INSCREVA-SE!

terça-feira, 24 de março de 2015

Jeremias 51:1-64 - JEREMIAS ANUNCIA O FIM DA BABILÔNIA.

Terminaremos agora a décima sétima parte – a penúltima -, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 51.
XVII. ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES (46.1-51.64) - continuação.
Como já dissemos, Jeremias anunciou uma série de profecias contra outras nações. Muitas já haviam se cumprido, mostrando que as outras predições também se cumpririam. Essa seção do livro de Jeremias, de 46.1 a 51.64, é constituída de uma série de mensagens de julgamento contra nações vizinhas.
Assim, dividimos nosso estudo em 9 seções: A. Contra o Egito (46.1-28) – já vista; B. Contra a Filístia (47.1-7) – já vimos; C. Contra Moabe (48.1-47) – já vista; D. Contra Amom (49.1-6) – já vista; E. Conta Edom (49.7-22) – já vista; E. Contra Damasco (49.23-27) – já vista; G. Contra as tribos árabes (49.28-33) – já vista; H. Contra Elão (49.34-39) – já vista; I. Contra a Babilônia (50.1-51.64) – concluiremos agora.
I. Contra a Babilônia (50.1-51.64) - continuação.
Como já dissemos, veremos em dois capítulos extensos as palavras proféticas de Jeremias contra a Babilônia, dos caldeus, que prevalecia sobre "todas as nações" (27.7) e era retratada como um instrumento da ira de Deus. Por fim, porém, como em 25.17-26, o julgamento é proferido contra ela mesma, a Babilônia, para mostrar que o dia da sua destruição também chegaria (25.11-12).
O livro de Jeremias é organizado de modo que os oráculos constituam a sua parte final e esse julgamento sobre a Babilônia tenha uma posição culminante. A extensão dessa seção confirma a importância da Babilônia para a argumentação toda de Jeremias. O oráculo foi proferido em 593 a.C. (51.59; cf. Is 13.1-14.23; 21.1-9).
A palavra do Senhor tem seu prosseguimento na boca de seu profeta Jeremias sobre a grande e temível Babilônia. Dos versos de 1 ao 10, veremos que a destruição é anunciada em detalhes.
Não haveria cura para ela, embora tenha sido tentada. Sua ruína seria completa e total e a instrução geral era para que deixassem a cidade e fugissem dela imediatamente.
Deus não se esquecera de sua semente, dos israelitas e de todos os judeus, ainda que estivessem eles cheios de culpas contra o Santo de Israel.
Quem estava sendo despertado para agora ser o instrumento de Deus no juízo dessa terrível nação eram os medos. A Babilônia foi conquistada por uma coalizão de medos e persas – Is 13:27; 21:2.
A hora da sua destruição estava chegando. O que o Senhor intentou e planejou iria acontecer em breve sobre aquela que habitava sobre as muitas águas – vs. 13. A Babilônia era conhecida pelos seus canais de irrigação abastecidos pelo rio Eufrates.
O Senhor faz um juramento no verso 14 de que ali ele haveria de encher de homens, como locustas, que levantariam o grito de vitória sobre ela.
Dos versos 15 ao 19, uma exaltação a Deus como o soberano Senhor do universo que mantém a terra com seu poder e que estabelece o mundo com a sua sabedoria.
Soberania, sabedoria e amor são as marcas registradas de nosso Deus criador que não criou a terra para ser um caos, mas que espera pacientemente o tempo certo de se trazer tudo à tona. O homem no presente está dominado pela vaidade e na sua cegueira junta seu conhecimento e habilidades dadas pelo seu criador para com elas formarem imagens e deuses aos quais se prostrarão, em completa ruína para suas almas.
Ele não consegue ver que nelas não há espírito, nem fôlego de vida e que são obras de suas próprias mãos, obras de engano. O homem se encontra embrutecido de modo que seu conhecimento não o leva à luz, antes dela se afasta.
A partir do verso 20, uma vez que parecem ser dirigidas à Babilônia – 50:23 -, os versos 20-23 devem ser considerados em conjunto com os vs. 24-26. Assim, a passagem significa que a Babilônia serviu de “martelo” de Deus contra as nações, mas que, em decorrência dos seus próprios pecados, também foi objeto da ira divina.
Dos versos 27 ao 32, novamente o arvoramento dos estandartes na terra, o toque das trombetas entre as nações, a consagração das nações contra ela, a convocação dos reinos de Ararate, Mini e Asquenaz. Babilônia seria de todo destruída por causa dos desígnios do Senhor que estavam firmes contra ela.
Dos versos 33 ao 40, continuam os oráculos contra ela. Em seu tempo, ela se aproveitou e fustigou as nações, agora era a vez dela ser fustigada.
A destruição e a ruína da Babilônia continua a ser anunciada versículo após versículo, chegando até ao verso 58 onde seus largos muros seriam derribados e suas altas portas abrasadas pelo fogo. Trabalharam os povos em vão uma vez que tudo fizeram para agora ser destruído totalmente – vs. 58.
Esses muros eram duplos, extremamente largos e ainda protegidos por um fosso. As portas altas eram mesmo descomunais, por exemplo a porta de Istar era famosa pela sua altura extraordinária e muitas nações conquistadas se afadigaram na construção de fortificações para a Babilônia.
Ainda que ela subisse aos céus, de lá seria derribada pelo Senhor. No verso 53, ele fala provavelmente de seus zigurates, torres altas que simbolizavam o orgulho religioso dos babilônicos – Gn 11:4.
No verso 59 e a partir dele, foi uma palavra que mandou Jeremias a Seraías, filho de Nerias, filho de Maaseias, quando iam acompanhando Zedequias para a Babilônia, no quarto ano do seu reinado.
Seraías era o camareiro-mor, um intendente de Zedequias, responsável pela acomodação dessa expedição a caminho da Babilônia. Era irmão de Baruque, o escriba de Jeremias – 32:12. O ano provável era de 594-593 a.C. É possível que essa expedição tenha sido realizada em resposta a uma convocação para que Zedequias explicasse a sua participação na rebelião conta Nabucodonosor.
Assim, escreveu Jeremias num livro todo o mal que havia de vir sobre a Babilônia. É possível que nele incluísse esses oráculos dos caps. 50-51.
Jr 51:1 Assim diz o Senhor:
Eis que levantarei um vento destruidor contra Babilônia,
e contra os que habitam na Caldéia.
Jr 51:2 E enviarei padejadores contra Babilônia, que a padejarão,
e esvaziarão a sua terra, quando vierem contra ela
em redor no dia da calamidade.
Jr 51:3 Não arme o flecheiro o seu arco,
nem se levante o que estiver armado da sua couraça;
não perdoeis aos seus jovens;
destruí completamente todo o seu exército.
Jr 51:4 Cairão mortos na terra dos caldeus, e feridos nas ruas dela.
Jr 51:5 Pois Israel e Judá não foram abandonados do seu Deus,
o Senhor dos exércitos, ainda que a terra deles esteja
cheia de culpas contra o Santo de Israel.
Jr 51:6 Fugi do meio de Babilônia, e livre cada um a sua vida;
não sejais exterminados na sua punição;
pois este é o tempo da vingança do Senhor;
ele lhe dará o pago.
Jr 51:7 Na mão do Senhor a Babilônia era um copo de ouro,
o qual embriagava a toda a terra;
do seu vinho beberam as nações;
por isso as nações estão fora de si.
Jr 51:8 Repentinamente caiu Babilônia, e ficou arruinada;
uivai sobre ela; tomai bálsamo para a sua dor, talvez sare.
Jr 51:9 Queríamos sarar Babilônia, ela, porém, não sarou;
abandonai-a, e vamo-nos, cada qual para a sua terra;
pois o seu julgamento chega até o céu,
e se eleva até as mais altas nuvens.
Jr 51:10 O Senhor trouxe à luz a nossa justiça;
vinde e anunciemos em Sião a obra do Senhor nosso Deus.
Jr 51:11 Aguçai as flechas, preparei os escudos;
o Senhor despertou o espírito dos reis dos medos;
porque o seu intento contra Babilônia
é para a destruir;
pois esta é a vingança do Senhor,
a vingança do seu templo.
Jr 51:12 Arvorai um estandarte sobre os muros de Babilônia,
reforçai a guarda, colocai sentinelas,
preparai as emboscadas;
porque o Senhor tanto intentou como efetuou
o que tinha dito acerca dos moradores de Babilônia.
Jr 51:13 Ó tu, que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros!
é chegado o teu fim, a medida da tua ganância.
Jr 51:14 Jurou o Senhor dos exércitos por si mesmo, dizendo:
Certamente te encherei de homens, como de locustas;
e eles levantarão o grito de vitória sobre ti.
Jr 51:15 É ele quem fez a terra com o seu poder,
estabeleceu o mundo com a sua sabedoria,
e estendeu os céus com o seu entendimento.
Jr 51:16 À sua voz, há grande tumulto de águas nas céus,
e ele faz subir os vapores desde as extremidades da terra;
faz os relâmpagos para a chuva,
e tira o vento dos seus tesouros.
Jr 51:17 Embruteceu-se todo homem,
de modo que não tem conhecimento;
todo ourives é envergonhado pelas suas imagens esculpidas;
pois as suas imagens de fundição são mentira,
e não há espírito em nenhuma delas.
Jr 51:18 Vaidade são, obra de enganos;
no tempo em que eu as visitar perecerão.
Jr 51:19 Não é semelhante a estes a porção de Jacó;
porque ele é o que forma todas as coisas;
e Israel é a tribo da sua herança;
o Senhor dos exércitos é o seu nome.
Jr 51:20 Tu me serves de martelo e de armas de guerra;
contigo despedaçarei nações, e contigo destruirei os reis;
Jr 51:21 contigo despedaçarei o cavalo e o seu cavaleiro;
contigo despedaçarei e carro e o que nele vai;
Jr 51:22 contigo despedaçarei o homem e a mulher;
contigo despedaçarei o velho e o moço;
contigo despedaçarei o mancebo e a donzela;
Jr 51:23 contigo despedaçarei o pastor e o seu rebanho;
contigo despedaçarei o lavrador e a sua junta de bois;
e contigo despedaçarei governadores e magistrados.
Jr 51:24 Ante os vossos olhos pagarei a Babilônia,
e a todos os moradores da Caldéia,
toda a sua maldade que fizeram em Sião,
diz o Senhor.
Jr 51:25 Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor,
diz o Senhor, que destróis toda a terra;
estenderei a minha mão contra ti,
e te revolverei dos penhascos abaixo,
e farei de ti um monte incendiado.
Jr 51:26 E não tomarão de ti pedra para esquina,
nem pedra para fundamentos;
mas desolada ficarás perpetuamente, diz o Senhor.
Jr 51:27 Arvorai um estandarte na terra,
tocai a trombeta entre as nações,
preparai as nações contra ela,
convocai contra ela os reinos de Arará, Mini, e Asquenaz;
ponde sobre ela um capitão,
fazei subir cavalos, como locustas eriçadas.
Jr 51:28 Preparai contra ela as nações,
os reis dos medos, os seus governadores
e magistrados, e toda a terra do seu domínio.
Jr 51:29 E a terra estremece e está angustiada;
porque os desígnios do Senhor estão firmes contra Babilônia,
para fazer da terra de Babilônia uma desolação,
sem habitantes.
Jr 51:30 Os valentes de Babilônia cessaram de pelejar,
ficam nas fortalezas, desfaleceu a sua força,
tornaram-se como mulheres;
incendiadas são as suas moradas,
quebrados os seus ferrolhos.
Jr 51:31 Um correio corre ao encontro de outro correio,
e um mensageiro ao encontro de outro mensageiro,
para anunciar ao rei de Babilônia que a sua cidade
está tomada de todos os lados.
Jr 51:32 E os vaus estão ocupados, os canaviais queimados a fogo,
e os homens de guerra assombrados.
Jr 51:33 Pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
A filha de Babilônia é como a eira no tempo da debulha;
ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá.
Jr 51:34 Nabucodonosor, rei de Babilônia, devorou-me, esmagou-me,
fez de mim um vaso vazio, qual monstro tragou-me,
encheu o seu ventre do que eu tinha de delicioso;
lançou-me fora.
Jr 51:35 A violência que se me fez a mim e à minha carne
venha sobre Babilônia, diga a moradora de Sião.
O meu sangue caia sobre os moradores de Caldéia,
diga Jerusalém.
Jr 51:36 Pelo que assim diz o Senhor:
Eis que defenderei a tua causa, e te vingarei;
e secarei o seu mar, e farei que se esgote a sua fonte:
Jr 51:37 E Babilônia se tornará em montões,
morada de chacais, objeto de espanto e assobio,
sem habitante.
Jr 51:38 Juntos rugirão como leões novos,
bramarão como cachorros de leões.
Jr 51:39 Estando eles excitados, preparar-lhes-ei um banquete,
e os embriagarei, para que se regozijem,
‘e durmam um perpétuo sono, e não despertem,
diz o Senhor.
Jr 51:40 Fá-los-ei descer como cordeiros ao matadouro,
como carneiros e bodes.
Jr 51:41 Como foi tomada Sesaque, e apanhada de surpresa
a glória de toda a terra!
como se tornou Babilônia um espetáculo horrendo
entre as nações!
Jr 51:42 O mar subiu sobre Babilônia;
coberta está com a multidão das suas ondas.
Jr 51:43 Tornaram-se as suas cidades em ruínas,
terra seca e deserta, terra em que ninguém habita,
nem passa por ela filho de homem.
Jr 51:44 E castigarei a Bel em Babilônia,
e tirarei da sua boca o que ele tragou;
e nunca mais concorrerão a ele as nações;
o muro de Babilônia está caído.
Jr 51:45 Saí do meio dela, ó povo meu,
e salve cada um a sua vida do ardor da ira do Senhor.
Jr 51:46 Não desfaleça o vosso coração,
nem temais pelo rumor que se ouvir na terra;
pois virá num ano um rumor,
e depois noutro ano outro rumor;
e haverá violência na terra,
dominador contra dominador.
Jr 51:47 Portanto eis que vêm os dias em que executarei juízo
sobre as imagens esculpidas de Babilônia;
e toda a sua terra ficará envergonhada;
e todos os seus traspassados cairão no meio dela.
Jr 51:48 Então o céu e a terra, com tudo quanto neles há,
jubilarão sobre Babilônia;
pois do norte lhe virão os destruidores, diz o Senhor.
Jr 51:49 Babilônia há de cair pelos mortos de Israel,
assim como por Babilônia têm caído os mortos
de toda a terra.
Jr 51:50 Vós, que escapastes da espada,
ide-vos, não pareis; desde terras longínquas
lembrai-vos do Senhor,
e suba Jerusalém à vossa mente.
Jr 51:51 Envergonhados estamos, porque ouvimos opróbrio;
a confusão nos cobriu o rosto;
pois entraram estrangeiros nos santuários da casa do Senhor.
Jr 51:52 Portanto, eis que vêm os dias, diz o Senhor,
em que executarei juízo sobre as suas imagens esculpidas;
e em toda a sua terra gemerão os feridos.
Jr 51:53 Ainda que Babilônia subisse ao céu,
e ainda que fortificasse a altura da sua fortaleza,
contudo de mim viriam destruidores sobre ela,
diz o Senhor.
Jr 51:54 Eis um clamor de Babilônia!
de grande destruição da terra dos caldeus!
Jr 51:55 Pois o Senhor está despojando a Babilônia,
e emudecendo a sua poderosa voz.
Bramam as ondas do inimigo como muitas águas;
ouve-se o arruído da sua voz.
Jr 51:56 Porque o destruidor veio sobre ela, sobre Babilônia,
e os seus valentes estão presos;
já estão despedaçados os seus arcos;
pois o Senhor é Deus das recompensas,
ele certamente retribuirá.
Jr 51:57 Embriagarei os seus príncipes e os seus sábios,
os seus governadores, os seus magistrados,
e os seus valentes;
e dormirão um sono perpétuo, e jamais acordarão,
diz o Rei, cujo nome é o Senhor dos exércitos.
Jr 51:58 Assim diz o Senhor dos exércitos:
O largo muro de Babilônia será de todo derribado,
e as suas portas altas serão abrasadas pelo fogo;
e trabalharão os povos em vão,
e as nações se cansarão só para o fogo.
Jr 51:59 A palavra que Jeremias, o profeta, mandou a Seraías,
filho de Nerias, filho de Maséias, quando ia com Zedequias,
rei de Judá, a Babilônia, no quarto ano do seu reinado.
Ora, Seraías era o camareiro-mor.
Jr 51:60 Escreveu, pois, Jeremias num livro todo o mal
que havia de vir sobre Babilônia, a saber,
todas estas palavras que estão escritas
acerca de Babilônia.
Jr 51:61 E disse Jeremias a Seraías:
Quando chegares a Babilônia,
vê que leias todas estas palavras;
Jr 51:62 e dirás:
Tu, Senhor, falaste a respeito deste lugar,
que o havias de desarraigar,
até não ficar nele morador algum,
nem homem nem animal,
mas que se tornaria em perpétua desolação.
Jr 51:63 E acabando tu de ler este livro,
atar-lhe-ás uma pedra e o lançarás no meio do Eufrates;
Jr 51:64 e dirás:
Assim será submergida Babilônia,
e não se levantará,
por causa do mal que vou trazer sobre ela;
e eles se cansarão.
Jeremias instrui Seraías a ler em alta voz o conteúdo do livro quando chegasse na Babilônia e ainda deveria dizer que nada, nada mesmo ficaria ali sem ser destruído. Animais, homens, construções tudo seria destruído completamente.
Depois de lido, a instrução a Seraías seria para atar numa pedra esses escritos para serem lançados no meio do Eufrates. Ele deveria dizer no ato que assim como como foi afundada a pedra, assim seria afundada Babilônia para não se levantar nunca mais. Esse ato simbólico profético final reforça a última declaração de Jeremias da qual se tem registro, ou seja, que a Babilônia cairia – vs. 64.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
...

segunda-feira, 23 de março de 2015

Jeremias 50:1-46 - PALAVRA PROFÉTICA CONTRA A BABILÔNIA.

Estamos na décima sétima parte – a penúltima -, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 50.
XVII. ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES (46.1-51.64) - continuação.
Como já dissemos, Jeremias anunciou uma série de profecias contra outras nações. Muitas já haviam se cumprido, mostrando que as outras predições também se cumpririam. Essa seção do livro de Jeremias, de 46.1 a 51.64, é constituída de uma série de mensagens de julgamento contra nações vizinhas.
Assim, dividimos nosso estudo em 9 seções: A. Contra o Egito (46.1-28) – já vista; B. Contra a Filístia (47.1-7) – já vimos; C. Contra Moabe (48.1-47) – já vista; D. Contra Amom (49.1-6) – já vista; E. Conta Edom (49.7-22) – já vista; E. Contra Damasco (49.23-27) – já vista; G. Contra as tribos árabes (49.28-33) – já vista; H. Contra Elão (49.34-39) – já vista; I. Contra a Babilônia (50.1-51.64) – veremos agora.
I. Contra a Babilônia (50.1-51.64).
Veremos em dois capítulos extensos as palavras proféticas de Jeremias contra a Babilônia, dos caldeus.
Esse oráculo enorme encerra o livro de Jeremias. Até aqui, o objetivo dos oráculos de Jeremias é mostrar que a Babilônia prevaleceria sobre "todas as nações" (27.7), pelo menos por algum tempo.
Assim, a Babilônia é retratada como um instrumento da ira de Deus. Por fim, porém, como em 25.17-26, o julgamento é proferido contra a Babilônia para mostrar que o dia da sua destruição também chegaria (25.11-12).
O livro de Jeremias é organizado de modo que os oráculos constituam a sua parte final e que esse julgamento sobre a Babilônia ocupe uma posição culminante.
A extensão dessa seção confirma a importância da Babilônia para a argumentação toda de Jeremias. O oráculo foi proferido em 593 a.C. (51.59; cf. Is 13.1-14.23; 21.1-9).
A palavra deveria ser pronunciada entre as nações e publicada arvorando um estandarte dizendo que os deuses babilônicos entraram em confusão: Bel, Merodaque, ou "Marduque". Merodaque, o rei criador no épico da criação babilônico era o "rei dos deuses". Embora originalmente Bel fosse uma divindade separada, o seu nome passou a ser usado como outra designação para Merodaque (Is 46.1).
A Babilônia era que vinha do norte trazendo o juízo sobre toda a terra e agora o juízo anunciado sobre ela também viria do norte. Uma inversão de posições. A nação em questão não é especificada; veja, porém, 51.27-28 que fala dos medos e seus aliados e das cidades de Ararate, Mini – atual Armênia - e Asquenaz.
Dos versos 4 ao 8, vemos o profeta falando sobre os filhos de Israel vindo, andando e chorando vindo buscar ao Senhor seu Deus. Todos querendo se unir ao Senhor numa aliança eterna – vs. 5 - veja 31.31-34; 32.40; 33.20-21.
Como ovelhas perdidas tinha sido e andado o povo de Deus porque os seus pastores, que deveriam encaminhá-las no rumo das pastagens verdejantes e de águas tranquilas, fizeram com que elas errassem o seu caminho indo após os montes e de montes para outeiros andaram esquecendo-se do seu lugar de repouso.
Em função disso, os que as achavam não tinham piedade e devoravam a sua carne justificando-se dizendo que tinham pecado mesmo, que estavam desviadas do caminho e que assim poderiam ser dizimadas. Eles achavam que poderiam devorá-las tranquilamente e nada de culpa teriam nisso.
O profeta agora avisa a eles que fujam da Babilônia e que saiam do meio dela, da terra dos caldeus e que fossem mesmo como os bodes diante do rebanho.
Viria das nações da terra do Norte a destruição e o julgamento da Babilônia – Is 41.25. Ciro é até mencionado por seu nome (cf. Is 45.1). Os membros dessa coalizão de grandes nações da terra do Norte – vs. 9 - são citados em 51.27-28. Até as suas flechas lançadas a palavra garante que nenhuma delas será em vão, ou seja, terão grande eficácia contra os babilônios, acima do normal.
No entanto, naquele momento, nada parecia afetá-los e sentiam-se fortemente preparados para tudo. Quem poderia ameaçá-los? A sensação que tinham era de grande liberdade sem responsabilidade alguma, mas muito envergonhada seria a sua mãe, ou seja, a mãe aqui é uma personificação da cidade da Babilônia a qual era a última das nações, pois que na época, a Babilônia era a maior das nações e parecia invencível.
Dos versos 13 ao 20, novamente o profeta fala da destruição da Babilônia, utilizando-se do apelo literário hebreu de repetição como se fosse uma confirmação do que estaria por vir e que não haveria volta.
Assim como ela foi instrumento de Deus contra os assírios e os derrotou sem piedade, assim seriam eles também, igualmente destruídos pelo povo do Norte, os medos e persas que fariam dela um lugar de assombro e de meneio de cabeça e de assovio pelos que por ela passassem admirando-se da tão terrível destruição a um império que parecia inexpugnável, invencível, indestrutível.
Quanto ao povo de Deus de Israel e de Judá, a iniquidade será buscada, mas não será encontrada por causa do perdão - vs. 20 - aos que ficarem, aos que sobreviveram, aos remanescentes que estarão recebendo o Messias esperado.
Eles voltarão à sua terra ao Carmelo, Basã, à região montanhosa de Efraim e em Gileade, regiões férteis da terra de Judá.
No verso 21 a terra duplamente rebelde, a terra de castigo. Em hebraico, "Merataim... Pecode", um trocadilho com nomes de lugares na Babilônia (Marratu, Puqudu) que seriam assoladas irremissivelmente. O termo hebraico refere-se a entregar coisas ou pessoas ao Senhor de maneira irrevogável, muitas vezes pela destruição total delas; também no v. 26.
Babilônia estava recebendo uma palavra forte de juízo, como tinham sido fortes os seus ataques e investidas contra as nações. O Senhor lhe armou laços para prendê-la sem que ela soubesse isso porque contra o Senhor ela se entremeteu – vs. 24 – e com os caldeus tinha uma obra a realizar – vs. 25.
Dos versos 26 ao 32, continua o profeta a falar da destruição da Babilônia devido ao seu orgulho, à sua arrogância e ao seu atrevimento contra o Senhor, como se todas as nações fossem iguais e facilmente subjugadas pela sua força. A cidade seria toda destruída e ao fogo seria colocada.
Os versos 33 e 34 voltam a falar dos filhos de Israel e de Judá que estavam sendo oprimidos. Os seus opressores estavam se recusando a soltá-los para voltarem à sua terra, no entanto, o seu Redentor é forte e ele é o Senhor dos exércitos que defenderá em juízo a causa deles para dar descanso à terra e também para inquietar os moradores da Babilônia.
Dos versos 35 ao 46, continuam as palavras contra a Babilônia anunciando a espada que estaria por vir contra ela e contra os seus príncipes e os seus sábios, os seus paroleiros, os seus valentes, os seus cavalos, carros e sobre todo povo misto, os quais haveriam de se tornar como as mulheres em dores de parto, com as suas mãos segurando os seus ventres, em total desespero.
Também ela, a espada, viria sobre todos os seus tesouros e estes seriam totalmente saqueados. Até a seca cairá sobre ela porque ela é cidade de imagens esculpidas e devido aos seus ídolos se tornaram loucos.
Em seguida à espada, lá viria as feras do deserto juntamente com lobos para ali habitar e a cidade se tornar um deserto e jamais povoada de geração em geração. Seria como quando Deus subverteu a Sodoma e a Gomorra, de forma que ninguém habitaria ali novamente, nem nela peregrinaria.
Era o povo que vinha do norte e muitas nações juntamente se levantando das extremidades da terra armando-se de arco e lança, cruéis e sem piedade, todos em fúria montados em seus cavalos contra a Babilônia.
Ao ouvir o rei da Babilônia a fama deles, logo se derreteu o seu coração e suas forças se esvaíram de medo pelo terror que já se avistava. Angústia e dores se apoderaram deles e de seus líderes.
Como um leão feroz já estava subindo os seus opressores que marchariam impiedosamente contra eles em suas morados fortes, no entanto, bem nesse momento, um respirar, um fôlego, pois o Senhor o faria correr dali para dar ao escolhido uma oportunidade. Quem seria semelhante ao Altíssimo? Quem poderia se lhe opor ou resistir? – vs. 44.
Jr 50:1 A palavra que falou o Senhor acerca de Babilônia,
acerca da terra dos caldeus, por intermédio de Jeremias o profeta.
Jr 50:2 Anunciai entre as nações e publicai, arvorando um estandarte;
sim publicai, não encubrais; dizei:
Tomada está Babilônia, confundido está Bel,
caído está Merodaque,
confundidos estão os seus ídolos,
e caídos estão os seus deuses.
Jr 50:3 Pois do Norte sobe contra ela uma nação
que fará da sua terra uma desolação,
e não haverá quem nela habite;
tanto os homens como os animais já fugiram e se foram.
Jr 50:4 Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor,
os filhos de Israel virão, eles e os filhos de Judá juntamente;
andando e chorando virão,
e buscarão ao Senhor seu Deus.
Jr 50:5 Acerca de Sião indagarão, tendo os seus rostos voltados
para lá e dizendo:
Vinde e uni-vos ao Senhor num pacto eterno
que nunca será esquecido.
Jr 50:6 Ovelhas perdidas têm sido o meu povo;
os seus pastores as fizeram errar, e voltar aos montes;
de monte para outeiro andaram,
esqueceram-se do lugar de seu repouso.
Jr 50:7 Todos os que as achavam as devoraram,
e os seus adversários diziam:
Culpa nenhuma teremos; porque pecaram contra o Senhor,
a morada da justiça, sim, o Senhor, a esperança de seus pais.
Jr 50:8 Fugi do meio de Babilônia, e saí da terra dos caldeus,
e sede como os bodes diante do rebanho.
Jr 50:9 Pois eis que eu suscitarei e farei subir contra Babilônia
uma companhia de grandes nações da terra do Norte;
e por-se-ão em ordem contra ela;
dali será ela tomada.
As suas flechas serão como as de valente herói;
nenhuma tornará sem efeito.
Jr 50:10 E Caldéia servirá de presa;
todos os que a saquearem ficarão fartos, diz o Senhor.
Jr 50:11 Embora vos alegreis e vos regozijeis,
ó saqueadores da minha herança,
embora andeis soltos como novilha que pisa a erva,
e rincheis como cavalos vigorosos,
Jr 50:12 muito envergonhada será vossa mãe,
ficará humilhada a que vos deu à luz;
eis que ela será a última das nações, um deserto,
uma terra seca e uma solidão.
Jr 50:13 Por causa da ira do Senhor não será habitada,
antes se tornará em total desolação;
qualquer que passar por Babilônia se espantará,
e assobiará por causa de todas as suas pragas.
Jr 50:14 Ponde-vos em ordem para cercar Babilônia,
todos os que armais arcos; atirai-lhe, não poupeis as flechas,
porque ela tem pecado contra o Senhor.
Jr 50:15 Gritai contra ela rodeando-a; ela já se submeteu;
caíram seus baluartes, estão derribados os seus muros.
Pois esta é a vingança do Senhor; vingai-vos dela;
conforme o que ela fez, assim lhe fazei a ela.
Jr 50:16 Cortai de Babilônia o que semeia,
e o que maneja a foice no tempo da sega;
por causa da espada do opressor
virar-se-á cada um para o seu povo,
e fugirá cada qual para a sua terra.
Jr 50:17 Cordeiro desgarrado é Israel, os leões o afugentaram;
o primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria,
e agora por último Nabucodonosor, rei de Babilônia,
lhe quebrou os ossos.
Jr 50:18 Portanto, assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel:
Eis que castigarei o rei de Babilônia e a sua terra,
como castiguei o rei da Assíria.
Jr 50:19 E farei voltar Israel para a sua morada,
e ele pastará no Carmelo e em Basã,
e se fartará nos outeiros de Efraim e em Gileade.
Jr 50:20 Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor,
buscar-se-á a iniqüidade em Israel, e não haverá;
e o pecado em Judá, e não se achará;
pois perdoarei aos que eu deixar de resto.
Jr 50:21 Sobe contra a terra de Merataim, sim, contra ela,
e contra os moradores de Pecode;
mata e inteiramente destrói tudo após eles,
diz o Senhor, e faze conforme tudo o que te ordenei.
Jr 50:22 Na terra há estrondo de batalha, e de grande destruição.
Jr 50:23 Como foi cortado e quebrado o martelo de toda a terra!
como se tornou Babilônia em objeto de espanto
entre as nações!
Jr 50:24 Laços te armei, e também foste presa, ó Babilônia,
e tu não o soubeste; foste achada, e também apanhada,
porque contra o Senhor te entremeteste.
Jr 50:25 O Senhor abriu o seu arsenal, e tirou os instrumentos
da sua indignação; porque o senhor Deus dos exércitos
tem uma obra a realizar na terra dos caldeus.
Jr 50:26 Vinde contra ela dos confins da terra,
abri os seus celeiros; fazei dela montões,
e destruí-a de todo; nada lhe fique de resto.
Jr 50:27 Matai a todos os seus novilhos, desçam ao degoladouro;
ai deles! porque é chegado o seu dia,
o tempo da sua punição.
Jr 50:28 Eis a voz dos que fogem e escapam da terra de Babilônia
para anunciarem em Sião a vingança do Senhor nosso Deus,
a vingança do seu templo.
Jr 50:29 Convocai contra Babilônia os flecheiros,
todos os que armam arcos; acampai-vos contra ela em redor,
ninguém escape dela.
Pagai-lhe conforme a sua obra; conforme tudo o que ela fez,
assim lhe fazei a ela;
porque se houve arrogantemente contra o Senhor,
contra o Santo de Israel.
Jr 50:30 Portanto cairão os seus jovens nas suas praças,
e todos os seus homens de guerra serão destruídos
naquele dia, diz o Senhor.
Jr 50:31 Eis que eu sou contra ti, ó soberbo,
diz o Senhor Deus dos exércitos;
pois o teu dia é chegado,
o tempo em que te hei de punir?
Jr 50:32 Então tropeçará o soberbo, e cairá,
e ninguém haverá que o levante;
e porei fogo às suas cidades,
o qual consumirá tudo o que está ao seu redor.
Jr 50:33 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Os filhos de Israel e os filhos de Judá são juntamente oprimidos;
e todos os que os levaram cativos os retêm, recusam soltá-los.
Jr 50:34 Mas o seu Redentor é forte;
o Senhor dos exércitos é o seu nome.
Certamente defenderá em juízo a causa deles,
para dar descanso à terra,
e inquietar os moradores de Babilônia.
Jr 50:35 A espada virá sobre os caldeus, diz o senhor,
e sobre os moradores de Babilônia, e sobre os seus príncipes,
e sobre os seus sábios.
Jr 50:36 A espada virá sobre os paroleiros, e eles ficarão insensatos;
a espada virá sobre os seus valentes, e eles desfalecerão.
Jr 50:37 A espada virá sobre os seus cavalos, e sobre os seus carros,
e sobre todo o povo misto, que se acha no meio dela,
e eles se tornarão como mulheres;
a espada virá sobre os seus tesouros,
e estes serão saqueados.
Jr 50:38 Cairá a seca sobre as suas águas, e elas secarão;
pois é uma terra de imagens esculpidas,
e eles pelos seus ídolos fazem-se loucos.
Jr 50:39 Por isso feras do deserto juntamente com lobos
habitarão ali; também habitarão nela avestruzes;
e nunca mais será povoada,
nem será habitada de geração em geração.
Jr 50:40 Como quando Deus subverteu a Sodoma e a Gomorra,
e às suas cidades vizinhas, diz o Senhor,
assim ninguém habitará ali,
nem peregrinará nela filho de homem.
Jr 50:41 Eis que um povo vem do norte;
e uma grande nação e muitos reis se levantam
das extremidades da terra.
Jr 50:42 Armam-se de arco e lança; são cruéis, e não têm piedade;
a sua voz brama como o mar, e em cavalos vêm montados,
dispostos como homens para a batalha,
contra ti, ó filha de Babilônia.
Jr 50:43 O rei de Babilônia ouviu a fama deles,
e desfaleceram as suas mãos;
a angústia se apoderou dele, dores,
como da que está de parto.
Jr 50:44 Eis que como leão subirá das margens do Jordão
um inimigo contra a morada forte,
mas de repente o farei correr dali;
e ao escolhido, pô-lo-ei sobre ela.
Pois quem é semelhante a mim?
e quem me fixará um prazo?
Quem é o pastor que me poderá resistir?
Jr 50:45 Portanto ouvi o conselho que o Senhor decretou
contra Babilônia, e o propósito que formou contra
a terra dos caldeus:
Certamente eles, os pequenos do rebanho, serão arrastados;
certamente o aprisco ficará apavorado por causa deles.
Jr 50:46 Ao estrondo da tomada de Babilônia estremece a terra;
e o grito se ouve entre as nações.
O capítulo se encerra com o conselho do Senhor que ele decretou contra a Babilônia e cujo propósito firmou contra a terra dos caldeus: Certamente eles, os pequenos do rebanho, serão arrastados; certamente o aprisco ficará apavorado por causa deles. Ao estrondo da tomada de Babilônia estremece a terra; e o grito se ouve entre as nações.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
  http://www.jamaisdesista.com.br
...