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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Jeremias 6:1-30 - AS INIQUIDADES DE JERUSALÉM SÃO A CAUSA DE SUA QUEDA.



Estamos trabalhando na quarta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 6.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) - continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4” como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – já vimos; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – já vimos; C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13 – já vimos; D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19 - já vimos; E. Os pecados de Judá - 5.20-31 - já vimos; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30 – veremos e encerraremos a parte IV agora.
F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
Estamos, finalmente, no último capítulo dessa quarta parte e nela veremos, em seus 30 versículos, o julgamento por meio do exílio. Depois de anunciar o pecado de Judá, Jeremias faz uma declaração final sobre o exílio iminente.
A aproximação dos babilônios aterrorizaria todos em Judá. Não haveria onde se esconder. Fugir para onde, se o inimigo já estava a caminho a passos largos? Haveria algum lugar de segurança?
O profeta se refere a Jerusalém como a formosa e delicada, como a filha de Sião. Apesar de ser uma personificação de Jerusalém - 4.31 - a imagem também se refere às mulheres refinadas da cidade - Is 3.16-26; Am 4.1. A tristeza do profeta é expressa no olhar nostálgico que ele lança sobre a sua cidade amada.
Ela agora não mais seria pastoreada pelos pastores de Israel, mas pelos líderes babilônios com as suas tropas tomando Jerusalém (cf. 4.15).
A guerra já estaria preparada contra ela e por ironia, essas mesmas palavras “levantai-vos e subamos de noite” eram usadas pelos israelitas quando subiam à Jerusalém para adorar - 31.6. Aqui, a imagem da guerra santa é invertida: o Senhor lutaria contra o seu povo.
O ataque poderia se dar a qualquer hora, mesmo em horas tidas como incomuns para os ataques como ao meio-dia ou de noite. Isso revelava que a força do inimigo era tanta que o resultado seria o mesmo qualquer que fosse o momento que decidissem atacar.
Nos versos 6 e 7, Deus parece que se dirige aos babilônios, instruindo-os acerca de como castigar Jerusalém. A opressão citada, no meio dela, era contra o seu próprio povo que como um poço cuja água transborda, Jerusalém transbordava de perversidade.
Ele se dirige a ela em tom ameaçador e final como se já avisada já fosse de que o mal estava por vir a ela por causa de seus pecados e por causa de sua rejeição a Deus. o risco dela era Deus se apartar dela definitivamente e ela se tornar uma total assolação, uma terra deserta e já não mais habitada para sempre, por isso o aviso.
Em vez de rebuscar suas plantações – vs. 9 -, os agricultores deviam deixar o que sobrava para os pobres (Dt 24.19-221. No entanto, a Babilónia "rebuscaria" Judá meticulosamente. No capítulo anterior, vs. 10, o problema da vinha eram as gravinhas. Retirando-se elas, o remanescente seria salvo. O Senhor tinha propósitos mais profundos por trás da permissão que concedeu aos babilónios (23.3 – Deus esta no controle de tudo). Trata-se de urna expressão hiperbólica; Deus poupou um remanescente para cumprir a sua aliança de redenção - 11.23. ela não haveria de alcançar o joio, nem as gravinhas, mas o remanescente fiel que teme e treme de sua palavra.
 O profeta usa de exagero nos vs. 11-12 para indicar a destruição quase total de Jerusalém que envolveria crianças, jovens, marido,  mulher, velho, casas, campos, toda a terra.
Tudo estava contaminado desde o menor até ao maior, desde o profeta até ao sacerdote. A falsa mensagem deles, separados para pregarem a palavra de Deus, era paz, paz, no entanto, essa não era a palavra de Deus, mas a palavra que seus corações malignos desejavam para continuar, cada um em seu pecado predileto. A mensagem dos falsos profetas, recebida de bom grado pelo povo, não poderia trazer a paz verdadeira (Mq 2.6), cuja contraparte é a justiça.
Estavam tão acostumados com o pecado e suas abominações que mal sabiam o que era envergonharem-se – vs. 15 - de tão cauterizada que estava as suas consciências.
Deus lhes pede que se ponham no caminho novamente para o bem deles. Os caminhos verdadeiros estabelecidos por Moisés. O bom caminho, literalmente, "o caminho para o bem", ou seja, o caminho para a paz e para a prosperidade. O sinal de que estariam no caminho certo seriam achar descanso para a sua alma - Mt 11.29.
Até os seus atalaias - uma designação usada para os profetas (Is 21.11; Ez 3.17; Hc 2.1) - Deus colocou para eles os avisando para estarem atentos à voz da buzina, mas eles disseram que não escutariam!
Então Deus conclama nações e fala à terra e anuncia que trará o mal sobre o povo – vs. 18, 19 -, o próprio fruto dos seus pensamentos porque rejeitaram a palavra do Senhor e a sua lei. Ao invés de agradar a Deus com o que Deus requer, ofereceram a ele o incenso de Sabá,  com ingredientes caros usados em rituais (Ex 30.23-38), numa tentativa clara de suborno. De tais holocaustos - uma ênfase importante nos salmos e nos profetas (SI 40.6-8; Is 1.11-15; Mq 6.6-8; veja Mt 23.23) – o Senhor não se agradava.
O resultado disso não poderia ser outro. Levariam as consequências consigo e estariam armados, doravante, tropeços ao próprio povo que pais e filhos juntamente, e vizinhos e amigos para que eles perecessem.
O povo da terra do norte já estava vindo. Uma grande, temível e terrível nação já se levantava das extremidades da terra, trazendo seus arcos e flechas, não usando de misericórdias, rugindo como um leão feroz, montados em cavalos dispostos à batalha. A manutenção de vivos não era ato de misericórdia deles, mas interesses na escravidão e outros negócios. Embora fossem instrumentos de Deus para o juízo, Deus não aprovava a violência deles e ainda deles haveria de requerer todo sangue derramado.
O profeta fala que ao ouvirem a notícia disso, logo de todos se afrouxaram as suas mãos e do povo se apegou uma angústia de dar nó na língua. As dores já poderiam se sentir como a que está de parto para fazer nascer a criança, mas a criança não sai.
Não poderiam sair no campo, nem andarem pelo caminho por causa da espada do inimigo e do espanto que estava por todos os lados. Era de fato muito terrível a destruição de Jerusalém – 20:10; 46:5; 49:29.
Jr 6:1 Fugi para segurança vossa, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém!
                Tocai a buzina em Tecoa, e levantai o sinal sobre Bete-Haquerem;
                               porque do norte vem surgindo um grande mal, sim,
                                               uma grande destruição.
                 Jr 6:2 A formosa e delicada, a filha de Sião, eu a exterminarei.
                Jr 6:3 Contra ela virão pastores com os seus rebanhos;
                               levantarão contra ela as suas tendas
                                               em redor e apascentarão, cada um no seu lugar.
                Jr 6:4 Preparai a guerra contra ela;
                               levantai-vos, e subamos ao meio-dia.
                                               Ai de nós! que já declina o dia,
                                               que já se vão estendendo as sombras da tarde.
                Jr 6:5 Levantai-vos, e subamos de noite,
                               e destruamos os seus palácios.
                Jr 6:6 Porque assim diz o Senhor dos exércitos:
                               Cortai as suas árvores, e levantai uma tranqueira
                                               contra Jerusalém.
                               Esta é a cidade que há de ser castigada;
                                               só opressão há no meio dela.
                Jr 6:7 Como o poço conserva frescas as suas águas,
                               assim ela conserva fresca a sua maldade;
                                               violência e estrago se ouvem nela;
                                               enfermidade e feridas há
                                                               diante de mim continuadamente.
                Jr 6:8 Sê avisada, ó Jerusalém, para que não me aparte de ti;
                               para que eu não te faça uma assolação,
                                               uma terra não habitada.
                Jr 6:9 Assim diz o Senhor dos exércitos:
                               Na verdade respigarão o resto de Israel como uma vinha;
                                               torna a tua mão, como o vindimador, aos ramos.
                Jr 6:10 A quem falarei e testemunharei, para que ouçam?
                               eis que os seus ouvidos estão incircuncisos,
                                               e eles não podem ouvir;
                               eis que a palavra do Senhor se lhes tornou em opróbrio;
                                               nela não têm prazer.
                Jr 6:11 Pelo que estou cheio de furor do Senhor;
                               estou cansado de o conter;
                                               derrama-o sobre os meninos pelas ruas,
                                                               e sobre a assembleia dos jovens também;
                               porque até o marido com a mulher serão presos,
                                               e o velho com o que está cheio de dias.
                Jr 6:12 As suas casas passarão a outros,
                               como também os seus campos e as suas mulheres;
                               porque estenderei a minha mão contra os habitantes da terra,
                                               diz o Senhor.
                Jr 6:13 Porque desde o menor deles até o maior,
                               cada um se dá à avareza; e desde o profeta até o sacerdote,
                                               cada um procede perfidamente.
                Jr 6:14 Também se ocupam em curar superficialmente
                               a ferida do meu povo, dizendo:
                                               Paz, paz; quando não há paz.
                Jr 6:15 Porventura se envergonharam
                               por terem cometido abominação? Não, de maneira alguma;
                                               nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se.
                               Portanto cairão entre os que caem;
                                               quando eu os visitar serão derribados, diz o Senhor.
                Jr 6:16 Assim diz o Senhor:
                               Ponde-vos nos caminhos, e vede,
                                               e perguntai pelas veredas antigas,
                                                               qual é o bom caminho, e andai por ele;
                                                               e achareis descanso para as vossas almas.
                               Mas eles disseram:
                                               Não andaremos nele.
                Jr 6:17 Também pus atalaias sobre vós dizendo:
                               Estai atentos à voz da buzina.
                                               Mas disseram: Não escutaremos.
                Jr 6:18 Portanto ouvi, vós, nações, e informa-te tu,
                               ó congregação, do que se faz entre eles!
                Jr 6:19 Ouve tu, ó terra!
                               Eis que eu trarei o mal sobre este povo,
                                               o próprio fruto dos seus pensamentos;
                                               porque não estão atentos às minhas palavras;
                                                               e quanto à minha lei, rejeitaram-na.
                Jr 6:20 Para que, pois, me vem o incenso de Sabá,
                               ou a melhor cana aromática de terras remotas?
                                               Vossos holocaustos não são aceitáveis,
                                                               nem me agradam os vossos sacrifícios.
                Jr 6:21 Portanto assim diz o Senhor:
                               Eis que armarei tropeços a este povo,
                                               e tropeçarão neles pais e filhos juntamente;
                                                               o vizinho e o seu amigo perecerão.
                Jr 6:22 Assim diz o Senhor:
                               Eis que um povo vem da terra do norte,
                               e uma grande nação se levanta das extremidades da terra.
                Jr 6:23 Arco e lança trarão; são cruéis, e não usam de misericórdia;
                               a sua voz ruge como o mar, e em cavalos vêm montados,
                                               dispostos como homens para a batalha, contra ti,
                                                               ó filha de Sião.
                Jr 6:24 Ao ouvirmos a notícia disso, afrouxam-se as nossas mãos;
                               apoderam-se de nós angústia e dores, como as de parturiente.
                Jr 6:25 Não saiais ao campo, nem andeis pelo caminho;
                               porque espada do inimigo e espanto há por todos os lados.
                Jr 6:26 Ó filha do meu povo, cingi-te de saco,
                               e revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único,
                                               em pranto de grande amargura;
                                               porque de repente virá o destruidor sobre nós.
                Jr 6:27 Por acrisolador e examinador te pus entre o meu povo,
                               para que proves e examines o seu caminho.
                Jr 6:28 Todos eles são os mais rebeldes,
                               e andam espalhando calúnias; são bronze e ferro;
                                               todos eles andam corruptamente.
                Jr 6:29 Já o fole se queimou; o chumbo se consumiu com o fogo;                        
                               debalde continuam a fundição,
                                               pois os maus não são arrancados.
                Jr 6:30 Prata rejeitada lhes chamam,
                               porque o Senhor os rejeitou.
Dos versos de 27 a 30, Deus revela a Jeremias o seu papel nisso tudo. O de acrisolador e o de fortaleza para conhecer o caminho deles e o examinar ficando claro assim seu papel de mediador e intercessor do povo.
O Senhor ordena que Jeremias teste Judá como um acrisolador testa os metais para averiguar a pureza deles. Em outras partes do livro, o próprio Senhor é o acrisolador tanto do povo, quanto de Jeremias – 9:7; 17:10; 20:12; 11:20; 12:3). A parte ruim seria descartada, mas a parte boa, livre das impurezas, seria tratada e reaproveitada.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Jeremias 5:1-31 - OS PECADOS DE JERUSALÉM E DE JUDÁ OS DESTRUIAM.



Estamos trabalhando na quarta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 5.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) - continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4” como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – já vimos; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – já vimos; C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13 – veremos agora; D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19 - veremos agora; E. Os pecados de Judá - 5.20-31 - veremos agora; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13.
Até ao verso 13, veremos Jeremias falando dessa cidade pecaminosa de Jerusalém. O profeta volta ao tema do pecado, concentrando-se especialmente na perversidade em Jerusalém.
No verso primeiro a busca por um homem, um único representante dos homens que pratique a justiça e busque a verdade e se houvesse esse homem, provavelmente uma alusão à oração de Abraão em favor de Sodoma (Gn 18.22-32) e uma resposta implícita à petição de Jeremias em favor da cidade (recusada posteriormente em 7.16). a situação de Jerusalém era tão deplorável que não foi possível encontrar uma única pessoa honesta.
Com engano serviam e juravam ao Senhor dizendo “vive o Senhor!”.  Eles endureceram o rosto mais do que uma rocha. A maior frustração do profeta é a determinação do povo de não se arrepender (cf. Ez 3.7-9).
O Senhor os feriu e até os consumiu, mas eles resistiram e preferiram o pecado, a mentira e a ilusão.
O Senhor depois de tanto provar o povo, voltou-se para os grandes, os líderes que provavelmente saberiam os caminhos do Senhor e a justiça do seu Deus, mas de comum acordo quebraram o jugo e romperam as ataduras.
A maldição então é decorrente. Essa violação da aliança com o Senhor traria suas maldições sobre o povo (lv 26.22).
No verso 7, uma pergunta muito interessante: como poderia Deus perdoá-los? Essa pergunta dá continuidade ao assunto do vs. 1. depois de eu os ter fartado, adulteraram. O povo buscava os falsos deuses na ilusão de que estes tinham poder de tornar a terra fértil. O Senhor afirma que também é soberano nesse âmbito (Os 2.8-9). Eles haviam se prostituido nessas casas de meretrizes, nessas casas que eram usadas especificamente para a prostituição religiosa.
A prostituição religiosa se transforma em adultério explícito. Como os cavalos e éguas no cio, totalmente absortos em seus desejos, eles se envolviam de forma profunda maculando ainda mais sua alma e se comprometendo com a mentira.
O Senhor jamais os deixaria desse jeito. A metáfora do tribunal volta a ser usada mediante um apelo implícito a testemunhas. O Senhor executaria a sua justiça contra povos que se corrompiam.
Essa indicação de que o castigo não seria definitivo é uma dentre várias desse tipo no início do livro (cf. 12.14-17; 16.14-15; 23.3). As gravinhas, e não toda a vinha, é que não são do SENHOR – como na parábola do joio e do trigo – Mt 13:25. Ao mesmo tempo, a situação pactual de Judá é revogada (Os 1.9). Fica clara aqui a necessidade aparentemente irreconciliável de julgamento e salvação.
Aleivosamente, talvez por causa das gravinhas/joio, se houveram contra o Senhor e o negaram – vs 12 - ou, "Mentiram a respeito do SENHOR". A crença equivocada acerca de Deus estava relacionada à falsidade em todas as partes da sociedade (cf. 9.3-6). Não é ele. Ou, "Ele não vai fazer nada!", ou seja, Deus não se importa, não é imanente, mas tão somente transcendente. Essa era a mensagem dos falsos profetas (cf. 28.2-4).
Havia, com exceção de alguns, entre eles Jeremias, muitos dos falsos profetas que predominavam nessa época – vs. 13.
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19.
Até ao verso 19, estaremos vendo o julgamento por meio da destruição de Jerusalém. Em resposta à corrupção de Jerusalém, Deus trairia invasores que atacariam a cidade e a destruiriam.
Deus promete dar ao profeta Jeremias uma palavra que sairia de sua boca como fogo sendo eles os gravetos que se inflamariam com as chamas.
Uma nação de longe traria o Senhor. Essa nação seriam os babilônios. Um povo diferente, de longe, antigo, de linguagem diferente, onde os seus guerreiros são valentes e trazem flechas certeiras de morte, que comerão toda a colheita e todo pão que seriam destinados par ao povo e ainda comerão dos rebanhos e do gado, dos frutos da vide e da figueira e as cidades fortificadas em que Jerusalém se fiava seriam abatidas à espada.
O exército invasor seria absolutamente cruel. Suas atrocidades seriam a antítese das bênçãos da aliança. Para a promessa das coisas que nesse momento eram consumidas, veja Dt 7.13.
Essa destruição terrível, no entanto, não seria final, mas seria certa. Não adiantaria focos de resistência ou levantes patrióticos. Jeremias explicou por que enfatizava o anúncio do julgamento contra Judá: ele queria que os exilados lessem o seu livro e discernissem como deveriam reagir. Eles tinham de entender que Deus havia mandado esse terrível castigo a eles por causa da idolatria.
E. Os pecados de Judá - 5.20-31.
Até ao verso 31, novamente são demonstrados os pecados de Judá. Jeremias volta a citar os pecados do povo de Deus em Judá para explicar por que o exílio aconteceria.
O apelo profético era para os que tinham olhos, mas não viam e ouvidos, mas não ouviam, daí o serem chamados de insensatos. Não temereis a mim? Jeremias argumenta com base no poder de Deus na criação (cf. Jó 38 - 41; Rm 1.18-20).
Apesar dos argumentos, o verso 23 esclarece a razão de eles verem, mas não verem e ouvirem, mas não ouvirem. Os seus corações estavam sobrecarregados. Por isso que eram obstinados e rebeldes, por isso rebelaram-se e se foram.
O profeta relembra a eles as bênçãos da aliança com seu Deus ("para o nosso perpétuo bem" [Dt 6.24). e foram as suas iniquidades que desviaram o bem e os seus pecados que os destruíram – vs. 25.
E inerente à perversidade seduzir até mesmo os inocentes com seus ardis. Assim, os ímpios, no meio do povo, o joio maldito, as gravinhas terríveis, com as suas palavras lisonjeiras em Pv 2.12-19 estavam desviando todo o povo e os conduzindo a um desfecho terrível.
Jeremias passa da discussão do pecado de caráter especificamente religioso para o âmbito ético (ainda que ambos sejam intimamente relacionados). Engordam, tornam-se nédios, numa ilustração da prosperidade egoísta (SI 73.7) e maldita. Esquecem-se de praticarem a justiça, o amor, a verdade e a misericórdia.
Deus não gosta, não aprova que os homens vivam tão terrivelmente distantes a ponto de se tornarem monstros egoístas e gananciosos, cujo Deus é o ventre e o fim o lago de fogo e enxofre para todo o sempre.
Jr 5:1 Dai voltas às ruas de Jerusalém,
e vede agora, e informai-vos, e buscai pelas suas praças
a ver se podeis achar um homem,
se há alguém que pratique a justiça, que busque a verdade;
e eu lhe perdoarei a ela.
Jr 5:2 E ainda que digam:
Vive o Senhor; de certo falsamente juram.
Jr 5:3 Ó Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade?
feriste-os, porém não lhes doeu;
consumiste-os, porém recusaram receber a correção;
endureceram as suas faces mais do que uma rocha;
recusaram-se a voltar.
Jr 5:4 Então disse eu:
Deveras eles são uns pobres; são insensatos,
pois não sabem o caminho do Senhor,
nem a justiça do seu Deus.
Jr 5:5 Irei aos grandes, e falarei com eles;
porque eles sabem o caminho do Senhor,
e a justiça do seu Deus;
mas aqueles de comum acordo quebraram o jugo,
e romperam as ataduras.
Jr 5:6 Por isso um leão do bosque os matará,
um lobo dos desertos os destruirá;
um leopardo vigia contra as suas cidades;
todo aquele que delas sair será despedaçado;
porque são muitas as suas transgressões,
 e multiplicadas as suas apostasias.
Jr 5:7 Como poderei perdoar-te?
pois teus filhos me abandonaram a mim,
e juraram pelos que não são deuses;
quando eu os tinha fartado, adulteraram,
e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.
Jr 5:8 Como cavalos de lançamento bem nutridos,
andavam rinchando cada um à mulher do seu próximo.
Jr 5:9 Acaso não hei de castigá-los por causa destas coisas?
diz o Senhor; ou não hei de vingar-me
de uma nação como esta?
Jr 5:10 Subi aos seus muros, e destruí-os;
não façais, porém, uma destruição final;
tirai os seus ramos; porque não são do Senhor.
Jr 5:11 Porque aleivosissimamente se houveram contra mim
a casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.
Jr 5:12 Negaram ao Senhor, e disseram:
Não é ele; nenhum mal nos sobrevirá;
nem veremos espada nem fome.
Jr 5:13 E até os profetas se farão como vento,
e a palavra não está com eles; assim se lhes fará.
Jr 5:14 Portanto assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos:
Porquanto proferis tal palavra,
eis que converterei em fogo as minhas palavras
na tua boca, e este povo em lenha,
de modo que o fogo o consumirá.
Jr 5:15 Eis que trago sobre vós uma nação de longe,
ó casa de Israel, diz o Senhor;
é uma nação durável, uma nação antiga,
uma nação cuja língua ignoras,
e não entenderás o que ela falar.
Jr 5:16 A sua aljava é como uma sepultura aberta;
todos eles são valentes.
Jr 5:17 E comerão a tua sega e o teu pão,
que teus filhos e tuas filhas haviam de comer;
comerão os teus rebanhos e o teu gado;
comerão a tua vide e a tua figueira;
as tuas cidades fortificadas, em que confias,
abatê-las-ão à espada.
Jr 5:18 Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor,
não farei de vós uma destruição final.
Jr 5:19 E quando disserdes:
Por que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas?
então lhes dirás:
Como vós me deixastes, e servistes deuses estranhos
na vossa terra, assim servireis estrangeiros,
em terra que não e vossa.
Jr 5:20 Anunciai isto na casa de Jacó,
e proclamai-o em Judá, dizendo:
Jr 5:21 Ouvi agora isto, ó povo insensato e sem entendimento,
que tendes olhos e não vedes,
que tendes ouvidos e não ouvis:
Jr 5:22 Não me temeis a mim? diz o Senhor;
não tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar,
por ordenança eterna, que ele não pode passar?
Ainda que se levantem as suas ondas,
não podem prevalecer;
ainda que bramem,
não a podem traspassar.
Jr 5:23 Mas este povo é de coração obstinado e rebelde;
rebelaram-se e foram-se.
Jr 5:24 E não dizem no seu coração:
Temamos agora ao Senhor nosso Deus,
que dá chuva, tanto a temporã como a tardia,
a seu tempo, e nos conserva as semanas
determinadas da sega.
Jr 5:25 As vossas iniquidades desviaram estas coisas,
e os vossos pecados apartaram de vos o bem.
Jr 5:26 Porque ímpios se acham entre o meu povo;
andam espiando, como espreitam os passarinheiros.
Armam laços, apanham os homens.
Jr 5:27 Qual gaiola cheia de pássaros,
assim as suas casas estão cheias de dolo;
por isso se engrandeceram, e enriqueceram.
Jr 5:28 Engordaram-se, estão nédios;
também excedem o limite da maldade;
não julgam com justiça a causa dos órfãos,
para que prospere, nem defendem
o direito dos necessitados.
Jr 5:29 Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas?
diz o senhor;
ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?
30 Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra:
31 os profetas profetizam falsamente,
e os sacerdotes dominam por intermédio deles;
e o meu povo assim o deseja.
Mas que fareis no fim disso?
Não é à toa que o profeta exclama o quão espantoso e horrendo é o terem feito na terra tais coisas – vs. 30.
Esse mal também era o desejo do próprio povo – vs. 31. É o que deseja o meu povo: não apenas os ofícios de profeta e sacerdote se encontravam corrompidos, como também o povo de Judá se agradava disso e não desejava que a situação mudasse.
Parece até algo semelhante com nosso país, o Brasil, aqui nos idos de 2015. Temo por isso as consequências que poderão advir, como veio a eles naqueles tempos. O confortável é que o Senhor os amou e ainda os orientou como deveriam viver no cativeiro até que o juízo se concluísse (70 anos, uma geração!) e somente sobrassem depois os remanescentes.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Tutorial - És Real Pra Mim - Teclado




Aprenda tocar teclado com Miguel Cristaldo em seus magníficos tutoriais.