Em nosso pequeno e humilde trabalho, estaremos
agora entrando, no segundo livro
(Jeremias), dos últimos 17 livros da Bíblia do Antigo Testamento que, justamente são os livros
proféticos.
A fonte principal
de nossas pesquisas, nas quais seguiremos sua divisão proposta, com ligeiras
alterações, é a Bíblia de Estudo de Genebra – BEG.
Autores:
Jeremias e Baruque, seu aluno e/ou escriba. Conforme o preâmbulo, o livro contém as "Palavras de Jeremias, filho de Hilquias" (1.1) que pode ter sido ajudado por Baruque em sua compilação e organização, mas não em seu conteúdo. Uma indicação do procedimento usado para reunir as várias profecias e sermões num único livro pode ser encontrada no cap. 36, onde é dito que Baruque escreveu todas as palavras ditas pelo profeta até então e as leu em público. Quando o rolo foi destruído por Jeoaquim, outro rolo mais completo foi redigido (veja 51.60).
Propósito:
Lembrar aos exilados na Babilônia os motivos de suas provações e garantir-lhes
que, ao se arrepender, o povo de Deus voltaria para a Terra Prometida com
grandes bênçãos.
Data:
580-539 a.C.
Verdades
fundamentais: O exílio na Babilônia foi merecido, pois o povo de Judá e
Jerusalém persistiu no pecado. O templo em Jerusalém não protegeria os habitantes
de Judá do julgamento de Deus contra eles por sua hipocrisia. O povo deveria
recusar os falsos profetas que proclamavam paz e segurança e aceitar a mensagem
dos verdadeiros profetas. A decisão divina de mandar o seu povo para o exílio
seria seguida de restauração maravilhosa sob uma nova aliança.
Contextualização:
Jeremias profetizou durante o reinado dos últimos monarcas de Judá:
·Josias
(640-609 a.C.).
·Jeoacaz
(609 a.C.).
·Jeoaquim
(609-598 a.C.).
·Joaquim
(598-597 a C.).
·Zedequias
(597-586 a.C.).
Israel, o Reino do Norte, já havia sido
exilado em 722 a.C. pela Assíria que, em 612 a.C., foi conquistada pela
Babilônia.
Judá, o reino sul, caiu quando a maior
parte do seu povo foi exilada na Babilônia em decorrência de deportações
iniciadas em 605 a.C. e duas invasões (597 e 586 a.C.) comandadas pelo rei Nabucodonosor.
Jeremias anunciou ao povo que essas
decisões divinas estavam para acontecer e viu o cumprimento delas.
Ele era sacerdote originário da cidade sacerdotal
de Anatote no território de Benjamim. Teve uma vida solitária devido à
sua mensagem impopular (15.17) e foi proibido por Deus de se casar como um
sinal da cessação iminente da vida normal por causa do exílio (16.2).
O profeta teve a sua vida ameaçada em
várias ocasiões (11.18-23; 18.18; 26.8; 36.19; 38.6), pois a mensagem recebida
de Deus o levou a se opor às autoridades da Terra Prometida e a praticamente
todas as classes de Judá (26.8).
Jeremias também foi procurado por alguns,
especialmente pelo rei Zedequias, em razão do seu comentário sobre o provável
resultado do investida violenta final dos exércitos babilônios (37.3,17).
Era uma época de grande instabilidade
política em que o Egito e a Babilônia estavam disputando o domínio sobre aquela
região.
Jeremias profetizou repetidamente a vitória
da Babilônia, proclamando que o Senhor usaria Nabucodonosor como instrumento do
seu castigo.
Quando Jerusalém caiu, o comandante
babilônio foi incumbido por Nabucodonosor de cuidar do profeta cuja fama havia
se espalhado até o centro do império (39.1 1-14).
Jeremias permaneceu na Terra Prometida até
que o governador Gedalias foi assassinado.
Ignorando as advertências de Jeremias
(42.1ss.) e temendo uma represália, muitos judaítas fugiram para o Egito e obrigaram
o profeta a acompanhá-los (43.1ss.).
Enquanto estava no Egito, Jeremias pregou a
palavra de Deus aos refugiados de Judá.
Na época, o profeta estava com pelo menos
setenta anos de idade e é bem provável que tenha morrido no Egito pouco tempo
depois..
Data
e ocasião - O livro foi escrito no contexto do longo conflito em Judá entre
o culto idólatra a deuses estrangeiros e a adoração verdadeira e exclusiva ao
Senhor, a fé legítima que Josias tentou restaurar em sua reforma (2Rs 22-23).
Essa reforma de Josias teve início em 628
a.C. e ganhou novo ímpeto com a descoberta do Livro de Lei em 621 a.C. (2Rs
22.8).
Jeremias recebeu o seu chamado em 626 a.C.
(1.2). Assim, o início do seu ministério coincide com a reforma promovida pelo
rei.
No entanto, como as suas profecias dão
testemunho, a reforma não exerceu um impacto duradouro sobre a vida do povo.
Jeremias advertiu que a desobediência
repetida de Judá acabaria levando o seu povo ao exílio, mas também ofereceu a
esperança da volta à Terra Prometida no devido tempo.
É provável que a edição final do livro
tenha sido realizada durante o exílio, uma vez que ele é o fato histórico mais
recente de seus registros.
Propósito e características
As fases da mensagem de Jeremias.
(1)Ele
chamou Judá a se arrepender a fim de evitar o julgamento que, de outro modo,
certamente lhe sobreviria (p. ex., 7.1-15).
(2)Anunciou
que o tempo de arrependimento havia passado e que a decisão divina contra o
povo já havia sido tomada (19.10-11). O julgamento é o tema dominante do livro,
sendo entendido como a invocação da maldição mais grave da aliança, ou seja, a
perda da Terra Prometida (Lv 26.31-33; Dt 28.49-68).
(3)O
Senhor salvaria o seu povo, ou um remanescente do mesmo, por meio do exílio (24:4-7).
Os babilônios prevaleceriam sobre Judá segundo a ordem do Senhor, mas só por
algum tempo. A Babilônia também cairia (25.9,11-12), o que de fato ocorreu em
539 a.C. quando os babilônios foram derrotados por uma coalizão de persas e
medos sob o comando de Ciro, preparando o caminho para a volta dos exilados (50
3; 51.1,27-28; 2Cr 36 20-23). Essa foi a resposta de Jeremias aos falsos
profetas que contestavam a sua mensagem de julgamento (28.2-4).
Jeremias também anunciou uma mensagem de
salvação, dirigida apenas àqueles que sobreviveriam ao julgamento (29.11-14).
·Essa
mensagem se consolidou na profecia da nova aliança (31.31-34) que é estruturada
em torno dos elementos principais da aliança mosaica no Sinai.
·Esses
elementos expressam o desejo de Deus de ter um relacionamento com o seu povo
escolhido e a exigência de reciprocidade por meio da obediência (Êx 19.3-6; Dt
7.6-11).
·A
nova aliança diz respeito à capacitação do povo de Deus para obedecê-lo (31.33;
32.39-40), e o Novo Testamento afirma explicitamente que essa promessa só se
cumpre em Cristo (31.33; cf. Lc 22.20; 1Co 11.25; Hb 8.6; 9 15; 12.24).
Jeremias,
um profeta emotivo - (Is 15:7; 22:4; Mq 1:8-9).
Ele sentiu a agonia do povo diante da aproximação dos
exércitos babilônios mesmo antes que o próprio povo a sentisse (4.19-21;
10.19-22; 14.19-22).
·Sentiu
a fúria do Senhor diante do pecado do povo (8.21-9.3).
·Expressou
angústia diante do fardo opressivo do seu chamado profético, pediu ao Senhor que
o vingasse dos seus inimigos pessoais e chegou até a acusar o Senhor de tê-lo
forçado ou enganado (15.18; 20.7).
Jeremias
como mediador
·Seu
papel de mediador é revelado de modo extremamente comovente na série de
passagens chamadas (de modo impróprio) de "confissões" do profeta
(11.18-23; 12.1-6; 15.10-21; 17.12-18; 18.19-23; 20.7-18).
·Algumas
dessas orações são respondidas por Deus com uma combinação de repreensão e
tranquilização (12.5-6; 15.19-21).
·As
palavras de incentivo dadas por Deus a Jeremias em 15.19-21 são repetidas
posteriormente numa oração de Efraim, que recebeu a sua própria resposta
(31.18-20).
·As
boas intenções do Senhor para com Jeremias se tornam, portanto, uma
garantia da fidelidade que
ele planeja demonstrar para com todo o seu povo, tanto durante o julgamento
vindouro como depois do mesmo.
Estilos
literários em Jeremias
·Oráculos
poéticos anunciados pelo profeta (caps. 2-6).
·Sermão
ou prosa (7.1-15).
·Narrativas
na terceira pessoa do singular (caps. 37-45), e um anexo editorial (p. ex.,
cap. 52; 51.64).
Organização
do livro
·Temática
e não cronológica.
Por
exemplo, os caps. 21-24 mostram profecias de Josias até Zedequias, mas sem
incluir este último. Do mesmo modo, os caps. 35-36 voltam a Jeoaquim, depois de
apresentar cenas envolvendo Zedequias, seu sucessor.
Cristo
em Jeremias
·Na
certeza de restauração do exílio expressada pelo profeta.
·Na
entrada do povo de Deus num novo período da aliança repleto de bênçãos de Deus,
onde Jesus:
üÉ
o Senhor da nova aliança (Lc 22.20; Hb 8.8; 9.5; 12.24). üÉ
o filho de Davi. üÉ
o Sacerdote que deu início às maravilhas dos últimos dias com o seu ministério
aqui na terra. Nos dias de hoje, ele continua realizando essa obra de
restauração que será completada quando ele voltar em glória.
Divisão
proposta do livro de Jeremias
Seguiremos a mesma estruturação proposta
pela BEG para a divisão do livro de Jeremias ao qual iniciaremos hoje.
I. PREÂMBULO (1.1-3).
II. O CHAMADO DE JEREMIAS
(1.4-19).
III. PLEITO INICIAL CONTRA JUDÁ
(2.1-3.5).
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE
JUDÁ (3.6-6.30).
V. O TEMPLO (7.1-10.25).
VI. A QUEBRA DA ALIANÇA
(11.1-13.27).
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA
SECA (14.1-15.21).
VIII. SÍMBOLOS DO JULGAMENTO
VINDOURO (16.1-17.18).
IX. UM SERMÃO SOBRE O SÁBADO
(17.19-27).
X. DEUS COMO OLEIRO (18.1-20.18).
XI. JULGAMENTO E ESPERANÇA NOS
ÚLTIMOS DIAS DE JUDÁ (21.1-24.10).
XII. A SEVERIDADE E DURAÇÃO DO
EXÍLIO (25.1-29.32).
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO
(30.1-33.26).
XIV. TRANSGRESSÕES E JULGAMENTOS
REPRESENTATIVOS (34.1-36.32).
XV. OS ENCONTROS FINAIS E A QUEDA
DE JERUSALÉM (37.1-39.18).
XVI. DEPOIS DA QUEDA (40.1-45.5).
XVII. ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES
(46.1-51.64).
XVIII. EXÍLIO E LIBERTAÇÃO DA
PRISÃO (52.1-34)
Jeremias 1:1-19 - JEREMIAS, O PROFETA CHORÃO
Começaremos, doravante, a ver os 57
capítulos de Jeremias., sendo 52 de seu livro e 5 de Lamentações de Jeremias. Será
um grande desafio e uma opurtinidade ímpar de crescimento bíblico.
I. PREÂMBULO (1.1-3).
O ministério profético de Jeremias se
estendeu por um período de quarenta anos que se encerrou durante o exílio do
povo de Judá na Babilônia. Ao longo desses anos, a palavra do Senhor veio ao
profeta repetidamente (25.3).
Essas "palavras" incluem os
oráculos anunciados pelo profeta (cf. Dt 1.1; Am 1.1).
Jeremias era filho de Hilquias, um dos sacerdotes
que estavam em Anatote. Anatote era uma cidade de sacerdotes desde tempos
remotos (Js 21.17-18; cf. Jr 11.21-23). Jeremias era, portanto, tanto profeta
como sacerdote.
A ele, Jeremias, veio a palavra do Senhor (expressão
comum no início dos livros proféticos - cf. Os 1.1; JI 1.1; Mq 1.1):
·Nos
dias do rei Josias (13º ano de seu reinado, por volta de 626 a.C.), um rei piedoso
que em 628 a.C. iniciou uma grande reforma religiosa (2Rs 22-23; 2Cr 34-35).
·Nos
dias dos reis Jeoaquim e Zedequias – não se menciona os reis Jeoacaz e Joaquim
- até que Jerusalém foi levada cativa no quinto mês. Todos eles rejeitaram as
palavras de Jeremias (veja os caps. 24; 36).
II. O CHAMADO DE JEREMIAS (1.4-19).
O livro começa com um relato da ocasião em
que Deus conferiu autoridade a Jeremias. Deus chamou Jeremias para o ministério
profético de anunciar o julgamento divino sobre Judá por causa da idolatria.
A criação e a eleição de Jeremias por Deus
estavam associadas. A posição profética de Jeremias era fundamentada no fato de
ele ter sido escolhido por Deus antes do seu nascimento.
Observar o mesmo significado no relato do
nascimento de Moisés (Êx 2) e nas palavras de Paulo (Gl 1.15).
Em geral, um profeta era uma pessoa que
anunciava as palavras de Deus. Moisés foi o profeta prototípico (Dt 18.14-22).
No tempo de Jeremias, o termo profeta havia adquirido o significado de um representante
de Deus, o Rei, junto aos seus servos.
Embora a mensagem de Jeremias fosse dirigida
principalmente a Judá, ele também proferiu palavras de julgamento para outras
nações (25.8-37; caps. 46-51).
Jeremias objeta ao Senhor da mesma forma
que Moisés. (Êx 4.10). Assim, como Moisés, Jeremias era humilde, e não autoconfiante.
Ele se achava criança, no sentido de se sentir imaturamente desqualificado para
sua missão. (1 Rs 3.7).
Porém, Deus o consola, o conforta e o tranquiliza
com uma expressão muito comum de Deus para aqueles a quem ele chama ou se
manifesta “Não Temas”, “eu sou contigo”. Deus ainda o tranquilizará em outras
oportunidades (10.5; 30.10; cf. Is 43.1; 1.c 12.32).
O Senhor prometeu acompanhar o seu povo em
tempos de guerra e, como no caso de Jeremias, em tempos de aflição (Êx 3.12; Is
7.14; Mt 1.23; 28.20).
Depois, toca-lhe na boca, simbolizando a
sua consagração para anunciar as palavras do Senhor (Is 6.7). É na boca de
Jeremias que Deus coloca as suas palavras. (Êx 4.15; 2Pe 1.21).
Jeremias seria portador de palavras de
salvação, mas também de juízo. Essas imagens enfatizam a mensagem de
destruição, mas também preveem a reconstrução a ser feita pelo Senhor. A
narrativa do chamado prepara para o ministério do profeta em sua totalidade
variada. Ele pronunciaria palavras de julgamento que levariam à destruição e ao
exílio, mas também diria palavras auspiciosas de retorno e restauração após o
exílio.
A primeira palavra que lhe vem é uma
palavra sobre a própria palavra – vs. 11. Palavra essa também associada à uma
visão (Am 7.8). Ele viu bem. Ele viu como Deus é zeloso para fazer cumprir toda
a sua palavra, quer isso agradasse ou não quem fosse recebê-las.
Ele também vê uma panela ao fogo,
derramando-se para o norte. Como a primeira visão, a segunda também declara o
julgamento vindouro. Jeremias precisava crer na mensagem a fim de proclamá-la.
Deus lhe explica as visões e significados:
seria do norte que viria o mal. Embora a Babilônia ficasse a leste, os seus
exércitos avançariam sobre Judá pelo norte, porque essa era a via de acesso
natural.
Deus mesmo estaria chamando eles para
executarem o juízo sobre as cidades de Judá. Uma referência à obra Deus em
relação ao seu povo da aliança (11.2) pela qual ele invocava as maldições da
aliança (Dt 28.15-68).
Eles tinham deixado o Deus vivo para irem
atrás de deuses estranhos. Judá havia abandonado o Deus verdadeiro para servir
a ídolos. Jeremias volta a esse tema repetidamente.
Eles queimaram incenso a deuses estranhos e
adoraram as obras das suas mãos. A argumentação é clara. O culto prestado a
deuses feitos por mãos humanas era o cúmulo da insensatez (Is 46.6).
Deus lhe manda então cingir os lombos, ou
melhor, estar preparado para a batalha ou para algum trabalho vigoroso (1 Rs
18.46; cf. Is 5.27). Jeremias estava prestes a ingressar num ministério
extremamente difícil.
Deus estaria revestindo o profeta e
tornando-o forte contra toda a terra e contra os reis de Judá. As acusações de
Jeremias abrangeriam a sociedade de Judá como um todo, desde as classes mais
altas até as mais baixas.
Por isso, haveriam de pelejarem contra ele,
mas Deus seria com o profeta. Jeremias está prestes a ingressar numa guerra
pessoal, mas não precisava temer a derrota, pois Deus promete acompanhá-lo.
Jr 1:1 As palavras de Jeremias,
filho
de Hilquias,
um
dos sacerdotes que estavam em Anatote,
na
terra de Benjamim;
Jr
1:2 ao qual veio a palavra do Senhor,
nos
dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá,
no
décimo terceiro ano do seu reinado;
Jr
1: 3 e lhe veio também nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias,
rei
de Judá, até o fim do ano undécimo de Zedequias,
filho
de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém
foi
levada em cativeiro no quinto mês
Jr 1:4 Ora veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Jr
1:5 Antes que eu te formasse no ventre te conheci,
e
antes que saísses da madre te santifiquei;
às
nações te dei por profeta
Jr
1:6 Então disse eu:
Ah,
Senhor Deus! Eis que não sei falar;
porque
sou um menino
Jr
1:7 Mas o Senhor me respondeu:
Não
digas: Eu sou um menino; porque a todos
a
quem eu te enviar, irás;
e
tudo quanto te mandar dirás
Jr
1:8 Não temas diante deles; pois eu seu contigo para te livrar,
diz
o Senhor
Jr
1:9 Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca;
e
disse-me o Senhor:
Eis
que ponho as minhas palavras na tua boca
Jr
1:10 Olha, ponho-te neste dia sobre as nações,
e
sobre os reinos, para arrancares e derribares,
para
destruíres e arruinares;
e
também para edificares e plantares
Jr
1:11 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Que
é que vês, Jeremias?
Eu
respondi: Vejo uma vara de amendoeira
Jr
1:12 Então me disse o Senhor:
Viste
bem; porque eu velo sobre a minha palavra
para
a cumprir
Jr
1:13 Veio a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo:
Que
é que vês?
E
eu disse: Vejo uma panela a ferver,
que
se apresenta da banda do norte
Jr
1:14 Ao que me disse o Senhor:
Do
norte se estenderá o mal
sobre
todos os habitantes da terra
Jr
1:15 Pois estou convocando todas as famílias dos reinos do norte,
diz
o Senhor; e, vindo, porá cada um o seu trono
à
entrada das portas de Jerusalém,
e
contra todos os seus muros em redor
e
contra todas as cidades de Judá
Jr
1:16 E pronunciarei contra eles os meus juízos,
por
causa de toda a sua malícia;
pois
me deixaram a mim, e queimaram incenso
a
deuses estranhos,
e
adoraram as obras das suas mãos
Jr
1:17 Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te,
e
dêem-lhes tudo quanto eu te ordenar;
não
desanimes diante deles,
para
que eu não te desanime diante deles
Jr
1:18 Eis que hoje te ponho como cidade fortificada,
e
como coluna de ferro e muros de bronze
contra
toda a terra, contra os reis de Judá,
contra
os seus príncipes, contra os seus sacerdotes,
e
contra o povo da terra
Jr
1:19 E eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão;
porque
eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.
Jeremias estaria assumindo um papel muito
difícil em sua época onde procurariam de todas as formas calar a sua voz
profética. Jeremias seria essa cidade fortificada com colunas de ferro e muros
de bronze, não só contra Judá, mas contra toda a terra, contra os reis, contra
os príncipes, contra os sacerdotes, contra todo o povo da terra.
Eles não iriam se contentar em se lhe opor,
mas pelejariam contra ele, no entanto, Deus não permitirá que prevaleçam,
porque ele é com o profeta que ele está enviando, por sua pura graça e
misericórdia.
Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui, no último capítulo do livro de Isaías,
capítulo 66 e nas seguintes partes, nesse momento concluindo-as:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e
restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração
(56:1 – 66:24).
2. O arrependimento que leva à
restauração (59:1-66:24).
b. Arrependimento e resposta 2 -
63:7-66:24.
Como já dissemos, a partir de 63:7 até
66:24 estamos vendo o arrependimento e a resposta 2 e assim, concluindo o livro
de Isaías. Nesse ponto, Isaías está repetindo o padrão básico de arrependimento
e lamento seguido pela garantia de Deus de que ele restauraria o seu povo.
(2) A resposta de julgamento e salvação vindos de Deus - 65:1-66:24 - continuação.
Como já dissemos, estamos finalizando essa
parte (2) onde Isaías explica a maneira pela qual Deus responderia ao clamor
por socorro vindo dos exilados arrependidos.
Ela foi dividida em duas partes principais:
(a) Julgamento e salvação (65:1 – 66:17) – já
iniciamos, mas concluiremos agora; e (b) O novo mundo de bênçãos (66:18-24)
– veremos e concluiremos agora.
(a) Julgamento e salvação (65:1 – 66:17) – continuação.
Já falamos que de 65:1 a 66:17 estaremos
vendo o profeta falando do julgamento e da salvação futuros. A grande promessa
de Deus é a de libertar o seu povo e destruir todos, de qualquer parte do
mundo, que se opuserem a ele.
Uma vez que o novo cosmos, em sua
totalidade, é o templo de Deus, e a terra é parte desse templo cósmico (60:13),
não há necessidade de um templo construído por homens na terra. Que casa
poderia ser edificada pelos homens a Deus? Como poderíamos dar-lhe lugar de
descanso?
Todas as coisas, inclusive os céus e a
terra, foram feitas por ele mesmo e se não é ele, nenhuma delas pode subsistir,
pois ele a criou e ele a sustenta com seu poder. Até o fôlego dos homens que lhe
permite à vida é pertencente a Deus. No entanto, apesar disso tudo, de sua
grandeza e de sua transcendência, ele diz que habita com o humilde e com o contrito
de espírito que teme e que treme de sua palavra.
Essa terminologia do abatido e que treme é encontrada
também em Ed 9:4; 10:13. Ela equivale aos adoradores de Deus que devem adorá-lo
de verdade, ou seja "em espírito e em verdade" (Jo 4:24; Fp 2:12; I Jo
2:17).
Há um cuidado especial por parte de Deus para
com os verdadeiros homens que o buscam e se incomodam com a sua situação atual
de pecado em que vivem.
Nos vs. 3 e 4, o Senhor deixa claro que detesta
expressões religiosas vazias, bem como o paganismo (1:11-14; 65:3-5) que apenas
são caminhos do homem para tentar enganá-lo como se isso fosse mesmo possível.
Embora oferecessem bois, cordeiros e grãos,
o sacrifício não era feito com um coração contrito. A escolha deles não era
nunca, jamais, o Senhor , mas os seus próprios caminhos reprováveis.
O Senhor está falando aos que tremem da
palavra de Deus para que prestem atenção a seus irmãos que os odeiam e que para
longe os lançam por causa do nome do Senhor.
Mas é o Senhor -vs. 6 – que dá o pago aos seus inimigos. Essa
profecia contra os idólatras hipócritas em Israel e que perseguiam os servos de
Deus encontrou cumprimento pelos séculos durante os quais Israel foi oprimido
por poderes estrangeiros. A queda do templo em 70 d.C. (Mt 24:1-2) e a volta de
Cristo também cumprem esse julgamento (II Ts 1:7-10).
No vs. 7, o nascimento de uma nova
comunidade viria de maneira tão rápida e dramática que seria indolor (65:25). Muitos
a aplicam essa passagem a restauração de Israel em 14/05/1948, quando se tornou
novamente em estado reconhecido internacionalmente pela ONU.
Seria Deus quem faria nascer a nação. Como
ele é o Senhor da história e das nações, ele é quem governa todas as coisas.
A ordem era para se regozijar com Jerusalém
e se alegrar com ela e de fato, todos os que a amam se alegraram muito com ela
sendo restaurada. O mesmo também se deu na época de Esdras e Neemias que
fizeram com que ela, que se encontrava em ruínas, fosse reerguida para a glória
de Deus.
Jerusalém é personificada como a mãe do
povo de Deus (vs. 8,10) que traz em seus seios o alimento aos seus filhos, o
cuidado e a proteção materna, bem assim suas consolações de forma que a vida
flua renovando e fazendo crescer e se desenvolver os que dela se nutrem. A paz
transbordará dela como um rio e os seus filhos, os verdadeiros adoradores e sua
descendência (vs. 22), estarão diante do Senhor para sempre.
O Senhor compara o seu terno amor com o de
uma mãe que está a consolar os seus filhos. Será em Jerusalém que eles, os
filhos, serão consolados.
Ao ver isso os fiéis muito se alegrarão e
se renovarão para uma nova e vívida esperança baseada na palavra do Senhor que
os renovará, mas que será um terror para todos os seus inimigos – vs. 14.
O Senhor virá com fogo – vs 15. Luz e
nuvens de tempestade, respectivamente (Dt 33:26; Sl 18:10; 63:18), sendo ambos
símbolos comuns da vinda de Deus em julgamento (10:17-18; 29:6; 30:27-28; 64:1-3).
Isaías orou para que Deus interviesse em tal julgamento e salvação (64:1-3).
Com fogo e com espada – o Senhor é o
Guerreiro Divino (27:1; 31:8; 34:5; Ap 19:11-18) - virá o Senhor em juízo
contra toda a carne - todos os homens, os falsos adoradores (veja o contraste
com o vs. 23; veja também Jr 9:2) -, como um torvelinho, ou seja, com a rapidez
e a truculência de uma tempestade (Jr 4:13).
Serão consumidos todos os que aborrecendo
ao Senhor, escolhem os seus caminhos em práticas que o Senhor detesta.
(b) O novo mundo de bênçãos (66:18-24).
Agora, Isaías, nos últimos versículos
falará do glorioso novo mundo. Isaías encerra o seu livro com uma profecia que
descreve o clímax do julgamento e da salvação de Deus: os novos céus e a nova
terra.
Somente Deus conhece as nossas obras e os nossos
pensamentos a ponto de saber dos atos corretos e do verdadeiro espírito dos
adoradores aceitáveis. Deus usa esses santos para evangelizar o mundo (vs. 19)
e cumprir a palavra da pregação. Ele ainda ajuntará todas as nações e línguas para
verem a sua glória e nele se alegrarem sobremaneira. (Zc 8:23; Ap 7:9).
Os atos de julgamento do Senhor serão sobre
os falsos adoradores e a libertação concedida pertencerá aos verdadeiros
adoradores. Os que sobreviverem à perseguição (vs. 5; Mt 24:9-14) levarão a
glória de Deus às nações (vs. 18) e farão nascer o novo tempo (vs. 7-11). Quão formosos
são os pés dos que anunciam as boas novas, que faz ouvir a salvação – Is 52:7;
Rm 10:15; Ef 6:15.
As nações se submeterão ao Senhor e se
alegrarão pelos seus atos poderosos. Elas levantarão a voz e cantarão com
alegria, por causa da glória do Senhor - 24:14-16. Provavelmente os gentios –
vs. 20 - trarão os israelitas dispersos de volta ao templo (43:5; 60:4,9, Rm 11:13)
da mesma forma que os filhos de Israel traziam as suas ofertas em vasos limpos
à casa do Senhor. Ou seja, os trarão salvos e libertos pela palavra da pregação
do evangelho a todos os povos.
Alguns deles serão tomados para sacerdotes
e levitas, diz o Senhor no vs. 21. O fato que em Cristo Jesus agora o
sacerdócio é universal e aplicável a todos os crentes.
Is 66:1 Assim diz o Senhor:
O céu é o meu
trono, e a terra o escabelo dos meus pés.
Que
casa me edificaríeis vós?
e
que lugar seria o do meu descanso?
Is 66:2 A
minha mão fez todas essas coisas,
e
assim todas elas vieram a existir, diz o Senhor;
mas
eis para quem olharei:
para
o humilde e contrito de espírito,
que
treme da minha palavra.
Is 66:3 Quem
mata um boi é como o que tira a vida a um homem;
quem
sacrifica um cordeiro,
como
o que quebra o pescoço a um cão;
quem oferece
uma oblação,
como
o que oferece sangue de porco;
quem queima
incenso,
como
o que bendiz a um ídolo.
Porquanto
eles escolheram os seus próprios caminhos,
e
tomam prazer nas suas abominações,
Is 66:4
também eu escolherei as suas aflições,
farei
vir sobre eles aquilo que temiam;
porque
quando clamei, ninguém respondeu;
quando falei,
eles não escutaram,
mas
fizeram o que era mau aos meus olhos,
e escolheram
aquilo em que eu não tinha prazer.
Is 66:5 Ouvi
a palavra do Senhor, os que tremeis da sua palavra:
Vossos
irmãos, que vos odeiam e que para longe vos lançam
por
causa do meu nome, disseram:
Seja
glorificado o Senhor, para que vejamos a vossa alegria;
mas
eles serão confundidos.
Is
66:6 uma voz de grande tumulto vem da cidade,
uma
voz do templo, ei-la, a voz do Senhor,
que
dá a recompensa aos seus inimigos.
Is 66:7 Antes
que estivesse de parto, deu à luz;
antes
que lhe viessem as dores, deu à luz um filho.
Is 66:8 Quem
jamais ouviu tal coisa? quem viu coisas semelhantes?
Poder-se-ia
fazer nascer uma terra num só dia?
nasceria
uma nação de uma só vez?
Mas logo que
Sião esteve de parto, deu à luz seus filhos.
Is 66:9 Acaso
farei eu abrir a madre, e não farei nascer?
diz
o Senhor. Acaso eu que faço nascer, fecharei a madre?
diz
o teu Deus.
Is 66:10
Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela,
vós
todos os que a amais; enchei-vos por ela de alegria,
todos
os que por ela pranteastes;
Is 66:11 para
que mameis e vos farteis dos peitos
das
suas consolações; para que sugueis,
e
vos deleiteis com a abundância
da
sua glória.
Is 66:12 Pois
assim diz o Senhor:
Eis
que estenderei sobre ela a paz como um rio,
e a glória
das nações como um ribeiro que trasborda;
então
mamareis, ao colo vos trarão,
e
sobre os joelhos vos afagarão.
Is 66:13 Como
alguém a quem consola sua mãe,
assim
eu vos consolarei;
e
em Jerusalém vós sereis consolados.
Is 66:14 Isso
vereis e alegrar-se-á o vosso coração,
e
os vossos ossos reverdecerão como a erva tenra;
então
a mão do Senhor será notória aos seus servos,
e
ele se indignará contra os seus inimigos.
Is 66:15
Pois, eis que o Senhor virá com fogo,
e
os seus carros serão como o torvelinho,
para
retribuir a sua ira com furor,
e
a sua repreensão com chamas de fogo.
Is 66:16
Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor
em
juízo com toda a carne; e os que forem mortos
pelo
Senhor serão muitos.
Is 66:17 Os
que se santificam, e se purificam para entrar nos jardins
após
uma deusa que está no meio,
os
que comem da carne de porco, e da abominação,
e
do rato, esses todos serão consumidos,
diz
o Senhor.
Is 66:18 Pois
eu conheço as suas obras e os seus pensamentos;
vem
o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas;
e
elas virão, e verão a minha glória.
Is 66:19
Porei entre elas um sinal, e os que dali escaparem,
eu
os enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude,
povos
que atiram com o arco, a Tubal e Javã,
até
as ilhas de mais longe, que não ouviram
a
minha fama, nem viram a minha glória;
e eles
anunciarão entre as nações a minha glória.
Is 66:20 E
trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações,
como
oblação ao Senhor; sobre cavalos, e em carros,
e
em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários,
os
trarão ao meu santo monte, a Jerusalém,
diz
o Senhor,
como
os filhos de Israel trazem as suas ofertas
em
vasos limpos à casa do Senhor.
Is 66:21 E
também deles tomarei alguns para sacerdotes
e
para levitas, diz o Senhor.
Is 66:22
Pois, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer,
durarão
diante de mim, diz o Senhor,
assim
durará a vossa posteridade e o vosso nome.
Is 66:23 E
acontecerá que desde uma lua nova até a outra,
e
desde um sábado até o outro, virá toda a carne
a
adorar perante mim, diz o Senhor.
Is 66:24 E
sairão, e verão os cadáveres dos homens
que
transgrediram contra mim;
porque
o seu verme nunca morrerá,
nem
o seu fogo se apagará;
e
eles serão um horror para toda a carne.
O Senhor promete fazer novos céus e nova
terra e assim, como é certo isso pois sua boca o disse, assim, dessa forma, ele
diz que estarão diante dele a nossa posteridade e o nosso nome. Essa é uma promessa
de continuidade do povo de Deus (65:18-19; Jr 31:35-36) que em Cristo é
perpetuada na família divina – Jo 1:12. Nesse novo tempo, a adoração será universal
a Deus nos momentos determinados por ele (Zc 14:16).
Já o vs 24, o último desse livro
espetacular, é bastante aterrador, uma vez que surge a imagem dum campo onde os
corpos impuros serão queimados tornando-se símbolo da punição e da angústia
eternas (48:22; 57:20; Mc 9:47-48) onde o seu verme nunca morrerá, nem o seu
fogo apagará.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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