Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 58 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e
restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração
(56:1 – 66:24).
1. A importância do sábado da
justiça (56:1-58:14).
Como já dissemos, de 56:1 a 58:14, desta
parte “1”, veremos a ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo
sábado em si, mas por causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses
capítulos Isaías se concentrará na guarda do sábado como uma provisão de
justiça e retidão de Israel.
Nós dividimos esse material em três partes
principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8) – já vista; b. A divisão entre justos e
ímpios em Israel (56:9-57:21) – já vimos;
e, c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14) – veremos agora.
c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
Nós estamos seguindo a estruturação
proposta pela BEG, com ligeiras adaptações, no entanto, este capítulo em
especial não deveria ganhar, somente, o nome que ganhou, mas deveria ter um
complemento falando do verdadeiro jejum que agrada a Deus.
Dos versos de 1 a 14, veremos o profeta
falando, então, do verdadeiro jejum que agrada a Deus e da observância do
sábado e a prática da justiça.
Tendo já mencionado as bênçãos concedidas
aos gentios e eunucos que observavam o sábado, assim como a importância do
arrependimento humilde entre os exilados, Isaías aplica esses temas diretamente
aos israelitas ao chamá-los, primeiramente, a prática do verdadeiro jejum que
agrada a Deus, e depois a observar o sábado de maneira correta.
O profeta é intimado por Deus a conclamar,
a anunciar a plenos pulmões, com todas as suas forças e com todo o poder de sua
voz, de modo alto e claro, como se fosse uma trombeta, sobre as suas
transgressões e os seus pecados (Ex 19:19; 20:18; Os 8:1; I Co 14:8).
A verdade é que a hipocrisia dos israelitas
acabava de ser exposta. Embora parecessem piedosos, eles não o eram. A prevista
reclamação dos exilados era que eles já haviam jejuado e se humilhado, mas Deus
não lhes respondera com a libertação do exílio.
O profeta, então, por pura graça divina,
lhes explica por que jejuaram e nada aconteceu. Eles simplesmente estavam
cuidando somente dos seus próprios interesses e sendo exigentes. Eles não
estavam preocupados com os direitos dos outros ou com a justiça demonstrada a
essas pessoas (cf. 1:15-17; 59:2; Os 6:4-6; Am 5:23-24; Zc 7:8-12).
Em vez de separar o dia de modo que todos
pudessem se dedicar ao descanso e à adoração, eles exploravam e surravam o
empregado que não trabalhava e se afligiam privando-se de alimentos e água,
chamando a isso de jejum e sacrifício ao Senhor.
Não adiantava nada daquilo, pois Deus não
recebe favoravelmente a oração que não é pronunciada em espírito de amor e em
observância à justiça.
Deus contrastou o seu conceito de jejum com
o do ímpio em Israel (1:10-15; Am 5:21-23; Mq 6:7). Deus procurava expressões
de humildade e quebrantamento interiores diante deles, não devoção a rituais
(cf. Mt 6:16), mas eles insistiam em cerimônias de lamento que acompanhavam o
jejum (II Sm 12:16; JI 1:13,14) desacompanhadas da justiça ou do amor.
No verso 6, um exemplo do verdadeiro jejum,
uma clara definição do tipo de jejum que uma nação injusta deveria fazer: seus
cidadãos deveriam negar a si mesmos para resgatar o oprimido e ajudar o
necessitado (cf. Jó 31:17-20; Mt 25:35-36). No entanto, o que fazemos é
desprezá-los e deixá-los à mingua.
Repartir o pão com o faminto, recolher em
casa os pobres desabrigados, cobrir o nu, deixar livre os oprimidos, despedaçar
todo jugo são atitudes a serem praticadas e incentivadas que nos levarão – vs.
8 – ao romper da luz como a alva, à cura, à justiça e à glória do Senhor, sendo
esta nossa retaguarda. A glória do Senhor é essa que nos remete à coluna de
nuvem e fogo no deserto (4:5,6; Ex 13:21; 14:20).
Um jejum desses de amor e de justiça acompanhado
de contrição e arrependimento pelo pecado seria um jejum verdadeiro que Deus atentaria.
O glorioso reino de Deus (9:2; 60:1-3; Lc 1:78-79), então, se manifestaria com
a bênção e a proteção de Deus (vs. 5; 60:1-3), com transformação (30:26), com o
estabelecimento de uma nova ordem (1:21) e com a presença do Deus da glória (4:2).
Sendo assim, sem dúvidas, Deus responderia
à oração (30:19; 65:24; cf. vs. 4) dizendo para nós: “Eis-me aqui!”. Pelo contrário,
não adianta sacrificar-se tolamente.
Seria necessário, portanto, tirar daquele
meio todo o jugo, todo dedo que ameaça, todo falar injurioso e, ato contíguo,
abrir a alma ao próximo.
Seria necessário abrir-se ao outro. Vemos aqui
no verso 10, um chamado a "abrir a alma" para cuidar dos necessitados
(vs. 7) com uma consequente promessa de um alvorecer de uma nova era, com um
brilho ainda maior (2:5; 5:30).
As promessas e bênçãos se estendem pelos
vs. 11 e 12. Os restaurados do exílio careciam de recursos espirituais e
econômicos para a reconstrução (veja 44:26,28; 61:2,4; Ez 36:10; Am 9:14-15; Ag
1:2-9; cf: At 15:15-17), no entanto, seus filhos (obviamente se fizessem o que
está escrito no vs. 10) edificariam as antigas ruínas e levantariam os
fundamentos de muitas gerações a ponto de serem chamados de reparadores de
brechas e de veredas para que o povo de Deus em sua nação se tornasse habitável
– vs. 12.
Is 58:1 Clama em alta voz,
não
te detenhas,
levanta
a tua voz como a trombeta
e
anuncia ao meu povo a sua transgressão,
e
à casa de Jacó os seus pecados.
Is
58:2 Todavia me procuram cada dia,
tomam
prazer em saber os meus caminhos;
como
se fossem um povo que praticasse a justiça
e
não tivesse abandonado a ordenança do seu Deus,
pedem-me
juízos retos,
têm
prazer em se chegar a Deus!,
Is
58:3 Por que temos nós jejuado, dizem eles,
e
tu não atentas para isso?
por
que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes?
Eis
que no dia em que jejuais,
prosseguis
nas vossas empresas,
e
exigis que se façam todos os vossos trabalhos.
Is
58:4 Eis que para contendas e rixas jejuais,
e
para ferirdes com punho iníquo!
Jejuando
vós assim como hoje,
a
vossa voz não se fará ouvir no alto.
Is
58:5 Seria esse o jejum que eu escolhi?
o
dia em que o homem aflija a sua alma?
Consiste
porventura, em inclinar o homem a cabeça
como junco e em estender debaixo
de
si saco e cinza?
chamarias
tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor?
Is
58:6 Acaso não é este o jejum que escolhi?
que
soltes as ligaduras da impiedade,
que
desfaças as ataduras do jugo?
e
que deixes ir livres os oprimidos,
e
despedaces todo jugo?
Is 58:7 Porventura não é também
que repartas o teu pão
com
o faminto,
e
recolhas em casa os pobres desamparados?
que
vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
Is
58:8 Então romperá a tua luz como a alva,
e
a tua cura apressadamente brotará.
e
a tua justiça irá adiante de ti;
e
a glória do Senhor será a tua retaguarda.
Is
58:9 Então clamarás, e o Senhor te responderá;
gritarás,
e ele dirá:
Eis-me
aqui.
Se
tirares do meio de ti o jugo,
o
estender do dedo,
e
o falar iniquamente;
Is
58:10 e se abrires a tua alma ao faminto,
e
fartares o aflito;
então
a tua luz nascerá nas trevas,
e
a tua escuridão será como o meio dia.
Is
58:11 O Senhor te guiará continuamente,
e
te fartará até em lugares áridos,
e
fortificará os teus ossos;
serás
como um jardim regado,
e
como um manancial, cujas águas nunca falham.
Is
58:12 E os que de ti procederem edificarão as ruínas antigas;
e
tu levantarás os fundamentos de muitas gerações;
e
serás chamado reparador da brecha,
e
restaurador de veredas para morar.
Is
58:13 Se desviares do sábado o teu pé,
e
deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia;
se
ao sábado chamares deleitoso,
ao
santo dia do Senhor, digno de honra;
se
o honrares, não seguindo os teus caminhos,
nem
te ocupando nas tuas empresas,
nem
falando palavras vãs;
Is
58:14 então te deleitarás no Senhor,
e
eu te farei cavalgar sobre as alturas da terra,
e
te sustentarei com a herança de teu pai Jacó;
porque
a boca do Senhor o disse.
Agora, no vs. 13, o jejum geral estava
intimamente ligado ao sábado. O Senhor não rejeitava o ritual em si; ele era um
sinal da aliança.
No entanto, a condicional atrelada ao
prestígio social, ao ganho financeiro e ao poder político (33:15) era o “se
desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos seus próprios interesses”.
Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui, no capítulo 57 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e
restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração
(56:1 – 66:24).
1. A importância do sábado da
justiça (56:1-58:14).
Como já dissemos, de 56:1 a 58:14, desta
parte “1”, veremos a ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo
sábado em si, mas por causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses
capítulos, Isaías se concentrará na guarda do sábado como uma provisão de
justiça e retidão de Israel.
Nós dividimos esse material em três partes
principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8) – já vista; b. A divisão entre justos e
ímpios em Israel (56:9-57:21) – em
continuação, concluiremos agora; e, c. A necessidade de guardar o sábado
como um dia de justiça (58:1-14).
b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21) - continuação.
Dos versos 56:9 a 57:21, conforme falamos
no capítulo anterior, estaremos vendo o justo e o ímpio em Israel. Depois de
enfatizar a justiça (e o sábado) ao indicar que os gentios que mostrassem ter
compromisso com esse ideal receberiam salvação, Isaías adverte que, entre os
israelitas no exílio, haveriam os justos e os ímpios.
Perece o justo, mas quem se importa com
isso? Assim começa este capítulo falando do arrebatamento do justo, dos
compassivos, dos que andam na retidão que entrarão em paz e descansarão nas
suas camas. Há um tempo determinado por Deus para esse propósito e todos os
outros de sua vontade soberana!
Já não será da mesma forma com os filhos da
agoureira, da linhagem da prostituta, da adúltera - uma alusão aos rituais de
fertilidade dos cananeus (cf. Ez 16:3,45).
No verso 4, perguntas retóricas (27:7; 40:12)
aos filhos da transgressão, à estirpe da falsidade, aos ímpios que estão cheios
de sarcasmo e crítica (cf. 5:18-19; 28:9-10; 37:3). São esses que debaixo de
toda árvore frondosa e “sagrada” – Dt 12:2; Ez 6:13 - sacrificavam seus filhos.
Na adoração a Moloque era praticado o
sacrifício de crianças (vs. 9; cf. II Re 23:10; Sl 106:37-38; Jr 7:31; Ez 20:28,31;
Mq 6:7). Ao invés de o Senhor ser o seu quinhão e a sua porção (Dt 4:19-20; 9:26;
Sl 16:5; 142:5; Jr 10:16), os ídolos haviam se tornado seus parceiros de
aliança, para desgraça deles.
Era bem ali, sobre os montes altos e
elevados que punham o seu leito para práticas imorais e idólatras nos lugares
sagrados (Os 4:13) e, também era ali, por detrás das portas e dos umbrais – vs.
8 - que colocavam seu memorial, numa espécie de aliança com a imoralidade e a
luxúria.
Isso, para oferecerem ao rei - Moloque, um
deus amonita (vs. 5) - óleo, tendo seu corpo sido banhado em perfumes. Eram esforços
extremos que eram feitos numa área extensa para aplacar os deuses e nisso se
submetiam até o Seol, ou seja, em sua idolatria e servidão religiosa, estavam
dispostos a irem o máximo que podiam. O Seol aqui trata-se de uma hipérbole
para expressar até que ponto essas pessoas haviam caído.
No verso 10, podemos ver que o ímpio
encontrou uma vida falsa na imoralidade e na idolatria que o satisfez, que lhe
concedeu renovação de suas forças, mas que, no final, levava à morte. O que
adianta então essa satisfação que nos leva ao fim à morte e ao Lago de Fogo
para passarmos a eternidade com o diabo e os seus anjos?
Em resposta, o Senhor se calou, mas a opção
deles foi a mentira e o esquecimento com a consequente falta de temor. A justiça
deles não era genuína (58:2-3; 64:6), nem suas obras aproveitáveis.
Haveriam também de clamarem, mas quem os
livraria? Seus ídolos de vento? O próprio vento os levaria e um assopro os
arrebataria. Somente os que confiam no Senhor é que possuirão a terra e
herdarão o seu santo monte – vs. 13.
No vs. 14, Isaías lembrou Israel que um
tempo de restauração estava para chegar. E num imperativo duplo, com efeito de
ênfase, como em 40:1; 51:9,17; 52:1,11; 62:10; 65:1 ele dizia para aplainar,
aterrar e preparar o caminho do seu povo.
Por que o Alto, o Sublime - um epíteto para
o Senhor (6:1) – que habita na eternidade, cujo nome é santo também, da mesma
forma, habita com o contrito e também com o abatido de espírito.
Tendo exposto a pecaminosidade dos
exilados, Isaías deixa claro que Deus viveria com aqueles que humildemente se
arrependessem (Sl 34:17-18; 51:17; I Pe 5:6) e estaria presente com todo aquele
que caminhasse de maneira prudente diante dele (Mq 6:8). Este era o segredo, a
chave para a vitória, para ser abençoado pelo Senhor e estar totalmente seguro
e restaurado.
Até ao dia de hoje esse segredo de
prosperidade não mudou. Somente os que se arrependerem é que serão alcançados
para salvação e restauração de suas vidas.
Não seria para sempre que Deus contenderia
com toda a carne, nem com ela ficaria irado por toda a eternidade – vs. 16. Em
vez disso, em sua graça soberana, Deus concederia perdão e salvação para os
arrependidos no exílio (54:9; 57:19; Gn 8:21-22; Sl 130:3-4) e para todos os
que ouviriam a mensagem do evangelho e se arrependessem. Ela tem alcançado
vidas em todas as eras e continuará a alcançar até a volta gloriosa do Senhor
nas nuvens onde todo olho o verá – At 1:11; Ap 1:7.
Foi por causa de sua iniquidade e de sua avareza
que o Senhor se indignou, o feriu e se escondeu. Rebelando-se ele contra o
Senhor, seguiu seu próprio caminho de destruição e morte de seu coração enfermo
pelo pecado.
Apesar disso, nos vs 18 e19 o Senhor
promete que o sarará, que lhe dará consolação. O Senhor é o médico (30:26), o
mestre (49:10) e o consolador perfeito (12:1; 40:1; Jo 14:26; 15:26). O Senhor
tem visto os seus caminhos que são caminhos de morte, mas ainda assim o sarará,
o guiará e o consolará.
É o Senhor quem cria o fruto dos lábios que
concede a paz ao que está longe e ao que está perto, o que sara aquele que
sofre com seu caminho errado, de rebeldia e de morte. Onde quer que os exilados
se encontrassem, o humilde e o arrependido, entre eles, seria restaurado (At 2:39;
Ef 2:13,17) para a glória de Deus.
Agora quanto aos ímpios e aos perversos –
vs. 20 e 21 – são como o mar agitado que não pode estar quieto e cujas águas
lançam de si lama e lodo – Jd 13 - e nada mais. O fim do ímpio em Israel é
contrastado com o daqueles que humildemente haviam servido a Deus.
Is 57:1 Perece o justo, e não há quem se
importe com isso;
os
homens compassivos são arrebatados,
e
não há ninguém que entenda.
Pois
o justo é arrebatado da calamidade,
Is
57:2 entra em paz; descansam nas suas camas todos
os
que andam na retidão.
Is
57:3 Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da agoureira,
linhagem
do adúltero e da prostituta.
Is
57:4 De quem fazeis escárnio? Contra quem escancarais a boca,
e
deitais para fora a língua?
Porventura
não sois vós filhos da transgressão,
estirpe
da falsidade,
Is
57:5 que vos inflamais junto aos terebintos,
debaixo de toda árvore verde, e
sacrificais os filhos
nos
vales, debaixo das fendas dos penhascos?
Is
57:6 Por entre as pedras lisas do vale está o teu quinhão;
estas,
estas são a tua sorte; também a estas derramaste
a
tua libação e lhes ofereceste uma oblação.
Contentar-me-ia
com estas coisas?
Is
57:7 sobre um monte alto e levantado puseste a tua cama;
e
lá subiste para oferecer sacrifícios.
Is
57:8 Detrás das portas e dos umbrais colocaste o teu memorial;
pois
te descobriste a outro que não a mim,
e
subiste, e alargaste a tua cama;
e
fizeste para ti um pacto com eles;
amaste
a sua cama, onde quer que a viste.
Is
57:9 E foste ao rei com óleo, e multiplicaste os teus perfumes,
e
enviaste os teus embaixadores para longe,
e
te abateste até o Seol.
Is
57:10 Na tua comprida viagem te cansaste; contudo não disseste:
Não
há esperança; achaste com que renovar as tuas forças;
por
isso não enfraqueceste.
Is
57:11 Mas de quem tiveste receio ou medo, para que mentisses,
e
não te lembrasses de mim, nem te importasses?
Não
é porventura porque eu me calei,
e
isso há muito tempo, e não me temes?
Is
57:12 Eu publicarei essa justiça tua; e quanto às tuas obras,
elas
não te aproveitarão.
Is
57:13 Quando clamares, livrem-te os ídolos que ajuntaste;
mas
o vento a todos levará, e um assopro os arrebatará;
mas
o que confia em mim possuirá a terra,
e
herdarão o meu santo monte.
Is
57:14 E dir-se-á:
Aplanai,
aplanai, preparai e caminho,
tirai
os tropeços do caminho do meu povo.
Is
57:15 Porque assim diz o Alto e o Excelso,
que
habita na eternidade e cujo nome é santo:
Num
alto e santo lugar habito,
e
também com o contrito e humilde de espírito,
para
vivificar o espírito dos humildes,
e
para vivificar o coração dos contritos.
Is
57:16 Pois eu não contenderei para sempre,
nem
continuamente ficarei irado;
porque
de mim procede o espírito,
bem
como o fôlego da vida que eu criei.
Is
57:17 Por causa da iniquidade da sua avareza me indignei e o feri;
escondi-me,
e indignei-me; mas, rebelando-se,
ele
seguiu o caminho do seu coração.
Is
57:18 Tenho visto os seus caminhos, mas eu o sararei;
também
o guiarei, e tornarei a dar-lhe consolação,
a
ele e aos que o pranteiam.
Is
57:19 Eu crio o fruto dos lábios;
paz,
paz, para o que está longe, e para o que está perto
diz
o Senhor; e eu o sararei.
Is
57:20 Mas os ímpios são como o mar agitado;
pois
não pode estar quieto,
e
as suas águas lançam de si lama e lodo.
Is 57:21 Não há paz para os
ímpios,
diz o meu Deus.
Novamente a declaração enfática de que para
o ímpio não há paz, ou seja, não há salvação. Se não nos arrependermos de
nossos pecados, estaremos como os ímpios, sem a paz do Senhor, sem a sua
salvação e com nossos dias contados para passarmos a eternidade no Lago de Fogo,
junto com o diabo e seus anjos, junto com o inferno e todos os ímpios.
Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 55 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava
percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
Esta é a última seção da parte IV, o que
significa que nos aproximamos do final deste livro maravilhoso, parecendo mesmo
ser uma minibíblia dentro da Bíblia, com seus 66 capítulos, como representando
os 66 livros da Bíblia toda.
Veremos nesses 9 capítulos restantes, tendo
por base a estruturação da BEG: o pecado, o arrependimento e a restauração de
Israel. Todos na verdade somos pecadores, mas a diferença crucial entre
pecadores e pecadores está no fato de que alguns irão ter reconhecimento de
seus erros e buscar o perdão, enquanto outros, nem irão querer saber o que é
pecado.
O profeta encerrará o seu livro com
mensagens que ele proferiu em diferentes períodos de seu ministério, todas se
concentrando na necessidade de arrependimento de Israel como a única maneira de
experimentar a gloriosa restauração após o exílio.
Esses capítulos resumem, portanto, a
mensagem do profeta aos exilados. Os exilados precisavam reconhecer a
importância da justiça e da retidão, e sua esperança de uma gloriosa restauração
mundial dependia de seu humilde arrependimento.
Dividiremos, conforme já propusemos, esta
seção “D” em duas partes principais: 1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14)
e 2. O arrependimento que leva à restauração (59:1-66:24).
1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14).
De 56:1 a 58:14, desta parte “1”, veremos a
ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo sábado em si, mas por
causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses capítulos Isaías se
concentra na guarda do sábado como uma provisão de justiça e retidão de Israel.
Esse material divide-se em três partes
principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8); b. A
divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21); e, c. A necessidade de
guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56.1-8).
A decisiva importância da guarda do sábado
e da sua mão de cometer o mal – vs. 2.
Para enfatizar a importância do
arrependimento para os exilados, Isaías indica que a justiça e a retidão
deveriam estar presentes entre o povo de Deus.
Essa exigência é tão fundamental que até
mesmo os gentios e os eunucos que guardavam o sábado, por estar ele ligado à
justiça, seriam incluídos nas bênçãos da restauração após o exílio.
O que é guardar o sábado ou observar o sabá?
Certamente, não consiste em regras humanas de fazer ou deixar de se fazer algo,
mas em viver esse dia na consciência clara de que o dia pertence ao Senhor,
para a glória de seu nome e que assim estabeleceu Deus para ser observado por
todos os homens.
Não necessariamente o sabá deve coincidir
com o sábado, mas foi no sétimo dia que Deus entrou em seu descanso e dos sete
dias de sua criação, um foi dedicado ao descanso e portanto ao sabá.
Shabat
(do hebraico שבת, shabāt; shabos ou shabes na pronúncia asquenazita,
"descanso/inatividade"), também grafado como sabá (português
brasileiro) ou sabat (português europeu), é o nome dado ao dia de descanso
semanal no judaísmo, simbolizando o sétimo dia em Gênesis, após os seis dias de
Criação. Segundo hillel 2º; Antes o Shabat era originalmente dependente do
ciclo lunar (Holiday universal jewish enciclopedia. p.410) Apesar de ser
comumente dito ser o sábado de cada semana, é observado a partir do pôr-do-sol
da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado. O exato momento de início e final do
shabat varia de semana para semana e de lugar para lugar, de acordo com o
horário do pôr-do-sol. O shabat é observado tanto por judeus quanto por
cristãos, como por exemplo adventistas do sétimo dia e batistas do sétimo dia.
O
shabat é observado tanto por mandamentos positivos, como as três refeições
festivas (jantar de sexta-feira, almoço de sábado e refeição de final de tarde
no sábado), e restrições. As atividades proibidas no Shabat derivam de trinta e
nove ações básicas (melachot, livremente traduzido como "trabalhos")
que são descritas pelo Talmud a partir de fontes bíblicas.
(...)
Segundo
o Talmude (Mishná Shabat 7,2), são 39 as atividades que são proibidas de se
fazer durante todo o Shabat. Excepcionalmente, contudo, em caso de risco de
morte, quaisquer das proibições podem ser deixadas de lado, eis que o valor
mais caro ao judaísmo é a vida. Dizem os sábios que tais tarefas foram aquelas
realizadas durante a construção do Tabernáculo..[1]
Devemos guardar e observar o sabá? Sim,
devemos e bem o fazemos se ensinarmos que se deve guardar e observar, mas não
como fazem os homens, nem segundo as tradições humanas, mas como Cristo nos
ensinou e Paulo nos demonstrou em sua palavra sobre o assunto.
Cada um deve estar bem seguro quanto a
isso, pois alguns fazem distinção entre dias e dias e outros, não. Quem faz,
para o Senhor faz, mas quem não faz, para o Senhor não faz. (Rm 14:6). Eu ouso
a dizer que agora em Cristo, sendo nós nova criatura, todos os dias devem ser
dedicados ao Senhor para honra e glória de seu nome – I Co 10:31.
Fica claro no texto que Deus observará
aqueles que amam e seguem a justiça e que observam o seu sabá. Não é um ou o
outro, mas ambos.
Manter a retidão e fazer a justiça – vs. 1
- é uma ordem para todos os homens, filhos de Adão. O juízo - o tratamento
justo e piedoso dispensado aos outros - era uma preocupação central para
Isaías.
Por meio do seu profeta, Deus condenou Judá
ao exílio por causa da injustiça e enfatizou a justiça como uma característica
do período de restauração (1:21,27; 5:7,16,23; 9:7; 10:2; 11:4; 16:5; 28:6,17,21;
29:21; 30:18; 32:1,16; 33:5; 42:1,3-4; 51:4-5; 56:1; 59:4,8-9,11,14-15; 61:8). Em
todas as Escrituras iremos notar que Deus abomina a injustiça e a impiedade,
sendo que todos os que a buscarem estarão fazendo as obras de Deus.
Ele pediu a justiça e a observação do
sábado por causa da sua justiça que estaria preste a se manifestar. Deus usou o
arrependimento pela injustiça como um critério para determinar quem entraria na
era de bênçãos posterior ao exílio.
A salvação não é por obras, mas pela fé, no
entanto, obviamente ela não alcançará aquele coração que anda insistentemente
de encontro ao que é justo. O candidato à salvação, digamos assim, é aquele que
reconhece que é pecador, que é falho, mas que se sente atraído pela justiça, ao
contrário do ímpio, que também reconhece o pecado, mas que o prefere no lugar
da justiça.
Embora esse termo - minha salvação está
prestes a vir (na perspectiva dos exilados) - seja uma referência à restauração
do exílio que Deus promovera em 539 a.C., o estágio final da salvação de Deus
vem somente em Cristo.
No verso 2, o profeta não propôs a salvação
por meio do cumprimento da lei ,mas apontou aqueles que seriam alcançados pela
palavra da pregação da fé salvadora. Ele simplesmente falou da guarda do sábado
da justiça como uma expressão fundamental da fé salvadora.
Guardar esse sinal da aliança, o sabá, (Ex
31:13-17) significava lealdade ao Senhor e à sua aliança (58:13; Ez 20:20). Uma
vez que o sábado era observado como um benefício aos seres humanos (Dt 5:4-5),
ele estava intimamente associado à justiça, à retidão e à prática da piedade
(58:7-9).
Nem o estrangeiro, nem o eunuco, normalmente
excluído da plena participação na comunidade da aliança no Antigo Testamento
(Dt 23:1), deveriam dizer que o Senhor os estaria excluindo como imprestáveis,
como separados do povo e como uma árvore seca. Pelo contrário, todos os que
tanto observam o sabá quanto os que escolhem o que agrada ao Senhor e que ainda
abraçam o seu pacto, Deus lhes daria na sua casa e dentro dos seus muros um
memorial, com um nome melhor do que o de filhos e filhas, um nome eterno que
nunca será apagado, ou seja, a vida eterna no templo de Deus (vs. 7; 2:2; At 8:27,38-40).
Os estrangeiros que se unirem ao Senhor
para o servirem e o amarem, escolhendo ser servos do Deus vivo, que escolhem o
seu sabá para o observar e não profanar e que abraçam o seu pacto, seriam
aceitos por Deus. Deus queria incluir os gentios fiéis na comunhão consigo mesmo
(2:2-4; Sl 15:1; I Re 8:41-43; Mc 11:17).
O Senhor é aquele que congrega os dispersos,
que depois do exílio reuniria tanto judeus quanto não judeus numa única
comunidade (11:11-12; Jo 10:16).
b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21).
De 56:9 a 57:21 veremos o justo e o ímpio
em Israel. Depois de enfatizar a justiça (e o sábado) ao indicar que os gentios
que mostrassem ter compromisso com esse ideal receberiam salvação, Isaías
adverte que, entre os israelitas no exílio, haveria os justos e os ímpios.
O arrependimento seria a chave para
determinar o destino individual dos israelitas. Também é a chave que distingue
os que são ou não salvos, pois ímpio algum haverá de se arrepender, como foi o
caso de Judas, ímpio, que não se arrependeu, apesar de ter convivido com o
Senhor por três anos e meio.
Um convite é feito a partir do verso 9 aos
animais do campo e do bosque, ou seja, trata-se de uma metáfora para indicar as
nações hostis (18:6; Jr 12:8-9; Ez 34:5,8,25; I Co 15:32) que estariam sendo
convidadas a comerem.
Todos os seus atalaias, ou vigias, que
advertiam a cidade quanto à aproximação de perigo são acusados de cegueira. Embora
estivessem ali para verem e darem o alarme, nada viam, portanto, alarme nenhum
seria soado avisando a cidade do perigo real. No presente contexto, essa seria uma
representação dos profetas (21:6; 57:11; Jr 6:17; Ez 3:.17; 33:2-7) que serviam
na qualidade de líderes (vs. 11). Até mesmo os profetas de Israel
frequentemente se recusavam a ver o que deveriam ter visto.
São também acusados – vs 11 – de serem preguiçosos
e gostarem de dormir. Em hebraico, a palavra que significa "dormir"
tem um som parecido com a palavra "vidente" nessa língua (um termo
antigo para "profeta").
No mundo de Isaías, os cães – vs 11 - eram
animais bravos e carniceiros que representavam a impureza. O cão é usado aqui
como uma ilustração da ganância insaciável.
Is 56:1 Assim diz o Senhor:
Mantende
a retidão, e fazei justiça;
porque
a minha salvação está prestes a vir,
e
a minha justiça a manifestar-se.
Is
56:2 Bem-aventurado o homem que fizer isto,
e
o filho do homem que lançar mão disto:
que
se abstém de profanar o sábado,
e
guarda a sua mão de cometer o mal.
Is
56:3 E não fale o estrangeiro, que se houver unido ao Senhor,
dizendo:
Certamente
o Senhor me separará do seu povo;
nem
tampouco diga o eunuco:
Eis
que eu sou uma árvore seca.
Is
56:4 Pois assim diz o Senhor a respeito dos eunucos
que
guardam os meus sábados, e escolhem as coisas
que
me agradam, e abraçam o meu pacto:
Is
56:5 Dar-lhes-ei na minha casa
e
dentro dos meus muros um memorial
e
um nome melhor do que o de filhos e filhas;
um
nome eterno darei a cada um deles,
que
nunca se apagará.
Is
56:6 E aos estrangeiros, que se unirem ao Senhor,
para
o servirem, e para amarem o nome do Senhor,
sendo
deste modo servos seus,
todos
os que guardarem o sábado, não o profanando,
e
os que abraçarem o meu pacto,
Is
56:7 sim, a esses os levarei ao meu santo monte,
e
os alegrarei na minha casa de oração;
os
seus holocaustos e os seus sacrifícios
serão
aceitos no meu altar;
porque
a minha casa será chamada
casa
de oração para todos os povos.
Is
56:8 Assim diz o Senhor Deus,
que
ajunta os dispersos de Israel:
Ainda
outros ajuntarei a ele, além dos que
já
se lhe ajuntaram.
Is
56:9 Vós, todos os animais do campo,
todos
os animais do bosque, vinde comer.
Is
56:10 Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem;
todos
são cães mudos, não podem ladrar; deitados,
sonham
e gostam de dormir.
Is
56:11 E estes cães são gulosos, nunca se podem fartar;
e
eles são pastores que nada compreendem;
todos
eles se tornam para o seu caminho,
cada
um para a sua ganância,
todos
sem exceção.
Is
56:12 Vinde, dizem,
trarei
vinho, e nos encheremos de bebida forte;
e
o dia de amanhã será como hoje,
ou
ainda mais festivo.
Os pastores são aqui uma ilustração dos
governadores (vs. 10; 40:11; Ez 34:1-6) que nada compreendem e que se tornam
para o seu caminho de ganância insaciável.
Estes são os que dizem para trazerem mais
vinho e se encherem de bebida forte, porque o dia de amanhã seria ainda mais
festivo que o dia de hoje.
Eram semelhantes, ou protótipos, dos
israelitas que estariam cercados por Senaqueribe que desesperados pelas suas
vidas diriam: comamos e bebamos, pois que amanhã morreremos. Era mesmo um
tributo à morte e uma ofensa ao Deus da salvação. Ou seja, sua preocupação com
o povo de Deus era nenhuma e somente queriam banquetearem-se em seus próprios
deleites, totalmente aversos ao reino de Deus, à sua justiça e aos seus
sábados.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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