Estamos trabalhando na quarta parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação
apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 6.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) - continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados
repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em
consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4”
como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – já vimos; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – já vimos; C. A cidade pecaminosa de
Jerusalém - 5.1-13 – já vimos; D. O
julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19 - já vimos; E. Os pecados de Judá - 5.20-31 - já vimos; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30 – veremos e encerraremos a parte IV agora.
F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
Estamos, finalmente, no último capítulo
dessa quarta parte e nela veremos, em seus 30 versículos, o julgamento por meio
do exílio. Depois de anunciar o pecado de Judá, Jeremias faz uma declaração
final sobre o exílio iminente.
A aproximação dos babilônios aterrorizaria
todos em Judá. Não haveria onde se esconder. Fugir para onde, se o inimigo já estava
a caminho a passos largos? Haveria algum lugar de segurança?
O profeta se refere a Jerusalém como a
formosa e delicada, como a filha de Sião. Apesar de ser uma personificação de
Jerusalém - 4.31 - a imagem também se refere às mulheres refinadas da cidade - Is
3.16-26; Am 4.1. A tristeza do profeta é expressa no olhar nostálgico que ele
lança sobre a sua cidade amada.
Ela agora não mais seria pastoreada pelos pastores
de Israel, mas pelos líderes babilônios com as suas tropas tomando Jerusalém
(cf. 4.15).
A guerra já estaria preparada contra ela e
por ironia, essas mesmas palavras “levantai-vos e subamos de noite” eram usadas
pelos israelitas quando subiam à Jerusalém para adorar - 31.6. Aqui, a imagem
da guerra santa é invertida: o Senhor lutaria contra o seu povo.
O ataque poderia se dar a qualquer hora,
mesmo em horas tidas como incomuns para os ataques como ao meio-dia ou de
noite. Isso revelava que a força do inimigo era tanta que o resultado seria o
mesmo qualquer que fosse o momento que decidissem atacar.
Nos versos 6 e 7, Deus parece que se dirige
aos babilônios, instruindo-os acerca de como castigar Jerusalém. A opressão
citada, no meio dela, era contra o seu próprio povo que como um poço cuja água
transborda, Jerusalém transbordava de perversidade.
Ele se dirige a ela em tom ameaçador e
final como se já avisada já fosse de que o mal estava por vir a ela por causa
de seus pecados e por causa de sua rejeição a Deus. o risco dela era Deus se
apartar dela definitivamente e ela se tornar uma total assolação, uma terra
deserta e já não mais habitada para sempre, por isso o aviso.
Em vez de rebuscar suas plantações – vs. 9
-, os agricultores deviam deixar o que sobrava para os pobres (Dt 24.19-221. No
entanto, a Babilónia "rebuscaria" Judá meticulosamente. No capítulo
anterior, vs. 10, o problema da vinha eram as gravinhas. Retirando-se elas, o
remanescente seria salvo. O Senhor tinha propósitos mais profundos por trás da
permissão que concedeu aos babilónios (23.3 – Deus esta no controle de tudo).
Trata-se de urna expressão hiperbólica; Deus poupou um remanescente para cumprir
a sua aliança de redenção - 11.23. ela não haveria de alcançar o joio, nem as gravinhas,
mas o remanescente fiel que teme e treme de sua palavra.
O
profeta usa de exagero nos vs. 11-12 para indicar a destruição quase total de
Jerusalém que envolveria crianças, jovens, marido, mulher, velho, casas, campos, toda a terra.
Tudo estava contaminado desde o menor até
ao maior, desde o profeta até ao sacerdote. A falsa mensagem deles, separados
para pregarem a palavra de Deus, era paz, paz, no entanto, essa não era a
palavra de Deus, mas a palavra que seus corações malignos desejavam para
continuar, cada um em seu pecado predileto. A mensagem dos falsos profetas,
recebida de bom grado pelo povo, não poderia trazer a paz verdadeira (Mq 2.6),
cuja contraparte é a justiça.
Estavam tão acostumados com o pecado e suas
abominações que mal sabiam o que era envergonharem-se – vs. 15 - de tão
cauterizada que estava as suas consciências.
Deus lhes pede que se ponham no caminho
novamente para o bem deles. Os caminhos verdadeiros estabelecidos por Moisés. O
bom caminho, literalmente, "o caminho para o bem", ou seja, o caminho
para a paz e para a prosperidade. O sinal de que estariam no caminho certo
seriam achar descanso para a sua alma - Mt 11.29.
Até os seus atalaias - uma designação usada
para os profetas (Is 21.11; Ez 3.17; Hc 2.1) - Deus colocou para eles os
avisando para estarem atentos à voz da buzina, mas eles disseram que não
escutariam!
Então Deus conclama nações e fala à terra e
anuncia que trará o mal sobre o povo – vs. 18, 19 -, o próprio fruto dos seus
pensamentos porque rejeitaram a palavra do Senhor e a sua lei. Ao invés de
agradar a Deus com o que Deus requer, ofereceram a ele o incenso de Sabá, com ingredientes caros usados em rituais (Ex
30.23-38), numa tentativa clara de suborno. De tais holocaustos - uma ênfase
importante nos salmos e nos profetas (SI 40.6-8; Is 1.11-15; Mq 6.6-8; veja Mt
23.23) – o Senhor não se agradava.
O resultado disso não poderia ser outro. Levariam
as consequências consigo e estariam armados, doravante, tropeços ao próprio
povo que pais e filhos juntamente, e vizinhos e amigos para que eles perecessem.
O povo da terra do norte já estava vindo. Uma
grande, temível e terrível nação já se levantava das extremidades da terra,
trazendo seus arcos e flechas, não usando de misericórdias, rugindo como um
leão feroz, montados em cavalos dispostos à batalha. A manutenção de vivos não
era ato de misericórdia deles, mas interesses na escravidão e outros negócios. Embora
fossem instrumentos de Deus para o juízo, Deus não aprovava a violência deles e
ainda deles haveria de requerer todo sangue derramado.
O profeta fala que ao ouvirem a notícia
disso, logo de todos se afrouxaram as suas mãos e do povo se apegou uma
angústia de dar nó na língua. As dores já poderiam se sentir como a que está de
parto para fazer nascer a criança, mas a criança não sai.
Não poderiam sair no campo, nem andarem
pelo caminho por causa da espada do inimigo e do espanto que estava por todos
os lados. Era de fato muito terrível a destruição de Jerusalém – 20:10; 46:5;
49:29.
Jr 6:1 Fugi para segurança vossa, filhos
de Benjamim, do meio de Jerusalém!
Tocai
a buzina em Tecoa, e levantai o sinal sobre Bete-Haquerem;
porque
do norte vem surgindo um grande mal, sim,
uma
grande destruição.
Jr 6:2 A formosa e delicada, a filha de Sião, eu
a exterminarei.
Jr
6:3 Contra ela virão pastores com os seus rebanhos;
levantarão
contra ela as suas tendas
em
redor e apascentarão, cada um no seu lugar.
Jr
6:4 Preparai a guerra contra ela;
levantai-vos,
e subamos ao meio-dia.
Ai
de nós! que já declina o dia,
que
já se vão estendendo as sombras da tarde.
Jr
6:5 Levantai-vos, e subamos de noite,
e
destruamos os seus palácios.
Jr
6:6 Porque assim diz o Senhor dos exércitos:
Cortai
as suas árvores, e levantai uma tranqueira
contra
Jerusalém.
Esta
é a cidade que há de ser castigada;
só
opressão há no meio dela.
Jr
6:7 Como o poço conserva frescas as suas águas,
assim
ela conserva fresca a sua maldade;
violência
e estrago se ouvem nela;
enfermidade
e feridas há
diante
de mim continuadamente.
Jr
6:8 Sê avisada, ó Jerusalém, para que não me aparte de ti;
para
que eu não te faça uma assolação,
uma
terra não habitada.
Jr
6:9 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Na
verdade respigarão o resto de Israel como uma vinha;
torna
a tua mão, como o vindimador, aos ramos.
Jr
6:10 A quem falarei e testemunharei, para que ouçam?
eis
que os seus ouvidos estão incircuncisos,
e
eles não podem ouvir;
eis
que a palavra do Senhor se lhes tornou em opróbrio;
nela
não têm prazer.
Jr
6:11 Pelo que estou cheio de furor do Senhor;
estou
cansado de o conter;
derrama-o
sobre os meninos pelas ruas,
e
sobre a assembleia dos jovens também;
porque
até o marido com a mulher serão presos,
e
o velho com o que está cheio de dias.
Jr
6:12 As suas casas passarão a outros,
como
também os seus campos e as suas mulheres;
porque
estenderei a minha mão contra os habitantes da terra,
diz
o Senhor.
Jr
6:13 Porque desde o menor deles até o maior,
cada
um se dá à avareza; e desde o profeta até o sacerdote,
cada
um procede perfidamente.
Jr
6:14 Também se ocupam em curar superficialmente
a
ferida do meu povo, dizendo:
Paz,
paz; quando não há paz.
Jr
6:15 Porventura se envergonharam
por
terem cometido abominação? Não, de maneira alguma;
nem
tampouco sabem que coisa é envergonhar-se.
Portanto
cairão entre os que caem;
quando
eu os visitar serão derribados, diz o Senhor.
Jr
6:16 Assim diz o Senhor:
Ponde-vos
nos caminhos, e vede,
e
perguntai pelas veredas antigas,
qual
é o bom caminho, e andai por ele;
e
achareis descanso para as vossas almas.
Mas
eles disseram:
Não
andaremos nele.
Jr
6:17 Também pus atalaias sobre vós dizendo:
Estai
atentos à voz da buzina.
Mas
disseram: Não escutaremos.
Jr
6:18 Portanto ouvi, vós, nações, e informa-te tu,
ó
congregação, do que se faz entre eles!
Jr
6:19 Ouve tu, ó terra!
Eis
que eu trarei o mal sobre este povo,
o
próprio fruto dos seus pensamentos;
porque
não estão atentos às minhas palavras;
e
quanto à minha lei, rejeitaram-na.
Jr
6:20 Para que, pois, me vem o incenso de Sabá,
ou
a melhor cana aromática de terras remotas?
Vossos
holocaustos não são aceitáveis,
nem
me agradam os vossos sacrifícios.
Jr
6:21 Portanto assim diz o Senhor:
Eis
que armarei tropeços a este povo,
e
tropeçarão neles pais e filhos juntamente;
o
vizinho e o seu amigo perecerão.
Jr
6:22 Assim diz o Senhor:
Eis
que um povo vem da terra do norte,
e
uma grande nação se levanta das extremidades da terra.
Jr
6:23 Arco e lança trarão; são cruéis, e não usam de misericórdia;
a
sua voz ruge como o mar, e em cavalos vêm montados,
dispostos
como homens para a batalha, contra ti,
ó
filha de Sião.
Jr
6:24 Ao ouvirmos a notícia disso, afrouxam-se as nossas mãos;
apoderam-se
de nós angústia e dores, como as de parturiente.
Jr
6:25 Não saiais ao campo, nem andeis pelo caminho;
porque
espada do inimigo e espanto há por todos os lados.
Jr
6:26 Ó filha do meu povo, cingi-te de saco,
e
revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único,
em
pranto de grande amargura;
porque
de repente virá o destruidor sobre nós.
Jr
6:27 Por acrisolador e examinador te pus entre o meu povo,
para
que proves e examines o seu caminho.
Jr
6:28 Todos eles são os mais rebeldes,
e
andam espalhando calúnias; são bronze e ferro;
todos
eles andam corruptamente.
Jr
6:29 Já o fole se queimou; o chumbo se consumiu com o fogo;
debalde
continuam a fundição,
pois
os maus não são arrancados.
Jr
6:30 Prata rejeitada lhes chamam,
porque
o Senhor os rejeitou.
Dos versos de 27 a 30, Deus revela a
Jeremias o seu papel nisso tudo. O de acrisolador e o de fortaleza para
conhecer o caminho deles e o examinar ficando claro assim seu papel de mediador
e intercessor do povo.
O Senhor ordena que Jeremias teste Judá
como um acrisolador testa os metais para averiguar a pureza deles. Em outras
partes do livro, o próprio Senhor é o acrisolador tanto do povo, quanto de
Jeremias – 9:7; 17:10; 20:12; 11:20; 12:3). A parte ruim seria descartada, mas
a parte boa, livre das impurezas, seria tratada e reaproveitada.
Estamos trabalhando na quarta parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação
apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 5.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) - continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados
repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em
consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4”
como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – já vimos; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – já vimos; C. A cidade pecaminosa de
Jerusalém - 5.1-13 – veremos agora;
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19 - veremos agora; E. Os pecados de Judá -
5.20-31 - veremos agora; F. O
julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13.
Até ao verso 13, veremos Jeremias falando
dessa cidade pecaminosa de Jerusalém. O profeta volta ao tema do pecado,
concentrando-se especialmente na perversidade em Jerusalém.
No verso primeiro a busca por um homem, um
único representante dos homens que pratique a justiça e busque a verdade e se
houvesse esse homem, provavelmente uma alusão à oração de Abraão em favor de
Sodoma (Gn 18.22-32) e uma resposta implícita à petição de Jeremias em favor da
cidade (recusada posteriormente em 7.16). a situação de Jerusalém era tão
deplorável que não foi possível encontrar uma única pessoa honesta.
Com engano serviam e juravam ao Senhor
dizendo “vive o Senhor!”.Eles endureceram
o rosto mais do que uma rocha. A maior frustração do profeta é a determinação
do povo de não se arrepender (cf. Ez 3.7-9).
O Senhor os feriu e até os consumiu, mas
eles resistiram e preferiram o pecado, a mentira e a ilusão.
O Senhor depois de tanto provar o povo,
voltou-se para os grandes, os líderes que provavelmente saberiam os caminhos do
Senhor e a justiça do seu Deus, mas de comum acordo quebraram o jugo e romperam
as ataduras.
A maldição então é decorrente. Essa
violação da aliança com o Senhor traria suas maldições sobre o povo (lv 26.22).
No verso 7, uma pergunta muito
interessante: como poderia Deus perdoá-los? Essa pergunta dá continuidade ao
assunto do vs. 1. depois de eu os ter fartado, adulteraram. O povo buscava os
falsos deuses na ilusão de que estes tinham poder de tornar a terra fértil. O
Senhor afirma que também é soberano nesse âmbito (Os 2.8-9). Eles haviam se
prostituido nessas casas de meretrizes, nessas casas que eram usadas especificamente
para a prostituição religiosa.
A prostituição religiosa se transforma em adultério
explícito. Como os cavalos e éguas no cio, totalmente absortos em seus desejos,
eles se envolviam de forma profunda maculando ainda mais sua alma e se
comprometendo com a mentira.
O Senhor jamais os deixaria desse jeito. A
metáfora do tribunal volta a ser usada mediante um apelo implícito a
testemunhas. O Senhor executaria a sua justiça contra povos que se corrompiam.
Essa indicação de que o castigo não seria
definitivo é uma dentre várias desse tipo no início do livro (cf. 12.14-17;
16.14-15; 23.3). As gravinhas, e não toda a vinha, é que não são do SENHOR –
como na parábola do joio e do trigo – Mt 13:25. Ao mesmo tempo, a situação
pactual de Judá é revogada (Os 1.9). Fica clara aqui a necessidade
aparentemente irreconciliável de julgamento e salvação.
Aleivosamente, talvez por causa das
gravinhas/joio, se houveram contra o Senhor e o negaram – vs 12 - ou,
"Mentiram a respeito do SENHOR". A crença equivocada acerca de Deus
estava relacionada à falsidade em todas as partes da sociedade (cf. 9.3-6). Não
é ele. Ou, "Ele não vai fazer nada!", ou seja, Deus não se importa,
não é imanente, mas tão somente transcendente. Essa era a mensagem dos falsos
profetas (cf. 28.2-4).
Havia, com exceção de alguns, entre eles
Jeremias, muitos dos falsos profetas que predominavam nessa época – vs. 13.
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19.
Até ao verso 19, estaremos vendo o
julgamento por meio da destruição de Jerusalém. Em resposta à corrupção de
Jerusalém, Deus trairia invasores que atacariam a cidade e a destruiriam.
Deus promete dar ao profeta Jeremias uma
palavra que sairia de sua boca como fogo sendo eles os gravetos que se
inflamariam com as chamas.
Uma nação de longe traria o Senhor. Essa nação
seriam os babilônios. Um povo diferente, de longe, antigo, de linguagem
diferente, onde os seus guerreiros são valentes e trazem flechas certeiras de
morte, que comerão toda a colheita e todo pão que seriam destinados par ao povo
e ainda comerão dos rebanhos e do gado, dos frutos da vide e da figueira e as
cidades fortificadas em que Jerusalém se fiava seriam abatidas à espada.
O exército invasor seria absolutamente
cruel. Suas atrocidades seriam a antítese das bênçãos da aliança. Para a
promessa das coisas que nesse momento eram consumidas, veja Dt 7.13.
Essa destruição terrível, no entanto, não
seria final, mas seria certa. Não adiantaria focos de resistência ou levantes
patrióticos. Jeremias explicou por que enfatizava o anúncio do julgamento
contra Judá: ele queria que os exilados lessem o seu livro e discernissem como
deveriam reagir. Eles tinham de entender que Deus havia mandado esse terrível
castigo a eles por causa da idolatria.
E. Os pecados de Judá - 5.20-31.
Até ao verso 31, novamente são demonstrados
os pecados de Judá. Jeremias volta a citar os pecados do povo de Deus em Judá
para explicar por que o exílio aconteceria.
O apelo profético era para os que tinham
olhos, mas não viam e ouvidos, mas não ouviam, daí o serem chamados de
insensatos. Não temereis a mim? Jeremias argumenta com base no poder de Deus na
criação (cf. Jó 38 - 41; Rm 1.18-20).
Apesar dos argumentos, o verso 23 esclarece
a razão de eles verem, mas não verem e ouvirem, mas não ouvirem. Os seus
corações estavam sobrecarregados. Por isso que eram obstinados e rebeldes, por
isso rebelaram-se e se foram.
O profeta relembra a eles as bênçãos da
aliança com seu Deus ("para o nosso perpétuo bem" [Dt 6.24). e foram
as suas iniquidades que desviaram o bem e os seus pecados que os destruíram –
vs. 25.
E inerente à perversidade seduzir até mesmo
os inocentes com seus ardis. Assim, os ímpios, no meio do povo, o joio maldito,
as gravinhas terríveis, com as suas palavras lisonjeiras em Pv 2.12-19 estavam
desviando todo o povo e os conduzindo a um desfecho terrível.
Jeremias passa da discussão do pecado de
caráter especificamente religioso para o âmbito ético (ainda que ambos sejam
intimamente relacionados). Engordam, tornam-se nédios, numa ilustração da
prosperidade egoísta (SI 73.7) e maldita. Esquecem-se de praticarem a justiça,
o amor, a verdade e a misericórdia.
Deus não gosta, não aprova que os homens
vivam tão terrivelmente distantes a ponto de se tornarem monstros egoístas e
gananciosos, cujo Deus é o ventre e o fim o lago de fogo e enxofre para todo o
sempre.
Jr 5:1 Dai voltas às ruas de Jerusalém,
e vede agora,
e informai-vos, e buscai pelas suas praças
a
ver se podeis achar um homem,
se há alguém
que pratique a justiça, que busque a verdade;
e
eu lhe perdoarei a ela.
Jr 5:2 E
ainda que digam:
Vive
o Senhor; de certo falsamente juram.
Jr 5:3 Ó
Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade?
feriste-os,
porém não lhes doeu;
consumiste-os,
porém recusaram receber a correção;
endureceram
as suas faces mais do que uma rocha;
recusaram-se
a voltar.
Jr 5:4 Então
disse eu:
Deveras
eles são uns pobres; são insensatos,
pois
não sabem o caminho do Senhor,
nem
a justiça do seu Deus.
Jr 5:5 Irei
aos grandes, e falarei com eles;
porque
eles sabem o caminho do Senhor,
e
a justiça do seu Deus;
mas aqueles
de comum acordo quebraram o jugo,
e
romperam as ataduras.
Jr 5:6 Por
isso um leão do bosque os matará,
um
lobo dos desertos os destruirá;
um
leopardo vigia contra as suas cidades;
todo
aquele que delas sair será despedaçado;
porque
são muitas as suas transgressões,
e multiplicadas as suas apostasias.
Jr 5:7 Como
poderei perdoar-te?
pois
teus filhos me abandonaram a mim,
e
juraram pelos que não são deuses;
quando eu os
tinha fartado, adulteraram,
e
em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.
Jr 5:8 Como
cavalos de lançamento bem nutridos,
andavam
rinchando cada um à mulher do seu próximo.
Jr 5:9 Acaso
não hei de castigá-los por causa destas coisas?
diz
o Senhor; ou não hei de vingar-me
de
uma nação como esta?
Jr 5:10 Subi
aos seus muros, e destruí-os;
não
façais, porém, uma destruição final;
tirai
os seus ramos; porque não são do Senhor.
Jr 5:11
Porque aleivosissimamente se houveram contra mim
a
casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.
Jr 5:12
Negaram ao Senhor, e disseram:
Não
é ele; nenhum mal nos sobrevirá;
nem
veremos espada nem fome.
Jr 5:13 E até
os profetas se farão como vento,
e
a palavra não está com eles; assim se lhes fará.
Jr 5:14 Portanto
assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos:
Porquanto
proferis tal palavra,
eis
que converterei em fogo as minhas palavras
na
tua boca, e este povo em lenha,
de
modo que o fogo o consumirá.
Jr 5:15 Eis
que trago sobre vós uma nação de longe,
ó
casa de Israel, diz o Senhor;
é
uma nação durável, uma nação antiga,
uma
nação cuja língua ignoras,
e
não entenderás o que ela falar.
Jr 5:16 A sua
aljava é como uma sepultura aberta;
todos
eles são valentes.
Jr 5:17 E
comerão a tua sega e o teu pão,
que
teus filhos e tuas filhas haviam de comer;
comerão
os teus rebanhos e o teu gado;
comerão
a tua vide e a tua figueira;
as
tuas cidades fortificadas, em que confias,
abatê-las-ão
à espada.
Jr 5:18
Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor,
não
farei de vós uma destruição final.
Jr 5:19 E
quando disserdes:
Por
que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas?
então lhes
dirás:
Como
vós me deixastes, e servistes deuses estranhos
na
vossa terra, assim servireis estrangeiros,
em
terra que não e vossa.
Jr 5:20
Anunciai isto na casa de Jacó,
e
proclamai-o em Judá, dizendo:
Jr 5:21 Ouvi
agora isto, ó povo insensato e sem entendimento,
que
tendes olhos e não vedes,
que
tendes ouvidos e não ouvis:
Jr 5:22 Não
me temeis a mim? diz o Senhor;
não
tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar,
por
ordenança eterna, que ele não pode passar?
Ainda que se
levantem as suas ondas,
não
podem prevalecer;
ainda que
bramem,
não
a podem traspassar.
Jr 5:23 Mas
este povo é de coração obstinado e rebelde;
rebelaram-se
e foram-se.
Jr 5:24 E não
dizem no seu coração:
Temamos
agora ao Senhor nosso Deus,
que
dá chuva, tanto a temporã como a tardia,
a
seu tempo, e nos conserva as semanas
determinadas
da sega.
Jr 5:25 As
vossas iniquidades desviaram estas coisas,
e
os vossos pecados apartaram de vos o bem.
Jr 5:26
Porque ímpios se acham entre o meu povo;
andam
espiando, como espreitam os passarinheiros.
Armam
laços, apanham os homens.
Jr 5:27 Qual
gaiola cheia de pássaros,
assim
as suas casas estão cheias de dolo;
por
isso se engrandeceram, e enriqueceram.
Jr 5:28
Engordaram-se, estão nédios;
também
excedem o limite da maldade;
não
julgam com justiça a causa dos órfãos,
para
que prospere, nem defendem
o
direito dos necessitados.
Jr 5:29 Acaso
não hei de trazer o castigo por causa destas coisas?
diz
o senhor;
ou
não hei de vingar-me de uma nação como esta?
30 Coisa
espantosa e horrenda tem-se feito na terra:
31 os
profetas profetizam falsamente,
e
os sacerdotes dominam por intermédio deles;
e
o meu povo assim o deseja.
Mas
que fareis no fim disso?
Não é à toa que o profeta exclama o quão espantoso
e horrendo é o terem feito na terra tais coisas – vs. 30.
Esse mal também era o desejo do próprio
povo – vs. 31. É o que deseja o meu povo: não apenas os ofícios de profeta e
sacerdote se encontravam corrompidos, como também o povo de Judá se agradava
disso e não desejava que a situação mudasse.
Parece até algo semelhante com nosso país,
o Brasil, aqui nos idos de 2015. Temo por isso as consequências que poderão
advir, como veio a eles naqueles tempos. O confortável é que o Senhor os amou e
ainda os orientou como deveriam viver no cativeiro até que o juízo se concluísse
(70 anos, uma geração!) e somente sobrassem depois os remanescentes.
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As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
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É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
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A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...