Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na
terceira e última parte “III”, na seção “A”, na subseção “4”, no capítulo 36. O
livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·Os
oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação
do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·Uma
seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição
de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última
parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras
bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA
JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35).
A. A queda e a restauração de
Judá (33.1-39.29).
Recapitulando, nós falamos que do capítulo
33 até ao capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá a qual
foi dividia em oito seções principais, que estão sendo nossas subdivisões: 1.
Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33)
– já vimos; 3. Pastores do passado e
do futuro (34.1-31) – já vimos; 4. A
condenação de Edom (35.1-15) – já vimos;
5. Uma profecia aos montes de Israel (36.1-38) – veremos agora; 6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14); 7.
Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28); e, 8. Vitória na batalha futura
(38.1-39.29).
5. Uma profecia aos montes de Israel (36.1-38).
Este capítulo falará da profecia contra os
montes de Israel. As montanhas de Israel, no passado abençoadas por Deus,
estavam nesse momento sob a sua ira - mas a sua bênção futura estava
assegurada.
O capítulo começa com Deus falando ao filho
do homem para profetizar aos montes de Israel dizendo para eles ouvirem a
palavra do Senhor.
O inimigo tinha zombado deles dizendo que
as alturas antigas ou os eternos lugares altos eram deles para as possuírem. Eles
estavam se referindo à terra que Deus havia prometido a Israel ou, mais
estritamente às alturas de Sião (17.32; 34.14; Dt 32.13; SI 48.2; 78.69; Is
31.4; 58.14; Jr 31.12).
Esses montes incluíam aqueles lugares que
se tornaram presa e escárnio para o restantes das nações que estavam ao redor
delas:
·Os montes e aos outeiros.
·As
correntes d'água.
·Os
vales.
·Os
desertos assolados.
·As
cidades desamparadas.
O Senhor, no fogo de seu zelo, falou às
nações e contra todo o Edom que se apropriaram da sua terra com toda a alegria
de seu coração e com menospreso de alma para a lançarem fora e saqueá-la.
Seriam elas que doravante iriam tornarem presa e servirem de escárnio levando
sobre elas mesmas o seu próprio opróbrio – vs. 7.
Já a favor dos montes de Israel, incluindo,
os montes e aos outeiros, as correntes
d'água, os vales, os desertos assolados e as cidades desamparadas, iriam
produzir os seus ramos e dar o seu fruto para o povo de Deus, o seu povo que
Deus sempre amou e dele cuidou.
Deus estaria com eles, e se voltaria para
eles, e os lavraria e os semearia, e multiplicaria nela homens de forma que
toda a casa de Israel voltasse a ser cidade habitada com os lugares que foram
devastados, agora reedificados.
A benção do Senhor faria multiplicar nela
os homens e os animais. Eles frutificariam e habitariam aqueles lugares como
dantes, tratando-os agora melhor do que foram tratados no princípio de tudo.
Somente aqui, haveriam de saber que o Senhor é Deus! – vs. 11.
Israel prosperaria e seria mais populoso do
que antes do recente desastre (vs. 11-12: cf. Zc 2.41). As crianças eram,
muitas vezes, as primeiras a sentir os
efeitos da guerra: perdiam os pais na batalha e sucumbiam a doenças que devastavam
a população em situação de inanição e cerco. Por essa razão, os profetas com
frequência descrevem à benção futura de Deus em termos de multidões de crianças
(36.12-13; 37.25; Is 43.5; 49..20; 54.1; 59.21: 66.8; Jr 30.20: 31; 17; Zc 8.5).
O verso 13 nos lembra, quando fala de
devorar homens, de Nm 13.32 que traz o relato dos espias dizendo que os
moradores daquelas terras pareciam gigantes perto deles que devoravam homens - E infamaram a terra que tinham espiado,
dizendo aos filhos de Israel: A terra, pela qual passamos a espiá-la, é terra
que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande
estatura. Números 13:32.
Como aqueles moradores diziam assim, o
Senhor lhes dizia que já não mais devorariam homens, nem desfilhariam mais a
sua nação. Deus não permitiria ouvir mais afrontas das nações. Ele promete a
Israel que eles não mais levariam sobre eles o opróbrio dos povos, nem eles
fariam mais a sua nação tropeçar.
E assim, novamente veio a palavra de Deus
ao seu profeta dizendo que quando habitavam na terra se contaminaram com os
caminhos e com as ações deles – vs. 17.
O exílio resultou do zelo de Deus pela sua
própria santidade (vs. 16-23. Deus graciosamente preservaria um remanescente de
acordo com as suas promessas aos patriarcas e a Davi, mas os seus mandamentos
não poderiam ser transgredidos impunemente.
Eles tinham se contaminado tal qual uma
mulher em sua separação. Por causa do sangue que derramaram e porque se
contaminaram com os ídolos das nações, por isso é que Deus derramaria sobre
eles o seu furor – vs. 18 – e os espalharia entre as nações onde seriam
dispersos pelas terras, conforme fossem os seus caminhos e feitos. Assim Deus
os tinha julgado.
Pior ainda que quando chegaram às nações
que tinham sido espalhados, ainda profanaram o nome santo do Senhor pois todos
comentavam acerca deles que eles eram o povo do Senhor que tivera que sair da
sua terra. No entanto, o Senhor os poupou, mesmo tento eles profanado o seu
nome às nações – vs. 22.
No entanto, não era por amor deles, mas
pelo seu santo nome que eles tinham profanado entre as nações. O propósito
final de todos os acontecimentos da História, inclusive o exílio de Israel, era
e é a honra e glória de Deus – I Co 10.31.
O Senhor mesmo iria santificar o seu grande
nome que eles profanaram entre as nações e estas iriam saber que o Senhor é
Deus quando ele, o Senhor, fosse santificado aos seus olhos, pois Deus iria
tirá-los dentre as nações e congregá-los de todos os países e os trazer para
sua terra.
Depois disso, Deus iria aspergir água pura
sobre eles para ficarem purificados de todas as suas imundícias e de todos os
ídolos.
A aspersão se refere ao ritual de
purificação para retirar a imundície ritual (Ex 30.17-21; Lv 14.52; Nm 19.17-19).
Aspergir ou derramar água também simbolizava a dádiva do Espírito de Deus na
unção de reis, sacerdotes e, ocasionalmente, profetas; o derramemanto do Espírito
de Deus representa um sinal da era messiânica (37.14; 39.29; Is 42.1; 44.3;
59.21; Jl 2.28-29). No Novo Testamento, esse rico simbolismo é vinculado ao
batismo – Hb 10.22.
A linguagem dos vs. 25-27 assemelha-se
intimamente à de Sl 51.7-11 – compare:
25 Então
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias, e de todos os vossos ídolos, vos purificarei.
26 Também vos
darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da
vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.
27 Ainda
porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e
guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.
7 Purifica-me
com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
8 Faze-me
ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste.
9 Esconde o
teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades.
10 Cria em
mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável.
11 Não me
lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito.
Reparem no vs. 26: em vez de um coração
incapaz de responder à lei e aos mandamentos de Deus com amor e obediência, Deus
concederia um novo coração e um novo espirito.
Observe que estes viriam como resultado da
iniciativa e da graça divinas, e não de uma conquista humana. Jeremias falou de
modo semelhante respeito da nova aliança (Jr 31.33; cf. Pv 3.3; 7.3; Rm
2.15,29; 2Co 3.3: Hb 8.10; 10.16).
Engana-se quem acha que é o homem quem dá o
primeiro passo em direção a Deus ou que Deus joga uma corda para ele e ele tem
de segurá-la. Ele não dá nem o primeiro nem o último, é tudo graça maravilhosa
de Deus.
Nós não mudamos Deus, nem movemos o seu
braço, nem na oração, antes é Deus quem nos convida soberanamente para mudarmos
o que ele quer mudar e mover o que ele quer mover por meio da oração.
Então eu oro não para mudar uma situação,
mas oro porque Deus vai mudá-la. Eu não oro para Deus curar alguém, oro porque
Deus vai curar esse alguém. Somos movidos por Deus e dele somos instrumentos. Toda
a glória somente pertence a ele, unicamente – I Co 10.31. As nossas inclinações
para o bem não vem de nós mesmos, malignos, mas do Espírito de Deus. Carne
nenhuma quer saber de Deus, apenas o espírito.
O novo espírito seria o Espírito de Deus,
que transformaria aqueles em quem habitasse e os capacitaria a obedecer à lei
divina. Compare com Rm 7.6; 8.2-18: 12.1; Cl 5.16-18.22; 1Jo 3.24.
Resumidamente, vs 26 ao 30, Deus:
§Daria
a eles um coração novo,
§Poria
dentro deles um espírito novo;
§Tiraria
da carne deles o coração de pedra,
§Daria
a eles um coração de carne.
§Ainda
poria dentro deles o seu Espírito,
§Faria
que andassem nos seus estatutos,
§Faria
que guardassem as suas ordenanças e as observassem.
§Faria
eles habitarem na terra que deu a seus pais,
§Assim,
eles seriam o seu povo,
§E
ele seria o seu Deus.
§Livraria
eles de todas as suas imundícias;
§Seria
o supridor que chamaria o trigo, e o multiplicaria,
§Afastaria
definitivamente a fome deles.
§Multiplicaria
o fruto das árvores, e a novidade do campo, para jamais receberem novamente o opróbrio
da fome entre as nações.
Quando isso ocorresse, então habitariam na
terra que Deus deu aos seus pais e assim seriam o seu povo e Deus lhes seria o
seu Senhor. E lembrariam dos seus maus caminhos, dos seus feitos ruins, teriam
nojo de si mesmos e de suas iniquidades e abominações.
O verso 32 deixa de forma muito clara
porque Deus estava agindo daquela maneira. Não era por amor deles, isso fica
muito realçado. Eles deveriam ficar envergonhados, confundidos por causa de
seus caminhos ruins.
Deus ainda lhes dizia que quando fossem
purificados e as cidades fossem habitadas e edificadas, a terra assolada seria
lavrada e em lugar de desolação, seria louvada aos olhos de todos os que por
ela passariam. Seria interessante neste momento comparar o vs. 33 com Is 44.26;
51.3; 58.12; 61.4.
Imaginem os povos dizendo, como Deus estava
prevendo, que a terra assoalhada agora parecia como o Éden. A terra de Israel
se tornaria o paraíso de Deus - 28.13-14; 40.16; 47.1-12.
Então aconteceria que as nações iriam
reconhecer e saber que o Senhor é Deus – vs. 36 -, Deus que reedificou as
cidades destruídas e que plantou o que estava devastado. O Senhor fala que
disse isso e proclama, declara, que isso ele fará! Glórias a Deus!
Ez 36:1 Tu, ó filho do homem, profetiza
aos montes de Israel, e dize:
Montes de
Israel, ouvi a palavra do Senhor.
Ez
36:2 Assim diz o Senhor Deus:
Pois
que disse o inimigo contra vós: Ah! ah! e:
As
alturas antigas são nossas para as possuirmos;
Ez 36:3 portanto, profetiza, e dize:
Assim diz o
Senhor Deus:
Porquanto,
sim, porquanto vos assolaram
e
vos devoraram de todos os lados,
para
que ficásseis feitos herança
do
resto das nações,
e
tendes andado em lábios paroleiros,
e
chegastes a ser a infâmia do povo;
Ez 36:4 portanto, ouvi, ó montes de
Israel, a palavra do Senhor Deus:
Assim diz o
Senhor Deus
aos
montes e aos outeiros, às correntes d'água e aos vales,
aos
desertos assolados e às cidades desamparadas,
que
se tornaram presa e escárnio
para
o resto das nações que estão ao redor delas;
Ez 36:5 portanto, assim diz o Senhor
Deus:
Certamente no
fogo do meu zelo falei contra o resto das nações,
e
contra todo o Edom, que se apropriaram da minha terra,
com
toda a alegria de seu coração,
e
com menosprezo da alma,
para
a lançarem fora a rapina;
Ez 36:6 portanto, profetiza sobre a
terra de Israel,
e dize aos
montes e aos outeiros, às correntes d'água e aos vales:
Assim
diz o Senhor Deus:
Eis
que falei no meu zelo e no meu furor,
porque
levastes sobre vós o opróbrio das nações.
Ez 36:7 Portanto, assim diz o Senhor
Deus:
Eu levantei a
minha mão, jurando:
Certamente
as nações que estão ao redor de vós
levarão
o seu opróbrio sobre si mesmas.
Ez 36:8 Mas
vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos,
e
dareis o vosso fruto para o meu povo de Israel,
pois
já está prestes a vir.
Ez 36:9 pois
eis que eu estou convosco,
e
eu me voltarei para vós, e sereis lavrados e semeados;
Ez 36:10 e
multiplicarei homens sobre vós,
a
toda a casa de Israel, a toda ela;
e
as cidades serão habitadas,
e
os lugares devastados serão edificados.
Ez 36:11
Também sobre vós multiplicarei homens e animais,
e
eles se multiplicarão, e frutificarão.
E
farei que sejais habitados como dantes,
e
vos tratarei melhor do que nos vossos princípios.
Então
sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 36:12 E
sobre vós farei andar homens, o meu povo de Israel;
eles
te possuirão, e tu serás a sua herança,
e
nunca mais os desfilharás.
Ez 36:13 Assim diz o Senhor Deus:
Visto como
vos dizem:
Tu
devoras os homens, e tens desfilhado a tua nação;
Ez 36:14 por
isso tu não devorarás mais os homens,
nem
desfilharás mais a tua nação, diz o Senhor Deus.
Ez 36:15 Não
te permitirei ouvir mais a afronta das nações;
e não levaras mais sobre ti o opróbrio dos
povos,
nem farás
tropeçar mais a tua nação, diz o Senhor Deus.
Ez 36:16 Veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
Ez 36:17
Filho do homem, quando a casa de Israel
habitava
na sua terra, então eles a contaminaram
com
os seus caminhos e com as suas ações.
Como a
imundícia de uma mulher em sua separação,
tal
era o seu caminho diante de mim.
Ez 36:18
Derramei, pois, o meu furor sobre eles,
por
causa do sangue que derramaram sobre a terra,
e
porque a contaminaram com os seus ídolos;
Ez 36:19 e os
espalhei entre as nações, e foram dispersos pelas terras;
conforme
os seus caminhos, e conforme os seus feitos,
eu
os julguei.
Ez 36:20 E,
chegando às nações para onde foram,
profanaram
o meu santo nome, pois se dizia deles:
São
estes o povo do Senhor,
e
tiveram de sair da sua terra.
Ez 36:21 Mas
eu os poupei por amor do meu santo nome,
que
a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi.
Ez 36:22 Dize portanto à casa de Israel:
Assim diz o
Senhor Deus:
Não
é por amor de vós que eu faço isto, o casa de Israel;
mas
em atenção ao meu santo nome,
que
tendes profanado entre as nações
para
onde fostes;
Ez 36:23 e eu
santificarei o meu grande nome,
que
foi profanado entre as nações,
o
qual profanastes no meio delas;
e as nações
saberão que eu sou o Senhor,
diz
o Senhor Deus,
quando
eu for santificado aos seus olhos.
Ez 36:24 Pois
vos tirarei dentre as nações,
e vos congregarei de todos os países,
e
vos trarei para a vossa terra.
Ez 36:25
Então aspergirei água pura sobre vós,
e
ficareis purificados; de todas as vossas imundícias,
e
de todos os vossos ídolos, vos purificarei.
Ez 36:26
Também
vos
darei um coração novo,
e
porei dentro de vós um espírito novo;
e
tirarei da vossa carne o coração de pedra,
e
vos darei um coração de carne.
Ez
36:27 Ainda porei dentro de vós o meu Espírito,
e
farei que andeis nos meus estatutos,
e
guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.
Ez
36:28 E habitareis na terra que eu dei a vossos pais,
e
vós sereis o meu povo,
e
eu serei o vosso Deus.
Ez
36:29 Pois eu vos livrarei de todas as vossas imundícias;
e
chamarei o trigo, e o multiplicarei,
e
não trarei fome sobre vós;
Ez
36:30 mas multiplicarei
o
fruto das árvores, e a novidade do campo,
para
que não mais recebais o opróbrio da fome
entre
as nações.
Ez 36:31
Então vos lembrareis
dos
vossos maus caminhos,
e
dos vossos feitos que não foram bons;
e
tereis nojo em vós mesmos das vossas iniqüidades
e
das vossas abominações.
Ez 36:32 Não
é por amor de vós que eu faço isto, diz o Senhor Deus,
notório
vos seja;
envergonhai-vos,
e confundi-vos
por
causa dos vossos caminhos, ó casa de Israel.
Ez 36:33 Assim diz o Senhor Deus:
No dia em que
eu vos purificar de todas as vossas iniqüidades,
então
farei com que sejam habitadas as cidades
e
sejam edificados os lugares devastados.
Ez 36:34 E a
terra que estava assolada será lavrada,
em
lugar de ser uma desolação aos olhos de todos
os
que passavam.
Ez 36:35 E
dirão:
Esta
terra que estava assolada tem-se tornado
como
jardim do Eden;
e as cidades
solitárias, e assoladas, e destruídas,
estão
fortalecidas e habitadas.
Ez 36:36
Então as nações que ficarem de resto
em
redor de vós saberão que eu, o Senhor,
tenho
reedificado as cidades destruídas,
e
plantado o que estava devastado.
Eu,
o Senhor, o disse, e o farei.
Ez 36:37 Assim diz o Senhor Deus:
Ainda por
isso serei consultado da parte da casa de Israel,
que
lho faça; multiplicá-los-ei como a um rebanho.
Ez 36:38 Como
o rebanho para os sacrifícios,
como
o rebanho de Jerusalém nas suas solenidades,
assim
as cidades desertas se encherão de famílias;
e
saberão que eu sou o Senhor.
O Senhor continua a falar nos versos finais
deste capítulo, vs. 37 e 38, que ainda cederia à súplica da nação de Israel e
que faria isso por eles, ou seja, tornaria o seu povo tão numeroso como as
ovelhas, como os grandes rebanhos destinados às ofertas das festas fixas de
Jerusalém.
Dessa forma, sendo ricamente abençoados as suas
cidades antes desertas e assoladas se encheriam de famílias e, nesse momento,
saberiam, novamente que Deus é o Senhor.
Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na
terceira e última parte “III”, na seção “A”, na subseção “4”, no capítulo 35. O
livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·Os
oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação
do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·Uma
seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição
de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última parte
de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras
bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA
JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35).
A. A queda e a restauração de
Judá (33.1-39.29).
Recapitulando, nós falamos que do capítulo
33 até ao capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá a qual
foi dividia em oito seções principais, que estão sendo nossas subdivisões: 1.
Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33)
– já vimos; 3. Pastores do passado e
do futuro (34.1-31) – já vimos; 4. A
condenação de Edom (35.1-15) – veremos
agora; 5. Urna profecia aos montes de Israel (36.1-38); 6. A ressurreição
dos ossos secos (37.1-14); 7. Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28); e,
8. Vitória na batalha futura (38.1-39.29).
4. A condenação de Edom (35.1-15).
Este capítulo falará da condenação de Edom.
Veremos um oráculo contra o monte Seir, isto é, Edom (Gn 32.3 36.8-9; Nm 24.18;
2Cr 20.2,10; 25,14). Novamente veio ao filho do homem a palavra do Senhor para
ele dirigir o seu rosto contra o monte Seir e profetizar contra ele.
O monte Seir é um nome usado como sinónimo
para Edom. Edom ficava localizado junto à margem da terra arável a sudeste do
mar Morto. Seir era a cadeia de montanhas mais importante do país (35.15; Gn 32.3;
26.8,9; Dt 2.8; Jz 5.4; 2Cr 20.10,22-23; 25.14).
Dos versos de 3 ao 8, Ezequiel, falando
pelo Senhor os exorta da gravidade de seus erros que iam se acumulando e que em
consequência, o Senhor faria vir sobre eles terrível juízo. Deus faria desertas
as suas cidades, as assolaria e saberiam quem é o Senhor – vs. 4.
Eles estavam guardando perpetua inimizade,
entregando os filhos de Israel ao poder da espada no tempo da calamidade deles,
nos tempos do seu castigo final, por isso o Senhor chega a jurar por si mesmo
que os preparará para o sangue e este os perseguirá.
Do monte Seir faria Deus uma grande
assolação, um espanto e exterminaria dele todo o que nele passasse e que por
ele voltasse e assim encheria os seus montes com os seus mortos, nos outeiros,
nos seus vales e em todas as suas correntes de água, cairiam os seus mortos à
espada.
As suas desolações seriam perpétuas e não
seriam mais habitadas as suas cidades, então, neste exato momento, saberiam que
o Senhor é Deus – vs. 9.
Contrastando o vs. 10, com Dt 2.2-8, veremos
que Israel fora proibido de tomar o território de Edom porque Deus o havia dado
aos descendentes de Esaú, mas aqui, Esaú estava tendo a pretensão de tomar os
dois povos do Senhor, Israel e Judá, mesmo sabendo que Deus estava ali.
Em função disso, o Senhor tomou as dores de
Israel e Judá e se irou contra Edom e sua arrogância em querer subjugá-los. O
Senhor haveria de proceder contra eles na mesma intensidade do ódio deles e da
inveja que se desbotava.
Quando isso fosse acontecer, o Senhor daria
a se conhecer a Israel e Judá enquanto eles iam sendo julgados pelo Senhor.
Somente aqui é que virão a saber que o Senhor é Deus, quando não houvesse mais
jeito algum de voltar atrás.
O Senhor não é surdo e está atento a tudo.
Ele ouviu as blasfêmias deles que proferiram contra os montes de Israel dizendo
que já estavam em suas mãos e que agora iriam ser pasto deles. Engrandeceram-se
com suas bocas e o Senhor os ouviu e os julgou.
Edom seria assolada terrivelmente porque
riram e se alegraram contra Israel que foi desolada. O Senhor haveria de fazer
de Edom uma grande desolação e assolação. E novamente diz que eles saberão que
é o Senhor quando tudo isso acontecesse – vs. 15.
Vejamos um pouco mais sobre Edom, sua
localização antiga e atual.
Em
Gênesis 36, a Bíblia nos relata que Esaú separou-se de seu irmão Jacó e habitou
com sua família na montanha de Seir.
Seir
era um Horeu da tribo dos Horeus, que
habitavam a região sul do Mar Morto. O Monte Seir, que significa áspero, é uma
cordilheira que se estende desde o sul do Mar Morto até o braço oriental do Mar
Vermelho. Tem 160 km de comprimento por 32 km de largura. Sua altura média está
a 600 metros acima do nível do mar. As suas rampas e vales foram primitivamente
habitados pelos Horeus. Depois que Esaú chegou a este terra, ele deu origem a
nação de Edom. Hoje, essa região pertence à Jordânia, e sua principal cidade é
Petra, uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Edom
é o outro nome de Esaú, e significa Vermelho, pelo motivo da cor vermelha da
sopa de lentilhas, pela qual ele vendeu a Jacó o seu direito de primogenitura. Edom primitivamente se chamava "Monte
Seir" e era habitado pelos Horeus. É uma região de profundos vales e de
férteis planícies, com um clima magnífico, mas o aspecto geral do país é áspero
e inculto. No Novo Testamento, Edom era conhecida como Iduméia, e seus
habitantes eram os Idumeus. Os Idumeus eram um povo guerreiro, habitantes das
cavernas, como tinham sido os Horeus, a quem eles haviam afugentados daqueles
sítios, sendo além disso idólatras. Eles recusaram aos hebreus a passagem pelo
seu território e foram acusados de inveterado ódio para com o povo israelita.
Em
tempos posteriores, o território de
Edom (ou Iduméia) estendia-se desde o deserto da Arábia até o Mediterrâneo. Era
Bozra (Bezer) a capital, mas a principal fortaleza era Petra (Sela).
As
palavras dos profetas foram completamente cumpridas - "Edom se fará um
deserto abandonado" (Jr 49.17; Jl 3.19). É hoje de tal sorte o deserto de
Edom, que a gente se espanta, e pergunta como é que uma região tão estéril e
acidentada pôde, em tempos antigos, ser adornada de cidades e habitada por um
poderoso e opulento povo. O seu atual aspecto devia desmentir a sua história,
se essa história não fosse confirmada por muitos vestígios de sua primitiva
grandeza, pelos sinais de uma antiga cultura, isto é, pelas ruínas de cidades e
fortificações, vendo-se ainda também os restos de muralhas e de estradas
empedradas.[1]
Ez 35:1 Veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
Ez 35:2 Filho
do homem, dirige o teu rosto contra o monte Seir,
e
profetiza contra ele.
Ez 35:3 E dize-lhe:
Assim diz o
Senhor Deus:
Eis
que eu estou contra ti, ó monte Seir,
e
estenderei a minha mão contra ti,
e
te tornarei em desolação e espanto.
Ez 35:4 Farei
desertas as tuas cidades, e tu serás assolado;
e
saberás que eu sou o Senhor.
Ez 35:5 Pois
que guardaste perpétua inimizade,
e
entregaste os filhos de Israel ao poder da espada
no
tempo da sua calamidade,
no
tempo do castigo final;
Ez 35:6 por
isso vivo eu, diz o Senhor Deus,
que
te prepararei para sangue,
e
o sangue te perseguirá;
visto que não
aborreceste o sangue,
por
isso o sangue te perseguirá.
Ez 35:7 Farei
do monte Seir um espanto e uma desolação,
e
exterminarei dele o que por ele passar,
e
o que por ele voltar;
Ez 35:8 e
encherei os seus montes dos seus mortos;
nos
teus outeiros, e nos teus vales,
e
em todas as tuas correntes d'água cairão
os
mortos à espada.
Ez 35:9 Em
desolações perpétuas te porei,
e
não serão habitadas as tuas cidades.
Então
sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 35:10
Visto como dizes:
Estes
dois povos e estas duas terras serão meus,
e
havemos de possuí-los,
sendo
que o Senhor se achava ali;
Ez 35:11
portanto, vivo eu, diz o Senhor Deus,
que
procederei conforme a tua ira,
e
conforme a tua inveja, de que usaste,
no
teu ódio contra eles;
e
me darei a conhecer entre eles, quando eu te julgar.
Ez 35:12 E
saberás que eu, o Senhor,
ouvi
todas as tuas blasfêmias,
que
proferiste contra os montes de Israel, dizendo:
Já estão
assolados, a nós nos são entregues por pasto.
Ez 35:13 Vós
vos engrandecestes contra mim com a vossa boca,
e
multiplicastes as vossas palavras contra mim.
Eu
o ouvi.
Ez 35:14 Assim diz o Senhor Deus:
Quando a terra
toda se alegrar, a ti te farei uma desolação.
Ez 35:15 Como
te alegraste com a herança da casa de Israel,
porque
foi assolada, assim eu te farei a ti:
assolado
serás, ó monte Seir, e todo o Edom,
sim,
todo ele;
e
saberão que eu sou o Senhor.
Os povos pecam, passam dos limites, abusam
da confiança e da oportunidade, não se arrependem, mesmo sabendo que o Senhor
existe e que é fiel e julga todas as coisas. Preferem acreditar que tudo irá
dar certo ao final, mesmo sendo os meios e os fins malévolos.
Na verdade, não se importam e desprezam o
Senhor que não esquece e que a cada um retribui conforme as suas obras.
Parece-me que a falta de punição tempestiva favorece um andar leviano ou revela
a verdadeira natureza maligna de todos nós.
Todos iremos nos dobrar diante do Senhor,
pena que tardiamente quando não houver mais jeito, nem oportunidade – “e saberão que eu sou o Senhor quando...”.
No entanto, há ainda tempo e o dia de se arrepender se chama hoje! (Hb 3.7).
Vai desprezar novamente? Melhor, não.
Para nos situarmos na leitura e não
perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48
capítulos. Veremos agora o capítulo 34.
Ressaltamos que já vimos:
·Os
oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação
do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·Uma
seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição
de outras nações.
E agora, estamos na terceira e
última parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas
futuras bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio):
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35) - continuação.
Também já dissemos que Ezequiel explicou
que, depois que o exílio chegasse ao fim, o templo e Jerusalém seriam gloriosamente
restaurados e o povo de Deus seria reunido e abençoado como nunca antes. Seriam
as futuras bênçãos para Judá e Jerusalém.
Esta parte III, seguindo a estruturação
proposta pela BEG, também dividiremos em duas partes principais: A. A queda e a
restauração de Judá (33.1-39.29) –
estamos vendo agora; e B. A visão de Jerusalém restaurada (40.1-48.35).
A. A queda e a restauração de Judá (33.1-39.29) - continuação.
Falamos que deste até o capítulo 39,
estaremos vendo a queda e a restauração de Judá. Ezequiel desenvolverá o tema
do futuro de Judá após o exílio em oito seções principais, que serão nossas
subdivisões: 1. Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de
israelitas (33.21-33) – já vimos; 3.
Pastores do passado e do futuro (34.1-31) –
veremos agora; 4. A condenação de Edom (35.1-15); 5. Urna profecia aos
montes de Israel (36.1-38); 6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14); 7.
Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28); e, 8. Vitória na batalha futura
(38.1-39.29).
3. Pastores do passado e do futuro (34.1-31).
Até o versículo 31 deste capítulo, veremos uma
palavra profética dirigida aos pastores do passado e do futuro. Ezequiel chama
a atenção para a terrível liderança do passado e para o plano de Deus de
substituí-la pelo seu próprio cuidado direto por meio de um futuro filho de
Davi (34.24). Essa profecia foi e será cumprida em Cristo, o grande pastor das
ovelhas (Jo 10.11-14).
A palavra do Senhor veio ao seu profeta
para se dirigir especificamente aos pastores de Israel. Ele deveria dizer-lhes
uma série de exortações que começavam com um “Ai”.
Vamos relembrar o que já dissemos se tratar
um “ai”, conforme a BEG:
Quando
o julgamento de Deus era particularmente severo, os profetas expressavam ais.
Esses discursos
normalmente eram bastante semelhantes aos oráculos de julgamento (identificação
do destinatário, acusações e sentenças) com o acréscimo de um clamor de “ai”.
Advertiam sobre
coisas terríveis que aconteceriam quando as maldições sobreviessem (Is 3.9-11;
5,8-22; Ez 13.3-18: Os 7.13; Na 3.1).
As ovelhas que estão fracas, machucadas ou
doentes são objeto particular da atenção do pastor; é despendido considerável
esforço para cuidar delas.
No mundo antigo, um ideal da monarquia era
cuidar do povo como um pastor. O pobre e o oprimido eram objeto particular do
cuidado real - 22.7. Entretanto, os reis de Jerusalém, em vez de aliviar a
opressão e a exploração, com muita frequência eram achados entre os principais
opressores.
Vejamos algumas características desses
pastores infiéis.
·Apascentavam
a si mesmos!
·Comiam
a gordura, se vestiam da lã e abatiam os melhores animais.
·A
fraca não fortalecia, a doente não curava, a quebrada não ligava, a desgarrada
não tornava a trazer, e a perdida não buscava.
·No
entanto, dominavam sobre elas com rigor e dureza.
Em consequência, as ovelhas que eram para
ser pastoreadas e cuidadas:
·Tornavam-se
pasto a todas as feras do campo, porquanto se espalhavam.
·Andavam
desgarradas por todos os montes, e por todo alto outeiro; espalhadas por toda a
face da terra.
·Não
tinham quem as procurasse, ou as buscasse.
Por causa disso, o Senhor jurou, verso oito,
que porquanto suas ovelhas tinham sido entregues à rapina, e as suas ovelhas
vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e,
ainda porque os seus pastores não procuravam as suas ovelhas, pois estavam
muito ocupados apascentando-se a si mesmos e não apascentando as suas ovelhas:
·Deus
seria contra os pastores.
·Deus
iria requerer de suas mãos as suas ovelhas.
·Deus
retiraria deles essa função de pastoreio para que assim não se apascentassem
mais a si mesmos.
·Deus
iria agir em favor das ovelhas, livrando elas dos pastores vorazes e famintos.
Deus sempre teve cuidado por seu povo,
desde o princípio foi assim. No tempo que ele levantou Noé, Abraão, Moisés, seu
cuidado sempre foi com o seu rebanho e lhes suscitavam líderes que amavam o
rebanho e eram capazes de até morrer por eles em intercessão.
Deus não levantou Moisés por causa de Moisés,
mas por causa de seu povo! Já, por exemplo, Saul é um péssimo exemplo de
liderança, pois que este desprezava o povo e Deus e somente queria as glórias e
honras. Moisés, Josué, Davi e tantos outros são bem diferentes mesmo, pois
tinham cuidado do povo de Deus.
Deus também acabou desprezando os pastores
que desprezavam o rebanho de Deus e tendo colocado de lado os pastores infiéis,
Deus tomou sobre si mesmo o papel de pastor. Compare com a parábola do bom
pastor que procurava a sua ovelha perdida (Lc 15.3-7).
Quantos não foram os sermões e pregações,
livros e comentários baseados nesse amor tão lindo que ele nos ensina nessa
parábola que ele tem por suas ovelhas a ponto de ir atrás da desgarrada e
juntá-la novamente ao rebanho.
Eu sempre vou me lembrar de minha mãe que
entendeu e procura aplicar a palavra de Deus indo atrás da desgarrada. O Senhor
agiria semelhantemente aos pastores de rebanho verdadeiros que cuidam mesmo das
suas ovelhas e iria atrás delas livrando-as de todos os lugares por onde foram
espalhadas no dia de nuvens e escuridão, ou seja, nuvens e escuridão aqui
representam uma linguagem comumente associada ao dia do Senhor (JI 92. Sl 1.5;
cf. Ex 25.18,21; Dt 4.11; 5.22-23; 1Rs 8.12: Sl 97.2; Is 60.2: Jr 13.16: 23.21;
Am 5.18-20).
No cuidado de Deus, como pastor, ele nos
ensina como pastorear o seu rebanho – vs. 13 ao 16:
·Tirando-as
para fora dos povos, e as congregando dos países.
·Introduzindo-as
na sua terra.
·Apascentando-as
sobre os montes de Israel, junto às correntes d'água, e em todos os lugares
habitados da terra.
üCom
bons pastos nos altos montes de Israel.
üCom
bom curral onde seria ali o seu lugar de segurança e de repouso.
üCom
bons pastos gordos nos montes de Israel.
Seria Deus mesmo que agora apascentaria as
suas próprias ovelhas, o seu próprio rebanho onde também as faria repousar. Ele
continua a nos ensinar o que deve um pastor de verdade fazer com as ovelhas
dele, do Senhor:
·Buscar
a perdida.
·Trazer
de volta a desgarrada.
·Curar
a quebrada.
·Fortalecer
a enferma.
·Vigiar
a gorda e a forte.
·Apascentá-las
com justiça.
O Senhor diz para as ovelhas – vs. 17 - que
o seu julgamento não estava restrito apenas aos pastores, mas incluiria também
o rebanho, as suas próprias ovelhas.
Alguns dos que pertenciam ao rebanho haviam
maltratado e oprimido outros; estes eram provavelmente os membros da classe
poderosa e rica da sociedade de Jerusalém. Compare com a situação na
restauração da comunidade (Ne 5).
As ovelhas estavam se ferindo e se atacando
e as mais fortes e AS gordas atacavam as mais fracas e magras como que querendo
as afastar dali para ficarem só para elas a boa ração. Deus promete então
julgar entre ovelhas e ovelhas – vs. 22.
Essa promessa de restauração (6.10-16) do
suscitamento de um só pastor para as apascentar olha além, para o reino
messiânico que é a essência da mensagem bíblica, desde Gênesis.
O servo de Deus, alguém como Davi – vs. 23
e 24 -, reinaria em paz, justiça e prosperidade além do que fora conhecido
durante o reinado do Davi histórico.
Nenhum descendente de Davi no período da
restauração cumpriu a descrição profética de Ezequiel sobre o futuro de Israel;
os escritores do Novo Testamento identificaram Jesus como sendo esse bom pastor.
Como os profetas repetiram muitas vezes, o
futuro de Israel estava diretamente ligado ao futuro da linhagem de Davi.
Depois do exílio, o grande Filho de Davi se levantaria e reinaria sobre Israel
e, finalmente, sobre toda a terra (cf. Am 9.11-15).
Com elas, ele faria um pacto, uma aliança
de paz – vs. 25. Isso, na verdade, era uma simbologia do Paraiso restaurado.
Os versículos que se seguem – vs. 25 em
diante - especificam o que essa aliança acarretaria; ela incluiria segurança e abundância
de alimento. Essa afiança após o exílio é idêntica a ‘nova aliança’ prometida
por Jeremias (Jr 31.13).
Serão novas eras pelas quais temos
aguardado há muito tempo e pela qual morreram muitas vidas sem ver o
cumprimento dessa promessa de justiça na terra.
A subjugação dos animais selvagens era uma
reminiscência do estado original da humanidade no jardim. Os animais selvagens
representavam um perigo especial quando as maldições pactuais se realizaram e proteção
contra elas era uma importante bênção da aliança (Lv 26.6; Dt 33.20; Jz 14.5-6:
1Sm 17.34-37; 1 Rs 13.24-28; 20.36; 2Rs 2.24; 17.25-26; Sl 7.2; 10.9: 17.12; Pv
28.15; Is 31.4; Jr 5.6; Lm 3.10; Os 13 8; Am 3.4,8 12; 5.19; Mq 5.8; cf. Is
11.6-9; 65.25). O mal então terá sido vencido e derrotado.
A prosperidade no campo (as chuvas a seu
tempo; as chuvas de bênçãos; as árvores do campo dando o seu fruto, e a terra
dando a sua novidade, e estando seguras na sua terra;) era um tema comum a
respeito dos últimos dias (vs. 25-29).[1]
No verso 27, 30 e no verso 34, Deus diz que
eles saberão que o Senhor é Deus, quando ele quebrar os canzis do seu jugo,
livrando-os das mãos dos que a subjugavam. E promete:
·Não
servirão mais de presa aos gentios.
·Não
serão mais devorados pelos animais da terra.
·Habitarão
com segurança.
·Ninguém
haverá que os espante.
·Levantará
para eles uma plantação de renome.
·Nunca
mais serão consumidos pela fome na terra.
·Nunca
mais levariam sobre si o opróbrio das nações.
A aliança de Deus com os israelitas era de
que ele seria o seu Deus e eles seriam o seu povo (11.20; 36.28; Ex 6.7; Lv
26.12; Dt 7.6; 14. 2.21; 27.9; 29.13; Sl 30.7; Is 51.22; Jr 7.23; 11.4; 30.22;
Jl 2.27). Amor e lealdade mútuos ligavam Deus ao seu povo arrependido.
Ez 34:1 Veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
Ez 34:2 Filho
do homem, profetiza contra os pastores de Israel;
profetiza,
e dize aos pastores:
Assim diz o Senhor Deus:
Ai dos
pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!
Não
devem os pastores apascentar as ovelhas?
Ez 34:3
Comeis a gordura, e vos vestis da lã;
matais o
cevado; mas não apascentais as ovelhas.
Ez 34:4 A
fraca não fortalecestes,
a doente não
curastes,
a quebrada
não ligastes,
a desgarrada
não tornastes a trazer,
e a perdida
não buscastes;
mas
dominais sobre elas com rigor e dureza.
Ez 34:5 Assim
se espalharam, por não haver pastor;
e
tornaram-se pasto a todas as feras do campo,
porquanto
se espalharam.
Ez 34:6 As
minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes,
e
por todo alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram
espalhadas
por toda a face da terra,
sem
haver quem as procurasse, ou as buscasse.
Ez 34:7 Portanto, ó pastores, ouvi a
palavra do Senhor:
Ez 34:8 Vivo
eu, diz o Senhor Deus, que porquanto as minhas ovelhas
foram
entregues à rapina, e as minhas ovelhas
vieram
a servir de pasto a todas as feras do campo,
por
falta de pastor,
e os meus
pastores não procuraram as minhas ovelhas,
pois
se apascentaram a si mesmos,
e
não apascentaram as minhas ovelhas;
Ez 34:9 portanto, ó pastores, ouvi a
palavra do Senhor:
Ez 34:10
Assim diz o Senhor Deus:
Eis
que eu estou contra os pastores; d
as
suas mãos requererei as minhas ovelhas,
e
farei que eles deixem de apascentar as ovelhas,
de
sorte que não se apascentarão mais a si mesmos.
Livrarei as
minhas ovelhas da sua boca,
para
que não lhes sirvam mais de pasto.
Ez 34:11 Porque assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu,
eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei.
Ez 34:12 Como
o pastor busca o seu rebanho,
no
dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas,
assim
buscarei as minhas ovelhas.
Livrá-las-ei
de todos os lugares por onde foram espalhadas,
no
dia de nuvens e de escuridão.
Ez 34:13 Sim,
tirá-las-ei para fora dos povos,
e
as congregarei dos países,
e
as introduzirei na sua terra,
e
as apascentarei sobre os montes de Israel,
junto
às correntes d'água,
e
em todos os lugares habitados da terra.
Ez 34:14 Em
bons pastos as apascentarei,
e
nos altos montes de Israel será o seu curral;
deitar-se-ão
ali num bom curral,
e
pastarão em pastos gordos nos montes de Israel.
Ez 34:15 Eu
mesmo apascentarei as minhas ovelhas,
e
eu as farei repousar, diz o Senhor Deus.
Ez 34:16 A
perdida buscarei,
e a
desgarrada tornarei a trazer;
a quebrada
ligarei,
e a enferma
fortalecerei;
e a gorda e a
forte vigiarei.
Apascentá-las-ei
com justiça.
Ez 34:17 Quanto a vós, ó ovelhas minhas,
assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu
julgarei entre ovelhas e ovelhas,
entre
carneiros e bodes.
Ez 34:18
Acaso não vos basta fartar-vos do bom pasto,
senão
que pisais o resto de vossos pastos aos vossos pés?
e
beber as águas limpas,
senão
que sujais o resto com os vossos pés?
Ez 34:19 E as
minhas ovelhas hão de comer o que haveis pisado,
e
beber o que haveis sujado com os vossos pés.
Ez 34:20 Por isso o Senhor Deus assim
lhes diz:
Eis que eu,
eu mesmo, julgarei entre a ovelha gorda e a ovelha magra.
Ez 34:21
Porquanto com o lado e com o ombro dais empurrões,
e
com as vossas pontas escorneais todas as fracas,
até
que as espalhais para fora,
Ez 34:22
portanto salvarei as minhas ovelhas,
e
não servirão mais de presa;
e
julgarei entre ovelhas e ovelhas.
Ez 34:23 E
suscitarei sobre elas um só pastor para as apascentar,
o
meu servo Davi.
Ele
as apascentará, e lhes servirá de pastor.
Ez 34:24 E
eu, o Senhor, serei o seu Deus,
e
o meu servo Davi será príncipe no meio delas;
eu,
o Senhor, o disse.
Ez 34:25
Farei com elas um pacto de paz;
e
removerei da terra os animais ruins,
de
sorte que elas habitarão em segurança
no
deserto, e dormirão nos bosques.
Ez 34:26 E
delas e dos lugares ao redor do meu outeiro
farei
uma bênção; e farei descer a chuva a seu tempo;
chuvas
de bênçãos serão.
Ez 34:27 E as
árvores do campo darão o seu fruto,
e
a terra dará a sua novidade,
e
estarão seguras na sua terra;
saberão que
eu sou o Senhor,
quando
eu quebrar os canzis do seu jugo
e
as livrar da mão dos que se serviam delas.
Ez 34:28 Pois
não servirão mais de presa aos gentios,
nem
as devorarão mais os animais da terra;
mas
habitarão seguramente,
e
ninguém haverá que as espante.
Ez 34:29
Também lhes levantarei uma plantação de renome,
e
nunca mais serão consumidas pela fome na terra,
nem
mais levarão sobre si o opróbrio das nações.
Ez 34:30
Saberão, porém, que eu, o Senhor seu Deus,
estou
com elas, e que elas são o meu povo,
a
casa de Israel, diz o Senhor Deus.
Ez 34:31 Vós,
ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto,
sois
homens, e eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus.
Todo pastor que tem um chamado de Deus deve
decorar e estudar este capítulo e entendê-lo. Deus ama o seu povo e por ele
enviou o seu Filho amado para salvá-lo e conduzi-lo a Deus.
Se você é pastor, negue-se a si mesmo,
esqueça-se de si e vá cuidar do rebanho que Deus lhe confiou, buscando a
perdida, trazendo de volta a desgarrada, curando a quebrada, fortalecendo a
enferma, vigiando a gorda e a forte e as apascentando sempre com justiça.
### CONVITE ###
Acontecerá a Feira Cultural Alusiva ao Dia Nacional das Comunicações no período de 05/05 a 07/05, no Edifício Sede dos Correios. Dentro da programação, está prevista a exposição de trabalhos e produtos dos Talentos Internos, que acontecerá nos dias 06 e 07/05, de 11h30 às 14h00, na Área Externa do Edifício Sede dos Correios.
Esta ação é coordenada pela Gerência Corporativa de Gestão das Ações de Bem-Estar no Trabalho – GBEM, que visa descobrir e valorizar as diversas formas de expressão artístico-cultural dos empregados.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...