Miquéias é apresentado como um profeta que
falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação
sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria
e Jerusalém.
III. O JULGAMENTO DOS LÍDERES E A RESTAURAÇÃO FUTURA (3.1-5.15) - continuação.
Como já dissemos, Deus anunciou castigar tanto
Judá como Jerusalém com derrota e exílio, pois os seus líderes eram muito
corruptos, mas um dia ambas seriam restauradas. Essa seção é composta por dez
oráculos e foram assim divididas, conforme a BEG: A. O julgamento de líderes
que se tornaram canibais (3.1-4) – já
vista; B. O julgamento dos profetas exploradores (3.5-8) – já vista; C. O julgamento da
destruição de Sião (3.9-12) – já vista;
D. Sião será exaltada (4.1-5) – veremos
agora; E. A força futura do remanescente (4.6-7) – veremos agora; F. O futuro domínio de Sião (4.8) – veremos agora; G. A aflição de Sião e
a salvação futura (4.9-13) – veremos
agora; H. O soberano messiânico (5.1-6); I. O reinado futuro do
remanescente (5.7-9); e, J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15).
D. Sião será exaltada (4.1-5).
Dos versos de 1 ao 5, veremos Sião sendo
exaltada. Miquéias anunciou que o exílio após a destruição de Jerusalém levaria
a uma grande restauração da cidade e do seu povo.
O oráculo tem três partes:
(1)Uma
introdução dizendo que a visão era para "os últimos dias" (vs. 1).
(2)Uma
parte principal que consiste da visão de Sião estabelecida no cume dos montes
(vs. 1) e as nações "afluindo" (vs. 1) para ela a fim de conhecer a
lei (vs. 2a) e uma reflexão de que o mundo seria pacificado uma vez que a lei
saiu do Monte Sião (vs. 2b-4a).
(3)Uma
conclusão incluindo a fórmula profética de que Deus gerou o oráculo (vs. 4b) e
uma resposta litúrgica do povo com a indicação de que tinham a intenção de
obedecer à lei até que a profecia seja cumprida (vs. 5).
O versículo começa com a expressão “Nos
últimos dias”. Uma expressão que aponta para uma nova época que começaria após
o povo de Deus ter sido restaurado do exílio.
A terminologia é derivada de Dt 4.30 “Quando estiverdes em angústia, e todas estas
coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e
ouvirás a sua voz.”, onde Moisés descreveu o cenário do pecado, exílio e
restauração nos últimos dias.
O Novo Testamento ensina que os últimos
dias começaram na primeira vinda de Cristo (At 2.7; Hb 1.2) e se cumprirão no
novo céu e nova terra (Ap 21-22)[1].
Estando nós no século XXI, em 2015, cremos
que os últimos dias estão de fato chegando ao seu clímax: a volta do Senhor
Jesus Cristo!
Juntamente com outros profetas do Antigo
Testamento, Miquéias acreditava que a cidade e o templo seriam reconstruídos
após o exílio, mas o Novo Testamento explica que a maneira como o reino de Deus
veio em Cristo mudou essa expectativa.
·Cristo
incorpora o templo (Jo 2.19,22).
·A
igreja é o templo (1 Co 3 16-17).
·Quando
Cristo retornar, toda a criação será o lugar de habitação da presença especial
de Deus (Ap 21.22-26).
Os deuses pagãos tinham montanhas sagradas
com templos. Ao ser elevado acima deles, Deus, associado ao Monte Sião, seria
estabelecido como o verdadeiro Deus entre as nações.
Miquéias expressa nos versos de 1 a 4 como
seria isso, nos últimos dias:
·O
monte do templo do Senhor seria estabelecido como o principal entre os montes.
·Ele
se elevaria acima das colinas, e os povos a ele acorreriam.
·Muitas
nações viriam, dizendo: "Venham, subamos ao monte do Senhor, ao templo do
Deus de Jacó.
·Ele
nos ensinaria os seus caminhos, para que pudéssemos andar nas suas
veredas".
·A
lei viria de Sião, a palavra do Senhor, de Jerusalém.
·Ele
julgaria entre muitos povos e resolveria contendas entre nações poderosas e
distantes.
·Das
suas espadas, fariam arados, e das suas lanças, foices.
·Nenhuma
nação ergueria a espada contra outra, e não aprenderiam mais a guerra.
·Todo
homem poderia sentar-se debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e
ninguém os incomodaria, pois assim falou o Senhor dos Exércitos.
O fato era que cada nação andava à sua
maneira, conforme os seus deuses que não são deuses e continuarão a andar
assim, no entanto, o povo de Deus seria diferente e andaria no nome do Senhor,
nosso Deus para sempre – vs. 5.
E. A força futura do remanescente (4.6-7).
Nos versos 6 e 7, veremos a força futura do
remanescente. Destruição e exílio enfraqueceriam o remanescente, mas ele seria
fortalecido quando a restauração ocorresse.
Ao se referir a esse tempo, ele usa a
expressão “Naquele dia” – vs. 6. Provavelmente "o dia do SENHOR", o
dia no qual Deus intervém para estabelecer o seu reino sobre os seus inimigos e
abençoar o seu povo com a vitória. A promessa envolve os remanescentes
envolvendo os que tropeçavam e estavam dispersos.
Deles, ele faria uma nação forte. Esse
restante de 2.12 que sobreviveu à invasão de Senaqueribe também sobreviveria ao
exílio babilônio.
Essa poderosa nação ou nação forte seria
formada por aqueles que retornaram do exílio em 539 a.C. e que nunca
experimentaram esse fortalecimento, pois continuaram em pecado. Quando Cristo
veio, no entanto, ele estabeleceu sua igreja como uma nação invencível (Mt
16.18; Pe 2.9-10).
Esse é um mistério incrível que os judeus
até hoje não perceberam entre Deus, Cristo e a igreja. O seu povo agora não é
mais aquele povo que somente lhe deu trabalho e foi reprovado por ter
crucificado o Messias e estar até hoje aguardando outro, mas o seu povo atual é
a igreja, o seu corpo.
E. O futuro domínio de Sião (4.8).
No verso 8, vemos que o domínio será de
Sião. Miquéias previu que Jerusalém se tornaria uma torre fortificada após o
exílio, mas o pecado contínuo daqueles que haviam retornado adiou a conclusão
dessa promessa até que se cumpra o reino de Cristo na descida da celestial
Jerusalém no novo céu e na nova terra (Ap 21.1-2).
Cremos que pelos sinais que se veem, esse
dia se aproxima de forma veloz.
G. A aflição de Sião e a salvação futura (4.9-13).
Dos versos de 9 a 13, concluindo este
capítulo, veremos a aflição de Sião e sua salvação futura.
Conforme a BEG, Miquéias reconheceu a dor
que os habitantes de Jerusalém iriam experimentar na destruição e no exílio que
estavam por vir, mas ele os assegurou de que a salvação viria em seguida.
Esse oráculo descreve o plano de Deus para
a atual aflição de Israel (o "agora" nos vs. 9,11: para trazer
salvação gloriosa - do exílio babilônio para a libertação (vs. 9-12).
No verso 9, o seu conselheiro morreu e a
dor é muito forte, como a mulher em trabalho de parto. Isso indicava que Jerusalém
seria abandonada, sem um rei. É possível que Miquéias tivesse em mente o Senhor
como o Rei que abandonaria a cidade.
Da aflição presente, como a mulher que está
para dar a luz, o remanescente, em Sião, daria a luz à uma nova era onde
deixaria os seus muros para habitar em campo aberto – vs. 10.
Claramente então é dito que ele iria para a
Babilônia. Não deveria surpreender o fato de Miquéias ter antecipado um exílio
para a Babilônia. Isaías anunciou a Ezequias que os tesouros de Jerusalém
seriam levados para a Babilônia devido à infidelidade a Deus (Is 39.5-7).
Uma vez que a ameaça assíria foi evitada,
Miquéias focou seus julgamentos proféticos na ameaça do exílio babilônio ou
seus oráculos que originalmente tinham foco na Assíria foram reaplicados a essa
nova ameaça.
»MIQUÉIAS [4]
Mq 4:1 Mas
nos últimos dias acontecerá
que o monte da casa do Senhor será estabelecido
como o mais alto dos montes,
e se exalçará sobre os outeiros,
e a ele concorram os povos.
Mq 4:2 E irão muitas nações, e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do Senhor,
e à casa do Deus de Jacó,
para que nos ensine os seus caminhos,
de sorte que andemos nas suas veredas;
porque de Sião sairá a lei,
e de Jerusalém a palavra do Senhor.
Mq 4:3 E julgará entre muitos povos,
e arbitrará entre nações poderosas e longínquas;
e converterão as suas espadas em relhas de arado,
e as suas lanças em podadeiras;
uma nação não levantará a espada contra outra nação,
nem aprenderão mais a guerra.
Mq 4:4 Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua
videira,
e debaixo da sua figueira,
e não haverá quem os espante,
porque a boca do Senhor dos exércitos o disse.
Mq 4:5 Pois todos os povos andam,
cada um em nome do seu deus;
mas nós andaremos para todo o sempre
em o nome do Senhor nosso Deus.
Mq 4:6 Naquele dia, diz o Senhor,
congregarei a que coxeava,
e recolherei a que tinha sido expulsa,
e a que eu afligi.
Mq 4:7 E da que coxeava farei um resto,
e da que tinha sido arrojada para longe,
uma nação poderosa;
e o Senhor reinará sobre eles no monte Sião,
desde agora e para sempre.
Mq 4:8 E a ti, ó torre do rebanho,
outeiro da filha de Sião, a ti virá, sim,
a ti virá o primeiro domínio,
o reino da filha de Jerusalém.
Mq 4:9 E agora, por que fazes tão grande pranto?
Não há em ti rei? pereceu o teu conselheiro,
de modo que se apoderaram de ti dores,
como da que está de parto,
Mq 4:10 Sofre dores e trabalha,
ó filha de Sião, como a que está de parto;
porque agora sairás da cidade,
e morarás no campo,
e virás até Babilônia.
Ali, porém serás livrada;
ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos.
Mq 4:11 Agora se congregaram muitas nações contra ti,
que dizem:
Seja ela profanada,
e vejam o nossos olhos o seu desejo sobre Sião.
Mq 4:12 Mas, não sabem os pensamentos do Senhor, n
em entendem o seu conselho;
porque as ajuntou como gavelas para dentro da eira.
Mq 4:13 Levanta-te, e debulha, ó filha de Sião,
porque eu farei de ferro o teu chifre,
e de bronze as tuas unhas;
e esmiuçarás a muitos povos;
e dedicarás o seu ganho ao Senhor,
e os seus bens ao Senhor de toda a terra.
As outras nações exultariam exclamando que
Sião seria profanada diante dos seus olhos sem entenderem que isso mesmo vinha
do Senhor e que era seu plano e propósito. O Senhor estava juntando os feixes
para a sua eira onde ocorreria o preparo do seu povo para uma nova era.
A promessa estava sendo dada a Sião que
levantaria e debulharia as outras nações na eira do Senhor e consagraria ao
Senhor todos os ganhos ilícitos delas e as suas riquezas todas seriam entregues
ao Soberano Deus de toda a terra – vs. 13.
Miqueias é apresentado como um profeta que
falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação
sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria
e Jerusalém.
III. O JULGAMENTO DOS LÍDERES E A RESTAURAÇÃO FUTURA (3.1-5.15).
Deus anunciou castigar tanto Judá como
Jerusalém com derrota e exílio, pois os seus líderes eram muito corruptos, mas
um dia ambas seriam restauradas.
Desde o primeiro versículo até o capítulo
5, veremos o julgamento dos líderes e a restauração futura.
Miqueias alertou que Jerusalém seria
destruída, mas ele também prometeu que um dia, após o exílio, ela seria
grandemente exaltada. Essa seção é composta por dez oráculos.
Os três primeiros estabelecem a advertência
da destruição de Jerusalém; os últimos sete asseguram os leitores da completa
restauração de Jerusalém. Destarte, dividiremos esta parte em dez seções,
conforme a BEG: A. O julgamento de líderes que se tornaram canibais (3.1-4) – veremos agora; B. O julgamento dos
profetas exploradores (3.5-8) – veremos
agora; C. O julgamento da destruição de Sião (3.9-12) – veremos agora; D. Sião será exaltada (4.1-5); E. A força futura
do remanescente (4.6-7); E. O futuro domínio de Sião (4.8); G. A aflição de
Sião e a salvação futura (4.9-13); H. O soberano messiânico (5.1-6); I. O
reinado futuro do remanescente (5.7-9); e, J. A proteção do Senhor ao seu
império (5.10-15).
A. O julgamento de líderes que se tornaram canibais (3.1-4).
Veremos nos primeiros quatro versículos o
julgamento dos líderes que se tornaram canibais. Os líderes de Judá se tornaram
tão corruptos que Miqueias os comparou a canibais.
Os três oráculos de julgamento – conforme a
BEG - nesse capítulo compartilham características comuns.
·Eles
se dirigem às mesmas pessoas:
üA
liderança incompetente e corrupta de Israel.
·Eles
têm o mesmo tamanho:
üQuatro
versículos.
·Eles
tem a mesma forma:
üUm
discurso (vs. 1,5,9).
üUma
acusação introduzida por "quem" (vs. 2,5,9).
üUma
sentença introduzida por "então" (vs. 4) ou "portanto" (vs.
6,12).
·Mais
importante, eles têm o mesmo tema:
üO
mau uso da justiça para o ganho pessoal.
O versículo primeiro começa com Miquéias
expressando-se. Ele diz aos líderes, aos chefes de Jacó, governantes da nação
de Israel que eles deveriam conhecer a justiça, ou seja, era uma referência às
decisões na lei (Êx 21.1) e outros veredictos (Dt 17.8-11) e a casos ainda
pendentes (1 Rs 3.28; 7.7) de modo que os opressores fossem punidos e os
oprimidos libertados.
Ao invés de conhecerem a justiça, eles
odiavam o bem e amavam o mal sendo capazes de arrancarem a pele do povo e
comerem a carne de seus ossos, despedaçando-os e cortando-os como se fossem
carne para a sua panela.
Do mesmo modo que os magistrados se
recusaram a ouvir o chamado dos oprimidos, também Deus se recusaria a ouvir o
chamado deles no tempo do julgamento.
B. O julgamento dos profetas exploradores (3.5-8).
Dos versos 5 ao 8, veremos o julgamento dos
profetas exploradores.
Miqueias retorna ao problema dos falsos
profetas que lucravam ao assegurar às pessoas que elas estavam seguras. Esses
profetas não pregavam a palavra de Deus, mas a palavra que agradava ao povo e
que lhes trazia bons resultados conforme às suas cobiças.
Por essa razão a noite viria para eles,
onde não haveriam visões, nem adivinhações, mas apenas escuridade. A perda de
profecias e visões aqui é comparada à escuridão (SI 82.5).
Em sendo assim, eles seria envergonhados,
pois que seriam expostos ao ridículo. Um profeta exposto como um impostor era
considerado imundo (Lm 4.13-15).
No entanto, o profeta Miquéias ia ganhando
a cada dia e momento mais força e autoridade do Senhor. Miqueias insistia que,
em contraste com os falsos profetas, ele havia sido autorizado por Deus a dizer
a verdade sobre os pecados de Judá.
Era graças ao poder do Espírito do Senhor
que ele estava cheio de força e de justiça, para declarar a Jacó a sua
transgressão, e a Israel o seu pecado – vs. 8.
C. O julgamento da destruição de Sião (3.9-12).
Dos versos 9 ao 12, veremos o julgamento e a
destruição de Sião.
Esse oráculo anuncia o julgamento severo e a
destruição sobre Jerusalém por causa dos seus líderes e profetas corruptos. O
livro de Jeremias - Jr 26.17-19 - faz referência ao vs. 12 e data o ministério
de Miqueias no tempo do reinado de Ezequias.
Os versículos de 9 ao 11 repetem acusações contra
líderes, juízes, sacerdotes e profetas.
·Eles
detestavam a justiça e pervertiam tudo o que é justo.
·Construíam
Sião com derramamento de sangue, e Jerusalém com impiedade.
·Os
líderes julgavam a troco de suborno.
·Seus
sacerdotes ensinavam por lucro.
·Seus
profetas adivinhavam em troca de prata.
·E
ainda, cada um deles, se apoiava no Senhor, dizendo:
ü"O
Senhor está no meio de nós. Nenhuma desgraça vai nos acontecer".
Por tudo isso, Sião seria lavrada. Miqueias
ameaçou que a destruição de Jerusalém seria como a de Samaria (1.6). Jerusalém
seria lavrada como um campo e se tornaria como montões de ruínas, sendo toda a
colina do templo coberta de mato.
»MIQUÉIAS [3]
Mq 3:1 E
disse eu:
Ouvi, peço-vos, ó chefes de Jacó,
e vós, ó príncipes da casa de Israel:
não é a vós que pertence saber a justiça?
Mq 3:2 A vós que aborreceis o bem,
e amais o mal,
que arrancais a pele de cima deles,
e a carne de cima dos seus ossos,
Mq 3:3 os que também comeis a carne do meu povo
e lhes arrancais a pele,
e lhes esmiuçais os ossos,
e os repartis em pedaços como para a panela
e como carne dentro do caldeirão.
Mq 3:4 Então clamarão ao Senhor;
ele, porém, não lhes responderá,
antes esconderá deles a sua face naquele tempo,
conforme eles fizeram mal nas suas obras.
Mq 3:5 Assim
diz o Senhor a respeito dos profetas
que fazem errar o meu povo, que clamam:
Paz! enquanto têm o que comer,
mas preparam a guerra contra aquele
que nada lhes mete na boca.
Mq 3:6 Portanto se vos fará noite sem visão;
e trevas sem adivinhação haverá para vós.
Assim se porá o sol sobre os profetas,
e sobre eles, obscurecerá o dia.
Mq 3:7 E os videntes se envergonharão,
e os adivinhadores se confundirão;
sim, todos eles cobrirão os seus lábios,
porque não haverá resposta de Deus.
Mq 3:8 Quanto a mim, estou cheio do poder do Espírito do
Senhor,
assim como de justiça e de coragem,
para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel
o seu pecado.
Mq 3:9 Ouvi agora isto, vós chefes da casa de Jacó,
e vós governantes da casa de Israel,
que abominais a justiça
e perverteis tudo o que é direito,
Mq 3:10 edificando a Sião com sangue,
e a Jerusalém com iniqüidade.
Mq 3:11 Os seus chefes dão as sentenças por peitas,
e os seus sacerdotes ensinam por interesse,
e os seus profetas adivinham por dinheiro;
e ainda se encostam ao Senhor, dizendo:
Não está o Senhor no meio de nós?
nenhum mal nos sobrevirá.
Mq 3:12 Portanto, por causa de vós,
Sião será lavrada como um campo,
e Jerusalém se tornará
em montões de pedras,
e o monte desta casa
em lugares altos dum bosque.
A BEG nos lembra de que o arrependimento e
a oração de Ezequias evitaram esse desastre em seu tempo, mas a destruição
ocorreu em 586 a.C.
Portanto, como 4.10 indica, os oráculos de
restauração que se seguiram a essa ameaça de destruição e exílio para
Jerusalém, dizem respeito à restauração do exílio babilônio em 539 a.C.
Miqueias é apresentado como um profeta que
falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação
sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria
e Jerusalém.
II. JULGAMENTO E LIBERTAÇÃO NA CRISE ASSÍRIA (1.2-2.13) - continuação.
Estamos vendo o julgamento e a libertação
na crise assíria. Como já dissemos, a parte II foi dividida, conforme a BEG em
quatro seções: A. A decisão divina quanto à queda de Samaria (1.2-7) – já vista; B. Lamento sobre a derrota de
Judá (1.8-16) – já vista; C. O
julgamento dos proprietários de terra gananciosos (2.1-5) – veremos agora; D. Os julgamento contra
os falsos profetas (2.6-11) – veremos
agora; e, E A salvação de um remanescente em Sião (2.12-13) – veremos e concluiremos agora.
C. O julgamento dos proprietários de terra gananciosos (2.1-5).
Dos versos de 1 a 5, veremos o julgamento
dos proprietários de terra gananciosos.
Depois de apresentar os julgamentos que
viriam contra Samaria e Judá, o profeta explicou as razões desses julgamentos
ao apontar para os pecados dos proprietários de terra.
O oráculo tem três partes:
(1)A
acusação de que homens maus e violentos haviam desapropriado de modo injusto a
propriedade sagrada e destruído os seus proprietários (vs. 1-2).
A
acusação e a sentença são ligadas por um trocadilho envolvendo "maquinam o
mal" (vs. 1) e "Eis que projeto mal" (vs. 3), que são expressões
virtualmente idênticas no hebraico.
Do
mesmo modo que o poderoso havia tirado terras dos homens de Israel (vs. 1-2),
assim o Senhor enviaria um exército inimigo para arrancar deles a Terra
Prometida (vs. 4-5).
O
ai – vs. 1 - está direcionado aos que detinham o poder e seriam capazes de
executarem seus planos malignos feitos durante a noite por causa de seus
pensamentos que ocupavam os seus corações a ponto de não se importarem com
ninguém e deixarem que a cobiça – vs. 2 – os envolvessem dos pés à cabeça.
A
cobiça está na essência de muitos pecados (6; 20.17; Rm 7.8) e ela, neste caso,
desejava a propriedade de famílias que era seus bens permanentes e sagrados
vindo de Deus (Lv 25.10,13).
(2)A
sentença do Senhor quanto ao exílio (vs. 3), vinculando a perda de suas terras
aos invasores (vs. 4).
Como
eles planejavam o mal, o Senhor no vs. 3 estaria também planejando contra eles,
em julgamento, uma desgraça da qual não haveria salvação e a arrogância seria
caída por terra.
O
julgamento seria tão severo que outros que tomassem conhecimento do acontecido
iriam zombar deles e verem sua completa ruína, pois ele tirou deles a
propriedade e as entregou nas mãos dos invasores.
A
propriedade das coisas desta vida, em última instância, é do Senhor, o criador
e sustentador de toda a vida na terra e não do homem que multiplicando os seus
bens sem se importar com o próximo acha que tudo é dele, para ele e por meio
dele.
(3)A
conclusão de que os ladrões seriam permanentemente deserdados (vs. 5).
A
linguagem reflete a expectativa de que após o exílio haveria uma congregação
para redistribuir as terras, como havia sido feito nas gerações anteriores (p.
ex., Is 19.51).
Por
causa dos seus graves pecados, os proprietários de terra foram ameaçados com a
deserção permanente.
D. Os julgamento contra os falsos profetas (2.6-11).
Dos versos 6 ao 11, veremos o julgamento
contra os falsos profetas.
Os falsos profetas haviam insistido que
Deus não julgaria o seu povo, mas Miqueias anunciou o julgamento contra eles
por suas mentiras. Esse julgamento tem quatro partes:
(1)Miqueias
repeliu a ordem deles para que parasse de profetizar (vs. 6).
A
palavra deles de pregação não era da palavra do Senhor, mas vinha deles mesmos
e, portanto, não poderia cumprir o efeito desejado pelo que os estaria
enviando.
A
verdadeira pregação falava da desgraça deles e de que iriam para o cativeiro,
mas eles pregavam que não, que eles tinham o templo, que eram os eleitos e que
nada poderia acontecer com eles, independentemente do que estariam fazendo.
(2)O
Senhor corrigiu a presunção deles a respeito da sua graça (vs. 7) e acusou os
poderosos de explorarem os indefesos (vs. 8-9).
A
presunção deles era tanta que já diziam que o Espírito Santo não era justo para
com eles, pois que não estava fazendo o bem aos retos, no entanto, eles eram
como ou piores que os inimigos do povo de Deus.
Os
oprimidos pertenciam à classe média de Israel. Tragicamente, os homens de
Israel foram saqueados em sua terra natal, onde eles se sentiam mais seguros.
Além
da túnica, eles arrancavam também a capa, bem ao contrário do que nos ensinou o
Senhor que se alguém nos pedisse a túnica, seria para darmos também a capa – Mt
5:41,42.
(3)Deus
os sentenciou ao exílio porque eles haviam tornado a terra imunda (vs. 10).
Deveriam
se levantar e ir embora. O lugar que seria de descanso e refrigério, agora
estava arruinado, contaminado sem que houvesse cura.
(4)Miqueias
repreendeu os poderosos por desejarem mentirosos que apoiassem os seus crimes
(vs. 11).
O
Senhor zombou do povo que estava seguindo falsos profetas porque eles queriam
ouvir apenas palavras de paz e prosperidade.
Se
um mentiroso e enganador viesse e dissesse que iria pregar para eles fartura de
vinho e de bebida fermentada, ele seria a voz profética para o povo. Isso bem
nos lembra os atuais profetas da prosperidade cujo deus é Mamon e não Cristo
Jesus, o Senhor.
E. A salvação de um remanescente em Sião (2.12-13).
Nos versos 12 e 13, veremos a salvação de
um remanescente em Sião.
Esse primeiro oráculo positivo no livro diz
respeito à libertação de Jerusalém da invasão de Senaqueribe em 701 a.C., e não
ao retorno do exílio.
O Pastor divino de Israel reuniria o
remanescente de Judá em Jerusalém para protegê-lo do ataque de Senaqueribe (vs.
12) e depois o libertaria ao dizimar o exército assírio (vs. 13).
»MIQUÉIAS [2]
Mq 2:1 Ai
daqueles que nas suas camas
maquinam a iniqüidade
e planejam o mal!
quando raia o dia,
põem-no por obra,
pois está no poder da sua mão.
Mq 2:2 E cobiçam campos, e os arrebatam,
e casas, e as tomam;
assim fazem violência a um homem e à sua casa,
a uma pessoa e à sua herança.
Mq 2:3
Portanto, assim diz o Senhor.
Eis que contra esta família maquino um mal,
de que não retirareis os vossos pescoços;
e não andareis arrogantemente;
porque o tempo será mau.
Mq 2:4 Naquele dia surgirá contra vós um motejo,
e se levantará pranto lastimoso, dizendo:
Nós estamos inteiramente despojados;
a porção do meu povo ele a troca;
como ele a remove de mim!
aos rebeldes reparte os nossos campos.
Mq 2:5 Portanto, não terás tu na congregação do Senhor
quem lance o cordel pela sorte
Mq 2:6 Não profetizeis; assim profetizam eles,
não se deve profetizar tais coisas;
não nos alcançará o opróbrio.
Mq 2:7 Acaso dir-se-á isso, ó casa de Jacó:
tem-se restringido o Espírito do Senhor?
são estas as suas obras?
e não é assim que fazem bem as minhas palavras
ao que anda retamente?
Mq 2:8 Mas há pouco se levantou o meu povo como um
inimigo;
de sobre a vestidura arrancais o manto aos
que passam seguros, como homens contrários
à guerra.
Mq 2:9 As mulheres do meu povo,
vós as lançais das suas casas agradáveis;
dos seus filhinhos tirais para sempre a minha glória.
Mq 2:10 Levantai-vos, e ide-vos,
pois este não é lugar de descanso;
por causa da imundícia que traz destruição,
sim, destruição enorme.
Mq 2:11 Se algum homem, andando em espírito de
falsidade,
mentir, dizendo:
Eu te profetizarei acerca do vinho e da bebida forte;
será esse tal o profeta deste povo.
Mq 2:12 Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó;
certamente congregarei o restante de Israel;
pô-los-ei todos juntos, como ovelhas no curral,
como rebanho no meio do seu pasto;
farão estrondo por causa da multidão dos homens.
Mq 2:13 Subirá diante deles aquele que abre o caminho;
eles romperão, e entrarão pela porta,
e sairão por ela; e o rei irá adiante deles,
e o Senhor à testa deles.
Depois da falsa palavra profética, uma boa
palavra vinda de Deus, mas para os remanescentes, pois o verdadeiro Pastor iria
ajuntá-los no aprisco dele, protegê-los e livrá-los de todo mal.
Assim, o Senhor iria adiante deles abrindo
caminhos e orientando por qual porta deveriam seguir.
Conforme a BEG, "Todo" é
caracterizado por "restante". O restante era aquela pequena parcela
da nação que sobreviveria ao julgamento divino e continuaria no futuro como o
povo da aliança de Deus.
A medida que os assírios atacassem vilas e
cidades em Judá (1.8-16), muitos correriam para Jerusalém em busca de
segurança. Ali o Senhor os ajuntaria como ovelhas num aprisco - Jerusalém é
comparada ao local onde se guardam as ovelhas.
O que abre o caminho iria diante deles e
eles passarão pela porta e sairão, pois o rei deles é o Senhor que como bom
pastor os guiará.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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