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sábado, 6 de junho de 2015

Oseias 8:1-14 - O CASTIGO ÀS PORTAS.

Estamos fazendo nossa devocional de hoje no capítulo 8, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias; e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9).
1. Duas ações judiciais contra Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra (5.8-8.14) – Estamos vendo.
Como já dissemos, Oseias chamou a nação para se preparar para o ataque que sofreriam devido o julgamento de Deus. A destruição de Samaria pela Assíria, em 722, cumpriu essas palavras no Antigo Testamento. As ordens para tocar a trombeta (5.8; 8.1) apresentam os chamados para a guerra que organizam esses capítulos e constituem o seu tema principal.
Esses capítulos nós dividimos, conforme a BEG, em quatro partes: a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15) – já vimos; b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2) – já vimos; c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16) – já vimos; e, d. A segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14) – veremos agora e concluiremos.
d. A segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14).
Nos próximos 14 versículos do capítulo oito, estaremos vendo a segunda convocação para a derrota na guerra.
A seção em que Oseias trata do julgamento pela guerra (5.8-8.14) termina como começou (5.8-15), com um chamado para Israel se preparar para uma guerra na qual inevitavelmente seria derrotado. Oseias confrontou a idolatria da nação e as alianças estrangeiras.
O alarme urgente (cf. 5.8) da trombeta – vs. 1 - advertiu que uma águia ou um inimigo voraz (cf. Dt 28.49-50; Jr 4.13; 48.40, Lm 4.19; Hb 1.8), a Assíria, estava se aproximando rapidamente para aplicar o julgamento de Deus contra a casa do SENHOR. Conforme a BEG, tanto pode referir-se à Terra Prometida como ao templo (9.8,15).
O motivo disso era que eles haviam transgredido o pacto do Senhor, a sua aliança e haviam se rebelado contra a sua lei. A rebelião contra os termos da aliança era semelhante à rebelião contra Deus (4.6; 6.6-7; 7.13; 8.12).
O desastroso era que invocavam a Deus como se o conhecessem – vs. 2. Em seu grito por socorro, os israelitas afirmavam conhecer a Deus, mas suas ações não correspondiam às suas palavras (6.1-8).
A verdade era que Israel havia desprezado o bem do Senhor – vs. 3. Termo que descreve todas as bênçãos sob a aliança de Deus; pode, também, referir-se ao único bem verdadeiro, o próprio Deus (Am 5.14-15; Mq 6.8). A consequência triste disso seria que seriam perseguidos pelo inimigo – vs. 3.
Em sua rebeldia, fizeram reis e príncipes, mas não pelo Senhor. A independência de Israel com relação a Deus, na esfera política, ficou evidente em sua recusa de consultar ao Senhor na escolha de seus líderes. Esse fato desencadeou uma extraordinária série de conspirações e assassinatos violentos (7.3-7; 2Rs 15.8-30).
Além disso, de escolherem os seus governantes e príncipes sem a consulta a Deus, fizeram ainda pior com a sua prata e o seu ouro, objetos de valor, ídolos para si, somente para serem destruídos.
Por meio da fabricação de deuses de prata e ouro, Israel expressou uma desafiante rejeição do que era bom (8.5; Ex 20.3-6; 34.17; Lv 19.4). Era mesmo como se o Senhor estivesse dando mais cordas ainda para eles ainda mais se afundarem no pecado para depois não haver mais jeito mesmo, pois o ato seguinte seria o juízo terrível de Deus, onde ao final somente iriam saber, como diz o profeta Ezequiel, mais de 96 vezes, que saberão que o Senhor é Deus.
A julgar pelo paralelo, o bezerro foi originalmente manufaturado como pedestal para sustentar uma divindade; foi estabelecido por Jeroboão I como um ídolo para representar o Senhor (1 Rs 12.26-30; cf. Ex 32) e aparece descrito aqui como o próprio objeto de adoração.
No verso 5, o Senhor pede a eles que lancem fora o seu ídolo, pois a sua ira se acendia contra eles por causa disso. O Senhor então expressa sua indignação lamentando do tempo perdido: até quando? Um lamento apaixonado que expressa a dor de Deus com relação ao pecado de Israel propositadamente justaposto a uma expressão da ira de Deus.
Embora o bezerro tenha vindo de Israel e pelas mãos de um hábil escultor, ele não era Deus e seria partido em pedaços, uma indicação clara de que o que aconteceria ao ídolo, aconteceria ao povo de Deus, seu possuidor.
Eles estavam segando o vento e, portanto haveriam de colher na justa medida. Esse dito de sabedoria enfatizou a terrível relação de causa e efeito entre o pecado e o grande castigo (cf. 10.13; Jó 4.8; SI 126.5-6; Pv 11.18; 22.8; GI 6.7-9).
Apesar de um dia ter sido escolhido dentre todas as nações (Êx 19.5; Am 3.2), Israel já não possuía nada que fosse útil, desejável ou precioso, por isso que ele era já uma coisa de que ninguém se agradava – vs. 8.
Isso porque subiram à Assíria onde se venderam para os seus amantes. Oseias os compara ao jumento selvagem pela sua teimosia, pois, obstinadamente, rejeitaram ao Senhor para oferecerem seus favores à Assíria (II Re 15:19; 17:3). Provavelmente, nos diz a BEG, essa era uma referência à submissão do rei Oseias à Assíria em sua tentativa de manter o poder que conseguiram por ter assassinado a Peca (cf. 7:8-12; II Re 15:19; 17:3).
O Senhor viu isso, mas iria os ajuntar e logo começariam a se definhar sob a opressão do rei poderoso, mesmo que Efraim tenha constituído muitos altares para ofertas pelo pecado, eles mesmos é que seriam altares para o pecado. Ou seja, o altar era para tratar do pecado e não para servir o pecado.
Livro de Oseias – capítulo 8:
1 Põe a trombeta à tua boca.
Ele vem como águia contra a casa do Senhor;
porque eles transgrediram o meu pacto,
e se rebelaram contra a minha lei.
2 E a mim clamam:
Deus meu, nós, Israel, te conhecemos.
3 Israel desprezou o bem;
o inimigo persegui-lo-á.
4 Eles fizeram reis, mas não por mim;
constituíram príncipes, mas sem a minha aprovação;
da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si,
para serem destruídos.
5 O teu bezerro, ó Samária, é rejeitado;
a minha ira se acendeu contra eles;
até quando serão eles incapazes da inocência?
6 Pois isso procede de Israel;
um artífice o fez, e não é Deus.
Será desfeito em pedaços o bezerro de Samária
7 Porquanto semeiam o vento,
hão de ceifar o turbilhão;
não haverá seara,
 a erva não dará farinha;
se a der, tragá-la-ão os estrangeiros.
8 Israel foi devorado; agora está entre as nações
como um vaso em que ninguém tem prazer.
9 Porque subiram à Assíria, qual asno selvagem andando sozinho;
mercou Efraim amores.
10 Todavia, ainda que eles merquem entre as nações,
eu as congregarei; já começaram a ser diminuídos
por causa da carga do rei dos príncipes.
11 Ainda que Efraim tem multiplicado altares,
estes se lhe tornaram altares para pecar.
12 Escrevi para ele miríades de coisas da minha lei;
mas isso é para ele como coisa estranha.
13 Quanto aos sacrifícios das minhas ofertas,
eles sacrificam carne, e a comem;
mas o Senhor não os aceita;
agora se lembrará da iniqüidade deles,
e punirá os seus pecados;
eles voltarão para o Egito.
14 Pois Israel se esqueceu do seu Criador,
e edificou palácios,
e Judá multiplicou cidades fortificadas.
Mas eu enviarei sobre as suas cidades
um fogo que consumirá os seus castelos. 
Ainda que a lei fosse inscrita em milhares de pedaços, ainda assim, seria rejeitada, porque consideravam algo estranho. Eles não estavam acostumados com o Senhor, mas com as práticas malignas das cidades e nações vizinhas.
Em vão, os impenitentes israelitas participavam dos sacrifícios regulares – Lv 7:11-18; Dt 12:7; Jr 7:21 – pois que Deus não estava se agradando deles e os ameaçou a levá-los de volta ao Egito. Ironicamente, o lugar de onde Deus havia chamado Israel com amor – 11:1 – era agora o local de cativeiro e castigo – Dt 28:68; Os 9:3; 11:5.
Tudo isso porque Israel tinha se esquecido de seu Criador, construído palácios e Judá tinha também fortificado muitas cidades. Eles nutriam a convicção de que suas construções eram sagradas e uma espécie de amuleto contra o mal trazendo segurança espiritual e política-militar. No entanto, Deus enviaria fogo sobre essas cidades que consumiria todas as suas fortalezas.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Oseias 7:1-16 - A INIQUIDADE DOS REIS E DOS PRÍNCIPES QUE NÃO SE VOLTAVAM PARA DEUS DE CORAÇÃO.

Estamos fazendo nossa devocional de hoje no capítulo 7, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias; e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9).
1. Duas ações judiciais contra Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra (5.8-8.14) – Estamos vendo.
Como já dissemos, Oseias chamou a nação para se preparar para o ataque que sofreriam devido o julgamento de Deus. A destruição de Samaria pela Assíria, em 722, cumpriu essas palavras no Antigo Testamento. As ordens para tocar a trombeta (5.8; 8.1) apresentam os chamados para a guerra que organizam esses capítulos e constituem o seu tema principal.
Esses capítulos nós dividimos, conforme a BEG, em quatro partes: a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15) – já vimos; b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2) – finalizaremos agora; c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16) – veremos agora; e, d. A segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14).
b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2) - continuação.
Até o segundo versículo, deste, estaremos, como já dissemos, vendo que o arrependimento hipócrita resultou em derrota.
Se o povo sinceramente se arrependesse, o Senhor o perdoaria. De qualquer modo, as ações do povo revelavam o seu verdadeiro caráter. Deus estava querendo mudar a sorte deles e promover a cura, mas o povo não se arrependia.
ü  Descobrem-se a corrupção de Efraim deixando destarte o seu mal exposto.
ü  Descobrem-se também as maldades de Samaria, pois:
§  Praticavam a falsidade.
§  Entravam os ladrões nas casas.
§  Bandidos roubavam nas ruas.
Eles estavam se enganando a si mesmos com a sua hipocrisia (GI 6.7). O falso arrependimento deles não era suficiente porque Deus conhecia os pecados do povo. Compare com SI 51.3.
c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16)
Doravante, até o final deste capítulo estaremos vendo a corrupção política que resultou em derrota. Oseias tratou da corrupção política como a causa da iminente derrota na guerra.
Eles estavam sendo chamados de adúlteros e comparados ao forno aceso pelo padeiro que somente cessava de atiçar o fogo desde que sovou a massa até que ela toda fosse levedada.
Era essa uma metáfora que Oseias usou para pintar um quadro vívido da malícia, infidelidade e maldade que se auto propagavam, que infestaram a vida política de Israel durante seus últimos dias e levaram a uma série de assassinatos violentos de seus reis (2Rs 15.8-30). O assassinato de Peca, por Oseias (2Rs 15.30), pode ter estado por trás dessa profecia.
Aqueles falsos sacerdotes que se aliaram aos usurpadores do trono se aproximavam do rei e dos príncipes para os alegrarem com suas malícias. Mas eram justamente os reis e os príncipes aqueles que deveriam proporcionar uma liderança ética, no entanto, estavam saboreando, em vez disso, a maldade e a traição das pessoas ao seu redor (2Rs 15.8-30).
Estavam sendo chamados de adúlteros – vs. 4 – aqueles que eram infiéis à aliança (cf. 2.4; 4.13-14; Jr 9.2; 23.10).
Além de adúlteros, na coroação ou o aniversário real, o motivo gerava oportunidades para a bebedeira, que inflamava a perversidade (cf. 1Rs 16.9-10; Is 28.7-10; Am 6.1-7). Eles ficavam completamente excitados pelo vinho e essa condição destituía a casa real da capacidade de julgar de maneira sóbria (Pv 31.4,5).
Os sacerdotes estavam tão acostumados com o pecado e com a luxuria que eles mesmos eram os escarnecedores que se ardiam de paixões políticas.
Mesmo no meio do tumulto em que quatro reis foram assassinados em vinte anos (2Rs 15.8-30), nenhum dos juízes (que deveriam dar o exemplo) clamou a Deus.
E o que faziam? Somente se misturavam com os povos, com inconstantes alianças de Israel com o Egito, a Filístia, a Síria e a Assíria. Foram comparados a um pão que não fora virado, uma massa colocada sobre o carvão ou prensada nas laterais do forno quente, que devia ser virada uma ou duas vezes para que ficasse devidamente assada.
Israel era como um inútil pão semiassado ou queimado porque se recusou a voltar ao Senhor. Era essa uma ilustração sarcástica para os incompetentes políticos da nação.
Nações estrangeiras estavam sugando sua força e energia, mas não percebiam. A cinza estava se espalhando pelo seu cabelo, mas ele nem reparava. A falta de autoconhecimento político estava levando eles à falta do conhecimento de Deus.
A arrogância de Israel – esse orgulho inflexível que cegou Israel e testificou contra a nação (cf. 5.5) - testificava contra ele, mas, apesar de tudo isso, ele não se voltavam para o Senhor, para o seu Deus, e não o buscavam. Voltar-se para o Senhor era a única esperança de Israel (3.5; 5.4; Am 4.6-12).
Efraim, no verso 11, está sendo comparado a uma pomba, um pássaro que tinha a fama de ter pouca inteligência e de ser facilmente pego. Além de estar sendo enganada e não ter entendimento, chamavam pelo Egito e iam para a Assíria. Como um pássaro confuso, Israel voava alvoroçado, de uma nação para a outra, em busca de segurança e proteção.
Conforme a BEG, o rei Menaém se sujeitou à Assíria e pagou um pesado tributo (2Rs 15.19-20), mas o rei Peca era contra os assírios, e formou uma coalizão com a Síria (2Rs 15.29,37; 16.5), e o rei Oseias trocou a aliança com a Assíria pela aliança com o Egito (2Rs 17.3-4).
De nada iria adiantar coisa alguma que fizessem em aliança, pois que a rede do julgamento do Senhor iria cair sobre o inconstante Israel.
Ai deles é a exclamação do vs. 13 que introduz uma terrível ameaça. O ai era devido porque fugiram do Senhor, porque se rebelaram contra o Deus de Israel e assim a destruição viria sobre eles.
Deus mesmo diz que ele os remiria. A complexidade do relacionamento de Deus com Israel é expressa. Diz-nos a BEG que Ele ansiava por redimir o seu povo assim como Jesus ansiava pela redenção de Jerusalém (Mt 23.37), mas a redenção não aconteceria por causa da contínua rebelião do povo.
O termo também usado na lei mercantil, “remir” que significa "comprar de volta" (Lv 27.27-31), foi usado para referir-se à libertação de Israel da escravidão (13.14; Ex 15.13; Dt 7.8; 9.26; Os 13.14).
No entanto, não valorizavam a remissão, antes falavam mentiras contra o Senhor. Talvez (BEG) uma referência às falsas ideias sobre o Senhor incorporadas à religião israelita ou a palavras não sinceras de arrependimento (6.1-3) ou, de modo mais genérico, às promessas quebradas da aliança.
Ao invés de clamarem a Deus por salvação imitavam outros povos com suas rezas e mandingas, clamando, dando uivos e se ajuntando licenciosamente.
O grito de socorro dado por Israel, usando essas práticas adotadas na adoração cananeia (clamar, uivar, reunir-se ou, talvez, automutilar-se - cf. Lv 19.28; Dt 14.1; 1 Rs 18.26-29) não seria levado em conta diante da aliança quebrada.
Não era de coração que estariam voltando. O povo fingia o arrependimento, mas essa dissimulação não era aceitável (6.1-4).
O que adianta voltar, mas não para Deus? Em vez de se voltar para Deus (7.14), os israelitas se voltaram para as nações estrangeiras e para as práticas religiosas cananeias.
Livro de Oseias – capítulo 7:
1 ao querer eu sarar a Israel,
descobrem-se a corrupção de Efraim
e as maldades de Samária;
porque praticam a falsidade;
o ladrão entra, e a horda dos salteadores despoja por fora.
2 Não consideram no seu coração que eu me lembro
de toda a sua maldade;
agora, pois, os cercam as suas obras;
diante da minha face estão.
3 Com a sua malícia alegram ao rei,
e com as suas mentiras aos príncipes.
4 Todos eles são adúlteros;
são semelhantes ao forno aceso,
cujo padeiro cessa de atear o fogo desde
o amassar a massa até que seja levedada.
5 E no dia do nosso rei os príncipes se tornaram doentes
com a excitação do vinho; o rei estendeu a sua mão
com escarnecedores.
6 Pois têm preparado o coração como um forno,
enquanto estão de espreita;
toda a noite dorme a sua ira;
pela manhã arde como fogo de chama.
7 Eles estão todos quentes como um forno,
e devoram os seus juízes;
todos os seus reis caem;
ninguém entre eles há que me invoque.
8 Quanto a Efraim, ele se mistura com os povos;
Efraim é um bolo que não foi virado.
9 Estrangeiros lhe devoram a força,
e ele não o sabe;
 também as cãs se espalham sobre ele,
e não o sabe.
10 E a soberba de Israel testifica contra ele;
todavia, não voltam para o Senhor seu Deus,
nem o buscam em tudo isso.
11 Pois Efraim é como uma pomba, insensata, sem entendimento;
invocam o Egito, vão para a Assíria.
12 Quando forem, sobre eles estenderei a minha rede,
 e como aves do céu os farei descer;
castigá-los-ei, conforme o que eles têm ouvido
na sua congregação.
13 Ai deles! porque se erraram de mim;
destruição sobre eles!
porque se rebelaram contra mim.
Quisera eu remi-los, mas falam mentiras contra mim.
14 Não clamam a mim de coração,
mas uivam nas suas camas;
para o trigo e para o mosto se ajuntam,
mas contra mim se rebelam.
15 Contudo fui eu que os ensinei,
e lhes fortaleci os braços;
entretanto maquinam o mal contra mim.
16 Eles voltam, mas não para o Altíssimo.
Fizeram-se como um arco enganador;
caem à espada os seus príncipes,
por causa da insolência da sua língua;
este será o seu escárnio na terra do Egito.
Eles então, por não se voltarem a Deus, se fizeram como um arco enganoso ou defeituoso - compare com SI 78.57. Eles se fizeram inúteis e como líderes seriam mortos à espada, justamente por causa dessa insolência na língua deles na qual se dirigiam contra Deus e contra os seus profetas (6.5). O tema principal em toda essa seção é a derrota na guerra.
Os egípcios logo escarneceriam diante da queda daqueles que solicitaram a sua ajuda apenas de modo intermitente. 
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Oseias 6:1-11- CONHEÇAMOS E PROSSIGAMOS EM CONHECER AO SENHOR.

Estamos fazendo nossa devocional de hoje no capítulo 6, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias; e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9).
1. Duas ações judiciais contra Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra (5.8-8.14) – Estamos vendo.
Como já dissemos, Oseias chamou a nação para se preparar para o ataque que sofreriam devido o julgamento de Deus. A destruição de Samaria pela Assíria, em 722, cumpriu essas palavras no Antigo Testamento. As ordens para tocar a trombeta (5.8; 8.1) apresentam os chamados para a guerra que organizam esses capítulos e constituem o seu tema principal.
Esses capítulos nós dividimos, conforme a BEG, em quatro partes: a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15) – já vimos; b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2) – começaremos agora; c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16); e, d. A segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14).
b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2).
Até o segundo versículo, do próximo capítulo, estaremos vendo o arrependimento hipócrita resultou em derrota.
Esse é o arrependimento hipócrita que resulta em derrota. A menção do arrependimento como a solução para o julgamento divino levantou a questão do arrependimento hipócrita de Israel.
Esse cântico de arrependimento usa as imagens de 5.11-14, mas parece superficial em sua entonação (cf. 6.4). O Senhor respondeu a essa hipocrisia com um julgamento severo.
Enquanto os capítulos 4 e 5 começam com “ouvi”, este começa com um “vinde e tornemo-nos para o Senhor”. Talvez os sacerdotes tenham sido citados aqui como Israel o foi em 2.7.
O chamado para o retorno ao Senhor é uma das principais mensagens do livro (2.7; 3.5; 5.4,15). Os verdadeiros arrependimento e conversão deveriam trazer a reconciliação que pode incluir a cura e o cuidado das feridas (cf. Dt 32.39). As palavras que se seguem, todavia, indicam que esse arrependimento não foi genuíno.
O versículo de fato é muito bonito:
·         Vinde, e tornemos para o Senhor,
ü  porque ele despedaçou
§  e nos sarará;
ü  fez a ferida,
§  e no-la atará.
Ele é o Senhor que em sua soberania permite que sejamos despedaçados para correção e depois o mesmo que nos sarará; o Deus que faz em nós a ferida e o mesmo que nos atá para curar.
A quem devemos temer então? Ao diabo e aos seus anjos? Aos poderes das trevas e as forças ocultas?
Não! Devemos temer somente a Deus e dar-lhe glórias – Ap. 14.7 -, mas devemos ser sábios que nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra esses principados nas regiões celestes – Ef 6.11-13.
ü  A quem devemos temer? Somente a Deus!
ü  Contra quem devemos lutar? Contra principados e potestades, contra os dominadores deste sistema mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.
A hipocrisia fica evidente pelo fato de o povo ainda não reconhecer quão sérias haviam sido suas ofensas.
No entanto, Deus prometeu que nos ressuscitaria e nos levantaria novamente. Uma clara alusão ao ressuscitamento do Messias e de todos os que nele têm essa vívida esperança.
A BEG nos diz que a palavra hebraica significa "levantar"; uma forma parecida é traduzida por "despertai", em Is 26.19. Paulo, possivelmente, fez alusão a esse versículo em 1 Co 15.4, ao falar da ressurreição de Cristo Jesus.
Após isso é que poderíamos viver diante dele para sempre. (Veja o SI 16.11.) Uma esperança central de restauração era que a presença de Deus seria restaurada entre o seu povo (Jr 24.7; Ez 37.27).
É somente depois desse ressuscitamento e desse levantar que o desafio é feito para conhecermos e prosseguirmos em conhecer ao Senhor.
Esse segundo chamado (cf. 6.1) para conhecer e aceitar a aliança do Senhor com o coração e a vida é o centro da mensagem de Oseias (2.8,20; 4.1,6; 5.4; 6.6).
Na versão NVI, o mesmo versículo é traduzido da seguinte forma: Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra.
Oséias emprega metáforas que comparam a confiabilidade de Deus aos recorrentes fenômenos da natureza. Ou seja, a certeza do nascer do sol para os vivos e a vinda das chuvas de primavera que regam a terra são eventos que estão intimamente atrelados à vida, dando-lhe suporte e a sustentando.
O verbo conhecer em Oséias se refere ao verbo hebraico yadha que, conforme à época não tinham o mesmo significado que conhecer, ginoskw, no grego. O conhecer da filosofia grega é mais abstrato, enquanto que o conhecer do hebraico é mais prático e experimental.[1]
ü  yada: conhecer[2]
ü  Original Word: יָדַע
ü  Part of Speech: Verbo
ü  Transliteration: yada
ü  Phonetic Spelling: (yaw-dah')
ü  Short Definition: conhecer, conhecimento.
Até ao verso 11, Deus responderá ao arrependimento hipócrita que estava acontecendo em Israel.
No verso quatro, Deus lamentou a qualidade transitória da aliança de amor de Israel e Judá, fazendo um contraste entre esse amor e a sua própria fidelidade (vs. 3) usando mais ilustrações da natureza. Enquanto Deus era o sol e a chuva serôdia, aqui eles eram a nuvem da manhã e o orvalho que logo passa, ou seja, não tinham raízes em si mesmos.
No verso cinco, Deus responde a pergunta do vs. 4. Deus usava os profetas para transmitir mensagens de advertência e julgamento. Como a luz do sol que a cada manhã dissipa as trevas, a justiça de Deus prossegue consistente e inevitavelmente (cf. SI 37.6), expondo os pecados dos que quebraram a aliança.
Deus estava requerendo deles conversão e arrependimento verdadeiros e não rituais e cerimonias ocas e vazias que serviam apenas para ilusão e engano do que para mostrar piedade e temor a Deus. A fidelidade à aliança - lealdade não rituais mecânicos -, era requerida do povo da aliança (veja SI 51; Mq 6.8).
Dos versos de 7 ao 10, Deus demonstrou a hipocrisia da nação ao apresentar rapidamente a lista de seus pecados. Esses versículos apresentam vários locais considerados de má fama nos dias de Oseias. Embora não saibamos os detalhes, o registro serve para incriminar toda a nação (vs. 10).
A BEG nos diz sobre o uso de Adão como referencia da transgressão que a alusão não está clara. Três possíveis referências são propostas:
(1)   Adão como sendo o primeiro homem (Gn 3).
(2)   Ou como sendo um local, a antiga cidade de Adã, próxima ao rio Jordão (Js 3.16), junto a Gileade, no vs. 8 e Siquém, no vs. 9. Essa é a tradução proposta pela NVI.
Com relação à Gileade, região montanhosa ao norte da Transjordânia, mas a palavra pode referir-se a uma cidade chamada Adã. Ela era considerada a cidade dos que praticavam a injustiça. Termo usado frequentemente nos Salmos para descrever os inimigos dos justos e do Senhor. Outra característica dela era o fato de estar manchada de sangue, talvez uma alusão aos cinquenta homens de Gileade envolvidos no assassinato de Pecaías (2Rs 15.25).
(3)   Ou ainda, como sendo a humanidade. A doutrina da aliança de Deus com Adão baseia-se em fatores diferentes da interpretação dessa passagem: os elementos de uma aliança estavam presentes no relacionamento de Deus com Adão (Gn 1-3).
Independente delas, o fato é que eles haviam se portado aleivosamente contra o Senhor, ou seja, quebraram a aliança e foram infiéis.
Os sacerdotes que teriam a função de serem os representantes do povo diante de Deus ao intercederem por eles, aqui, no verso 9, são citados como hordas de salteadores que espreitam alguém na estrada de Siquém (importante centro religioso e político - Dt 27.4,12-14; Js 8.30; 20.7; 24.1,25; Jz 9; 1Rs 12.1,25) e ainda como aqueles que estariam cometendo outros crimes vergonhosos.
Livro de Oseias – capítulo 6:
1 Vinde,
e tornemos para o Senhor,
porque ele despedaçou e nos sarará;
fez a ferida, e no-la atará.
2 Depois de dois dias nos ressuscitará:
ao terceiro dia nos levantará,
e viveremos diante dele.
3 Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor;
a sua saída, como a alva, é certa;
e ele a nós virá como a chuva,
como a chuva serôdia que rega a terra.
4 Que te farei, ó Efraim? que te farei, ó Judá?
porque o vosso amor é como a nuvem da manhã,
e como o orvalho que cedo passa.
5 Por isso os abati pelos profetas;
pela palavra da minha boca os matei;
e os meus juízos a teu respeito sairão como a luz.
6 Pois misericórdia quero,
e não sacrifícios;
e o conhecimento de Deus,
mais do que os holocaustos.
7 Eles, porém, como Adão, transgrediram o pacto;
nisso eles se portaram aleivosamente contra mim.
8 Gileade é cidade de malfeitores, está manchada de sangue.
9 Como hordas de salteadores que espreitam alguém,
assim é a companhia dos sacerdotes
que matam no caminho para Siquém;
sim, cometem a vilania.
10 Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel;
ali está a prostituição de Efraim;
Israel está contaminado.
11 Também para ti, ó Judá,
está determinada uma ceifa.
Ao querer eu trazer do cativeiro o meu povo. 
A BEG nos diz que a alusão não está clara, mas pode ser uma referência ao papel dos sacerdotes numa conspiração contra a família real (vs. 8).
A coisa horrenda que ele via - compare com Jr 5.30-31, 18.13; 23.14 – era a prostituição de Efraim na casa de Israel. Talvez uma figura para indicar a sua infidelidade religiosa ou política.
Dos versos 11, deste ao primeiro verso do próximo capítulo, veremos uma metáfora para o julgamento de Deus (Jr 51.33; JI 3.13) onde ocorrerá a mudança de sorte para fins de cura do povo.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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quarta-feira, 3 de junho de 2015

Oseias 5:1-15 - AS NOSSAS PÉSSIMAS ESCOLHAS JUSTIFICAM OS JULGAMENTOS SEVEROS DE DEUS.

Estamos fazendo nossa devocional de hoje no capítulo 5, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias; e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de Joás.
Em nossa leitura e reflexões, nos encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9).
1. Duas ações judiciais contra Israel (4.1-5.7).
Segunda ação.
Como já dissemos, Oseias desenvolve uma ação legal contra os sacerdotes, o povo e os príncipes, demonstrando que esses mereciam o julgamento de Deus. Os líderes da adoração, a nobreza e o povo foram acusados de prostituição religiosa.
O começo deste capítulo é com a mesma palavra do capítulo anterior. Ele começa dizendo para ouvir o que haveria de proclamar.
Os acusados foram intimados a ouvir de que se tratava o processo (veja 4.1). Todos deveriam escutar, sacerdotes, a casa de Israel, a casa do rei. Os sacerdotes eram os responsáveis pelo ensino da lei (4.6) e a casa real pela administração da justiça.
A Casa de Israel eram os israelitas. Contra eles se dirigiu o juízo de Deus e eles se tornaram um laço para Mispa e uma rede estendida sobre o Tabor, ou seja, o povo caiu em pecado quando tolamente seguiu a liderança pecaminosa dos sacerdotes e da realeza.
Essa Mispa, provavelmente, Mispa em Benjamim, conforme BEG, era local do circuito de julgamento de Samuel (1 Sm 7.5-6; 10.17-24), não Mispa em Gileade (Gn 31.43-55).
Já essa Tabor, era uma famosa montanha no extremo sul do vale de Jezreel (Dt 33.19; Jz 4.6; SI 68).
Esse e outros locais, no Reino do Norte, eram armadilhas para o culto de Baal.
O verso 2 fala que os revoltosos se aprofundaram na corrupção; no entanto, o Senhor iria castigar a todos eles. Quem são esses revoltosos se não aqueles que rejeitaram ao Senhor e negaram o conhecimento do Santo para seguirem seus próprios caminhos malignos?
O caminho de quem rejeita o Senhor não é nada bom, como vimos no capítulo anterior e essa advertência da corrupção parece um upgrade desse mal caminho, dessa péssima escolha dos homens.
Nosso Brasil, hodiernamente, está enfrentando uma onda terrível de corrupção, basta ver o atual escândalo da Petrobrás e o montante de dinheiro envolvido em falcatruas. Não seria isso, já consequência dessa rejeição que agora se aprofundam na corrupção? A palavra de Deus é clara que, em seguida, Deus os castigaria.
Deus diz que conhecia Efraim, ou seja, Israel (cf. 4.17; 5.5; 11.8) e indaga porque tinham se escondido para caírem na prostituição e se contaminado?
As ações deles não permitiam que eles mesmos voltassem para Deus por causa do espírito de prostituição, ou seja, por causa da participação deles nos rituais cananeus de fertilidade.
Aprisionados pelos seus atos pecaminosos (4.10; 7.2; 9.15; 12.2) e possuídos por um espírito de prostituição (cf. 4.12), os adeptos não reconheciam o Senhor e nem o conheciam (4.1,6) e não poderiam voltar ou se arrepender (cf. Jr 13.23; A BEG, aqui, recomenda a leitura e reflexão de seu texto, um artigo teológico chamado “Chamado efetivo e conversão", em At 16).
No processo que o Senhor instaurou contra o seu povo (4.1), seus próprios crimes testemunhavam contra eles (Dt 1.43; 1 Sm 12.3; 2Sm 1.16; Ez 16.56-57). Agora era a vez da soberba que os acusava – vs. 5.
No verso 6, o absurdo da hipocrisia, pois que com seus animais levando-os ao sacrifício, pensavam em buscar ao Senhor do seu jeito e do seu modo e não como Deus queria que envolvia arrependimento e conversão. O Senhor sentenciou Israel à futilidade na adoração. Ele não seria encontrado por meio dos sacrifícios do povo (4.13; 5.15; 1Sm 15.7-35; 2Rs 3.27, Is 1.11-17; Am 5.4-5), e a adoração corrupta do povo faria Deus rejeitá-lo.
Eles estava sendo acusados de aleivosamente estarem se havendo contra o Senhor gerando destarte filhos bastardos ou estranhos. Como uma esposa e mãe infiel, Israel deu à luz bastardos religiosos (4.6,13-14), da mesma maneira que se seus adultérios e prostituições literais, sempre no contexto da adoração a Baal, resultaram em gravidezes e crianças bastardas.
As festas por meio das quais o povo pensava que o Senhor mandaria bênçãos para os ventres e as colheitas, na realidade lhes seriam por julgamento (cf. Is 1.13; Jr 2.27) trazendo-lhes o juízo e não a colheita abundante.
2. A iminente derrota na guerra (5.8-8.14)
A partir do verso 8 até o capítulo 8.14, estaremos vendo a iminente derrota na guerra.
Oseias chamou a nação para se preparar para o ataque que sofreriam pelo instrumento do julgamento de Deus. Oseias tinha em mente muitos ataques feitos pela Assíria durante o período de julgamento (734-722 a.C.), incluindo algumas incursões por parte dos judaítas.
A destruição de Samaria pela Assíria, em 722, cumpriu essas palavras no Antigo Testamento. As ordens para tocar a trombeta (5.8; 8.1) apresentam os chamados para a guerra que organizam esses capítulos e constituem o seu tema principal.
Esses capítulos dividem-se em quatro partes: a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15) – veremos agora; b. A hipocrisia que resultou em derrota (6.1-7.2); c. Os líderes corruptos e as alianças que resultaram em derrota (7.3-16); e, d. A segunda convocação para a derrota na guerra (8.1-14).
a. A convocação para a derrota na guerra (5.8-15).
Até o verso 15, encerrando este capítulo estaremos vendo essa convocação para a derrota na guerra, a primeira convocação para a derrota na guerra. Oseias chamou os israelitas para se prepararem para uma guerra que eles já sabiam que iriam perder porque estavam sob o julgamento de Deus.
Que triste essa situação de derrota por causa das nossas péssimas escolhas que justificam os julgamentos e juízos de Deus. Tudo poderia ter sido diferente, mas agora era essa a consequência amarga de seus atos antecedentes tresloucados. Assim, também somos nós, em nossas idiossincrasias, teimando em rejeitar o conhecimento de Deus e se aprofundando depois na corrupção.
Esses três imperativos foram o grito do atalaia para alertar sobre a aproximação do inimigo.
·         Tocai.
·         Levantai.
·         Cuidado.
Em Gibeá, em Ramá e em Bete-Áven. Conforme a BEG, essas cidades benjamitas eram dispostas em linha reta em direção ao norte a partir de Jerusalém: Gibeá, 5 km; Ramá, 8 km; Bete-Áven (ou seja, Betel), 17 km. Por várias vezes, essas cidades foram reclamadas por Israel ou por Judá (1 Rs 15.16-22; 2Rs 16.5).
Pelo seu profeta, Deus diz que Efraim seria arrasado no dia do castigo e entre as tribos de Israel ele proclamava o que aconteceria.
Os líderes de Judá eram os que estavam mudando os marcos dos limites e por isso, sobre eles derramaria o Senhor a sua ira como uma inundação. A precipitada anexação do território benjamita por Judá (1Rs 15.16-22) provocou a ira de Deus; os limites territoriais eram sagrados para o Senhor, que era o dono da terra e esperava que ela fosse dividida como ele havia ordenado (Dt 19.14; 27.17; Já 24.2; Pv 22.28; 23.10). Veja CB 36.
A escolha de Efraim foi andar após a sua vaidade – vs. 11 – por isso que ele estava sendo oprimido e quebrantado no juízo de Deus. Para eles, o Senhor então seria como a traça e para com Judá seria Deus como a podridão, ou seja, seriam coisas destruidoras das coisas de valor.
Assim que Efraim e Judá viram a sua própria desgraça e ruína ao invés de se voltarem para o seu Senhor que tinha e tem poder contra essas coisas correram para a Assíria. Em vez de se voltar para o Senhor para que ele os curasse dos sofrimentos infligidos pelo inimigo (cf. Is 1.5-6; Jr 30.12-13), os israelitas se voltaram para a Assíria, em busca da ajuda do grande rei, mas quem disse que eles tinham condições de curá-los? Eles não poderiam sarar nem Israel, nem Judá de seus tumores. Registros assírios falam do tributo pago por Menaém e Oseias; compare com 2Rs 15.16-22; 17.3.
Livro de Oseias – capítulo 5:
1 Ouvi isto,
ó sacerdotes,
e escutai,
ó casa de Israel,
e dai ouvidos,
ó casa do rei;
porque contra vós se dirige este juízo;
pois que vos tornastes um laço para Mizpá,
e uma rede estendida sobre o Tabor.
2 Os revoltosos se aprofundaram na corrupção;
mas eu os castigarei a todos eles.
3 Eu conheço a Efraim, e Israel não se me esconde;
porque agora te tens prostituído, ó Efraim,
e Israel se contaminou.
4 As suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus;
porque o espírito da prostituição está no meio deles,
e não conhecem ao Senhor.
5 A soberba de Israel testifica contra eles;
e Israel e Efraim cairão pela sua iniqüidade,
e Judá cairá juntamente com eles.
6 Eles irão com os seus rebanhos e com as suas manadas,
para buscarem ao Senhor,
mas não o acharão;
ele se retirou deles.
7 Aleivosamente se houveram contra o Senhor,
porque geraram filhos estranhos;
agora a festa da lua nova os consumirá,
juntamente com as suas porções.
8 Tocai a corneta em Gibeá, a trombeta em Ramá;
soltai o alarma em Bete-Áven;
após ti, ó Benjamim.
9 Efraim será para assolação no dia do castigo:
entre as tribos de Israel declaro o que é certo.
10 Os príncipes de Judá são como os que removem os marcos;
derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água.
11 Efraim está oprimido e quebrantado no juízo,
porque foi do seu agrado andar após a vaidade.
12 Portanto para Efraim serei como a traça
e para a casa de Judá como a podridão.
13 Quando Efraim viu a sua enfermidade,
e Judá a sua chaga,
recorreu Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe;
mas ele não pode curar-vos,
nem sarar a vossa chaga.
14 Pois para Efraim serei como um leão,
e como um leão novo para a casa de Judá;
eu, sim eu despedaçarei,
e ir-me-ei embora;
arrebatarei, e não haverá quem livre.
15 Irei, e voltarei para o meu lugar,
até que se reconheçam culpados
e busquem a minha face;
estando eles aflitos,
ansiosamente me buscarão.
Por conta disso o Senhor seria contra eles como um leão. Mesmo com a ajuda assíria, Israel era uma presa indefesa diante do leão poderoso e faminto, o Senhor (cf. 13.7; Am 1.2; 3.8).
A consequência do descaso seria o abando do próprio Senhor por eles, pois que iria e voltaria ao seu lugar – vs. 15 - até que eles se reconhecessem culpados.
Deus, em ira, recolher-se-ia em seu santuário celestial (contraste com Dt 33.2; Jz 5.4; Am 1.2; cf. SI 46.4) até que o seu povo verdadeiramente se arrependesse (3.5).  
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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