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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Jeremias 4:1-31 - JEREMIAS ADVERTE QUE JUDÁ SERÁ INVADIDA E DESTRUÍDA.

Estamos trabalhando na quarta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) – continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4” como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – estaremos em continuação; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – veremos agora; C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13; D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19; E. Os pecados de Judá - 5.20-31; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 - continuação.
Estamos vendo nessa parte “A” que Judá é pior do que Israel. Jeremias compara os habitantes de Judá com os de Israel. Apesar de Israel ter ido para o exílio, Deus estava ainda mais descontente com Judá.
O capitulo começa com uma promessa condicional da parte de Deus apesar da situação pecaminosa de Judá. A condicional é se voltares, ou seja, tem de haver arrependimento da parte de Judá para que bênçãos possam vir sobre a nação e a glória ser lançada ao Senhor.
·         Se voltares para mim.
·         Se tirares as tuas abominações de diante de mim.
·         Se não andares mais vagueando.
·         Se jurares: como vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão.
Deus está a pedir que ela se volte para ele e busque a verdade, a justiça e a retidão e somente assim, poderá ele também se voltar para eles. Aos homens de Judá e de Jerusalém, o Senhor queria um terreno alqueivado, algo novo e bom onde pudesse semear e não ser desperdiçado, como lamentavelmente acontece quando se semeia entre espinhos.
Jeremias insiste - vs. 4 - que os ideais da aliança mosaica se cumpririam naqueles que desejassem voltar do exílio. Os sinais exteriores de que o povo pertencia ao Senhor só tinham valor quando correspondiam a uma realidade interior (31.31-34; cf. Dt 10.16; 30.6).
A circuncisão não poderia ser apenas exterior e na aparência, mas teria de ser verdadeira, real e profunda, de dentro para fora – vs. 4.
B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31.
Neste capítulo, veremos o julgamento por meio da invasão. Jeremias anuncia mais uma vez que Judá será invadida e destruída.
A trombeta é tocada no vs. 5, um aviso antecipado é proclamado (cf. JI 2.1; Am 3.6), um convite para se ajuntar e entrar nas cidades fortificadas! Jeremias anuncia que a destruição se dará pelas mãos de um inimigo do norte. Seu clamor nessa passagem evidencia o pânico que levaria a população do campo a buscar segurança das cidades.
O conselho seria para arvorarem um estandarte no caminho para Sião e buscarem refúgio imediato, sem demora porque o mal já vinha ligeiro do norte e com ele uma grande destruição. Era como um feroz leão que caça implacavelmente a sua presa e a abate. Quando um leão resolve atacar é porque já se encontra próximo à sua vítima e seu alvo é o pescoço e a coluna de sua caça. Compare com 2.15; 6.26.
No verso 8, é solicitado a eles para se cingirem e uivarem, ou seja, exercerem atos de lamentação (cf. Jo 3.5) porque o ardor da ira do Senhor não se desviará deles.
Assim, naquele dia, um dia de acerto de contas, quando os acontecimentos profetizados acontecerem (cf. Is 2.11-12), o coração do rei e dos príncipes se desfalecerão, os sacerdotes pasmarão e os profetas se maravilharão – vs. 9.
Jeremias reconhece que eles foram enganados pelo engano de seus próprios corações enganosos quando se dizia que haveria paz, mas na verdade a espada já estava atravessada na garganta de cada um deles.
Vento mais forte do que este virá. Esse vento não teria nenhum efeito benéfico (como aquele que serve para peneirar os cereais). Seria um vento abrasador. O siroco, um vento quente e seco do deserto, um vento forte demais estaria se aproximando e com ele os terríveis juízos da parte de Deus. Quando Deus nos adverte, o melhor a fazer é atendê-lo rápido antes que ele se enfade de nós e conceda o que deseja nosso coração enganoso e endurecido pelo pecado. Eles queriam a paz sem o arrependimento e a mensagem da paz veio a eles porque o juízo já tinha sido determinado e a paz era apenas uma ilusão.
Aprender a lidar com Deus é importante, pois ele não nos tem por inocentes. Não há como enganar a Deus e sair disso ileso.
No verso 13, as imagens extraídas da natureza que indicam a força e a velocidade do inimigo são usadas para advertir os que têm ouvidos para ouvir e coração para atender a tempo.
Deus solicita a ela que lave os seus corações da maldade de forma a largar os seus maus pensamentos decorrentes porque já se anuncia e desde Dã e de Efraim se proclama a calamidade que está por vir e assolar seus moradores.
Os maus pensamentos nos corações são decorrentes de um coração corrompido, acostumado e decidido a se entregar ao mal pela rejeição clara ao Senhor e aos seus princípios de justiça, retidão e verdade.
A razão de todo juízo e de toda calamidade que estava vindo era a rejeição dela ao Senhor. Rebelaram-se contra Deus e agora colhiam do fruto de suas ações.
Nos versos de 19 a 26, esses versículos formam um interlúdio breve no qual o profeta expressa o seu próprio desespero diante do futuro de Jerusalém e Judá.
Destruição sobre destruição era a mensagem a ser apregoada e o profeta pergunta até quando...? (um clamor comum nos salmos de lamento (p. ex., SI 13.1)). O profeta clama porque vê a sucessão de calamidades reservadas para Judá.
O povo nessa condição é mesmo insensato. O profeta se identifica fortemente não apenas com o povo, mas também com Deus. A sabedoria do povo estava direcionada para o mal. Sua perversidade é um hábito adquirido e profundamente arraigado (cf. 9.5), como aquela mente acostumada a imaginar coisas malignas e a criar, contar, cantar piadas indecentes.
No verso 23, a observação de Deus era de que a terra estava sem forma, vazia e não tinham luz. Compare com Gn 1.2,14-15. A ordem da criação seria desfeita por esse julgamento. As suas forças e seus montes e outeiros estariam abalados. Ao observar a condição dela, não havia homem nenhum. A mesma expressão é usada em Gn 2.5. A criação voltaria ao seu caos original.
Até a terra fértil era um deserto. As bênçãos da aliança seriam invertidas (Dt 8.7-16) por causa do furor de sua ira.
O Senhor volta a falar no verso 27 e a anunciar que apesar de destruir boa parte da terra com seu juízo por causa de seu furor, ainda não a consumiria de todo. Um fio de esperança foi deixado para os remanescentes que serão purificados pelo fogo e ardor da ira divina.
O que Deus determinou, isso executará e não se arrependerá, nem se moverá ainda que oremos a respeito disso. A terra se lamentará, os céus se enegrecerão. Com Deus não se brinca, não se zomba, não se cutuca para verificar sua reação.
O maior perigo da humanidade é a prosperidade do mal por que ai sim, o juízo já está determinado e a taça de sua ira está apenas se enchendo para no tempo oportuno ser derramada sem piedade.
Jr 4:1 Se voltares, ó Israel, diz o Senhor,
                se voltares para mim e tirares as tuas abominações de diante de mim,
                               e não andares mais vagueando;
                2 e se jurares:
                               Como vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão;
                                               então nele se bendirão as nações,
                                                               e nele se gloriarão.
                Jr 4:3 Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém:
                               Lavrai o vosso terreno alqueivado,
                                               e não semeeis entre espinhos.
                               Jr 4:4 Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios
                                               do vosso coração, ó homens de Judá e habitadores
                                                               de Jerusalém,
                                               para que a minha indignação não venha a sair
                                                               como fogo, e arda de modo que ninguém
                                                               o possa apagar, por causa da maldade
                                                                              das vossas obras.
                Jr 4:5 Anunciai em Judá, e publicai em Jerusalém; e dizei:
                               Tocai a trombeta na terra; gritai em alta voz, dizendo:
                                               Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortificadas.
                Jr 4:6 Arvorai um estandarte no caminho para Sião;
                               buscai refúgio, não demoreis; porque eu trago do norte
                                               um mal, sim, uma grande destruição.
                Jr 4:7 Subiu um leão da sua ramada, um destruidor de nações;
                               ele já partiu, saiu do seu lugar para fazer da tua terra
                                               uma desolação,
                               a fim de que as tuas cidades sejam assoladas,
                                               e ninguém habite nelas.
                Jr 4:8 Por isso cingi-vos de saco, lamentai, e uivai,
                               porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.
                Jr 4:9 Naquele dia, diz o Senhor,
                               desfalecerá o coração do rei e o coração dos príncipes;
                                               os sacerdotes pasmarão, e os profetas
                                                               se maravilharão.
                Jr 4:10 Então disse eu:
                                Ah, Senhor Deus!
                                                verdadeiramente trouxeste grande ilusão
                                                               a este povo e a Jerusalém, dizendo:
                               Tereis paz; entretanto a espada penetra-lhe até a alma.
                Jr 4:11 Naquele tempo se dirá a este povo e a Jerusalém:
                               Um vento abrasador, vindo dos altos escalvados no deserto,
                                               aproxima-se da filha do meu povo,
                                                               não para cirandar, nem para alimpar,
                Jr 4:12 mas um vento forte demais para isto virá da minha parte;
                               agora também pronunciarei eu juízos contra eles.
                Jr 4:13 Eis que vem subindo como nuvens, como o redemoinho
                               são os seus carros; os seus cavalos são mais ligeiros
                                               do que as águias.
                               Ai de nós! pois estamos arruinados!
                Jr 4:14 Lava o teu coração da maldade, ó Jerusalém,
                               para que sejas salva;
                                               até quando permanecerão em ti
                                                               os teus maus pensamentos?
                Jr 4:15 Porque uma voz anuncia desde Dã, e proclama
                               a calamidade desde o monte de Efraim.
                Jr 4:16 Anunciai isto às nações; eis, proclamai contra Jerusalém
                               que vigias vêm de uma terra remota;
                                               eles levantam a voz contra as cidades de Judá.
                Jr 4:17 Como guardas de campo estão contra ela ao redor;
                               porquanto ela se rebelou contra mim, diz o Senhor.
                Jr 4:18 O teu caminho e as tuas obras te trouxeram essas coisas;
                               essa e a tua iniquidade, e amargosa é,
                                               chegando até o coração.
                Jr 4:19 Ah, entranhas minhas, entranhas minhas!
                               Eu me torço em dores! Paredes do meu coração!
                                               O meu coração se aflige em mim. Não posso calar;
                               porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta
                                               e o alarido da guerra.
                Jr 4:20 Destruição sobre destruição se apregoa;
                               porque já toda a terra está assolada;
                                               de repente são destruídas as minhas tendas,
                                                               e as minhas cortinas num momento.
                Jr 4:21 Até quando verei o estandarte, e ouvirei a voz da trombeta?
                Jr 4:22 Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece;
                               são filhos obtusos, e não entendidos;
                               são sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem.
                Jr 4:23 Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia;
                               também os céus, e não tinham a sua luz.
                Jr 4:24 Observei os montes, e eis que estavam tremendo;
                               e todos os outeiros estremeciam.
                Jr 4:25 Observei e eis que não havia homem algum,
                               e todas as aves do céu tinham fugido.
                Jr 4:26 Vi também que a terra fértil era um deserto,
                               e todas as suas cidades estavam derrubadas
                                               diante do Senhor, diante do furor da sua ira.
                Jr 4:27 Pois assim diz o Senhor:
                               Toda a terra ficará assolada; de todo,
                                               porém, não a consumirei.
                Jr 4:28 Por isso lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão;
                               porquanto assim o disse eu, assim o propus,
                                               e não me arrependi, nem me desviarei disso.
                Jr 4:29 Ao clamor dos cavaleiros e dos flecheiros
                               fogem todas as cidades; entram pelas matas,
                                               e trepam pelos penhascos;
                                                               todas as cidades ficam desamparadas,
                                                                              e já ninguém habita nelas.
                Jr 4:30 Agora, pois, ó assolada, que farás?
                               Embora te vistas de escarlate, e te adornes
                                               com enfeites de ouro, embora te pintes em volta
                                                               dos olhos com antimônio,
                                                                              debalde te farias bela;
                               os teus amantes te desprezam, e procuram tirar-te a vida.
                Jr 4:31 Pois ouvi uma voz, como a de mulher que está de parto,
                               a angústia como a de quem dá à luz o seu primeiro filho;
                                               a voz da filha de Sião, ofegante,
                                                               que estende as mãos, dizendo:
                                                                              Ai de mim agora!
                               porque a minha alma desfalece por causa dos assassinos.
A pergunta do verso 30 é muito importante. “E agora, assolada, o que se fará?”. Ao invés de se arrepender e buscar o Altíssimo, ela continua a querer se adornar e a se vestir e se enfeitar com adornos e pinturas para parecer-se bela, como uma meretriz aos olhos de seus amantes. No entanto, os seus próprios amantes a desprezam e procuram tirar-lhe a vida. Uma expressão do fato irônico de que o povo de Judá estava enganando a si mesmo.
Chegada é a hora de se dar a luz e vêm as contrações e as dores. Não eram filhos que viria, mas a calamidade e a sua ruína, e ela podia sentir já suas dores e agonia. Ela exclama: ai de mim agora! Os assassinos! Jeremias ouve os últimos suspiros patéticos da filha de Sião.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Jeremias 3:1-25 - OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ PIORES QUE OS DE SUA IRMÃ.

Estamos concluindo a terceira parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG.
III. PLEITO INICIAL CONTRA JUDÁ (2.1-3.5) - continuação.
Nós estamos vendo Jeremias relatar como Deus declarou Judá culpada de graves violações.
Até 3:5, como temos dito, estamos vendo que essas profecias são feitas no contexto do tribunal divino, do qual é feita a convocação e as acusações. Como em muitos pleitos legais desse tipo, Deus ressalta os pecados do povo, enfatizando a sua bondade para com ele. O profeta emprega várias imagens sexuais vívidas a fim de chamar a atenção para o envolvimento dos judaístas com rituais de fertilidade cananeus.
A metáfora da noiva (2.2) dá lugar, agora, à imagem do divórcio. A lei por trás dessa pergunta encontra-se em Dt 24.1-4. A natureza definitiva do divórcio - o ponto central da lei em questão - também serve de base para o argumento desse versículo.
A resposta à sua pergunta é não mais tornará ele a ela por causa da poluição daquela terra. Judá tinha se maculado com muitos amantes, mas mesmo assim, o Senhor pedia a ela para tornar para ele.
Nos versos de 2 a 5, Deus acusa Judá de infidelidade de todas as maneiras possíveis a fim de enfatizar a seriedade do fato de seu povo ter-se afastado dele.
Até os tempos e as estações foram afetados, mas a sua fronte era de uma prostituta sem vergonha. Judá se mostra insensível e impenitente. Apesar disso invocam a Deus como seu Pai e amigo dizendo que tinham sido guiados desde a mocidade. Eles não entendiam porque Deus retinha a sua ira para com eles, nem porque continuamente estava indignado, no entanto, embora sua oração pudesse ser correta, seus feitos abomináveis.
Deus zomba da hipocrisia dos judaístas que lhe suplicam para suspender seu julgamento e, ao mesmo tempo, se entregam a todo tipo de perversidade imaginável.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30)
Nós já vimos os pecados repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
O profeta apresenta duas séries de acusações, seguidas de proclamações de derrota e exílio feitas no tempo de Josias. Judá havia pecado mais gravemente do que o Reino do Norte, Israel (3.6-4.4) e seria invadido (4.5-31). Jerusalém, uma cidade inteiramente corrompida (5.1-13), sofreria derrota e exílio (5.14-19). Os pecados de Judá são expostos (5.20-31) e o profeta anuncia que Deus enviará os seus habitantes para o exílio (6.1-30).
Em função disso, nossa divisão dessa parte IV, conforme BEG, ficará assim: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – veremos agora; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31; C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13; D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19; E. Os pecados de Judá - 5.20-31; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4.
Veremos nessa seção que Judá é pior do que Israel. Jeremias compara os habitantes de Judá com os de Israel. Apesar de Israel ter ido para o exílio, Deus estava ainda mais descontente com Judá.
O profeta chama a atenção para a destruição do Reino do Norte em 722 a.C. por causa da sua pecaminosidade. Israel tinha se prostituido debaixo de toda árvore frondosa, mas a esperança era que se voltaria ao Senhor, no entanto não se voltou e isso viu Judá que ela não se voltou.
Dos versos de 8 a 11, Jeremias explica por que se concentra no Reino do Norte: Judá não aprendeu com o exílio de Israel e, na verdade, se tornou mais corrupta do que Israel. Era de se esperar que aprendesse e se arrependesse, mas aconteceu o contrário.
Por causa de seu adultério, Israel foi despedida, recebeu sua carta de divórcio, foi "mandada embora" - para o exílio na Assíria em 722 a.C. Sua irmã, Judá, não temeu, mas foi e se prostituiu também com os ídolos “adulterou com a pedra e com o pau” – vs. 9. Ela até tentou, mas não se arrependeu de todo o seu coração, mas fingidamente – vs. 10. Foi ai que o Senhor disse que a pérfida Israel tinha se mostrado mais justa do que a aleivosa de sua irmã – vs. 11.
Jeremias foi orientado a apregoar suas palavras para a banda do norte. Para aqueles que já estavam exilados na Assíria. Ele dizia: “Volta, ó pérfida Israel.” - o profeta usa palavras cheias de ironia ao anunciar o favor de Deus para com as tribos do norte enquanto declara o julgamento iminente de Judá. Ele se justifica ao pedir que ela se volte dizendo-se ser compassivo - uma alusão ao amor pactual de Deus – e que não manterá para sempre a sua ira, respondendo assim à pergunta de 3.5 (cf. 31.20; Êx 34:6-7).
Era, no entanto, necessário o reconhecimento de seu pecado – vs. 13:
·         A sua prostituição.
·         O endurecimento de seu coração à voz do Senhor.
O apelo para os filhos pérfidos é para voltar porque o Senhor é como esposo, como marido. O termo hebraico ba’al, que normalmente significa "senhor", se refere, com frequência a "marido", em contraste com as associações que surgem à mente à menção do nome idêntico do infame falso deus (Os 2.16-17).
Era para voltar porque ele os tomaria de uma cidade, de uma família e os levaria a Sião - o livro de Crônicas deixa claro que havia representantes das tribos de Israel entre aqueles que voltaram a Jerusalém em 539 a.C. (veja 1Cr 9.3). Deus oferece eleger e preservar um remanescente das diferentes tribos, clãs e cidades da comunidade exilada (23.3; Is 10.20-22; cf. Dt 7.6-11).
No vs. 15, ele fala que daria a eles, apesar de tudo, pastores segundo o seu coração que os apascentaria com ciência e inteligência.
Jeremias tinha em mente as bênçãos a serem oferecidas nos dias de restauração depois do exílio que se cumprem de modo definitivo na era messiânica do Novo Testamento.
A promessa feita a Abraão (Gn 15.5), em cumprimento da bênção a Adão (Gn 1.26-28) se cumpriria quando o povo fosse restaurado.
Os símbolos dos tempos anteriores à restauração seriam substituídos pelas realidades que simbolizavam.
Naqueles dias ou naqueles tempos – vs. 17-18; compare com as promessas em 31.31-33 – chamarão a Jerusalém o trono do Senhor. Não se trata mais de uma referência à arca (Ex 25.22; 1 Sm 4.4). Antes, a própria cidade de Jerusalém se torna a imagem do domínio do Senhor sobre toda a terra e o centro de sua presença autoritativa (Zc 2.11). Na grande era da salvação depois do exílio, a terra toda seria transformada na sala do trono de Deus.
E todas as nações se ajuntarão a ela, Jerusalém, em nome do Senhor, e não mais andarão obstinadamente segundo o propósito do seu coração maligno. Hoje ainda temos essa contradição em nós mesmos de que querendo fazer o bem, fazemos o mal e o mal que tanto detestamos, esse fazemos – Rm 7:15.
A tendência do homem é o pecado e a sua vontade é cativa à sua carne, por isso que se endurece contra o Senhor, mas em Cristo Jesus, o homem é liberto disso.
Deus continuou a expressar a sinceridade do seu desejo de ver o seu povo se arrepender para que ele possa abençoá-los e lamentou que escolheram se apartar dele aleivosamente, como a mulher se aparta perfidamente do se marido.
Agora ele lhes fala e lhes ordena que voltem para que sejam curados de suas infidelidades. Um convite paralelo ao de Os 14.4. Se os israelitas se arrependessem, Deus curaria o seu povo. A confiança nos outeiros e nas orgias não seria de nenhum proveito, mas só no Senhor estaria a salvação de Israel.
Jr 3:1 Eles dizem:
                Se um homem despedir sua mulher,
                               e ela se desligar dele, e se ajuntar a outro homem,
                                               porventura tornará ele mais para ela?
                                                               Não se poluiria de todo aquela terra?
                               Ora, tu te maculaste com muitos amantes;
                                               mas ainda assim, torna para mim, diz o Senhor.
                Jr 3:2 Levanta os teus olhos aos altos escalvados, e vê:
                               onde é o lugar em que não te prostituíste?
                                               Nos caminhos te assentavas, esperando-os,
                                                               como o árabe no deserto.
                               Manchaste a terra com as tuas devassidões
                                               e com a tua malícia.
                Jr 3:3 Pelo que foram retidas as chuvas copiosas,
                               e não houve chuva tardia;
                               contudo tens a fronte de uma prostituta,
                                               e não queres ter vergonha.
                Jr 3:4 Não me invocaste há pouco, dizendo:
                               Pai meu, tu és o guia da minha mocidade;
                                               Jr 3:5 Reterá ele para sempre a sua ira?
                                                               ou indignar-se-á continuamente?
                               Eis que assim tens dito;
                                               porém tens feito todo o mal que pudeste.
                Jr 3:6 Disse-me mais o Senhor nos dias do rei Josias:
                               Viste, porventura, o que fez a apóstata Israel,
                                               como se foi a todo monte alto,
                                                               e debaixo de toda árvore frondosa,
                                                                              e ali andou prostituindo-se?
                Jr 3:7 E eu disse:
                               Depois que ela tiver feito tudo isso, voltará para mim.
                               Mas não voltou; e viu isso a sua aleivosa irmã Judá.
                Jr 3:8 Sim viu que, por causa de tudo isso,
                               por ter cometido adultério a pérfida Israel,
                                               a despedi, e lhe dei o seu libelo de divórcio,
                                               que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu;
                                               mas se foi e também ela mesma se prostituiu.
                Jr 3:9 E pela leviandade da sua prostituição contaminou a terra,
                               porque adulterou com a pedra e com o pau.
                Jr 3:10 Contudo, apesar de tudo isso a sua aleivosa irmã Judá
                               não voltou para mim de todo o seu coração,
                                               mas fingidamente, diz o Senhor.
                Jr 3:11 E o Senhor me disse:
                               A pérfida Israel mostrou-se mais justa
                                               do que a aleivosa Judá.
                Jr 3:12 Vai, pois, e apregoa estas palavras para a banda do norte,
                               e diz: Volta, ó pérfida Israel, diz o Senhor.
                                               Não olharei em era para ti;
                                                               porque misericordioso sou, diz o Senhor,
                                                               e não conservarei para sempre a minha ira.
                Jr 3:13 Somente reconhece a tua iniqüidade:
                               que contra o Senhor teu Deus transgrediste,
                               e estendeste os teus favores para os estranhos
                                               debaixo de toda árvore frondosa,
                                               e não deste ouvidos à minha voz, diz o Senhor.
                Jr 3:14 Voltai, ó filhos pérfidos, diz o Senhor;
                               porque eu sou como esposo para vós; e vos tomarei,
                                               a um de uma cidade, e a dois de uma família;
                                                               e vos levarei a Sião;
                Jr 3:15 e vos darei pastores segundo o meu coração,
                               os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência. Jr               3:16 E quando vos tiverdes multiplicado e frutificado na terra,
                               naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá:
                                               A arca do pacto do Senhor;
                                                               nem lhes virá ela ao pensamento;
                                                               nem dela se lembrarão;
                                                               nem a visitarão;
                                                               nem se fará mais.
                Jr 3:17 Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do Senhor;
                               e todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor,
                                               a Jerusalém;
                               e não mais andarão obstinadamente
                                               segundo o propósito do seu coração maligno.
                Jr 3:18 Naqueles dias andará a casa de Judá com a casa de Israel;
                               e virão juntas da terra do norte,
                                               para a terra que dei em herança a vossos pais.
                Jr 3:19 Pensei como te poria entre os filhos,
                               e te daria a terra desejável,
                                               a mais formosa herança das nações.
                               Também pensei que me chamarias meu Pai,
                                               e que de mim não te desviarias.
                Jr 3:20 Deveras, como a mulher se aparta aleivosamente
                               do seu marido, assim aleivosamente te houveste comigo,
                                               ó casa de Israel, diz o Senhor.
                Jr 3:21 Nos altos escalvados se ouve uma voz,
                               o pranto e as súplicas dos filhos de Israel;
                                               porque perverteram o seu caminho,
                                                               e se esqueceram do Senhor seu Deus.
                Jr 3:22 Voltai, ó filhos infiéis, eu curarei a vossa infidelidade.
                               Responderam eles:
                                               Eis-nos aqui, vimos a ti,
                                                               porque tu és o Senhor nosso Deus.
                Jr 3:23 Certamente em vão se confia nos outeiros
                               e nas orgias nas montanhas;
                                               deveras no Senhor nosso Deus
                                                               está a salvação de Israel.
                Jr 3:24 A coisa vergonhosa, porém, devorou o trabalho de nossos pais
                               desde a nossa mocidade os seus rebanhos e os seus gados
                                               os seus filhos e as suas filhas.
                Jr 3:25 Deitemo-nos em nossa vergonha,
                               e cubra-nos a nossa confusão,
                                               porque temos pecado contra o Senhor nosso Deus,
                                                               nós e nossos pais, desde a nossa mocidade
                                                                              até o dia de hoje;
                               e não demos ouvidos à voz do Senhor nosso Deus.
Tudo foi consumido pela coisa vergonhosa – vs. 24 - que devorou rebanhos, gados, filhos e filhas. Uma antítese da bênção (Dt 7.13). Era comum sacrificar crianças a deuses pagãos (Jr 7.31) que faziam Judá se aprofundar cada vez mais no mais terrível pecado.
No vs. 25, ocorre um reconhecimento de sua vergonha e o porquê de sua confusão. Judá tinha pecado contra o Senhor seu Deus, desde a sua mocidade até aqueles dias sem dar ouvidos à voz do Senhor seu Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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