quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
quinta-feira, fevereiro 05, 2015
Jamais Desista
Jeremias 4:1-31 - JEREMIAS ADVERTE QUE JUDÁ SERÁ INVADIDA E DESTRUÍDA.
Estamos trabalhando na quarta parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação
apresentada pela BEG.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) – continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados
repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em
consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4” como
segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – estaremos em continuação; B. O julgamento por meio da invasão -
4.5-31 – veremos agora; C. A cidade
pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13; D. O julgamento por meio da destruição de
Jerusalém - 5.14-19; E. Os pecados de Judá - 5.20-31; F. O julgamento por meio
do exílio – 6:1-30.
A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 - continuação.
Estamos vendo nessa parte “A” que Judá é
pior do que Israel. Jeremias compara os habitantes de Judá com os de Israel.
Apesar de Israel ter ido para o exílio, Deus estava ainda mais descontente com
Judá.
O capitulo começa com uma promessa
condicional da parte de Deus apesar da situação pecaminosa de Judá. A
condicional é se voltares, ou seja, tem de haver arrependimento da parte de Judá
para que bênçãos possam vir sobre a nação e a glória ser lançada ao Senhor.
·
Se
voltares para mim.
·
Se
tirares as tuas abominações de diante de mim.
·
Se
não andares mais vagueando.
·
Se
jurares: como vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão.
Deus está a pedir que ela se volte para ele
e busque a verdade, a justiça e a retidão e somente assim, poderá ele também se
voltar para eles. Aos homens de Judá e de Jerusalém, o Senhor queria um terreno
alqueivado, algo novo e bom onde pudesse semear e não ser desperdiçado, como lamentavelmente
acontece quando se semeia entre espinhos.
Jeremias insiste - vs. 4 - que os ideais da
aliança mosaica se cumpririam naqueles que desejassem voltar do exílio. Os
sinais exteriores de que o povo pertencia ao Senhor só tinham valor quando
correspondiam a uma realidade interior (31.31-34; cf. Dt 10.16; 30.6).
A circuncisão não poderia ser apenas
exterior e na aparência, mas teria de ser verdadeira, real e profunda, de
dentro para fora – vs. 4.
B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31.
Neste capítulo, veremos o julgamento por
meio da invasão. Jeremias anuncia mais uma vez que Judá será invadida e
destruída.
A trombeta é tocada no vs. 5, um aviso antecipado
é proclamado (cf. JI 2.1; Am 3.6), um convite para se ajuntar e entrar nas
cidades fortificadas! Jeremias anuncia que a destruição se dará pelas mãos de
um inimigo do norte. Seu clamor nessa passagem evidencia o pânico que levaria a
população do campo a buscar segurança das cidades.
O conselho seria para arvorarem um estandarte
no caminho para Sião e buscarem refúgio imediato, sem demora porque o mal já
vinha ligeiro do norte e com ele uma grande destruição. Era como um feroz leão
que caça implacavelmente a sua presa e a abate. Quando um leão resolve atacar é
porque já se encontra próximo à sua vítima e seu alvo é o pescoço e a coluna de
sua caça. Compare com 2.15; 6.26.
No verso 8, é solicitado a eles para se
cingirem e uivarem, ou seja, exercerem atos de lamentação (cf. Jo 3.5) porque o
ardor da ira do Senhor não se desviará deles.
Assim, naquele dia, um dia de acerto de
contas, quando os acontecimentos profetizados acontecerem (cf. Is 2.11-12), o
coração do rei e dos príncipes se desfalecerão, os sacerdotes pasmarão e os
profetas se maravilharão – vs. 9.
Jeremias reconhece que eles foram enganados
pelo engano de seus próprios corações enganosos quando se dizia que haveria
paz, mas na verdade a espada já estava atravessada na garganta de cada um
deles.
Vento mais forte do que este virá. Esse vento
não teria nenhum efeito benéfico (como aquele que serve para peneirar os
cereais). Seria um vento abrasador. O siroco, um vento quente e seco do deserto,
um vento forte demais estaria se aproximando e com ele os terríveis juízos da
parte de Deus. Quando Deus nos adverte, o melhor a fazer é atendê-lo rápido
antes que ele se enfade de nós e conceda o que deseja nosso coração enganoso e
endurecido pelo pecado. Eles queriam a paz sem o arrependimento e a mensagem da
paz veio a eles porque o juízo já tinha sido determinado e a paz era apenas uma
ilusão.
Aprender a lidar com Deus é importante,
pois ele não nos tem por inocentes. Não há como enganar a Deus e sair disso
ileso.
No verso 13, as imagens extraídas da
natureza que indicam a força e a velocidade do inimigo são usadas para advertir
os que têm ouvidos para ouvir e coração para atender a tempo.
Deus solicita a ela que lave os seus
corações da maldade de forma a largar os seus maus pensamentos decorrentes
porque já se anuncia e desde Dã e de Efraim se proclama a calamidade que está
por vir e assolar seus moradores.
Os maus pensamentos nos corações são
decorrentes de um coração corrompido, acostumado e decidido a se entregar ao
mal pela rejeição clara ao Senhor e aos seus princípios de justiça, retidão e
verdade.
A razão de todo juízo e de toda calamidade
que estava vindo era a rejeição dela ao Senhor. Rebelaram-se contra Deus e
agora colhiam do fruto de suas ações.
Nos versos de 19 a 26, esses versículos
formam um interlúdio breve no qual o profeta expressa o seu próprio desespero
diante do futuro de Jerusalém e Judá.
Destruição sobre destruição era a mensagem
a ser apregoada e o profeta pergunta até quando...? (um clamor comum nos salmos
de lamento (p. ex., SI 13.1)). O profeta clama porque vê a sucessão de
calamidades reservadas para Judá.
O povo nessa condição é mesmo insensato. O
profeta se identifica fortemente não apenas com o povo, mas também com Deus. A
sabedoria do povo estava direcionada para o mal. Sua perversidade é um hábito
adquirido e profundamente arraigado (cf. 9.5), como aquela mente acostumada a
imaginar coisas malignas e a criar, contar, cantar piadas indecentes.
No verso 23, a observação de Deus era de
que a terra estava sem forma, vazia e não tinham luz. Compare com Gn 1.2,14-15.
A ordem da criação seria desfeita por esse julgamento. As suas forças e seus
montes e outeiros estariam abalados. Ao observar a condição dela, não havia
homem nenhum. A mesma expressão é usada em Gn 2.5. A criação voltaria ao seu
caos original.
Até a terra fértil era um deserto. As bênçãos
da aliança seriam invertidas (Dt 8.7-16) por causa do furor de sua ira.
O Senhor volta a falar no verso 27 e a
anunciar que apesar de destruir boa parte da terra com seu juízo por causa de
seu furor, ainda não a consumiria de todo. Um fio de esperança foi deixado para
os remanescentes que serão purificados pelo fogo e ardor da ira divina.
O que Deus determinou, isso executará e não
se arrependerá, nem se moverá ainda que oremos a respeito disso. A terra se
lamentará, os céus se enegrecerão. Com Deus não se brinca, não se zomba, não se
cutuca para verificar sua reação.
O maior perigo da humanidade é a
prosperidade do mal por que ai sim, o juízo já está determinado e a taça de sua
ira está apenas se enchendo para no tempo oportuno ser derramada sem piedade.
se
voltares para mim e tirares as tuas abominações de diante de mim,
e
não andares mais vagueando;
2
e se jurares:
Como
vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão;
então
nele se bendirão as nações,
e
nele se gloriarão.
Jr
4:3 Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém:
Lavrai
o vosso terreno alqueivado,
e
não semeeis entre espinhos.
Jr
4:4 Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios
do
vosso coração, ó homens de Judá e habitadores
de
Jerusalém,
para
que a minha indignação não venha a sair
como
fogo, e arda de modo que ninguém
o
possa apagar, por causa da maldade
das
vossas obras.
Jr
4:5 Anunciai em Judá, e publicai em Jerusalém; e dizei:
Tocai
a trombeta na terra; gritai em alta voz, dizendo:
Ajuntai-vos,
e entremos nas cidades fortificadas.
Jr
4:6 Arvorai um estandarte no caminho para Sião;
buscai
refúgio, não demoreis; porque eu trago do norte
um
mal, sim, uma grande destruição.
Jr
4:7 Subiu um leão da sua ramada, um destruidor de nações;
ele
já partiu, saiu do seu lugar para fazer da tua terra
uma
desolação,
a
fim de que as tuas cidades sejam assoladas,
e
ninguém habite nelas.
Jr
4:8 Por isso cingi-vos de saco, lamentai, e uivai,
porque
o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.
Jr
4:9 Naquele dia, diz o Senhor,
desfalecerá
o coração do rei e o coração dos príncipes;
os
sacerdotes pasmarão, e os profetas
se
maravilharão.
Jr
4:10 Então disse eu:
Ah, Senhor Deus!
verdadeiramente trouxeste grande ilusão
a
este povo e a Jerusalém, dizendo:
Tereis
paz; entretanto a espada penetra-lhe até a alma.
Jr
4:11 Naquele tempo se dirá a este povo e a Jerusalém:
Um
vento abrasador, vindo dos altos escalvados no deserto,
aproxima-se
da filha do meu povo,
não
para cirandar, nem para alimpar,
Jr
4:12 mas um vento forte demais para isto virá da minha parte;
agora
também pronunciarei eu juízos contra eles.
Jr
4:13 Eis que vem subindo como nuvens, como o redemoinho
são
os seus carros; os seus cavalos são mais ligeiros
do
que as águias.
Ai
de nós! pois estamos arruinados!
Jr
4:14 Lava o teu coração da maldade, ó Jerusalém,
para
que sejas salva;
até
quando permanecerão em ti
os
teus maus pensamentos?
Jr
4:15 Porque uma voz anuncia desde Dã, e proclama
a
calamidade desde o monte de Efraim.
Jr
4:16 Anunciai isto às nações; eis, proclamai contra Jerusalém
que
vigias vêm de uma terra remota;
eles
levantam a voz contra as cidades de Judá.
Jr
4:17 Como guardas de campo estão contra ela ao redor;
porquanto
ela se rebelou contra mim, diz o Senhor.
Jr
4:18 O teu caminho e as tuas obras te trouxeram essas coisas;
essa
e a tua iniquidade, e amargosa é,
chegando
até o coração.
Jr
4:19 Ah, entranhas minhas, entranhas minhas!
Eu
me torço em dores! Paredes do meu coração!
O
meu coração se aflige em mim. Não posso calar;
porque
tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta
e
o alarido da guerra.
Jr
4:20 Destruição sobre destruição se apregoa;
porque
já toda a terra está assolada;
de
repente são destruídas as minhas tendas,
e
as minhas cortinas num momento.
Jr
4:21 Até quando verei o estandarte, e ouvirei a voz da trombeta?
Jr
4:22 Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece;
são
filhos obtusos, e não entendidos;
são
sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem.
Jr
4:23 Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia;
também
os céus, e não tinham a sua luz.
Jr
4:24 Observei os montes, e eis que estavam tremendo;
e
todos os outeiros estremeciam.
Jr
4:25 Observei e eis que não havia homem algum,
e
todas as aves do céu tinham fugido.
Jr
4:26 Vi também que a terra fértil era um deserto,
e
todas as suas cidades estavam derrubadas
diante
do Senhor, diante do furor da sua ira.
Jr
4:27 Pois assim diz o Senhor:
Toda
a terra ficará assolada; de todo,
porém,
não a consumirei.
Jr
4:28 Por isso lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão;
porquanto
assim o disse eu, assim o propus,
e
não me arrependi, nem me desviarei disso.
Jr
4:29 Ao clamor dos cavaleiros e dos flecheiros
fogem
todas as cidades; entram pelas matas,
e
trepam pelos penhascos;
todas as cidades ficam
desamparadas,
e
já ninguém habita nelas.
Jr
4:30 Agora, pois, ó assolada, que farás?
Embora
te vistas de escarlate, e te adornes
com
enfeites de ouro, embora te pintes em volta
dos
olhos com antimônio,
debalde
te farias bela;
os
teus amantes te desprezam, e procuram tirar-te a vida.
Jr
4:31 Pois ouvi uma voz, como a de mulher que está de parto,
a
angústia como a de quem dá à luz o seu primeiro filho;
a
voz da filha de Sião, ofegante,
que
estende as mãos, dizendo:
Ai
de mim agora!
porque
a minha alma desfalece por causa dos assassinos.
A pergunta do verso 30 é muito importante.
“E agora, assolada, o que se fará?”. Ao invés de se arrepender e buscar o
Altíssimo, ela continua a querer se adornar e a se vestir e se enfeitar com
adornos e pinturas para parecer-se bela, como uma meretriz aos olhos de seus
amantes. No entanto, os seus próprios amantes a desprezam e procuram tirar-lhe
a vida. Uma expressão do fato irônico de que o povo de Judá estava enganando a
si mesmo.
Chegada é a hora de se dar a luz e vêm as
contrações e as dores. Não eram filhos que viria, mas a calamidade e a sua
ruína, e ela podia sentir já suas dores e agonia. Ela exclama: ai de mim agora!
Os assassinos! Jeremias ouve os últimos suspiros patéticos da filha de Sião.
...
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
quarta-feira, fevereiro 04, 2015
Jamais Desista
Jeremias 3:1-25 - OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ PIORES QUE OS DE SUA IRMÃ.
Estamos concluindo a terceira parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação
apresentada pela BEG.
III. PLEITO INICIAL CONTRA JUDÁ (2.1-3.5) - continuação.
Nós estamos vendo Jeremias relatar como
Deus declarou Judá culpada de graves violações.
Até 3:5, como temos dito, estamos vendo que
essas profecias são feitas no contexto do tribunal divino, do qual é feita a
convocação e as acusações. Como em muitos pleitos legais desse tipo, Deus
ressalta os pecados do povo, enfatizando a sua bondade para com ele. O profeta
emprega várias imagens sexuais vívidas a fim de chamar a atenção para o
envolvimento dos judaístas com rituais de fertilidade cananeus.
A metáfora da noiva (2.2) dá lugar, agora,
à imagem do divórcio. A lei por trás dessa pergunta encontra-se em Dt 24.1-4. A
natureza definitiva do divórcio - o ponto central da lei em questão - também
serve de base para o argumento desse versículo.
A resposta à sua pergunta é não mais
tornará ele a ela por causa da poluição daquela terra. Judá tinha se maculado
com muitos amantes, mas mesmo assim, o Senhor pedia a ela para tornar para ele.
Nos versos de 2 a 5, Deus acusa Judá de
infidelidade de todas as maneiras possíveis a fim de enfatizar a seriedade do fato
de seu povo ter-se afastado dele.
Até os tempos e as estações foram afetados,
mas a sua fronte era de uma prostituta sem vergonha. Judá se mostra insensível
e impenitente. Apesar disso invocam a Deus como seu Pai e amigo dizendo que
tinham sido guiados desde a mocidade. Eles não entendiam porque Deus retinha a
sua ira para com eles, nem porque continuamente estava indignado, no entanto,
embora sua oração pudesse ser correta, seus feitos abomináveis.
Deus zomba da hipocrisia dos judaístas que
lhe suplicam para suspender seu julgamento e, ao mesmo tempo, se entregam a
todo tipo de perversidade imaginável.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30)
Nós já vimos os pecados repetidos de Judá
(2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em consequência os
pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
O profeta apresenta duas séries de
acusações, seguidas de proclamações de derrota e exílio feitas no tempo de
Josias. Judá havia pecado mais gravemente do que o Reino do Norte, Israel
(3.6-4.4) e seria invadido (4.5-31). Jerusalém, uma cidade inteiramente
corrompida (5.1-13), sofreria derrota e exílio (5.14-19). Os pecados de Judá
são expostos (5.20-31) e o profeta anuncia que Deus enviará os seus habitantes
para o exílio (6.1-30).
Em função disso, nossa divisão dessa parte
IV, conforme BEG, ficará assim: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – veremos agora; B. O julgamento por meio
da invasão - 4.5-31; C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13; D. O
julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19; E. Os pecados de Judá
- 5.20-31; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4.
Veremos nessa seção que Judá é pior do que
Israel. Jeremias compara os habitantes de Judá com os de Israel. Apesar de
Israel ter ido para o exílio, Deus estava ainda mais descontente com Judá.
O profeta chama a atenção para a destruição
do Reino do Norte em 722 a.C. por causa da sua pecaminosidade. Israel tinha se
prostituido debaixo de toda árvore frondosa, mas a esperança era que se
voltaria ao Senhor, no entanto não se voltou e isso viu Judá que ela não se
voltou.
Dos versos de 8 a 11, Jeremias explica por
que se concentra no Reino do Norte: Judá não aprendeu com o exílio de Israel e,
na verdade, se tornou mais corrupta do que Israel. Era de se esperar que
aprendesse e se arrependesse, mas aconteceu o contrário.
Por causa de seu adultério, Israel foi
despedida, recebeu sua carta de divórcio, foi "mandada embora" - para
o exílio na Assíria em 722 a.C. Sua irmã, Judá, não temeu, mas foi e se
prostituiu também com os ídolos “adulterou com a pedra e com o pau” – vs. 9. Ela
até tentou, mas não se arrependeu de todo o seu coração, mas fingidamente – vs.
10. Foi ai que o Senhor disse que a pérfida Israel tinha se mostrado mais justa
do que a aleivosa de sua irmã – vs. 11.
Jeremias foi orientado a apregoar suas
palavras para a banda do norte. Para aqueles que já estavam exilados na
Assíria. Ele dizia: “Volta, ó pérfida Israel.” - o profeta usa palavras cheias
de ironia ao anunciar o favor de Deus para com as tribos do norte enquanto
declara o julgamento iminente de Judá. Ele se justifica ao pedir que ela se
volte dizendo-se ser compassivo - uma alusão ao amor pactual de Deus – e que
não manterá para sempre a sua ira, respondendo assim à pergunta de 3.5 (cf.
31.20; Êx 34:6-7).
Era, no entanto, necessário o
reconhecimento de seu pecado – vs. 13:
·
A
sua prostituição.
·
O
endurecimento de seu coração à voz do Senhor.
O apelo para os filhos pérfidos é para
voltar porque o Senhor é como esposo, como marido. O termo hebraico ba’al, que
normalmente significa "senhor", se refere, com frequência a
"marido", em contraste com as associações que surgem à mente à menção
do nome idêntico do infame falso deus (Os 2.16-17).
Era para voltar porque ele os tomaria de
uma cidade, de uma família e os levaria a Sião - o livro de Crônicas deixa
claro que havia representantes das tribos de Israel entre aqueles que voltaram
a Jerusalém em 539 a.C. (veja 1Cr 9.3). Deus oferece eleger e preservar um
remanescente das diferentes tribos, clãs e cidades da comunidade exilada (23.3;
Is 10.20-22; cf. Dt 7.6-11).
No vs. 15, ele fala que daria a eles,
apesar de tudo, pastores segundo o seu coração que os apascentaria com ciência e
inteligência.
Jeremias tinha em mente as bênçãos a serem
oferecidas nos dias de restauração depois do exílio que se cumprem de modo
definitivo na era messiânica do Novo Testamento.
A promessa feita a Abraão (Gn 15.5), em
cumprimento da bênção a Adão (Gn 1.26-28) se cumpriria quando o povo fosse
restaurado.
Os símbolos dos tempos anteriores à
restauração seriam substituídos pelas realidades que simbolizavam.
Naqueles dias ou naqueles tempos – vs. 17-18;
compare com as promessas em 31.31-33 – chamarão a Jerusalém o trono do Senhor. Não
se trata mais de uma referência à arca (Ex 25.22; 1 Sm 4.4). Antes, a própria
cidade de Jerusalém se torna a imagem do domínio do Senhor sobre toda a terra e
o centro de sua presença autoritativa (Zc 2.11). Na grande era da salvação
depois do exílio, a terra toda seria transformada na sala do trono de Deus.
E todas as nações se ajuntarão a ela,
Jerusalém, em nome do Senhor, e não mais andarão obstinadamente segundo o
propósito do seu coração maligno. Hoje ainda temos essa contradição em nós
mesmos de que querendo fazer o bem, fazemos o mal e o mal que tanto detestamos,
esse fazemos – Rm 7:15.
A tendência do homem é o pecado e a sua
vontade é cativa à sua carne, por isso que se endurece contra o Senhor, mas em
Cristo Jesus, o homem é liberto disso.
Deus continuou a expressar a sinceridade do
seu desejo de ver o seu povo se arrepender para que ele possa abençoá-los e
lamentou que escolheram se apartar dele aleivosamente, como a mulher se aparta
perfidamente do se marido.
Agora ele lhes fala e lhes ordena que
voltem para que sejam curados de suas infidelidades. Um convite paralelo ao de
Os 14.4. Se os israelitas se arrependessem, Deus curaria o seu povo. A confiança
nos outeiros e nas orgias não seria de nenhum proveito, mas só no Senhor
estaria a salvação de Israel.
Se
um homem despedir sua mulher,
e
ela se desligar dele, e se ajuntar a outro homem,
porventura
tornará ele mais para ela?
Não
se poluiria de todo aquela terra?
Ora,
tu te maculaste com muitos amantes;
mas
ainda assim, torna para mim, diz o Senhor.
Jr
3:2 Levanta os teus olhos aos altos escalvados, e vê:
onde
é o lugar em que não te prostituíste?
Nos
caminhos te assentavas, esperando-os,
como
o árabe no deserto.
Manchaste
a terra com as tuas devassidões
e
com a tua malícia.
Jr
3:3 Pelo que foram retidas as chuvas copiosas,
e
não houve chuva tardia;
contudo
tens a fronte de uma prostituta,
e
não queres ter vergonha.
Jr
3:4 Não me invocaste há pouco, dizendo:
Pai
meu, tu és o guia da minha mocidade;
Jr
3:5 Reterá ele para sempre a sua ira?
ou
indignar-se-á continuamente?
Eis
que assim tens dito;
porém
tens feito todo o mal que pudeste.
Jr
3:6 Disse-me mais o Senhor nos dias do rei Josias:
Viste,
porventura, o que fez a apóstata Israel,
como
se foi a todo monte alto,
e
debaixo de toda árvore frondosa,
e
ali andou prostituindo-se?
Jr
3:7 E eu disse:
Depois
que ela tiver feito tudo isso, voltará para mim.
Mas
não voltou; e viu isso a sua aleivosa irmã Judá.
Jr
3:8 Sim viu que, por causa de tudo isso,
por
ter cometido adultério a pérfida Israel,
a
despedi, e lhe dei o seu libelo de divórcio,
que
a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu;
mas
se foi e também ela mesma se prostituiu.
Jr
3:9 E pela leviandade da sua prostituição contaminou a terra,
porque
adulterou com a pedra e com o pau.
Jr
3:10 Contudo, apesar de tudo isso a sua aleivosa irmã Judá
não
voltou para mim de todo o seu coração,
mas
fingidamente, diz o Senhor.
Jr
3:11 E o Senhor me disse:
A
pérfida Israel mostrou-se mais justa
do
que a aleivosa Judá.
Jr
3:12 Vai, pois, e apregoa estas palavras para a banda do norte,
e
diz: Volta, ó pérfida Israel, diz o Senhor.
Não
olharei em era para ti;
porque
misericordioso sou, diz o Senhor,
e
não conservarei para sempre a minha ira.
Jr
3:13 Somente reconhece a tua iniqüidade:
que
contra o Senhor teu Deus transgrediste,
e
estendeste os teus favores para os estranhos
debaixo
de toda árvore frondosa,
e
não deste ouvidos à minha voz, diz o Senhor.
Jr
3:14 Voltai, ó filhos pérfidos, diz o Senhor;
porque
eu sou como esposo para vós; e vos tomarei,
a
um de uma cidade, e a dois de uma família;
e
vos levarei a Sião;
Jr
3:15 e vos darei pastores segundo o meu coração,
os
quais vos apascentarão com ciência e com inteligência. Jr 3:16 E quando vos tiverdes
multiplicado e frutificado na terra,
naqueles
dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá:
A
arca do pacto do Senhor;
nem
lhes virá ela ao pensamento;
nem
dela se lembrarão;
nem
a visitarão;
nem
se fará mais.
Jr
3:17 Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do Senhor;
e
todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor,
a
Jerusalém;
e
não mais andarão obstinadamente
segundo
o propósito do seu coração maligno.
Jr
3:18 Naqueles dias andará a casa de Judá com a casa de Israel;
e
virão juntas da terra do norte,
para
a terra que dei em herança a vossos pais.
Jr
3:19 Pensei como te poria entre os filhos,
e
te daria a terra desejável,
a
mais formosa herança das nações.
Também
pensei que me chamarias meu Pai,
e
que de mim não te desviarias.
Jr
3:20 Deveras, como a mulher se aparta aleivosamente
do
seu marido, assim aleivosamente te houveste comigo,
ó
casa de Israel, diz o Senhor.
Jr
3:21 Nos altos escalvados se ouve uma voz,
o
pranto e as súplicas dos filhos de Israel;
porque
perverteram o seu caminho,
e
se esqueceram do Senhor seu Deus.
Jr
3:22 Voltai, ó filhos infiéis, eu curarei a vossa infidelidade.
Responderam
eles:
Eis-nos
aqui, vimos a ti,
porque
tu és o Senhor nosso Deus.
Jr
3:23 Certamente em vão se confia nos outeiros
e
nas orgias nas montanhas;
deveras
no Senhor nosso Deus
está
a salvação de Israel.
Jr
3:24 A coisa vergonhosa, porém, devorou o trabalho de nossos pais
desde
a nossa mocidade os seus rebanhos e os seus gados
os
seus filhos e as suas filhas.
Jr
3:25 Deitemo-nos em nossa vergonha,
e
cubra-nos a nossa confusão,
porque
temos pecado contra o Senhor nosso Deus,
nós
e nossos pais, desde a nossa mocidade
até
o dia de hoje;
e
não demos ouvidos à voz do Senhor nosso Deus.
Tudo foi consumido pela coisa vergonhosa –
vs. 24 - que devorou rebanhos, gados, filhos e filhas. Uma antítese da bênção
(Dt 7.13). Era comum sacrificar crianças a deuses pagãos (Jr 7.31) que faziam
Judá se aprofundar cada vez mais no mais terrível pecado.
No vs. 25, ocorre um reconhecimento de sua
vergonha e o porquê de sua confusão. Judá tinha pecado contra o Senhor seu
Deus, desde a sua mocidade até aqueles dias sem dar ouvidos à voz do Senhor seu
Deus.
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