Estamos na décima quarta parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 35.
XIV.TRANSGRESSÕES E JULGAMENTOS REPRESENTATIVOS (34.1-36.32) - continuação.
Vimos que vários acontecimentos
selecionados retratavam os tipos de pecado que transtornavam Judá e que nesses
capítulos estaremos vendo que há cenas representativas da rejeição da palavra
do Senhor que levaram ao julgamento final de Judá.
Também tínhamos feito a divisão proposta
dessa parte ficando assim: A. O julgamento contra Zedequias por voltar atrás em
sua promessa de libertar os escravos (34.1-22) – já vimos; B. O julgamento por ficarem aquém do exemplo dos
recabitas (35.1-19) – veremos agora;
C. O julgamento contra Jeoaquim que queimou o rolo de Jeremias (36.1-32).
B. O julgamento por ficarem aquém do exemplo dos recabitas (35.1-19).
Veremos neste capítulo, o julgamento de
Judá por ficarem aquém do exemplo dos recabitas. O profeta condena os judaítas
por não seguirem o exemplo de fidelidade dos recabitas.
Aconteceu nos dias do rei Jeoiaquim, filho
do grande reformador Josias, rei de Judá que a palavra do Senhor, como de
costume, veio a Jeremias.
O Deus do universo que conhece todos os
homens e sabe o que cada um faz, enviou Jeremias à casa dos recabitas. A maior
parte do que se sabe sobre eles encontra-se nesse capítulo. Ao que parece, eram
uma tribo nômade com uma relação de parentesco próxima com os queneus (1Cr
2.55). Sua fidelidade contrasta nitidamente com a falta dessa qualidade entre
os filhos de Abraão.
A orientação de Deus a Jeremias era para os
levarem à casa do SENHOR, à uma das câmaras, as quais eram usadas como
depósitos (veja 1 Rs 6.5; Ne 13.4-5) e dentro dela era para oferecer vinho aos
recabitas.
Jeremias, o profeta, tomou a Jaazanias,
filho de Jeremias - Jeremias era um nome comum à época (40.8) -, filho de Habazínias
e ele tomou alguns deles com seus irmãos e filhos e os introduziu na casa do
Senhor em local bem específico, na câmara dos filhos de Hanã, filho de
Jigdalias, homem de Deus (designação comum para um profeta – I Rs 12:22), a
qual estava junto à câmara dos príncipes que ficava sobre a câmara de Maaséias,
filho de Salum, guarda do vestíbulo e ali, diante deles, colocou taças cheias
de vinhos e copos à vontade. Em seguida, vem o convite efusivo de Jeremias, em
obediência ao Senhor, aos recabitas: BEBEI VINHO! – vs. 5.
Naquele momento, eles responderam, sem
titubear a Jeremias que não beberiam vinho e explicou o porquê.
O voto feito por Jonadabe, filho de Recabe,
consagrou seus descendentes a um estilo de vida nômade caracterizado por
habitações temporárias e abstenção de vinho. Um compromisso assumido
voluntariamente e não uma exigência da lei mosaica (Dt 6.10-11; 7.13) semelhante, portanto, a um voto nazireu (Nm
6.2-3,20; Jz 13.4-7).
Estas eram as suas firmes resoluções como o
fez Jonathans Edwards e como escrevi em meu livro AS MINHAS FIRMES RESOLUÇÕES[1]. Isaías
26:3 nos diz que Deus conservará em perfeita paz aqueles cujos propósitos são
firmes, porque eles confiam no Senhor. Também temos em Daniel um exemplo de
firmeza de resolução ao decidir-se não se contaminar com as iguarias do rei – Dn
1:8.
Deus honra quando você honra os seus
compromissos, principalmente com ele, o Senhor.
Também explicou por que estavam ali em
Jerusalém uma vez que estavam fugindo dos babilônios e dos siros.
Deus se agradou deles e os usou para, por
meio deles, levar uma palavra profética aos homens de Judá e aos moradores de
Jerusalém – vs. 13.
Deus estava mesmo indignado por causa deles
uma vez que aqueles eram fieis a seu pai Jonadabe e eles, totalmente infiéis a Deus.
Deus não somente os advertiu como também
enviou de tempos em tempos homens de Deus, seus profetas, para anunciarem o
tempo de se converterem de seus maus caminhos, emendarem as suas ações para não
servirem a outros deles a fim de que pudessem habitar para sempre a terra que
ele estava dando a eles, mas não o ouviram.
Seria por isso que Deus iria trazer mesmo
todo mal que intentava contra eles, pois que falou, mas não ouviram, clamou,
mas não responderam.
Jr 35:1 A palavra que da parte do Senhor
veio a Jeremias,
nos
dias de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo:
Jr 35:2 Vai à casa dos recabitas, e fala
com eles,
introduzindo-os
na casa do Senhor, em uma das câmaras,
e
lhes oferece vinho a beber.
Jr
35:3 Então tomei a Jaazanias, filho de Jeremias,
filho
de Habazínias, e a seus irmãos, e a todos os seus filhos,
e
a toda a casa dos recabitas,
Jr
35:4 e os introduzi na casa do Senhor,
na
câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias,
homem
de Deus, a qual estava junto
à
câmara dos príncipes que ficava sobre a câmara
de
Maaséias, filho de Salum, guarda do vestíbulo;
Jr
35:5 e pus diante dos filhos da casa dos recabitas
taças
cheias de vinho, e copos, e disse-lhes:
Bebei
vinho.
Jr
35:6 Eles, porém, disseram:
Não
beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe,
nosso
pai, nos ordenou, dizendo:
Nunca
jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos;
Jr
35:7 não edificareis casa, nem semeareis semente,
nem
plantareis vinha, nem a possuireis;
mas
habitareis em tendas todos os vossos dias;
para
que vivais muitos dias na terra
em
que andais peregrinando.
Jr
35:8 Obedecemos pois à voz de Jonadabe, filho de Recabe,
nosso
pai, em tudo quanto nos ordenou, de não bebermos
vinho
em todos os nossos dias,
nem
nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos,
nem
nossas filhas; Jr 35:9 nem de edificarmos casas
para
nossa habitação; nem de possuirmos vinha, nem campo,
nem
semente; Jr 35:10 mas habitamos em tendas,
e
assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto
nos
ordenou Jonadabe, nosso pai.
Jr
35:11 Sucedeu, porém, que, quando subia Nabucodonosor,
rei
de Babilônia, contra esta
terra, dissemos:
Vinde,
e vamo-nos a Jerusalém, por causa do exército
dos
caldeus, e por causa do exército dos sírios;
e
assim habitamos em Jerusalém.
Jr 35:12 Então veio a palavra do Senhor
a Jeremias, dizendo:
Jr
35:13 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
Vai,
e dize aos homens de Judá e aos moradores
de
Jerusalém:
Acaso
não aceitareis instrução, para ouvirdes as minhas palavras?
diz
o Senhor.
Jr
35:14 As palavras de Jonadabe, filho de Recabe,
pelas
quais ordenou a seus filhos que não bebessem vinho,
foram
guardadas;
pois
não o têm bebido até o dia de hoje,
porque
obedecem o mandamento de seu pai;
a
mim, porém, que vos tenho falado a vós,
com
insistência, vós não me ouvistes.
Jr
35:15 Também vos tenho enviado, insistentemente,
todos
os meus servos, os profetas, dizendo:
Convertei-vos
agora, cada um do seu mau caminho,
e
emendai as vossas ações,
e
não vades após outros deuses para os servir,
e
assim habitareis na terra que vos dei a vós
e
a vossos pais;
mas
não inclinastes o vosso ouvido,
nem
me obedecestes a mim.
Jr
35:16 Os filhos de Jonadabe, filho de Recabe,
guardaram
o mandamento de seu pai que ele lhes ordenou,
mas
este povo não me obedeceu;
Jr 35:17 por isso assim diz o Senhor, o
Deus dos exércitos, o Deus de Israel:
Eis
que trarei sobre Judá, e sobre todos os moradores de Jerusalém,
todo
o mal que pronunciei contra eles;
pois
lhes tenho falado, e não ouviram; e clamei a eles,
e
não responderam.
Jr 35:18 E à casa dos recabitas disse
Jeremias:
Assim
diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
Pois
que obedecestes ao mandamento de Jonadabe,
vosso
pai, guardando todos os seus mandamentos
e
fazendo conforme tudo quanto vos ordenou;
Jr
35:19 portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel:
Nunca
jamais faltará varão a Jonadabe, filho de Recabe,
que
assista diante de mim.
Quanto aos recabitas, sim, quanto aos
fieis, a recompensa. Obedeceram ao seu pai e por isso nunca mais faltaria a
Jonadabe, filho de Recabe, quem assistisse ao Senhor da parte deles.
Reparando em 33.17-18, vemos que nunca
faltará a Davi, nem aos sacerdotes, quem se assente como rei, no trono da casa
de Israel e quem o sirva no sacerdócio dos levitas para assisti-lo diante dele
para sempre. Seria de se esperar que urna promessa desse tipo fosse feita para
um rei, ou mesmo para sacerdotes, mas não para os recabitas, um grupo
praticamente desconhecido. Ela é usada aqui para contrastar de modo agourento
com o que Jeoaquim e a dinastia davídica histórica poderiam esperar.
Iniciamos a décima quarta parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 34.
XIV.TRANSGRESSÕES E JULGAMENTOS REPRESENTATIVOS (34.1-36.32).
Vários acontecimentos selecionados retratam
os tipos de pecado que transtornavam Judá.
Dos versos de 34.1 até 36.32, estaremos
meditando nas transgressões e julgamentos representativos. Esses capítulos
contêm cenas representativas da rejeição da palavra do Senhor que levaram ao
julgamento final de Judá.
A divisão proposta dessa parte ficará
assim: A. O julgamento contra Zedequias por voltar atrás em sua promessa de
libertar os escravos (34.1-22) – veremos
agora; B. O julgamento por ficarem aquém do exemplo dos recabitas
(35.1-19); C. O julgamento contra Jeoaquim que queimou o rolo de Jeremias
(36.1-32).
A. O julgamento contra Zedequias (34.1-22).
Veremos neste capítulo, o julgamento contra
Zedequias. Essa seção mostra Jeremias transmitindo profecias de julgamento
contra Zedequias por este haver quebrado a sua promessa de libertar os escravos
de Jerusalém.
A palavra do Senhor veio ao profeta naquele
momento em que todo o mundo parecia conspirar contra Jerusalém, mas isso se
explica. Era comum os tratados trazerem estipulações que obrigavam as nações
vassalas a lutar para o seu suserano.
E Deus disse para Jeremias dizer ao rei de
Judá, Ezequias, que ele estaria prestes a entregar a sua cidade nas mãos de
Nabucodonosor que a queimaria a fogo. Reparem nas ações simultâneas. Babilônia
e seus vassalos atacavam Jerusalém e Deus lhe entregava a cidade.
Ora, se Deus não entregasse a cidade,
jamais os babilônios poderiam conquistá-la ainda que fossem muito superiores em
efetivo, armas, táticas e estratégias. Diz a palavra de Deus que em vão vigiam
as sentinelas se o Senhor não guardar a cidade – Sl 127:1,2.
Zedequias veria os olhos do rei da
Babilônia e falaria a ele face a face, mas não morreria, em paz morreria no
tempo oportuno. O fim exato de Zedequias permanece obscuro em 21.4-7; 32.3-5 (52.11).
O fato é que ele não morreria em combate.
Como lhe ordenou o Senhor, assim fez
Jeremias anunciando-lhe todas as palavras fieis e verdadeiras do Senhor em sua
vida. Assim ele fez, no exato momento, quando o exército babilônico atacava a
cidade de Jerusalém e outras como Laquis e Meca, importantes cidades
fortificadas de Judá (2Cr 11.5,9).
Esse versículo – vs. 7 - oferece um
vislumbre dos últimos dias de Judá. Jerusalém sabia que o inimigo estava se
aproximando, tomando, uma a uma, as cidades mais afastadas da capital do reino.
Um fragmento de cerâmica datado de 588 a.C. traz uma mensagem ao comandante de
Laquis: "Estamos esperando os sinais de fogo de Laquis... pois não podemos
ver Azeca".
Novamente a palavra do Senhor veio a
Jeremias quando o rei Zedequias tinha feito um pacto com o povo que estava em
Jerusalém para lhes apregoar a liberdade. De acordo com as leis (Êx 21.2-11; Lv
25.39-55; Dt 15.12-18), os escravos deviam ser libertos no último ano de um
ciclo de sete anos. Zedequias não havia exigido o cumprimento dessa prática, mas
agora obedece à lei na tentativa de apaziguar Deus. Essa iniciativa do rei
reflete a sua ambivalência quanto a dar ouvidos a Jeremias ou aos seus
conselheiros políticos.
À princípio, todos obedeceram ao comando do
rei, mas logo voltaram atrás em suas decisões de libertá-los e refizeram a
escravidão e nisso veio a palavra ao profeta que Deus tinha feito com eles um
pacto, uma aliança no deserto, no dia em que os tirou do Egito, da terra de
servidão.
O Senhor relembra o que foi dito em Dt
15.12 de que era para libertarem cada um a seu irmão hebreu que lhe foi vendido
e que lhe serviu por seis anos, mas ressalta o Senhor o fato de não terem
ouvido a Deus, nem terem se inclinado a ele para obedecer.
Deus tinha se agradado do pacto deles, mas
tão rapidamente desistiram e como meninos voltaram atrás. Isso despertou a ira
do Senhor contra eles.
Esses dois verbos (a mesma palavra no
hebraico “voltado a fazer”; “mudaste” - וַתָּשֻׁ֙בוּ֙) retratam
claramente a inconstância de Judá (3.6,14). Os judaítas iam para um lado e
depois para o outro. Porém, não existe neutralidade moral. O que eles faziam
profanavam o nome do Senhor. A desconsideração ostensiva da lei que determinava
a libertação dos escravos representava, na verdade, um repúdio do Senhor que
deu a lei.
Como cada um desrespeitou sua própria decisão
de proclamar a liberdade deles, ele o Senhor proclamaria a liberdade deles para
a espada, para a fome e para a peste e ainda que os faria um espetáculo de
horror em toda a terra. A repetição irônica “liberdade... liberdade” reflete a
maneira como o povo trouxe julgamento sobre si mesmo (7.5-6; 23.12).
Jr 34:1 A palavra que da parte do Senhor
veio a Jeremias,
quando
Nabucodonosor, rei de Babilônia, e todo o seu exército,
e todos os
reinos da terra que estavam sob o domínio da sua mão,
e
todos os povos, pelejavam contra Jerusalém,
e
contra todas as suas cidades, dizendo:
Jr 34:2 Assim diz o Senhor, Deus de
Israel:
Vai, e fala a
Zedequias, rei de Judá, e dize-lhe:
Assim
diz o Senhor:
Eis
que estou prestes a entregar esta cidade na mão
do rei de
Babilônia, o qual a queimará a fogo.
Jr 34:3 E tu
não escaparás da sua mão; mas certamente serás preso
e
entregue na sua mão; e teus olhos verão
os
olhos do rei de Babilônia,
e
ele te falará boca a boca, e irás a Babilônia.
Jr 34:4
Todavia ouve a palavra do Senhor, ó Zedequias, rei de Judá;
assim
diz o Senhor acerca de ti:
Não
morrerás à espada;
Jr
34:5 em paz morrerás, e como queimavam perfumes
a
teus pais, os reis precedentes, que foram antes
de
ti, assim tos queimarão a ti;
e te
prantearão, dizendo: Ah Senhor!
Pois
eu disse a palavra, diz o Senhor.
Jr 34:6 E
anunciou Jeremias, o profeta, a Zedequias, rei de Judá,
todas
estas palavras, em Jerusalém,
Jr 34:7
quando o exército do rei de Babilônia
pelejava
contra Jerusalém, e contra todas as cidades de Judá,
que
ficaram de resto, contra Laquis e contra Azeca;
porque dentre
as cidades de Judá, só estas haviam ficado
como
cidades fortificadas.
Jr 34:8 A palavra que da parte do Senhor
veio a Jeremias,
depois que o
rei Zedequias fez um pacto com todo o povo
que estava em
Jerusalém, para lhe fazer proclamação de liberdade,
Jr 34:9 para
que cada um libertasse o seu escravo,
e
cada um a sua escrava, hebreu ou hebréia,
de
maneira que ninguém se servisse mais dos judeus,
seus
irmãos, como escravos.
Jr 34:10 E
obedeceram todos os príncipes e todo o povo
que
haviam entrado no pacto de libertarem
cada
qual o seu escravo, e cada qual a sua escrava,
de
maneira a não se servirem mais deles,
sim,
obedeceram e os libertaram.
Jr 34:11 Mas
depois se arrependeram, e fizeram voltar os escravos
e
as escravas que haviam libertado, e tornaram
a
escravizá-los.
Jr 34:12
Veio, pois, a palavra do Senhor a Jeremias,
da
parte do Senhor, dizendo:
Jr 34:13 Assim diz o Senhor, Deus de
Israel:
Eu fiz um
pacto com vossos pais,
no
dia em que os tirei da terra do Egito,
da
casa da servidão, dizendo:
Jr 34:14 Ao
fim de sete anos libertareis cada um a seu irmão hebreu,
que
te for vendido, e te houver servido seis anos,
e
despedi-lo-ás livre de ti;
mas vossos
pais não me ouviram, nem inclinaram
os
seus ouvidos.
Jr 34:15 E
vos havíeis hoje arrependido,
e
tínheis feito o que é reto aos meus olhos,
proclamando
liberdade cada um ao seu próximo;
e
tínheis feito diante de mim um pacto,
na
casa que se chama pelo meu nome;
Jr 34:16
mudastes, porém, e profanastes o meu nome,
e
fizestes voltar cada um o seu escravo,
e
cada um a sua escrava,
que
havíeis deixado ir livres à vontade deles;
e
os sujeitastes de novo à servidão.
Jr 34:17 Portanto assim diz o Senhor:
Vós não me
ouvistes a mim, para proclamardes a liberdade,
cada
um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo.
Eis, pois,
que eu vos proclamo a liberdade, diz o Senhor,
para
a espada, para a peste e para a fome;
e
farei que sejais um espetáculo de terror
a
todos os reinos da terra.
Jr 34:18
Entregarei os homens que traspassaram o meu pacto,
e
não cumpriram as palavras do pacto que fizeram
diante
de mim com o bezerro que dividiram
em
duas partes,
passando pelo
meio das duas porções.
Jr 34:19 Os
príncipes de Judá, os príncipes de Jerusalém, os eunucos,
os
sacerdotes, e todo o povo da terra,
os mesmos que
passaram pelo meio das porções do bezerro,
Jr 34:20
entregá-los-ei, digo, na mão de seus inimigos,
e
na mão dos que procuram a sua morte.
Os
cadáveres deles servirão de pasto
para
as aves do céu e para os animais da terra.
Jr 34:21 E a
Zedequias, rei de Judá, e seus príncipes entregarei
na
mão de seus inimigos e na mão dos que procuram
a
sua morte, e na mão do exército
do
rei de Babilônia,
os
quais já se retiraram de vós.
Jr 34:22 Eis
que eu darei ordem, diz o Senhor,
e
os farei tornar a esta cidade,
e
pelejarão contra ela, e a tomarão,
e
a queimarão a fogo;
e
das cidades de Judá farei uma assolação,
de
sorte que ninguém habite nelas.
O pacto tinha sido feito e um cordeiro
tinha sido sacrificado ao dividirem o bezerro e passarem entre as partes. (Gn 15.18)
. essa passagem entre os corpos era um ato que, com frequência, acompanhava a
ratificação de uma aliança e indicava uma solene maldição sobre si mesmo (1 Rs
19.2). Aquele que andava entre os pedaços das carcaças dizia: "Se eu
quebrar a minha aliança, que aconteça comigo o mesmo que aconteceu com este
animal". Aqui o Senhor jura permitir que a maldição se realize.
Nos versos 21 e 22, o Senhor decidiu
entregar Zedequias e seus oficiais aos babilônios porque Zedequias havia
transgredido a lei de Deus e a sua aliança com Deus. E se não tivessem falhado
no bom começo que tiveram, mas que recuaram em seguida? Deus teria mudado a
sorte deles! É Deus quem muda a nossa sorte!
Estamos na décima terceira parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 33.
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO (30.1-33.26)- continuação.
Vimos que apesar do exílio iminente,
Jeremias reafirmou a promessa de que o povo de Deus voltaria do cativeiro e que
esses capítulos são chamados com frequência de "livro de consolação"
de Jeremias, pois que contêm promessas da restauração de Israel e Judá depois
dos setenta anos de exílio.
Para melhor compreensão, também dividimos
essa parte XIII, em três seções: A. O livro de restauração (30.1-31.40) – já vista; B. Uma compra simbólica
(32.1-44) – já vista e, C. Predições
de restauração (33.1-26) – veremos e
concluiremos agora.
C. Predições de restauração (33.1-26).
A primeira revelação enquanto o profeta
estava preso é registrada no cap. 32. Agora, vem a segunda revelação, estando
ele encarcerado ainda no pátio da guarda.
Isso nos remete a Paulo que se dizia o
“prisioneiro de Cristo” em suas epístolas. Veja as referências:
·Efésios 3:1 Por esta causa eu, Paulo, sou
o prisioneiro de Cristo Jesus,
por amor de vós, gentios,
·Efésios 4:1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro
no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a
que fostes chamados,
·Efésios 6:20 pelo qual sou embaixador
em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para
falar, como me cumpre fazê-lo.
Colossenses 4:10 Saúda-vos
Aristarco, prisioneiro comigo, e
Marcos, primo de Barnabé (sobre quem recebestes instruções; se ele for ter
convosco, acolhei-o),
Filemon 1:1 Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o
irmão Timóteo, ao amado Filemom, também nosso colaborador,
Filemon 1:9 prefiro, todavia,
solicitar em nome do amor, sendo o que sou, Paulo, o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Jesus;
Filemon 1:23 Saúdam-te Epafras, prisioneiro comigo, em Cristo Jesus,
Filipenses 1:7 Aliás, é justo que
eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do
evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo.
Filipenses 1:13 de maneira que as minhas cadeias, em
Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os
demais;
A noção de soberania em Paulo era tão forte
que ele não se considerava injustiçado de Roma, ou preso político, ou coitadinho,
vítima do sistema corrupto da época, mas se auto-intitulava “prisioneiro de
cristo”, como que reconhecendo que o Senhor da vida dele era Deus e não Roma ou
qualquer líder.
Uma vez que Deus criou e forma todas as
coisas, é evidente que ele teria poder para restaurar o seu povo do exílio
(32.17).
Ele desafia Jeremias a clamar a ele, pois
que coisas grandes e ocultas, que não sabia, ele estaria disposto a revelá-las.
Uma frase semelhante é encontrada em Is 48.6 que também se refere à salvação
como uma nova criação (veja Dn 2.47).
Deveras interessante este apelo do clamar a
ele para ele revelar! Isso nos remete a John Piper e a R. C. Sproul, que nos
dizem sobre a oração que elas fazem coisas acontecerem que se não orássemos não
aconteceriam e que a oração é um privilégio para nós no qual Deus nos convida
para com ele regermos o universo, mudando as coisas e os fatos pela pura
oração! Isso é tremendo! Vale aqui a construção de um bom sermão!
Nos versos 4 e 5, o profeta anuncia o horror
da destruição de Jerusalém. Seus líderes tinham destruído casas para com elas
construírem verdadeiras fortalezas contra as trincheiras e a espada dos caldeus,
mas isso não seria suficiente. De nada adiantariam técnicas e métodos quando o
Senhor tinha contra eles o seu rosto virado – vs. 5. Que isso nos sirva de
lição quando as coisas estão dando erradas em nossas vidas, apesar de tudo
estarmos fazendo corretamente e com modernas técnicas. Aqui também a dica para
outro sermão é fantástica!
No verso 6, extensível ao 8, o sentido é
claro, Deus traria o seu povo de volta do cativeiro apesar da destruição da
cidade e do exílio (cf. 30.8,16; 32.36). Ele não somente os faria voltar, mas
os reconstruiria e os reedificaria como no princípio, além do que os
purificaria de toda as suas iniquidades e perdoaria os seus pecados com que
pecaram e transgrediram contra o Senhor.
Deus restauraria o seu povo do exílio não
apenas para o bem de Israel, mas para sua própria glória entre todos os povos
da terra (Rm 11.36). É na verdade por causa de sua glória que nós nos damos bem
em nossas vidas.
É por isso que o professor e pastor Airton
Wilhians, nosso amigo, nos ensina sobre o casamento que não casamos para
fazermos nosso cônjuge feliz ou para preencher vazios em nossas almas, mas
assim fazemos para a glória de Deus e que ao buscá-la em sua plenitude,
melhoraremos 100% em nossos relacionamentos.
O Senhor estaria desejoso de abençoar e
fazer o povo se rejubilar em sua glória.
Naquele mesmo lugar morto, sem vida e sem
graça, que todos diziam que era uma desolação, ali mesmo, ainda se ouviria, por
causa de sua graça, a voz de gozo e a voz de alegria, a voz de noivo e a de
noiva e, finalmente, a voz dos que dão graças ao Senhor por causa de seus
grandes benefícios. É interessante observar o contraste com os vs. 7.34; 16.9.
A grande bênção do Senhor se estenderia
pela sua geografia – 32:44 - a toda a Terra Prometida tornando-a uma morada de
pastores que fariam seus rebanhos repousarem em segurança e tranquilidade.
Ainda pelos versos 13 e 14, o profeta
continua narrando detalhes das bênçãos do Senhor a todo seu povo restaurado.
Baseado em 2 Sm 17:12, a promessa
messiânica – vs. 15 e 16 (repetição de 23:5,6) - é um cumprimento da promessa
feita a Davi – Mt 1:1,17; 12:23. O renovo, como já falamos, é um termo
messiânico que expressa o fato de que o último Ungido da linhagem de Davi seria
perfeitamente justo – Is 4:2; 11:1. Além disso, também se refere a todos os
líderes do povo de Deus – Zc 6:12, por exemplo, descreve Zorobabel desse modo.
A profecia do vs. 17 faz alusão a 2Sm
7.12-16; Sl 89.3-4; 132.11-12 e se refere à restauração da monarquia davídica
depois do exílio, que foi cumprida por Jesus.
Além do monarca real, descendente de Davi,
com reino eterno, tínhamos também a promessa de sacerdotes os quais não
faltariam igualmente. Sobre esses sacerdotes e sobre o sacerdócio:
·O
papel do sacerdote era essencial para a administração da aliança (Êx 28-29; Dt
10.8; 18.1).
·Os
sacerdotes também tinham a sua própria aliança com o Senhor (Nm 25.12-13; 1Sm
2.30,35).
·Deus
não ignorou a promessa de um ministério sacerdotal perpétuo exercido pelos
levitas quando encerrou o seu serviço por ocasião da morte, sepultamento,
ressurreição e ascensão de Cristo. Antes, cumpriu a sua promessa dando ao seu
povo algo muito melhor do que havia oferecido inicialmente, ou seja, o
sacerdócio real de Cristo. Jesus cumpre perfeitamente o serviço que os levitas
apenas prefiguravam no tabernáculo e no templo (Hb 5.6-10; 7.11-25).
No verso 19, novamente veio a Jeremias a
palavra do Senhor que falará da aliança com o dia e com a noite. Talvez essa
seja uma alusão à aliança firmada com Noé (cf. Gn 8.22) ou a uma aliança
firmada implicitamente na criação (cf. Gn 1.14-18).
A permanência desses elementos cósmicos
contrasta nitidamente com o caráter temporário do templo original (7.1-15).
Essa permanência é compreensível no contexto da nova aliança, embora a
necessidade de fidelidade nunca seja deixada de lado (32.40).
A verdade é que embora seja finito, tanto
os grãos de areia como as estrelas dos céus são incontáveis. Do mesmo modo, ele
Deus multiplicaria a descendência de Davi e dos levitas! As promessas feitas a
Abraão (compare Gn 22.17 com Gn 15.8, observando atentamente o seu contraste)
também são cumpridas nessas promessas acerca do reino messiânico.
Jr 33:1 E veio a palavra do Senhor a
Jeremias,
segunda vez,
estando ele ainda encarcerado
no
pátio da guarda, dizendo:
Jr 33:2 Assim diz o Senhor que faz isto,
o Senhor que
forma isto, para o estabelecer; o Senhor é o seu nome.
Jr 33:3 Clama
a mim, e responder-te-ei,
e
anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.
Jr 33:4 Pois assim diz o Senhor, o Deus
de Israel,
acerca das
casas desta cidade, e acerca das casas dos reis de Judá,
que
foram demolidas para fazer delas uma defesa
contra
os valados e contra a espada;
Jr 33:5
entrementes os caldeus estão entrando a pelejar
para
os encher de cadáveres de homens que ferirei
na
minha ira e no meu furor;
porquanto
escondi o meu rosto desta cidade,
por
causa de toda a sua maldade.
Jr 33:6 Eis
que lhe trarei a ela saúde e cura, e os sararei,
e
lhes manifestarei abundância de paz e de segurança.
Jr 33:7 E
farei voltar do cativeiro os exilados de Judá e de Israel,
e
os edificarei como ao princípio.
Jr 33:8 E os
purificarei de toda a iniqüidade do seu pecado
contra
mim; e perdoarei todas as suas iniqüidades,
com
que pecaram e transgrediram contra mim.
Jr 33:9 E
esta cidade me servirá
de
nome de gozo, de louvor e de glória,
diante
de todas as nações da terra que ouvirem
de
todo o bem que eu lhe faço;
e
espantar-se-ão e perturbar-se-ão por causa de todo o bem,
e
por causa de toda a paz que eu lhe dou.
Jr 33:10 Assim diz o Senhor:
Neste lugar
do qual vós dizeis:
E
uma desolação, sem homens nem animais,
sim,
nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém,
que
estão assoladas, sem homens,
sem
moradores e sem animais,
ainda
se ouvira
Jr
33:11 a voz de gozo e a voz de alegria, a voz de noivo
e
a voz de noiva, e a voz dos que dizem:
Dai graças ao
Senhor dos exércitos, porque bom é o Senhor,
porque
a sua benignidade dura para sempre;
também se
ouvirá a voz dos que trazem à casa do Senhor
sacrifícios
de ação de graças.
Pois farei
voltar a esta terra os seus exilados
como
no princípio, diz o Senhor.
Jr 33:12 Assim diz o Senhor dos
exércitos:
Ainda neste
lugar, que está deserto, sem homens, e sem animais,
e
em todas as suas cidades, haverá uma morada de pastores
que
façam repousar aos seus rebanhos.
Jr 33:13 Nas
cidades da região montanhosa,
nas
cidades das planícies, e nas cidades do sul,
e
na terra de Benjamim,
e nos
contornos de Jerusalém, e nas cidades de Judá,
ainda
passarão os rebanhos pelas mãos
dos
contadores, diz o Senhor.
Jr 33:14 Eis
que vêm os dias, diz o Senhor, em que cumprirei
a
boa palavra que falei acerca da casa de Israel
e
acerca da casa de Judá.
Jr 33:15
Naqueles dias e naquele tempo farei que brote a Davi
um
Renovo de justiça; ele executará juízo e justiça na terra.
Jr 33:16
Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará
em
segurança; e este é o nome que lhe chamarão:
O
SENHOR É NOSSA JUSTIÇA.
Jr 33:17 Pois assim diz o Senhor:
Nunca faltará
a Davi varão que se assente sobre o trono
da
casa de Israel;
Jr
33:18 nem aos sacerdotes levíticos faltará varão
diante
de mim para oferecer holocaustos,
e
queimar ofertas de cereais
e
oferecer sacrifícios continuamente.
Jr 33:19 E veio a palavra do Senhor a
Jeremias, dizendo:
Jr 33:20
Assim diz o Senhor:
se
puderdes invalidar o meu pacto com o dia,
e
o meu pacto com a noite,
de
tal modo que não haja dia e noite a seu tempo,
Jr
33:21 também se poderá invalidar o meu pacto com Davi,
meu
servo, para que não tenha filho que reine
no
seu trono;
como também o
pacto com os sacerdotes levíticos,
meus
ministros.
Jr 33:22
Assim como não se pode contar o exército dos céus,
nem
medir-se a areia do mar,
assim
multiplicarei a descendência de Davi,
meu servo, e
os levitas, que ministram diante de mim.
Jr 33:23 E veio ainda a palavra do
Senhor a Jeremias, dizendo:
Jr 33:24
Acaso não observaste o que este povo está dizendo:
As
duas famílias que o Senhor escolheu, agora as rejeitou?
Assim
desprezam o meu povo, como se não fora um
povo
diante deles.
Jr 33:25 Assim diz o Senhor:
Se o meu
pacto com o dia e com a noite não permanecer,
e
se eu não tiver determinado as ordenanças dos céus
e
da terra, Jr 33:26 também rejeitarei
a
descendência de Jacó, e de Davi, meu servo,
de modo que
não tome da sua descendência
os que
dominem sobre a descendência de Abraão,
Isaque,
e Jacó;
pois
eu os farei voltar do seu cativeiro,
e
apiedar-me-ei deles.
A palavra de Deus ainda continuou para
Jeremias – vs. 23.
A honra do Senhor estava ligada ao seu povo
(vs. 9); a nova aliança voltaria a honrá-lo devidamente.
Deus volta a apelar – vs. 25 - em forma de
juramento para a permanência da ordem cósmica sustentando a sua palavra que não
faltará ou não rejeitará nem a descendência de Jacó, nem a de Davi. Ora de Jacó
e de Davi, depois, veio o Messias, mas e de Jacó, não passando por Davi, por
exemplo os levitas? Deles, Deus promete que não faltará quem domine sobre a
descendência (não descendências) de Abraão, Isaque e Jacó.
A restauração depois do exílio, que implicaria
o reinado do Filho de Davi, cumpriria a aliança com Abraão.
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