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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Jeremias 11:1-23 - AI DOS QUE INTENTAVAM CONTRA JEREMIAS, PROFETA DO ALTÍSSIMO.

Estamos no primeiro capítulo, de nossa sexta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 11.
VI. A QUEBRA DA ALIANÇA (11.1-13.27).
De 11.1 a 13.27, estaremos vendo a aliança rompida. Esses capítulos começam com um enfoque explícito sobre a violação flagrante da aliança por Judá, uma violação que condenou a nação à maior de todas as maldições da aliança, o exílio.
Esse enfoque inicial é seguido de várias narrativas e discurso, confirmando que o julgamento é inevitável.
Esta parte VI foi dividida em três seções: A. A maldição da aliança (11.1-17) – veremos agora; B. O julgamento dos opositores de Jeremias (11.18-12.17) – também começaremos agora; e, C. A maldição da aliança é confirmada (13.1-27).
A. A maldição da aliança (11.1-17).
Até ao verso 17, deste capítulo, veremos a maldição da aliança. O Senhor lembra os judaítas que os termos de sua aliança com ele incluem a maldição do exílio daqueles que violassem os seus mandamentos de modo flagrante e contínuo.
As palavras deste pacto ou aliança se referem aos mandamentos de Deus e as estruturas de bênção e maldição associadas a esses mandamentos. Já o termo aliança designa o relacionamento no qual Deus entrou por sua iniciativa:
ü  Com toda a humanidade na criação (Gn 1-3).
ü  Com toda a humanidade nos dias de Noé (Gn 9.1-17).
ü  Com Abraão, como pai de Israel (Gn 17.1-21).
ü  Com Israel no Sinai (Êx 19-24).
ü  Com Davi (25m 7.12-16; SI 89.3).
ü  A nova aliança (31.31-34).
Na BEG, gentileza conferir o quadro bem didático "As principais alianças na Bíblia", em Gn 9. Na verdade mesmo, a aliança de Deus com a humanidade é uma só que vai ao longo dos tempos sendo revelada e ganhando assim novas facetas, dimensões, detalhamentos.
O verso 3 é uma conclusão dos versos 1 e 2 que remetem o leitor diretamente ao ponto em que se está querendo focar dentro do tema aliança e pacto que é justamente a quebra dele, por isso que já logo diz que maldito o homem - Dt 27.15-26 – que não ouvir as palavras deste pacto.
Reparem no verbo “ouvir”. Toda palavra oriunda de Deus gera em seu ouvinte, por consequência uma reação e exige, obrigatoriamente, uma resposta e um compromisso. Deus não é como os homens, uma vez que ele falou, falado está.
Deus os faz relembrar que foi ele quem os tirou da terra do Egito, da fornalha de ferro, se referindo a Dt 4.20 onde ele ordenou que se desse ouvidos à sua voz e era mister se fazer tudo segundo o que ele estava mandando que se fizesse. Esses conceitos aparecem com frequência em Deuteronômio (p. ex., 4.1-2; 5.1; 6.3). Se praticassem o que eles estavam ouvindo e fossem fiéis, eles seriam o seu povo - 7.23.
Um aspecto da aliança com Abraão era a promessa de que seus descendentes um dia herdariam a terra de Canaã (Gn 15.17-21; Dt 4.31). Essa promessa foi apenas o estágio inicial de uma expectativa maior de herdar o mundo inteiro (Rm 4.13-17). Sob o controle soberano de Deus, o modo e a ocasião em que essa promessa se cumpriria dependiam da fidelidade do povo de Deus. Os israelitas violaram a aliança de tal modo que foram expulsos da Terra Prometida. Em sua misericórdia superabundante, Cristo -como representante do povo de Deus - garantiu, por meio de sua obediência, a herança nos novos céus e nova terra por vir (Ap 21.7).
A sua terra prometida iria manar leite e mel - Êx 3.8; Dt 6.3. Então Jeremias responde ao Senhor amém, indicando a sua aceitação dos termos definidos (veja Dt 27.15-26). O que Deus estava pedindo era muito simples: que fossem fieis à sua aliança e assim sendo, seriam muito felizes; caso contrário, muitas coisas ruins lhes sucederiam.
Dos versos de 6 a 8, Deus ordena a Jeremias para anunciar a sua palavra e relembrá-los do pacto e das bênçãos e maldições já sabendo que este era um povo de dura cerviz que não ouviria Jeremias. Ao pregar e o povo não obedecer, o resultado esperado era o juízo que seriam as maldições da lei, entre elas a mais temível, o exílio.
No verso 9, Deus avisa Jeremias de uma conspiração. Pode indicar resistência às palavras de Jeremias, à reforma de Josias, ou mesmo a Nabucodonosor. Uma vez que o rei da Babilônia seria um instrumento da ira de Deus, conspirar contra ele seria o mesmo que conspirar contra o Senhor (27.8).
Que coisa terrível, o verso 10 fala que eles tornaram às iniquidades como seus primeiros pais, ou seja, é possível que o profeta tenha em mente as gerações anteriores que haviam se desviado de Deus. No entanto, é mais provável que esteja se referindo à primeira geração que vagou pelo deserto, com a qual a aliança do Sinai foi feita e que pereceu no deserto.
Por conta disso, verso 12, Deus estaria trazendo sobre eles coisas terríveis das quais não poderiam escapar e devido a elas, clamariam a Deus, mas Deus não os ouviria. Em Deus não os ouvindo, iriam ter uma atitude pior ainda que a quebra da aliança, pois buscariam auxílio em outros deuses que não tinham como os livrar no tempo de sua calamidade.
Eles tinham se entregado tanto à idolatria que elas eram tantas quantas eram as suas cidades – vs. 13. Eram altares à impudência e para queimarem incenso a Baal. A queima de incenso era uma característica comum dos cultos pagãos e da adoração ao Senhor (1.16; 7.9; 18.15; Êx 30.7-9). A diferença essencial estava na divindade para a qual o incenso era queimado.
Jeremias recebeu orientação de Deus para que não orasse por aquele povo por que ele mesmo já teria resolvido que faria com eles e não mudaria. A oração, entendemos, é um privilégio que Deus nos concede na regência de seu universo. Se ele nos convida, oremos; se ele proíbe, não oremos.
Usando uma expressão condizente com uma imagem romântica e nupcial – 2.2 ; 3.1 – que, pelo seu desenrolar, poderia conduzir à linguagem do divórcio – Os 2.2-13 -, o Senhor indaga Judá de seus direitos em sua casa - 7.10-11; Ez 8.6-13. Quais direitos teria ela que somente produzia um culto ao Senhor ritualista que produzia uma alegria baseada falsamente na salvação oferecida por Deus?
O Senhor a comparou a uma oliveira verde, de bons frutos, apetitosos, saborosos, mas que pegou fogo à voz de um grande tumulto e, pobrezinha, se quebraram os seus ramos.
B. O julgamento dos opositores de Jeremias (11.18-12.17).
Do verso 18 até o próximo capítulo, verso 17, estaremos vendo o julgamento dos opositores de Jeremias. O anúncio de que a maldição derradeira da aliança, o exílio, estava prestes a recair sobre Judá, incita oposição ao profeta. Deus promete castigar os seus opositores.
Deus promete amaldiçoar os inimigos de Jeremias que surgiram dentro de sua própria família. Essa passagem é a primeira das seções chamadas, com frequência, de "confissões" de Jeremias (11.18-23; 12.1-4; 15.10-21; 17.12-18; 18.18-23; 20.7-18).
Jeremias descreve a sua ingenuidade acerca dos seus inimigos em termos de um sacrifício: “eu era como um manso cordeiro que se leva à matança” (SI 44.11). Jeremias usa com frequência a linguagem dos salmos de lamento. Prefigura, desse modo, o sofrimento de Cristo (cf. Is 53.7).
O povo parecia irado com Jeremias e queriam mesmo dar um fim nele e destruí-lo para que nem mais memórias dele se ouvisse, principalmente por não ter descendentes. Esse era considerado o pior de todos os destinos. No entanto, por ironia, o próprio livro de Jeremias constitui um memorial ao profeta, enquanto o nome de seus inimigos nem sequer é citado (cf. Rt 4.1-6, em que o nome do parente resgatador mais próximo não é citado, apesar de ele ter procurado preservar a sua herança).
Graças a Deus, exclamava o profeta, tendo ciência e firme convicção de que o seu Deus era com ele. Um Deus justo que prova o coração e a mente para retribuir a cada um conforme as suas próprias obras. Ele descobriu a sua causa para ele, Deus, e portanto, não seria confundido, mas veria a sua vingança sobre eles – vs. 20.
Eram eles os homens de Anatote, uma cidade natal de Jeremias (1.1). Os detalhes dessa trama revelam que a oposição mais intensa ao profeta veio daqueles que eram mais próximos dele (cf. SI 69.7-9; Mt 10.36 [citando Mq 7.6]; 13.57).
Jr 11:1 A palavra que veio a Jeremias, da parte do Senhor, dizendo:
Jr 2:2 Ouvi as palavras deste pacto, e falai aos homens de Judá,
e aos habitantes de Jerusalém.
Jr 11:3 Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel:
Maldito o homem que não ouvir as palavras deste pacto,
Jr 11:4 que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei
da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo:
Ouvi a minha voz, e fazei conforme a tudo que vos mando;
assim vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus;
5 para que eu confirme o juramento que fiz a vossos pais
de dar-lhes uma terra que manasse leite e mel,
como se vê neste dia.
Então eu respondi, e disse:
Amém, ó Senhor.
Jr 11:6 Disse-me, pois, o Senhor:
Proclama todas estas palavras nas cidades de Judá,
e nas ruas de Jerusalém, dizendo:
Ouvi as palavras deste pacto, e cumpri-as.
Jr 11:7 Porque com instância admoestei a vossos pais,
no dia em que os tirei da terra do Egito, até o dia de hoje,
protestando persistentemente e dizendo:
Ouvi a minha voz.
Jr 11:8 Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos;
antes andaram cada um na obstinação
do seu coração malvado;
pelo que eu trouxe sobre eles todas as palavras deste pacto,
as quais lhes ordenei que cumprissem,
mas não o fizeram.
Jr 11:9 Disse-me mais o Senhor:
Uma conspiração se achou entre os homens de Judá,
e entre os habitantes de Jerusalém.
Jr 11:10 Tornaram às iniqüidades de seus primeiros pais,
que recusaram ouvir as minhas palavras;
até se foram após outros deuses para os servir;
a casa de Israel e a casa de Judá quebrantaram o meu pacto,
que fiz com seus pais.
Jr 11:11 Portanto assim diz o Senhor:
Eis que estou trazendo sobre eles uma calamidade
de que não poderão escapar;
clamarão a mim, mas eu não os ouvirei.
Jr 11:12 Então irão as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém
e clamarão aos deuses a que eles queimam incenso;
estes, porém, de maneira alguma os livrarão
no tempo da sua calamidade.
Jr 11:13 Pois, segundo o número das tuas cidades, são os teus deuses,
ó Judá; e, segundo o número das ruas de Jerusalém,
tendes levantado altares à impudência,
altares para queimardes incenso a Baal.
Jr 11:14 Tu, pois, não ores por este povo,
nem levantes por eles clamor nem oração;
porque não os ouvirei no tempo em que eles
clamarem a mim por causa da sua calamidade.
Jr 11:15 Que direito tem a minha amada na minha casa,
visto que com muitos tem cometido grande abominação,
e as carnes santas se desviaram de ti?
Quando tu fazes mal, então andas saltando de prazer.
Jr 11:16 Denominou-te o Senhor oliveira verde,
formosa por seus deliciosos frutos;
mas agora, à voz dum grande tumulto,
acendeu fogo nela, e se quebraram os seus ramos.
Jr 11:17 Porque o Senhor dos exércitos, que te plantou,
pronunciou contra ti uma calamidade,
por causa do grande mal que a casa de Israel
e a casa de Judá fizeram,
pois me provocaram à ira, queimando incenso a Baal.
Jr 11:18 E o Senhor mo fez saber, e eu o soube;
então me fizeste ver as suas ações.
Jr 11:19 Mas eu era como um manso cordeiro, que se leva à matança;
não sabia que era contra mim que maquinavam, dizendo:
Destruamos a árvore com o seu fruto,
e cortemo-lo da terra dos viventes,
para que não haja mais memória do seu nome.
Jr 11:20 Mas, ó Senhor dos exércitos, justo Juiz,
que provas o coração e a mente,
permite que eu veja a tua vingança sobre eles;
pois a ti descobri a minha causa.
Jr 11:21 Portanto assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote,
que procuram a tua vida, dizendo:
Não profetizes no nome do Senhor,
para que não morras às nossas mãos;
Jr 11:22 por isso assim diz o Senhor dos exércitos:
Eis que eu os punirei; os mancebos morrerão
à espada, os seus filhos e as suas filhas
morrerão de fome.
Jr 11:23 E não ficará deles um resto;
pois farei vir sobre os homens de Anatote
uma calamidade, sim,
o ano da sua punição.
Ai dos que se levantam contra o Senhor! Eles estavam se levantando contra Jeremias por causa do Senhor e por isso que seriam punidos e morreriam à espada, sendo que os seus filhos e filhas, de fome.
No verso 23 a promessa de que deles não sobraria um sequer. Essa ameaça de extinção total contrasta o destino dos inimigos pessoais de Jeremias com os de Judá em geral - 4.27; 5.10; 6.9.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Jeremias 10:1-25 - O CONTRASTE ENTRE A IDOLATRIA E O SENHOR.

Estamos no último capítulo, de nossa quinta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 10.
V. O TEMPLO (7.1-10.25).
Estamos vendo agora como Jeremias rejeitou a suposição geral de que o templo protegeria Jerusalém da destruição.
E para melhorar nossa compreensão, dividimos essa série de discursos de Jeremias em três seções: A. O templo de Salomão e Siló – 7:1 – 8:3 – já vimos; B. Os pecados e julgamentos de Judá – 8:4 – 9:26 – já vimos; e, C. A idolatria ou o Senhor – 10:1-25 – veremos e concluiremos agora.
C. A idolatria ou o Senhor – 10:1-25.
Nos próximos vinte e cinco versículos, deste capítulo, estaremos vendo a idolatria ou o Senhor, ou o contraste entre um e outro. Esse material trata do pecado da idolatria, um tema apropriado no contexto da confiança hipócrita de Judá no templo como garantia de proteção (veja o cap. 7). Ao mesmo tempo em que esperavam que a Casa de Deus os mantivesse seguros, os judaítas corrompiam o seu culto com a idolatria.
Já começa o primeiro versículo chamando a atenção da casa de Israel para estarem atentos à Palavra do Senhor que sempre exige de nós uma resposta, uma decisão ou uma escolha. Quando Deus fala, não é qualquer um a falar, mas o próprio Deus e isso pode trazer consigo sérias consequências, principalmente quando a negligenciamos.
O Senhor não é como somos nós que até esquecemos de nossas juras e palavras, mas o Senhor é fiel e não tem ninguém por inocente diante dele.
É o Senhor quem está a dizer, por isso que diz “Assim diz o Senhor”.  Não era para Israel aprender com as nações as suas manias e caminhos. Eles viviam observando sinais nos céus e com isso dando a entender que seriam capazes de grandes coisas.
A adoração dos corpos celestes era proibida e nada poderia nem acrescentar, nem subtrair a ninguém coisa alguma. O espanto ou terror caracteriza a adoração a falsos deuses, mais para incutir e difundir a cultura do medo pela manipulação de forças ocultas e secretas.
A adoração de corpos celestes envolve certos medos específicos decorrentes da possibilidade de fenômenos extraordinários. A teologia da criação apresentada na Bíblia elimina esses medos ao mostrar que tais ocorrências são apenas manifestações da ordem criada por Deus (Gn 1; Is 40.26).
A Bíblia chama tais costumes de vaidade! Aqui, esse termo usado em outras passagens de Jeremias para se referir a ídolos, transmite a ideia de vazio (2.5).
Os que fabricam ídolos se esquecem de que são eles que cortam, que dão forma e que manipulam a madeira os levando por um caminho de completa insensatez idolátrica (Is 44.9-20). Eles, ainda para melhorarem suas imagens de nada, as revestem de prata e de ouro (vs. 9).
Eles são como espantalhos – vs. 5 - no milharal. O Senhor adverte seu povo para não temê-los nem terem qualquer reverência a tais objetos que tem o poder de tornarem nulos também os que os adoram, não por que emanam deles poder, mas por causa do torpor que invade a alma do adorador de ídolos.
A quem devemos temer então? A resposta está no verso 6 e 7: ao Senhor que fez tanto os céus como a terra e tudo o que neles há. Pois somente ele é digno, grande e ninguém há que a ele se assemelhe. Ele mesmo não deixou forma alguma dele para nós, justamente para evitar esse apego idolátrico de nossa alma caída e insensata.
Na Bíblia, o temor de Deus – vs. 7 - envolve, com frequência, mais do que o medo do julgamento divino. Inclui espanto, reverência, honra e adoração em resposta à majestade e santidade de Deus (SI 2.11-12).
O Senhor é o Rei das nações. Uma resposta à soberania atribuída a falsas divindades como, por exemplo, Bel-Marduque da Babilônia (cf. Is 43.15; 46.1). A quem se poderia comparar o Senhor nas nações? Talvez magos ou encantadores como os que aparecem no livro de Daniel (Dn 2.12)? Esse versículo contrasta a sabedoria deles com a sabedoria do Senhor (10.12).
No verso 8, a descrição precisa desses adoradores: embrutecidos e loucos e as suas instruções vazias, ocas e mortas como um pedaço de pau qualquer. Mais uma vez, o texto apresenta a linguagem sapiencial. Veja Dt 11.2; Pv 3.11, onde o termo hebraico para "ensinar" é traduzido como "disciplina". Para "loucura", veja, por exemplo, Pv 15.2,5,7.
Eles se viram para trazerem de longe todos os materiais para confecção de seus objetos idolátricos. De Társis, a prata e de Ufaz, o ouro. A primeira cidade ficava numa região que hoje pertence à Espanha; a localização da segunda é desconhecida.
Não são quaisquer obras, mas de peritos, de mãos hábeis que sabem manipular com maestria a prata, o ouro, a madeira, mas infelizmente para construção de engano que escravizará o povo nas trevas.
No entanto, somente Deus é verdadeiramente Deus. Somente Deus é um Deus vivo. (Dt 5.26). Somente ele também é o Rei eterno. (vs. 7; Êx 15.18; 2Sm 7.13). No livro de Samuel, 2Sm 7.13 vemos a declaração da eternidade do reino de Deus, ainda que o reinado da casa de Davi estivesse preste a cessar por vários séculos.
No verso 11, uma declaração de julgamento contra outros deuses é escrita em aramaico talvez visando a um efeito dramático ou ao uso internacional. (No Antigo Testamento, outras passagens aparecem em aramaico - Ed 4.80; 6.18; 7.12-26; Dn 2.4-7.28).
Foi somente Deus pelo seu poder, sabedoria e inteligência que fez todas as coisas. O poder do Deus verdadeiro na criação é usado nessa argumentação contra os deuses estrangeiros. Para a criação por meio de sua sabedoria, veja Pv 8.22-31, uma passagem que prefigura Cristo como a sabedoria preexistente de Deus (Cl 1.15; 2.3).
Ao mencionar, no verso 13, o controle de Deus sobre os fenômenos da natureza (SI 29.3-4; 135.5-7.), essa declaração sobre o controle do Senhor sobre a chuva faz frente asserções semelhantes acerca de Baal, o deus cananeu (veja 1 Rs 17.1).
Apesar disso, apesar de seu domínio e controle da natureza e de todas as obras de suas mãos, o homem embruteceu, tonou-se obtuso, cego e semelhante aos objetos de sua adoração. Para onde foi o conhecimento?
A vaidade soprou e o seu vento os perturbou a ponto de perderem o sentido e estarem encantados com o engano e a mentira, mas no dia da visitação, sim nesse dia, perturbar-se-ão e perecerão – vs. 15.
No início das Escrituras o Senhor é considerado uma "herança" peculiar para os levitas (Nm 18.20). Aqui, o conceito do Senhor como "porção" ou "herança" – vs. 16 - é ampliado de modo a abranger a nação como um todo. Juntas, as duas metáforas revelam o relacionamento entre Deus e Israel na aliança. Quanto ao povo como "herança" do Senhor, “Porque a porção do Senhor é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança.” - Dt 32.9.
O Senhor pede aos que habitam sitiados para tirar do chão a sua trouxa, pois ele os arrojará como uma funda e os angustiará para que sintam o seu terror. Ou seja, o Senhor estaria a ponto de lançá-los para bem longe, de atirá-los para fora de sua presença para sempre. Aos ímpios, diz a palavra de Deus, não haverá paz! Mas resta um descanso ainda e devemos nos esforçar por entrar por ele, em tempo oportuno.
O povo entra em desespero e clama por causa de sua chaga.  Compare com o clamor de Jeremias em 4.19-21. Aqui, o profeta demonstra predileção pelas metáforas médicas (6.7; 14.17; 30.12-13,15,17).
No verso 20, a metáfora usa termos de habitação ao falar de sua tenda destruída e de seus cordões todos rompidos. Os efeitos trágicos da falta de filhos em geral se tornam um retrato da desolação do exílio. A fim de deixar esse ponto absolutamente claro, o próprio Jeremias não poderia ter filhos (16.2).
O tema da insensatez ou da estupidez é aplicado agora aos líderes em particular (2.8; 10.8; cf.10.14). Os líderes não buscaram ao SENHOR, mas, antes, recorreram aos encantamentos dos "sábios" pagãos (8.2; 10.7). Quando os pastores se embrutecem e não buscam ao Senhor, o resultado jamais pode ser de prosperidade, antes de dispersão do seu rebanho.
Jr 10:1 Ouvi a palavra que o Senhor vos fala a vós, ó casa de Israel.
Jr 10:2 Assim diz o Senhor:
Não aprendais o caminho das nações,
nem vos espanteis com os sinais do céu;
porque deles se espantam as nações,
Jr 10:3 pois os costumes dos povos são vaidade;
corta-se do bosque um madeiro e se lavra com machado
pelas mãos do artífice.
Jr 10:4 Com prata e com ouro o enfeitam, com pregos
e com martelos o firmam, para que não se mova.
Jr 10:5 São como o espantalho num pepinal, e não podem falar;
necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar.
Não tenhais receio deles, pois não podem fazer o mal,
nem tampouco têm poder de fazer o bem.
Jr 10:6 Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor;
és grande, e grande é o teu nome em poder.
Jr 10:7 Quem te não temeria a ti, ó Rei das nações?
pois a ti se deve o temor;
porquanto entre todos os sábios das nações,
e em todos os seus reinos ninguém há semelhante a ti.
                Jr 10:8 Mas eles todos são embrutecidos e loucos;
a instrução dos ídolos é como o madeiro.
Jr 10:9 Trazem de Társis prata em chapas, e ouro de Ufaz,
trabalho do artífice, e das mãos do fundidor;
seus vestidos são de azul e púrpura;
obra de peritos são todos eles.
Jr 10:10 Mas o Senhor é o verdadeiro Deus;
ele é o Deus vivo e o Rei eterno,
ao seu furor estremece a terra,
e as nações não podem suportar a sua indignação.
Jr 10:11 Assim lhes direis:
Os deuses que não fizeram os céus e a terra,
esses perecerão da terra e de debaixo dos céus.
Jr 10:12 Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo
por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus. J
r 10:13 Quando ele faz soar a sua voz,
logo há tumulto de águas nos céus,
e ele faz subir das extremidades da terra os vapores;
faz os relâmpagos para a chuva,
e dos seus tesouros faz sair o vento.
Jr 10:14 Todo homem se embruteceu e não tem conhecimento;
da sua imagem esculpida envergonha-se todo fundidor;
pois as suas imagens fundidas são falsas,
e nelas não há fôlego.
Jr 10:15 Vaidade são, obra de enganos;
no tempo da sua visitação virão a perecer.
Jr 10:16 Não é semelhante a estes aquele que é a porção de Jacó;
porque ele é o que forma todas as coisas,
e Israel é a tribo da sua herança.
Senhor dos exércitos é o seu nome.
Jr 10:17 Tira do chão a tua trouxa, ó tu que habitas em lugar sitiado.
Jr 10:18 Pois assim diz o Senhor:
Eis que desta vez arrojarei como se fora com uma funda
os moradores da terra, e os angustiarei,
para que venham a senti-lo.
Jr 10:19 Ai de mim, por causa do meu quebrantamento!
a minha chaga me causa grande dor;
mas eu havia dito:
Certamente isto é minha enfermidade, e eu devo suporta-la.
Jr 10:20 A minha tenda está destruída,
e todas as minhas cordas estão rompidas;
os meus filhos foram-se de mim, e não existem;
ninguém há mais que estire a minha tenda,
e que levante as minhas cortinas.
Jr 10:21 Pois os pastores se embruteceram,
e não buscaram ao Senhor;
por isso não prosperaram,
e todos os seus rebanhos se acham dispersos.
Jr 10:22 Eis que vem uma voz de rumor,
um grande tumulto da terra do norte,
para fazer das cidades de Judá uma assolação,
uma morada de chacais.
Jr 10:23 Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho;
nem é do homem que caminha o dirigir os seus passos.
Jr 10:24 Corrige-me, ó Senhor, mas com medida justa;
não na tua ira, para que não me reduzas a nada.
Jr 10:25 Derrama a tua indignação sobre as nações
que não te conhecem, e sobre as famílias que não invocam
o teu nome; porque devoraram a Jacó;
sim, devoraram-no e consumiram-no,
e assolaram a sua morada.
Dos versos 23 ao 25, encerrando o presente capítulo e a parte V, Jeremias entendendo a situação grave, ora pedindo justiça divina contra aqueles que atacariam Judá e Jerusalém.
Esse tipo de declaração do verso 23 de que ele sabe que não é do homem o seu caminho, nem daquele que caminha, o dirigir os seus passos, faz parte da tradição da literatura sapiencial da Bíblia (Pv 16.9).
Esse último versículo – vs. 25 - é bastante parecido com SI 79.6-7 e pode ser uma citação do mesmo. No entanto, nesse novo contexto, talvez a sua motivação não seja tão pura quanto à do salmo.
Apesar de o capítulo enfatizar a semelhança moral de Judá com as nações, termina (ironicamente) com a súplica de Judá para que o Senhor derrame a sua ira sobre as nações. Essa oração foi respondida no seu devido tempo.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Jeremias 9:1-26 - QUER SE GLORIAR? GLORIE-SE NO SENHOR!

Estamos em nossa quinta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 9.
V. O TEMPLO (7.1-10.25).
Estamos vendo agora como Jeremias rejeitou a suposição geral de que o templo protegeria Jerusalém da destruição.
E para melhorar nossa compreensão, dividimos essa série de discursos de Jeremias em três seções: A. O templo de Salomão e Siló – 7:1 – 8:3 – já vimos; B. Os pecados e julgamentos de Judá – 8:4 – 9:26 - concluiremos agora; e, C. A idolatria ou o Senhor – 10:1-25.
B. Os pecados e julgamentos de Judá – 8:4 – 9:26 - continuação.
Estamos vendo, como já dissemos, os pecados e o julgamento de Judá. Depois de mostrar que o templo não garantia proteção contra a ira de Deus, essa parte do texto trata dos pecados de Jerusalém que trariam sobre a cidade santa a decisão divina de destruição e exílio.
Jeremias começa este capítulo se mostrando semelhante a Jesus em sua compaixão pelo povo (Lc 19.41).
Ele sente o drama de o povo ter se lançado tão profundamente no pecado a ponto de se esquecer completamente do Senhor. Ele chega a desejar uma oportunidade de se livrar do povo, de se apartar dele por causa das suas escolhas e preferências, mas, negando-se a si mesmo, resiste a isso e o tolera numa esperança bem remota de salvar quem sabe os remanescentes dele.
O versículo usa uma imagem militar ao comparar o arco com a língua, pois ambos, neste caso, parecem mortais. Seu arco é a falsidade que eles empunham como se estivessem em combate. É o Senhor quem está falando – vs. 3 -, o Senhor dos Exércitos, de modo que a passagem de 8.21-9.3 adquire um novo significado. Deus também ansiava pelo deserto, para que pudesse lançar o seu povo fora e não ter mais comunhão com ele (2.2-3). Essa passagem retrata claramente os sentimentos do Senhor, expressos por intermédio do seu profeta.
O povo andava mesmo desviado completamente do Senhor a ponto de enganarem-se mutuamente, sem que fosse possível confiar um no outro, nesta nossa caminhada da vida. Engano e calúnia é a escolha do povo.
Nos versos 5 e 6, a descrição das escolhas erradas do povo continua. O povo tem andado no engano e com o engano, desprezando a verdade e optando pela mentira e até se cansavam de tanto praticarem a iniquidade. Era por causa do engano que eles se recusavam a conhecerem ao Senhor.
Não que isso não fosse possível ou extremamente difícil, mas por pura rebeldia mesmo. Dizem que nossas escolhas determinam o que somos; sendo assim, as escolhas deles diziam que eles eram o joio no meio do trigo e as gravinhas nas videiras.
Já dizia o Senhor no evangelho de João que todo ramo que nele estando não der fruto, será cortado e lançado fora, depois o apanharão e o queimarão no fogo – Jo 15.
Já no verso 7, o Senhor, sem mais qualquer outra alternativa, promete fundi-los e prová-los uma vez que sua palavra não cumpriu o efeito desejado que era a de conversão. Eles endureceram seus corações enganosos.
A paz – vs. 8 - seria a verdadeira base da sociedade e o resultado da fidelidade à aliança; o seu oposto é a falsidade - a base da sociedade de Judá nessa época.
A resposta óbvia a pergunta do verso 9 é sim. Sim, o Senhor haverá de castigar o povo por causa disso e se vingar de uma nação semelhante a essa.
Como Jeremias chorou, o Senhor também choraria (vs. 1), especialmente pela desolação da terra que ele havia dado ao seu povo. Era seu desejo que a terra fosse rica e populosa; ao invés disso, ficaria desolada (Mq 1.8; Mt 23.27-28).
Jerusalém, em função da ira de Deus, se tornaria em montões de pedras e morada de chacais, totalmente desolada, sem habitantes. A maldição da terra é marcada pela sua falta de habitantes, um tema comum nas Escrituras (SI 44.19; Is 13.21-22).
Os sábios entenderão e compreenderão o que se passa com a terra e a razão de sua desolação terrível. Isso nos remete para a terminologia sapiencial referente ao conhecimento que Deus concede (Pv 1.2-5). Israel, que deveria ser louvado pela sua sabedoria - Dt 4:6 -, é envergonhado pela sua insensatez.
Jeremias estava especificamente preocupado com as práticas idólatras (v. 14). O povo tinha rejeitado a lei do Senhor e escolhido, obstinadamente, os seus próprios caminhos e pensamentos, principalmente aqueles que os remetiam aos baalins, conforme lhes ensinaram os seus próprios pais.
Em função dessas coisas, o Senhor os espalharia entre as nações desconhecidas, de pessoas estranhas e falas completamente diferentes. A espada também não os deixaria em paz tamanhos seria a perseguição contra eles. Essa era a maldição prevista em Dt 28.64 e executada no reino do norte, em 722 a.C. e sobre Judá em 586 a.C. A declaração é enfatizada pelo retrato de destruição total.
O tema do pranto é retomado (vs. 1,10). Essa é a referência mais clara do Antigo Testamento a mulheres que se dedicavam profissionalmente a dirigir os lamentos pelos mortos, as conhecidas carpideiras – vs. 17. (cf. Am 5.16).
A ruína era muito grande e o lamento enorme gerando nos olhos lágrimas de desespero. A voz do pranto se ouvia em Sião e diziam e exclamavam como estariam arruinados, envergonhados por terem deixado a terra e por terem perdido as suas moradas.
No verso 21, a morte é personificada como o deus cananeu Mot (que significa "morte") que entra pelos palácios, ou "fortalezas" (nesse momento estes se encontravam vazios e frágeis. 6.11; Lm 5.13-15), para exterminar das ruas e das praças as crianças e os jovens.
Até os cadáveres dos homens seriam como o adubo ou o esterco da terra para preparar o solo para torná-lo fértil. É de fato uma situação calamitosa a ponto da cidade não ter condições de enterrar os seus próprios mortos.
Quem é que poderia se orgulhar ou se gloriar? Em suas sabedorias, forças, riquezas, poderiam os sábios, forte e ricos se gloriarem? Até que poderiam, mas não seria sensato. A palavra de Deus orienta que aquele que quer se gloriar, que se glorie nele, no Senhor, em conhecê-lo e saber que ele é Deus sobre a terra toda.
O verso 24 proclama em alto e bom som que o que se gloriar, glorie-se nisto:
·         Em entender que Deus é Senhor - entendimento.
·         Em conhecer, que Deus é Senhor – conhecimento.
·         Que como Senhor faz
ü  Benevolência.
ü  Juízo.
ü  Justiça na terra - praticidade.
·         Que como Senhor se agrada justamente dessas coisas acima - satisfação.
Ressalte-se que a sabedoria, a força e a riqueza não se tratam de coisas negativas quando são presentes de Deus. Observar que Salomão preferiu a sabedoria às riquezas e que Deus lhe deu ambas (1 Rs 3; cf. também Dt 8.17; SI 20.7; Pv 8.8-21).
Não devemos ter medo de administrar, se necessário, milhões ou bilhões que nos chegarem às mãos com sabedoria, com força e inteligência. As riquezas até podem entrar em nossos bolsos, mas jamais em nossos corações.
Jr 9:1 Oxalá a minha cabeça se tornasse em águas,
e os meus olhos numa fonte de lágrimas,
para que eu chorasse de dia e de noite
os mortos da filha do meu povo!
Jr 9:2 Oxalá que eu tivesse no deserto uma estalagem de viandantes,
para poder deixar o meu povo, e me apartar dele!
porque todos eles são adúlteros,
um bando de aleivosos.
 Jr 9:3 E encurvam a língua, como se fosse o seu arco, para a mentira;
fortalecem-se na terra, mas não para a verdade;
porque avançam de malícia em malícia,
e a mim me não conhecem, diz o Senhor.
Jr 9:4 Guardai-vos cada um do seu próximo,
e de irmão nenhum vos fieis;
porque todo irmão não faz mais do que enganar,
e todo próximo anda caluniando.
Jr 9:5 E engana cada um a seu próximo, e nunca fala a verdade;
ensinaram a sua língua a falar a mentira;
andam-se cansando em praticar a iniqüidade.
Jr 9:6 A tua habitação está no meio do engano;
pelo engano recusam-se a conhecer-me, diz o Senhor.
Jr 9:7 Portanto assim diz o Senhor dos exércitos:
Eis que eu os fundirei e os provarei;
pois, de que outra maneira poderia proceder
com a filha do meu povo?
Jr 9:8 uma flecha mortífera é a língua deles;
fala engano; com a sua boca fala cada um de paz
com o seu próximo,
mas no coração arma-lhe ciladas.
Jr 9:9 Não hei de castigá-los por estas coisas? diz o Senhor;
ou não me vingarei de uma nação tal como esta?
10 Pelos montes levantai choro e pranto,
e pelas pastagens do deserto lamentação;
porque já estão queimadas,
de modo que ninguém passa por elas;
nem se ouve mugido de gado;
desde as aves dos céus até os animais, fugiram e se foram.
Jr 9:11 E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de chacais,
e das cidades de Judá farei uma desolação,
de sorte que fiquem sem habitantes.
Jr 9:12 Quem é o homem sábio, que entenda isto?
e a quem falou a boca do Senhor, para que o possa anunciar?
Por que razão pereceu a terra, e se queimou
como um deserto, de sorte que ninguém
passa por ela?
Jr 9:13 E diz o Senhor:
porque deixaram a minha lei, que lhes pus diante,
e não deram ouvidos à minha voz, nem andaram nela,
Jr 9:14 antes andaram obstinadamente
segundo o seu próprio coração,
e após baalins, como lhes ensinaram os seus pais.
Jr 9:15 Portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel:
Eis que darei de comer losna a este povo,
e lhe darei a beber água de fel.
Jr 9:16 Também os espalharei por entre nações que nem eles
nem seus pais conheceram; e mandarei a espada após eles,
até que venha a consumi-los.
Jr 9:17 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Considerai, e chamai as carpideiras, para que venham;
e mandai procurar mulheres hábeis,
para que venham também;
Jr 9:18 e se apressem, e levantem o seu lamento sobre nós,
para que se desfaçam em lágrimas os nossos olhos,
e as nossas pálpebras destilem águas.
Jr 9:19 Porque uma voz de pranto se ouviu de Sião:
Como estamos arruinados! Estamos mui envergonhados,
por termos deixado a terra,
e por terem eles transtornado as nossas moradas.
Jr 9:20 Contudo ouvi, vós, mulheres, a palavra do Senhor,
e recebam os vossos ouvidos a palavra da sua boca;
e ensinai a vossas filhas o pranto,
e cada uma à sua vizinha a lamentação.
Jr 9:21 Pois a morte subiu pelas nossas janelas,
e entrou em nossos palácios, para exterminar das ruas
as crianças, e das praças os mancebos.
Jr 9:22 Fala:
Assim diz o Senhor:
Até os cadáveres dos homens cairão como esterco
sobre a face do campo, e como gavela atrás
do segador, e não há quem a recolha.
Jr 9:23 Assim diz o Senhor:
Não se glorie o sábio na sua sabedoria,
nem se glorie o forte na sua força;
não se glorie o rico nas suas riquezas;
Jr 9:24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto:
em entender, e em me conhecer,
que eu sou o Senhor, que faço
benevolência, juízo e justiça na terra;
porque destas coisas me agrado,
diz o Senhor.
Jr 9:25 Eis que vêm dias, diz o Senhor,
em que castigarei a todo circuncidado
pela sua incircuncisão:
Jr 9:26 ao Egito, a Judá e a Edom,
aos filhos de Amom e a Moabe,
e a todos os que cortam os cantos da sua cabeleira
e habitam no deserto;
pois todas as nações são incircuncisas,
e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração.
Que curioso o fato de castigar o circunciso pela sua incircuncisão – vs. 25. Ele está ou não circuncidado? Se está circuncidado, por que é penalizado por ser como se não tivesse? Quem explica bem isso é o apóstolo Paulo.
Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.1-2); e também “... a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4). A circuncisão, como aliança, foi dada por Deus a Abraão em um determinado tempo e espaço com a intenção de gerar para si um povo santo: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv 11.45). Portanto, “a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão” (Rm 2.25)[1].
O castigo prometido – vs. 25 – seria sobre todo circuncidado pela sua incircuncisão: o Egito, Judá, Edom, Amon, Moabe, etc. Todas as nações são incircuncisas e toda a casa de Israel o é também de coração.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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