quarta-feira, 11 de março de 2015
quarta-feira, março 11, 2015
Jamais Desista
Jeremias 38:1-28 - JEREMIAS NUM POÇO POR CAUSA DE SUA FIDELIDADE.
Estamos na décima quinta parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 38.
XV. OS ENCONTROS FINAIS E A QUEDA DE JERUSALÉM (37.1-39.18).
Como já vimos, Jeremias teve vários
encontros com o rei e seus príncipes pouco antes da queda de Jerusalém. Desde o capítulo 37 até o 39.18, estamos
vendo os últimos encontros e a queda de Jerusalém. Esses capítulos relatam os
últimos dias do ministério de Jeremias antes da queda de Jerusalém e seus
períodos de encarceramento devido à sua mensagem impopular. Seu conselho
repetido para que Judá se entregasse aos babilônios é ignorado e ele permanece
preso até o fim do cerco.
Também dividimos essa passagem em quatro
seções: A. Os encontros de Jeremias com Zedequias (37.1-21) – já vista; B. Jeremias e os príncipes
(38.1-13) – veremos agora; C.
Jeremias e Zedequias com seus príncipes (38.14-28) – também veremos agora; e, finalmente, D. A queda de Jerusalém
(39.1-18).
B. Jeremias e os príncipes (38.1-13).
Veremos até ao vs. 13 que Zedequias
permitiu que alguns de seus oficiais lançassem Jeremias numa cisterna, pois o
profeta continuou a anunciar que os babilônios conquistariam Jerusalém.
Jeremias estava fazendo aquilo que Deus o
tinha mandado fazer: anunciar a sua legítima palavra de Deus, sem acréscimos,
sem opiniões pessoais, mas com autoridade, clareza e precisão.
O discurso dele não batia com aquilo que o
povo e os príncipes e o rei desejavam. Eles criam que eles eram imbatíveis e
geração escolhida de Deus que tinham até o templo, pois ali Deus se manifestara
poderosamente.
A sua confiança, na verdade nunca esteve em
Deus, embora usassem do nome dele. Eles confiavam em seus símbolos religiosos e
em si mesmos e Deus, para eles, era segundo à imagem e semelhança deles e não o
contrário.
Quando Jeremias anunciava que o povo tinha
de se render e se entregar e irem pacificamente para o exílio para sofrer
aquela grande e terrível humilhação, aqueles príncipes ficaram muito irados.
Eles criam que o discurso de Jeremias não
era patriota, mas um discurso covarde que desanimava o povo a lutar e a
resistir e a vencer o inimigo.
As vezes, temos de repensar mesmo os nossos
valores para ver se não estamos lutando contra Deus, numa insensata
resistência. Aquele povo estava todo perdido, confuso, porque tinham escolhido
a rejeição de Deus, por isso é que não o ouviam.
Os príncipes apoiados por Zedequias apanham
a Jeremias e o lançam numa cisterna com o objetivo claro de que ali ele
morresse – vs. 6. A cisterna provavelmente era uma cavidade grande com apenas
uma pequena abertura na sua parte superior. Não havia água. Não fica claro se a
cisterna estava vazia por desuso ou escassez de água. Tudo indica que a
intenção dos príncipes era matar Jeremias.
Foi um etíope, um eunuco, Ebede-Meleque -
esse nome significa "servo do rei" – que se levantou a favor de
Jeremias, ou seja a favor de Deus. Não se sabe ao certo se "Meleque"
(o termo hebraico para "rei") o identifica como servo de Zedequias ou
do Senhor - possivelmente deste último, tendo em vista os seus atos em favor de
Jeremias.
Ele viu o rei assentado à Porta de
Benjamim, provavelmente julgando processos cíveis (2Sm 15.2-4), e foi ter com
ele a favor de Jeremias, correndo riscos até de morte também. Deus é fiel e
levanta quem ele quer a favor dos seus. Aqui um estrangeiro que tinha mais
sensibilidade que todos os outros que se diziam do rei e de Deus.
O rei, sensibilizado com seu apelo, concede
a ele que tire Jeremias daquela situação cruel e ele apanha trapos e roupas
velhas para improvisar uma corda e com ela retira Jeremias daquele poço da
morte. Era este um vislumbre comovente da bondade de Ebede-Meleque. Retirado de
lá, ficou Jeremias no átrio da guarda.
C. Jeremias e Zedequias com seus príncipes (38.14-28).
Dos vs. 14 ao 28, até ao final deste
capítulo, veremos Jeremias oferecendo a Zedequias uma última chance de salvar a
sua vida e poupar a cidade da destruição total, mas Zedequias recusou.
Uma vez liberto do poço, Zedequias o faz
vir à sua presença, na terceira entrada. Essa entrada não é mencionada em
nenhuma outra passagem e talvez fosse de uso particular do rei. O encontro é
envolto em segredo. Zedequias queria saber algo e lhe prepara uma pergunta.
Jeremias já prevendo que dali não iria sair
coisa boa lhe respondeu que estava numa situação difícil, pois em falando ele a
verdade, ele não o ouvirá, antes o matará. Isso obrigou o rei a jurar em
segredo que não o mataria, nem o entregaria nas mãos dos que desejavam
ardentemente a sua morte – vs. 16.
Jeremias então aconselha o rei para que
ouvisse a voz de Deus e se rendesse para que a sua vida fosse poupada e a
cidade não fosse passada ao fogo. Também lhe disse que se resistisse,
aconteceria o contrário, tanto ele, como a cidade seriam destruídas.
Zedequias confessa a Jeremias o seu temor
de que fosse entregue nas mãos dos judeus que se passaram para os caldeus e
fosse escarnecido. Jeremias ainda lhe garante que não o entregarão e insiste
para que ele ouça a voz do Senhor, conforme tudo que estava falando para o seu
bem e o bem da cidade.
Por que o rei fez uma escolha tão estúpida
ao não dar ouvidos ao profeta de Deus?
No entanto, se recusar mais essa última
oferta de Deus, gracioso e misericordioso, não haveria mais jeito.
Jeremias fala, em nome do Senhor, das
consequências advindas da desobediência.
Uma primeira consequência seria que suas mulheres
seriam levadas aos príncipes babilônicos. A perda do harém era uma humilhação
imposta ao rei derrotado na guerra. Ai, então, Zedequias iria perceber que
aqueles seus bons amigos, não eram tão bons assim. Bons amigos literalmente
eram "homens de tua paz", ou pacificadores, incluíam os oficiais do
rei que o haviam aconselhado a entrar em guerra (vs. 1,4) e os falsos profetas
(8.11). Essa expressão – vs. 22 - confirma ironicamente a crítica feita por
Jeremias quanto a esses indivíduos.
No verso 23, continua o Senhor falando das
consequências terríveis que além de todas as suas mulheres, os seus filhos
também seriam levados e além disso não escaparia ele, nem a cidade, pois esta
seria queimada a fogo.
Zedequias, covarde, esconde as palavras de
Jeremias em seu coração e pede a ele silêncio em troca da sua vida. Ele temia
que os príncipes soubessem que ele teria consultado Jeremias.
Os príncipes, desconfiados, procuram
Jeremias para saber da consulta do rei, mas conforme combinado, ele de nada
fala do destino do rei e da cidade. Jeremias obedeceu à ordem do rei e não
revelou aos príncipes tudo que ele e Zedequias haviam discutido, isso para
ruína de todos, uma vez que haveriam as consequências devidas.
e
Jeucal, filho de Selemias, e Pasur, filho de Malquias,
as
palavras que anunciava Jeremias a todo o povo, dizendo:
Jr 38:2 Assim diz o Senhor:
O
que ficar nesta cidade morrerá à espada, de fome e de peste;
mas
o que sair para os caldeus viverá;
pois
a sua vida lhe será por despojo, e vivera.
Jr 38:3 Assim diz o Senhor:
Esta
cidade infalivelmente será entregue na mão do exército
do
rei de Babilônia, e ele a tomará.
Jr
38:4 E disseram os príncipes ao rei:
Morra
este homem, visto que ele assim enfraquece
as
mãos dos homens de guerra que restam
nesta
cidade, e as mãos de todo o povo,
dizendo-lhes
tais palavras;
porque
este homem não busca a paz para este povo,
porem
o seu mal.
Jr
38:5 E disse o rei Zedequias:
Eis
que ele está na vossa mão;
porque
não é o rei que possa coisa alguma
contra
vós.
Jr
38:6 Então tomaram a Jeremias,
e
o lançaram na cisterna de Malquias, filho do rei,
que
estava no átrio da guarda;
e
desceram Jeremias com cordas;
mas
na cisterna não havia água, senão lama,
e atolou-se
Jeremias na lama.
Jr
38:7 Quando Ebede-Meleque, o etíope,
um
eunuco que então estava na casa do rei,
ouviu
que tinham metido Jeremias na cisterna,
o
rei estava assentado à porta de Benjamim.
Jr
38:8 Saiu, pois, Ebede-Meleque da casa do rei,
e
falou ao rei, dizendo:
Jr
38:9 o rei, senhor meu, estes homens fizeram mal em tudo
quanto
fizeram a Jeremias, o profeta, lançando-o na cisterna;
de
certo morrerá no lugar onde se acha,
por
causa da fome,
pois
não há mais pão na cidade.
Jr
38:10 Deu ordem, então, o rei a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo:
Toma
contigo daqui três homens, e tira Jeremias,
o
profeta, da cisterna, antes que morra.
Jr
38:11 Assim Ebede-Meleque tomou consigo os homens,
e
entrou na casa do rei, debaixo da tesouraria,
e
tomou dali uns trapos velhos e rotos,
e
roupas velhas, e desceu-os a Jeremias na cisterna
por
meio de cordas.
Jr
38:12 E disse Ebede-Meleque, o etíope, a Jeremias:
Põe
agora estes trapos velhos e rotos,
debaixo
dos teus sovacos,
entre
os braços e as cordas.
E
Jeremias assim o fez.
Jr
38:13 E tiraram Jeremias com as cordas, e o alçaram da cisterna;
e
ficou Jeremias no átrio da guarda.
Jr
38:14 Então mandou o rei Zedequias e fez vir à sua presença
Jeremias,
o profeta, à terceira entrada do templo do Senhor;
e
disse o rei a Jeremias:
Vou
perguntar-te uma coisa; não me encubras nada.
Jr
38:15 E disse Jeremias a Zedequias:
Se
eu te declarar, acaso não me matarás?
E
se eu te aconselhar, não me ouvirás.
Jr
38:16 Então jurou o rei Zedequias a Jeremias,
em
segredo, dizendo:
Vive
o Senhor, que nos fez esta alma,
que não te matarei nem te
entregarei
na
mão destes homens que procuram a tua morte.
Jr
38:17 Então Jeremias disse a Zedequias:
Assim
diz o Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel:
Se
te renderes aos príncipes do rei de Babilônia,
será
poupada a tua vida,
e
esta cidade não se queimará a fogo,
e
viverás tu e a tua casa.
Jr
38:18 Mas, se não saíres aos príncipes do rei de Babilônia,
então
será entregue esta cidade na mão dos caldeus,
e
eles a queimarão a fogo, e tu não escaparás
da
sua mão.
Jr
38:19 E disse o rei Zedequias a Jeremias:
Receio-me
dos judeus que se passaram para os caldeus,
que
seja entregue na mão deles,
e
escarneçam de mim.
Jr
38:20 Jeremias, porém, disse:
Não
te entregarão.
Ouve,
peço-te, a voz do Senhor, conforme a qual eu te falo;
e
bem te irá, e poupar-se-á a tua vida.
Jr
38:21 Mas, se tu recusares sair,
esta
é a palavra que me mostrou o Senhor:
Jr
38:22 Eis que todas as mulheres que ficaram na casa do rei de Judá
serão
levadas aos príncipes do rei de Babilônia,
e
elas mesmas dirão:
Os
teus pacificadores te incitaram e prevaleceram contra ti;
e agora que se atolaram os teus pés na lama,
voltaram atrás.
Jr 38:23 Todas as tuas mulheres e os teus
filhos serão levados
para
fora aos caldeus; e tu não escaparás da sua mão,
mas
pela mão do rei de Babilônia serás preso,
e
esta cidade será queimada a fogo.
Jr
38:24 Então disse Zedequias a Jeremias:
Ninguém
saiba estas palavras, e não morrerás.
Jr
38:25 Se os príncipes ouvirem que falei contigo,
e
vierem ter contigo e te disserem:
Declara-nos
agora o que disseste ao rei
e
o que o rei te disse; não no-lo encubras,
e
não te mataremos;
Jr
38:26 então lhes dirás:
Eu
lancei a minha súplica diante do rei,
que
não me fizesse tornar à casa de Jônatas,
para
morrer ali.
Jr
38:27 Então vieram todos os príncipes a Jeremias,
e
o interrogaram; e ele lhes respondeu
conforme
todas as palavras
que
o rei lhe havia ordenado;
assim
cessaram de falar com ele,
pois
a coisa não foi percebida.
Jr
38:28 E ficou Jeremias no átrio da guarda,
até
o dia em que Jerusalém foi tomada.
Fico pensando em minha própria vida aqui no
século XXI e na vida dos meus irmãos. Será que temos ouvidos para Deus?
Zedequias, olhando a história e os fatos passados, é um “idiota” ao fazer
escolhas tão imbecis, mas e na hora das suas escolhas, como teria ele escolhido
a Deus?
O fato é que ele preferiu honrar os homens
e temia eles e não a Deus. E nós? Tememos e fazemos escolhas pensando em Deus
ou em nossos deuses?
...
terça-feira, 10 de março de 2015
terça-feira, março 10, 2015
Jamais Desista
Jeremias 37:1-21 - ZEDEQUIAS, O REI DIVIDIDO QUE TEMIA MAIS OS HOMENS DO QUE A DEUS.
Começaremos a décima quinta parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 37.
XV. OS ENCONTROS FINAIS E A QUEDA DE JERUSALÉM (37.1-39.18).
Jeremias teve vários encontros com o rei e
seus príncipes pouco antes da queda de Jerusalém.
Deste capítulo até o 39.18, veremos os
últimos encontros e a queda de Jerusalém. Esses capítulos relatam os últimos
dias do ministério de Jeremias antes da queda de Jerusalém e seus períodos de
encarceramento devido à sua mensagem impopular. Seu conselho repetido para que
Judá se entregasse aos babilônios é ignorado e ele permanece preso até o fim do
cerco.
Essa passagem é dividida em quatro seções:
A. Os encontros de Jeremias com Zedequias (37.1-21) – veremos agora; B. Jeremias e os príncipes (38.1-13); C. Jeremias e
Zedequias com seus príncipes (38.14-28); e, finalmente, D. A queda de Jerusalém
(39.1-18).
A. Os encontros de Jeremias com Zedequias (37.1-21).
O resumo da mensagem deste capítulo é a
rejeição do rei Zedequias às palavras proféticas de Jeremias e, obviamente,
daquele que o enviou a pregar, Deus. O rei Zedequias rejeitou a mensagem do
profeta e o lançou na prisão.
Zedequias foi constituído rei no lugar de
Conias, filho de Jeoiaquim, por Nabucodonosor - 2Rs 24.17-18. Isso ocorreu em
597 a.C. Ele era filho de Josias.
No entanto, diz a palavra de Deus – vs. 2
-, nem ele, nem os seus servos, nem o próprio povo da terra ouviram a palavra
do Senhor, isto é, deram atenção ao que Deus dizia. A escolha deles foi não
obedecer, isto é, endurecer seus corações.
Apesar disso, fizeram algo contraditório, pois
foram rogar o favor de Deus por intermédio de Jeremias ao qual haviam
rejeitado. Zedequias enviou a Jeucal, filho de Selemias e a Sofonias – não o
Sofonias profeta -, filho de Maaséias, o sacerdote.
Eles endureceram o coração após a pregação
de Jeremias, mas tiveram a ousadia de rogarem os favores de Deus àquele que
tinham rejeitado. Isso já é uma prova de que eles conheciam a vontade certa de
Deus, mas que a ela estavam resistindo, trazendo sobre si mesmo as
consequências devidas da rejeição de Deus.
Jeremias nesse interim andava tranquilo e
solto pelas ruas da cidade com acesso livre a qualquer lugar.
Havia, à época, o cerco dos babilônios com
a ameaça constante de invasão e havia também uma esperança ligada aos egípcios
que poderiam vir e socorrer os judeus.
O Egito e a Babilônia (os caldeus) estavam
disputando a região de Judá. Muitos do povo de Judá esperavam o apoio do Egito
(24.8), pois os babilônios teriam levantado o cerco a Jerusalém para lidar com
a ameaça dos egípcios.
Os babilônios ouvindo que vinham os
egípcios, estrategicamente, se retiraram dali e nisso o rei enviou aqueles dois
de seus súditos para consultarem ao Senhor, por Jeremias. Havia no ar uma falsa
esperança de que os caldeus se retirariam dali.
E a palavra do Senhor veio a Jeremias que
respondeu ao rei para que tirassem a esperança no socorro do Egito, pois eles
voltariam por onde vieram e os babilônios atacariam aquela cidade, conforme já
falado.
Ainda que todo o exército dos babilônios
fosse derrotado e sobrassem somente os mutilados, eles, os mutilados, haveriam
de por fogo à cidade de Jerusalém, conforme já anunciado profeticamente – vs.
10.
Foi naquele momento estratégico dos caldeus
que se retiraram do cerco por um tempo que Jeremias em suas missões – iria
receber a sua parte na terra de Benjamim - acabou sendo confundido como
desertor que estaria fugindo para os caldeus e acabou sendo preso injustamente.
Quem prendeu a Jeremias foi Jurias, filho
de Selemias, filho de Hananias que acabou levando ele aos príncipes que ficaram
muito irados e decepcionados com ele de sorte que o açoitaram e o meteram no
cárcere, na casa de Jônatas, o escrivão, porquanto a tinham transformado em
cárcere – vs. 15. Jeremias foi açoitado pela segunda vez (20.2). Também
permaneceu preso numa série de locais até a queda de Jerusalém (38.28).
Uma vez preso, é esquecido na prisão, mas o
rei Zedequias mandou soltá-lo para lhe perguntar em segredo se havia da parte
do Senhor alguma palavra para ele.
É muito estranho o comportamento do rei
Zedequias diante do profeta do Senhor. Por um lado, o rejeitava, por outro,
queria ouvi-lo. O fato era que mais temia Zedequias aos homens do que a Deus e
a sua escolha era sufocada pela vontade dos homens.
Viver dividido como Zedequias é um terror.
Ou somos do Senhor e com ele estamos contra todos, ou somos dos homens e contra
o Senhor. Ficar em cima do muro querendo comer e beber das duas fontes é tão
maligno como ser inimigo declarado.
Jeremias respondeu claramente que havia sim
uma palavra do Senhor para ele: nas mãos do rei da Babilônia serás entregue! Em
seguida, se defende e clama por sua vida de que ali estaria de forma injusta.
Também chama a atenção do rei para aqueles seus profetas que profetizavam a
paz, onde estariam eles agora? Eram todos falsos profetas!
a quem
Nabucodonosor, rei de Babilônia,
constituiu
rei na terra de Judá,
reinou
em lugar de Conias, filho de Jeoiaquim.
Jr 37:2 Mas
nem ele, nem os seus servos, nem o povo da terra
escutaram
as palavras do Senhor
que
este falou por intermédio de Jeremias o profeta.
Jr 37:3
Contudo mandou o rei Zedequias a Jeucal filho de Selemias,
e
a Sofonias, filho de Maaséias, o sacerdote,
ao
profeta Jeremias, para lhe dizerem:
Roga
agora por nós ao Senhor nosso Deus,
Jr 37:4 Ora,
Jeremias entrava e saía entre o povo;
pois
ainda não o tinham encerrado na prisão.
Jr 37:5 E o
exército de Faraó saíra do Egito;
quando,
pois, os caldeus que estavam sitiando Jerusalém,
ouviram
esta notícia, retiraram-se de Jerusalém.
Jr 37:6 Então
veio a Jeremias, o profeta,
a
palavra do Senhor, dizendo:
Jr 37:7 Assim diz o Senhor, Deus de
Israel:
Assim direis
ao rei de Judá, que vos enviou a mim, para me consultar:
Eis
que o exército de Faraó, que saiu em vosso socorro,
voltará
para a sua terra no Egito.
Jr 37:8 E
voltarão os caldeus, e pelejarão contra esta cidade,
e
a tomarão, e a queimarão a fogo.
Jr 37:9 Assim diz o Senhor:
Não vos
enganeis a vós mesmos, dizendo:
Sem
dúvida os caldeus se retirarão de nós;
pois
não se retirarão.
Jr 37:10
Porque ainda que derrotásseis a todo o exército dos caldeus
que
peleja contra vós, e entre eles só ficassem
homens
feridos, contudo se levantariam,
cada um na
sua tenda, e queimariam a fogo esta cidade.
Jr 37:11 Ora,
quando se retirou de Jerusalém o exército dos caldeus,
por
causa do exército de Iearaó,
Jr
37:12 saiu Jeremias de Jerusalém,
a
fim de ir à terra de Benjamim,
para receber
ali a sua parte no meio do povo.
Jr 37:13 E
quando ele estava à porta de Benjamim,
achava-se
ali um capitão da guarda, cujo nome era Jurias,
filho
de Selemias, filho de Hananias,
o
qual prendeu a Jeremias, o profeta, dizendo:
Tu
estás desertando para os caldeus.
Jr 37:14 E Jeremias disse:
Isso é falso,
não estou desertando para os caldeus.
Mas
ele não lhe deu ouvidos, de modo que prendeu
a
Jeremias e o levou aos príncipes.
Jr 37:15 E os
príncipes ficaram muito irados contra Jeremias,
de
sorte que o açoitaram e o meteram no cárcere,
na
casa de Jônatas, o escrivão, porquanto a tinham
transformado
em cárcere.
Jr 37:16
Tendo Jeremias entrado nas celas do calabouço,
e
havendo ficado ali muitos dias,
Jr
37:17 o rei Zedequias mandou soltá-lo
e
lhe perguntou em sua casa, em segredo:
Há
alguma palavra da parte do Senhor?
Respondeu
Jeremias:
Há.
E acrescentou:
Na
mão do rei de Babilônia serás entregue.
Jr 37:18
Disse mais Jeremias ao rei Zedequias:
Em
que tenho pecado contra ti, e contra os teus servos,
e
contra este povo, para que me pusésseis na prisão?
Jr 37:19 Onde
estão agora os vossos profetas que vos profetizavam,
dizendo:
O rei de Babilônia não virá contra vós
nem
contra esta terra?
Jr 37:20 Ora,
pois, ouve agora, ó rei, meu senhor:
seja
aceita agora a minha súplica diante de ti;
não
me faças tornar à casa de Jônatas, o escriba,
para
que eu não venha a morrer ali.
Jr 37:21
Então ordenou o rei Zedequias que pusessem a Jeremias
no
átrio da guarda; e deram-lhe um bolo de pão cada dia,
da
rua dos padeiros, até que se gastou
todo
o pão da cidade.
Assim
ficou Jeremias no átrio da guarda.
Jeremias, finalmente, pede por sua vida
para que o rei não o devolva para a casa de Jônatas, o escriba, para ali não
morrer.
O rei atende ao seu pedido parcialmente e o
coloca preso no átrio da guarda, onde a cada dia seria alimentado com um bolo
de pão da rua dos padeiros, até que se esgotou todo o pão da cidade. O átrio da
guarda – vs. 21 - era menos desagradável que o "calabouço" (v. 16;
32.2). Finalmente, mais pela graça divina mesmo e não pelo bom coração do rei
maligno, Zedequias demonstra algum respeito pelo profeta de Deus.
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segunda-feira, 9 de março de 2015
segunda-feira, março 09, 2015
Jamais Desista
Jeremias 36:1-32 - O REI JEOIAQUIM, DESESPERADO, TENTA ANULAR AS PALAVRAS PROFÉTICAS.
Estamos na décima quarta parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 36.
XIV.TRANSGRESSÕES E JULGAMENTOS REPRESENTATIVOS (34.1-36.32) - continuação.
Vimos que vários acontecimentos
selecionados retratavam os tipos de pecado que transtornavam Judá e que nesses
capítulos estaremos vendo que há cenas representativas da rejeição da palavra
do Senhor que levaram ao julgamento final de Judá.
Também tínhamos feito a divisão proposta
dessa parte ficando assim: A. O julgamento contra Zedequias por voltar atrás em
sua promessa de libertar os escravos (34.1-22) – já vimos; B. O julgamento por ficarem aquém do exemplo dos recabitas
(35.1-19) – já vimos; C. O julgamento
contra Jeoaquim que queimou o rolo de Jeremias (36.1-32) - veremos agora.
C. O julgamento contra Jeoiaquim que queimou o rolo de Jeremias
(36.1-32).
Veremos neste capítulo, o julgamento contra
Jeoiaquim por que queimou o rolo com as
profecias de Jeremias. A resistência do rei Jeoiaquim à palavra profética foi
tanta que ele chegou a queimar um dos rolos de Jeremias. Seus atos trouxeram
sobre ele o julgamento de Deus.
Já estávamos no quarto ano de Jeoaquim
quando veio a Jeremias mais uma palavra do Senhor para ser pronunciada contra o
rei. Era este o ano do primeiro ataque de Nabucodonosor a Jerusalém (605 a.C.).
A intransigência de Jeoiaquim é ainda mais impressionante quando se considera o
seu contexto.
Deus tinha dito para Jeremias para escrever
aquelas palavras proféticas. Esse relato é importante para compreender como os
livros proféticos eram escritos. Proferidos ao longo de um período extenso
(25.3), os oráculos de Jeremias foram reunidos de modo a formar um texto
contínuo (Is 8.16).
No rolo deveriam ser escritas todas as
palavras que Deus tinha falado contra Israel, contra Judá e contra todas as
nações, desde o dia em Deus lhe falou, desde os dias do rei Josias, até aquela
data.
Deus ainda adverte que eles irão ouvir todo
o mal que faria cair sobre eles, mas não para aniquilá-los, mas para curá-los -
para que cada qual se converta do seu mau
caminho, a fim de que eu perdoe a sua iniquidade e o seu pecado. Vs. 3.
Essa era a finalidade daquele mal, talvez a
palavra aqui não seja apropriada, pois nela estava implícita a correção de Deus.
O objetivo do “mal” seria a conversão e o perdão.
Quem irá redigir o rolo de Jeremias é
Baruque. Essa é a segunda menção do escriba de Jeremias (32.12). Sua atividade
aqui sugere que talvez tenha participado da compilação do livro de Jeremias em
sua forma atual. Jeremias iria ditar e Baruque iria escrever.
Jeremias se encontrava impedido de anunciar
a profecia (provavelmente tinha sido banido da área do templo devido à sua
impopularidade junto às autoridades - 26.2-11), por isso pede que se leia aos
ouvidos do povo na casa do Senhor, no dia de jejum e também aos ouvidos de todo
o Judá que vinham das cidades.
A esperança da obediência e o resultado
esperado pela leitura era o arrependimento e a conversão de cada um.
Já era o quinto ano e o mês nono, dezembro
de 604 a.C., quando o povo apregoou um jejum diante do Senhor. Aproveitando-se
da ocasião o do aglomerado de pessoas concentradas em Deus, foi que Baruque,
obedecendo a voz profética, leu aos ouvidos de todo o povo.
Micaias ouvido aquelas palavras se
impressionou e anunciou tudo o que ouvira a todos os príncipes ali assentados. Os
príncipes também se impressionaram e convocaram Baruque para ir com eles e
Baruque foi e leu e ficaram amedrontados e decidiram levar ao rei aquelas duras
palavras que Baruque lia da parte de Jeremias, o profeta de Deus.
Baruque explica a eles como sabia aquelas
palavras. Isso não significa que as palavras originais ocorreram a Jeremias de
maneira mecânica. No entanto, a sua capacidade de se lembrar delas com tantos
detalhes mostra que, uma vez dadas a ele, ficaram gravadas de modo indelével na
sua memória.
Os príncipes então trataram de esconder a
Jeremias e a Baruque e enviaram a Jeúdi para ler o rolo diante do rei. Assim, o
rolo não era mais lido por Baruque que, a essa altura, provavelmente estava
escondido (v. 19). Na ausência de Jeremias e Baruque, a resposta de Jeoaquim se
concentra nas palavras em si.
Todos ali ouviram a leitura feita por Jeúdi
e era o mês nono, estando ali o rei assentado junto à lareira, por causa do
inverno. Enquanto ia lendo, o rei ia apanhando o rolo e lançando-o na fogueira.
O contraste com Josias não poderia ser mais forte (2Rs 22.11-13). É possível
que a destruição do rolo tenha sido uma tentativa supersticiosa de invalidar as
suas palavras.
Assim, destruíram todo o rolo, sem
demonstrar qualquer temor ou arrependimento, ou constrangimento diante daquilo.
Houve quem ali se opusesse à queima e até mesmo protegeu a Jeremias e a Baruque,
mas prevaleceu a vontade exclusiva do rei.
Um desses opositores foi Elnatã, o mesmo
que outrora tinha ido ao Egito, por ordem do rei Jeoiaquim, capturar o profeta
Urias e trazê-lo ao rei para ser executado – 26:20-23.
filho
de Josias, rei de Judá, que da parte do Senhor
veio
esta palavra a Jeremias, dizendo:
Jr
36:2 Toma o rolo dum livro, e escreve nele todas as palavras
que
te hei falado contra Israel, contra Judá
e
contra todas as nações, desde o dia em que eu te falei,
desde
os dias de Josias até o dia de hoje.
Jr
36:3 Ouvirão talvez os da casa de Judá todo o mal
que
eu intento fazer-lhes;
para
que cada qual se converta do seu mau caminho,
a
fim de que eu perdoe a sua iniqüidade
e
o seu pecado.
Jr
36:4 Então Jeremias chamou a Baruque, filho de Nerias;
e
escreveu Baruque, no rolo dum livro, enquanto Jeremias
lhas
ditava, todas as palavras
que
o Senhor lhe havia falado.
Jr
36:5 E Jeremias deu ordem a Banique, dizendo:
Eu
estou impedido; não posso entrar na casa do Senhor.
Jr
36:6 Entra pois tu e, pelo rolo que escreveste enquanto eu ditava,
lê
as palavras do Senhor aos ouvidos do povo,
na
casa do Senhor, no dia de jejum;
e
também as lerás aos ouvidos de todo o Judá
que
vem das suas cidades.
Jr
36:7 Pode ser que caia a sua súplica diante do Senhor,
e
se converta cada um do seu mau caminho;
pois
grande é a ira e o furor que o Senhor
tem
manifestado contra este povo.
Jr
36:8 E fez Baruque, filho de Nerias,
conforme
tudo quanto lhe havia ordenado Jeremias,
o
profeta, lendo no livro as palavras do Senhor
na
casa do Senhor.
Jr
36:9 No quinto ano de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá,
no
mês nono, todo o povo em Jerusalém,
como
também todo o povo que vinha das cidades
de
Judá a Jerusalém, apregoaram um jejum
diante
do Senhor.
Jr
36:10 Leu, pois, Banique no livro as palavras de Jeremias,
na
casa do Senhor, na câmara de Gemarias, filho de Safã,
o
escriba, no átrio superior, à entrada da porta nova
da
casa do Senhor, aos ouvidos de todo o povo.
Jr
36:11 E, ouvindo Micaías, filho de Gemarias, filho de Safã,
todas
as palavras do Senhor, naquele livro,
Jr
36:12 desceu à casa do rei, à câmara do escriba.
E
eis que todos os príncipes estavam ali assentados:
Elisama,
o escriba, e Delaías, filho de Semaías, e Elnatã,
filho
de Acbor, e Gemarias, filho de Safã,
e
Zedequias, filho de Hananias,
e todos os outros
príncipes.
Jr
36:13 E Micaías anunciou-lhes todas as palavras que ouvira,
quando
Baruque leu o livro aos ouvidos do povo.
Jr
36:14 Então todos os príncipes mandaram Jeúdi, filho de Netanias,
filho
Selemias, filho de Cuche, a Baruque, para lhe dizer:
O
rolo que leste aos ouvidos do povo,
toma-o
na tua mão, e vem.
E
Banique, filho de Nerias, tomou o rolo na sua mão,
e
foi ter com eles.
Jr
36:15 E disseram-lhe:
Assenta-te
agora, e lê-o aos nossos ouvidos.
E Baruque o leu
aos ouvidos deles.
Jr
36:16 Ouvindo eles todas aquelas palavras,
voltaram-se
temerosos uns para os outros,
e
disseram a Banique:
Sem
dúvida alguma temos que anunciar ao rei todas
estas
palavras.
Jr
36:17 E disseram a Baruque:
Declara-nos
agora como escreveste todas estas palavras.
Ele
as ditava?
Jr
36:18 E disse-lhes Baruque:
Sim,
da sua boca ele me ditava todas estas palavras,
e
eu com tinta as escrevia no livro.
Jr
36:19 Então disseram os príncipes a Banique:
Vai,
esconde-te tu e Jeremias; e ninguém saiba onde estais.
Jr
36:20 E foram ter com o rei ao átrio;
mas
depositaram o rolo na câmara de Elisama, o escriba,
e
anunciaram aos ouvidos do rei todas aquelas palavras.
Jr
36:21 Então enviou o rei a Jeúdi para trazer o rolo;
e
Jeúdi tomou-o da câmara de Elisama, o escriba,
e
o leu aos ouvidos do rei e aos ouvidos
de
todos os príncipes que estavam em torno do rei.
Jr
36:22 Ora, era o nono mês e o rei estava assentado
na
casa de inverno, e diante dele estava um braseiro aceso.
Jr
36:23 E havendo Jeúdi lido três ou quatro colunas,
o
rei as cortava com o canivete do escrivão,
e
as lançava no fogo que havia no braseiro,
até
que todo o rolo se consumiu no fogo que estava
sobre
o braseiro.
Jr
36:24 E não temeram, nem rasgaram os seus vestidos,
nem
o rei nem nenhum dos seus servos que ouviram
todas
aquelas palavras
Jr
36:25 e, posto que Elnatã, Delaías e Gema rias
tivessem
insistido com o rei que não queimasse o rolo,
contudo
ele não lhes deu ouvidos.
Jr
36:26 Antes deu ordem o rei a Jerameel, filho do rei,
e
a Seraías, filho de Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel,
que
prendessem a Baruque, o escrivão,
e
a Jeremias, o profeta; mas o Senhor os escondera.
Jr
36:27 Depois que o rei queimara o rolo com as palavras
que
Banique escrevera da boca de Jeremias,
veio
a Jeremias a palavra do Senhor, dizendo:
Jr
36:28 Toma ainda outro rolo, e escreve nele todas aquelas palavras
que
estavam no primeiro rolo, que Jeoiaquim,
rei
de Judá, queimou.
Jr
36:29 E a Jeoiaquim, rei de Judá, dirás:
Assim
diz o Senhor:
Tu
queimaste este rolo, dizendo:
Por
que escreveste nele anunciando:
Certamente
virá o rei da Babilônia, e destruirá esta terra
e
fará cessar nela homens e animais?,
Jr
36:30 Portanto assim diz o Senhor acerca de Jeoiaquim,
rei
de Judá:
Não
terá quem se assente sobre o trono de Davi,
e
será lançado o seu cadáver ao calor de dia,
e
à geada de noite.
Jr
36:31 E castigá-lo-ei a ele, e a sua descendência
e
os seus servos, por causa da sua iniqüidade;
e
trarei sobre ele e sobre os moradores
de
Jerusalém, e sobre os homens de Judá,
todo
o mal que tenho pronunciado contra eles,
e
que não ouviram.
Jr
36:32 Tomou, pois, Jeremias outro rolo, e o deu a Baruque,
filho
de Nerias, o escrivão, o qual escreveu nele,
enquanto
Jeremias ditava, todas as palavras do livro
que
Jeoiaquim, rei de Judá, tinha queimado no fogo;
e
ainda se lhes acrescentaram muitas palavras semelhantes.
Ao invés do arrependimento do rei, deu
ordens para prenderem a Baruque, o escrivão e Jeremias, o profeta, mas o Senhor
o escondeu e não permitiu que fosse apanhado.
Outra vez veio a palavra do Senhor a
Jeremias e novamente Deus lhe falou para escrever num rolo todas aquelas
palavras e enviou Jeremias para dizer ao rei que ele queimara o rolo, mas
haveria consequências, ou seja, não haveria quem se assentasse no trono de Davi
da parte dele. O reinado de seu filho Joaquim foi curto (2Rs 24.8; Jr 22.30). Também
contra ele, o seu cadáver seria lançado ao calor do dia e à geada da noite.
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