Estamos fazendo nossa devocional de hoje no
capítulo 13, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do
Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias;
e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de
Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos encontramos
aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9) – já vista.
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – já vimos.
3. O lamento pela derrota (9.1-9)
– já vimos.
B. Reflexões históricas e o
futuro de Israel (9.10-13.16) – concluiremos
agora.
Como já dissemos, esses capítulos da seção
“B” contêm uma variedade de profecias em torno de reflexões metafóricas sobre o
passado e o futuro de Israel. As profecias falam do julgamento pelos assírios e
da restauração após o exílio.
Conforme a BEG, cinco metáforas organizam
esse material em quatro grupos: 1. Uvas e figos (9.10-17) – já vimos; 2. Uma vide luxuriante
(10.1-10) – já vimos; 3. Uma bezerra
domada (10.11-15) – já vimos; 4. Uma
criança em desenvolvimento (11.1-13.16) – estamos
concluindo.
4. Uma criança em desenvolvimento (11.1-13.16) - continuação.
Conforme BEG, Oseias associou Israel a uma
criança que, quando em desenvolvimento, era amada e gentilmente cuidada por seu
pai, todavia, a criança cresceu e se rebelou contra o pai.
Nos próximos dezesseis versículos,
estaremos vendo que o Senhor julgará o Israel idólatra, que estava pronto para
a destruição.
O capítulo começa com o anúncio do
julgamento, no qual pecados do passado (vs. 1) e do presente (vs. 2) precedem a
declaração da pena (vs. 3).
Efraim é o segundo filho de José. Significa
“frutífero”, “fértil” ou “aquele que multiplica”. Tem origem no nome hebraico
Ephráyim, que deriva de parah que significa “terra fértil”, do aramaico perá,
que significa “frutificar”. Por extensão ao significado relacionado com
"fertilidade", pode ser traduzido também por "aquele que multiplica".[1]
É irônico que o Reino do Norte carregasse o
nome da tribo de Efraim, cujo passado era notável (Gn 48.10-20; Jz 8.1-3) e de
onde surgiram grandes líderes como Josué (Os 24.30) e Jeroboão I (1 Rs 11.26;
12.20).
Os homens tremiam quando Efraim falava e
ele era exaltado em Israel. Mas tornou-se culpado da adoração de Baal (2.7-8,17;
9.10; 11.2) e começou a morrer. Escravizado pelo pecado (idolatria), Israel
estava sujeito à morte e, de fato, morreu para Deus: O Reino do Norte já estava
morto em seus delitos e pecados (cf. Ef 2.1).
O fim da idolatria é a morte porque ela
rouba a fonte de vida que é Deus e o idólatra se torna semelhante ao que adora:
o nada! Por isso, morre!
Com sua prata se dão ao trabalho de confeccionarem
imagens, ídolos, bezerros - 8.5-6; 11.2. Imagens significam, literalmente,
"imagens fundidas" (cf. Êx 32.4,8; 34.17; Lv 19.4; Dt 9.16). A imagem
geral era de estátuas de bezerros feitas de bronze revestido de prata.
Apesar de ser cananeu e de estar ligado a
Baal, o bezerro, provavelmente, estava associado ao Senhor na mente dos
idólatras (Êx 32.4).
Eles ofereciam sacrifícios humanos e depois
beijavam os ídolos feitos em forma de bezerro. Era mesmo um terrível ato de
devoção, adoração ou conciliação (1Rs 19.18; SI 2.12).
Por essas coisas eles seriam como a nuvem e
como o orvalho - compare com 6.4 – que logo se dissipam e nunca mais são
encontrados novamente.
A punição de dissipamento (vs. 3) era por
conta da terrível situação de idolatria e de pecados do passado (vs. 1) e do
presente (vs. 2).
Nesse momento, Deus relembra do Egito.
Relembrou a metáfora de uma criança em desenvolvimento (11.1-13.16). Eles não tinham conhecido um outro deus além do
Senhor. Em contraste com a idolatria do vs. 2, a declaração, relembrando Israel
da exclusividade da aliança, foi feita na linguagem do primeiro dos Dez Mandamentos
(cf. Êx 20.2-3; Dt 5.6-7; JI 2.27), mas com o acréscimo da noção de saber a
respeito ou, literalmente, de "conhecer" a Deus.
Esse verbo conhecer está muito presente
neste livro de Oseias que parece nos sugerir que o povo de Deus conhecia o seu
Deus, mas que eram teimosos e adoravam outros deuses.
Ainda que outros deuses pudessem ser
adorados, somente o Deus verdadeiro poderia ser "conhecido". Há uma
forte ligação entre 13.1-3 e Êx 20.4-6; Dt 5.8-10.
Não havia nenhum salvador como o Senhor,
nenhum deus como o Deus de Israel, um socorro no tempo da angústia. A fonte de
ajuda de Israel não poderia ser outra a não ser o Deus da História.
Contrastando com ao confiança que deveria
estar em Deus, essa confiança de Israel estava posta:
·Em
reis, em 13.10.
·No
exército, em 14.3.
·Em
ídolos, em 13.2.
Foi no deserto (uma referência positiva ao
período que Israel passou no deserto; compare com 2.14-15.) que o Senhor
conheceu ao seu povo, ou seja, refere-se a Israel como um todo corporativo onde
a aliança havia estabelecido um relacionamento mútuo - e genuíno (vs. 4, onde
Israel "conheceu" a Deus).
Ali no deserto, em terra árida, o Senhor os
alimentava e eles se fartavam. Essa grande façanha (cf. vs. 5), infelizmente
foi um triste passo para Israel no processo de esquecimento de Deus (cf. Dt
32.10-18; Jr 2).
Eles se ensoberbeceram - veja Dt 8.10-18 -
e se esqueceram de seu Deus, seu provedor e sustentador. Este era um lamentável
clímax para o fecho dos vs. 4-6. Esse fato marca um grande contraste com os
antigos dias em que conheciam ao Senhor e desfrutavam de sua intimidade (vs.
4,5). Os pecados dos israelitas, quanto à sua origem, refletiam a profundidade
e a gravidade de sua decadência moral (Os 2.1 Dt 11-20).
Dos versos de 7 a 9, o Senhor, descrito em
outros lugares como um pastor (4.16), atacaria como os animais selvagens que
devoravam os rebanhos. Apesar de equilibrado por passagens como 11.8-11;
14.1-9, o tom desses versículos é grave.
As figuras dos animais selvagens desses
versículos descreveram a brutalidade do ataque. O Senhor seria para eles:
·Como
um leão - compare com 5.14;
·Como
um leopardo - veja Jr 5.6;
·Como
uma ursa, roubada de seus filhos - veja Pv 17.12.
Israel, Israel, destruída porque se houvera
contra o Senhor, seu ajudador, seu auxiliador, sustentador e socorro. O fato de
o socorro se tornar o destruidor foi explicado nos termos da rebelião de Israel
contra o socorro. Para melhor entendimento do papel de Deus, como socorro, veja
11.8-11 e compare com Êx 18.4; Dt 33.26-29; SI 10.14; 54.4; 115.9-11; 121;
146.5.
Deus declarou a essência de sua acusação:
estar contrário a ele significava incorrer em destruição.
E agora? Era a pergunta geral que precisava
de uma resposta. Precisavam de um rei para salvá-los, de líderes que o
conduzissem. Conforme a BEG, de que rei se trata não está especificado; poderia
ser:
·Uma
referência aos assassinatos reais dos dias de Oseias (3.4; 7.7; 8.4; 10.3; cf.
2Rs 15.8-31; 17.1-6).
·Um
rei anterior, de notoriedade semelhante à de Saul (que foi. coroado como uma
resposta direta à exigência do povo).
·Ou
até mesmo a todos os reis do Reino do Norte (todos os vinte que "fizeram o
que era mau perante o Senhor").
Os reis deram a Israel um falso senso de
segurança; somente o Senhor (seu rei verdadeiro) era o socorro deles.
Sobre o pedido de Israel por um monarca, ou
líderes, veja 1Sm 8.5,19. Sobre o pedido feito mais tarde pelo Reino do Norte
por uma monarquia não davídica, veja, principalmente, 1 Rs 12.16-20.
Em minha visão, o problema não era a
monarquia, reis e líderes, mas o fato de que o desejo deles era por reis e
líderes como as outras nações. Eles queriam ser como elas e não modelo para
elas a partir do Senhor.
Assim foi que Deus lhes deu um rei na sua
ira, em sua expressão de indignação. Terrível coisa é ser atendido pela nossa
teimosia em pedir algo não considerando o reino de Deus e a sua justiça.
Apesar de descrever uma ação passada, a
forma do verbo hebraico sugere um processo contínuo de dar e tirar. Deus sempre
planejou que Israel tivesse um rei humano, mas a motivação do coração do povo era
continuamente má. Eles não somente desejavam ser como as outras nações como
fortemente rejeitavam a Deus como Rei (1Sm 8.1-22).
O Senhor deu a eles reis em sua ira e em
sua mesma ira, os tirou – vs. 11. Muitos dos reis do norte caíram por traição.
O vs. 12 fala que a culpa de Efraim - o
Reino do Norte, Israel - foi anotada e que os seus pecados foram mantidos em
registro (1Sm 25.29; Jó 14.17; Is 8.16). Para que não fossem diminuídas ou esquecidas,
as transgressões foram registradas (como num documento legal), atadas e
armazenadas num local seguro (para a futura retribuição); compare com 7.2; 9.9;
Dt 32.34-35.
Diz-nos a BEG que o hebraico é difícil, mas
a analogia e o seu objetivo são claros no vs. 13: Esse verso relaciona-se ao tema
da falha em conhecer a Deus, porque já é tempo, e não sai à luz, ao abrir-se da
madre, ou seja, como uma criança morre se algo sai errado no momento de seu
nascimento (cf. 2Rs 19.3), assim Israel morreria por falhar em responder ao
castigo que tinha como objetivo o arrependimento e a nova vida.
Essa analogia se une à metáfora inicial da
criança em desenvolvimento (11.1-13.16) e sinaliza o final dessa figura.
O verso 14 deve ser lido com os olhos em
Cristo, no Novo Testamento, com as epístolas de Paulo em mãos. Está escrito –
vs. 14 – que ele os redimirá do poder da sepultura; e os resgatarei da morte.
Onde estão, ó morte, as suas pragas ou os seus aguilhões? Onde está, ó
sepultura, a sua destruição?
Para alguns intérpretes, conforme a BEG, o
contexto do julgamento, nos vs. 12,15, sugere que essas duas frases deveriam
ser traduzidas como perguntas para as quais a resposta esperada seria não.
Nesse caso, as duas frases a seguir que começam com "onde"
simplesmente convocam as armas da morte para destruir Israel.
Todavia, é provável que o versículo
antecipe o espírito positivo de 14.4-7 e seja uma das grandes confirmações do
poder de Deus sobre o último inimigo: a morte. Paulo aplicou esse versículo, em
1Co 15.55, às promessas da restauração.
Uma vez que o povo de Deus se recusou a
confiar no poder divino sobre a morte, nos dias de Oseias, Cristo e os crentes
de sua igreja têm experimentado e experimentarão desse poder.
O triunfo final sobre o último inimigo de
Deus está assegurado pela morte de Cristo pelo pecado e pela sua ressurreição
da morte (no hebraico, Sheol). Infelizmente, o incrédulo Efraim/Israel não
seria poupado uma vez que os seus olhos não viam nele oportunidade alguma de
arrependimento.
No verso 15, um trocadilho com a palavra
Efraim, ou "frutífero". Pois ainda que desse muito fruto, um vento
leste viria, da parte do Senhor sobre ele para:
·Secar-se-á
a sua nascente.
·Estancar-se
a sua fonte.
·Saquear
todo o tesouro de todos os seus vasos desejáveis - veja 2Rs 17.20 e
compare com Is 17.14 e Na 2.9.
Essa força destrutiva representava a
Assíria, que invadiu Israel, em 734 a.C., e então conquistou e exilou o seu
povo em 722-721 a.C. do SENHOR. Sobre a Assíria, como um instrumento do Senhor,
veja, também, Is 10.5-19.
Livro de Oseias – capítulo 13:
1 Quando Efraim falava, tremia-se;
foi exaltado
em Israel;
mas
quando ele se fez culpado no tocante a Baal, morreu.
2 E agora
pecam mais e mais,
e
da sua prata fazem imagens fundidas,
ídolos
segundo o seu entendimento,
todos
eles obra de artífices, e dizem:
Oferecei
sacrifícios a estes.
Homens
beijam aos bezerros!
3 Por isso
serão como a nuvem de manhã,
e
como o orvalho que cedo passa;
como
a palha que se lança fora da eira,
e
como a fumaça que sai pela janela.
4 Todavia, eu
sou o Senhor teu Deus desde a terra do Egito;
portanto
não conhecerás outro deus além de mim,
porque
não há salvador senão eu.
5 Eu te
conheci no deserto, em terra muito seca.
6
Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto;
e
estando fartos, ensoberbeceu-se-lhes o coração,
por
isso esqueceram de mim.
7 Portanto
serei para eles como leão;
como
leopardo espreitarei junto ao caminho;
8
Como ursa roubada dos seus cachorros
lhes
sairei ao encontro,
e
lhes romperei as teias do coração;
e ali os
devorarei como leoa;
as
feras do campo os despedaçarão.
9
Destruir-te-ei, ó Israel; quem te pode socorrer?
10
Onde está agora o teu rei, para que te salve
em
todas as tuas cidades?
e os teus
juízes, dos quais disseste:
Dá-me
rei e príncipes?
11 Dei-te um
rei na minha ira,
e
tirei-o no meu furor.
12 A
iniqüidade de Efraim está atada,
o
seu pecado está armazenado.
13 Dores de
mulher de parto lhe sobrevirão;
ele
é filho insensato;
porque
é tempo e não está no lugar
em
que deve vir à luz.
14 Eu os
remirei do poder do Seol,
e
os resgatarei da morte.
Onde
estão, ó morte, as tuas pragas?
Onde
está, ó Seol, a tua destruição?
A
compaixão está escondida de meus olhos.
15 Ainda que
ele dê fruto entre os seus irmãos,
virá
o vento oriental,
vento
do Senhor, subindo do deserto,
e
secar-se-á a sua nascente,
e
se estancará a sua fonte;
ele saqueará
o tesouro de todos os vasos desejáveis.
16 Samária
levará sobre si a sua culpa,
porque
se rebelou contra o seu Deus;
cairá
à espada;
seus
filhinhos serão despedaçados,
e
as suas mulheres grávidas serão fendidas.
O povo de Samaria carregaria sua culpa,
porque se rebelara contra o seu Deus. Eles seriam mortos à espada (“cair”) e os
seus pequeninos seriam pisados e despedaçados (“despedaçar”), suas mulheres
grávidas teriam os seus ventres rasgados (“abrir”).
Samaria era a capital e a força motriz por
trás da rebelião ou obstinação do Reino do Norte. Percebe-se no texto uma linguagem
metafórica forte para a destruição (vs. 3 “cair”, 8 “despedaçar”, 15 “abrir”)
que deu lugar à expressão fria e concreta com relação aos seus filhos e
mulheres.
Estamos fazendo nossa devocional de hoje no
capítulo 12, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do
Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias;
e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de
Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos
encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9) – já vista.
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – já vimos.
3. O lamento pela derrota (9.1-9)
– já vimos.
B. Reflexões históricas e o
futuro de Israel (9.10-13.16) – estamos
vendo.
Como já dissemos, esses capítulos da seção
“B” contêm uma variedade de profecias em torno de reflexões metafóricas sobre o
passado e o futuro de Israel. As profecias falam do julgamento pelos assírios e
da restauração após o exílio.
Conforme a BEG, cinco metáforas organizam
esse material em quatro grupos: 1. Uvas e figos (9.10-17) – já vimos; 2. Uma vide luxuriante
(10.1-10) – já vimos; 3. Uma bezerra
domada (10.11-15) – já vimos; 4. Uma
criança em desenvolvimento (11.1-13.16) – estamos
vendo.
4. Uma criança em desenvolvimento (11.1-13.16) - continuação.
Conforme BEG, Oseias associou Israel a uma
criança que, quando em desenvolvimento, era amada e gentilmente cuidada por seu
pai, todavia, a criança cresceu e se rebelou contra o pai.
O começo deste capítulo fala de Efraim
apascentando (confira outros usos desse verbo pastoral em Pv 15.14; Is 44.20)
ou alimentando-se do vento.
Ele vai atrás do vento oriental o dia
inteiro e assim multiplica as mentiras e a violência (8.7, 13.15; Jó 15.2, Ec
1.14; Jr 18.17, Ez 17.10.). Essas são imagens de vaidade e destruição que foram
aplicadas às alianças de Israel com a Assíria (5.13; 7.11; 8.9; 14.3; 2Rs 17.3)
e o Egito (2Rs 17.4).
Essas alianças não eram apenas exemplos das
péssimas políticas externas, mas expressões da infidelidade contra o Senhor.
Por isso que se baseavam nas mentiras, por
exemplo, a hesitação entre a Assíria e o Egito (7.11) e o colocar o último
contra a primeira (2Rs 17.3-4). Fazia tratados com a Assíria e mandava azeite -
costumava-se dar presentes no processo de estabelecer aliança entre nações
estrangeiras – para o Egito.
Era essa uma forma de tentar garantir vantagens
de ambos os lados, mas se esqueciam completamente do Senhor, o rei das nações. Do
que adiantaria isso tudo, então?
Como em 4.1-3 e, depois, em 4.4-10, o
Senhor (como queixoso, juiz e promotor num tribunal) apresentou uma acusação
contra o seu povo (vs. 2-15). Ele exigiu o castigo (vs. 2) e a reconciliação (vs.
6) com Jacó, ou seja, Israel - 10.11. O justo Juiz retribuirá com justiça, a
cada um conforme os seus caminhos e de acordo com as suas ações- vs. 2.
No ventre de sua mãe, Jacó pegou – segurou o
calcanhar do irmão. No hebraico, conforme a BEG, essa palavra “pegou” é a raiz
para "Jacó" (Gn 25.26) e está traduzida por "enganou", em
Gn 27.36.
Jacó também lutou, como homem, com Deus. No
hebraico, conforme a BEG, essa palavra “lutou” é raiz para "Israel"
(Gn 32.22-32, principalmente o vs. 29).
O homônimo da nação, Jacó/Israel, funcionou
como um exemplo na acusação. Talvez tenha sido usado positivamente em Os 12.4,
mas o exemplo no vs. 3 provavelmente é negativo: como homem, Israel (Jacó) não
foi menos obstinado com Deus do que havia sido com seu irmão mais velho no
momento do nascimento.
Ele havia lutado com um anjo e tinha
prevalecido - Gn 32.22-32. Jacó deixou um exemplo positivo por segurar o anjo
até obter a bênção de Deus.
Ele lutou com o anjo e saiu vencedor;
chorou e implorou o seu favor. Em Betel, encontrou a Deus que ali conversou com
ele – vs. 4. Ele achou a Deus, isto é, Deus encontrou Jacó, em Betel, o local
onde Deus se deu a conhecer para Jacó (Gn 28.12-19, 35.1-15). Nos dias de
Oseias, Betel era o santuário real mais importante do Reino do Norte (Am 7.13).
Quem falou com ele ali foi o Senhor, o Deus
dos Exércitos - uma doxologia litúrgica semelhante a de Amós (Am 4.13; 5.8-9;
9.5-6), ligando o Deus dos exércitos a Israel. Seguindo essa doxologia (vs. 5),
Israel foi mais uma vez convocado. A nação precisava reviver a carreira de
Jacó/Israel, seu homônimo e antepassado (vs. 2,4).
A mensagem aplicava-se não apenas à nação,
mas talvez refletisse a compreensão de Oseias sobre o que Deus havia dito a
Jacó, em Betel (cf. vs. 4). O apelo desses verbos era que deveria em conclusão:
·Voltar-se
para Deus, o seu Deus.
·Praticar
a lealdade e a justiça.
·E,
confiar sempre no seu Deus.
Isso mesmo poderia se constituir em um
slogan para uma vida toda. Todos nós, em todo o tempo, devemos nos converter a Deus;
guardar a benevolência e a justiça, e em Deus esperar sempre – vs. 6.
Efraim estava sendo comparado com os
descendentes de Canaã, mercadores desonestos. Conforme a BEG, a palavra
hebraica é cana'an, que é a mesma palavra para "Canaã" e pode ser
traduzida por "cananeu" - os cananeus eram tão conhecidos pela sua
habilidade mercantil que o seu nome se tornou sinônimo de "mercador".
Ao usar essa palavra em vez de outra para
"mercador", Oseias pode ter tido a intenção de dizer que o mercador
Efraim/Israel (vs. 8) não era simplesmente desonesto, mas pagão.
A memória deles parecia perdida, mas o
Senhor, seu Deus, era o Senhor Deus desde a terra do Egito. Ou "Deus,
desde que estavas na"; compare com Ex 20.2 e Dt 5.6. A declaração é uma auto
apresentação e introduziu uma expressão da vontade divina para o povo da
aliança.
Essa referência à saída do Egito liga esse
material à metáfora da criança em desenvolvimento (11.1-13.16). Deus haveria de
fazê-los voltarem a morar em tendas, como naqueles dias das festas fixas – vs.
9 -, onde:
·Ele
lhes falava pelos profetas (6.5; 12.13; Nm 12.6-8; Dt 18.15-22; Am 2.11; Hb 1.1
- não havia desculpa para a ignorância).
·Dava-lhes
muitas visões, ou seja, revelações (2Sm 7.17; Pv 29.18).
·E,
por meio de parábolas (figuras de linguagem que portam mensagens divinas - 2Sm
12.1-4; SI 78.2; Is 5.1-7; Ez 17.2; 24.3), lhes falava ainda mais.
No verso 11, Oseias fala de como era ímpia
Gileade que sacrificava seus bois em Gilgal onde os seus altares eram como
montes de pedras num campo arado, ou seja, esses montões de pedra surgiam como
restolho do trabalho dos agricultores. Enquanto aravam, os agricultores
empilhavam as pedras que encontravam.
Gileade era um local de sacrifícios
ilícitos, matança e idolatria e uma região conquistada pela Assíria, em 734-732
a.C. (2Rs 15.29; cf. 6.8) e Gilgal, nós já falamos dela duas vezes, mas
repetimos aqui que Gilgal era um importante santuário israelita próximo a
Jericó, do outro lado do rio Jordão a partir de Baal-Peor (cf. 9.10,15) e por
muito tempo associado particularmente a práticas religiosas sincréticas não
ortodoxas e perversas (Js 4.19-5.12; 1Sm 11.13-15; Am 4.4; 5.5; cf. Os 9.15;
12.11).
Jacó tinha fugido para a terra da Síria, ou
tenda de Arã (NVI), ou seja, Padã-Arã (Gn 28.2,5). Foi ali que ele serviu ou
trabalhou para obter uma mulher e por ela cuidou de ovelhas.
É possível que a servidão de Jacó por uma
esposa (Gn 29.20-30) tenha sido um convite à comparação com a servidão de
Israel aos ritos sexuais pagãos.
É mais provável que o serviço prestado por
Jacó para assegurar uma esposa de Arã tenha ilustrado o resgate da noiva de
Deus do Egito.
O cuidado de Jacó pelo rebanho de Labão (Gn
30.31) perde a importância quando comparado ao cuidado de Deus por Israel, por
meio do profeta (vs. 13).
Tanto para tirar do Egito quanto para
cuidar depois da saída do Egito, Deus tinha usado um profeta, Moisés (Dt 18.15;
34.10-12).
Ele está fazendo uma forte referência ao
êxodo do Egito; relembrou a metáfora inicial de uma criança em desenvolvimento
(11.1-13.16). Depois, talvez, novamente Moisés, ainda que um profeta mosaico
como Samuel (cf. Jr 15.1) ou Elias (cf. 1Rs 19.9-13) possa estar em vista aqui
como aquele ou aqueles que cuidaram dele, do povo de Deus – vs. 13.
O mesmo verbo “guardar” aparece no vs. 12.
Israel não deveria olhar para o frágil e humano Jacó, mas para a provisão de
Deus oferecida pelo profeta mosaico, que incluía a obediência à lei da aliança.
Em última análise, Deus, de fato, foi quem
fez tudo desde o início até o fim.
·A
escolha de Moisés foi dele que zombando dos egípcios o fez crescer junto com o
Faraó que teve seu coração endurecido para Deus realizar suas pragas.
·O
envio de Moisés, depois de 80 anos, foi dele. À época, Moisés estava mesmo
acabado, no deserto, ainda em fuga do Egito.
·A
vitória por meio de Moisés também foi do Senhor e Moisés em tudo o obedeceu e
isso foi a razão da vitória e do êxodo do Egito, com total desfalque deles.
Livro de Oseias – capítulo 12:
1 Efraim apascenta o vento,
segue o vento
oriental todo o dia;
multiplica
a mentira e a destruição;
e
fazem aliança com a Assíria,
e
o azeite se leva ao Egito
2 O Senhor
também com Judá tem contenda,
e
castigará a Jacó segundo os seus caminhos;
segundo
as suas obras o recompensará.
3 No ventre
pegou do calcanhar de seu irmão;
e
na sua idade varonil lutou com Deus.
4 Lutou com o
anjo, e prevaleceu;
chorou,
e
lhe fez súplicas.
Em Betel o
achou,
e
ali falou Deus com ele;
5 sim, o
Senhor, o Deus dos exércitos;
o
Senhor e o seu nome.
6 Tu, pois,
converte-te a teu Deus;
guarda
a benevolência e a justiça,
e
em teu Deus espera sempre.
7 Quanto a
Canaã,
tem
nas mãos balança enganadora;
ama
a opressão.
8 Diz Efraim:
Certamente
eu me tenho enriquecido,
tenho
adquirido para mim grandes bens;
em
todo o meu trabalho não acharão em mim
iniqüidade
alguma que seja pecado.
9 Mas eu sou
o Senhor teu Deus,
desde
a terra do Egito;
eu
ainda te farei habitar de novo em tendas,
como
nos dias da festa solene.
10 Também
falei aos profetas,
e
multipliquei as visões;
e
pelo ministério dos profetas usei de parábolas.
11 Não é
Gileade iniqüidade?
pura
vaidade são eles.
Em
Gilgal sacrificam bois;
os seus
altares são como montões de pedras
nos
sulcos dos campos.
12 Jacó fugiu
para o campo de Arã,
e
Israel serviu por uma mulher,
sim,
por uma mulher guardou o gado.
13 Mas o
Senhor por meio dum profeta
fez
subir a Israel do Egito,
e
por um profeta foi ele preservado.
14 Efraim mui
amargamente provocou-lhe a ira;
portanto
sobre ele será deixado o seu sangue,
e
o seu Senhor fará cair sobre ele o seu opróbrio.
No entanto, Efraim o provoca à ira. Oseias
fez um contraste entre a provisão do passado (vs. 13) com o castigo do
presente. Em outras ocasiões, o Senhor foi provocado pela adoração aos deuses
pagãos (p. ex., Dt 32.21), apesar de que parece haver mais fatos envolvidos
aqui.
Por isso que o Senhor faria cair sobre ele
a sua culpa de sangue que derramou e, em consequência, lhe devolveria o seu
desprezo.
Conforme a BEG, uma referência a
assassinatos (4.2; 5.2; 6.8) ou, em termos legais, ser culpado de um crime,
passível da pena de morte (ou seja, "homicida"; veja em Lv 20.9-27
uma expressão semelhante, "o seu sangue cairá sobre ele"). O
versículo encerra a acusação e sua estrutura faz um paralelo com o vs. 2, que
introduz a seção.
Estamos fazendo nossa devocional de hoje no
capítulo 11, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do
Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias;
e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de
Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos
encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9) – já vista.
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – já vimos.
3. O lamento pela derrota (9.1-9)
– já vimos.
B. Reflexões históricas e o
futuro de Israel (9.10-13.16) – estamos
vendo.
Como já dissemos, esses capítulos da seção
“B” contêm uma variedade de profecias em torno de reflexões metafóricas sobre o
passado e o futuro de Israel. As profecias falam do julgamento pelos assírios e
da restauração após o exílio.
Conforme a BEG, cinco metáforas organizam
esse material em quatro grupos: 1. Uvas e figos (9.10-17) – já vimos; 2. Uma vide luxuriante
(10.1-10) – já vimos; 3. Uma bezerra
domada (10.11-15) – já vimos; 4. Uma
criança em desenvolvimento (11.1-13.16) – começaremos
a ver agora.
4. Uma criança em desenvolvimento (11.1-13.16).
Conforme BEG, Oseias associou Israel a uma
criança que, quando em desenvolvimento, era amada e gentilmente cuidada por seu
pai, todavia, a criança cresceu e se rebelou contra o pai.
Várias profecias de julgamento e salvação
estão representadas nessa última metáfora e posteriormente reunidas por
repetidas referências à saída do Egito (11.1; 12.9,13; 13.4), mencionada uma
única vez em Oseias (2.15).
Além disso, a última seção (13.1-16) desses
capítulos lembra a metáfora de uma criança (13.13), emoldurando todo o material
e, dessa maneira, indicando a sua unidade.
Nos próximos onze versículos, deste
capítulo, veremos numa linguagem ainda mais sensível que a da história do filho
perdido (Lc 15.11-32), Deus, o pai amoroso, confessou que não poderia ajudar o
seu filho, Israel, mas apenas demonstrar-lhe compaixão apesar de sua rebelião
(9.10).
Apesar de pronunciar julgamento sobre o
povo, o Senhor simultaneamente ofereceu a esperança de que seus filhos seriam
restaurados e renovados, e não totalmente destruídos.
A linguagem de amor empregada no primeiro
versículo, conforme a BEG, descrevia tanto a relação entre pai e filho como a
relação entre vassalo e suserano nos tratados do antigo Oriente Próximo (cf. Dt
6.5; 7.8,13; 10.15; 23.5).
As referências aqui que do Egito chamara o
seu filho e no v. 4 são à libertação de Israel da escravidão no Egito pela mão
de Deus (cf. Êx 4.22). A libertação do Egito serviu como um modelo ou tipo da
salvação que estava por vir em Cristo (1Co 10.1-10). Jesus, o rei de Israel, e
assim, seu representante, cumpriu esse tipo em sua própria infância (Mt 2.15).
No entanto, quanto mais Deus os chamava,
tanto mais se afastavam dele indo após os baalins. A adoração a Baal
representava uma violação da aliança, a base do relacionamento de Israel com
Deus. Para Baal e suas imagens esculpidas, sacrificavam e queimavam incenso –
vs. 2.
O cuidado de Deus para com Efraim era como
um pai ensinando o filho a andar; ele havia guiado Israel pelo deserto rumo à
Terra Prometida e os curava, ou seja, Deus tinha poupado Israel de muitos males
durante aquele período formativo (cf. Êx 15.26).
Deus tinha tido um cuidado especial para
com eles, os conduzindo com laços de bondade e de amor, tirando o jugo de seu pescoço
e se inclinando para alimentá-los. As figuras retornaram a Israel, comparando-o
a um animal de carga (cf. 10.11), mas, aqui, Deus mimou o animal.
O grande problema de Israel era o seu
coração endurecido que se recusava arrepender-se dos seus maus caminhos diante
do Senhor. Apesar do julgamento merecido, seu efeito seria ao final muito brando
(v. 11).
A consequência devida à falta de
arrependimento seria a espada que viria sem piedade em suas cidades, símbolos
de sua autoconfiança (8.14). No entanto, seriam destruídas as trancas das
portas e posto fim aos seus planos – vs. 6.
O povo estava firme em seus propósitos
malignos. Eles estavam decididos a se desviarem do Senhor. Embora eles estivessem
sendo conclamados a servir ao Altíssimo, de modo algum o exaltavam.
Deus falou diretamente aos israelitas, e
não sobre eles. O contraste com os vs. 5-7 destaca o impacto dessa confissão
profundamente pessoal de uma compaixão inflexível.
Segundo o seu caráter fiel, Deus mudaria a
ira contra o pecado pela compaixão para com o povo da sua aliança – vs. 8.
Por isso que não faria a eles como fez à Admá
e Zeboim. Ambas eram duas cidades na planície próxima ao extremo sul do mar
Morto (Gn 10.19; 14.2,8) que foram destruídas com Sodoma e Gomorra (Gn
19.23-25) e, desse modo, serviram como exemplos da ira de Deus (Dt 29.23; cf.
Jr 49.18).
A partir desse momento, a visão de Oseias é
quanto ao futuro. Esses versículos finais 9-11, que são o restante do capítulo,
apontam para o futuro.
Deus declara que não é homem como nós, mas
Santo no meio de nós. A santidade faz a distinção entre Deus e os homens. As
pessoas exigiriam a vingança, mas Deus trabalha pela salvação.
Tanto o amor como a ira de Deus são
descritos em termos humanos; todavia, são ditados pelo seu caráter divino.
A restauração, e não a destruição, era o
objetivo do julgamento de Deus contra o povo de sua aliança, por isso que
seguiriam ao Senhor que rugiria como um leão. Ao rugir para seus filhos, a
expectativa era que viessem tremendo desde o Ocidente.
Deus compassivamente abrandou o efeito do
julgamento pronunciado no vs. 5. Havia refugiados israelitas no Egito e
deportados em exílio na Assíria (cf. 9.3; 11.5). Eles viriam do Egito como
aves, voando; e da Assíria, como pombas. Ao chegarem, seriam estabelecidos pelo
próprio Senhor em seus lares.
A traição de Israel e o seu julgamento.
A partir do verso 12, deste, até o verso
14, do próximo capítulo (11.12-12.14), Israel será acusado de traição e sobre
ele será pronunciado o julgamento.
Os temas recorrentes são a traição de
Israel no passado (artisticamente ligada por episódios da vida de Jacó/Israel)
e a rejeição da palavra do Senhor proferida pelos profetas, cometida por
Israel.
O Reino do Norte havia sitiado a Deus, ou
seja, havia cercado a ele com mentiras e enganos.
Livro de Oseias – capítulo 11:
1 Quando Israel era menino,
eu o amei,
e
do Egito
chamei
a meu filho.
2 Quanto mais
eu os chamava,
tanto
mais se afastavam de mim;
sacrificavam
aos baalins,
e
queimavam incenso às imagens esculpidas.
3 Todavia, eu
ensinei aos de Efraim a andar;
tomei-os
nos meus braços;
mas
não entendiam que eu os curava.
4 Atraí-os
com cordas humanas,
com
laços de amor;
e
fui para eles como os que tiram o jugo
de
sobre as suas queixadas,
e me inclinei
para lhes dar de comer.
5 Não
voltarão para a terra do Egito;
mas
a Assíria será seu rei;
porque
recusam converter-se.
6 Cairá a
espada sobre as suas cidades,
e consumirá
os seus ferrolhos;
e
os devorará nas suas fortalezas.
7 Porque o
meu povo é inclinado a desviar-se de mim;
ainda
que clamem ao Altíssimo,
nenhum
deles o exalta.
8 Como te
deixaria, ó Efraim?
como te entregaria, ó Israel?
como
te faria como Admá? ou como Zeboim?
Está comovido
em mim o meu coração,
as
minhas compaixões à uma se acendem.
9 Não
executarei o furor da minha ira;
não
voltarei para destruir a Efraim,
porque
eu sou Deus e não homem,
o
Santo no meio de ti;
eu
não virei com ira.
10 Andarão
após o Senhor;
ele
bramará como leão;
e,
bramando ele, os filhos, tremendo,
virão
do ocidente.
11 Também,
tremendo, virão como um passarinho os do Egito,
e
como uma pomba os da terra da Assíria;
e
os farei habitar em suas casas, diz o Senhor.
12 Efraim me
cercou com mentira,
e
a casa de Israel com engano;
mas
Judá ainda domina com Deus,
e
com o Santo está fiel.
Com relação à Judá, na NVI, Judá era
rebelde contra Deus, a saber, contra o Santo fiel.
Já na BEG (ARA), o termo Judá ainda domina,
ou "perambula, anda com" (trata-se de uma palavra difícil, no
hebraico); alguns estudiosos acreditam que o profeta falou da fidelidade de
Judá para com Deus ou em relação a algum deus cananeu e seus
"santos". E a palavra Deus também pode ser traduzida por
"deus" ou até mesmo "El", o mais importante do panteão
cananeu. E Santo, no hebraico, é uma forma plural, potencialmente referindo-se
aos "santos" de El.
Estamos fazendo nossa devocional de hoje no
capítulo 10, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do
Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias;
e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de
Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos
encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9) – já vista.
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – já vimos.
3. O lamento pela derrota (9.1-9)
– já vimos.
B. Reflexões históricas e o futuro de Israel (9.10-13.16) - continuação.
Como já dissemos, esses capítulos contêm
uma variedade de profecias em torno de reflexões metafóricas sobre o passado e
o futuro de Israel. As profecias falam do julgamento pelos assírios e da
restauração após o exílio.
Conforme a BEG, cinco metáforas organizam
esse material em quatro grupos: 1. Uvas e figos (9.10-17) – já vimos; 2. Uma vide luxuriante
(10.1-10) – veremos agora; 3. Uma
bezerra domada (10.11-15) – veremos
também agora; 4. Uma criança em desenvolvimento (11.1-13.16).
2. Uma vide luxuriante (10.1-10).
Oseias anunciou que Israel era como uma
vide luxuriante. Oseias equiparou Israel a uma vide que cresceu em tamanho e produtividade.
Porém, à medida que o crescimento ocorria, a nação atribuiu os créditos aos
ídolos e não ao Senhor.
Conforme a BEG, esses versículos se dividem
em três conjuntos de acusações (10.1-2a,4,9a) e julgamentos
(10.2b-3,5-8,9b-10).
Acusação 1 – 10.1 a 2a.
Israel tinha se saído bem por causa da
bênção de Deus. Nos dias de Jeroboão II (703-753 a.C.), sua prosperidade havia
sido muito grande.
Porém, em 922 a.C., Jeroboão I havia
erigido altares idólatras em Dã e em Betel, levando o povo à idolatria (veja 1
Rs 12.25-33), prática que cresceu junto com a prosperidade de Israel.
O crédito pela prosperidade não foi dado ao
Senhor, mas às contribuições materiais feitas ao culto idólatra.
Israel é comparado a uma vide frondosa. A
vide é uma metáfora muitas vezes usada para Israel (Dt 32.32; SI 80.8-11; Is
1.5; Jr 2.21). Israel havia se afastado de Deus, mas o remanescente chamado por
Jesus se tornaria novamente uma vide frutífera (Jo 15.1-8).
Os israelitas precisavam de uma renovação
que viesse do seu interior. O seu coração deveria ser inteiramente do Senhor e
ai, sim, as bênçãos ganhariam proporções inimagináveis.
Julgamento 1 – 10.2b a 3.
O SENHOR, literalmente, "ele", o
pronome hebraico substitui o nome próprio de Deus nesse contexto, quebraria os
seus altares. Deus destruiria os ídolos em quem Israel confiava.
Então, em resposta, eles diriam que não
tinham nenhum rei porque não reverenciavam ao Senhor. Mas, mesmo que tivessem
um rei, o que ele poderia fazer? Eles perguntavameles nham a eles diriam que no Senhor e ai, sim, as b.
Estivesse o rei ainda no trono, prestes a
ser deposto, ou já deposto, ele era inútil sem a bênção de Deus.
Acusação 2 – 10.4.
A acusação era de que eles – os reis ou as
nações:
·Estavam
falando palavras vãs. As alianças do rei poderiam ser de vassalagem em relação
à Assíria
·Jurando
falsamente. Esses tratados poderiam ser considerados falsos porque eram
ratificados mediante a invocação de um ou vários deuses assírios (cf. v. 6).
·Fazendo
pactos indevidos. É mais provável que as obrigações não cumpridas tenham sido
as dos reis para com o seu povo (cf. 2Sm 3.21; 5.3), principalmente sua falha
em manter a justiça.
Seria por isso que o juízo iria brotar como
uma erva venenosa - comparar com Am 6.12.
Julgamento 2 – 10.5-8.
Dos versos de 5 ao 8, com palavras de
julgamento pelas violações do v. 4, Oseias zombou das emoções religiosas que o
povo manifestava por um ídolo, que visivelmente eram inexistentes com relação a
Deus.
Sua pecaminosidade estava ligada às suas
origens. O bezerro e seus sacerdotes (cf. 2Rs 23.5; Sf 1.4) provavelmente não
eram estrangeiros, mas representavam uma forma tradicional (porém pervertida)
de adorar o Senhor em Israel (1 Rs 12.31-33).
Por isso que o rei de Israel ou, talvez
mais provável, o ídolo em forma de bezerro seria desfeito ou arrastado como um
graveto nas águas.
A palavra de juízo alcançava os altares da
impiedade que foram os pecados de Israel, pois eles seriam destruídos e no
lugar dele cresceriam espinhos e ervas daninhas. O desespero tomaria conta deles de tal forma
que sairiam gritando aos montes e aos outeiros para os cobrirem e caírem sobre
eles, escondendo-os da face do reto Juiz de toda a terra.
As palavras ditas aos montes para os cobrirem
e às colinas para caírem sobre eles sugerem uma devastadora calamidade climática
da parte do Senhor. O povo preferiria morrer a ter de enfrentar o futuro
julgamento divino.
Essa passagem – vs. 8 - foi citada por
Jesus em Lc 23.30, e há uma alusão a ela em Ap 6.16, porque o julgamento dos
últimos dias também envolverá o severo castigo para a infidelidade no meio do
povo de Deus.
Acusação 3 – 9a.
Nos vs. 9 e 10, Oseias declarou que Israel
havia semeado a perversidade e que, portanto, colheria os frutos
correspondentes.
Julgamento 3 – 10.9b a 10.
Se a semeadura foi a perversidade, o que
deveria ser a colheita? Se foram ventos, certamente que voltariam tempestades.
O fato era que Deus os castigaria no tempo
dele e nações seriam reunidas contra eles para prendê-los por causa do seu
duplo pecado. Provavelmente, o pecado do passado, em Gibeá, e o atual de
Israel, ou as infidelidades política e religiosa de Israel, ou, simplesmente,
suas contínuas e ininterruptas transgressões.
3. Uma bezerra domada (10.11-15).
Dos vs. 11 ao 15, encerraremos esta seção
3, da bezerra domada. Oseias comparou Israel a uma bezerra domada que deveria
arar a terra a fim de semear a justiça; porém, em vez disso semeou apenas a
perversidade.
A nação toda, de norte a sul gostava de
trilhar como uma bezerra domada. Era esta uma imagem positiva do início do
chamado de Israel, como um animal dócil, sem jugo, debulhando o grão ceifado,
livre para comer enquanto trabalhava (cf. 11.4; Dt 25.4; Pv 12.10; Ir 50.11). Jesus
colocou um fardo leve em seus discípulos (Mt 11.28-30).
O seu pescoço forte podia suportar o
trabalho pesado de arar e rastelar a terra com um jugo.
Deus escolheu Israel para encher a terra de
justiça, para semear a retidão e colher o fruto da lealdade. Semear o que é
justo e bom levaria a uma colheita de lealdade. Quando um solo virgem ou não
cultivado é arado, ele produz uma colheita muito abundante.
A hora era, portanto, de buscar ao SENHOR,
de voltar-se para ele naquele momento de angústia ou aflição (veja Dt 4.29-31),
pois ele faria chover a justiça sobre eles - vs. 12. Ele, Deus, garantiria a
colheita da justiça se o seu povo se voltasse para ele com sinceridade (1Co
3.6).
No entanto, aconteceu justamente o
contrário e semearam a malícia. Em vez de cultivar um relacionamento frutífero
com Deus (v. 12), Israel plantou, ceifou e comeu malícia, perversidade e
mentira ou desonestidade (7.3; 10.4; 12.1).
Eles se deixaram enganar pelas aparências e
confiaram em seus carros. O castigo que Deus traria (derrota militar, vs. 14)
estava diretamente relacionado ao crime cometido por Israel de depender de sua
própria força militar e não do Senhor (Jr 9 23-24).
Visto que eles tinham confiado na sua
própria força e nos seus muitos guerreiros, o fragor da batalha se levantaria
contra eles, de maneira que todas as suas fortalezas seriam devastadas, como
Salmã devastou Bete-Arbel no dia da batalha, quando mães foram pisadas e
estraçalhadas junto com seus filhos.
O fato que os ouvintes de Oseias tiveram de
relembrar como particularmente brutal não é desconhecido. Salmã tem sido
diferentemente identificado como Salmaneser III da Assíria (859-824 a.C.),
Salmaneser V (727-722 a.C.) ou Salamanu, um contemporâneo rei moabita.
1 Israel é vide frondosa que dá o seu
fruto;
conforme a
abundância do seu fruto,
assim
multiplicou os altares;
conforme a
prosperidade da terra,
assim
fizeram belas colunas.
2 O seu
coração está dividido, por isso serão culpados;
ele
derribará os altares deles,
e
lhes destruirá as colunas.
3 Certamente
agora dirão:
Não
temos rei, porque não tememos ao Senhor;
e
o rei, que pode ele fazer por nós?
4
Falam palavras vãs;
juram
falsamente, fazendo pactos;
por
isso brota o juízo como erva peçonhenta
nos
sulcos dos campos.
5 Os
moradores de Samária serão atemorizados
por
causa do bezerro de Bete-Áven.
O
seu povo se lamentará por causa dele,
como
também prantearão os seus sacerdotes
idólatras
por causa da sua glória,
que
se apartou dela.
6 Também será
ele levado para Assíria
como
um presente ao rei Jarebe;
Efraim
ficará confuso,
e
Israel se envergonhará por causa
do
seu próprio conselho.
7 O rei de
Samária será desfeito como a espuma sobre a face da água.
8 E os altos
de Áven, pecado de Israel, serão destruídos;
espinhos
e cardos crescerão sobre os seus altares;
e
dirão aos montes:
Cobri-nos!
e aos
outeiros:
Caí
sobre nós!
9 Desde os
dias de Gibeá tens pecado, ó Israel;
ali
permaneceram; a peleja contra os filhos da iniqüidade
não
os alcançará em Gibeá.
10 Quando eu
quiser, castigá-los-ei;
e os povos se congregarão contra eles,
quando
forem castigados pela sua dupla transgressão.
11 Porque
Efraim era uma novilha domada,
que
gostava de trilhar;
e
eu poupava a formosura do seu pescoço;
mas
porei arreios sobre Efraim;
Judá
lavrará;
Jacó
desfará os torrões.
12 Semeai
para vós em justiça,
colhei
segundo a misericórdia;
lavrai o
campo alqueivado;
porque
é tempo de buscar ao Senhor,
até
que venha e chova a justiça sobre vós.
13 Lavrastes
a impiedade,
segastes
a iniqüidade,
e
comestes o fruto da mentira;
porque
confiaste no teu caminho,
na
multidão dos teus valentes.
14 Portanto,
entre o teu povo se levantará tumulto de guerra,
e
todas as tuas fortalezas serão destruídas,
como
Salmã destruiu a Bete-Arbel no dia da batalha;
a mãe ali foi
despedaçada juntamente com os filhos.
15 Assim vos
fará Betel,
por
causa da vossa grande malícia;
de
madrugada será o rei de Israel
totalmente
destruído.
Conforme nossa BEG, Bete-Arbel é
normalmente identificado com Irbid, em Gileade, onde as mães ali foram despedaçadas
com seus filhos. Atrocidades assim eram muito comuns no antigo Oriente Próximo
(veja 13.16; 2Rs 8.12; 15.16; S1 137.8-9, Is 13.16; Am 1.13; Na 3.10).
O terrível disso era que porque falhou em
perseverar em sua aliança de relacionamento, Israel seria destruído de maneira
semelhante. O verso 15 conclui dizendo que o mesmo aconteceria com Betel por
causa de sua grande impiedade.
Betel – vs. 15 – era um local normalmente
conhecido por Bete-Áven. Em Oseias (4.15; 5.8; 10.5), alguns estudiosos
preferem a versão da Septuaginta (a tradução grega do AT), "casa de
Israel". Betel foi um dos locais onde Jeroboão I estabeleceu a adoração
ilegítima em Israel (veja 1 Rs 12.25-33).
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