Entraremos agora na terceira parte, de
nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG.
III. PLEITO INICIAL CONTRA JUDÁ (2.1-3.5).
Nós já vimos, no preâmbulo, que Jeremias
recebeu inspiração e autoridade do Senhor para ministrar ao povo de Deus
durante os vários anos de sua vida como profeta. Vimos também, na parte dois que
fala de seu chamado, que apesar da relutância de Jeremias em seu chamado, Deus
o chamou para profetizar. Agora, na parte três, Jeremias vai relatar como Deus
declarou Judá culpada de graves violações.
Dos versos de 2.1 até 33.26, que
envolvem os capítulos de III a XIII, veremos os temas centrais do ministério do
profeta. Ele anunciou a palavra de Deus com respeito:
·Aos
julgamentos vindouros.
·Ao
exílio.
·À
restauração do exílio.
Dos versos de 2.1 até ao 6.30, que envolvem
as partes III. PLEITO INICIAL CONTRA JUDÁ (2.1-3.5) e IV. OS PECADOS E
JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30), os discursos do profeta correspondem ao seu
ministério durante o reinado de Josias (3.6). Essas argumentações destacam os
pecados repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, por
fim, à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Dos versos de 2.1 até ao 3.5, veremos a
partir de agora. Trata-se da parte III - O pleito inicial contra Judá.
Essas profecias são feitas no contexto do
tribunal divino, do qual é feita a convocação e as acusações. Como em muitos
pleitos legais desse tipo, Deus ressalta os pecados do povo, enfatizando a sua
bondade para com ele. O profeta emprega várias imagens sexuais vívidas a fim de
chamar a atenção para o envolvimento dos judaístas com rituais de fertilidade
cananeus.
Novamente veio ao profeta a
palavra do Senhor que é como a uma vara de amendoeira, porque o Senhor vela
sobre ela para a cumprir. (Jr 1:12; 2:1).
Deus ordena ao profeta que vá a Jerusalém e
se dirija a ela. Na língua hebraica, o gênero das cidades é feminino, de modo
que o poeta personifica Jerusalém como uma mulher (7.29).
O próprio Deus assume a posição de
acusador; posteriormente, ele falará como juiz. A sua devoção da mocidade
revela fidelidade dentro de um relacionamento — pessoal ou pactual —, como
entre o Senhor e Israel/Judá (Lm 3.22). O relacionamento inicial de Israel com
o Senhor (no deserto, depois de fugir do Egito) é lembrado como puro e
dedicado, semelhante àquele de uma noiva com o seu noivo (cf. Os 2.14-16).
Israel era nesse tempo santo e primícias de
sua novidade. Esses termos são extraídos do âmbito da adoração. Israel era
"consagrado", ou seja, santo, dedicado ao Senhor (Ez 22.26). As
ofertas ao Senhor deveriam consistir das "primícias" (Dt 26.2; Os
9.10) que eram consideradas de qualidade superior. Por isso que os que a devoravam
eram tidos por culpados de manusearem coisas santas sem autorização.
A casa de Jacó e todas as famílias da casa
de Israel estão sendo convocadas pelo “ouvi a palavra do Senhor” ao tribunal
celestial de Deus e, possivelmente, a um julgamento (7.2; 17.20; 19.3; Is 1.10;
Os 4.1; Am 7.16).
Que dizia profeticamente “Assim diz o
SENHOR.” Que era uma fórmula típica de um mensageiro, empregada pelos profetas
(cf. Is 7.7; Ez 2.4) para afirmar que estavam proferindo a palavra de Deus. Nietzsche,
zombando e mesmo anunciando a morte de Deus, empregou uma frase semelhante, em
parodia “Assim falou Zaratustra”.
O que o Senhor dizia? Que o povo estava
vendo injustiças no Senhor e por isso indo após a vaidade – vs. 5 -,
tornando-se desta forma levianos. Eles mesmos não perguntavam nem por ele, nem
se lembravam dos grandes feitos – vs. 6 - que o Senhor tinha realizado há pouco
com seu povo no deserto.
Esse era um típico comportamento evasivo de
quem amava o pecado e procurava desculpas para cada vez mais se aprofundar
nele, no pecado. Em função disso precisavam acusar a Deus pela sua situação
difícil.
Apesar de tudo, Deus os introduziu numa
terra fértil, na esperança de comerem o seu fruto e desfrutarem do seu bem, mas
quando entraram procuraram ser como as outras nações. Há um grande contraste
entre o deserto e a terra fértil em Dt 8.7-10,15-16. O povo santo de Deus (Dt
7.6) habitava na terra que Deus lhes havia dado como herança. A terra podia ser
"contaminada" ou violada pelos pecados praticados dentro dela.
Os sacerdotes que tratavam da lei e que
deveriam buscar ao Senhor não perguntavam por ele – vs. 8. É possível que esses
sacerdotes se tratem de uma referência ao mesmo grupo de pessoas (18.18; Dt
31.9), ou que os últimos constituíssem um grupo de escribas (8.8).
Governadores ou pastores (um termo usado
com frequência para governantes - 23.1-4 -, conforme a versão), e profetas (um
grupo oficial ao qual Jeremias se opôs em várias ocasiões devido à apostasia
desses indivíduos - 23.9-40; 28) prevaricaram e profetizaram por Baal gerando coisas
de nenhum proveito.
Em razão disso o Senhor contenderia,
pleitearia contra eles. A metáfora do tribunal é retomada (vs. 5; Os 4.1; Mq
6.1-2).
Foram orientados a passarem às ilhas, verem
e atentarem bem. Ou seja, para Chipre e as regiões costeiras a oeste, lugares
que representam o Oriente e o Ocidente, respectivamente. Deus considerava
impensável que, enquanto outras nações eram fiéis aos seus falsos deuses, Judá
era infiel a ele.
As nações que seguem deuses que não são
deuses são fiéis a eles que nada podem fazer, enquanto Judá, que servia o Deus
vivo, era infiel a ele. Trocaram a glória de Deus por nada, por algo que é de
nenhum proveito.
No vs. 12, Jeremias convoca os céus e a
terra para testemunharem no tribunal (Dt 30.19; 31.28; 32.1).
Jeremias enfatiza a seriedade do pecado de
Judá, no vs. 13. Dois graves erros teriam eles cometido:
1.Deixaram
ao Senhor, o manancial de águas vivas.
2.Cavaram,
para si, cisternas rotas que não retêm água.
Os judaístas haviam abandonado a Deus e
colocado outros deuses em seu lugar. Somente Deus provê a água vivificadora (Is
55.1; Jn 4.10; 7.37-39). Quando o reboco interno das cisternas se deteriorava,
elas deixavam a água dentro delas vazar. Do mesmo modo, os falsos deuses não
podiam suprir as necessidades do povo.
De filhos pela criação, Israel era agora
escravo que estaria fugindo dos seus inimigos. No vs. 15, os leões, provavelmente
são uma referência a inimigos (cf. 4.7) e um retrato introdutório da desolação
provocada por mãos hostis.
Mênfis e Tafnes eram cidades do Egito e até
os seus filhos quebraram o alto da cabeça ou "a coroa da cabeça".
Possivelmente, uma referência a Josias, que foi morto pelo Faraó Neco em Megido
em 609 a.C. (2Rs 23.29). O território de Canaã foi disputado pelo Egito e pela
Babilônia de 609 a 605 a.C.
Essas coisas aconteceram por que deixaram o
Senhor e lhes sobrevieram essas coisas por pura consequência de seus atos tresloucados.
E agora, o que adianta o Egito ou a Assíria?
Israel e Judá persistiram no pecado de buscar socorro em alianças políticas e
não no Senhor (Is 7.3-9).
Em 2Rs 18.31 o comandante de campo assírio
se vangloria de que a Assíria é mais confiável do que o Senhor para suprir as
necessidades básicas do seu povo.
Infidelidades, malícias, apostasias é o
oposto de voltar-se para o Senhor, o cerne do arrependimento. Ao invés de se
voltarem para Deus, eles repetidamente iriam se voltar para outros deuses. Em Os
14.4 a mesma palavra – infidelidade - é usada.
Eles mesmos quebraram o jugo, romperam as
ataduras e disseram que não serviriam ao Senhor. Em lugares típicos de
santuários dedicados aos deuses de Canaã (veja Dt 12.2; 1Rs 14.23) e debaixo de
toda árvore frondosa, se deitaram para prostituições. O culto cananeu envolvia
rituais de prostituição, de modo que o reino infiel de Judá é retratado como
uma prostituta (cf. Ez 23.1-8; Os 3.1-5; 4.10-14) pelo seu envolvimento,
interesse e busca.
Fora o Senhor que tinha plantado ela como
uma vide excelente. Essa ilustração da vinha é usada com frequência para Israel
(SI 80.8-16; Is 5.1-7; Ez 17.1-10). Somente Jesus Cristo é a videira verdadeira
e aqueles que permanecem nele são os seus ramos (Jn 15.1-8). Os ramos que derem
frutos, serão limpos para produzirem mais frutos ainda, mas os outros ramos que
não derem frutos, os bravos, literalmente "estrangeira", são os que
se tornaram para ele uma planta degenerada, de vida estranha, indicando as
práticas religiosas pagãs.
A sua iniquidade é tão profunda que não
adianta lavagem alguma. Como tirar
pecados de uma alma acostumada com eles? A lavagem dos pecados somente será
eficaz se for acompanhada de fé e arrependimento sinceros, com base no sangue
da aliança eterna (Is 53.4-6; Hb 9.11-15; 13.20).
No entanto, ela nem se sente contaminada e
se justifica dizendo: - como andei eu após Baal? Mas, deixou seus rastros no
vale, provavelmente uma referência ao vale de Hinom, logo ao sul de Jerusalém,
onde ocorriam práticas cultuais abomináveis (cf. 7.31). Tal como uma dromedária,
uma fêmea jovem, caracteristicamente irresoluta, estava pronta a seguir
qualquer impulso novo. E, como uma jumenta selvagem – vs. 24 – seu desejo era
mesmo insaciável.
Jeremias caracteriza com essas figuras a
desobediência de Judá de modo bastante apropriado como desejos lascivos, pois o
povo seguiu as práticas de fertilidade sensuais, imorais e indecentes dos
cananeus. A nação que deveria ser modelo e copiada, imitava as outras nações. Ela
estava se acostumando com suas práticas e prostituições, abandonando ao Senhor.
Por causa de seu pecado e apego às suas
práticas, rejeitariam ao Senhor, trocando-o pelo pau, seu pai e pela pedra, sua
mãe, mas quando vier a perseguição, procurarão por ele e ainda pedirá para o
Senhor se despertar, se levantar e os salvar.
Uma característica das religiões pagãs era
a grande quantidade de deuses, cada um à semelhança de quem os criou. Na hora
do aperto, que eles se levantem para salvar e livrar. A teimosia do povo era
muito grande a ponto de disputarem com o Senhor e assim aumentarem suas
transgressões.
O Senhor por seu amor, graça e misericórdia
ainda castigou os seus filhos, mas nem aceitaram a sua correção. Ao invés de se
arrependerem e se voltarem para o Senhor, preferiram devorarem os profetas como
um leão destruidor – vs. 30.
Por que Israel insistia em continuar a
fugir do Senhor? Seria o Senhor um deserto para eles ou uma terra de espessa
escuridão – vs. 31? A resposta deles era que estavam à vontade e não mais
tornariam ao Senhor.
Nem a virgem esquece dos seus enfeites, nem
a esposa de seus cendais, pois esquecer de tais coisas é praticamente
impossível e, no entanto, Judá fez algo impensável: se esqueceu de Deus e isso
por dias sem conta! Deus não se queixa apenas de que os judaístas pecaram, mas
de que se esqueceram dele por um longo tempo, depois de advertências repetidas.
Então o que ainda fazem além de esquecerem
do Senhor? Ela ornamenta o seu caminho para se doar ao amor! Ela agora passa a
ser mestra de prostituições e ensina os seus caminhos até para as malignas.
Até nas orlas de seus vestidos – vs. 34 –
foi encontrado sangue dos pobres. Essa terminologia se refere à perseguição dos
fracos pelos fortes, um tema proeminente no livro do profeta Amos (Am 2.6-8;
4.1).
Ela continua a alegar inocência e a dizer
para si mesma que a fúria do Senhor se desviou dela. É como a prostituta que
come e bebe, depois lava a sua boca e diz para si mesma, não fiz nada de mal – “Tal é o
caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: não pratiquei iniquidade.” – Pv 30:20.
Jr 2:1 Veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo:
Jr
2:2 Vai, e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo:
Assim
diz o Senhor:
Lembro-me,
a favor de ti, da devoção da tua mocidade,
do
amor dos teus desposórios,
de
como me seguiste no deserto,
numa
terra não semeada.
Jr2:3
Então Israel era santo para o Senhor,
primícias
da sua novidade;
todos
os que o devoravam eram tidos por culpados;
o
mal vinha sobre eles, diz o Senhor.
Jr2:4
Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacó,
e
todas as famílias da casa de Israel;
Jr
2:5 assim diz o Senhor:
Que
injustiça acharam em mim vossos pais,
para
se afastarem de mim, indo após a vaidade,
e
tornando-se levianos?
Jr
2:6 Eles não perguntaram:
Onde
está o Senhor, que nos fez subir da terra do Egito?
que
nos enviou através do deserto,
por
uma terra de charnecas e de covas,
por
uma terra de sequidão e densas trevas,
por
uma terra em que ninguém transitava,
nem
morava?
Jr
2:7 E eu vos introduzi numa terra fértil,
para
comerdes o seu fruto e o seu bem;
mas
quando nela entrastes,
contaminastes
a minha terra,
e
da minha herança fizestes uma abominação.
Jr2:8
Os sacerdotes não disseram:
Onde
está o Senhor?
E
os que tratavam da lei não me conheceram,
e
os governadores prevaricaram contra mim,
e
os profetas profetizaram por Baal,
e
andaram após o que é de nenhum proveito.
Jr2:9
Portanto ainda contenderei convosco, diz o Senhor;
e
até com os filhos de vossos filhos contenderei.
Jr2:10
Pois passai às ilhas de Quitim, e vede;
enviai
a Quedar, e atentai bem;
vede
se jamais sucedeu coisa semelhante.
Jr2:11
Acaso trocou alguma nação os seus deuses,
que
contudo não são deuses?
Mas
o meu povo trocou a sua glória
por
aquilo que é de nenhum proveito.
Jr2:12
Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos!
ficai
verdadeiramente desolados, diz o Senhor.
Jr2:13
Porque o meu povo fez duas maldades:
a
mim me deixaram, o manancial de águas vivas,
e
cavaram para si cisternas, cisternas rotas,
que
não retêm as águas.
Jr2:14
Acaso é Israel um servo? E ele um escravo nascido em casa?
Por
que, pois, veio a ser presa?
15
Os leões novos rugiram sobre ele, e levantaram a sua voz;
e
fizeram da terra dele uma desolação;
as
suas cidades se queimaram,
e
ninguém habita nelas.
Jr2:16
Até os filhos de Mênfis e de Tapanes te quebraram
o
alto da cabeça.
Jr2:17
Porventura não trouxeste isso sobre ti mesmo,
deixando
o Senhor teu Deus no tempo
em
que ele te guiava pelo caminho?
18
Agora, pois, que te importa a ti o caminho do Egito,
para
beberes as águas do Nilo?
e
que te importa a ti o caminho da Assíria,
para
beberes as águas do Eufrates?
19
A tua malícia te castigará, e as tuas apostasias te repreenderão;
sabe,
pois, e vê, que má e amarga coisa é
o
teres deixado o Senhor teu Deus,
e
o não haver em ti o temor de mim,
diz
o Senhor Deus dos exércitos.
Jr2:20
Já há muito quebraste o teu jugo, e rompeste as tuas ataduras,
e
disseste:
Não
servirei:
Pois
em todo outeiro alto e debaixo de toda
árvore
frondosa te deitaste,
fazendo-te
prostituta.
Jr2:21
Todavia eu mesmo te plantei como vide excelente,
uma
semente inteiramente fiel;
como,
pois, te tornaste para mim uma planta
degenerada,
de vida estranha?
22
Pelo que, ainda que te laves com salitre, e uses muito sabão,
a
mancha da tua iniqüidade está diante de mim,
diz
o Senhor Deus.
Jr2:23
Como dizes logo:
Não
estou contaminada nem andei após Baal?
Vê
o teu caminho no vale, conhece o que fizeste;
dromedária
ligeira és,
que
anda torcendo os seus caminhos;
24
asna selvagem acostumada ao deserto
e
que no ardor do cio sorve o vento;
quem
lhe pode impedir o desejo?
Dos
que a buscarem, nenhum precisa cansar-se;
pois
no mês dela, achá-la-ão.
Jr2:25
Evita que o teu pé ande descalço,
e
que a tua garganta tenha sede. Mas tu dizes:
Não
há esperança;
porque
tenho amado os estranhos,
e
após eles andarei.
Jr2:26
Como fica confundido o ladrão quando o apanham,
assim
se confundem os da casa de Israel;
eles,
os seus reis, os seus príncipes,
e
os seus sacerdotes, e os seus profetas,
27
que dizem ao pau:
Tu
és meu pai;
e
à pedra:
Tu
me geraste.
Porque
me viraram as costas, e não o rosto;
mas
no tempo do seu aperto dir-me-ão:
Levanta-te,
e salvamos.
Jr2:28
Mas onde estão os teus deuses que fizeste para ti?
Que
se levantem eles, se te podem livrar no tempo
da
tua tribulação; porque os teus deuses, ó Judá,
são
tão numerosos como as tuas cidades.
Jr2:29
Por que disputais comigo?
Todos
vós transgredistes contra mim diz o Senhor.
Jr2:30
Em vão castiguei os vossos filhos;
eles
não aceitaram a correção;
a
vossa espada devorou os vossos profetas
como
um leão destruidor.
Jr2:31
Ó geração, considerai vós a palavra do Senhor:
Porventura
tenho eu sido para Israel um deserto?
ou
uma terra de espessa escuridão?
Por
que pois diz o meu povo:
Andamos
à vontade; não tornaremos mais a ti?
32
Porventura esquece-se a virgem dos seus enfeites,
ou
a esposa dos seus cendais?
todavia
o meu povo se esqueceu de mim
por
inumeráveis dias.
Jr2:33
Como ornamentas o teu caminho, para buscares o amor!
de
sorte que até às malignas ensinaste os teus caminhos.
Jr2:34
Até nas orlas dos teus vestidos se achou o sangue
dos
pobres inocentes; e não foi no lugar do arrombamento
que
os achaste; mas apesar de todas estas coisas, 35
ainda dizes:
Eu
sou inocente; certamente a sua ira se desviou de mim.
Eis
que entrarei em juízo contigo, porquanto dizes:
Não
pequei.
Jr2:36
Por que te desvias tanto, mudando o teu caminho?
Também
pelo Egito serás envergonhada,
como
já foste envergonhada pela Assíria.
Jr2:37
Também daquele sairás com as mãos sobre a tua cabeça;
porque
o Senhor rejeitou as tuas confianças,
e
não prosperarás com elas.
Ela se desvia tanto mudando o seu caminho e
qual seria a razão disso? Estaria ela confiando no Egito ou na Assíria? A palavra
de juízo contra ela é que será envergonhada por um e por outro. E com as mãos
sobre as cabeças sairá delas, como os cativos de guerra. Foi o Senhor quem
rejeitou as suas confianças e deu a ordem de que não prosperará com elas.
Em nosso pequeno e humilde trabalho, estaremos
agora entrando, no segundo livro
(Jeremias), dos últimos 17 livros da Bíblia do Antigo Testamento que, justamente são os livros
proféticos.
A fonte principal
de nossas pesquisas, nas quais seguiremos sua divisão proposta, com ligeiras
alterações, é a Bíblia de Estudo de Genebra – BEG.
Autores:
Jeremias e Baruque, seu aluno e/ou escriba. Conforme o preâmbulo, o livro contém as "Palavras de Jeremias, filho de Hilquias" (1.1) que pode ter sido ajudado por Baruque em sua compilação e organização, mas não em seu conteúdo. Uma indicação do procedimento usado para reunir as várias profecias e sermões num único livro pode ser encontrada no cap. 36, onde é dito que Baruque escreveu todas as palavras ditas pelo profeta até então e as leu em público. Quando o rolo foi destruído por Jeoaquim, outro rolo mais completo foi redigido (veja 51.60).
Propósito:
Lembrar aos exilados na Babilônia os motivos de suas provações e garantir-lhes
que, ao se arrepender, o povo de Deus voltaria para a Terra Prometida com
grandes bênçãos.
Data:
580-539 a.C.
Verdades
fundamentais: O exílio na Babilônia foi merecido, pois o povo de Judá e
Jerusalém persistiu no pecado. O templo em Jerusalém não protegeria os habitantes
de Judá do julgamento de Deus contra eles por sua hipocrisia. O povo deveria
recusar os falsos profetas que proclamavam paz e segurança e aceitar a mensagem
dos verdadeiros profetas. A decisão divina de mandar o seu povo para o exílio
seria seguida de restauração maravilhosa sob uma nova aliança.
Contextualização:
Jeremias profetizou durante o reinado dos últimos monarcas de Judá:
·Josias
(640-609 a.C.).
·Jeoacaz
(609 a.C.).
·Jeoaquim
(609-598 a.C.).
·Joaquim
(598-597 a C.).
·Zedequias
(597-586 a.C.).
Israel, o Reino do Norte, já havia sido
exilado em 722 a.C. pela Assíria que, em 612 a.C., foi conquistada pela
Babilônia.
Judá, o reino sul, caiu quando a maior
parte do seu povo foi exilada na Babilônia em decorrência de deportações
iniciadas em 605 a.C. e duas invasões (597 e 586 a.C.) comandadas pelo rei Nabucodonosor.
Jeremias anunciou ao povo que essas
decisões divinas estavam para acontecer e viu o cumprimento delas.
Ele era sacerdote originário da cidade sacerdotal
de Anatote no território de Benjamim. Teve uma vida solitária devido à
sua mensagem impopular (15.17) e foi proibido por Deus de se casar como um
sinal da cessação iminente da vida normal por causa do exílio (16.2).
O profeta teve a sua vida ameaçada em
várias ocasiões (11.18-23; 18.18; 26.8; 36.19; 38.6), pois a mensagem recebida
de Deus o levou a se opor às autoridades da Terra Prometida e a praticamente
todas as classes de Judá (26.8).
Jeremias também foi procurado por alguns,
especialmente pelo rei Zedequias, em razão do seu comentário sobre o provável
resultado do investida violenta final dos exércitos babilônios (37.3,17).
Era uma época de grande instabilidade
política em que o Egito e a Babilônia estavam disputando o domínio sobre aquela
região.
Jeremias profetizou repetidamente a vitória
da Babilônia, proclamando que o Senhor usaria Nabucodonosor como instrumento do
seu castigo.
Quando Jerusalém caiu, o comandante
babilônio foi incumbido por Nabucodonosor de cuidar do profeta cuja fama havia
se espalhado até o centro do império (39.1 1-14).
Jeremias permaneceu na Terra Prometida até
que o governador Gedalias foi assassinado.
Ignorando as advertências de Jeremias
(42.1ss.) e temendo uma represália, muitos judaítas fugiram para o Egito e obrigaram
o profeta a acompanhá-los (43.1ss.).
Enquanto estava no Egito, Jeremias pregou a
palavra de Deus aos refugiados de Judá.
Na época, o profeta estava com pelo menos
setenta anos de idade e é bem provável que tenha morrido no Egito pouco tempo
depois..
Data
e ocasião - O livro foi escrito no contexto do longo conflito em Judá entre
o culto idólatra a deuses estrangeiros e a adoração verdadeira e exclusiva ao
Senhor, a fé legítima que Josias tentou restaurar em sua reforma (2Rs 22-23).
Essa reforma de Josias teve início em 628
a.C. e ganhou novo ímpeto com a descoberta do Livro de Lei em 621 a.C. (2Rs
22.8).
Jeremias recebeu o seu chamado em 626 a.C.
(1.2). Assim, o início do seu ministério coincide com a reforma promovida pelo
rei.
No entanto, como as suas profecias dão
testemunho, a reforma não exerceu um impacto duradouro sobre a vida do povo.
Jeremias advertiu que a desobediência
repetida de Judá acabaria levando o seu povo ao exílio, mas também ofereceu a
esperança da volta à Terra Prometida no devido tempo.
É provável que a edição final do livro
tenha sido realizada durante o exílio, uma vez que ele é o fato histórico mais
recente de seus registros.
Propósito e características
As fases da mensagem de Jeremias.
(1)Ele
chamou Judá a se arrepender a fim de evitar o julgamento que, de outro modo,
certamente lhe sobreviria (p. ex., 7.1-15).
(2)Anunciou
que o tempo de arrependimento havia passado e que a decisão divina contra o
povo já havia sido tomada (19.10-11). O julgamento é o tema dominante do livro,
sendo entendido como a invocação da maldição mais grave da aliança, ou seja, a
perda da Terra Prometida (Lv 26.31-33; Dt 28.49-68).
(3)O
Senhor salvaria o seu povo, ou um remanescente do mesmo, por meio do exílio (24:4-7).
Os babilônios prevaleceriam sobre Judá segundo a ordem do Senhor, mas só por
algum tempo. A Babilônia também cairia (25.9,11-12), o que de fato ocorreu em
539 a.C. quando os babilônios foram derrotados por uma coalizão de persas e
medos sob o comando de Ciro, preparando o caminho para a volta dos exilados (50
3; 51.1,27-28; 2Cr 36 20-23). Essa foi a resposta de Jeremias aos falsos
profetas que contestavam a sua mensagem de julgamento (28.2-4).
Jeremias também anunciou uma mensagem de
salvação, dirigida apenas àqueles que sobreviveriam ao julgamento (29.11-14).
·Essa
mensagem se consolidou na profecia da nova aliança (31.31-34) que é estruturada
em torno dos elementos principais da aliança mosaica no Sinai.
·Esses
elementos expressam o desejo de Deus de ter um relacionamento com o seu povo
escolhido e a exigência de reciprocidade por meio da obediência (Êx 19.3-6; Dt
7.6-11).
·A
nova aliança diz respeito à capacitação do povo de Deus para obedecê-lo (31.33;
32.39-40), e o Novo Testamento afirma explicitamente que essa promessa só se
cumpre em Cristo (31.33; cf. Lc 22.20; 1Co 11.25; Hb 8.6; 9 15; 12.24).
Jeremias,
um profeta emotivo - (Is 15:7; 22:4; Mq 1:8-9).
Ele sentiu a agonia do povo diante da aproximação dos
exércitos babilônios mesmo antes que o próprio povo a sentisse (4.19-21;
10.19-22; 14.19-22).
·Sentiu
a fúria do Senhor diante do pecado do povo (8.21-9.3).
·Expressou
angústia diante do fardo opressivo do seu chamado profético, pediu ao Senhor que
o vingasse dos seus inimigos pessoais e chegou até a acusar o Senhor de tê-lo
forçado ou enganado (15.18; 20.7).
Jeremias
como mediador
·Seu
papel de mediador é revelado de modo extremamente comovente na série de
passagens chamadas (de modo impróprio) de "confissões" do profeta
(11.18-23; 12.1-6; 15.10-21; 17.12-18; 18.19-23; 20.7-18).
·Algumas
dessas orações são respondidas por Deus com uma combinação de repreensão e
tranquilização (12.5-6; 15.19-21).
·As
palavras de incentivo dadas por Deus a Jeremias em 15.19-21 são repetidas
posteriormente numa oração de Efraim, que recebeu a sua própria resposta
(31.18-20).
·As
boas intenções do Senhor para com Jeremias se tornam, portanto, uma
garantia da fidelidade que
ele planeja demonstrar para com todo o seu povo, tanto durante o julgamento
vindouro como depois do mesmo.
Estilos
literários em Jeremias
·Oráculos
poéticos anunciados pelo profeta (caps. 2-6).
·Sermão
ou prosa (7.1-15).
·Narrativas
na terceira pessoa do singular (caps. 37-45), e um anexo editorial (p. ex.,
cap. 52; 51.64).
Organização
do livro
·Temática
e não cronológica.
Por
exemplo, os caps. 21-24 mostram profecias de Josias até Zedequias, mas sem
incluir este último. Do mesmo modo, os caps. 35-36 voltam a Jeoaquim, depois de
apresentar cenas envolvendo Zedequias, seu sucessor.
Cristo
em Jeremias
·Na
certeza de restauração do exílio expressada pelo profeta.
·Na
entrada do povo de Deus num novo período da aliança repleto de bênçãos de Deus,
onde Jesus:
üÉ
o Senhor da nova aliança (Lc 22.20; Hb 8.8; 9.5; 12.24). üÉ
o filho de Davi. üÉ
o Sacerdote que deu início às maravilhas dos últimos dias com o seu ministério
aqui na terra. Nos dias de hoje, ele continua realizando essa obra de
restauração que será completada quando ele voltar em glória.
Divisão
proposta do livro de Jeremias
Seguiremos a mesma estruturação proposta
pela BEG para a divisão do livro de Jeremias ao qual iniciaremos hoje.
I. PREÂMBULO (1.1-3).
II. O CHAMADO DE JEREMIAS
(1.4-19).
III. PLEITO INICIAL CONTRA JUDÁ
(2.1-3.5).
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE
JUDÁ (3.6-6.30).
V. O TEMPLO (7.1-10.25).
VI. A QUEBRA DA ALIANÇA
(11.1-13.27).
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA
SECA (14.1-15.21).
VIII. SÍMBOLOS DO JULGAMENTO
VINDOURO (16.1-17.18).
IX. UM SERMÃO SOBRE O SÁBADO
(17.19-27).
X. DEUS COMO OLEIRO (18.1-20.18).
XI. JULGAMENTO E ESPERANÇA NOS
ÚLTIMOS DIAS DE JUDÁ (21.1-24.10).
XII. A SEVERIDADE E DURAÇÃO DO
EXÍLIO (25.1-29.32).
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO
(30.1-33.26).
XIV. TRANSGRESSÕES E JULGAMENTOS
REPRESENTATIVOS (34.1-36.32).
XV. OS ENCONTROS FINAIS E A QUEDA
DE JERUSALÉM (37.1-39.18).
XVI. DEPOIS DA QUEDA (40.1-45.5).
XVII. ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES
(46.1-51.64).
XVIII. EXÍLIO E LIBERTAÇÃO DA
PRISÃO (52.1-34)
Jeremias 1:1-19 - JEREMIAS, O PROFETA CHORÃO
Começaremos, doravante, a ver os 57
capítulos de Jeremias., sendo 52 de seu livro e 5 de Lamentações de Jeremias. Será
um grande desafio e uma opurtinidade ímpar de crescimento bíblico.
I. PREÂMBULO (1.1-3).
O ministério profético de Jeremias se
estendeu por um período de quarenta anos que se encerrou durante o exílio do
povo de Judá na Babilônia. Ao longo desses anos, a palavra do Senhor veio ao
profeta repetidamente (25.3).
Essas "palavras" incluem os
oráculos anunciados pelo profeta (cf. Dt 1.1; Am 1.1).
Jeremias era filho de Hilquias, um dos sacerdotes
que estavam em Anatote. Anatote era uma cidade de sacerdotes desde tempos
remotos (Js 21.17-18; cf. Jr 11.21-23). Jeremias era, portanto, tanto profeta
como sacerdote.
A ele, Jeremias, veio a palavra do Senhor (expressão
comum no início dos livros proféticos - cf. Os 1.1; JI 1.1; Mq 1.1):
·Nos
dias do rei Josias (13º ano de seu reinado, por volta de 626 a.C.), um rei piedoso
que em 628 a.C. iniciou uma grande reforma religiosa (2Rs 22-23; 2Cr 34-35).
·Nos
dias dos reis Jeoaquim e Zedequias – não se menciona os reis Jeoacaz e Joaquim
- até que Jerusalém foi levada cativa no quinto mês. Todos eles rejeitaram as
palavras de Jeremias (veja os caps. 24; 36).
II. O CHAMADO DE JEREMIAS (1.4-19).
O livro começa com um relato da ocasião em
que Deus conferiu autoridade a Jeremias. Deus chamou Jeremias para o ministério
profético de anunciar o julgamento divino sobre Judá por causa da idolatria.
A criação e a eleição de Jeremias por Deus
estavam associadas. A posição profética de Jeremias era fundamentada no fato de
ele ter sido escolhido por Deus antes do seu nascimento.
Observar o mesmo significado no relato do
nascimento de Moisés (Êx 2) e nas palavras de Paulo (Gl 1.15).
Em geral, um profeta era uma pessoa que
anunciava as palavras de Deus. Moisés foi o profeta prototípico (Dt 18.14-22).
No tempo de Jeremias, o termo profeta havia adquirido o significado de um representante
de Deus, o Rei, junto aos seus servos.
Embora a mensagem de Jeremias fosse dirigida
principalmente a Judá, ele também proferiu palavras de julgamento para outras
nações (25.8-37; caps. 46-51).
Jeremias objeta ao Senhor da mesma forma
que Moisés. (Êx 4.10). Assim, como Moisés, Jeremias era humilde, e não autoconfiante.
Ele se achava criança, no sentido de se sentir imaturamente desqualificado para
sua missão. (1 Rs 3.7).
Porém, Deus o consola, o conforta e o tranquiliza
com uma expressão muito comum de Deus para aqueles a quem ele chama ou se
manifesta “Não Temas”, “eu sou contigo”. Deus ainda o tranquilizará em outras
oportunidades (10.5; 30.10; cf. Is 43.1; 1.c 12.32).
O Senhor prometeu acompanhar o seu povo em
tempos de guerra e, como no caso de Jeremias, em tempos de aflição (Êx 3.12; Is
7.14; Mt 1.23; 28.20).
Depois, toca-lhe na boca, simbolizando a
sua consagração para anunciar as palavras do Senhor (Is 6.7). É na boca de
Jeremias que Deus coloca as suas palavras. (Êx 4.15; 2Pe 1.21).
Jeremias seria portador de palavras de
salvação, mas também de juízo. Essas imagens enfatizam a mensagem de
destruição, mas também preveem a reconstrução a ser feita pelo Senhor. A
narrativa do chamado prepara para o ministério do profeta em sua totalidade
variada. Ele pronunciaria palavras de julgamento que levariam à destruição e ao
exílio, mas também diria palavras auspiciosas de retorno e restauração após o
exílio.
A primeira palavra que lhe vem é uma
palavra sobre a própria palavra – vs. 11. Palavra essa também associada à uma
visão (Am 7.8). Ele viu bem. Ele viu como Deus é zeloso para fazer cumprir toda
a sua palavra, quer isso agradasse ou não quem fosse recebê-las.
Ele também vê uma panela ao fogo,
derramando-se para o norte. Como a primeira visão, a segunda também declara o
julgamento vindouro. Jeremias precisava crer na mensagem a fim de proclamá-la.
Deus lhe explica as visões e significados:
seria do norte que viria o mal. Embora a Babilônia ficasse a leste, os seus
exércitos avançariam sobre Judá pelo norte, porque essa era a via de acesso
natural.
Deus mesmo estaria chamando eles para
executarem o juízo sobre as cidades de Judá. Uma referência à obra Deus em
relação ao seu povo da aliança (11.2) pela qual ele invocava as maldições da
aliança (Dt 28.15-68).
Eles tinham deixado o Deus vivo para irem
atrás de deuses estranhos. Judá havia abandonado o Deus verdadeiro para servir
a ídolos. Jeremias volta a esse tema repetidamente.
Eles queimaram incenso a deuses estranhos e
adoraram as obras das suas mãos. A argumentação é clara. O culto prestado a
deuses feitos por mãos humanas era o cúmulo da insensatez (Is 46.6).
Deus lhe manda então cingir os lombos, ou
melhor, estar preparado para a batalha ou para algum trabalho vigoroso (1 Rs
18.46; cf. Is 5.27). Jeremias estava prestes a ingressar num ministério
extremamente difícil.
Deus estaria revestindo o profeta e
tornando-o forte contra toda a terra e contra os reis de Judá. As acusações de
Jeremias abrangeriam a sociedade de Judá como um todo, desde as classes mais
altas até as mais baixas.
Por isso, haveriam de pelejarem contra ele,
mas Deus seria com o profeta. Jeremias está prestes a ingressar numa guerra
pessoal, mas não precisava temer a derrota, pois Deus promete acompanhá-lo.
Jr 1:1 As palavras de Jeremias,
filho
de Hilquias,
um
dos sacerdotes que estavam em Anatote,
na
terra de Benjamim;
Jr
1:2 ao qual veio a palavra do Senhor,
nos
dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá,
no
décimo terceiro ano do seu reinado;
Jr
1: 3 e lhe veio também nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias,
rei
de Judá, até o fim do ano undécimo de Zedequias,
filho
de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém
foi
levada em cativeiro no quinto mês
Jr 1:4 Ora veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Jr
1:5 Antes que eu te formasse no ventre te conheci,
e
antes que saísses da madre te santifiquei;
às
nações te dei por profeta
Jr
1:6 Então disse eu:
Ah,
Senhor Deus! Eis que não sei falar;
porque
sou um menino
Jr
1:7 Mas o Senhor me respondeu:
Não
digas: Eu sou um menino; porque a todos
a
quem eu te enviar, irás;
e
tudo quanto te mandar dirás
Jr
1:8 Não temas diante deles; pois eu seu contigo para te livrar,
diz
o Senhor
Jr
1:9 Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca;
e
disse-me o Senhor:
Eis
que ponho as minhas palavras na tua boca
Jr
1:10 Olha, ponho-te neste dia sobre as nações,
e
sobre os reinos, para arrancares e derribares,
para
destruíres e arruinares;
e
também para edificares e plantares
Jr
1:11 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Que
é que vês, Jeremias?
Eu
respondi: Vejo uma vara de amendoeira
Jr
1:12 Então me disse o Senhor:
Viste
bem; porque eu velo sobre a minha palavra
para
a cumprir
Jr
1:13 Veio a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo:
Que
é que vês?
E
eu disse: Vejo uma panela a ferver,
que
se apresenta da banda do norte
Jr
1:14 Ao que me disse o Senhor:
Do
norte se estenderá o mal
sobre
todos os habitantes da terra
Jr
1:15 Pois estou convocando todas as famílias dos reinos do norte,
diz
o Senhor; e, vindo, porá cada um o seu trono
à
entrada das portas de Jerusalém,
e
contra todos os seus muros em redor
e
contra todas as cidades de Judá
Jr
1:16 E pronunciarei contra eles os meus juízos,
por
causa de toda a sua malícia;
pois
me deixaram a mim, e queimaram incenso
a
deuses estranhos,
e
adoraram as obras das suas mãos
Jr
1:17 Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te,
e
dêem-lhes tudo quanto eu te ordenar;
não
desanimes diante deles,
para
que eu não te desanime diante deles
Jr
1:18 Eis que hoje te ponho como cidade fortificada,
e
como coluna de ferro e muros de bronze
contra
toda a terra, contra os reis de Judá,
contra
os seus príncipes, contra os seus sacerdotes,
e
contra o povo da terra
Jr
1:19 E eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão;
porque
eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.
Jeremias estaria assumindo um papel muito
difícil em sua época onde procurariam de todas as formas calar a sua voz
profética. Jeremias seria essa cidade fortificada com colunas de ferro e muros
de bronze, não só contra Judá, mas contra toda a terra, contra os reis, contra
os príncipes, contra os sacerdotes, contra todo o povo da terra.
Eles não iriam se contentar em se lhe opor,
mas pelejariam contra ele, no entanto, Deus não permitirá que prevaleçam,
porque ele é com o profeta que ele está enviando, por sua pura graça e
misericórdia.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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