domingo, 7 de junho de 2015
domingo, junho 07, 2015
Jamais Desista
Oseias 9:1-17 - O PERIGO DA REJEIÇÃO DO CONHECIMENTO DE DEUS.
Estamos fazendo nossa devocional de hoje no
capítulo 9, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do
Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias;
e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de
Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos
encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9) – já vista.
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – já vimos.
3. O lamento pela derrota (9.1-9).
Até o verso 9, estaremos vendo o lamento pela
derrota. Seguindo suas profecias sobre a derrota de Israel na guerra
(5.8-8.14), Oseias convocou Israel para lamentar a derrota que sofreriam.
As alegres celebrações da anual Festa da
Colheita (cf. Ex 23.16; Dt 16.13-17; Lv 23.33-43), que se tornaram maculadas
pelo paganismo, seriam substituídas pela dor do exílio (vs. 3).
O capítulo começa dizendo para Israel que
não era para se regozijar, nem se alegrar com as outras nações porque eles
estavam em prostituição e, portanto, abandonaram o seu Deus, recebendo o
salário da prostituição em cada eira de trigo.
A eira era uma área aberta usada para
debulhar o trigo e a cevada, era também um local onde Israel se entregava a
ritos sensuais de fertilidade relacionados à adoração de Baal.
Os produtos da eira e do lagar - literalmente,
"prensa", um instrumento usado para vinho e óleo – não serviriam mais
para alimentar o povo, ou seja, a terra já não mais alimentaria o povo; os
israelitas estariam sob uma maldição e até o seu vinho novo iria lhe faltar.
Eles não permaneceram na terra do Senhor, também
citada como a casa do Senhor (8.1; 9.15). A Terra Prometida pertencia ao
Senhor, não a Baal e nem mesmo a Israel (Lv 25.23), por isso que o Senhor os
puniria fazendo eles tornarem ao Egito – ver 7.16, 8.13; 9 6; 11.5,11; Dt 28.68
e na Assíria, os faria comerem comida impura. Naquela terra estranha, os
alimentos ali produzidos eram considerados imundos (ou seja, cerimonialmente
impuros) - Ez 4.13; Am 7.17.
Nem ofertas de vinho, nem sacrifícios que
agradassem ao Senhor, antes tais sacrifícios seriam para eles como a comida dos
pranteadores, ou seja, a comida na casa de pranteadores era considerada imunda
por causa do contato com um cadáver (Nm 19.11-22; Dt 26.14; Jr 16.7). No
exílio, esses sacrifícios e as ofertas não seriam apresentados na Casa do
Senhor (Êx 29.40; Lv 23.13; Nm 15.1-12).
O que haveriam de fazer eles no dia de suas
festas fixas e nos dias de festa do Senhor – provavelmente a festa anual da
colheita ou dos tabernáculos (Lv 23.33-36,39-43; Dt 16.13-15)?
Eles estariam fugindo da destruição das
invasões assírias e buscando ajuda no Egito - o lugar de onde Israel havia sido
uma vez liberto se tornaria o lugar de ajuntamento para destruição e morte. Ali,
Mênfis os sepultaria - usado como um par poético com "Egito", a
alusão é aos grandes cemitérios, tumbas e pirâmides da cidade. Ou seja, lugar
de morte e esquecimento para sempre.
O exílio deixaria para trás seus ídolos de
prata e altares ou, simplesmente, suas posses pessoais.
O pecado dos israelitas era tão grande que
eles até consideravam o profeta como um insensato e falador inútil (cf. Pv 1
0.8,1 0) e o homem de espírito - usado em paralelo com "profeta",
provavelmente, outra expressão para "homem de Deus" (cf. 1Sm 10.6; 1Rs
18.12; 22.21-28; 2Rs 2.9,16) – um louco violento. Uma pessoa instável, perturbada
e de discurso desconexo (1 Sm 21.13-15; 2Rs 9.11; Jr 29.26).
O profeta não era um louco, mas alguém que
vigiava Israel (5.8; 8.11; cf. Jr 6.1; Ez 3.17; 33 2,6,7), contudo laços o aguardariam
em todas as suas veredas, e a hostilidade no templo do seu Deus, ou seja, na
Terra Prometida.
Estavam eles mergulhando na corrupção como
nos dias em Gibeá. Esta cidade era de fama vergonhosa por causa do estupro da
concubina do levita por um grupo de homens e pela série de atos violentos e
abusivos e pelas guerras que se seguiram (Jz 19-21). A origem dos pecados de
Israel salientou a gravidade da situação e demonstrou a necessidade de uma
renovação total da natureza de Israel.
As inúmeras violações da aliança que Israel
cometeu incitaram o castigo de Deus (cf. 8.13).
B. Reflexões históricas e o futuro de Israel (9.10-13.16).
Iniciaremos doravante até o capítulo 13
algumas reflexões históricas e veremos o futuro de Israel. Esses capítulos contêm
uma variedade de profecias em torno de reflexões metafóricas sobre o passado e
o futuro de Israel. As profecias falam do julgamento pelos assírios e da
restauração após o exílio.
Conforme a BEG, cinco metáforas organizam
esse material em quatro grupos: 1. Uvas e figos (9.10-17) – veremos agora; 2. Uma vide luxuriante
(10.1-10); 3. Uma bezerra domada (10.11-15); 4. Uma criança em desenvolvimento
(11.1-13.16).
1. Uvas e figos (9.10-17).
Oseias anunciou que Israel era como uvas e
figos que prometiam uma colheita abundante, mas que a rebelião contra Deus
havia arruinado a nação. Os israelitas estavam destinados ao julgamento.
As uvas no deserto eram um achado
extraordinariamente raro e delicioso. Os primeiros brotos da figueira nova não
são apenas muito delicados, mas bastante raros (cf. Is 28.4).
Foi dessa forma que Israel foi encontrada
como uvas no deserto os primeiros antepassados eram como ver os primeiros
frutos de uma figueira. Essas imagens reforçam o caráter excepcional e gentil
da primeira aliança de relacionamento de Deus feita com Israel e o potencial
para uma maravilhosa colheita.
Era tudo maravilhoso até virem a Baal-Peor.
Uma dolorosa alusão ao local onde os israelitas rejeitaram ao Senhor por
sucumbir aos adultérios espiritual e sexual (Nm 25), bastante semelhante aos
praticados pelos contemporâneos de Oseias.
Por terem se consagrado àquele ídolo
vergonhoso, se tornaram repugnantes tanto quanto amavam o falso deus. Assim,
eles se tornaram abomináveis. Por terem se juntado ao deus da vergonha, Baal,
os israelitas tornaram-se detestáveis.
Em consequência a glória de Efraim lhe
fugiria como pássaro. Talvez (conforme a BEG) uma referência ao seu poder
militar, político e histórico. O contexto, todavia, sugere referir-se à sua
grande população.
A bênção de Deus sobre José/Efraim tornou o
povo frutífero (Gn 48.16; 49.22-26), no entanto, a sua glória voaria como
pássaro e já não mais haveria nascimento, gravidez, concepção. Ou seja, a
participação nas religiões da fertilidade resultou na maldição da
infertilidade, não na bênção de uma descendência crescente (Dt 28.18).
Ainda que criem filhos, Deus os porá todos
de luto, principalmente ao se afastar deles, pois eles não entendiam que o que
lhes sustentavam era a graça de Deus. A política de Efraim o estaria conduzindo
à destruição e à morte.
O profeta pergunta a Deus o que ele daria a
eles e a resposta é que lhes seriam dados ventres estéreis – vs. 14. Oseias
respondeu em oração, pedindo que as bênçãos divinas sobre a fertilidade fossem
retiradas (Gn 49.25; Ex 23.26; Dt 28.4,11). O profeta podia apenas concordar
com o justo julgamento de Deus.
1 Não te alegres,
ó Israel,
não
exultes como os povos;
pois
te prostituíste, apartando-te do teu Deus;
amaste
a paga de meretriz sobre todas
as
eiras de trigo.
2 A eira e o
lagar não os manterão,
e
o vinho novo lhes faltará.
3 Na terra do
Senhor não permanecerão;
mas
Efraim tornará ao Egito,
e
na Assíria comerão comida imunda.
4 Não
derramarão libações de vinho ao Senhor,
nem
lhe agradarão com as suas ofertas.
O
pão deles será como pão de pranteadores;
todos
os que dele comerem serão imundos;
pois o seu
pão será somente para o seu apetite;
não
entrará na casa do Senhor.
5 Que fareis
vós no dia da solenidade,
e
no dia da festa do Senhor?
6 Porque, eis
que eles se foram por causa da destruição,
mas
o Egito os recolherá,
Mênfis
os sepultará;
as suas
coisas preciosas de prata as urtigas as possuirão;
espinhos
crescerão nas suas tendas.
7 Chegaram os
dias da punição,
chegaram
os dias da retribuição;
Israel
o saberá; o profeta é um insensato,
o
homem possesso de espírito é um louco;
por causa da
abundância da tua iniqüidade
e
do teu grande ódio.
8 O profeta é
a sentinela de Efraim, o povo do meu Deus;
contudo
um laço de caçador de aves se acha em todos
os
seus caminhos,
e
inimizade na casa do seu Deus.
9 Muito
profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá;
ele
se lembrará das iniqüidades deles,
e
punirá os seus pecados.
10 Achei a
Israel como uvas no deserto,
vi
a vossos pais como a fruta temporã da figueira
no
seu princípio;
mas eles
foram para Baal-Peor,
e
se consagraram a essa coisa vergonhosa,
e
se tornaram abomináveis
como
aquilo que amaram.
11 Quanto a
Efraim, a sua glória como ave voará;
não
haverá nascimento, nem gravidez, nem concepção.
12 Ainda que
venham criar seus filhos, eu os privarei deles,
para
que não fique nenhum homem.
Ai
deles, quando deles eu me apartar!
13 Efraim,
assim como vi a Tiro,
está
plantado num lugar aprazível;
mas
Efraim levará seus filhos ao matador.
14 Dá-lhes, ó
Senhor; mas que lhes darás?
dá-lhes
uma madre que aborte e seios ressecados.
15 Toda a sua
malícia se acha em Gilgal;
pois
ali é que lhes concebi ódio;
por
causa da maldade das suas obras
lançá-los-ei
fora de minha casa.
Não
os amarei mais; todos os seus príncipes são rebeldes.
16 Efraim foi
ferido, secou-se a sua raiz;
eles
não darão fruto;
sim,
ainda que gerem,
eu matarei os
frutos desejáveis do seu ventre.
17 O meu Deus
os rejeitará,
porque
não o ouviram;
e
errantes andarão entre as nações.
Tudo havia começado em Gilgal (repetindo o
que já dissemos no capítulo 4, Gilgal era um importante santuário israelita
próximo a Jericó, do outro lado do rio Jordão a partir de Baal-Peor (cf.
9.10,15) e por muito tempo associado particularmente a práticas religiosas
sincréticas não ortodoxas e perversas (Js 4.19-5.12; 1Sm 11.13-15; Am 4.4; 5.5;
cf. Os 9.15; 12.11)) onde o Senhor os tinha mesmo odiado.
Foi por causa dos seus pecados que dali o
Senhor os expulsaria da sua terra. Observe o paralelo feito com o banimento dos
cananeus feito pelo Senhor (Ex 23.29,30; 33.2; Js 24.18; Jz 2.3,6.9), que
seriam exilados da Terra Prometida. Deus é fiel e justo!
Efraim estava ferido com a sua raiz seca e,
portanto, não poderia produzir frutos. O Senhor chega a dizer dele que mesmo
que criassem filhos, ele mataria sua querida prole. Muito curioso que o
Efraim-fruto recordou as metáforas da abertura sobre as uvas e os figos e,
ironicamente, ressaltou a tragédia da infertilidade de Israel (em hebraico, o
nome Efraim soa como duas vezes frutífero).
O perigo da rejeição está muito claro no
último versículo deste capítulo que está dito que Deus os rejeitará porque não
lhe deram ouvidos. Eles andarão errantes entre as nações. Por terem se afastado
de Deus (7.13), os israelitas, como Caim (veja Gn 4.12), estavam destinados a
vaguear errantes entre as nações, separados do paraíso que lhes foi oferecido
em Canaã.
Ao contrário do povo, que havia se afastado
de Deus (cf. 2.5; 14.4), o profeta permaneceu fiel à aliança.
...
sábado, 6 de junho de 2015
sábado, junho 06, 2015
Jamais Desista
Oseias 8:1-14 - O CASTIGO ÀS PORTAS.
Estamos fazendo nossa devocional de hoje no
capítulo 8, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do
Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias;
e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de
Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos
encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9).
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – Estamos vendo.
Como já dissemos, Oseias chamou a nação
para se preparar para o ataque que sofreriam devido o julgamento de Deus. A
destruição de Samaria pela Assíria, em 722, cumpriu essas palavras no Antigo
Testamento. As ordens para tocar a trombeta (5.8; 8.1) apresentam os chamados
para a guerra que organizam esses capítulos e constituem o seu tema principal.
Esses capítulos nós dividimos, conforme a
BEG, em quatro partes: a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15) – já vimos; b. A hipocrisia que resultou
em derrota (6.1-7.2) – já vimos; c.
Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16) – já vimos; e, d. A segunda convocação
para a derrota na guerra (8.1-14) – veremos
agora e concluiremos.
d. A segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14).
Nos próximos 14 versículos do capítulo
oito, estaremos vendo a segunda convocação para a derrota na guerra.

O alarme urgente (cf. 5.8) da trombeta –
vs. 1 - advertiu que uma águia ou um inimigo voraz (cf. Dt 28.49-50; Jr 4.13;
48.40, Lm 4.19; Hb 1.8), a Assíria, estava se aproximando rapidamente para
aplicar o julgamento de Deus contra a casa do SENHOR. Conforme a BEG, tanto
pode referir-se à Terra Prometida como ao templo (9.8,15).
O motivo disso era que eles haviam
transgredido o pacto do Senhor, a sua aliança e haviam se rebelado contra a sua
lei. A rebelião contra os termos da aliança era semelhante à rebelião contra
Deus (4.6; 6.6-7; 7.13; 8.12).
O desastroso era que invocavam a Deus como
se o conhecessem – vs. 2. Em seu grito por socorro, os israelitas afirmavam
conhecer a Deus, mas suas ações não correspondiam às suas palavras (6.1-8).
A verdade era que Israel havia desprezado o
bem do Senhor – vs. 3. Termo que descreve todas as bênçãos sob a aliança de
Deus; pode, também, referir-se ao único bem verdadeiro, o próprio Deus (Am
5.14-15; Mq 6.8). A consequência triste disso seria que seriam perseguidos pelo
inimigo – vs. 3.
Em sua rebeldia, fizeram reis e príncipes,
mas não pelo Senhor. A independência de Israel com relação a Deus, na esfera
política, ficou evidente em sua recusa de consultar ao Senhor na escolha de
seus líderes. Esse fato desencadeou uma extraordinária série de conspirações e
assassinatos violentos (7.3-7; 2Rs 15.8-30).
Além disso, de escolherem os seus
governantes e príncipes sem a consulta a Deus, fizeram ainda pior com a sua
prata e o seu ouro, objetos de valor, ídolos para si, somente para serem
destruídos.
Por meio da fabricação de deuses de prata e
ouro, Israel expressou uma desafiante rejeição do que era bom (8.5; Ex 20.3-6;
34.17; Lv 19.4). Era mesmo como se o Senhor estivesse dando mais cordas ainda para
eles ainda mais se afundarem no pecado para depois não haver mais jeito mesmo,
pois o ato seguinte seria o juízo terrível de Deus, onde ao final somente iriam
saber, como diz o profeta Ezequiel, mais de 96 vezes, que saberão que o Senhor
é Deus.
A julgar pelo paralelo, o bezerro foi
originalmente manufaturado como pedestal para sustentar uma divindade; foi
estabelecido por Jeroboão I como um ídolo para representar o Senhor (1 Rs
12.26-30; cf. Ex 32) e aparece descrito aqui como o próprio objeto de adoração.
No verso 5, o Senhor pede a eles que lancem
fora o seu ídolo, pois a sua ira se acendia contra eles por causa disso. O Senhor
então expressa sua indignação lamentando do tempo perdido: até quando? Um lamento
apaixonado que expressa a dor de Deus com relação ao pecado de Israel
propositadamente justaposto a uma expressão da ira de Deus.
Embora o bezerro tenha vindo de Israel e
pelas mãos de um hábil escultor, ele não era Deus e seria partido em pedaços,
uma indicação clara de que o que aconteceria ao ídolo, aconteceria ao povo de
Deus, seu possuidor.
Eles estavam segando o vento e, portanto
haveriam de colher na justa medida. Esse dito de sabedoria enfatizou a terrível
relação de causa e efeito entre o pecado e o grande castigo (cf. 10.13; Jó 4.8;
SI 126.5-6; Pv 11.18; 22.8; GI 6.7-9).
Apesar de um dia ter sido escolhido dentre
todas as nações (Êx 19.5; Am 3.2), Israel já não possuía nada que fosse útil,
desejável ou precioso, por isso que ele era já uma coisa de que ninguém se agradava
– vs. 8.
Isso porque subiram à Assíria onde se
venderam para os seus amantes. Oseias os compara ao jumento selvagem pela sua
teimosia, pois, obstinadamente, rejeitaram ao Senhor para oferecerem seus
favores à Assíria (II Re 15:19; 17:3). Provavelmente, nos diz a BEG, essa era
uma referência à submissão do rei Oseias à Assíria em sua tentativa de manter o
poder que conseguiram por ter assassinado a Peca (cf. 7:8-12; II Re 15:19; 17:3).
O Senhor viu isso, mas iria os ajuntar e
logo começariam a se definhar sob a opressão do rei poderoso, mesmo que Efraim
tenha constituído muitos altares para ofertas pelo pecado, eles mesmos é que
seriam altares para o pecado. Ou seja, o altar era para tratar do pecado e não
para servir o pecado.
1 Põe a trombeta à tua boca.
Ele vem como
águia contra a casa do Senhor;
porque
eles transgrediram o meu pacto,
e
se rebelaram contra a minha lei.
2 E a mim
clamam:
Deus
meu, nós, Israel, te conhecemos.
3 Israel
desprezou o bem;
o
inimigo persegui-lo-á.
4 Eles
fizeram reis, mas não por mim;
constituíram
príncipes, mas sem a minha aprovação;
da
sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si,
para
serem destruídos.
5 O teu
bezerro, ó Samária, é rejeitado;
a
minha ira se acendeu contra eles;
até
quando serão eles incapazes da inocência?
6 Pois isso
procede de Israel;
um
artífice o fez, e não é Deus.
Será
desfeito em pedaços o bezerro de Samária
7 Porquanto
semeiam o vento,
hão
de ceifar o turbilhão;
não
haverá seara,
a erva não dará farinha;
se
a der, tragá-la-ão os estrangeiros.
8 Israel foi
devorado; agora está entre as nações
como
um vaso em que ninguém tem prazer.
9 Porque
subiram à Assíria, qual asno selvagem andando sozinho;
mercou
Efraim amores.
10 Todavia,
ainda que eles merquem entre as nações,
eu
as congregarei; já começaram a ser diminuídos
por
causa da carga do rei dos príncipes.
11 Ainda que
Efraim tem multiplicado altares,
estes
se lhe tornaram altares para pecar.
12 Escrevi
para ele miríades de coisas da minha lei;
mas
isso é para ele como coisa estranha.
13 Quanto aos
sacrifícios das minhas ofertas,
eles
sacrificam carne, e a comem;
mas
o Senhor não os aceita;
agora
se lembrará da iniqüidade deles,
e
punirá os seus pecados;
eles
voltarão para o Egito.
14 Pois
Israel se esqueceu do seu Criador,
e
edificou palácios,
e
Judá multiplicou cidades fortificadas.
Mas eu
enviarei sobre as suas cidades
um
fogo que consumirá os seus castelos.
Ainda que a lei fosse inscrita em milhares
de pedaços, ainda assim, seria rejeitada, porque consideravam algo estranho. Eles
não estavam acostumados com o Senhor, mas com as práticas malignas das cidades
e nações vizinhas.
Em vão, os impenitentes israelitas
participavam dos sacrifícios regulares – Lv 7:11-18; Dt 12:7; Jr 7:21 – pois que
Deus não estava se agradando deles e os ameaçou a levá-los de volta ao Egito. Ironicamente,
o lugar de onde Deus havia chamado Israel com amor – 11:1 – era agora o local
de cativeiro e castigo – Dt 28:68; Os 9:3; 11:5.
Tudo isso porque Israel tinha se esquecido
de seu Criador, construído palácios e Judá tinha também fortificado muitas
cidades. Eles nutriam a convicção de que suas construções eram sagradas e uma
espécie de amuleto contra o mal trazendo segurança espiritual e
política-militar. No entanto, Deus enviaria fogo sobre essas cidades que
consumiria todas as suas fortalezas.
...
sexta-feira, 5 de junho de 2015
sexta-feira, junho 05, 2015
Jamais Desista
Oseias 7:1-16 - A INIQUIDADE DOS REIS E DOS PRÍNCIPES QUE NÃO SE VOLTAVAM PARA DEUS DE CORAÇÃO.
Em nossa leitura e reflexão, nos
encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9).
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – Estamos vendo.
Como já dissemos, Oseias chamou a nação
para se preparar para o ataque que sofreriam devido o julgamento de Deus. A
destruição de Samaria pela Assíria, em 722, cumpriu essas palavras no Antigo
Testamento. As ordens para tocar a trombeta (5.8; 8.1) apresentam os chamados
para a guerra que organizam esses capítulos e constituem o seu tema principal.
Esses capítulos nós dividimos, conforme a
BEG, em quatro partes: a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15) – já vimos; b. A hipocrisia que resultou
em derrota (6.1-7.2) – finalizaremos
agora; c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota
(7.3-16) – veremos agora; e, d. A
segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14).
b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2) - continuação.
Até o segundo versículo, deste, estaremos,
como já dissemos, vendo que o arrependimento hipócrita resultou em derrota.
Se o povo sinceramente se arrependesse, o
Senhor o perdoaria. De qualquer modo, as ações do povo revelavam o seu verdadeiro
caráter. Deus estava querendo mudar a sorte deles e promover a cura, mas o povo
não se arrependia.
ü
Descobrem-se
a corrupção de Efraim deixando destarte o seu mal exposto.
ü
Descobrem-se
também as maldades de Samaria, pois:
§
Praticavam
a falsidade.
§
Entravam
os ladrões nas casas.
§
Bandidos
roubavam nas ruas.
Eles estavam se enganando a si mesmos com a
sua hipocrisia (GI 6.7). O falso arrependimento deles não era suficiente porque
Deus conhecia os pecados do povo. Compare com SI 51.3.
c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16)
Doravante, até o final deste capítulo
estaremos vendo a corrupção política que resultou em derrota. Oseias tratou da
corrupção política como a causa da iminente derrota na guerra.
Eles estavam sendo chamados de adúlteros e comparados
ao forno aceso pelo padeiro que somente cessava de atiçar o fogo desde que
sovou a massa até que ela toda fosse levedada.
Era essa uma metáfora que Oseias usou para
pintar um quadro vívido da malícia, infidelidade e maldade que se auto
propagavam, que infestaram a vida política de Israel durante seus últimos dias
e levaram a uma série de assassinatos violentos de seus reis (2Rs 15.8-30). O
assassinato de Peca, por Oseias (2Rs 15.30), pode ter estado por trás dessa
profecia.
Aqueles falsos sacerdotes que se aliaram
aos usurpadores do trono se aproximavam do rei e dos príncipes para os
alegrarem com suas malícias. Mas eram justamente os reis e os príncipes aqueles
que deveriam proporcionar uma liderança ética, no entanto, estavam saboreando, em
vez disso, a maldade e a traição das pessoas ao seu redor (2Rs 15.8-30).
Estavam sendo chamados de adúlteros – vs. 4
– aqueles que eram infiéis à aliança (cf. 2.4; 4.13-14; Jr 9.2; 23.10).
Além de adúlteros, na coroação ou o
aniversário real, o motivo gerava oportunidades para a bebedeira, que inflamava
a perversidade (cf. 1Rs 16.9-10; Is 28.7-10; Am 6.1-7). Eles ficavam
completamente excitados pelo vinho e essa condição destituía a casa real da
capacidade de julgar de maneira sóbria (Pv 31.4,5).
Os sacerdotes estavam tão acostumados com o
pecado e com a luxuria que eles mesmos eram os escarnecedores que se ardiam de paixões
políticas.
Mesmo no meio do tumulto em que quatro reis
foram assassinados em vinte anos (2Rs 15.8-30), nenhum dos juízes (que deveriam
dar o exemplo) clamou a Deus.
E o que faziam? Somente se misturavam com
os povos, com inconstantes alianças de Israel com o Egito, a Filístia, a Síria
e a Assíria. Foram comparados a um pão que não fora virado, uma massa colocada
sobre o carvão ou prensada nas laterais do forno quente, que devia ser virada
uma ou duas vezes para que ficasse devidamente assada.
Israel era como um inútil pão semiassado ou
queimado porque se recusou a voltar ao Senhor. Era essa uma ilustração
sarcástica para os incompetentes políticos da nação.
Nações estrangeiras estavam sugando sua
força e energia, mas não percebiam. A cinza estava se espalhando pelo seu
cabelo, mas ele nem reparava. A falta de autoconhecimento político estava
levando eles à falta do conhecimento de Deus.
A arrogância de Israel – esse orgulho inflexível
que cegou Israel e testificou contra a nação (cf. 5.5) - testificava contra
ele, mas, apesar de tudo isso, ele não se voltavam para o Senhor, para o seu
Deus, e não o buscavam. Voltar-se para o Senhor era a única esperança de Israel
(3.5; 5.4; Am 4.6-12).
Efraim, no verso 11, está sendo comparado a
uma pomba, um pássaro que tinha a fama de ter pouca inteligência e de ser
facilmente pego. Além de estar sendo enganada e não ter entendimento, chamavam
pelo Egito e iam para a Assíria. Como um pássaro confuso, Israel voava
alvoroçado, de uma nação para a outra, em busca de segurança e proteção.
Conforme a BEG, o rei Menaém se sujeitou à
Assíria e pagou um pesado tributo (2Rs 15.19-20), mas o rei Peca era contra os
assírios, e formou uma coalizão com a Síria (2Rs 15.29,37; 16.5), e o rei
Oseias trocou a aliança com a Assíria pela aliança com o Egito (2Rs 17.3-4).
De nada iria adiantar coisa alguma que
fizessem em aliança, pois que a rede do julgamento do Senhor iria cair sobre o
inconstante Israel.
Ai deles é a exclamação do vs. 13 que
introduz uma terrível ameaça. O ai era devido porque fugiram do Senhor, porque
se rebelaram contra o Deus de Israel e assim a destruição viria sobre eles.
Deus mesmo diz que ele os remiria. A
complexidade do relacionamento de Deus com Israel é expressa. Diz-nos a BEG que
Ele ansiava por redimir o seu povo assim como Jesus ansiava pela redenção de
Jerusalém (Mt 23.37), mas a redenção não aconteceria por causa da contínua
rebelião do povo.
O termo também usado na lei mercantil, “remir”
que significa "comprar de volta" (Lv 27.27-31), foi usado para
referir-se à libertação de Israel da escravidão (13.14; Ex 15.13; Dt 7.8; 9.26;
Os 13.14).
No entanto, não valorizavam a remissão, antes
falavam mentiras contra o Senhor. Talvez (BEG) uma referência às falsas ideias
sobre o Senhor incorporadas à religião israelita ou a palavras não sinceras de
arrependimento (6.1-3) ou, de modo mais genérico, às promessas quebradas da
aliança.
Ao invés de clamarem a Deus por salvação
imitavam outros povos com suas rezas e mandingas, clamando, dando uivos e se
ajuntando licenciosamente.
O grito de socorro dado por Israel, usando essas
práticas adotadas na adoração cananeia (clamar, uivar, reunir-se ou, talvez,
automutilar-se - cf. Lv 19.28; Dt 14.1; 1 Rs 18.26-29) não seria levado em
conta diante da aliança quebrada.
Não era de coração que estariam voltando. O
povo fingia o arrependimento, mas essa dissimulação não era aceitável (6.1-4).
O que adianta voltar, mas não para Deus? Em
vez de se voltar para Deus (7.14), os israelitas se voltaram para as nações
estrangeiras e para as práticas religiosas cananeias.
1 ao querer eu sarar a Israel,
descobrem-se
a corrupção de Efraim
e
as maldades de Samária;
porque
praticam a falsidade;
o ladrão
entra, e a horda dos salteadores despoja por fora.
2 Não
consideram no seu coração que eu me lembro
de
toda a sua maldade;
agora,
pois, os cercam as suas obras;
diante
da minha face estão.
3 Com a sua
malícia alegram ao rei,
e
com as suas mentiras aos príncipes.
4 Todos eles
são adúlteros;
são
semelhantes ao forno aceso,
cujo
padeiro cessa de atear o fogo desde
o
amassar a massa até que seja levedada.
5 E no dia do
nosso rei os príncipes se tornaram doentes
com
a excitação do vinho; o rei estendeu a sua mão
com
escarnecedores.
6 Pois têm
preparado o coração como um forno,
enquanto
estão de espreita;
toda
a noite dorme a sua ira;
pela
manhã arde como fogo de chama.
7 Eles estão
todos quentes como um forno,
e
devoram os seus juízes;
todos
os seus reis caem;
ninguém
entre eles há que me invoque.
8 Quanto a
Efraim, ele se mistura com os povos;
Efraim
é um bolo que não foi virado.
9
Estrangeiros lhe devoram a força,
e
ele não o sabe;
também as cãs se espalham sobre ele,
e
não o sabe.
10 E a
soberba de Israel testifica contra ele;
todavia,
não voltam para o Senhor seu Deus,
nem
o buscam em tudo isso.
11 Pois
Efraim é como uma pomba, insensata, sem entendimento;
invocam
o Egito, vão para a Assíria.
12 Quando
forem, sobre eles estenderei a minha rede,
e como aves do céu os farei descer;
castigá-los-ei,
conforme o que eles têm ouvido
na
sua congregação.
13 Ai deles!
porque se erraram de mim;
destruição
sobre eles!
porque
se rebelaram contra mim.
Quisera eu
remi-los, mas falam mentiras contra mim.
14 Não clamam
a mim de coração,
mas
uivam nas suas camas;
para
o trigo e para o mosto se ajuntam,
mas
contra mim se rebelam.
15 Contudo
fui eu que os ensinei,
e
lhes fortaleci os braços;
entretanto
maquinam o mal contra mim.
16 Eles
voltam, mas não para o Altíssimo.
Fizeram-se
como um arco enganador;
caem
à espada os seus príncipes,
por
causa da insolência da sua língua;
este
será o seu escárnio na terra do Egito.
Eles então, por não se voltarem a Deus, se
fizeram como um arco enganoso ou defeituoso - compare com SI 78.57. Eles se
fizeram inúteis e como líderes seriam mortos à espada, justamente por causa
dessa insolência na língua deles na qual se dirigiam contra Deus e contra os
seus profetas (6.5). O tema principal em toda essa seção é a derrota na guerra.
Os egípcios logo escarneceriam diante da
queda daqueles que solicitaram a sua ajuda apenas de modo intermitente.
...
quinta-feira, 4 de junho de 2015
quinta-feira, junho 04, 2015
Jamais Desista
Oseias 6:1-11- CONHEÇAMOS E PROSSIGAMOS EM CONHECER AO SENHOR.

Em nossa leitura e reflexão, nos
encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA
DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9).
1. Duas ações judiciais contra
Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra
(5.8-8.14) – Estamos vendo.
Como já dissemos, Oseias chamou a nação
para se preparar para o ataque que sofreriam devido o julgamento de Deus. A
destruição de Samaria pela Assíria, em 722, cumpriu essas palavras no Antigo
Testamento. As ordens para tocar a trombeta (5.8; 8.1) apresentam os chamados
para a guerra que organizam esses capítulos e constituem o seu tema principal.
Esses capítulos nós dividimos, conforme a
BEG, em quatro partes: a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15) – já vimos; b. A hipocrisia que resultou
em derrota (6.1-7.2) – começaremos agora;
c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16); e, d.
A segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14).
b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2).
Até o segundo versículo, do próximo
capítulo, estaremos vendo o arrependimento hipócrita resultou em derrota.
Esse é o arrependimento hipócrita que
resulta em derrota. A menção do arrependimento como a solução para o julgamento
divino levantou a questão do arrependimento hipócrita de Israel.
Esse cântico de arrependimento usa as
imagens de 5.11-14, mas parece superficial em sua entonação (cf. 6.4). O Senhor
respondeu a essa hipocrisia com um julgamento severo.
Enquanto os capítulos 4 e 5 começam com
“ouvi”, este começa com um “vinde e tornemo-nos para o Senhor”. Talvez os
sacerdotes tenham sido citados aqui como Israel o foi em 2.7.
O chamado para o retorno ao Senhor é uma
das principais mensagens do livro (2.7; 3.5; 5.4,15). Os verdadeiros
arrependimento e conversão deveriam trazer a reconciliação que pode incluir a
cura e o cuidado das feridas (cf. Dt 32.39). As palavras que se seguem,
todavia, indicam que esse arrependimento não foi genuíno.
O versículo de fato é muito bonito:
·
Vinde,
e tornemos para o Senhor,
ü
porque
ele despedaçou
§
e
nos sarará;
ü
fez
a ferida,
§
e
no-la atará.
Ele é o Senhor que em sua soberania permite
que sejamos despedaçados para correção e depois o mesmo que nos sarará; o Deus
que faz em nós a ferida e o mesmo que nos atá para curar.
A quem devemos temer então? Ao diabo e aos
seus anjos? Aos poderes das trevas e as forças ocultas?
Não! Devemos temer somente a Deus e dar-lhe
glórias – Ap. 14.7 -, mas devemos ser sábios que nossa luta não é contra o
sangue e a carne, mas contra esses principados nas regiões celestes – Ef
6.11-13.
ü
A
quem devemos temer? Somente a Deus!
ü
Contra
quem devemos lutar? Contra principados e potestades, contra os dominadores
deste sistema mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas
regiões celestiais.
A hipocrisia fica evidente pelo fato de o
povo ainda não reconhecer quão sérias haviam sido suas ofensas.
No entanto, Deus prometeu que nos
ressuscitaria e nos levantaria novamente. Uma clara alusão ao ressuscitamento
do Messias e de todos os que nele têm essa vívida esperança.
A BEG nos diz que a palavra hebraica
significa "levantar"; uma forma parecida é traduzida por
"despertai", em Is 26.19. Paulo, possivelmente, fez alusão a esse
versículo em 1 Co 15.4, ao falar da ressurreição de Cristo Jesus.
Após isso é que poderíamos viver diante
dele para sempre. (Veja o SI 16.11.) Uma esperança central de restauração era
que a presença de Deus seria restaurada entre o seu povo (Jr 24.7; Ez 37.27).
É somente depois desse ressuscitamento e
desse levantar que o desafio é feito para conhecermos e prosseguirmos em
conhecer ao Senhor.
Esse segundo chamado (cf. 6.1) para
conhecer e aceitar a aliança do Senhor com o coração e a vida é o centro da
mensagem de Oseias (2.8,20; 4.1,6; 5.4; 6.6).
Na versão NVI, o mesmo versículo é
traduzido da seguinte forma: Conheçamos o
Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele
aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera
que regam a terra.
Oséias emprega metáforas que comparam a
confiabilidade de Deus aos recorrentes fenômenos da natureza. Ou seja, a
certeza do nascer do sol para os vivos e a vinda das chuvas de primavera que
regam a terra são eventos que estão intimamente atrelados à vida, dando-lhe
suporte e a sustentando.
O verbo conhecer em Oséias se refere ao
verbo hebraico yadha que, conforme à época não tinham o mesmo significado que
conhecer, ginoskw, no grego. O conhecer da filosofia grega é mais abstrato,
enquanto que o conhecer do hebraico é mais prático e experimental.[1]
ü yada: conhecer[2]
ü Original Word: יָדַע
ü Part of Speech: Verbo
ü Transliteration: yada
ü
Phonetic Spelling: (yaw-dah')
ü
Short Definition: conhecer, conhecimento.
Até ao verso 11, Deus responderá ao
arrependimento hipócrita que estava acontecendo em Israel.
No verso quatro, Deus lamentou a qualidade
transitória da aliança de amor de Israel e Judá, fazendo um contraste entre
esse amor e a sua própria fidelidade (vs. 3) usando mais ilustrações da
natureza. Enquanto Deus era o sol e a chuva serôdia, aqui eles eram a nuvem da
manhã e o orvalho que logo passa, ou seja, não tinham raízes em si mesmos.
No verso cinco, Deus responde a pergunta do
vs. 4. Deus usava os profetas para transmitir mensagens de advertência e
julgamento. Como a luz do sol que a cada manhã dissipa as trevas, a justiça de
Deus prossegue consistente e inevitavelmente (cf. SI 37.6), expondo os pecados
dos que quebraram a aliança.
Deus estava requerendo deles conversão e
arrependimento verdadeiros e não rituais e cerimonias ocas e vazias que serviam
apenas para ilusão e engano do que para mostrar piedade e temor a Deus. A
fidelidade à aliança - lealdade não rituais mecânicos -, era requerida do povo
da aliança (veja SI 51; Mq 6.8).
Dos versos de 7 ao 10, Deus demonstrou a
hipocrisia da nação ao apresentar rapidamente a lista de seus pecados. Esses
versículos apresentam vários locais considerados de má fama nos dias de Oseias.
Embora não saibamos os detalhes, o registro serve para incriminar toda a nação
(vs. 10).
A BEG nos diz sobre o uso de Adão como
referencia da transgressão que a alusão não está clara. Três possíveis
referências são propostas:
(1)
Adão
como sendo o primeiro homem (Gn 3).
(2)
Ou
como sendo um local, a antiga cidade de Adã, próxima ao rio Jordão (Js 3.16),
junto a Gileade, no vs. 8 e Siquém, no vs. 9. Essa é a tradução proposta pela
NVI.
Com
relação à Gileade, região montanhosa ao norte da Transjordânia, mas a palavra
pode referir-se a uma cidade chamada Adã. Ela era considerada a cidade dos que
praticavam a injustiça. Termo usado frequentemente nos Salmos para descrever os
inimigos dos justos e do Senhor. Outra característica dela era o fato de estar
manchada de sangue, talvez uma alusão aos cinquenta homens de Gileade
envolvidos no assassinato de Pecaías (2Rs 15.25).
(3)
Ou
ainda, como sendo a humanidade. A doutrina da aliança de Deus com Adão
baseia-se em fatores diferentes da interpretação dessa passagem: os elementos
de uma aliança estavam presentes no relacionamento de Deus com Adão (Gn 1-3).
Independente delas, o fato é que eles haviam
se portado aleivosamente contra o Senhor, ou seja, quebraram a aliança e foram
infiéis.
Os sacerdotes que teriam a função de serem
os representantes do povo diante de Deus ao intercederem por eles, aqui, no
verso 9, são citados como hordas de salteadores que espreitam alguém na estrada
de Siquém (importante centro religioso e político - Dt 27.4,12-14; Js 8.30; 20.7;
24.1,25; Jz 9; 1Rs 12.1,25) e ainda como aqueles que estariam cometendo outros
crimes vergonhosos.
1 Vinde,
e tornemos
para o Senhor,
porque
ele despedaçou e nos sarará;
fez
a ferida, e no-la atará.
2 Depois de
dois dias nos ressuscitará:
ao
terceiro dia nos levantará,
e
viveremos diante dele.
3 Conheçamos,
e prossigamos em conhecer ao Senhor;
a
sua saída, como a alva, é certa;
e
ele a nós virá como a chuva,
como
a chuva serôdia que rega a terra.
4 Que te
farei, ó Efraim? que te farei, ó Judá?
porque
o vosso amor é como a nuvem da manhã,
e
como o orvalho que cedo passa.
5 Por isso os
abati pelos profetas;
pela
palavra da minha boca os matei;
e
os meus juízos a teu respeito sairão como a luz.
6 Pois
misericórdia quero,
e
não sacrifícios;
e o
conhecimento de Deus,
mais
do que os holocaustos.
7 Eles,
porém, como Adão, transgrediram o pacto;
nisso
eles se portaram aleivosamente contra mim.
8 Gileade é
cidade de malfeitores, está manchada de sangue.
9 Como hordas
de salteadores que espreitam alguém,
assim
é a companhia dos sacerdotes
que
matam no caminho para Siquém;
sim,
cometem a vilania.
10 Vejo uma
coisa horrenda na casa de Israel;
ali
está a prostituição de Efraim;
Israel
está contaminado.
11 Também
para ti, ó Judá,
está
determinada uma ceifa.
Ao
querer eu trazer do cativeiro o meu povo.
A BEG nos diz que a alusão não está clara,
mas pode ser uma referência ao papel dos sacerdotes numa conspiração contra a
família real (vs. 8).
A coisa horrenda que ele via - compare com
Jr 5.30-31, 18.13; 23.14 – era a prostituição de Efraim na casa de Israel.
Talvez uma figura para indicar a sua infidelidade religiosa ou política.
Dos versos 11, deste ao primeiro verso do próximo
capítulo, veremos uma metáfora para o julgamento de Deus (Jr 51.33; JI 3.13)
onde ocorrerá a mudança de sorte para fins de cura do povo.