Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito
com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o
reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino
que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Estamos agora na
parte VI, veremos o capítulo 20.
VI. AS MUDANÇAS DO REINO (19.1-25.46) - continuação.
As ações de Jesus, suas parábolas e
respostas a desafios revelaram que o seu reino traz mudanças extraordinárias na
crença e nas práticas do povo de Deus. Jesus condenou fortemente líderes
religiosos de Israel por causa de sua hipocrisia e advertiu-os quanto ao
julgamento divino.
Os caps. 19-25 focalizam essas mudanças
ocasionadas pela vinda do reino em Cristo. O material foi também dividido em duas
seções, seguindo a BEG: A. Narrativa: parábolas e "ais" (19.1-23.39)
– estamos vendo e B. Sermão: o
julgamento do reino (24.1-25.46).
A. Narrativa: parábolas e "ais" (19.1-23.39) - continuação.
Como já dissemos, os caps. 19-23 registram
a última viagem de Jesus para a Galileia e a sua entrada em Jerusalém antes da
sua crucificação. Essa passagem enfatiza reações divergentes aos ensinos de
Jesus - tanto aceitação quanto rejeição.
Vejamos agora mais uma parábola sobre o
reino de Deus e a forma de assalariar os trabalhadores da vinha do Senhor.
Essa é uma fala dura dirigida apenas
àqueles que falharam por não reconhecer sua dependência absoluta da graça para
qualquer coisa boa que vêm das mãos de Deus. Não há razão para um cristão ter
ciúmes dos bons dons que Deus dá aos outros.
O Senhor contrata para sua vinha diversos
trabalhadores em horários diferentes ao longo de um dia que se inicia bem
cedinho, de madrugada, e acaba ao final da tarde. Ele vai e combina com os
primeiros trabalhadores o salário de um denário e os manda para a sua vinha.
Bem, se foi combinado um denário o pagamento deveria ser um denário.
Em seguida, vai ao longo do dia contratando
aqueles que estão desocupados até que chega aos trabalhadores da última hora e
também com eles diz que lhes pagará o que for justo. Na hora de pagar, começa
com os últimos até chegar aos primeiros e a todos paga um denário. Houve
revolta dos primeiros e o clamor por justiça.
Vejamos: a vinha é do Senhor; o salário é
do Senhor; o trabalho é do Senhor; os critérios e regras são do Senhor; o
convite – chamado - é feito pessoalmente pelo Senhor; a oportunidade não é
conquistada, mas do Senhor; a hora da escolha e do chamado pertence ao Senhor;
a busca pelos trabalhadores é feita pelo Senhor; o pagamento ao final do
combinado é feito pelo Senhor e, se formos ainda mais além, os trabalhadores da
vinha são do Senhor. É tudo de Deus, por Deus e para Deus, a Deus portanto toda
a glória.
Ele conclui a sua parábola com um chavão de
que os últimos serão os primeiros e os primeiros, os últimos. Como dissemos, no
capítulo anterior, não há correlação entre a posição na terra e aprovação
celestial, a não ser uma correlação negativa, em determinados casos. Do mesmo
modo, não há ligação causal entre a quantidade de trabalho terreno e o tamanho
da recompensa celestial (cf. 20.1-16).
Em seguida, subindo para Jerusalém ele faz
nos versos de 17 a 19 a sua terceira predição sobre sua paixão e ressurreição (cf
16.21 e 17.22-23). Os discípulos ouviam, entendiam, mas aquilo permanecia
travado em seus corações.
Depois vem um pedido estranho de uma mãe
que quer glórias para seus filhos e a resposta sábia de Jesus.
O bom pastor, Jesus, teve um momento de
tensão no grupo motivado por esse desejo carnal de uma mãe aflita por seus
filhos, mas querendo posições e privilégios.
Nos versos 22-23, o Senhor pergunta a eles
sobre o pedido deles se eles estariam dispostos a beber de seu cálice. Refere-se
isso à imagem do Antigo Testamento do derramamento da ira de Deus. Que os
discípulos iriam realmente beber desse cálice significa que eles
experimentariam sofrimento, mas observe que Jesus o chamou de “meu cálice"
(ênfase acrescentada).
Como Jesus toma o cálice da ira de Deus
pelos crentes, estes não provaram da ira que mereciam. Em união com Cristo,
seus seguidores já haviam passado pelo julgamento. Eles estão agora
justificados em Cristo e são herdeiros de sua glória (Rm 8.17). No entanto, é
privilégio deles serem identificados corri Cesto em seu sofrimento (IPe 2.21) e
conhecer a sua disciplina purificadora (Mt 3.2-3; 1Pe 4.16-17).
O Senhor em sua sabedoria e amor administra
a situação de forma a trazer com isso edificação ao grupo, oportunidade de
crescimento e ao mesmo tempo censurar o pecado, a ganância, o egoísmo e a
corrupção.
A situação poderia ter trazido divisão,
ódio, revolta, separação e cada um por si, mas não, Jesus os trouxe para junto
dele. Isso mesmo, para JUNTO dele mesmo e ali pode tratá-los e mostrar a cada
um que ele queria eles unidos, juntos, amando, perdoando, sendo compreensivos,
mas acima de tudo, dando ao reino de Deus a prioridade.
Ele chega a comparar o mundo com a igreja e
ensina que os princípios e valores são diferentes.
Aquele que quiser ser o maior, mais
importante e o mais ilustre deveria não ser o destaque, mas ser aquele que
serve e esteja pronto para dar a sua vida pela de seus amigos.
Poderíamos cada um de nós sacrificarmos
nossas idiossincrasias em prol da unidade?[1]
Do seu jeito, paciente e atencioso, ele
conclui sua lição aos seus discípulos falando que não viera para ser servido,
mas para dar a sua vida em resgate por muitos – vs. 28.
Esse termo se refere ao preço pago para
libertar uma pessoa da escravidão da punição judicial. O preço da nossa
liberdade do pecado e da condenação é a vida de Jesus, ou, em linguagem
simbólica, o seu sangue (1Pe 1.18-19).
O Novo Testamento nunca indica diretamente
para quem o preço é pago, mas se aquilo do qual estamos libertos é da ira de
Deus, o preço teve de ser pago para o próprio Deus (cf. SI 49.7-9).
Jesus estiva para beber o
"cálice" (vs. 23) da ira de Deus, não pelos seus próprios pecados,
mas como um meio de pagar por muitos.
A preposição grega traduzida como
"para" também pode ser entendida como "em lugar de".
Expressa-a natureza substitutiva do sofrimento de Jesus.
O fato de Jesus ter dito aqui
"muitos" em vez de “todos os homens" indica um foco específico
ou definido para a sua atividade redentora (cf. também o "muitos" em
S 53.11-12). Jesus morreu por pessoas específicas (Jo 17.6-20; 1Tm 2.6). Pois
como poderia ele ter morrido, por exemplo, por Judas e não ter alcançado ele na
sua salvação?
Saindo eles dali de Jericó, novamente uma
grande multidão o estava seguindo. Lucas indica que eles estavam chegando, e
não saindo, de Jerico. Uma explicação possível é que Mateus e Marcos estão se
referindo à antiga cidade de Jerico, enquanto Lucas se refere à cidade mais nova
de Jerico construída por Herodes, que estava localizada cerca de 1,5 km da
cidade mais antiga.
No meio da multidão havia dois cegos – os cegos
de Jericó – que clamavam em alta voz para Jesus ter misericórdia deles. Mateus
menciona dois, enquanto Marcos e Lucas mencionam apenas um cada.
A multidão os repreendeu para ficassem em
silêncio, mas eles, então, é que gritavam ainda mais forte. Havia por ali
outros cegos que ficaram quietos? Pode ser que sim. Se houve, não receberam o
milagre.
Jesus, então para e lhes dá atenção. A sua
pergunta a eles foi o que eles estavam querendo dele. Imediatamente responderam
a Jesus que queriam ver. Jesus teve compaixão deles e imediatamente recuperaram
a visão e passaram a segui-lo.
Mt 20:1 Porque o reino dos céus
é semelhante
a um dono de casa que saiu de madrugada
para
assalariar trabalhadores para a sua vinha.
Mt 20:2 E,
tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia,
mandou-os
para a vinha.
Mt 20:3
Saindo pela terceira hora,
viu,
na praça, outros que estavam desocupados
Mt
20:4 e disse-lhes:
Ide
vós também para a vinha,
e
vos darei o que for justo.
Eles
foram.
Mt 20:5 Tendo
saído outra vez,
perto
da hora sexta e da nona,
procedeu
da mesma forma,
Mt 20:6 e,
saindo por volta da hora undécima,
encontrou
outros que estavam desocupados
e
perguntou-lhes:
Por
que estivestes aqui desocupados o dia todo?
Mt 20:7
Responderam-lhe:
Porque
ninguém nos contratou.
Então, lhes
disse ele:
Ide
também vós para a vinha.
Mt 20:8 Ao
cair da tarde,
disse
o senhor da vinha ao seu administrador:
Chama
os trabalhadores
e
paga-lhes o salário,
começando
pelos últimos,
indo
até aos primeiros.
Mt 20:9 Vindo
os da hora undécima,
recebeu
cada um deles um denário.
Mt 20:10 Ao
chegarem os primeiros,
pensaram
que receberiam mais;
porém
também estes receberam um denário cada um.
Mt
20:11 Mas, tendo-o recebido,
murmuravam
contra o dono da casa, Mt 20:12 dizendo:
Estes
últimos trabalharam apenas uma hora;
contudo,
os igualaste a nós,
que
suportamos a fadiga
e
o calor do dia.
Mt 20:13 Mas
o proprietário, respondendo, disse a um deles:
Amigo,
não te faço injustiça;
não
combinaste comigo um denário?
Mt
20:14 Toma o que é teu e vai-te;
pois
quero dar a este último tanto quanto a ti.
Mt 20:15
Porventura, não me é lícito
fazer
o que quero do que é meu?
Ou
são maus os teus olhos
porque
eu sou bom?
Mt 20:16
Assim,
os
últimos serão primeiros,
e
os primeiros serão últimos
[porque
muitos são chamados,
mas
poucos escolhidos].
Mt 20:17 Estando Jesus para subir a
Jerusalém,
chamou à
parte os doze e, em caminho, lhes disse:
Mt
20:18 Eis que subimos para Jerusalém,
e
o Filho do Homem será entregue
aos
principais sacerdotes
e
aos escribas.
Eles
o condenarão à morte.
Mt 20:19 E o
entregarão aos gentios para ser
escarnecido,
açoitado e crucificado;
mas,
ao terceiro dia,
ressurgirá.
Mt 20:20 Então, se chegou a ele a mulher
de Zebedeu,
com seus
filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor.
Mt
20:21 Perguntou-lhe ele:
Que
queres?
Ela
respondeu:
Manda
que, no teu reino,
estes
meus dois filhos se assentem,
um
à tua direita,
e
o outro à tua esquerda.
Mt
20:22 Mas Jesus respondeu:
Não
sabeis o que pedis.
Podeis vós
beber o cálice que eu estou para beber?
Responderam-lhe:
Podemos.
Mt 20:23
Então, lhes disse:
Bebereis
o meu cálice;
mas
o assentar-se à minha direita
e
à minha esquerda
não
me compete concedê-lo;
é,
porém, para aqueles
a
quem está preparado
por
meu Pai.
Mt 20:24 Ora, ouvindo isto os dez,
indignaram-se
contra os dois irmãos.
Mt 20:25 Então, Jesus, chamando-os,
disse:
Sabeis que os
governadores dos povos os dominam
e
que os maiorais exercem autoridade sobre eles.
Mt 20:26 Não
é assim entre vós; pelo contrário,
quem
quiser tornar-se grande entre vós,
será
esse o que vos sirva;
Mt
20:27 e quem quiser ser o primeiro entre vós
será
vosso servo;
Mt
20:28 tal como o Filho do Homem,
que
não veio para ser servido,
mas
para servir
e
dar a sua vida em resgate por muitos.
Mt 20:29 Saindo eles de Jericó,
uma grande
multidão o acompanhava.
Mt 20:30 E eis que dois cegos,
assentados à
beira do caminho,
tendo
ouvido que Jesus passava, clamaram:
Senhor,
Filho de Davi, tem compaixão de nós!
Mt 20:31 Mas
a multidão
os
repreendia para que se calassem;
eles, porém,
gritavam cada vez mais:
Senhor,
Filho de Davi, tem misericórdia de nós!
Mt 20:32
Então,
parando
Jesus,
chamou-os
e perguntou:
Que
quereis que eu vos faça?
Mt 20:33
Responderam:
Senhor,
que se nos abram os olhos.
Mt 20:34
Condoído,
Jesus
tocou-lhes os olhos,
e
imediatamente
recuperaram
a vista
e
o foram seguindo.
Eles sabiam quem era Jesus e do
que ele seria capaz de fazer por eles e assim clamam por Jesus que por ali
passava. Havia uma multidão entre eles e Jesus que os repreendia, mas eles não
ligaram para ela e clamavam com foça para que Jesus tivesse compaixão deles.
Jesus para a sua jornada para lhes dar
atenção e lhes pergunta o que quereis que eu vos faça? Não estava óbvio que
queriam a cura da cegueira? Ainda sim, Jesus quer ouvir deles. E eles lhe pedem
que se lhe abram os olhos.
Estes dois cegos obtém a sua cura da
cegueira imediatamente por Jesus ter tocado neles.
Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito
com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o
reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino
que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Entraremos
agora na parte VI, veremos o capítulo 19.
VI. AS MUDANÇAS DO REINO (19.1-25.46).
As ações de Jesus, suas parábolas e
respostas a desafios revelaram que o seu reino traz mudanças extraordinárias na
crença e nas práticas do povo de Deus. Jesus condenou fortemente líderes
religiosos de Israel por causa de sua hipocrisia e advertiu-os quanto ao
julgamento divino.
Os caps. 19-25 focalizam essas mudanças
ocasionadas pela vinda do reino em Cristo. O material é também dividido em das
seções: narrativa (com parábolas e "ais" em 19.1-23.39) e sermão
(24.1-25.46) que formarão nossa divisão proposta, seguindo a BEG: A. Narrativa:
parábolas e "ais" (19.1-23.39) – começaremos
a ver agora e B. Sermão: o julgamento do reino (24.1-25.46).
A. Narrativa: parábolas e "ais" (19.1-23.39).
Os caps. 19-23 registram a última viagem de
Jesus para a Galileia e a sua entrada em Jerusalém antes da sua crucificação.
Essa passagem enfatiza reações divergentes aos ensinos de Jesus - tanto
aceitação quanto rejeição.
As multidões seguindo a Jesus e este
ministrando curas divinas por onde ia e pregava a palavra de Deus. Aqui temos
algo interessante: não eram curados os que não iam até Jesus, mas eram curadas
aquelas pessoas que iam até ele; no entanto, somente iam até ele aquelas que o
Pai enviava.
Jesus não curou a lepra, a cegueira, a
surdez, a paralisia, nem aniquilou a morte, mas curou leprosos, cegos,
surdos-mudos, paralíticos e até ressuscitou mortos. Quem eram aqueles
privilegiados? Os que foram até Jesus ou aqueles que o Pai levou até Jesus.
Após, entram com uma questão sobre o
divórcio – não que quisessem aprender a lei de Deus, antes para provar a Jesus
- e Jesus deixa claro que desde o princípio Deus os fez homem e mulher os quais
juntando-se se tornam uma só carne e assim o que Deus ajuntou não o separe o
homem.
A pergunta dos fariseus pode refletir a
opinião do rabi Hillel, do qual é dito que permitia o divórcio até mesmo por
razões irrelevantes com base em Dt 24.1-4.
Conforme a BEG, ele recebia a oposição de
outro rabi, Shammai que argumentava que somente a indecência grave dava margem
para o divórcio.
A resposta de Jesus a essa questão
transcende essa discussão casuística de Deuteronômio e volta à ordem da criação
por Deus. Jesus vê o divórcio como uma negação fundamental da ordem criada por
Deus e da natureza da instituição casamento. Todo casamento legítimo é
"selado no céu" e, então, é inviolável.
Quando ouviram a opinião de Jesus sobre o
casamento, os fariseus pensaram que eles poderiam pegá-lo contradizendo Moisés.
Mas Jesus mostrou que Moisés, em Dt 24.1-4, não estava dando razões para o
divórcio, mas fazendo provisões para o caso de divórcio.
Na verdade, Dt 24.1-4 consiste numa longa
declaração introdutória de "se(s.)", terminando com a proibição de um
homem se casar novamente com uma mulher da qual ele havia antes se divorciado.
A situação em Israel refletia uma atitude
rígida e uma "dureza de coração" com respeito ao casamento e ao
divórcio que deveria ser especificamente restringida pela lei estabelecida por
precedente legal.
Conforme a BEG, ainda, não é fácil fazer a
exegese desse versículo, mas a sua declaração básica é esta: casar-se novamente
depois do divórcio é adultério.
A ideia é que aos olhos de Deus um casal
erroneamente divorciado ainda está casado. Casar-se de novo sob tais condições
constitui adultério porque isso coloca os parceiros divorciados em relações
sexuais com pessoas de fora dos laços maritais que existem entre eles.
Mt 5.32 ainda enfatiza que divorciar-se de
uma mulher faz com que ela cometa adultério porque ela é virtualmente levada a
casar-se novamente para poder sobreviver. A dificuldade gira em torno da
"cláusula de exceção" que é encontrada aqui e em 5.32, mas não em Mc
10.11. Jesus está dando uma base para o divórcio, e se está, qual é ela?
Qualquer decisão deve lidar com pelo menos três questões básicas.
(1)Qual
é a amplitude do termo traduzido por 'relações sexuais ilícitas'? A palavra
grega porneia é, na verdade, bastante
ampla, referindo-se a qualquer número de pecados sexuais ou outros atos
indecentes, vis.
Não
é idêntico a moichea
("adultério") usado no final do versículo, e isso sugere que Jesus
tinha outra coisa em mente além do adultério.
(2)Por
que Marcos não incluiu a cláusula de exceção? Para manter a unidade da
Escritura, nós concluímos que ou Marcos assumiu a exceção e sabia que o seu
público também entenderia dessa maneira, ou também que a exceção era relevante
apenas para os leitores de Mateus.
(3)Como
a exceção de Jesus se relaciona a "coisa indecente" (Dt 24.1) que
Moisés concedeu como uma causa (não um motivo) do divórcio? A permissão de
Moisés não quer dizer que Deus manteve padrões menos exigentes do que os que
ele tem agora, apesar de que pode ser que os padrões eram impostos
diferentemente (a poligamia era inerentemente oposta à ordem criada, mas não
foi explicitamente condenada no caso dos patriarcas).
Jesus
nunca corrigiu a lei; ele deu a correta interpretação dela.
Qualquer
que seja a solução, discussões sobre motivos para o divórcio e novo casamento
não deveriam degenerar em argumentos casuísticos que perdem de vista a questão
principal: o casamento é uma ordenação da criação e é, por natureza,
inviolável.
Esse
foi o erro que Hillel, Shammai e os outros fariseus cometeram.
Os discípulos reagiram de maneira um tanto
cínica ao ensino de Jesus sobre a inviolabilidade do casamento.
Jesus aceitou a resposta depreciativa deles
e indicou que seria melhor mesmo para alguns não casarem (vs. 11-12), mas
somente quando essa decisão era tomada tendo em vista a causa do reino, não
porque Deus tem uma visão estreita do casamento. Compare com I Co 7.7-9.
Falou ainda de que das crianças é o reino
dos céus e assim o é de todos aqueles que por meio de Jesus assim se tornarem
como aquelas crianças; falou também com um jovem rico mantendo um diálogo, mas
as suas riquezas impediram-no de seguirem a Jesus. Há, no entanto esperanças
por que o que aos homens é impossível, não o é para Deus.
A comunidade do mar Morto excluía as
crianças de suas assembleias. Os discípulos viam as crianças como um empecilho
ao trabalho de Jesus.
No entanto, Jesus as recebeu como sujeitos
do reino e as abençoou (vs. 15). Uma vez que o passaporte para o reino é a
graça de Deus e não uma proeza humana, os pequeninos dependentes têm um direito
especial com relação às bênçãos (cf. 18.1.9).
Jesus abençoou as crianças, impôs as mãos
sobre elas e partiu dali, em seguida – vs. 15.
Agora ele se depara com um jovem que se
aproximou dele com uma pergunta que envolvia o destino final de sua alma. As
palavras usadas em Mateus – vs. 16 ao 22 - diferem das utilizadas em Marcos (10.17-31)
e Lucas (18.18-30).
Comumente é dito que Mateus mudou o que
Marcos havia escrito acerca das palavras do jovem rico ("Bom Mestre, que
farei...?”, em Mc 10.17) e a resposta de Jesus ("Por que me chamas
bom?", em Mc 10.18) para "Mestre, que farei eu de bom...?" (vs.
16) e “Por que me perguntas acerca do que é bom?” (vs. 17) a fim de evitar a
suposta implicação de que Jesus não se considerava bom.
Mas Mateus não difere de Marcos em sua
visão de Jesus. Ele sublinhou a boa obra pela qual o jovem rico procurava obter
a vida eterna.
Todos os três relatos dos Evangelhos
focalizam no erro de pensamento de que alguém pode ser bom o suficiente para
que possa obter a vida eterna.
Mateus inclui a frase-chave “Bom só existe
um” (vs. 17), enquanto Marcos e Lucas incluem a frase “Ninguém é bom, senão um,
que é Deus” (Mc 10.18; Lc 18.19), mas todos os três dão a entender a
impossibilidade de se obter a vida eterna por meio da própria bondade.
A versão de Mateus focaliza a impossibilidade
de boas obras serem o motivo para a vida eterna; Marcos e Lucas realçam a
impossibilidade de ser bom o suficiente (Mc 10.18).
A instrução de Jesus para o jovem rico para
vender tudo o que ele tinha demonstra que o que faltava ao jovem rico era a
atitude de abandonar tudo (16.24) a fim de apegar-se à graça imerecida de Deus.
Se as nossas riquezas mundanas se tomam
mais importantes para nós do que Jesus, então também ternos de abandoná-las.
Devemos estar dispostos a contar todas as coisas como perda para ganhar a
Cristo (Fp 3.7-9).
No entanto, aquele jovem afastou-se triste,
pois que queria as duas coisas e Jesus queria que ele escolhesse apenas uma. Desde
que os judeus consideravam a riqueza como evidência da aprovação de Deus,
normalmente eles pensavam que os ricos eram os candidatos mais prováveis para o
reino.
Jesus colocou esse conceito sobre a
riqueza/bênção de Deus de cabeça para baixo. O resultado não passou
despercebido pelos discípulos, que perguntaram “Quem pode ser salvo?” (vs. 25).
Na verdade, é tão impossível para o ser
humano obter a salvação quanto conseguir fazer o maior animal da Palestina
passar pelo fundo de uma agulha.
Isso é especialmente verdadeiro quanto aos
ricos que são os menos prováveis de irem a Deus sem arrogância. As expressões
"alcançar a vida eterna” (vs. 16) e "entrar no reino de Deus" (vs.
24) são equivalentes a “ser salvo”.
Não há correlação entre a posição na terra
e aprovação celestial, a não ser uma correlação negativa, em determinados
casos. Do mesmo modo, não há ligação causal entre a quantidade de trabalho
terreno e o tamanho da recompensa celestial (cf. 20.1-16).
Mt 19:1 E aconteceu que, concluindo
Jesus estas palavras,
deixou a
Galiléia
e foi para o
território da Judéia, além do Jordão.
Mt
19:2 Seguiram-no muitas multidões,
e
curou-as ali.
Mt 19:3 Vieram a ele alguns fariseus e o
experimentavam, perguntando:
É lícito ao
marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
Mt 19:4
Então, respondeu ele:
Não
tendes lido que o Criador,
desde
o princípio,
os
fez homem e mulher Mt 19:5 e que disse:
Por esta
causa deixará o homem pai e mãe
e
se unirá a sua mulher,
tornando-se
os dois uma só carne?
Mt
19:6 De modo que já não são mais dois,
porém
uma só carne.
Portanto, o
que Deus ajuntou
não
o separe o homem.
Mt 19:7
Replicaram-lhe:
Por
que mandou, então, Moisés
dar
carta de divórcio e repudiar?
Mt 19:8
Respondeu-lhes Jesus:
Por
causa da dureza do vosso coração
é
que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto,
não
foi assim desde o princípio.
Mt 19:9 Eu,
porém, vos digo:
quem
repudiar sua mulher,
não sendo por
causa de relações sexuais ilícitas,
e
casar com outra
comete
adultério
[e
o que casar com a repudiada comete adultério].
Mt 19:10
Disseram-lhe os discípulos:
Se
essa é a condição do homem relativamente à sua mulher,
não
convém casar.
Mt 19:11
Jesus, porém, lhes respondeu:
Nem
todos são aptos para receber este conceito,
mas
apenas aqueles a quem é dado.
Mt
19:12 Porque há eunucos de nascença;
há
outros a quem os homens fizeram tais;
e há outros
que a si mesmos se fizeram eunucos,
por
causa do reino dos céus.
Quem
é apto para o admitir
admita.
Mt 19:13 Trouxeram-lhe, então, algumas
crianças,
para que lhes
impusesse as mãos
e orasse;
mas
os discípulos os repreendiam.
Mt 19:14
Jesus, porém, disse:
Deixai
os pequeninos,
não
os embaraceis de vir a mim,
porque
dos tais é o reino dos céus.
Mt 19:15 E,
tendo-lhes imposto as mãos,
retirou-se
dali.
Mt 19:16 E eis que alguém,
aproximando-se, lhe perguntou:
Mestre, que
farei eu de bom,
para
alcançar a vida eterna?
Mt 19:17
Respondeu-lhe Jesus:
Por
que me perguntas acerca do que é bom?
Bom
só existe um.
Se queres,
porém, entrar na vida,
guarda
os mandamentos.
Mt 19:18 E
ele lhe perguntou:
Quais?
Respondeu
Jesus:
Não
matarás,
não
adulterarás,
não
furtarás,
não
dirás falso testemunho;
Mt
19:19 honra a teu pai e a tua mãe
e
amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Mt 19:20
Replicou-lhe o jovem:
Tudo
isso tenho observado;
que
me falta ainda?
Mt 19:21
Disse-lhe Jesus:
Se
queres ser perfeito,
vai,
vende
os teus bens,
dá
aos pobres
e
terás um tesouro no céu;
depois,
vem
e
segue-me.
Mt 19:22
Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra,
retirou-se
triste,
por
ser dono de muitas propriedades.
Mt 19:23 Então, disse Jesus a seus
discípulos:
Em verdade
vos digo que um rico
dificilmente
entrará no reino dos céus.
Mt 19:24 E
ainda vos digo
que
é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha
do
que entrar um rico no reino de Deus.
Mt 19:25
Ouvindo isto, os discípulos
ficaram
grandemente maravilhados e disseram:
Sendo
assim, quem pode ser salvo?
Mt 19:26
Jesus,
fitando
neles o olhar, disse-lhes:
Isto
é impossível aos homens,
mas
para Deus tudo é possível.
Mt 19:27 Então, lhe falou Pedro:
Eis que nós
tudo deixamos e te seguimos;
que
será, pois, de nós?
Mt 19:28 Jesus lhes respondeu:
Em verdade
vos digo que vós,
os
que me seguistes,
quando,
na regeneração,
o
Filho do Homem se assentar no trono da sua glória,
também
vos assentareis em doze tronos
para
julgar as doze tribos de Israel.
Mt 19:29 E
todo aquele que tiver deixado
casas,
ou irmãos, ou irmãs,
ou
pai, ou mãe [ou mulher],
ou
filhos,
ou
campos,
por
causa do meu nome,
receberá
muitas vezes mais
e
herdará a vida eterna.
Mt 19:30
Porém muitos primeiros
serão
últimos;
e os últimos,
primeiros.
O que significa a frase “... mas para Deus
tudo é possível.”? Deus tá falando com Deus e a palavra é para Deus? Quem é que
não sabe que tudo é possível para Deus? Então, a fala “tudo é possível para
Deus” deve ter um significado especial – especialíssimo - para mim, se não, não
seria dito. A minha leitura é que as coisas impossíveis podem ser possíveis
para mim, mediante Deus.
Pedro já se antecipa ao julgamento de Jesus
acerca dos ricos ou melhor daqueles que põe nas riquezas a sua confiança e lhe
diz que tudo estava largando, o que ganharia com isso?
O casamento é um relacionamento exclusivo no qual um homem e uma mulher
assumem um compromisso mútuo de viver em aliança e, com base nesse voto solene,
se tornam fisicamente "uma só carne" (Gn 2.24; MI 2.14; Mt 19.4-6),
De acordo com a Confissão de Fé de Westminster, "O matrimônio foi ordenado
para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por Uma
sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza
licenciosidade sexual e imoralidade!" (CFW 24.2; cf. Gn 1.28; 2.18; 1Co
7.2-9). O ideal de Deus para o casamento é que o homem e a mulher experimentem
plenitude nessa relação de reciprocidade (Gn 2.23) e que compartilhem da obra
criadora divina ao gerar novos seres humanos. O casamento é para todos, salvo
raras exceções, mas é da vontade de Deus que os cristãos só se casem com
pessoas comprometidas com Cristo (1Co 7.39; cf. Ed 9-10; Ne 1 3.2 3-2 7; Mt 1
9.10-1 2; 2Co 6.14). A intimidade mais profunda é impossível quando os cônjuges
não compartilham a mesma fé.
Ao usar o relacionamento de Cristo com a igreja para ilustrar como o
casamento cristão deve ser, Paulo ressalta a responsabilidade especifica do
marido como servo, líder e protetor de sua esposa, bem como o chamado da esposa
para aceitar esse papel do seu marido (Ef 5.2 1-3 3). No entanto, a distinção
de papéis não sugere, de maneira nenhuma, que a esposa seja inferior. Como
portadores da imagem de Deus, tanto o marido quanto a esposa possuem a mesma
dignidade e valor e devem cumprir seus papéis com base no respeito mútuo
fundamentado no reconhecimento de sua igualdade aos olhos de Deus.
Deus odeia o divórcio (MI 2.16) e, no entanto, criou um procedimento de
separação que protegia a esposa divorciada (Dt 24.1-4). No entanto, Jesus
declarou que essa prescrição foi dada "por causa da dureza do vosso
coração" (Mt 19.8). O divórcio não é o ideal, mas sim um modo de amenizar
os danos causados pelo pecado. Em Mt 5.31-32 e 19.8-9, Jesus ensina que a
infidelidade conjugal (o pecado de adultério) rompe a aliança de casamento e
justifica o divórcio (embora seja preferível buscar a reconciliação). No
entanto, um homem que repudia a sua esposa por qualquer outro motivo menos
sério se torna culpado de adultério quando se casa novamente e leva a sua
esposa divorciada a adulterar se esta também casar outra vez. O divórcio e o
novo casamento sempre constituem um desvio do ideal de Deus para o
relacionamento sexual. Convém observar que, ao lhe ser perguntado "É
lícito ao marido repudiar sua mulher...?" (Mt 1 9.3), Jesus não afirmou
que, por vezes, o divórcio é uma boa opção, preferível a manter um
relacionamento conjugal doentio. Antes, explicou que o divórcio pode ser
permitido pelo fato de haver ocasiões em que o coração continua endurecido (Mt
19.4-6).
Paulo acrescentou que um cristão abandonado pelo seu cônjuge incrédulo
não está sujeito à servidão" (1Co 7.15), indicando que esse cristão pode
considerar o relacionamento encerrado. Ainda assim, a Bíblia deixa várias questões
sem resposta clara: Que tipo de comportamento da parte de um cônjuge incrédulo
pode ser caracterizado como abandono? Um cristão professo pode ser tido como um
incrédulo caso abandone o seu cônjuge? O abandono permite à parte abandonada
casar-se novamente? Estas e outras questões relacionadas são e, ao que parece,
continuarão sendo motivo de controvérsia entre os teólogos reformados.
Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito
com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o
reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino
que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Estamos
concluindo hoje a parte V, veremos o capítulo 18.
V. A AUTORIDADE DO REINO (14.1-18.35) - continuação.
Como já dissemos, os milagres de Jesus
demonstraram a sua autoridade como Messias. Muitos testemunharam a sua
supremacia quando o viram fazendo grandes obras. Jesus insistiu que a vida sob
o seu reinado é diferente da vida sob outros reinados.
A maior preocupação dos caps. 14-18 é a
autoridade no reino. Eles foram divididos em duas seções: A. Narrativa: o
caráter e a autoridade de Jesus (14.1-17.27) – já vista e B. Sermão: o caráter e a autoridade da igreja (18.1-35)
– concluiremos agora.
B. Sermão: o caráter e a autoridade da igreja (18.1-35).
Veremos nesse capítulo um sermão que fala
do caráter e da autoridade da igreja. O cap. 18 é o quarto dos cinco grandes
sermões em Mateus (ético, discipulado e missão, o reino do céu, a igreja e a
escatologia). O material nesse capítulo tem a ver, em grande parte, com a
maneira como o povo do reino de Cristo deveria se relacionar uns com os outros
- em humildade, perdão e cuidado mútuo.
Quem é o maior no reino dos céus? Como
pregou Paul Washer na Conferência Fiel 2012 se dirigindo aos pregadores, disse:
não queiram ser famosos; não queiram ser reconhecidos; não queiram ser maiores,
nem melhores, mas seja o alvo de vocês a santidade, o amor, a justiça,
honestidade, integridade, etc...
Deixe com Deus o crescer ou não, o ser o
maior ou não, o ser importante ou não, o ser reconhecido ou não. Assim, Jesus
fez com seus discípulos ao chamar para junto de si uma criança e ao colocá-la
no meio deles para exemplo de inocência e dependência e não de malícias ou
interesses. Não porque supostamente as crianças sejam inocentes, mas, mais
principalmente, porque elas são dependentes e não fingem ser de outra maneira.
Uma vez que os discípulos de Jesus estavam
para se tomar "como crianças" (vs. 3), o termo veio a fim de representá-los.
Uma reação aos discípulos de Jesus é uma reação ao próprio Jesus e levar um discípulo
a pecar é uma casa terrível (v. 6).
Observe, nesse trecho de 5 ao 7, o caráter
definitivo da soberania divina, principalmente quando ele diz que seria inevitável
que isso venha a acontecer, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo, ou seja,
aqui deve ser observada também a questão da realidade da responsabilidade
humana. Não é bom enfatizar uma e negar a outra.
Aqui no verso 10, Jesus deixa clara a ideia
dos anjos guardando as crianças. As Escrituras nos ensinam que os anjos guardam
o povo de Deus e ministram a eles (SI 34.7; 91.11; Hb 1.14; Ap 1.20).
Depois fala da ovelha perdida e das 99 e
como se alegrou o dono delas ao encontrar a que havia se perdido. Ou seja, é a
história do Deus imanente que se importa, que cuida, que se interessa, não
apenas pelo conjunto de suas ovelhas, mas por cada uma em especial.
O cuidado por uma não se dá à custa das
noventa e nove, mas indica o comprometimento de Deus com cada discípulo e seu especial
cuidado por alguém que está extraviado ou em perigo.
Deus elege, procura e preserva não somente
a sua igreja como um todo, mas também cada pessoa que faz parte desse corpo. É
provável que Ez 34.11-16 esteja por trás dessa parábola. Compare também com
9.36.
O procedimento de três estágios nos vs. 15
ao 17 para lidarmos com um irmão pego em pecado está no cerne de toda
disciplina da igreja, sejam as palavras "contra ti" originais ou não
(alguns manuscritos não as trazem).
O objetivo é produzir arrependimento e, ao
mesmo tempo, manter mínimo o conhecimento do público com relação ao pecado. Não
se trata de espalhar para o público em geral.
O fato era que se um irmão pecasse contra alguém,
deveria este ir a ele a sós, mostrar-lhe o erro. Se ele ouvisse, ter-se-ia
ganho o irmão, mas se ele não ouvisse, dever-se-ia levar consigo mais um ou
dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de
duas ou três testemunhas’. Se ainda não ouvisse, ter-se-ia de contar a igreja e
se ele se recusasse a ouvir a igreja, ai sim, era para considerá-lo como pagão
ou publicano.
Conforme a BEG, pode parecer anacrônico
aqui, mas somente se o conceito de “Igreja" for separado do seu
ancoradouro no Antigo Testamento. A "assembleia" (qahal) do povo de Deus foi traduzida no
Antigo Testamento grego (a Septuaginta) como ekkIesia, ou "igreja".
O fato de Jesus ter usado Dt 19.15 (Uma só testemunha contra alguém não se
levantará por qualquer iniquidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o
pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas,
se estabelecerá o fato.) demonstra que ele considera a sua igreja como da
mesma natureza de Israel do Antigo Testamento.
O fato de considerar o infrator rebelde
como gentio e publicado, significa excluir essa pessoa da adoração comunitária
e suspender seus relacionamentos sociais com outros cristãos fora do contexto
de adoração. Paulo aplicou essa disciplina em 1Co 5; 1Tm 1.20.
Mateus 18:18,19,20 fala do que ligamos na
terra também é ligado no céu e que qualquer coisa que pedirmos ao Pai seremos
atendidos porque onde dois ou três estiverem reunidos, ali estará o Senhor
Jesus.
Os vs. 19-20 deveriam ser considerados no
contexto que trata da disciplina da igreja. O vs.19 é uma aplicação adicional do
vs. 18, e o vs. 20 diz que Jesus está presente para validar a atividade
judicial da igreja.
Foi nesse momento que Pedro ficou curioso
com relação à questão do perdão e qual seria a regra áurea sobre isso. Percebe-se
que o segredo do perdão é perdoar, pois se não perdoarmos, não seremos
perdoados, então para sermos perdoados e necessitamos desse perdão, devemos
primeiramente perdoar nossos ofensores.
A regra do perdão mostra que devemos
perdoar um irmão não apenas sete vezes no máximo ao dia, mas 70 x 7, ou seja,
temos de ter uma atitude, uma pré-disposição mental propícia ao perdão sempre.
Para demonstrar isso, Jesus conta aos seus discípulos
mais uma parábola – vs. 23-35, compare com 5.7; 7.2.
Aqueles que conhecem a misericórdia de Deus
precisam viver de acordo com o princípio de misericórdia. Se eles não mostram
misericórdia, mas insistirem na justiça, receberão justiça em vez de
misericórdia.
Não devemos minimizar a seriedade dessa
questão. Um coração que não perdoa é um coração que está sujeito ao tormento
"até que [seu devedor] lhe [pague] toda a sua dívida" (vs. 34), o que
no caso de cada ser humano, equivale a para sempre. Um coração verdadeiramente
perdoador é o fruto da regeneração.
Mt 18:1 Naquela hora,
aproximaram-se
de Jesus os discípulos, perguntando:
Quem
é, porventura, o maior no reino dos céus?
Mt 18:2 E Jesus, chamando uma criança,
colocou-a no
meio deles. Mt 18:3 E disse:
Em
verdade vos digo que,
se
não vos converterdes
e
não vos tornardes como crianças,
de
modo algum entrareis no reino dos céus.
Mt 18:4 Portanto,
aquele que se
humilhar como esta criança,
esse
é o maior no reino dos céus.
Mt 18:5 E
quem receber uma criança,
tal
como esta,
em
meu nome,
a
mim me recebe.
Mt 18:6
Qualquer, porém, que fizer tropeçar
a
um destes pequeninos que crêem em mim,
melhor
lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma
grande pedra de moinho,
e
fosse afogado na profundeza do mar.
Mt 18:7 Ai do mundo,
por causa dos
escândalos;
porque
é inevitável que venham escândalos,
mas
ai do homem pelo qual vem o escândalo!
Mt 18:8 Portanto,
se a tua mão
ou o teu pé te faz tropeçar,
corta-o
e
lança-o fora de ti;
melhor
é entrares na vida manco ou aleijado
do
que, tendo duas mãos ou dois pés,
seres
lançado no fogo eterno.
Mt 18:9 Se um
dos teus olhos te faz tropeçar,
arranca-o
e
lança-o fora de ti;
melhor
é entrares na vida com um só dos teus olhos
do
que, tendo dois,
seres
lançado no inferno de fogo.
Mt 18:10 Vede,
não
desprezeis a qualquer destes pequeninos;
porque
eu vos afirmo que os seus anjos nos céus
vêem
incessantemente a face de meu Pai celeste.
Mt 18:11
[Porque o Filho do Homem
veio
salvar o que estava perdido.]
Mt 18:12 Que vos parece?
Se um homem
tiver cem ovelhas,
e uma delas
se extraviar,
não
deixará ele nos montes as noventa e nove,
indo
procurar a que se extraviou?
Mt 18:13 E,
se porventura a encontra, em verdade vos digo
que
maior prazer sentirá por causa desta
do
que pelas noventa e nove que não se extraviaram.
Mt 18:14
Assim, pois,
não
é da vontade de vosso Pai celeste
que
pereça um só destes pequeninos.
Mt 18:15 Se
teu irmão pecar [contra ti],
vai
argüi-lo
entre
ti
e
ele só.
Se ele te
ouvir,
ganhaste
a teu irmão.
Mt 18:16 Se,
porém, não te ouvir,
toma
ainda contigo uma ou duas pessoas, para que,
pelo
depoimento de duas ou três testemunhas,
toda
palavra se estabeleça.
Mt 18:17 E,
se ele não os atender,
dize-o
à igreja;
e,
se recusar ouvir também a igreja,
considera-o
como gentio e publicano.
Mt 18:18 Em verdade vos digo
que tudo o
que ligardes na terra
terá
sido ligado nos céus,
e tudo o que
desligardes na terra
terá
sido desligado nos céus.
Mt 18:19 Em verdade também vos digo
que, se dois
dentre vós, sobre a terra,
concordarem
a respeito de qualquer coisa
que,
porventura, pedirem,
ser-lhes-á
concedida por meu Pai,
que
está nos céus.
Mt 18:20 Porque,
onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome,
ali
estou no meio deles.
Mt 18:21 Então, Pedro, aproximando-se,
lhe perguntou:
Senhor, até
quantas vezes meu irmão pecará contra mim,
que
eu lhe perdoe?
Até
sete vezes?
Mt 18:22 Respondeu-lhe Jesus:
Não te digo
que até sete vezes,
mas
até setenta vezes sete.
Mt 18:23 Por isso,
o reino dos
céus é semelhante a um rei
que
resolveu ajustar contas com os seus servos.
Mt
18:24 E, passando a fazê-lo,
trouxeram-lhe
um que lhe devia dez mil talentos.
Mt
18:25 Não tendo ele, porém, com que pagar,
ordenou
o senhor que fosse vendido
ele,
a mulher, os filhos e tudo quanto possuía
e
que a dívida fosse paga.
Mt
18:26 Então, o servo,
prostrando-se
reverente, rogou:
Sê
paciente comigo,
e
tudo te pagarei.
Mt
18:27 E o senhor daquele servo,
compadecendo-se,
mandou-o embora
e
perdoou-lhe a dívida.
Mt
18:28 Saindo, porém, aquele servo,
encontrou
um dos seus conservos
que
lhe devia cem denários;
e,
agarrando-o, o sufocava, dizendo:
Paga-me
o que me deves.
Mt
18:29 Então, o seu conservo,
caindo-lhe
aos pés, lhe implorava:
Sê
paciente comigo,
e
te pagarei.
Mt
18:30 Ele, entretanto, não quis;
antes,
indo-se,
o
lançou na prisão,
até
que saldasse a dívida.
Mt
18:31 Vendo os seus companheiros
o
que se havia passado,
entristeceram-se
muito
e
foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.
Mt
18:32 Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse:
Servo
malvado,
perdoei-te
aquela dívida toda porque me suplicaste;
Mt 18:33 não
devias tu, igualmente,
compadecer-te
do teu conservo,
como também
eu me compadeci de ti?
Mt
18:34 E, indignando-se, o seu senhor
o
entregou aos verdugos,
até
que lhe pagasse toda a dívida.
Mt
18:35 Assim também meu Pai celeste
vos
fará,
se
do íntimo
não
perdoardes
cada
um a seu irmão.
Ainda há a lição sobre o perdão que deve
ser incondicional em nossos corações. Nossa disposição deve ser de perdoar
sempre e assim também sempre estaremos sendo perdoados e renovados na fé, amor
e esperança.
O segredo do perdão é perdoar; da
misericórdia, é ser misericordioso; da graça, é ser gracioso.
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