Terminaremos agora a sétima parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 14.
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA SECA (14.1-15.21) - continuação.
Como já dissemos, de 14.1 a 15.21, estamos
vendo o julgamento de Judá por meio da seca. Esses capítulos declaram que os judaítas
se encontravam de tal modo empedernidos em seu pecado que Deus se recusou a
responder, por amor ao seu próprio povo, até mesmo a súplica de Jeremias para
que o povo fosse livrado da seca.
Deus responde à pergunta de Jeremias em
14.19 — Acaso Deus havia rejeitado Judá completamente? — dizendo que o
julgamento vindouro era inevitável devido aos pecados de Judá, mas também
garante a Jeremias o livramento pessoal das mãos de seus inimigos.
Para melhoria de nossa reflexão, foi
dividida esta parte VII em duas seções: A. Uma descrição da seca (14.1-6) – já vista; e, B. Astrês orações de Jeremias acompanhadas das
respostas de Deus (14.7-15.21) – veremos
e concluiremos agora.
B. Astrês orações de Jeremias
acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21) - continuação.
Como já dissemos, do vs. 7 até 15.21 estaremos
vendo as orações e as respostas de Deus a Jeremias. Essa seção se alterna entre
as orações de Jeremias e as respostas de Deus.
·O
profeta ora em favor do povo na esperança de encontrar perdão (14.7-9), mas
Deus responde com palavras de condenação (14.10-12) – já vista.
·Jeremias
ora novamente (14.13) e Deus responde com uma condenação dos falsos profetas
(14.14-18) – já vista.
·O
profeta ora pela terceira vez (14.19-22) e Deus lhe diz que a sua oração não
adiantará de nada (15.1-9) – veremos agora.
·Jeremias
ora novamente (15.10) e Deus responde com palavras sobre Jeremias e Judá
(15.11-14) – veremos agora.
·O
profeta ora pela última vez (15.15-18) e Deus lhe responde com encorajamento e
uma advertência (15.19-21) – veremos
agora.
Rejeitada em absoluto a terceira intercessão de Jeremias - continuação.
Até ao verso 9, Deus estará respondendo à
oração de Jeremias dizendo-lhe que é inútil continuar intercedendo.
Deus cita dois grandes intercessores que
poderiam se juntar a Jeremias e mesmo assim, ele não os ouviria. Deus recorda
os grandes intercessores de Israel (Ex 32.11-14; 1 Sm 12 23; 1 Rs 17.1. A
oração pelo povo volta a ser proibida e a súplica que Jeremias acabou de fazer
(14.19-22) é rejeitada de modo específico (7.16; 11.14).
Deus estava decidido a entrar em juízo com
Judá e nada poderia demovê-lo disso. No capítulo anterior vimos que Deus falou
a Jeremias que não o ouviria por amor ao seu povo, isso para o seu próprio bem.
Embora triste e sofrível, o castigo seria necessário.
Nos versos 2 e 3, ele separa dois conjuntos
de quatro grupos de flagelos sobre o povo. Primeiro: morte- espada – fome –
cativeiro.
No verso 3, os elementos são diferentes
daqueles mencionados no vs. 2. Segundo: espada – cães – aves do céu – feras da
terra. A espada seria para matar, os cães para os arrastarem e as aves e as
feras para os devorarem. Os três últimos estavam relacionados ao medo das
pessoas de que o seu corpo permanecesse insepulto (7.33; 14.16; cf. 1Rs 21.23).
Por ironia, esse filho de Ezequias, um rei
que realizou várias reformas (2Rs 20.21), foi um dos monarcas mais perversos de
Judá. Apesar de reformas posteriores realizadas pelo seu neto, Josias, o
castigo e o exílio de Judá foram associados especificamente às transgressões de
Manassés (2Rs 23.26).
Na verdade, nem seria para Manassés ter
nascido, mas por causa da oração de Ezequias que rogou ao Senhor mais tempo de
vida é que lhe veio, depois, esse filho maligno – II Re 20.
E agora, quem iria se compadecer,
entristecer e perguntar pela paz de Jerusalém? Seria por causa de Manassés o
terrível espetáculo inevitável em que Jeremias não conseguia mudar a história
por meio da intercessão. Na verdade, Manassés foi a escolha e o desejo do povo.
O verso 6 pode trazer mais luz às argumentações.
O povo havia rejeitado a Deus, voltado para
trás e Deus já não mais estenderia as sus mãos para a salvação, mas contra eles
para os destruir. Deus se diz cansado de abrandar as coisas.
Manassés era culpado sim, mas Manassés era
a escolha do povo rebelde e contradizente.
Deus iria impor o castigo (cf. Is 41.16) a
eles, pois não voltaram de seus caminhos de maldade.
Observe – vs 8 - a transformação irônica da
promessa numa terrível ameaça (Gn 22.17; cf. Is 10.22). As mulheres ficando
viúvas e os seus filhos desaparecendo.
Aquela que tinha sete filhos – vs 9 – se enfraqueceu,
expirando a sua alma. Estando ela em plena luz do dia, com o sol à pino, ela se
confunde e se envergonha. Essa descrição de grande bênção (SI 127.5) é
novamente invertida. Até mesmo o remanescente depois da destruição acabaria
sucumbindo. No entanto, em Is 6.13 uma ideia semelhante é, por fim, atenuada
pela promessa da "santa semente".
Dos versos de 10 ao 21, essa passagem
costuma ser considerada a terceira "confissão" de Jeremias. Jeremias
ora novamente, expressando o seu desespero diante da força dos seus opositores
e Deus consola o seu profeta
Do 11 ao 14, Deus responde a Jeremias, prometendo
livrá-lo dos seus adversários.
Pode alguém quebrar o ferro e o bronze? Que
esperança Jeremias poderia ter de mudar o coração obstinado de Judá? Mais uma
vez, fica implícita a sugestão de uma analogia entre a crueldade dos inimigos
pessoais de Jeremias e do inimigo de Judá, a Babilônia (cf. 6.1).
Deus estava com o profeta e jamais o
abandonaria, mas ele iria levá-lo com os seus inimigos. Uma predição que se
cumpre em Jr 43.4-7. É como tenho meditado e pensado sobre minha vida nos
últimos dias. Já não somos mais de nós mesmos – o apóstolo Paulo nos ensina
isso em Romanos e em muitas passagens em outras epístolas e nos evangelhos.
A vida que temos, no presente, é para
vivermos para a glória de Deus – I Co 10:31 – para ele, o Senhor que por nós
morreu. Assim, Jeremias não era o dono de sua vida, mas a vivia para Deus e foi
servindo a Deus que também fez parte do cativeiro, sendo levado cativo à
Babilônia.
Nos versos de 15 a 18, naturalmente, Jeremias
ora, se queixando novamente a Deus por ele permitir que o seu profeta fosse
maltratado.
Ele diz que comeu as suas palavras. Sendo que
o aspecto era inicialmente doce, mas depois ficou amarga. Era essa a tarefa, ao
mesmo tempo doce e amarga de receber as palavras de Deus (veja Ez 3.1-3). Ele
entende que carrega o poderoso nome do Senhor e que por ele era chamado, como
era também declarado acerca do povo em 14.9.
A compulsão de profetizar era, com frequência,
opressora, solitária, mas necessária e abençoadora. Sem dúvida se trata de uma
afirmação literalmente verdadeira, em parte devido ao celibato de Jeremias
(16.2). No entanto, o profeta indesejado certamente experimentou também um
sentimento profundo de solidão. Compare com Elias ( I Rs 19.10) e Jesus (Mt
26.37-38).
Ele sente ser pérpetua a sua dor e
incurável a sua ferida por causa de sua missão e por causa do povo de Deus. Em
14.17, a ferida é de Judá. A frase inteira é aplicada a Judá em 30.12,
juntamente com uma promessa de cura (vs. 16-17). Veja também 10.19, em que é
usada para Jeremias. Seria Deus um ilusório ribeiro para ele? Contrastando 2.13
e comparando com 20.7, veremos que no fim mesmo quem prevalecerá será sempre
Deus.
Jr 15:1 Disse-me, porém, o Senhor:
Ainda que
Moisés e Samuel se pusessem diante de mim,
não
poderia estar a minha alma com este povo.
Lança-os
de diante da minha face, e saiam eles.
Jr 15:2 E
quando te perguntarem:
Para
onde iremos?
dir-lhes-ás:
Assim
diz o Senhor:
Os
que para a morte, para a morte;
e
os que para a espada, para a espada;
e
os que para a fome, para a fome;
e
os que para o cativeiro, para o cativeiro.
Jr 15:3 Pois
os visitarei com quatro gêneros de destruidores,
diz
o Senhor:
com
espada para matar,
e
com cães, para os dilacerarem,
e
com as aves do céu
e
os animais da terra,
para
os devorarem e destruírem.
Jr 15:4
Entregá-los-ei para serem um espetáculo horrendo
perante
todos os reinos da terra, por causa de Manassés,
filho
de Ezequias, rei de Judá,
por
tudo quanto fez em Jerusalém.
Jr 15:5 Pois
quem se compadecerá de ti, ó Jerusalém?
ou
quem se entristecerá por ti?
Quem
se desviará para perguntar pela tua paz?
Jr 15:6 Tu me
rejeitaste, diz o Senhor, voltaste para trás;
por
isso estenderei a minha mão contra ti,
e
te destruirei; estou cansado de me abrandar.
Jr 15:7 E os
padejei com a pá nas portas da terra;
desfilhei,
destruí o meu povo;
não
voltaram dos seus caminhos.
Jr 15:8 As
suas viúvas mais se me têm multiplicado
do
que a areia dos mares; trouxe ao meio-dia
um
destruidor sobre eles, até sobre a mãe de jovens;
fiz
que caísse de repente sobre ela
angústia
e terrores.
Jr 15:9 A que
dava à luz sete se enfraqueceu:
expirou
a sua alma; pôs-se-lhe o sol sendo ainda dia;
ela
se confundiu, e se envergonhou;
e
os que ficarem deles eu os entregarei à espada,
diante
dos seus inimigos, diz o Senhor.
Jr 15:10 Ai
de mim, minha mãe! porque me deste à luz,
homem
de rixas e homem de contendas para toda a terra.
Nunca
lhes emprestei com usura,
nem
eles me emprestaram a mim com usura,
todavia
cada um deles me amaldiçoa.
Jr 15:11
Assim seja, ó Senhor,
se
jamais deixei de suplicar-te pelo bem deles,
ou
de rogar-te pelo inimigo no tempo da calamidade
e
no tempo da angústia.
Jr 15:12 Pode
alguém quebrar o ferro, o ferro do Norte, e o bronze?
Jr 5:13 As
tuas riquezas e os teus tesouros,
eu
os entregarei sem preço ao saque;
e
isso por todos os teus pecados,
mesmo
em todos os teus limites.
Jr 15:14 E
farei que sirvas os teus inimigos numa terra
que
não conheces; porque o fogo se acendeu em minha ira,
e
sobre vós arderá.
Jr 15:15 Tu,
ó Senhor, me conheces; lembra-te de mim, visita-me,
e
vinga-me dos meus perseguidores;
não
me arrebates, por tua longanimidade.
Sabe que por
amor de ti tenho sofrido afronta.
Jr 15:16
Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi;
e
as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria
do
meu coração; pois levo o teu nome,
ó
Senhor Deus dos exércitos.
Jr 15:17 Não
me assentei na roda dos que se alegram,
nem
me regozijei. Sentei-me a sós sob a tua mão,
pois
me encheste de indignação.
Jr 15:18 Por
que é perpétua a minha dor, e incurável a minha ferida,
que
se recusa a ser curada? Serás tu para mim como ribeiro
ilusório
e como águas inconstantes?
Jr 15:19
Portanto assim diz o Senhor:
Se
tu voltares, então te restaurarei, para estares
diante
de mim;
e
se apartares o precioso do vil,
serás
como a minha boca;
tornem-se
eles a ti, mas não voltes tu a eles.
Jr 15:20 E eu
te porei contra este povo como forte muro de bronze;
eles
pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti;
porque
eu sou contigo
para
te salvar, para te livrar, diz o Senhor.
Jr 15:21 E
arrebatar-te-ei da mão dos iníquos,
e
livrar-te-ei da mão dos cruéis.
Em resumo, aprendendo com Jeremias, entendo
que não estamos aqui para o sucesso ou para o fracasso, para a vitória ou para
a derrota, para os ganhos ou para as perdas, mas para fazer o que nos vier às
mãos para fazê-lo, em amor – I Co 16:14, de todo o coração – Cl 3:23, como se
ao Senhor Jesus as estivéssemos fazendo – Cl 3:17, dando a ele glórias em tudo
e em todas as coisas – I Co 10:31 – e isso tudo sem murmurações, nem contendas –
Fp 2:14.
Deus responde a Jeremias, garantindo
livramento, mas advertindo-o para se arrepender dos seus próprios pecados.
A promessa do livramento de Jeremias
prefigura o livramento de Judá. Essa é uma função importante da "confissão"
juntamente com as respostas do Senhor.
Começamos a sétima parte, de nossa divisão
proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG.
Estamos no capítulo 14.
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA SECA (14.1-15.21).
De 14.1 a 15.21, estaremos vendo o
julgamento de Judá por meio da seca.
Esses capítulos declaram que os judaítas se
encontravam de tal modo empedernidos em seu pecado que Deus se recusou a
responder até mesmo a súplica de Jeremias para que o povo fosse livrado da
seca.
Deus responde à pergunta de Jeremias em
14.19 — Acaso Deus havia rejeitado Judá completamente? — dizendo que o
julgamento vindouro era inevitável devido aos pecados de Judá, mas também
garante a Jeremias o livramento pessoal das mãos de seus inimigos.
Para melhoria de nossa reflexão,
dividiremos esta parte VII em duas seções: A. Uma descrição da seca (14.1-6); e,
B. As três orações de Jeremias
acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21).
A. Uma descrição da seca (14.1-6).
Até ao verso 6, Jeremias descreverá um
período de seca inclemente. Jeremias proferiu essas palavras durante um período
não especificado de seca devastadora em Judá.
Juntamente com outras maldições sobre a
natureza, a seca era um dos castigos ameaçados pela lei de Moisés (Lv 26.19-20;
Dt 28.22-24). Catástrofes naturais desse tipo também são associadas à guerra,
como é o caso aqui.
O fato é que veio uma palavra do Senhor a
Jeremias específica sobre uma seca. A descrição de Judá é terrível e ela está
chorando em busca de água, mas não a encontra de forma suficiente,
Canaã dependia da água das chuvas que eram
concedidas ou retidas pelo Senhor (Dt 11.10-15; 28.12).
A falta de água afetava toda a vida na
região e até os animais, criações sofriam por causa das consequências da
escassez da água. Sem água, não havia o pasto e sem o pasto, o gado morria.
B. Astrês orações de Jeremias
acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21).
Do vs. 7 até 15.21 veremos as orações e as
respostas de Deus a Jeremias. Essa seção se alterna entre as orações de
Jeremias e as respostas de Deus.
·O
profeta ora em favor do povo na esperança de encontrar perdão (14.7-9), mas
Deus responde com palavras de condenação (14.10-12).
·Jeremias
ora novamente (14.13) e Deus responde com uma condenação dos falsos profetas
(14.14-18).
·O
profeta ora pela terceira vez (14.19-22) e Deus lhe diz que a sua oração não
adiantará de nada (15.1-9).
·Jeremias
ora novamente (15.10) e Deus responde com palavras sobre Jeremias e Judá
(15.11-14).
·O
profeta ora pela última vez (15.15-18) e Deus lhe responde com encorajamento e
uma advertência (15.19-21).
A primeira oração e a resposta negativa de Deus a Jeremias.
Jeremias clama pedindo que o povo seja
livrado da grande seca.
A sua oração é espetacular, pois logo
reconhece que o que nos separa de Deus são nossas iniquidades. No entanto,
apesar disso, ele invoca a Deus na certeza de que ele o responderá. Opera,
Senhor, opera por meio de nós e apesar de nós, seria a suma de sua súplica.
Apesar de nós, age o Senhor com sua graça e
misericórdia, pois o que haveria de encontrar em nós se não os nossos pecados,
nossas iniquidades? Ele invoca a Deus e o lembra de seu nome e não de suas
necessidades ou de suas ações.
Se Deus resolvesse agir, ele o faria, por
causa de seu nome que estava com eles, mas não por causa de qualquer coisa que
teriam feito.
Ele invoca a Deus, o Senhor, como a
esperança de Israel e de fato, ele é mesmo essa esperança, mas o termo também
significa "reservatório de água", uma sugestão impressionante numa
época de seca. O Senhor é a esperança mesmo de Israel e ao mesmo tempo é a
reserva de água que o povo necessitava.
Ele também era o Redentor, ou "Libertador",
um termo com conotações militares que nos tempos de angústia seria aquele que
os resgataria ou libertaria de seus inimigos.
Ele esperava que Deus assim fosse para com
eles e não como o estrangeiro na terra ou como o viajante que logo estaria indo
embora e ali estivesse apenas de passagem. Não, o Senhor era aquele que
habitava com eles e nele esperavam.
Ele lembra ao Senhor que eles eram chamados
pelo seu nome. Isso explica a força da motivação apresentada no vs. 7. A honra
do Senhor estava em jogo no destino do seu povo. Ou ele agiria em defesa dela,
ou ela seria afetada.
Por isso, ele também dizia para o Senhor
não ser como um homem surpreendido, como um valoroso que não poderia salvar,
mas antes como o Senhor dos Exércitos, o poderoso, forte e capaz de os livrar.
Dos versos de 10 a 12, Deus responde à
oração de Jeremias, mas rejeitando o seu pedido.
No verso 10, o Senhor é quem diz e o diz
acerca desse povo. É bastante significativo que Deus não tivesse dito "meu
povo".
Se o povo tinha gostado de andar errante
pelo caminho, por que ele, o Senhor os livraria agora? Por que não detiveram os
seus pés quando podiam, antes sem qualquer freio se entregaram à iniquidade?
Deus não poderia aceitá-los, pois não havia
ali arrependimento algum, antes somente queriam se livrar da seca e nada mais
de compromissos com aquele que poderia livrá-los.
Além de não responder favoravelmente a
Jeremias, ele ainda lhe diz para não rogar por eles! Isso porque o Senhor
estava ainda querendo abençoá-los, por isso que falou aquilo a Jeremias para o
bem deles – vs. 11. Veja que aqui, a proibição vem depois da intercessão feita
nos vs. 7-9.
De nada adiantaria eles jejuarem ou
oferecerem sacrifícios, holocaustos e ofertas de manjares. Deus criticava os seus
rituais vazios (cf. Is 1.11-17; Mq 6.6-8). Além de não se agradar deles em suas
tentativas de mudar as consequências, ele diz que haveria de consumi-los pela
espada, pela fome e pela peste.
Essa expressão de que iria devorá-los “pela
espada, pela fome e pela peste” era a primeira de treze ocasiões em que essa
combinação é falada em Jeremias (p. ex., 15 2). Ela é usada para resumir os
horrores que o julgamento de Deus pode provocar (Dt 32.24-25).
Novamente a oração de Jeremias é rejeitada.
Jeremias intercede mais uma vez pelo povo,
afirmando que eles haviam sido iludidos, pelos falsos profetas, aqueles que
profetizavam falsamente a paz e a segurança de Judá (vs. 13; 6.1-4; 8.11).
Deus responde – vs 14 ao 18 - à oração
feita por Jeremias no vs. 13, afirmando que os profetas eram falsos e deveriam
ter sido reconhecidos como tal devido à sua idolatria (Dt 13.1-5; 18.20).
Era como entender que os falsos profetas
profetizaram falsamente por que o povo queria uma profecia falsa para eles e
não buscavam ao Senhor em sinceridade de coração e desejo de verdade e justiça.
O povo tinha exatamente o que desejava, os
seus falsos profetas. Deus condena os falsos profetas e fala com eles com
rigor, mas não poupa os que ouviam as falsas profecias que ele não tinha ordenado
nem falado.
Com Deus não se brinca de forma alguma. Se não
levamos ele a sério, ele não nos tem por inocente ou entende que foi uma
simples brincadeirinha.
Rejeitada em absoluto a terceira intercessão de Jeremias.
Dos versos 19 ao 22, Jeremias ora
confessando os pecados de Judá e pedindo que Deus opere por amor à sua própria
glória. A resposta, porém, somente será dada no próximo capítulo.
O entendimento que havia em Jeremias da
soberania de Deus é algo muito especial que se percebe na sua forma particular
de orar, de confessar os seus pecados, de rogar a Deus por sua glória, por seu
nome.
De fato haveria uma cura final a qual seria
moral e física a se revelar somente em Cristo Jesus. No entanto, eles estavam
esperando por uma falsa paz, uma expectativa equivocada decorrente dos
ensinamentos dos falsos profetas (vs. 13).
Jr 14:1 A palavra do Senhor, que veio a
Jeremias, a respeito da seca.
Jr 14:2 Judá
chora, e as suas portas estão enfraquecidas;
eles
se sentam de luto no chão;
e
o clamor de Jerusalém já vai subindo.
Jr 14:3 E os
seus nobres mandam os seus inferiores buscar água;
estes
vão às cisternas, e não acham água;
voltam
com os seus cântaros vazios;
ficam
envergonhados e confundidos,
e
cobrem as suas cabeças.
Jr 14:4 Por
causa do solo ressecado,
pois
que não havia chuva sobre a terra,
os
lavradores ficam envergonhados
e
cobrem as suas cabeças.
Jr 14:5 Pois
até a cerva no campo pare, e abandona sua cria,
porquanto
não há erva.
Jr 14:6 E os
asnos selvagens se põem nos altos escalvados e,
ofegantes,
sorvem o ar como os chacais;
desfalecem
os seus olhos, porquanto não ha erva.
Jr 14:7 Posto
que as nossas iniquidades testifiquem contra nós,
ó
Senhor, opera tu por amor do teu nome;
porque
muitas são as nossas rebeldias;
contra
ti havemos pecado.
Jr 14:8 Ó
esperança de Israel, e Redentor seu no tempo da angústia!
por
que serias como um estrangeiro na terra?
e
como o viandante que arma a sua tenda
para
passar a noite?
Jr 14:9 Por
que serias como homem surpreendido,
como
valoroso que não pode livrar?
Mas
tu estás no meio de nós, Senhor,
e
nós somos chamados pelo teu nome;
não
nos desampares.
Jr 14:10
Assim diz o Senhor acerca deste povo:
Pois
que tanto gostaram de andar errantes,
e
não detiveram os seus pés,
por
isso o Senhor não os aceita,
mas agora se
lembrará da iniquidade deles,
e
visitará os seus pecados.
Jr 14:11
Disse-me ainda o Senhor:
Não
rogues por este povo para seu bem.
Jr 14:12
Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor,
e
quando oferecerem holocaustos e oblações,
não
me agradarei deles;
antes eu os
consumirei
pela
espada, e pela fome e pela peste.
Jr 14:13
Então disse eu:
Ah!
Senhor Deus, eis que os profetas lhes dizem:
Não
vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei
paz
verdadeira neste lugar.
Jr 14:14 E
disse-me o Senhor:
Os
profetas profetizam mentiras em meu nome;
não
os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei.
Visão falsa,
adivinhação, vaidade e o engano do seu coração
é
o que eles vos profetizam.
Jr 14:15
Portanto assim diz o Senhor acerca dos profetas
que
profetizam em meu nome, sem que eu os tenha mandado,
e
que dizem:
Nem espada,
nem fome haverá nesta terra:
À
espada e à fome serão consumidos esses profetas.
Jr 14:16 E o
povo a quem eles profetizam será lançado
nas
ruas de Jerusalém, por causa da fome e da espada;
e
não haverá quem os sepulte a eles,
a suas
mulheres, a seus filhos e a suas filhas;
porque
derramarei sobre eles a sua maldade.
Jr 14:17
Portanto lhes dirás esta palavra:
Os
meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia,
e
não cessem; porque a virgem filha do meu povo
está
gravemente ferida, de mui dolorosa chaga.
Jr 14:18 Se
eu saio ao campo, eis os mortos à espada,
e,
se entro na cidade, eis os debilitados pela fome;
o
profeta e o sacerdote percorrem a terra,
e
nada sabem.
Jr 14:19
Porventura já de todo rejeitaste a Judá?
Aborrece a
tua alma a Sião?
Por que nos
feriste, de modo que não há cura para nós?
Aguardamos
a paz, e não chegou bem algum;
e
o tempo da cura, e eis o pavor!
Jr 14:20 Ah,
Senhor! reconhecemos a nossa impiedade
e
a iniquidade de nossos pais; pois contra ti havemos pecado.
Jr 14:21 Não
nos desprezes, por amor do teu nome;
não
tragas opróbrio sobre o trono da tua glória;
lembra-te,
e não anules o teu pacto conosco.
Jr 14:22 Há,
porventura, entre os deuses falsos das nações,
algum
que faça chover? Ou podem os céus dar chuvas?
Não
és tu, ó Senhor, nosso Deus?
Portanto em
ti esperaremos; pois tu tens feito
todas
estas coisas.
Novamente, confessa os seus pecados e os de
seu povo e intercede por eles. Ele os declara em sua confissão como se fosse
ele também responsável. E faz os seguintes pedidos a Deus – vs. 21:
·Jeremias
pede a Deus para não desprezá-los.
·Jeremias
apela para que Deus tenha amor do seu nome.
·Jeremias
faz referencia ao templo quando diz ao Senhor para não trazer opróbrio à sua
glória. (2Rs 19.15).
·Jeremias
lembra a aliança de Deus com Abraão, Isaque e Jacó (Gn 15.12-21; 26.3-5; 28.13-15;
Lv 26.42-45).
Depois, procura alcançar Deus pela adoração
e exaltação dele acima de todos os outros deuses. Haveria algum dos falsos deuses
que fosse como o Senhor? Controlariam os tempos, as estações, a natureza ou os
homens de alguma forma?
A esperança deles não poderia estar em
outro lugar, exceto em Deus e unicamente nele, portanto somente nele haveria
esperanças uma vez que ele era o autor, o sustentador e o mantenedor de todas
as coisas.
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As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
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É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
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A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...