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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Mateus 17.1-27 - O PODER DA FÉ DO TAMANHO DA MOSTARDA.

Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Entramos hoje na parte V, no capítulo 17.
V. A AUTORIDADE DO REINO (14.1-18.35) - continuação.
Como já dissemos, os milagres de Jesus demonstraram a sua autoridade como Messias. Muitos testemunharam a sua supremacia quando o viram fazendo grandes obras. Jesus insistiu que a vida sob o seu reinado é diferente da vida sob outros reinados.
A maior preocupação dos caps. 14-18 é a autoridade no reino. Eles foram divididos em duas seções: A. Narrativa: o caráter e a autoridade de Jesus (14.1-17.27) – Estamos vendo e B. Sermão: o caráter e a autoridade da igreja (18.1-35).
A. Narrativa: o caráter e a autoridade de Jesus (14. 1-17.27) - continuação.
Na narrativa que vai até o capítulo 17, estamos vendo o caráter e a autoridade de Jesus como Rei ao relembrar os milagres que ele realizou, bem como as reações daqueles que tinham contato com ele.
Foram seis dias depois que Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou, em particular, a um alto monte. Essa indicação direta do tempo é rara nos Evangelhos; ela deve ter sido incluída para tornar clara a ligação entre a confissão de Filipe de Cesareia e a transfiguração.
Uma vez que os discípulos haviam começado a reconhecer quem Jesus era, ele estava pronto para apontar para a culminação climática dos acontecimentos em Jerusalém. A transfiguração foi parte da preparação de Jesus para a crise.
Jesus transfigurou-se diante deles e como se não bastasse ainda falam com ele, naquele monte, Moisés e Elias, ambos representantes e expoentes do Velho Testamento. Moisés representando à Lei e Elias, os Profetas. Moisés tinha passado pela morte e Elias, não, fora arrebatado.
A lei e os profetas testificam de Jesus. Moisés, o doador da lei, e Elias, o maior profeta do período monárquico, têm aqui o privilégio de falarem com Jesus. De acordo com Lc 9.31, eles discutiram sobre a iminente morte redentora de Jesus.
O fato é que estavam ali com eles: Pedro, Tiago e João. Eles ficam confusos e logo querem fazer algo, como construir uma tenda para abrigar todos. Na verdade nem sabiam o que falavam. A voz potente de Jeová é ouvida e as instruções são claras:
- Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, a ele ouvi!
A voz veio direta de uma nuvem que os envolveu, ali naquele lugar. Depois da fala do Pai, nada mais viram se não a Jesus. Isto significa que é a Jesus que devemos ouvir de agora em diante.
Essas palavras vindas dos céus mostraram aos discípulos o quanto era tola a sugestão de Pedro (vs. 4), e os discípulos começaram a perceber com quem eles estavam viajando. Essa designação “meu filho amado” anteriormente dada no batismo de Jesus (3.17), significa "filho único”, aquele que deveria ser, doravante, ouvido. A Palavra de Deus, falada por intermédio de Moisés e os profetas, apontava para Jesus. Agora a palavra final estava sendo falada pelo filho de Deus.
Esta reunião fantástica, em cima de um alto monte envolveu a Trindade – o Pai, o Filho e o Espírito Santo; os mortos que de mortos não tinham nada, pois estão vivos com Deus; os homens: Pedro, Tiago e João; e, a Palavra de Deus e seu poder. Os anjos não são mencionados, mas com certeza devia haver deles ali, ou por perto.
Eles ainda estavam confusos e depois da repreensão do Pai com a voz vindo das nuvens, eles ficaram amedrontados e não viram mais nada. Enquanto desciam do monte, começaram as discussões sobre Elias. Compare com a nota sobre Jo 1.21. Os escribas estavam certos, mas eles falharam em reconhecer tanto Elias quanto o Messias quanto eles vieram (vs. 12).
Jesus afirma para eles que esse Elias já tinha vindo, que eles não o reconheceram, e que ainda fizeram com ele o que haveriam de fazer com Jesus. Nesse momento, entenderam que Jesus estava falando de João Batista e como ele tinha sido maltratado, assim irão maltratar a Jesus. É interessante comparar o vs. 17 com Dt 32.20. Tanto Jesus, como Moisés, desceu do monte de glória para encontrar a descrença.
Chegando ao pé do monte, encontram uma multidão e uma pequena confusão porque os seus discípulos não estavam conseguindo curar um filho de um homem que buscava cura.
Jesus não gostou do que viu e repreendeu aquela geração a chamando de incrédula e perversa. Assim, Jesus cura esse lunático, a pedido desse pai desesperado. Ele curou o menino e seus discípulos ficaram intrigados porque não tinham conseguido curá-lo.
Jesus lhes responde que era por causa da pequenez da fé deles. A fé dos discípulos não era pequena porque lhes faltava confiança ou não esperassem sucesso - eles estavam aparentemente surpresos pelas suas falhas - mas porque a expectativa deles não era apropriadamente baseada no relacionamento com Deus.
Uma pequena porção (como uma semente de mostarda) de verdadeira fé, da fé enraizada na submissão a Deus, é eficaz. Mc 9.29 torna isso claro quando fala da oração como a chave.
Jesus lhes assegura que não tinham conseguido curar o menino por causa da pequenez da fé deles, mas afirmava que, mesmo uma fé pequena, como um grão de mostarda, seria suficiente para realizar coisas impossíveis como transportar montes e ainda lhes disse que nada seria a eles impossível. No entanto, aquela espécie de libertação não se daria sem oração e jejum.
Dos versos de 22 a 23, vemos a segunda predição da paixão e da ressurreição de Jesus em Mateus (cf. 16.21-24). A figura escatológica do “Filho do Homem" (8.20) é aqui identificada com o servo sofredor do Senhor, apresentado em Is 53.
Pelo que sabemos, ninguém antes de Jesus já havia identificado o Messias do Antigo Testamento, o Filho do Homem do Antigo Testamento e o servo sofredor do Antigo Testamento como o mesmo Redentor-Rei.
Os discípulos estavam tão esmagados pelas suas dificuldades em aceitar o sofrimento do Messias que aparentemente não conseguiram nem mesmo ouvir a promessa da ressurreição. No mínimo, eles não acreditaram realmente nisso.
Em seguida, Jesus e seus discípulos chegaram a Cafarnaum onde foram cobrados para pagarem o imposto do templo.
A taxa do templo de duas dracmas ou meio sitio foi instituído por Deus em Ex 30.13. A questão de Jesus aqui não é que nós deveríamos pagar impostos à autoridade civil (embora isso seja verdade; cf. 22.21), mas que Cristo e o templo que ele está construindo (sua igreja) são maiores do que o templo físico, o qual era apenas um tipo.
No entanto, Jesus estava disposto a se ajustar aos requerimentos anteriores a fim de evitar ofensas. O conselho (Rm 14.13-21) e a prática de Paulo (At 16.3; 21.26) eram semelhantes.
Mt 17:1 Seis dias depois,
tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João
e os levou,
em particular,
a um alto monte.
Mt 17:2 E foi transfigurado diante deles;
o seu rosto resplandecia como o sol,
e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
Mt 17:3 E eis que lhes apareceram
Moisés e Elias,
falando com ele.
Mt 17:4 Então, disse Pedro a Jesus:
Senhor, bom é estarmos aqui;
se queres, farei aqui três tendas;
uma será tua,
outra para Moisés,
outra para Elias.
Mt 17:5 Falava ele ainda,
quando uma nuvem luminosa os envolveu;
e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia:
Este é o meu Filho amado,
em quem me comprazo;
a ele ouvi.
Mt 17:6 Ouvindo-a os discípulos,
caíram de bruços,
tomados de grande medo.
Mt 17:7 Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo:
Erguei-vos e não temais!
Mt 17:8 Então, eles, levantando os olhos,
a ninguém viram,
senão Jesus.        
Mt 17:9 E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus:
A ninguém conteis a visão,
até que o Filho do Homem
ressuscite dentre os mortos.
Mt 17:10 Mas os discípulos o interrogaram:
Por que dizem, pois, os escribas
ser necessário que Elias venha primeiro?
Mt 17:11 Então, Jesus respondeu:
De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas.
Mt 17:12 Eu, porém, vos declaro que Elias já veio,
e não o reconheceram;
antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram.
Assim também o Filho do Homem
há de padecer nas mãos deles.
Mt 17:13 Então, os discípulos entenderam que lhes falara
a respeito de João Batista.
Mt 17:14 E, quando chegaram para junto da multidão,
aproximou-se dele um homem,
que se ajoelhou e disse:
Mt 17:15 Senhor, compadece-te de meu filho,
porque é lunático
e sofre muito;
pois muitas vezes cai no fogo
e outras muitas, na água.
Mt 17:16 Apresentei-o a teus discípulos,
mas eles não puderam curá-lo.
Mt 17:17 Jesus exclamou:
Ó geração incrédula e perversa!
Até quando estarei convosco?
Até quando vos sofrerei?
Trazei-me aqui o menino.
Mt 17:18 E Jesus repreendeu o demônio,
e este saiu do menino;
e, desde aquela hora,       
ficou o menino curado.
Mt 17:19 Então, os discípulos,
aproximando-se de Jesus,
perguntaram em particular:
Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?
Mt 17:20 E ele lhes respondeu:
Por causa da pequenez
da vossa fé.
Pois em verdade vos digo
que, se tiverdes fé como um grão de mostarda,
direis a este monte:
Passa daqui para acolá,
e ele passará.
Nada vos será impossível.
Mt 17:21 [Mas esta casta não se expele
senão por meio de oração e jejum.]
Mt 17:22 Reunidos eles na Galiléia, disse-lhes Jesus:
O Filho do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens;
Mt 17:23 e estes o matarão;
mas, ao terceiro dia,
ressuscitará.
Então, os discípulos se entristeceram grandemente.
Mt 17:24 Tendo eles chegado a Cafarnaum,
dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto das duas dracmas
e perguntaram:
Não paga o vosso Mestre as duas dracmas?
Mt 17:25 Sim, respondeu ele.
Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo:
Simão, que te parece?
De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo:
dos seus filhos ou dos estranhos?
Mt 17:26 Respondendo Pedro:
Dos estranhos,
Jesus lhe disse:
Logo, estão isentos os filhos.
Mt 17:27 Mas, para que não os escandalizemos,
vai ao mar,
lança o anzol,
e o primeiro peixe que fisgar,
tira-o;
e, abrindo-lhe a boca,
acharás um estáter.
Toma-o
e entrega-lhes
por mim
e por ti.
Jesus pagou os tributos devidos para não escandalizar ninguém e também como exemplo para nós que estamos debaixo de algum governo por ele instituído para o nosso próprio bem. Quem age contra as autoridades de Deus, quando imbuídas no cumprimento de seu dever, desde que não contrário às leis de Deus, está agindo contra Deus.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mateus 16 1-28 - UMA GERAÇÃO MALIGNA PEDIA SINAIS

Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Entramos hoje na parte V, no capítulo 16.
V. A AUTORIDADE DO REINO (14.1-18.35) - continuação.
Como já dissemos, os milagres de Jesus demonstraram a sua autoridade como Messias. Muitos testemunharam a sua supremacia quando o viram fazendo grandes obras. Jesus insistiu que a vida sob o seu reinado é diferente da vida sob outros reinados.
A maior preocupação dos caps. 14-18 é a autoridade no reino. Eles foram divididos em duas seções: A. Narrativa: o caráter e a autoridade de Jesus (14.1-17.27) – Estamos vendo e B. Sermão: o caráter e a autoridade da igreja (18.1-35).
A. Narrativa: o caráter e a autoridade de Jesus (14. 1-17.27) - continuação.
Na narrativa que vai até o capítulo 17, estamos vendo o caráter e a autoridade de Jesus como Rei ao relembrar os milagres que ele realizou, bem como as reações daqueles que tinham contato com ele.
A nossa maldita mania de ficar pedindo sinal para Deus! Ali estavam os fariseus e saduceus vendo sinais e milagres todos os dias sendo executados pelas mãos de Deus, publicamente, e eles pedindo um sinal.
Jesus indicou aos fariseus um sinal literal do céu, o próprio céu. A analogia que ele fez com o modo como eles interpretavam o tempo, mostra que o problema não era a falta de evidências, mas uma má vontade em aceitar o seu significado. Jesus já havia fornecido muitos sinais. A evidência, sendo milagre ou não, será mal interpretada ou distorcida pela mente descrente. Jesus não jogava pérolas aos porcos (veja 7.6).
Que sinal seria dado aos incrédulos? Quando o coração está endurecido não adiantam sinais pois o efeito deles será o contrário do esperado. O sol que brilha forte derrete a cera, mas ao mesmo tempo endurece o barro.
Se o coração deles era de barro, como seriam amolecidos com sinais? A verdade era que eles não criam nele e nada haveria Jesus de falar ou mostrar que os demovesse daquilo. Um coração incrédulo é um coração que está cego pelo enganador e pelo engano do pecado.
Jesus chamou aquela geração de perversa e adúltera que pedia sinais e ele disse que daria um sinal, o sinal de Jonas e em seguida os deixou e retirou-se dali.
Ainda mesmo os discípulos eram tardios em crerem e assim ficaram cogitando o fato de não terem pães e Jesus lhes lembra o que aconteceu por duas vezes com as multidões de 5000 e de 4000 que foram alimentados sobrenaturalmente pelo poder de Deus.
Jesus frequentemente falou por meio de parábolas, mas era mal interpretado como se estivesse falando literalmente. A menção que ele fez à alimentação dos milhares mostra que ele esperava que os discípulos compreendessem o simbolismo dos milagres.
A BEG nos adverte que como fermento na massa, os falsos ensinos podem rapidamente permear a igreja e corromper a sua santidade. Jesus não considerou as doutrinas como não sendo importantes.
Agora Jesus e seus discípulos chegaram à região de Cesareia de Filipe. Era uma pequena cidade no pé do monte Hermom, cerca de 37 km ao norte da Galileia e o ponto mais ao norte do itinerário de Jesus registrado nos evangelhos.
Em lá chegando, ele resolve fazer uma pergunta importante para seus discípulos: quem dizeis que eu sou? – vs. 15, 16. Jesus fez a pergunta para todos os discípulos, mas Pedro respondeu em nome dos Doze.
Sua declaração foi de que - Jesus é "o Cristo” (vs. 16) reflete a percepção de que Jesus era o esperado rei escatológico profetizado no Antigo Testamento. Não somente o Cristo, mas também o filho do Deus vivo.
O título "Filho do Deus" (nesse versículo "Filho do Deus vivo") aparece em Mateus:
(1)   Em reconhecimento por Satanás e seus demônios (4.3; 8.29).
(2)   Em confissão pelos discípulos (14.33; 16.16).
(3)   Em dúvida ou questão pelos descrentes judeus (26.63; 27.40,43).
(4)   Nos lábios do centurião gentio (27.54).
Esse título está relacionado ao "Cristo" em 16.16; 26.63. O próprio Deus também testificou que Jesus é seu Filho (3.17; 17.5).
O conceito não é o de meia-divindade ou um homem divino como encontrado na literatura pagã, mas vem dos antecedentes do Antigo Testamento sobre o rei ungido como filho de Deus (cf. 2Sm 7.14; 51 2.7, ambas consideradas corretamente pelos judeus como passagens messiânicas). A BEG recomenda aqui que se veja seu excelente artigo teológico "Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1.
No Antigo Testamento, Israel como um todo era filho de Deus (p. ex., Ex 4.22), e Jesus cumpriu essa posição de Israel (2.15). No entanto, como aplicado a Jesus, o título reflete o seu próprio conhecimento do Pai como o único Filho (11.27; cf. 21.38).
Jesus foi conhecido pelo Pai como sendo seu filho amado (3.17) no sentido de Filho único (Gn 22.2). Conquanto o entendimento de Pedro não fosse ainda tão esclarecido quanto se tornaria mais tarde (1 Pe 3.15), ele lhe foi dado pelo Pai e ia além do que Pedro poderia ter concluído por si mesmo (v.17).
Jesus então exclama diante de tão forte declaração de Pedro – vs. 17 – que não foi carne e sangue que lhe revelaram. O reconhecimento de quem Jesus é, deve vir de Deus.
Então Jesus diz a ele, Pedro, que ele era Pedro e que sobre esta (não essa) pedra, ele, Jesus edificaria a sua igreja.
Conforme a BEG, a palavra grega é petra, de modo que há um trocadilho com as letras e o nome "Pedro", mas o significado exato desse trocadilho é questionado.
As opções mais prováveis são que
(1)   A confissão de Pedro (de que Jesus é o Cristo) é a "pedra" sobre a qual a igreja é construída.
(2)   Jesus é a "pedra", como o próprio Pedro testifica em 1Pe 2.5-8.
(3)   Pedro, como o apóstolo representante e confidente, é a base da igreja (cf. Ef 2.20).
(4)   Em sua confissão, Pedro representa o tipo de material com o qual e no qual a verdadeira igreja será construída.
A primeira e a segunda opções são frequentemente defendidas ao se apontar para o fato de que o nome de Pedro é petros, e a pedra fundamental é peta. Porém, o aramaico não teria feito tal distinção - em ambos os casos seria kefa - e mesmo o grego fazia pequena distinção entre os dois termos.
A segunda opção é também problemática porque nessa passagem Jesus não é o fundador, mas o construtor da igreja. Não fosse o abuso da passagem pela Igreja Católica Romana, é pouco provável que alguma dúvida tivesse surgido de que a referência aqui é a Pedro. Porém, apesar de sua confissão, a pedra fundamental não é Pedro, mas Pedro como um apóstolo cuja confissão de Cristo foi revelada a ele pelo Pai.
Quando Pedro, mais tarde, insistiu que Jesus não deveria sofrer na cruz, ele não foi chamado de "pedra" fundamental, mas de "pedra de tropeço" (v. 23). E nem Pedro deve ser separado dos Onze.
A autoridade dada a ele também foi dada aos outros discípulos, e essa autoridade provê a base para o governo da igreja de Cristo (18.18). Como o próprio Pedro declara (1 Pe 2.5-8), todos os crentes se tornaram pedras vivas em virtude de sua associação com Cristo, mas os apóstolos, representados aqui pelo porta-voz dos Doze, são o fundamento (cf. Ef 2.20-21; Ap 21.14).
É evidente que, mesmo se a pedra fundamental é interpretada como a pessoa de Pedro, ainda não há nada que sugira que Pedro teria “sucessores".
A igreja seria edificada no fundamento que é Cristo e na doutrina dos apóstolos (Ef 2.19-20; At 2.42), por isso que as portas do inferno não haveriam de prevalecer contra ela. Tanto no Antigo Testamento (por ex., Jó l7.16; SI 9.13) como na literatura judaica intertestamental, “as portas do inferno" e "as portas de Hades" são usadas para representar a morte, o poder de Satanás. Jesus afirmou que a própria morte não triunfará sobre o seu povo, esse é o sentido mais preciso.
Jesus afirma então que daria aos apóstolos e não somente a Pedro as chaves do reino dos céus. A metáfora especifica o modo em que os apóstolos são fundamentais para a igreja: a eles foram dados poderes de unir e soltar, ou "chaves", que fecham e abrem portas.
Os apóstolos abriram o reino para aqueles que compartilharam da confissão de Pedro e excluíram aqueles que não receberam o seu testemunho sobre Cristo (10.14-15).
Por meio deles, Jesus revelou a sua própria palavra de autoridade do reino. A base apostólica da igreja foi fundamentada no Novo Testamento (Ef 2.20; 3.5). As chaves para a autoridade de Cristo na igreja são a aplicação dessa autoridade apostólica (18.18).
Ato contínuo, ele lhes pede que façam silêncio, por hora, em relação ao fato a eles revelado há pouco. Compare com 8.4. As concepções populares a respeito do Messias estavam longe daqueles que reconheciam o seu ministério sofredor. Permitir que seus discípulos proclamassem a sua messianidade abertamente teria sido instigar um movimento político que teria acabado com a sua missão real (como quase aconteceu em Jo 6.15).
Foi a partir desse momento que Jesus começou a mostrar para eles que era necessária a cruz, o sofrimento do Messias. Isso marca uma nova fase do ministério de Jesus. A mesma frase ocorre em 4.17. (Compare as redações de 4.17 com 16.21).
Aqui Mateus muda da pregação pública do povo da Galileia sobre o reino para a instrução cuidadosa de Jesus a seus discípulos com relação à sua morte e ressurreição, a natureza da sua messianidade e do discipulado deles.
Até esse ponto, Jesus tinha dado somente indicações a respeito da sua morte e sofrimento redentores. Agora ele começa a "explicar" ou "mostrar" essas coisas para seus discípulos, talvez por referências às Escrituras do Antigo Testamento (cf. Lc 24.44-47).
Pedro, novamente Pedro, sentiu-se tocado pelas falas de Jesus e quis repreendê-lo quanto às questões do sofrimento do Messias. Acho que os elogios do Senhor a ele, subiram em sua cabeça. Com seu jeito especial de ser tentou persuadir ao Senhor de que não precisaria de passar por aquilo.
Jesus o repreendeu severamente! Suas palavras foram forte e contundentes: "Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens" – vs. 23.
Como pode, há pouco vaso de Deus que trouxe uma revelação extraordinária de Deus, noutro momento, em seguida, vaso do diabo, com argumentos totalmente malignos. Essa é também a nossa realidade até que tudo se consuma.
Somos filhos de Deus, mas ainda estamos na carne e, embora devamos viver no Espírito, poderemos andar na carne, fazendo a vontade do diabo. Como administrar isso? Com vigilância e oração.
Jesus acrescentou, logo em seguida, o mandamento de "negar-se" a si mesmo, justamente para evitar esse problema. Para sermos discípulos, precisamos abandonar totalmente o nosso desejo natural de procurar o próprio progresso, conforto, respeito e poder.
O que adiantaria a qualquer um de nós ganharmos o mundo e perdermos nossa alma? Ou mesmo o que o homem poderia dar em troca de sua alma? Jesus incentiva então seus discípulos a levarem a vida de seguir a Jesus muito a sério.
Cada um de nós, quando Jesus voltar, será recompensado de acordo com suas respectivas obras, com o que tiverem feito com o uso do corpo, da alma e do espírito – vs. 26, 27.
Em seguida, Jesus passa a falar a eles a respeito de sua transfiguração que aconteceria em menos de sete dias depois. Embora isso - de maneira nenhuma passarão pela morte (vs. 28) - tenha sido tomado como referência à transfiguração, a frase implica um período de pelo menos mais de uma semana.
Uma outra opção é a destruição de Jerusalém (10.23). Mas, diferente de 10.23, o contexto aqui não é especificamente relacionado ao julgamento de Israel, mas à iminente morte e ressurreição de Jesus.
A cisão mais convincente é que a "vinda" mencionada aqui se relaciona com todo o conjunto de acontecimentos envolvidos no recebimento de domínio do Filho do Homem, especialmente a sua ressurreição, ascensão, envio do Espírito e julgamento contra Jerusalém.
Todos esses acontecimentos ocorreram enquanto alguns dos discípulos ainda estavam vivos. A transfiguração também poderia ser incluída nesse conjunto de acontecimentos.
Mt 16:1 Aproximando-se os fariseus e os saduceus,
tentando-o,
pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu.
Mt 16:2 Ele, porém, lhes respondeu:
Chegada a tarde, dizeis:
Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado;
Mt 16:3 e, pela manhã:
Hoje, haverá tempestade,
porque o céu está de um vermelho sombrio.
Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu
e não podeis discernir os sinais dos tempos?
Mt 16:4 Uma geração má e adúltera pede um sinal;
e nenhum sinal lhe será dado,
senão o de Jonas.
E, deixando-os, retirou-se.
Mt 16:5 Ora, tendo os discípulos passado para o outro lado,
esqueceram-se de levar pão.
Mt 16:6 E Jesus lhes disse:
Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.
Mt 16:7 Eles, porém, discorriam entre si, dizendo:
É porque não trouxemos pão.
Mt 16:8 Percebendo-o Jesus, disse:
Por que discorreis entre vós,
homens de pequena fé,
sobre o não terdes pão?
Mt 16:9 Não compreendeis ainda,
nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens
e de quantos cestos tomastes?
Mt 16:10 Nem dos sete pães para os quatro mil
e de quantos cestos tomastes?
Mt 16:11 Como não compreendeis
que não vos falei a respeito de pães? E sim:
acautelai-vos do fermento
dos fariseus e dos saduceus.
Mt 16:12 Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem
do fermento de pães,
mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.
Mt 16:13 Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe,
perguntou a seus discípulos:
Quem diz o povo ser o Filho do Homem?
Mt 16:14 E eles responderam:
Uns dizem: João Batista;
outros: Elias; e outros: Jeremias
ou algum dos profetas.
Mt 16:15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?
Mt 16:16 Respondendo Simão Pedro, disse:
Tu és o Cristo,
o Filho do Deus vivo.
Mt 16:17 Então, Jesus lhe afirmou:
Bem-aventurado és, Simão Barjonas,
porque não foi carne e sangue que to revelaram,
mas meu Pai, que está nos céus.
Mt 16:18 Também eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Mt 16:19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus;
o que ligares na terra
terá sido ligado nos céus;
e o que desligares na terra
terá sido desligado nos céus.
Mt 16:20 Então, advertiu os discípulos
de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.
Mt 16:21 Desde esse tempo, começou Jesus Cristo
a mostrar a seus discípulos
que lhe era necessário seguir para Jerusalém
e sofrer muitas coisas
dos anciãos,
dos principais sacerdotes
e dos escribas,
ser morto
e ressuscitado no terceiro dia.
Mt 16:22 E Pedro, chamando-o à parte,
começou a reprová-lo, dizendo:
Tem compaixão de ti, Senhor;
isso de modo algum te acontecerá.
Mt 16:23 Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro:
Arreda, Satanás!
Tu és para mim pedra de tropeço,
porque não cogitas das coisas de Deus,
e sim das dos homens.
Mt 16:24 Então, disse Jesus a seus discípulos:
Se alguém quer vir após mim,
a si mesmo se negue,
tome a sua cruz
e siga-me.
Mt 16:25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida
perdê-la-á;
e quem perder a vida por minha causa
achá-la-á.
Mt 16:26 Pois que aproveitará o homem
se ganhar o mundo inteiro
e perder a sua alma?
Ou que dará o homem em troca
da sua alma?
Mt 16:27 Porque o Filho do Homem
há de vir na glória de seu Pai,
com os seus anjos,
e, então, retribuirá a cada um
conforme as suas obras.
Mt 16:28 Em verdade vos digo que alguns há,
dos que aqui se encontram,
que de maneira nenhuma passarão pela morte
até que vejam vir
o Filho do Homem no seu reino.
Uma curiosidade neste capítulo é o fato de que Pedro, primeiramente, receber uma revelação espetacular do Espírito Santo e, de ímpeto, declarar que Jesus é Filho de Deus. Pouquíssimo tempo depois, é usado, pelo diabo para falar uma palavra digna de toda repreensão: Arreda satanás!
E nós ganharemos o mundo e perderemos a nossa alma ou perderemos a vida por causa dele e a acharemos? Que Deus nos guarde da incredulidade!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Mateus 15.1-39 - UMA MULHER, CANANEIA, NOS ENSINA O QUE É FÉ.

Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Entramos hoje na parte V, no capítulo 15.
V. A AUTORIDADE DO REINO (14.1-18.35) - continuação.
Como já dissemos, os milagres de Jesus demonstraram a sua autoridade como Messias. Muitos testemunharam a sua supremacia quando o viram fazendo grandes obras. Jesus insistiu que a vida sob o seu reinado é diferente da vida sob outros reinados.
A maior preocupação dos caps. 14-18 é a autoridade no reino. Eles foram divididos em duas seções: A. Narrativa: o caráter e a autoridade de Jesus (14.1-17.27) – Estamos vendo e B. Sermão: o caráter e a autoridade da igreja (18.1-35).
A. Narrativa: o caráter e a autoridade de Jesus (14. 1-17.27) - continuação.
Na narrativa que vai até o capítulo 17, estamos vendo o caráter e a autoridade de Jesus como Rei ao relembrar os milagres que ele realizou, bem como as reações daqueles que tinham contato com ele.
O que de fato contamina o homem se não o que sai de sua boca?
Primeiramente, os fariseus e escribas, invejosos e de corações empedernidos, ficaram aborrecidos porque os discípulos de Jesus não eram como eles, nem seguiam suas tradições.
A tradição dos anciãos do vs. 2 se refere à lei oral, que era considerada entre os fariseus como tendo o mesmo peso que a lei escrita. No século 2 ela foi codificada e escrita. Ela é chamada "Mishnah", agora parte do Talmude.
Há todo um tratado que fala sobre os detalhes da limpeza das mãos, tal como a quantidade de água a ser usada, quantas vezes é necessário enxaguá-las, etc. (A BEG recomenda ver seu quadro "Partidos religiosos e políticos no Novo Testamento", em Mt 23).
Foram então ter com Jesus para provocá-lo e ter o que acusar, mas não podiam com ele.
Jesus ainda lhes lança em rosto que suas tradições são tradições de homens e que por elas ainda desprezam os verdadeiros ensinos da lei como no caso do mandamento claro de honrar pai e mãe.
A resposta de Jesus está em seguida, nos vs. 3 a 6 onde Jesus fez uma clara distinção entre as tradições humanas e os mandamentos divinos das Escrituras. Os fariseus permitiram que suas tradições se tornassem para eles como a palavra de Deus, ou talvez mais importante.
Jamais devemos permitir que os nossos mais tradicionais e queridos entendimentos suplantem ou obscureçam a própria Bíblia, ou elevem os nossos costumes até o nível da lei.
A interpretação que Jesus fazia deles era que o coração daquele povo não estava em Deus, na justiça e na verdade, antes na vaidade e no engano das coisas do homem – vs. 7 a 9.
Isaías falou não somente sobre a exterioridade hipócrita de seus próprios dias, mas condenou todos os tipos de devoção da boca para fora.
Realmente, nos conhecemos ou somos conhecidos por aquilo que produzimos ou pelo que sai da nossa boca e mente. Novamente vemos a importância das palavras na vida moral de uma pessoa. O que uma pessoa diz é um reflexo ou produto do que ela tem no seu interior. Vamos cuidadosamente investigar no que estamos pensando e falando e ai veremos o quão sujo está ou não sendo o nosso coração.
Depois disso, saiu ele daquele lugar e retirou-se para a região de Tiro e de Sidom onde curou uma mulher a qual ele elogiou a sua fé: MULHER, GRANDE É A TUA FÉ, FAÇA-SE CONTIGO CONFORME QUERES.
Aquela mulher tinha sido humilhada e rejeitada pelo Senhor, mas ao invés de ficar ali sofrendo e curtindo a sua dor, foi à luta e insistiu com o seu Senhor.
Jesus, em sua primeira resposta, tinha dito a ela que tinha sido enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Antes da ressurreição, "a parede da separação" (Ef 2.14) entre judeus e gentios ainda permanecia, e nesse momento a missão de Jesus era para "Israel", como definida pelas ordenanças do Antigo Testamento.
Jesus havia anteriormente respondido aos gentios que estavam no território judeu, mas responder aos gentios em território gentio poderia ter resultado num grande desvio do seu propósito principal.
Jesus respondeu ao pedido da mulher somente após clara evidência de que ela não tinha nenhuma intenção de reivindicar as misericórdias da aliança; em vez disso, ela esperava se beneficiar da superabundância de bênçãos prometidas a Israel.
Ele fez, então, um grande contraste entre a fé da mulher cananeia e a resposta dos fariseus.
Novamente, Jesus retirou-se de onde se encontrava e se dirigiu para a beira do mar da Galileia. Depois subiu a um monte e se assentou.
Ainda curou vários outros enfermos que foram colocados aos seus pés e, finalmente, multiplica, pela segunda vez, pães para uma grande multidão, que somente de homens registrava-se uns 4000.
Mc 7.31 indica que esse trecho de 29 a 39 aconteceu no "território de Decápolis", de modo que a multidão era provavelmente composta por gentios ou pelo menos uma mistura de gentios e judeus. Como isso aconteceu logo depois da história da fé da mulher cananeia, pode representar uma consequência dos cestos que transbordavam de pedaços de pão.
Na alimentação dos cinco mil judeus, haviam doze cestos cheios de pedaços de pão, representando abundância para as doze tribos. Aqui são apresentados sete cestos cheios, talvez representando abundância para a totalidade do povo de Deus, incluindo os gentios.
Mt 15:1 Então,
vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas
e perguntaram:
Mt 15:2 Por que transgridem os teus discípulos
a tradição dos anciãos?
Pois não lavam as mãos, quando comem.
Mt 15:3 Ele, porém, lhes respondeu:
Por que transgredis vós também o mandamento de Deus,
por causa da vossa tradição?
Mt 15:4 Porque Deus ordenou:
Honra a teu pai e a tua mãe;
e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe
seja punido de morte.
Mt 15:5 Mas vós dizeis:
Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe:
É oferta ao Senhor aquilo que poderias
aproveitar de mim;
Mt 15:6 esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe.
E, assim, invalidastes a palavra de Deus,
por causa da vossa tradição.
Mt 15:7 Hipócritas!
Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
Mt 15:8 Este povo honra-me com os lábios,
mas o seu coração está longe de mim.
Mt 15:9 E em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
Mt 15:10 E, tendo convocado a multidão, lhes disse:
Ouvi e entendei:
Mt 15:11 não é o que entra pela boca
o que contamina o homem,
mas o que sai da boca,
isto, sim, contamina o homem.
Mt 15:12 Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram:
Sabes que os fariseus,
ouvindo a tua palavra,
se escandalizaram?
Mt 15:13 Ele, porém, respondeu:
Toda planta que meu Pai celestial
não plantou será arrancada.
Mt 15:14 Deixai-os;
são cegos,
guias de cegos.
Ora, se um cego guiar outro cego,
cairão ambos no barranco.
Mt 15:15 Então, lhe disse Pedro:
Explica-nos a parábola.
Mt 15:16 Jesus, porém, disse:
Também vós não entendeis ainda?
Mt 15:17 Não compreendeis que tudo o que entra pela boca
desce para o ventre e, depois,
é lançado em lugar escuso?
Mt 15:18 Mas o que sai da boca vem do coração,
e é isso que contamina o homem.
Mt 15:19 Porque do coração procedem
maus desígnios,
homicídios,
adultérios,
prostituição,
furtos,
falsos testemunhos,
blasfêmias.
Mt 15:20 São estas as coisas que contaminam o homem;
mas o comer sem lavar as mãos não o contamina.
Mt 15:21 Partindo Jesus dali,
retirou-se para os lados de Tiro e Sidom.
Mt 15:22 E eis que uma mulher cananéia,
que viera daquelas regiões, clamava:
Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Minha filha está horrivelmente endemoninhada.
Mt 15:23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra.
E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe:
Despede-a,
pois vem clamando atrás de nós.
Mt 15:24 Mas Jesus respondeu:
Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Mt 15:25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo:
Senhor, socorre-me!
Mt 15:26 Então, ele, respondendo, disse:
Não é bom tomar o pão dos filhos
e lançá-lo aos cachorrinhos.
Mt 15:27 Ela, contudo, replicou:
Sim, Senhor,
porém os cachorrinhos comem das migalhas
que caem da mesa dos seus donos.
Mt 15:28 Então, lhe disse Jesus:
Ó mulher,
grande é a tua fé!
Faça-se contigo como queres.
E, desde aquele momento,
sua filha ficou sã.
Mt 15:29 Partindo Jesus dali,
foi para junto do mar da Galiléia;
e, subindo ao monte,
assentou-se ali.
Mt 15:30 E vieram a ele muitas multidões
trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos
e os largaram junto aos pés de Jesus;
e ele os curou.
Mt 15:31 De modo que o povo se maravilhou
ao ver que os mudos falavam,
os aleijados recobravam saúde,
os coxos andavam
e os cegos viam.
Então, glorificavam ao Deus de Israel.
Mt 15:32 E, chamando Jesus os seus discípulos, disse:
Tenho compaixão desta gente,
porque há três dias que permanece comigo
e não tem o que comer;
e não quero despedi-la em jejum,
para que não desfaleça pelo caminho.
Mt 15:33 Mas os discípulos lhe disseram:
Onde haverá neste deserto
tantos pães para fartar tão grande multidão?
Mt 15:34 Perguntou-lhes Jesus:
Quantos pães tendes?
Responderam: Sete e alguns peixinhos.
Mt 15:35 Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão,
Mt 15:36 tomou os sete pães e os peixes,
e, dando graças,
partiu, e deu aos discípulos,
e estes, ao povo.
Mt 15:37 Todos comeram
e se fartaram;
e, do que sobejou,
recolheram sete cestos cheios.
Mt 15:38 Ora, os que comeram eram quatro mil homens,
além de mulheres e crianças.
Mt 15:39 E, tendo despedido as multidões,
entrou Jesus no barco
e foi para o território de Magadã.
Fico pensando naquela fila de doentes e enfermos colocados aos pés de Jesus por aquela gente que vivia ali nas margens da Galiléia. Será que Jesus deu um comando geral e todos ficaram curados ou foi ministrando a cada um?
Jesus ali não ficou investigando os motivos porque cada um tinha sua enfermidade, nem se nasceram ou não, com enfermidades, mas somente fazia uma coisa: ia curando todos. Será que havia alguns que ali não foram e que estavam doentes igualmente? E eles foram curados?
E quanto àquela mulher cananeia e seu grande exemplo de fé, elogiado pelo Senhor da fé? Temos que aprender a ser crente como ela!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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