:
Que
farei, então, de Jesus, chamado Cristo?
Seja
crucificado! Responderam todos.
Mt 27:23 Que
mal fez ele? Perguntou Pilatos.
Porém
cada vez clamavam mais:
Seja
crucificado!
Mt 27:24 Vendo
Pilatos
que
nada conseguia, antes, pelo contrário,
aumentava
o tumulto,
mandando
vir água,
lavou
as mãos perante o povo, dizendo:
Estou
inocente do sangue deste [justo];
fique
o caso convosco!
Mt 27:25 E o
povo todo respondeu:
Caia
sobre nós o seu sangue
e
sobre nossos filhos!
Mt 27:26 Então, Pilatos lhes soltou
Barrabás;
e, após haver
açoitado a Jesus,
entregou-o
para ser crucificado.
Mt 27:27 Logo a seguir,
os soldados
do governador,
levando
Jesus para o pretório,
reuniram
em torno dele toda a coorte.
Mt 27:28
Despojando-o das vestes,
cobriram-no
com um manto escarlate;
Mt
27:29 tecendo uma coroa de espinhos,
puseram-lha
na cabeça
e, na mão
direita,
um
caniço;
e,
ajoelhando-se diante dele,
o
escarneciam, dizendo:
Salve,
rei dos judeus!
Mt
27:30 E, cuspindo nele,
tomaram
o caniço
e
davam-lhe com ele na cabeça.
Mt 27:31
Depois de o terem escarnecido,
despiram-lhe
o manto
e
o vestiram com as suas próprias vestes.
Em seguida,
o
levaram para ser crucificado.
Mt 27:32 Ao saírem,
encontraram
um cireneu, chamado Simão,
a
quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.
Mt
27:33 E, chegando a um lugar chamado Gólgota,
que
significa Lugar da Caveira,
Mt
27:34 deram-lhe a beber vinho com fel;
mas
ele, provando-o,
não
o quis beber.
Mt 27:35 Depois de o crucificarem,
repartiram
entre si as suas vestes,
tirando
a sorte.
Mt
27:36 E, assentados ali,
o
guardavam.
Mt 27:37 Por cima da sua cabeça
puseram
escrita a sua acusação:
ESTE
É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
Mt 27:38 E
foram crucificados com ele
dois
ladrões,
um
à sua direita,
e
outro à sua esquerda.
Mt 27:39 Os
que iam passando
blasfemavam
dele,
meneando
a cabeça e dizendo:
Mt
27:40 Ó tu que destróis o santuário
e
em três dias o reedificas!
Salva-te
a ti mesmo,
se
és Filho de Deus,
e
desce da cruz!
Mt 27:41 De
igual modo,
os
principais sacerdotes,
com
os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:
Mt
27:42 Salvou os outros,
a
si mesmo não pode salvar-se.
É
rei de Israel!
Desça
da cruz,
e
creremos nele.
Mt
27:43 Confiou em Deus;
pois
venha livrá-lo agora,
se,
de fato, lhe quer bem; porque disse:
Sou Filho de
Deus.
Mt 27:44 E os
mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões
que
haviam sido crucificados com ele.
Mt 27:45
Desde a hora sexta até à hora nona,
houve
trevas sobre toda a terra.
Mt 27:46 Por
volta da hora nona,
clamou
Jesus em alta voz, dizendo:
Eli,
Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer:
Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste?
Mt 27:47 E
alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam:
Ele
chama por Elias.
Mt 27:48 E,
logo, um deles correu a buscar uma esponja
e,
tendo-a embebido de vinagre
e
colocado na ponta de um caniço,
deu-lhe
a beber.
Mt 27:49 Os
outros, porém, diziam:
Deixa,
vejamos se Elias vem salvá-lo.
Mt 27:50 E
Jesus,
clamando
outra vez com grande voz,
entregou
o espírito.
Mt 27:51 Eis que
o véu do
santuário
se
rasgou
em
duas partes
de
alto a baixo;
tremeu a
terra,
fenderam-se
as rochas;
Mt 27:52
abriram-se os sepulcros,
e
muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram;
Mt
27:53 e, saindo dos sepulcros
depois
da ressurreição de Jesus,
entraram
na cidade santa
e
apareceram a muitos.
Mt 27:54 O centurião e os que com ele
guardavam a Jesus,
vendo o
terremoto
e tudo o que
se passava,
ficaram
possuídos de grande temor e disseram:
Verdadeiramente
este era Filho de Deus.
Mt 27:55 Estavam ali muitas mulheres,
observando de
longe;
eram
as que vinham seguindo a Jesus desde a Galiléia,
para
o servirem;
Mt 27:56
entre elas estavam
Maria
Madalena,
Maria,
mãe de Tiago e de José,
e
a mulher de Zebedeu.
Mt 27:57 Caindo a tarde,
veio um homem
rico de Arimatéia,
chamado
José,
que
era também discípulo de Jesus.
Mt 27:58 Este
foi ter com Pilatos
e
lhe pediu o corpo de Jesus.
Então,
Pilatos
mandou
que lho fosse entregue.
Mt 27:59 E
José,
tomando
o corpo,
envolveu-o
num pano limpo de linho
Mt
27:60 e o depositou no seu túmulo novo,
que
fizera abrir na rocha;
e, rolando
uma grande pedra
para a
entrada do sepulcro,
se
retirou.
Mt 27:61 Achavam-se ali,
sentadas em
frente da sepultura,
Maria
Madalena e a outra Maria.
Mt 27:62 No dia seguinte,
que é o dia
depois da preparação,
reuniram-se
os principais sacerdotes e os fariseus
e,
dirigindo-se a Pilatos,
Mt 27:63
disseram-lhe:
Senhor,
lembramo-nos
de que aquele embusteiro,
enquanto
vivia, disse:
Depois
de três dias ressuscitarei.
Mt 27:64
Ordena, pois,
que
o sepulcro seja guardado com segurança
até
ao terceiro dia,
para não
suceder que, vindo os discípulos,
o
roubem
e
depois digam ao povo:
Ressuscitou
dos mortos;
e
será o último embuste
pior
que o primeiro.
Mt
27:65 Disse-lhes Pilatos:
Aí
tendes uma escolta;
ide
e guardai o sepulcro
como
bem vos parecer.
Mt 27:66 Indo
eles,
montaram
guarda ao sepulcro,
selando
a pedra
e
deixando ali a escolta.
Essa zombaria e provocação a Jesus pra
fazer com que saísse da cruz, veio das mais profundas profundezas do inferno, mas
o Senhor permaneceu firme e rendeu seu espírito, conforme as Escrituras.
Ninguém poderia tirar-lhe a vida, ele a espontaneamente deu pela vida dos
pecadores.
Morreu e foi sepultado depois de um
julgamento vicioso e maligno. A natureza protestou. Os céus também. Somente o
inferno estava em festa e bem assim todos os seus seguidores e participantes
por causa do endurecimento de seus corações.
...