sexta-feira, 8 de maio de 2015
sexta-feira, maio 08, 2015
Jamais Desista
Ezequiel 39:1-29 - VITÓRIA NA BATALHA FUTURA.
Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na
terceira e última parte “III”, na seção “A”, na última subseção “8”, no
capítulo 39. O livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·
Os
oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação
do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·
Uma
seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição
de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última
parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras
bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA
JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35).
A. A queda e a restauração de
Judá (33.1-39.29).
Recapitulando, nós falamos que do capítulo
33 até ao capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá a qual
foi dividia em oito seções principais, que estão sendo nossas subdivisões: 1.
Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33)
– já vimos; 3. Pastores do passado e
do futuro (34.1-31) – já vimos; 4. A
condenação de Edom (35.1-15) – já vimos;
5. Uma profecia aos montes de Israel (36.1-38) – já vimos; 6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14) – já vimos; 7. Junção de dois pedaços de
madeira (37.15-28) – já vimos; e, 8.
Vitória na batalha futura (38.1-39.29) – concluiremos
agora.
Como já dissemos, esses dois capítulos, 38
e 39, estão falando de uma vitória em uma batalha futura.
O filho do homem continua a ser orientado a
profetizar contra Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal. Deveria o profeta
dizer-lhe que ele será trazido com toda a sua tropa para Israel. Na verdade, em
sua mente, a ideia é justamente essa a de estar marchando para a guerra para ir
pelejar e conquistar a terra de Israel.
Deus usa a vontade humana para cumprir
todos os seus propósitos, sem interferir em suas ações, nem vilipendiar o seu
arbítrio. Gogue estava ciente de que estava fazendo a sua vontade, mas na
verdade, estava ele nas mãos do Todo-Poderoso que o conduzia para o seu juízo.
Ele viria do extremo norte e com um só
golpe Deus tiraria da sua mão esquerda o seu arco e faria cair as suas flechas
de sua mão direita. Ali nos montes de Israel, que imaginava sua vitória, cairia
sucumbido diante do Senhor.
Gogue e todas as suas tropas e todos os
seus povos aliados estariam agora expostos às aves de rapina de toda espécie e
aos animais do campo para serem inteiramente devorados.
Ele cairia nos campos e Deus ainda enviaria
um fogo destruidor contra Magogue e sobre todos os que habitavam seguros nas
ilhas e ai, sim, saberiam tratar-se do Senhor tudo isso.
O nome do Senhor ficará então conhecido e
nunca mais seria profanado e nisso, agora, as nações e não somente eles,
saberão que o Senhor é Deus, o Santo em Israel. Esse era um dia especial que o
Senhor falara que iria acontecer – vs. 8.
Ezequiel usou uma imagem vívida – vs. 9 - para
descrever como o exército inimigo havia sido grande e como a sua derrota havia
sido total. Compare com SI 46.9; JI 3.10. Se as armas, escudos e paveses, arcos
e flechas, bastões e lanças ascenderiam e sustentariam por sete anos o fogo,
imagina quão grande deveria ser esse exército que o Senhor abaterá.
Não será preciso lenha do campo, nem a
cortarão nos bosques, mas com as armas é que eles acenderão o fogo e assim,
roubarão e despojarão aqueles que vieram para roubar e despojar.
O lugar de sepultura para as hordas de
Gogue – vs. 11 - seria nas fronteiras de Israel, perto do mar Morto. A matança
seria tão grande que os sepultamentos exigiriam sete meses, sendo que depois
desse período prolongado de tempo, um outro sepultamento minucioso seria
necessário para que cadáveres pudessem ser procurados (vs. 12-15).
O contato com um cadáver tornava uma pessoa
cerimonialmente impura (Lv 11.24-28,39; 22.4), de modo que a terra demandaria
limpeza.
O vale – vs. 15 – onde seriam enterrados os
ossos que sobraram seria chamado “Vale de Hamom-Gogue” ou "vale das Forças
de Gogue" ou “Vale da multidão de Gogue”. Já a cidade será chamada de
Hamona (abundância, multidão) e desta forma seria purificada a terra.
Deus continua a instruir Ezequiel mandando
ele dizer agora às aves de toda espécie, e a todos os animais do campo para se
ajuntarem e virem de todos os lados para o seu sacrifício que ele faria por
eles, um grande sacrifício sobre os montes de Israel para comerem carne e
beberem sangue.
Carne e sangue de poderosos, dos príncipes
da terra, dos carneiros e dos bodes, dos novilhos e todos eles cevados em Basã -
uma região a leste do mar da Galileia, conhecida pelo seu gado de qualidade (Dt
32.14; SI 22.12; Am 4.1).
Normalmente os animais eram oferecidos como
sacrifícios e consumidos em refeições sacrificais. Aqui a imagem é invertida:
Deus fez sacrifício de seus inimigos e os animais se alimentaram.
Essa inversão da ordem criada (Gn 1.30;
9.2-3) é mais um modo pelo qual Ezequiel ilustrou a dissolução do cosmos no
caos, como parte do julgamento divino - 38.18-23; compare o vs. 4 com 29.5.
Mais tarde, João usaria a mesma ilustração (Ap 19.17-18; cf. Is 34.6-7; Jr
46.10; Si 1.7-9).
Eles iriam comer a gordura e beberem o
sangue como partes de um animal sacrificado oferecido a Deus (44.15; Lv 3.17). Haveria
fartura de tudo até de cavalos e de seus cavaleiros, dos valentes e dos homens
de guerra e a glória do Senhor seria estabelecida entre as nações que verão o
seu juízo ao ser executado e a sua mão pesada sobre eles no dia do seu juízo e
novamente iriam saber, daquele dia em diante, que o Senhor é Deus na casa de
Israel – vs. 22.
As nações iriam saber que os da casa de
Israel foram levados ao cativeiro por causa de sua iniquidade e porque se
houveram traiçoeiramente contra o Senhor. Deus, em consequência, escondeu o seu
rosto deles, os entregando nas mãos dos seus adversários, onde todos cairiam à
espada.
O exílio não mostrou que Deus houvesse
falhado em suas promessas - pelo contrário, demonstrou tanto a Israel como às
nações que a sua soberania era universal.
Embora Deus tivesse afligido o seu povo,
ele não os havia abandonado (vs. 25-29). Depois de descrever como Deus
esmagaria os seus inimigos (caps. 38-39), Ezequiel se volta para a descrição da
restauração gloriosa do povo de Deus (caps. 40-48), veremos isso em detalhes
nos próximos capítulos em que iremos refletir com a ajuda preciosa da BEG.
Assim diz o
Senhor Deus:
Eis
que eu sou contra ti, ó Gogue,
príncipe
e chefe de Meseque e Tubal;
Ez
39:2 e te farei virar e, conduzindo-te,
far-te-ei
subir do extremo norte,
e
te trarei aos montes de Israel.
Ez 39:3 Com
um golpe tirarei da tua mão esquerda o teu arco,
e
farei cair da tua mão direita as tuas flechas.
Ez 39:4 Nos
montes de Israel cairás,
tu
e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo;
e
às aves de rapina de toda espécie e aos animais do campo
te
darei, para que te devorem.
Ez 39:5 Sobre
a face do campo cairás;
porque
eu falei, diz o Senhor Deus.
Ez 39:6 E
enviarei um fogo sobre Magogue,
e
entre os que habitam seguros nas ilhas;
e
saberão que eu sou o Senhor.
Ez 39:7 E
farei conhecido o meu santo nome
no
meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar
o
meu santo nome;
e as nações
saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.
Ez 39:8 Eis
que isso vem, e se cumprirá, diz o Senhor Deus;
este
é o dia de que tenho falado.
Ez 39:9 E os
habitantes das cidades de Israel sairão,
e
com as armas acenderão o fogo,
e
queimarão os escudos e os paveses,
os
arcos e as flechas, os bastões de mão e as lanças;
acenderão o
fogo com tudo isso por sete anos;
Ez
39:10 e não trarão lenha do campo,
nem
a cortarão dos bosques,
mas
com as armas acenderão o fogo;
e roubarão
aos que os roubaram,
e despojarão
aos que os despojaram,
diz
o Senhor Deus.
Ez 39:11
Naquele dia, darei a Gogue como lugar de sepultura
em
Israel, o vale dos que passam ao oriente do mar,
o
qual fará parar os que por ele passarem;
e
ali sepultarão a Gogue, e a toda a sua multidão,
e
lhe chamarão o Vale de Hamom-Gogue.
Ez 39:12 E a
casa de Israel levará sete meses em sepultá-los,
para
purificar a terra.
Ez 39:13 Sim,
todo o povo da terra os enterrará;
e
isto lhes servirá de fama, no dia em que eu for glorificado,
diz
o Senhor Deus.
Ez 39:14
Separarão, pois, homens que incessantemente percorrerão
a
terra, para que sepultem os que tiverem ficado
sobre
a face da terra, para a purificarem.
Depois de
passados sete meses, farão a busca;
Ez
39:15 e quando percorrerem a terra,
vendo
alguém um osso de homem,
levantar-lhe-á
ao pé um sinal,
até
que os enterradores o enterrem
no
Vale de Hamom-Gogue.
Ez 39:16 E
também o nome da cidade será Hamona.
Assim
purificarão a terra.
Ez 39:17 Tu,
pois, ó filho do homem, assim diz o Senhor Deus:
Dize
às aves de toda espécie, e a todos os animais do campo:
Ajuntai-vos
e vinde;
ajuntai-vos
de todos os lados para o meu sacrifício,
que
eu sacrifico por vós,
sacrifício
grande sobre os montes de Israel,
para
comerdes carne e beberdes sangue.
Ez 39:18
Comereis as carnes dos poderosos
e
bebereis o sangue dos príncipes da terra,
dos
carneiros e dos cordeiros, dos bodes
e
dos novilhos, todos eles cevados em Basã.
Ez 39:19
Comereis da gordura até vos fartardes,
e
bebereis do sangue até vos embebedardes,
da
gordura e do sangue do sacrifício
que
vos estou preparando.
Ez 39:20 E à
minha mesa vos fartareis de cavalos e de cavaleiros,
de
valentes e de todos os homens de guerra,
diz
o Senhor Deus.
Ez 39:21
Estabelecerei, pois, a minha glória entre as nações,
e
todas as nações verão o meu juízo,
que
eu tiver executado,
e a minha
mão, que sobre elas eu tiver descarregado.
Ez 39:22 E os
da casa de Israel saberão desde aquele dia em diante,
que
eu sou o Senhor Deus.
Ez 39:23 E as
nações saberão que os da casa de Israel,
por
causa da sua iniqüidade,
foram
levados em cativeiro;
porque
se houveram traiçoeiramente para comigo,
e
eu escondi deles o meu rosto;
por isso os
entreguei nas mãos de seus adversários,
e
todos caíram à espada.
Ez 39:24
Conforme a sua imundícia
e
conforme as suas transgressões me houve com eles,
e
escondi deles o meu rosto.
Ez 39:25 Portanto assim diz o Senhor
Deus:
Agora
tornarei a trazer Jacó, e me compadecerei
de
toda a casa de Israel; terei zelo pelo meu santo nome.
Ez 39:26 E
eles se esquecerão tanto do seu opróbrio,
como
de todas as suas infidelidades
pelas
quais transgrediram contra mim,
quando
eles habitarem seguros na sua terra,
sem
haver quem os amedronte;
Ez 39:27
quando eu os tornar a trazer de entre os povos,
e
os houver ajuntado das terras de seus inimigos,
e
for santificado neles aos olhos de muitas nações.
Ez 39:28
Então saberão que eu sou o Senhor seu Deus,
vendo
que eu os fiz ir em cativeiro entre as nações,
e
os tornei a ajuntar para a sua terra.
Não
deixarei lá nenhum deles;
Ez
39:29 nem lhes esconderei mais o meu rosto;
pois
derramei o meu Espírito sobre a casa de Israel,
diz
o Senhor Deus.
Era conforme a sua imundícia e conforme as
suas transgressões que Deus estava contra eles e tinha assim escondido o seu
rosto deles, mas Deus iria mudar a sorte de Jacó – vs. 25. Com os inimigos
destruídos, Ezequiel se volta para os propósitos de Deus para o seu povo, a
restauração dele e sua bem-aventurança.
Por causa do zelo de Deus pelo seu nome –
vs. 25 -, eles haveriam de se esquecer do seu opróbrio, com todas as suas
infidelidades com as quais transgrediram contra o Senhor quando habitavam
seguros em sua terra sem haver quem os amedrontassem.
Isso se sucederá na sua volta de entre os
povos, de entre os seus inimigos, quando Deus os ajuntar dentre os povos e
quando fosse santificado aos olhos de muitas nações, então – vs. 28 – saberão
que o Senhor é Deus porque os fará voltar das nações, sem deixar um sequer
esquecido.
Deus se lembrará deles e não mais lhes
esconderá o seu rosto, pois que derramará de seu Espírito - 36.25; compare com
11.19; 18.31; 36.26-27; 37.14; Jl 2.28 - sobre toda a casa de Israel, assim
estava falando o Senhor- vs. 29.
...
quinta-feira, 7 de maio de 2015
quinta-feira, maio 07, 2015
Jamais Desista
Ezequiel 38:1-23 - GOGUE, MAGOGUE E A SOBERANIA DE DEUS
Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na
terceira e última parte “III”, na seção “A”, na subseção “4”, no capítulo 38. O
livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·
Os
oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação
do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·
Uma
seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição
de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última
parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras
bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA
JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35).
A. A queda e a restauração de
Judá (33.1-39.29).
Recapitulando, nós falamos que do capítulo
33 até ao capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá a qual
foi dividia em oito seções principais, que estão sendo nossas subdivisões: 1.
Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33)
– já vimos; 3. Pastores do passado e
do futuro (34.1-31) – já vimos; 4. A
condenação de Edom (35.1-15) – já vimos;
5. Uma profecia aos montes de Israel (36.1-38) – já vimos; 6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14) – já vimos; 7. Junção de dois pedaços de
madeira (37.15-28) – já vimos; e, 8.
Vitória na batalha futura (38.1-39.29) – iniciaremos
agora.
8. Vitória na batalha futura (38.1-39.29).
Os próximos dois capítulos falarão de uma
vitória em uma batalha futura.

Continua a BEG, alguma oposição realmente
se levantou contra os primeiros esforços para restaurar a nação (ver Ed e Ne),
mas não significaram muita coisa porque Israel não significava muita coisa.
Nesse caso, Gogue, príncipe de Magogue,
tomou-se a personificação da máxima oposição ao reino e ao povo de Deus. Deus
viria como um guerreiro divino, lutando a batalha de Israel e impondo uma
derrota apocalíptica sobre seus inimigos, preparando o caminho para a cidade
renovada.
Essa grande batalha final foi prorrogada em
razão dos fracassos da comunidade restaurada. Foi iniciada, entretanto, na morte
e ressurreição de Cristo, continua na igreja hoje e atingirá sua completa
realização quando Cristo retomar - Am 9.11-15.
O capítulo 38 começa com a palavra do Senhor
vindo ao seu profeta Ezequiel e dizendo para ele dirigir o seu rosto para
Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Tubal e profetizar contra ele,
dizendo que o Senhor era contra ele e que o faria voltar, mesmo que tivesse de
colocar em seus queixos anzóis para isso.
Diz-nos a BEG que a identidade de Gogue é
problemática. Ele é frequentemente identificado como Guigues, um rei da Líbia,
pais localizado na Anatólia, Ásia Menor, no extremo nordeste do Mediterrâneo.
Nos textos acadianos do século 7 a.C.,
Guigues é conhecido como um vassalo dos assírios; uma lenda posterior o relaciona
à invenção da cunhagem de moedas.
Embora o nome Gogue seja foneticamente
semelhante à palavra acadiana para "Guigues", a identificação com
esse rei histórico não é, de modo algum, incontestável.
Já Magogue era um país governado por Gogue
e também não consta das listas e das citações geográficas da literatura antiga
ainda existentes; pode não significar mais do que "terra de Gogue".
Ele também era príncipe de Meseque e Tubal.
Embora a identificação de Gogue e Magogue permaneça incerta, não há dúvida a
respeito da identificação de Meseque e Tubal (27.13). Ambos são mencionados por
historiadores antigos, como Heródoto e Josefo, e em documentos assírios datados
entre os séculos 12 e 8 como tribos que viviam na parte central e leste de
Anatólia.
Um dos reis de Meseque do final do século 8
era conhecido dos assírios como Mitas, o Midas conhecido pelos historiadores
clássicos pela sua riqueza legendária. Consideráveis mal-entendidos resultaram
de especulações mal orientadas a respeito desses termos geográficos.
Alguns intérpretes identificaram
incorretamente esses locais com outros lugares conhecidos da geografia
contemporânea e, a partir disso, conjecturaram a respeito de acontecimentos
políticos futuros.
Continua nos ensinando a BEG que Meseque
seria, assim, identificado com Moscou, e Tubal com a cidade russa de Tobolsk,
ambas as quais estão geograficamente muito distantes da região que Ezequiel
tinha em mente.
Além disso, uma vez que a palavra “príncipe",
na expressão "príncipe de Rôs" (vs. 2) é a palavra hebraica ro’sh, alguns têm insistido que a
expressão menciona o "príncipe da Rússia".
Mesmo que essa palavra pudesse supostamente
ser traduzida como um nome geográfico e não como “príncipe", ela
dificilmente se referiria à moderna Rússia.
A palavra Rússia foi introduzida na região
norte de Kiev pelos vikings durante a Idade Média e, portanto, não seria um
termo usado no tempo de Ezequiel.
Quando descreve as ameaças à existência de
Israel, a Bíblia comumente se refere a inimigos que vêm do norte (Is 41.25; Jr
1.13-15; 4.6; 6.22; 10.22; 13.20; 15.12: 25.9,26; 46.10,20,24; 50.3,9,41,49; Ez
26.7; 38.6,15; 39.2: Dn 11; Zc 2.6; 6.6-8; cf. Is 5.26-29; 13.1-13; Na 2.2-10;
3.1-3; Hb 1.5-11).
Nos tempos pré-exílio, as referências a esses
inimigos do norte eram alusões aos inimigos tradicionais de Israel: Assíria,
Babilónia e Pérsia; no entanto, nos escritos dos períodos do exílio e
pós-exílio, os inimigos vindos do norte assumiram proporções além das normais.
Em sua descrição do conflito final com a
comunidade restaurada, Ezequiel escolheu mencionar tribos que viviam nos
limites dos reinos do norte, para indicar que haveria uma oposição muito
difundida contra o reino restaurado de Deus.
Ao invés de especulações acaloradas sobre
história futura, os leitores modernos deveriam compreender que Ezequiel
tencionava usar essas nações como referência a todos os poderes orquestrados
contra o povo de Deus.
Interessante observar que nos seus oráculos
contra as nações estrangeiras (Ez 29-32), o livro não contém nenhum julgamento
a respeito da Babilônia, onde Ezequiel e os exilados eram mantidos em
cativeiro.
Gogue e Magogue reaparecem nas descrições apocalípticas
de João sobre o futuro conflito entre o bem e o mal. Em Ap 20.8, tanto Gogue
como Magogue são termos geográficos.
O Senhor diz por seu profeta que era contra
Gogue e que o faria voltar pondo nele anzóis em seus queixos para levá-lo,
juntamente com os seus seguidores envolvendo seus exércitos, tropas, companhias.
Os persas, os etíopes, os de Pute, Gômer e
todas as suas tropas - provavelmente um grupo conhecido dos assírios como guimirrai
e dos gregos como cimérios, situado ao norte do mar Negro -, a casa de Togarma,
do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos povos eram com ele e viriam
juntos.
Gogue lideraria não apenas uma coalizão de nações
vindas do norte, mas também de regiões ao sul de Israel (Etiópia e Pute).
Esse quadro mostra uma mobilização total
contra o povo de Deus. Compare com a convocação divina para a guerra em Jl 3.9-11;
Ap 16.14.
Eles deveriam se preparar e virem com todas
as suas forças. Ezequiel estava descrevendo como a aliança de nações atacaria o
povo restaurado de Deus.
Suas palavras se aplicam em primeiro lugar
à resistência que a primeira comunidade pós-exílio sofreria, mas dizem respeito
também à perseguição contra o povo de Deus daquele ponto em diante, especialmente
contra a igreja até o retorno de Cristo.
Ezequiel falou sobre um tempo no futuro
quando Israel estaria reunido na Terra Prometida. Essa reunião teve início em
539 a.C. quando Ciro enviou de volta alguns israelitas para repovoarem a Terra
Prometida.
Entretanto, o pecado continuado causou o
fracasso dessa restauração, de tal modo que ela foi postergada até o tempo de
Cristo.
Cristo começou a restaurar o povo de Deus
em sua primeira vinda; ele continua a fazê-Io pelo ministério da igreja e
completará essa restauração na sua segunda vinda.
Eles todos reunidos subiriam contra Israel
e encheriam a terra e os céus como nuvens, como uma terrível tempestade que
cobriria toda a terra vista. Adversários sem conta se reuniriam - compare com
JI 2.2,11 e veja Jr 4.13.
Naqueles dias, esses irão ter altivos
projetos em seus corações que maquinarão um mau desígnio levando-os a subirem
desaforadamente contra a terra das aldeias não muradas, contra os que estão em
repouso, que habitam seguros, sem muros, nem ferrolhos, nem portas. O desejo
deles é tomarem os despojos e arrebatarem a presa do povo, dentre as nações, que
adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra.
A impressão que se tem à primeira vista é
que o inimigo estaria vindo assustadoramente e com todas as suas forças e
poder, mas na realidade, a verdade era que Deus é que estava levando os
inimigos à sua própria destruição (vs. 4,16).
Jamais podemos deixar de lado a soberania
de Deus e o seu poder e onisciência. Nada acontece por acaso e ele
soberanamente governa todas as coisas, mesmo quando os povos e nações pensam
que estão agindo livremente.
No verso 13, Sabá, Dedã e os mercadores de
Társis estavam provocando Gogue e seus seguidores que estavam interessados em tomar
o despojo, arrebatar a presa, levar a prata e o ouro, tomar o gado e os bens, saquear
grande despojo.
Sobre Sabá e Dedã, sabemos, conforme a BEG,
que Sabá - atual Iêmen, no sudoeste da península arábica – dos sabeus, do povo
de Sabá, era notável na antiguidade pelo seu comércio (23.42; 27.22; 1Rs
10.1-2; Jó 6.19; JI 3.8) e Dedã, era um território ao sul de Edom (25.13;
27.20; Jr 25.23; 49.8).
Gogue invadirá Israel
A partir do verso 14, quando Deus pede ao
seu profeta para profetizar contra Gogue. Ele fala de um tempo em que Israel
estará seguro e Gogue virá do extremo norte com muitos povos com ele, como se
fosse uma grande nuvem para engolirem a nação de Israel.
Será nos últimos dias Que Deus os trará
contra a sua terra para que as nações o conheçam a ele, como Deus e Senhor,
pois vindicará a sua santidade sobre Gogue, à vista dos seus próprios olhos –
vs. 16.
Continua o Senhor a falar se não seria ele
aquele de quem ele estava falando no passado, por intermédio de seus profetas. Ezequiel
se referiu a profecias anteriores que descreviam um inimigo vindo do norte -
vs. 2. Gogue não é mencionado em nenhuma outra profecia do Antigo Testamento.
Ez 38:2 Filho
do homem, dirige o teu rosto para Gogue,
terra
de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal,
e
profetiza contra ele,
Ez 38:3 e dize:
Assim diz o
Senhor Deus:
Eis
que eu sou contra ti, ó Gogue,
príncipe
e chefe de Meseque e Tubal;
Ez
38:4 e te farei voltar,
e
porei anzóis nos teus queixos,
e
te levarei a ti, com todo o teu exército,
cavalos e
cavaleiros, todos eles vestidos de armadura completa,
uma
grande companhia, com pavês e com escudo,
manejando
todos a espada;
Ez 38:5
Pérsia, Cuche, e os de Pute com eles,
todos
com escudo e capacete;
Ez 38:6
Gomer, e todas as suas tropas;
a casa de
Togarma no extremo norte,
e todas as
suas tropas; sim, muitos povos contigo.
Ez 38:7
Prepara-te, sim, dispõe-te,
tu
e todas as tuas companhias que se reuniram a ti,
e
serve-lhes tu de guarda.
Ez 38:8
Depois de muitos dias serás visitado.
Nos
últimos anos virás à terra que é restaurada da guerra,
e
onde foi o povo congregado dentre muitos povos
aos
montes de Israel,
que haviam
estado desertos por longo tempo;
mas
aquela terra foi tirada dentre os povos,
e
todos os seus moradores estão agora seguros.
Ez 38:9 Então
subirás, virás como uma tempestade,
far-te-ás
como uma nuvem para cobrir a terra,
tu
e todas as tuas tropas, e muitos povos contigo.
Ez 38:10 Assim diz o Senhor Deus:
Acontecerá
naquele dia que terás altivos projetos no teu coração,
e
maquinarás um mau desígnio.
Ez 38:11 E
dirás:
Subirei
contra a terra das aldeias não muradas;
irei
contra os que estão em repouso,
que habitam seguros,
habitando
todos eles sem muro,
e
sem ferrolho
nem
portas;
Ez 38:12 a
fim de tomares o despojo,
e
de arrebatares a presa,
e
tornares a tua mão contra os lugares desertos
que
agora se acham habitados,
e contra o
povo que foi congregado
dentre
as nações,
o qual
adquiriu gado e bens,
e
habita no meio da terra.
Ez 38:13
Sabá, e Dedã, e os mercadores de Társis,
com
todos os seus leões novos, te dirão:
Vens
tu para tomar o despojo?
Ajuntaste o
teu bando para arrebatar a presa,
para levar a
prata e o ouro,
para tomar o
gado e os bens,
para saquear
grande despojo?
Ez 38:14
Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue:
Assim
diz o Senhor Deus:
Acaso
naquele dia,
quando
o meu povo Israel habitar seguro,
não
o saberás tu?
Ez 38:15
Virás, pois, do teu lugar, lá do extremo norte,
tu
e muitos povos contigo, montados todos a cavalo,
uma
grande companhia e um exército numeroso;
Ez 38:16 e
subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem,
para
cobrir a terra.
Nos
últimos dias hei de trazer-te contra a minha terra,
para
que as nações me conheçam a mim,
quando
eu tiver vindicado a minha santidade em ti,
ó
Gogue, diante dos seus olhos.
Ez 38:17 Assim diz o Senhor Deus:
Não és tu
aquele de quem eu disse nos dias antigos,
por
intermédio de meus servos, os profetas de Israel,
os
quais naqueles dias profetizaram largos anos,
que
te traria contra eles?
Ez 38:18
Naquele dia, porém, quando vier Gogue
contra
a terra de Israel, diz o Senhor Deus,
a
minha indignação subirá às minhas narinas.
Ez 38:19 Pois
no meu zelo, no ardor da minha ira falei:
Certamente
naquele dia haverá um grande tremor
na
terra de Israel;
Ez 38:20 de
tal sorte que tremerão diante da minha face
os
peixes do mar, as aves do céu, os animais do campo,
e
todos os répteis que se arrastam sobre a terra,
bem como
todos os homens que estão sobre a face da terra;
e
os montes serão deitados abaixo,
e
os precipícios se desfarão,
e
todos os muros desabarão por terra.
Ez 38:21 E
chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes,
diz
o Senhor Deus;
a
espada de cada um se voltará contra seu irmão.
Ez 38:22
Contenderei com ele também por meio da peste e do sangue;
farei
chover sobre ele e as suas tropas,
e
sobre os muitos povos que estão com ele,
uma
chuva inundante,
grandes
pedras de saraiva, fogo e enxofre.
Ez 38:23
Assim eu me engrandecerei e me santificarei,
e
me darei a conhecer aos olhos de muitas nações;
e
saberão que eu sou o Senhor.
O próprio Deus seria o defensor de Israel
contra Gogue. Em passagens que descrevem o aparecimento do guerreiro divino, os
profetas comumente falam de uma convulsão que se refletiria na ordem criada; a
criação dissolvendo-se no caos primitivo (29.3-5; Is 13.13;. 24.18-20; Jr
4.23-26; Ag 2.6,7,21; J12.10,30-31; 3.16; cf. Jz 5.4; SI 18.8, 46.3; 68.9,
77.19).
Ele fala que sua indignação subirá às suas
narinas e no seu zelo, no ardor da sua ira falará e haverá na terra de Israel
um grande e terrível tremor de tal sorte que tremerão diante da sua face os
peixes do mar, as aves do céu, os animais do campo, e todos os répteis que se
arrastam sobre a terra, bem como todos os homens que estão sobre a face da
terra; e os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos
os muros desabarão por terra.
Em seguida, contra ela levantará sua espada,
que se volverá contra os seus próprios irmãos, a peste, o sangue e ainda fará
chover sobre eles e as suas tropas e sobre os muitos povos que estão com ele,
uma chuva inundante com grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre.
Neste caso, o Senhor será engrandecido e
santificado diante de todos, pois que claramente se dará a conhecer às nações e
haverão de saber que o Senhor é Deus!
...
quarta-feira, 6 de maio de 2015
quarta-feira, maio 06, 2015
Jamais Desista
Ezequiel 37:1-28 - O VALE DOS OSSOS SECOS E OS DOIS PEDAÇOS DE PAU
Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na
terceira e última parte “III”, na seção “A”, na subseção “4”, no capítulo 37, o
famoso capitulo dos ossos secos. O livro de Ezequiel é composto de 48
capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·
Os
oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação
do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·
Uma
seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição
de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última
parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras
bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA
JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35).
A. A queda e a restauração de
Judá (33.1-39.29).
Recapitulando, nós falamos que do capítulo
33 até ao capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá a qual
foi dividia em oito seções principais, que estão sendo nossas subdivisões: 1.
Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33)
– já vimos; 3. Pastores do passado e
do futuro (34.1-31) – já vimos; 4. A
condenação de Edom (35.1-15) – já vimos;
5. Uma profecia aos montes de Israel (36.1-38) – já vimos; 6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14) – veremos agora; 7. Junção de dois pedaços
de madeira (37.15-28); e, 8. Vitória na batalha futura (38.1-39.29).
Este capítulo falará da ressurreição dos
ossos secos e da junção de dois pedaços de pau.
Tudo começou com a mão do Senhor vindo
sobre Ezequiel e ele sendo levado no Espírito do Senhor onde foi colocado no
meio de um vale que estava cheio de ossos secos e o Espírito o fez andar por
aqueles ossos. Ezequiel notou que eles eram muito numerosos e demasiadamente
sequíssimos.
Nessa passagem, as palavras sopro, espírito
e vento são todas traduções da mesma palavra hebraica, traduzida em cada caso
por uma palavra que se enquadre nas exigências do contexto (vs. 1,5,
6,8,9,10,14).
Já a palavra vale que era onde estavam os
ossos secos, o mesmo termo é usado em 3.22. Uma vez que o termo é usado apenas
nessas duas passagens, o local dessa visão pode ter sido o mesmo daquele onde o
profeta recebeu o seu chamado.
Alguns sugerem que o lugar ficaria no
entorno de Jerusalém, possivelmente no vale de Cedrom a leste da cidade
(47.1-6; JI 3.12; Zc 14.4).
Conforme a BEG, os intérpretes há muito
discutem a questão do relacionamento entre a visão de Ezequiel e a ressurreição
geral no final dos tempos.
Iremos encontrar alguns relatos de
ressurreição de mortos também no Antigo Testamento, mas eles são poucos (1Rs
17.17-24; 2Rs 4.8-37; 13.21) e não vemos nele uma doutrina ou ensinamento
específico sobre a ressurreição pessoal ou geral (Jó 14.14; 19.25-26, Dn
12.12).
No entanto, as imagens de Ezequiel
claramente pertenciam à situação dos exilados e suas esperanças de restauração
(vs. 14); a visão não diz respeito à ressurreição do final dos tempos.
A literatura intertestamentária, que
precede o Novo Testamento desenvolveu mais completamente a doutrina da
ressurreição e Jesus confirmou que uma ressurreição geral era aguardada no
futuro (Jo 5.28-29). A imagem de ressurreição nessa visão de Ezequiel
apropriadamente retrata a renovação espiritual do povo de Deus, necessitados
como estavam de restauração (cf. Et 2.1-10).
O Senhor perguntou ao seu profeta depois
daquele passeio no vale, no meio daqueles ossos secos, dirigindo-se a ele como de
costume, o chamando de filho do homem. Ele pergunta a ele se aqueles ossos
poderiam viver.
O profeta não responde, mas foge da
pergunta devolvendo a Deus a resposta à sua pergunta retórica: “Senhor Deus, tu o sabes”.
Deus então lhe ordena que profetize aos
ossos secos. A palavra profética era como a palavra de Deus na criação. Deus
falou e uma nova vida foi criada (Gn 1). Do mesmo modo, as palavras de Ezequiel
foram eficientes nessa visão, pois eram as palavras de Deus.
Ezequiel então diz aos ossos secos: “ossos secos, ouvi a palavra do Senhor” –
vs. 4.
Poderia ossos secos ouvir a palavra? O
mesmo poderíamos perguntar dos mortos-vivos (condição do homem sem Cristo),
poderiam eles ouvir a palavra? Se não ouvem, como poderiam responder? Eles somente
podem fazer alguma coisa depois de o fôlego de vida entrar neles da parte de Deus
e não antes. O mesmo se dá ao pregarmos. É a palavra de Deus que gera vida e
fôlego neles.
E Deus continua a falar pela boca do
profeta a pregar a sua palavra de vida a qual devemos pregar confiando que nela
há vida para poder gerar a vida na morte. Deus então diz:
·
Eis que vou fazer entrar em vós o
fôlego da vida,
·
e vivereis.
·
Ez 37:6 E porei nervos sobre vós,
·
e farei crescer carne sobre vós,
·
e sobre vos estenderei pele,
·
e porei em vós o fôlego da vida,
·
e vivereis.
Depois disso diz que então haveriam de
saber que o Senhor é Deus.
Ezequiel obedece e profetiza como instruído
e ao profetizar, como lhe fora ordenado, um milagre ia acontecendo. Ele ia
profetizando e já começava a ver que algo diferente ia acontecendo com aqueles
ossos.
Os ossos estavam se achegando um ao outro e
se ajuntando, por isso faziam grande reboliço e barulho. Ezequiel continuou a
olhar e agora já nervos e carnes começavam a crescer neles e por fim a pele
sobre eles por cima, mas não havia fôlego de vida neles, nem eles ainda estavam
de pé.
Deus lhe orienta então que profetize também
ao fôlego de vida dizendo para ele que assim dizia o Senhor que eles viessem
dos quatro ventos e assoprassem sobre os mortos para que vivessem.
Ezequiel obedece e prega e profetiza como
tinha sido ordenado e semelhantemente quando pregara aos ossos secos, o fôlego
de vida assoprou sobre eles - relembra Gn 2.7 -, isto é, entrou neles e
viveram, puseram-se de pé, um exército enorme.
Depois disso veio a Ezequiel a explicação
de tudo aquilo. Os ossos secos eram a casa de Israel. Eles se secaram porque
tinha secado toda a esperança do povo de Deus por uma salvação. E mais uma vez
Deus ordena que ele profetizasse aos que reviveram.
A visão começou com os ossos expostos e não
enterrados (vs. 2), mas ampliou-se até a abertura das sepulturas. Deus mandou
ele dizer que ele mesmo abriria as suas sepulturas e ele mesmo os faria sair e
assim os traria à terra de Israel.
Quando isso acontecesse, eles novamente
iriam saber que o Senhor é Deus. A restauração de Israel seria o testemunho de
Deus a respeito de seu próprio poder e governo, pois Deus poria neles o seu
Espírito para que vivessem e depois os poria na sua terra – vs. 14.
Recapitulando, Ezequiel pregou três vezes:
·
Aos
ossos secos.
·
Ao
fôlego de vida.
·
Aos
ressuscitados.
7. Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28).
Depois da palavra de profecia aos ossos secos, ao
fôlego de vida e aos ressuscitados, ele apanha alegoricamente dois pedaços de
pau, escreve neles que um seria por Judá e o outro por Israel e os junta de
forma a formarem um só em suas mãos.
Ezequiel encenou outro ato simbólico
(4.1-3). Dois pedaços de madeira, um trazendo o nome do Reino do Sul, Judá, e o
outro com o nome do Reino do Norte, Efraim (Israel), foram segurados ponta com
ponta nas mãos de Ezequiel de modo que pareciam estar unidos (vs. 15-17). Zc
11.7 pode estar baseado nessa passagem.
Isso despertaria neles a curiosidade e
quando fossem perguntar o que Ezequiel estava querendo dizer com isso o Senhor lhe
orientou a dizer-lhes que estaria juntando os dois povos em um só povo de Deus.
Ezequiel interpretou seu próprio ato (vs.
16-17).
Os descendentes de Efraim, filho de José,
haviam dominado o Reino do Norte, o qual era, portanto, às vezes, designado
como "Efraim" (2Cr 25.7,10; Is 7.2,9,17; 11.13; 17.3; Jr 31.20; Os
4.17; 5.5; 6.4; 8.9; 9.8; 10.6; Zc 9.13).
O Reino do Norte havia caído diante do
exército dos assírios quase um século e meio antes do oráculo de Ezequiel; a
maior parte de sua população encontrava-se dispersa entre outras nações e
absorvida por elas.
Ezequiel olhava para trás, para o reino
unido sob Davi e Salomão e para frente, para uma futura restauração ideal
(33.23,24; Jr 3.18; 23.5-6; Os 1.11; Am 9.11).
Ezequiel não havia usado a palavra rei para
se referir a qualquer dos governadores históricos de Jerusalém, usando em seu
lugar o termo príncipe (vs. 25; 7.27; 12.10,12; 19.1; 21.12,25; 22.6; 34.24).
Aqui, entretanto, ele descreve o futuro
soberano davídico como “rei" (vs. 22,24), possivelmente uma maneira sutil
de distinguir esse futuro soberano de qualquer outro que Israel tivesse jamais
conhecido.
O Novo Testamento identifica esse rei-pastor
como Jesus - 34.1-31; 34.2-10. Jesus reina sobre o povo renovado de Deus como o
seu rei eterno – vs. 25; Mt 27.44: 26.64; Mc 12.36: 14.62: 16.19; Lc 20.42:
22.69; At 2.33-34; 5.31; 7.56; Rm 8.34; Hb 1.3,13; 12.2; 1Pe 3.22).
O verso 25 fala que eles habitarão na terra
para sempre. Ezequiel falou claramente sobre uma reunificação escatológica,
evidenciada pelo seu repetido uso da expressão "para sempre" vs.
25-26,28.
Compare a aliança de paz – vs. 26 - com a aliança
perpétua 34.25 e ainda com Nm 18.19; 25.12-13. Esta aliança, de paz ou perpétua,
é uma expressão usada:
·
Na
aliança com Noé (Gn 9.16; Is 24.5).
·
Na
aliança abraâmica (Gn 17.7,13,19; 1Cr 16.17; SI 105.10).
·
Na
aliança davídica (2Sm 23.5: Is 55.3).
·
Na
nova aliança (61.8; Jr 32.40; 50.5: Ez 16.60).
Como estamos falando de alianças, o momento
é oportuno e recomendado pela BEG, para lermos o seu artigo teológico - A
aliança das obras e a aliança da graça[1] -
em Gn 6.
Com a aliança feita, Deus os estabelecerá e
os multiplicará pondo o seu santuário no meio deles para sempre. O seu
tabernáculo permanecerá com eles e eles serão o seu povo e ele o seu Deus para
sempre.
Ezequiel esperava por uma cidade de Deus
renovada (caps. 40-48); mais de seiscentos anos depois, João teve uma visão
semelhante (Ap 21), mas de uma cidade que não necessitava de um templo (Ap
21.22).
e ele me
levou no Espírito do Senhor,
e
me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos;
Ez
37:2 e me fez andar ao redor deles.
E eis que
eram muito numerosos sobre a face do vale;
e
eis que estavam sequíssimos.
Ez 37:3 Ele me perguntou:
Filho do
homem, poderão viver estes ossos?
Respondi:
Senhor Deus,
tu o sabes.
Ez 37:4 Então me disse:
Profetiza
sobre estes ossos, e dize-lhes:
Ossos
secos, ouvi a palavra do Senhor.
Ez 37:5 Assim diz o Senhor Deus a estes
ossos:
Eis que vou
fazer entrar em vós o fôlego da vida,
e vivereis.
Ez 37:6 E
porei nervos sobre vós,
e farei
crescer carne sobre vós,
e sobre vos
estenderei pele,
e porei em
vós o fôlego da vida,
e vivereis.
Então
sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 37:7
Profetizei, pois, como se me deu ordem.
Ora
enquanto eu profetizava, houve um ruído;
e
eis que se fez um rebuliço,
e
os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
Ez 37:8 E
olhei, e eis que vieram nervos sobre eles,
e
cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima;
mas
não havia neles fôlego.
Ez 37:9 Então ele me disse:
Profetiza ao
fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem,
e
dize ao fôlego da vida:
Assim
diz o Senhor Deus:
Vem
dos quatro ventos, ó fôlego da vida,
e
assopra sobre estes mortos,
para
que vivam.
Ez 37:10
Profetizei, pois, como ele me ordenara;
então
o fôlego da vida entrou neles e viveram,
e
se puseram em pé, um exército grande em extremo.
Ez 37:11 Então me disse:
Filho do
homem, estes ossos são toda a casa de Israel.
Eis
que eles dizem:
Os
nossos ossos secaram-se,
e
pereceu a nossa esperança;
estamos
de todo cortados.
Ez 37:12 Portanto profetiza, e
dize-lhes:
Assim diz o
Senhor Deus:
Eis
que eu vos abrirei as vossas sepulturas,
sim,
das vossas sepulturas vos farei sair,
ó
povo meu,
e
vos trarei à terra de Israel.
Ez 37:13 E
quando eu vos abrir as sepulturas,
e
delas vos fizer sair, ó povo meu,
sabereis
que eu sou o Senhor.
Ez 37:14 E
porei em vós o meu Espírito,
e vivereis,
e vos porei
na vossa terra;
e sabereis
que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.
Ez 37:15 A palavra do Senhor veio a mim,
dizendo:
Ez 37:16 Tu,
pois, ó filho do homem, toma um pau, e escreve nele:
Por
Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros.
Depois toma
outro pau, e escreve nele:
Por
José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel,
seus
companheiros;
Ez 37:17 e
ajunta um ao outro, para que se unam,
e
se tornem um só na tua mão.
Ez 37:18 E
quando te falarem os filhos do teu povo, dizendo:
Porventura
não nos declararás o que queres dizer
com
estas coisas?
Ez 37:19 Tu lhes dirás:
Assim diz o
Senhor Deus:
Eis
que eu tomarei a vara de José,
que
esteve na mão de Efraim,
e as das
tribos de Israel, suas companheiras,
e
lhes ajuntarei a vara de Judá,
e
farei delas uma só vara,
e elas se
farão uma só na minha mão.
Ez 37:20 E os
paus, sobre que houveres escrito,
estarão
na tua mão, perante os olhos deles.
Ez 37:21 Dize-lhes pois:
Assim diz o
Senhor Deus:
Eis
que eu tomarei os filhos de Israel dentre as nações
para
onde eles foram,
e os
congregarei de todos os lados,
e
os introduzirei na sua terra;
Ez
37:22 e deles farei uma nação na terra,
nos
montes de Israel,
e um rei será
rei de todos eles;
e
nunca mais serão duas nações,
nem
de maneira alguma se dividirão
para
o futuro em dois reinos;
Ez
37:23 nem se contaminarão mais com os seus ídolos,
nem
com as suas abominações,
nem
com qualquer uma das suas transgressões;
mas
eu os livrarei de todas as suas apostasias
com
que pecaram, e os purificarei.
Assim
eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
Ez 37:24 Também meu servo Davi reinará sobre
eles,
e
todos eles terão um pastor só;
andarão
nos meus juízos,
e
guardarão os meus estatutos,
e
os observarão.
Ez 37:25
Ainda habitarão na terra que dei a meu servo Jacó,
na
qual habitaram vossos pais;
nela
habitarão, eles e seus filhos,
e
os filhos de seus filhos, para sempre;
e Davi, meu
servo, será seu príncipe eternamente.
Ez 37:26
Farei com eles um pacto de paz,
que
será um pacto perpétuo.
E os
estabelecerei, e os multiplicarei,
e porei o meu
santuário no meio deles para sempre.
Ez 37:27 Meu
tabernáculo permanecerá com eles;
e eu serei o
seu Deus
e eles serão
o meu povo.
Ez 37:28 E as nações saberão que eu sou
o Senhor
que santifico
a Israel,
quando
estiver o meu santuário no meio deles
para
sempre.
O verso 28 encerra o capítulo dizendo que
as nações saberão que o Senhor é Deus e que santifica a Israel, principalmente
quando estiver o seu santuário no meio deles para sempre.
De uma certa vez, conta-se, alguém que não
acredita em Deus pediu a um judeu um sinal. Este parou, refletiu e respondeu: o
povo judeu!