Estamos trabalhando na quarta parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação
apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 5.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) - continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados
repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em
consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4”
como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – já vimos; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – já vimos; C. A cidade pecaminosa de
Jerusalém - 5.1-13 – veremos agora;
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19 - veremos agora; E. Os pecados de Judá -
5.20-31 - veremos agora; F. O
julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13.
Até ao verso 13, veremos Jeremias falando
dessa cidade pecaminosa de Jerusalém. O profeta volta ao tema do pecado,
concentrando-se especialmente na perversidade em Jerusalém.
No verso primeiro a busca por um homem, um
único representante dos homens que pratique a justiça e busque a verdade e se
houvesse esse homem, provavelmente uma alusão à oração de Abraão em favor de
Sodoma (Gn 18.22-32) e uma resposta implícita à petição de Jeremias em favor da
cidade (recusada posteriormente em 7.16). a situação de Jerusalém era tão
deplorável que não foi possível encontrar uma única pessoa honesta.
Com engano serviam e juravam ao Senhor
dizendo “vive o Senhor!”.Eles endureceram
o rosto mais do que uma rocha. A maior frustração do profeta é a determinação
do povo de não se arrepender (cf. Ez 3.7-9).
O Senhor os feriu e até os consumiu, mas
eles resistiram e preferiram o pecado, a mentira e a ilusão.
O Senhor depois de tanto provar o povo,
voltou-se para os grandes, os líderes que provavelmente saberiam os caminhos do
Senhor e a justiça do seu Deus, mas de comum acordo quebraram o jugo e romperam
as ataduras.
A maldição então é decorrente. Essa
violação da aliança com o Senhor traria suas maldições sobre o povo (lv 26.22).
No verso 7, uma pergunta muito
interessante: como poderia Deus perdoá-los? Essa pergunta dá continuidade ao
assunto do vs. 1. depois de eu os ter fartado, adulteraram. O povo buscava os
falsos deuses na ilusão de que estes tinham poder de tornar a terra fértil. O
Senhor afirma que também é soberano nesse âmbito (Os 2.8-9). Eles haviam se
prostituido nessas casas de meretrizes, nessas casas que eram usadas especificamente
para a prostituição religiosa.
A prostituição religiosa se transforma em adultério
explícito. Como os cavalos e éguas no cio, totalmente absortos em seus desejos,
eles se envolviam de forma profunda maculando ainda mais sua alma e se
comprometendo com a mentira.
O Senhor jamais os deixaria desse jeito. A
metáfora do tribunal volta a ser usada mediante um apelo implícito a
testemunhas. O Senhor executaria a sua justiça contra povos que se corrompiam.
Essa indicação de que o castigo não seria
definitivo é uma dentre várias desse tipo no início do livro (cf. 12.14-17;
16.14-15; 23.3). As gravinhas, e não toda a vinha, é que não são do SENHOR –
como na parábola do joio e do trigo – Mt 13:25. Ao mesmo tempo, a situação
pactual de Judá é revogada (Os 1.9). Fica clara aqui a necessidade
aparentemente irreconciliável de julgamento e salvação.
Aleivosamente, talvez por causa das
gravinhas/joio, se houveram contra o Senhor e o negaram – vs 12 - ou,
"Mentiram a respeito do SENHOR". A crença equivocada acerca de Deus
estava relacionada à falsidade em todas as partes da sociedade (cf. 9.3-6). Não
é ele. Ou, "Ele não vai fazer nada!", ou seja, Deus não se importa,
não é imanente, mas tão somente transcendente. Essa era a mensagem dos falsos
profetas (cf. 28.2-4).
Havia, com exceção de alguns, entre eles
Jeremias, muitos dos falsos profetas que predominavam nessa época – vs. 13.
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19.
Até ao verso 19, estaremos vendo o
julgamento por meio da destruição de Jerusalém. Em resposta à corrupção de
Jerusalém, Deus trairia invasores que atacariam a cidade e a destruiriam.
Deus promete dar ao profeta Jeremias uma
palavra que sairia de sua boca como fogo sendo eles os gravetos que se
inflamariam com as chamas.
Uma nação de longe traria o Senhor. Essa nação
seriam os babilônios. Um povo diferente, de longe, antigo, de linguagem
diferente, onde os seus guerreiros são valentes e trazem flechas certeiras de
morte, que comerão toda a colheita e todo pão que seriam destinados par ao povo
e ainda comerão dos rebanhos e do gado, dos frutos da vide e da figueira e as
cidades fortificadas em que Jerusalém se fiava seriam abatidas à espada.
O exército invasor seria absolutamente
cruel. Suas atrocidades seriam a antítese das bênçãos da aliança. Para a
promessa das coisas que nesse momento eram consumidas, veja Dt 7.13.
Essa destruição terrível, no entanto, não
seria final, mas seria certa. Não adiantaria focos de resistência ou levantes
patrióticos. Jeremias explicou por que enfatizava o anúncio do julgamento
contra Judá: ele queria que os exilados lessem o seu livro e discernissem como
deveriam reagir. Eles tinham de entender que Deus havia mandado esse terrível
castigo a eles por causa da idolatria.
E. Os pecados de Judá - 5.20-31.
Até ao verso 31, novamente são demonstrados
os pecados de Judá. Jeremias volta a citar os pecados do povo de Deus em Judá
para explicar por que o exílio aconteceria.
O apelo profético era para os que tinham
olhos, mas não viam e ouvidos, mas não ouviam, daí o serem chamados de
insensatos. Não temereis a mim? Jeremias argumenta com base no poder de Deus na
criação (cf. Jó 38 - 41; Rm 1.18-20).
Apesar dos argumentos, o verso 23 esclarece
a razão de eles verem, mas não verem e ouvirem, mas não ouvirem. Os seus
corações estavam sobrecarregados. Por isso que eram obstinados e rebeldes, por
isso rebelaram-se e se foram.
O profeta relembra a eles as bênçãos da
aliança com seu Deus ("para o nosso perpétuo bem" [Dt 6.24). e foram
as suas iniquidades que desviaram o bem e os seus pecados que os destruíram –
vs. 25.
E inerente à perversidade seduzir até mesmo
os inocentes com seus ardis. Assim, os ímpios, no meio do povo, o joio maldito,
as gravinhas terríveis, com as suas palavras lisonjeiras em Pv 2.12-19 estavam
desviando todo o povo e os conduzindo a um desfecho terrível.
Jeremias passa da discussão do pecado de
caráter especificamente religioso para o âmbito ético (ainda que ambos sejam
intimamente relacionados). Engordam, tornam-se nédios, numa ilustração da
prosperidade egoísta (SI 73.7) e maldita. Esquecem-se de praticarem a justiça,
o amor, a verdade e a misericórdia.
Deus não gosta, não aprova que os homens
vivam tão terrivelmente distantes a ponto de se tornarem monstros egoístas e
gananciosos, cujo Deus é o ventre e o fim o lago de fogo e enxofre para todo o
sempre.
Jr 5:1 Dai voltas às ruas de Jerusalém,
e vede agora,
e informai-vos, e buscai pelas suas praças
a
ver se podeis achar um homem,
se há alguém
que pratique a justiça, que busque a verdade;
e
eu lhe perdoarei a ela.
Jr 5:2 E
ainda que digam:
Vive
o Senhor; de certo falsamente juram.
Jr 5:3 Ó
Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade?
feriste-os,
porém não lhes doeu;
consumiste-os,
porém recusaram receber a correção;
endureceram
as suas faces mais do que uma rocha;
recusaram-se
a voltar.
Jr 5:4 Então
disse eu:
Deveras
eles são uns pobres; são insensatos,
pois
não sabem o caminho do Senhor,
nem
a justiça do seu Deus.
Jr 5:5 Irei
aos grandes, e falarei com eles;
porque
eles sabem o caminho do Senhor,
e
a justiça do seu Deus;
mas aqueles
de comum acordo quebraram o jugo,
e
romperam as ataduras.
Jr 5:6 Por
isso um leão do bosque os matará,
um
lobo dos desertos os destruirá;
um
leopardo vigia contra as suas cidades;
todo
aquele que delas sair será despedaçado;
porque
são muitas as suas transgressões,
e multiplicadas as suas apostasias.
Jr 5:7 Como
poderei perdoar-te?
pois
teus filhos me abandonaram a mim,
e
juraram pelos que não são deuses;
quando eu os
tinha fartado, adulteraram,
e
em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.
Jr 5:8 Como
cavalos de lançamento bem nutridos,
andavam
rinchando cada um à mulher do seu próximo.
Jr 5:9 Acaso
não hei de castigá-los por causa destas coisas?
diz
o Senhor; ou não hei de vingar-me
de
uma nação como esta?
Jr 5:10 Subi
aos seus muros, e destruí-os;
não
façais, porém, uma destruição final;
tirai
os seus ramos; porque não são do Senhor.
Jr 5:11
Porque aleivosissimamente se houveram contra mim
a
casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.
Jr 5:12
Negaram ao Senhor, e disseram:
Não
é ele; nenhum mal nos sobrevirá;
nem
veremos espada nem fome.
Jr 5:13 E até
os profetas se farão como vento,
e
a palavra não está com eles; assim se lhes fará.
Jr 5:14 Portanto
assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos:
Porquanto
proferis tal palavra,
eis
que converterei em fogo as minhas palavras
na
tua boca, e este povo em lenha,
de
modo que o fogo o consumirá.
Jr 5:15 Eis
que trago sobre vós uma nação de longe,
ó
casa de Israel, diz o Senhor;
é
uma nação durável, uma nação antiga,
uma
nação cuja língua ignoras,
e
não entenderás o que ela falar.
Jr 5:16 A sua
aljava é como uma sepultura aberta;
todos
eles são valentes.
Jr 5:17 E
comerão a tua sega e o teu pão,
que
teus filhos e tuas filhas haviam de comer;
comerão
os teus rebanhos e o teu gado;
comerão
a tua vide e a tua figueira;
as
tuas cidades fortificadas, em que confias,
abatê-las-ão
à espada.
Jr 5:18
Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor,
não
farei de vós uma destruição final.
Jr 5:19 E
quando disserdes:
Por
que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas?
então lhes
dirás:
Como
vós me deixastes, e servistes deuses estranhos
na
vossa terra, assim servireis estrangeiros,
em
terra que não e vossa.
Jr 5:20
Anunciai isto na casa de Jacó,
e
proclamai-o em Judá, dizendo:
Jr 5:21 Ouvi
agora isto, ó povo insensato e sem entendimento,
que
tendes olhos e não vedes,
que
tendes ouvidos e não ouvis:
Jr 5:22 Não
me temeis a mim? diz o Senhor;
não
tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar,
por
ordenança eterna, que ele não pode passar?
Ainda que se
levantem as suas ondas,
não
podem prevalecer;
ainda que
bramem,
não
a podem traspassar.
Jr 5:23 Mas
este povo é de coração obstinado e rebelde;
rebelaram-se
e foram-se.
Jr 5:24 E não
dizem no seu coração:
Temamos
agora ao Senhor nosso Deus,
que
dá chuva, tanto a temporã como a tardia,
a
seu tempo, e nos conserva as semanas
determinadas
da sega.
Jr 5:25 As
vossas iniquidades desviaram estas coisas,
e
os vossos pecados apartaram de vos o bem.
Jr 5:26
Porque ímpios se acham entre o meu povo;
andam
espiando, como espreitam os passarinheiros.
Armam
laços, apanham os homens.
Jr 5:27 Qual
gaiola cheia de pássaros,
assim
as suas casas estão cheias de dolo;
por
isso se engrandeceram, e enriqueceram.
Jr 5:28
Engordaram-se, estão nédios;
também
excedem o limite da maldade;
não
julgam com justiça a causa dos órfãos,
para
que prospere, nem defendem
o
direito dos necessitados.
Jr 5:29 Acaso
não hei de trazer o castigo por causa destas coisas?
diz
o senhor;
ou
não hei de vingar-me de uma nação como esta?
30 Coisa
espantosa e horrenda tem-se feito na terra:
31 os
profetas profetizam falsamente,
e
os sacerdotes dominam por intermédio deles;
e
o meu povo assim o deseja.
Mas
que fareis no fim disso?
Não é à toa que o profeta exclama o quão espantoso
e horrendo é o terem feito na terra tais coisas – vs. 30.
Esse mal também era o desejo do próprio
povo – vs. 31. É o que deseja o meu povo: não apenas os ofícios de profeta e
sacerdote se encontravam corrompidos, como também o povo de Judá se agradava
disso e não desejava que a situação mudasse.
Parece até algo semelhante com nosso país,
o Brasil, aqui nos idos de 2015. Temo por isso as consequências que poderão
advir, como veio a eles naqueles tempos. O confortável é que o Senhor os amou e
ainda os orientou como deveriam viver no cativeiro até que o juízo se concluísse
(70 anos, uma geração!) e somente sobrassem depois os remanescentes.
Estamos trabalhando na quarta parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação
apresentada pela BEG.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) – continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados
repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em
consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4” como
segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – estaremos em continuação; B. O julgamento por meio da invasão -
4.5-31 – veremos agora; C. A cidade
pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13; D. O julgamento por meio da destruição de
Jerusalém - 5.14-19; E. Os pecados de Judá - 5.20-31; F. O julgamento por meio
do exílio – 6:1-30.
A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 - continuação.
Estamos vendo nessa parte “A” que Judá é
pior do que Israel. Jeremias compara os habitantes de Judá com os de Israel.
Apesar de Israel ter ido para o exílio, Deus estava ainda mais descontente com
Judá.
O capitulo começa com uma promessa
condicional da parte de Deus apesar da situação pecaminosa de Judá. A
condicional é se voltares, ou seja, tem de haver arrependimento da parte de Judá
para que bênçãos possam vir sobre a nação e a glória ser lançada ao Senhor.
·Se
voltares para mim.
·Se
tirares as tuas abominações de diante de mim.
·Se
não andares mais vagueando.
·Se
jurares: como vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão.
Deus está a pedir que ela se volte para ele
e busque a verdade, a justiça e a retidão e somente assim, poderá ele também se
voltar para eles. Aos homens de Judá e de Jerusalém, o Senhor queria um terreno
alqueivado, algo novo e bom onde pudesse semear e não ser desperdiçado, como lamentavelmente
acontece quando se semeia entre espinhos.
Jeremias insiste - vs. 4 - que os ideais da
aliança mosaica se cumpririam naqueles que desejassem voltar do exílio. Os
sinais exteriores de que o povo pertencia ao Senhor só tinham valor quando
correspondiam a uma realidade interior (31.31-34; cf. Dt 10.16; 30.6).
A circuncisão não poderia ser apenas
exterior e na aparência, mas teria de ser verdadeira, real e profunda, de
dentro para fora – vs. 4.
B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31.
Neste capítulo, veremos o julgamento por
meio da invasão. Jeremias anuncia mais uma vez que Judá será invadida e
destruída.
A trombeta é tocada no vs. 5, um aviso antecipado
é proclamado (cf. JI 2.1; Am 3.6), um convite para se ajuntar e entrar nas
cidades fortificadas! Jeremias anuncia que a destruição se dará pelas mãos de
um inimigo do norte. Seu clamor nessa passagem evidencia o pânico que levaria a
população do campo a buscar segurança das cidades.
O conselho seria para arvorarem um estandarte
no caminho para Sião e buscarem refúgio imediato, sem demora porque o mal já
vinha ligeiro do norte e com ele uma grande destruição. Era como um feroz leão
que caça implacavelmente a sua presa e a abate. Quando um leão resolve atacar é
porque já se encontra próximo à sua vítima e seu alvo é o pescoço e a coluna de
sua caça. Compare com 2.15; 6.26.
No verso 8, é solicitado a eles para se
cingirem e uivarem, ou seja, exercerem atos de lamentação (cf. Jo 3.5) porque o
ardor da ira do Senhor não se desviará deles.
Assim, naquele dia, um dia de acerto de
contas, quando os acontecimentos profetizados acontecerem (cf. Is 2.11-12), o
coração do rei e dos príncipes se desfalecerão, os sacerdotes pasmarão e os
profetas se maravilharão – vs. 9.
Jeremias reconhece que eles foram enganados
pelo engano de seus próprios corações enganosos quando se dizia que haveria
paz, mas na verdade a espada já estava atravessada na garganta de cada um
deles.
Vento mais forte do que este virá. Esse vento
não teria nenhum efeito benéfico (como aquele que serve para peneirar os
cereais). Seria um vento abrasador. O siroco, um vento quente e seco do deserto,
um vento forte demais estaria se aproximando e com ele os terríveis juízos da
parte de Deus. Quando Deus nos adverte, o melhor a fazer é atendê-lo rápido
antes que ele se enfade de nós e conceda o que deseja nosso coração enganoso e
endurecido pelo pecado. Eles queriam a paz sem o arrependimento e a mensagem da
paz veio a eles porque o juízo já tinha sido determinado e a paz era apenas uma
ilusão.
Aprender a lidar com Deus é importante,
pois ele não nos tem por inocentes. Não há como enganar a Deus e sair disso
ileso.
No verso 13, as imagens extraídas da
natureza que indicam a força e a velocidade do inimigo são usadas para advertir
os que têm ouvidos para ouvir e coração para atender a tempo.
Deus solicita a ela que lave os seus
corações da maldade de forma a largar os seus maus pensamentos decorrentes
porque já se anuncia e desde Dã e de Efraim se proclama a calamidade que está
por vir e assolar seus moradores.
Os maus pensamentos nos corações são
decorrentes de um coração corrompido, acostumado e decidido a se entregar ao
mal pela rejeição clara ao Senhor e aos seus princípios de justiça, retidão e
verdade.
A razão de todo juízo e de toda calamidade
que estava vindo era a rejeição dela ao Senhor. Rebelaram-se contra Deus e
agora colhiam do fruto de suas ações.
Nos versos de 19 a 26, esses versículos
formam um interlúdio breve no qual o profeta expressa o seu próprio desespero
diante do futuro de Jerusalém e Judá.
Destruição sobre destruição era a mensagem
a ser apregoada e o profeta pergunta até quando...? (um clamor comum nos salmos
de lamento (p. ex., SI 13.1)). O profeta clama porque vê a sucessão de
calamidades reservadas para Judá.
O povo nessa condição é mesmo insensato. O
profeta se identifica fortemente não apenas com o povo, mas também com Deus. A
sabedoria do povo estava direcionada para o mal. Sua perversidade é um hábito
adquirido e profundamente arraigado (cf. 9.5), como aquela mente acostumada a
imaginar coisas malignas e a criar, contar, cantar piadas indecentes.
No verso 23, a observação de Deus era de
que a terra estava sem forma, vazia e não tinham luz. Compare com Gn 1.2,14-15.
A ordem da criação seria desfeita por esse julgamento. As suas forças e seus
montes e outeiros estariam abalados. Ao observar a condição dela, não havia
homem nenhum. A mesma expressão é usada em Gn 2.5. A criação voltaria ao seu
caos original.
Até a terra fértil era um deserto. As bênçãos
da aliança seriam invertidas (Dt 8.7-16) por causa do furor de sua ira.
O Senhor volta a falar no verso 27 e a
anunciar que apesar de destruir boa parte da terra com seu juízo por causa de
seu furor, ainda não a consumiria de todo. Um fio de esperança foi deixado para
os remanescentes que serão purificados pelo fogo e ardor da ira divina.
O que Deus determinou, isso executará e não
se arrependerá, nem se moverá ainda que oremos a respeito disso. A terra se
lamentará, os céus se enegrecerão. Com Deus não se brinca, não se zomba, não se
cutuca para verificar sua reação.
O maior perigo da humanidade é a
prosperidade do mal por que ai sim, o juízo já está determinado e a taça de sua
ira está apenas se enchendo para no tempo oportuno ser derramada sem piedade.
Jr 4:1 Se voltares, ó Israel, diz o
Senhor,
se
voltares para mim e tirares as tuas abominações de diante de mim,
e
não andares mais vagueando;
2
e se jurares:
Como
vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão;
então
nele se bendirão as nações,
e
nele se gloriarão.
Jr
4:3 Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém:
Lavrai
o vosso terreno alqueivado,
e
não semeeis entre espinhos.
Jr
4:4 Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios
do
vosso coração, ó homens de Judá e habitadores
de
Jerusalém,
para
que a minha indignação não venha a sair
como
fogo, e arda de modo que ninguém
o
possa apagar, por causa da maldade
das
vossas obras.
Jr
4:5 Anunciai em Judá, e publicai em Jerusalém; e dizei:
Tocai
a trombeta na terra; gritai em alta voz, dizendo:
Ajuntai-vos,
e entremos nas cidades fortificadas.
Jr
4:6 Arvorai um estandarte no caminho para Sião;
buscai
refúgio, não demoreis; porque eu trago do norte
um
mal, sim, uma grande destruição.
Jr
4:7 Subiu um leão da sua ramada, um destruidor de nações;
ele
já partiu, saiu do seu lugar para fazer da tua terra
uma
desolação,
a
fim de que as tuas cidades sejam assoladas,
e
ninguém habite nelas.
Jr
4:8 Por isso cingi-vos de saco, lamentai, e uivai,
porque
o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.
Jr
4:9 Naquele dia, diz o Senhor,
desfalecerá
o coração do rei e o coração dos príncipes;
os
sacerdotes pasmarão, e os profetas
se
maravilharão.
Jr
4:10 Então disse eu:
Ah, Senhor Deus!
verdadeiramente trouxeste grande ilusão
a
este povo e a Jerusalém, dizendo:
Tereis
paz; entretanto a espada penetra-lhe até a alma.
Jr
4:11 Naquele tempo se dirá a este povo e a Jerusalém:
Um
vento abrasador, vindo dos altos escalvados no deserto,
aproxima-se
da filha do meu povo,
não
para cirandar, nem para alimpar,
Jr
4:12 mas um vento forte demais para isto virá da minha parte;
agora
também pronunciarei eu juízos contra eles.
Jr
4:13 Eis que vem subindo como nuvens, como o redemoinho
são
os seus carros; os seus cavalos são mais ligeiros
do
que as águias.
Ai
de nós! pois estamos arruinados!
Jr
4:14 Lava o teu coração da maldade, ó Jerusalém,
para
que sejas salva;
até
quando permanecerão em ti
os
teus maus pensamentos?
Jr
4:15 Porque uma voz anuncia desde Dã, e proclama
a
calamidade desde o monte de Efraim.
Jr
4:16 Anunciai isto às nações; eis, proclamai contra Jerusalém
que
vigias vêm de uma terra remota;
eles
levantam a voz contra as cidades de Judá.
Jr
4:17 Como guardas de campo estão contra ela ao redor;
porquanto
ela se rebelou contra mim, diz o Senhor.
Jr
4:18 O teu caminho e as tuas obras te trouxeram essas coisas;
essa
e a tua iniquidade, e amargosa é,
chegando
até o coração.
Jr
4:19 Ah, entranhas minhas, entranhas minhas!
Eu
me torço em dores! Paredes do meu coração!
O
meu coração se aflige em mim. Não posso calar;
porque
tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta
e
o alarido da guerra.
Jr
4:20 Destruição sobre destruição se apregoa;
porque
já toda a terra está assolada;
de
repente são destruídas as minhas tendas,
e
as minhas cortinas num momento.
Jr
4:21 Até quando verei o estandarte, e ouvirei a voz da trombeta?
Jr
4:22 Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece;
são
filhos obtusos, e não entendidos;
são
sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem.
Jr
4:23 Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia;
também
os céus, e não tinham a sua luz.
Jr
4:24 Observei os montes, e eis que estavam tremendo;
e
todos os outeiros estremeciam.
Jr
4:25 Observei e eis que não havia homem algum,
e
todas as aves do céu tinham fugido.
Jr
4:26 Vi também que a terra fértil era um deserto,
e
todas as suas cidades estavam derrubadas
diante
do Senhor, diante do furor da sua ira.
Jr
4:27 Pois assim diz o Senhor:
Toda
a terra ficará assolada; de todo,
porém,
não a consumirei.
Jr
4:28 Por isso lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão;
porquanto
assim o disse eu, assim o propus,
e
não me arrependi, nem me desviarei disso.
Jr
4:29 Ao clamor dos cavaleiros e dos flecheiros
fogem
todas as cidades; entram pelas matas,
e
trepam pelos penhascos;
todas as cidades ficam
desamparadas,
e
já ninguém habita nelas.
Jr
4:30 Agora, pois, ó assolada, que farás?
Embora
te vistas de escarlate, e te adornes
com
enfeites de ouro, embora te pintes em volta
dos
olhos com antimônio,
debalde
te farias bela;
os
teus amantes te desprezam, e procuram tirar-te a vida.
Jr
4:31 Pois ouvi uma voz, como a de mulher que está de parto,
a
angústia como a de quem dá à luz o seu primeiro filho;
a
voz da filha de Sião, ofegante,
que
estende as mãos, dizendo:
Ai
de mim agora!
porque
a minha alma desfalece por causa dos assassinos.
A pergunta do verso 30 é muito importante.
“E agora, assolada, o que se fará?”. Ao invés de se arrepender e buscar o
Altíssimo, ela continua a querer se adornar e a se vestir e se enfeitar com
adornos e pinturas para parecer-se bela, como uma meretriz aos olhos de seus
amantes. No entanto, os seus próprios amantes a desprezam e procuram tirar-lhe
a vida. Uma expressão do fato irônico de que o povo de Judá estava enganando a
si mesmo.
Chegada é a hora de se dar a luz e vêm as
contrações e as dores. Não eram filhos que viria, mas a calamidade e a sua
ruína, e ela podia sentir já suas dores e agonia. Ela exclama: ai de mim agora!
Os assassinos! Jeremias ouve os últimos suspiros patéticos da filha de Sião.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
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