Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 51 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3
– já vista; c. O salmo de confiança
do servo – 50:4 – 11 – já vista; d.
Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – já vimos; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – já vimos; f. O servo sofredor e exaltado
– 52:13 – 53:12 – veremos agora; g.
Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O convite para ir – 55:1-13.
e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – em continuação
Ocuparemos dois capítulos com a reflexão
sobre o servo sofredor e exaltado. Não sofredor no sentido de “coitadinho”, mas
por causa da soberania de Deus a qual ele nos é um exemplo.
Resumidamente, nestes 12 primeiros capítulos
de Isaías 52, veremos que Deus chama mais uma vez os exilados a que despertem
(cf. 51:17). Em vez de reclamarem e acusarem a Deus, eles se regozijariam na
maravilha de que Deus libertaria o seu povo.
O começo é semelhante ao capítulo anterior,
mas não aqui de Israel para o Senhor, mas do Senhor para Israel, em forma
imperativa, dupla, como em 40:1; 51:17; 52:11; 57:14; 62:10; 65:1.
Tratava-se de uma ordem clara para ela se
despertar e se vestir, mas não para ser serva, nem ser humilhada, antes para
ser exaltada.
O profeta tinha em mente tanto a cidade de
Sião em si quanto os exilados que a consideravam seu lar. Jerusalém é retratada
como uma esposa real vestida de maneira deslumbrante (cf. 61:10; Ap 3:4-5,18; 4:4).
Reparem no contraste com a descrição da Babilônia, a senhora dos reinos, que
estava sendo ordenada a descer do seu trono e tornar-se uma escrava - 47:1-4 –
enquanto que Sião, a jovem cativa, receberia a ordem de ascender ao seu trono.
Por meio de sua consagração ao Senhor,
Jerusalém era a "cidade santa" (48:2; veja Jl 3:17; Ap 21:2; cf. Mt
4:5) onde o ímpio não teria parte na cidade de Deus (vs. 2; 48:27; Na 1:15; Ap
21:27; 22:14-15).
No verso 3, ele explica o porque da ordem e
dos preparativos para Sião, pois por nada foram vendidos e sem dinheiro seriam
resgatados, ou seja, a salvação é gratuita (45:13; 55:1).
Foi para peregrinar, no princípio, que
Israel desceu ao Egito – vs. 4. Israel dependia da prometida hospitalidade do
Egito, mas teve a sua confiança traída e a Assíria o oprimiu sem razão. Israel
não tinha causado problemas ao Egito, nem à Assíria ou mesmo à Babilônia.
O povo de Deus foi tomado pelos seus
dominadores que se acharam seus donos e quanto ao Senhor, passaram inclusive a
zombar e até a blasfemar dizendo quem era o Senhor?
O povo de Deus, sim, este saberá o seu nome
– vs. 6 – numa clara alusão a Êx 3:13-14; 6:2. Deus demonstraria em ações que
ele era o Senhor. O povo haveria de saber naquele dia que era Deus a falar e a
dizer “eis-me aqui” – vs 6.
O quadro que se pinta no verso 7 é o
retrato de um arauto na encosta da montanha esquadrinhando o horizonte e,
então, relatando as boas-novas àqueles que ansiosamente esperavam por
informação sobre o resultado da batalha (veja Sl 125:2).
Eram os pés do mensageiro que percorreriam
as montanhas com as boas-novas de que o exílio chegara ao fim porque Deus reinava
sobre os seus inimigos (II Sm 18:26).
Era ele, o mensageiro, que dizia “O teu
Deus reina!” – vs 7. Essa e outras passagens de Isaías fornecem o pano de fundo
do termo “evangelho" no Novo Testamento.
A essência do evangelho nos dois Testamentos
é que Deus reina sobre tudo e que o seu reino chegou (6:5; 24:23; 33:20; 40:10;
41:21; 43:15,21; 44:6; 60:17; cf: SI 47:8; 93:1; 97:1; 99:1; Ap 19:6).
Os atalaias passaram a levantar as suas
vozes e juntamente exultavam, pois de pertinho contemplavam a volta do Senhor a
Sião. Somente um atalaia pode ter essa visão especial por causa de sua atenção
e ministério.
Aqueles que ansiavam pela justiça de Deus
(51:1; 62:6) erguiam a sua voz e rompiam em júbilo dando uma resposta de fé à
chegada do reino (cf. 44:23; 49:13; 55:12) pelo retorno do SENHOR para a
renovação da aliança e do favor de Deus para com o seu povo.
Essa restauração, como já tivemos a
oportunidade de ver, teve início com a reconstrução das ruínas de Jerusalém (Ed
3:8-13; Ne 6:15-7.3) e foi manifestada posteriormente em Jesus Cristo (Lc 2:38).
O fato é que o Senhor veio e habitou entre
nós, fazendo parte de uma família e ocupou uma posição humilde de trabalho até
completar a idade de 30 anos quando começou seu ministério exclusivo onde
juntou doze discípulos para daí em diante fundar sua igreja.
Ele desnudou o seu braço a vista de todas
as nações – vs. 10 – e de todos os confins da terra onde puderam ver a salvação
do nosso Deus. Estava aqui conosco, mas nos parecia tão igual que passou,
cumpriu sua missão e voltou para sua habitação. Muitos nem notaram e muitos
ainda o ignoram, apesar dos registros bíblicos e das testemunhas levantadas em
todos os tempos. Ele prometeu que voltará outro dia, mas não mais como o
Messias e Salvador, mas como o juiz que cobrará de cada um o uso que fazem dos
recursos que ele gratuitamente dá para cada cidadão do planeta.
A partir do vs. 12, outro imperativo duplo
como em 51:9,17; 52:1 para retirarem-se e saírem de lá e não tocarem em coisa imunda. Eles,
que levavam os utensílios do SENHOR, deveriam sair, não tocar, purificarem-se.
Aqueles que deveriam voltar para Jerusalém
e servir a Deus como sacerdotes precisavam ser consagrados ao serviço santo
(cf. II Co 6:17; Hb 12:14; 13:13; I Pe 2:1-12; Ap 18:4) e deveriam levar os
utensílios.
No primeiro êxodo, Israel levou os metais
preciosos para a confecção dos utensílios; no segundo êxodo (a volta do
exílio), os sacerdotes e os levitas levariam os próprios utensílios (II Re 25:14-15;
Ed 1:7-11; 5:14-15).
No entanto, não iriam sair de qualquer
jeito ou como estando em fuga, acoados e medrosos de tudo, uma vez que adiante
deles estaria o Senhor – vs 12. Era essa uma alusão às colunas de nuvem e de
fogo que protegeram Israel na sua saída do Egito (veja 42:16; 49:10; 58:8; Ex
13:21-22; 14:19-20).
A presença de Deus guiaria o seu povo à
plenitude e ao esplendor do seu reino eterno (4:5,6; 42:16; 49:10; 58:8; cf: Êx
13:21-22; 14:19-20).
O sofrimento vicário do Servo do Senhor e sua exaltação.
Veremos a partir de agora do vs. 13 ao 53.12
o sofrimento vicário do Servo do Senhor e sua exaltação. Essa seção contém o
quarto e último dos cânticos do servo, como já falamos (42:1-4; 49:1-7; 50:4-9;
52:13-53:12).
O Novo Testamento confirma que o Servo sofredor
é Jesus Cristo (Mt 8:17; 26:63,67; 27:14; Mc 9:12; 14:60; 15:4-5; Lc 22:37; 23:33;
24:27,46; Jo 1:29; 12:38; At 3:13; 8:32-33; Rm 4:25; 5:19; 10:16; 15:21; 1Co 5:7;
15:3; Hb 9:28; 1Pe 1:11; 2:22-25; Ap 5:6,12; 13:8).
52:13 a 53:12 é a passagem do Antigo
Testamento mais citada no Novo Testamento. Por causa do seu sofrimento vicário,
todo aquele que nele crer - judeus e gentios - tem esperança de vida e de
compartilhar de sua recompensa.
Nesses três últimos versículos do capítulo
12, veremos a vindicação e a glorificação
do servo do Senhor que procederá com prudência.
O termo hebraico tem a conotação de que o
servo seria bem-sucedido e recompensado por ter compreensão da vontade de Deus
e por cumpri-la (cf. Jr 23:5).
Os verbos hebraicos relacionados ao ser
exaltado e elevado – vs 13 - significam que estão em vista três acontecimentos
sucessivos na exaltação do servo:
·Ressurreição.
·Ascensão.
·Glorificação.
Is 52:1 Desperta, desperta, veste-te da
tua fortaleza, Sião;
veste-te
dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade santa;
porque
nunca mais entrará em ti nem incircunciso
nem
imundo.
Is
52:2 Sacode-te do pó; levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém;
solta-te
das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião.
Is
52:3 Porque assim diz o Senhor:
Por
nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados.
Is
52:4 Pois assim diz o Senhor Deus:
O
meu povo desceu no princípio ao Egito, para peregrinar lá,
e
a Assíria sem razão o oprimiu.
Is
52:5 E agora, que acho eu aqui?
diz o Senhor, pois que o meu povo foi tomado
sem
nenhuma razão, os seus dominadores dão uivos
sobre
ele, diz o Senhor;
e
o meu nome é blasfemado incessantemente o dia todo!
Is
52:6 Portanto o meu povo saberá o meu nome;
portanto
saberá naquele dia que sou eu o que falo;
eis-me
aqui.
Is
52:7 Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia
as
boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas,
que
proclama a salvação,
que
diz a Sião:
O
teu Deus reina!
Is
52:8 Eis a voz dos teus atalaias! eles levantam a voz,
juntamente
exultam; porque de perto contemplam
a
volta do Senhor a Sião.
Is
52:9 Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém;
porque
o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém.
Is
52:10 O Senhor desnudou o seu santo braço
à
vista de todas as nações; e todos os confins da terra
verão
a salvação do nosso Deus.
Is
52:11 Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda;
saí
do meio dela, purificai-vos,
os
que levais os vasos do Senhor.
Is
52:12 Pois não saireis apressadamente, nem ireis em fuga;
porque
o Senhor irá diante de vós,
e
o Deus de Israel será a vossa retaguarda.
Is
52:13 Eis que o meu servo procederá com prudência;
será
exaltado, e elevado, e mui sublime.
Is
52:14 Como pasmaram muitos à vista dele
(pois
o seu aspecto estava tão desfigurado que não era
o
de um homem, e a sua figura não era
a
dos filhos dos homens),
Is
52:15 assim ele espantará muitas nações;
por
causa dele reis taparão a boca;
pois
verão aquilo que não se lhes havia anunciado,
e
entenderão aquilo que não tinham ouvido.
O servo sofredor e desonrado não seria reconhecido
como ser humano (cf. Sl 22:6).
Segundo o texto hebraico, a Septuaginta
traz: "aspergirá muitas nações", talvez referindo-se ao ritual de
purificação que visava transferir o seu beneficiário da morte para a vida:
·Os
leprosos (Lv 14:7; 16:27).
·Os
imundos por terem tocado em cadáveres (Nm 19:4,18-19).
·Todo
o Israel no Dia da Expiação (Lv 16:14-15,19).
Apesar de não ser reconhecido como figura
humana devido sua aparência sofredora e aparentemente desonrada, ele seria
exaltado, elevado e mui sublime – vs 13. Assim como pasmaram diante dele por
causa de sua desfiguração, assim ele espantará muitas nações e por causa dele,
muitos reis taparão sua boca, pois, finalmente verão ou ouvirão aquilo que não
ouviram: a notícia dada em 53.1-12, que veremos em seguida.
Para você não se perder na leitura,
capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 51 e nas seguintes
partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3
– já vista; c. O salmo de confiança
do servo – 50:4 – 11 – já vista; d.
Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – veremos agora; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – veremos agora; f. O servo sofredor e
exaltado – 52:13 – 53:12; g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O
convite para ir – 55:1-13.
d. Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8.
Neste capítulo 51, nos primeiros oito
versículos, veremos um debate sobre a compaixão e a retidão de Deus que irão
resultar em palavras de conforto para Sião.
Isaías aborda o problema da descrença em
relação à disposição de Deus de mostrar compaixão (vs. 3) e justiça (vs. 5). Os
motivos do temor e da reprovação sugerem que essa passagem estava abordando
discussões que estavam acontecendo entre o fiel e o infiel a respeito desses
assuntos (vs. 7).
Começa o capítulo com um chamado para ouvir
(veja também o vs. 4), para dar atenção ao que fala, um apelo destinado àqueles
que seguem a justiça e aos que buscam ao Senhor, deixando implícita que se
seguirá uma controvérsia ou uma discussão. Isaías garantiu ao remanescente
daqueles que estavam procurando ser fiéis que Deus não deixaria de
restaurá-los.
A rocha de onde foram cortados e a caverna
do poço de onde foram cavados representa respectivamente, Abraão e Sara, como
se explica no versículo 2, em seguida. A menção do amor de Deus por esses
antigos ancestrais tinha o propósito de assegurar aos israelitas no exílio de
que ele continuava a amá-los.
A argumentação do profeta vai do menor para
o maior. Se Deus abençoou Abraão quando ele era uma única pessoa, quanto mais
não abençoaria a incontável descendência de Abraão que vivia nos dias do
profeta.
Deus escolheu Abraão, como escolhera a Noé,
de uma multidão incontável de pessoas no planeta todo. Noé, por exemplo, foi
uma escolha entre milhões ou bilhões de pessoas no mundo dele, em sua época.
Calcula-se – o professor Adauto Lourenço[1]
nos explica – que Noé foi uma escolha de Deus entre 700 milhões a 4,5 bilhões
de pessoas no mundo!
E quanto a Abraão, quantas pessoas existiam
no mundo, em sua época que Deus apenas escolheu ele de todos os habitantes do
planeta? Se fizermos comparações, deveremos chegar perto desse número. Vejamos
de Adão a Noé, inclusive, são no total dez gerações. De Noé até Abraão, inclusive,
seguindo os mesmos parâmetros, são 12 gerações.
Então, muito provavelmente, o número de
habitantes era algo próximo do que foi com Noé, ou seja, foi uma escolha entre
milhões senão bilhões de pessoas.
Deus o chamou, o abençoou e o multiplicou –
vs 2.
Ouvi-me e olhai são os verbos empregados
aqui destinados aos que seguem a justiça e aos que o buscam, porque o Senhor
consolará a Sião – vs 3. Ele terá piedade ou consolará todos os seus lugares
assolados fazendo o seu deserto como o Éden e a sua solidão como o jardim do
Senhor. Essa imagem representa a mudança da maldição em bênção. Haveria regozijo
e alegria em lugar de tristeza, ação de graças e voz de cântico (vs. 11) e o
povo de Deus conquistaria de novo o paraíso perdido de Deus (9:3,4; 12:3).
Escutai-me ou atentai-me povo meu, nação
minha, ele começa o vs 4, inclinai os ouvidos para mim e ele explica o porquê.
Dele sairia a lei, o estabelecimento de sua justiça como a luz dos povos. Isso
seria realizado por meio do Servo nos últimos dias (2:2-4; 42:1-4,6; 49:6).
Para aqueles que estão no exílio, o Senhor
anunciou que a restauração estava perto. Nesse tempo, a justiça e a retidão de
Deus seriam demonstradas a todos.
No verso 6, vemos que toda a criação que é
transitória (50:9; Sl 68:2; 102:3,26; Os 13:3; Is 24:4; 34:4; Hb 1:10-11; II Pe
3:10) está a serviço da redenção de Deus! Somos convidados por ele para
levantarmos os nossos olhos para os céus e olharmos para a terra embaixo e tudo
o que é transitório passará, mas a sua salvação e a sua justiça jamais
passarão, serão eternas!
Os que conhecem a seu Deus e em seu coração
está a sua lei são convidados a ouvirem o consolo do Senhor com sua palavra de
fortaleza para eles de que não deveriam temer, nem se turbarem – vs 7. A
realidade espiritual da aliança (Sl 40:8; Jr 31:31; Ez 36:27) onde a lei está
nos corações entra em contraste com 29:13, onde o povo se aproxima de Deus
apenas de aparência, mas o seu coração está bem distante e desinteressado das
coisas do reino de Deus e de sua justiça.
Os fiéis enfrentariam desafios à sua crença
de que Deus cumpriria a sua promessa de restaurar a nação, mas deveriam
permanecer firmes uma vez que a traça e o bicho os devorará, mas a justiça do
Senhor e sua salvação seriam eternas entre as gerações.
e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12.
Dos versos 9, deste, ao 12, do próximo capítulo, estaremos vendo o profeta
relatando primeiramente o lamento de Israel a Deus: -“Desperta, desperta” – vs.
9. Então, depois, com um toque de ironia,
Deus irá responder a Israel em duas ocasiões diferentes, com as palavras “Desperta,
desperta” – vs. 17; 52:1 -, deixando claro que Israel e não Deus, era quem estava
dormindo.
Dos vs. 9 ao 16, deste, Isaías antecipa que
alguns dos exilados acusariam Deus de deixar de agir em seu favor por estar ele
dormindo. Isaías usa a forma de um lamento e de resposta divina.
Estaria Deus dormindo? “Eis que não dormitará nem dormirá aquele que
guarda a Israel” – Sl 121:4. No entanto, Israel continua lamentando em um
imperativo duplo, como no vs. 17, 40:1; 52:1,11: 57:14: 62:10; 65:1. A ordem
deixa implícita a acusação de que o Senhor estava dormindo – 40:27; Sl 44:23.
A maneira como se dirigem a Deus revela o
quanto estava Israel desrespeitando o Senhor. Em forma de zombaria o interrogam
como se querendo acoá-lo e mostrar que deveria Deus agir logo, uma vez que era Deus.
Não és tu o que abateu o Egito e feriu o
monstro marinho? Trata-se isso de uma metáfora de oposição a Deus (Jó 7:12; Sl
74:13-14; Ez 29:3-5; 32:2-6). Essa imagem emprestada representa a conquista do
Egito pelo Senhor, que resistiu ao nascimento de Israel.
Ela liga o primeiro êxodo (do Egito) e o
segundo êxodo (da Babilônia) com o ato criativo de Deus de criar o cosmos a
partir "do grande abismo" (vs. 10), as caóticas águas primevas da
época da criação (Gn 1:2). O êxodo de Israel é retratado no escopo maior da
vitória de Deus sobre todo o mal.
Também enfático, como no v. 15, a ideia dessa
ênfase corresponde à ordem dupla de "desperta" (vs. 9). Ele é o
Senhor quem os consola, como pois temeriam os homens que são mortais ou os
filhos do homem que se tornarão feno (a vida humana é passageira como a
"erva" – vs. 12; 40:6; Sl 90:5) e que se esquecem do Senhor, o Criador, que
estendeu os céus e fundou a terra e temem continuamente o furor do opressor –
vs 13? Onde estaria o furor do opressor?
Uma metáfora para o exílio e para todos
aqueles que experimentariam as trevas da alienação e a tristeza do Dia do
Senhor (cf. 42.7,22; 49.9,24-25; 52.2; 61.1).
Como já dissemos, no verso 12, há uma outra
proclamação enfática – vs. 15 - de que Deus não é outro senão o Senhor que
agita o mar de modo que as ondas bramem, ou seja, o seu poder sobre o mar é uma
representação do poder de Deus sobre toda a sua criação – Jr 31:35; Jó 26:12;
Sl 107:25).
Deus abençoara ricamente o seu povo no
passado e agora ele se dirigia a Jerusalém: "Tu és o meu povo" – vs.
16. A nação estava sendo renovada na aliança com Deus (Os 1:10-2.3).
Deus responde à acusação implícita de que
estivera dormindo ao lançar de volta para Jerusalém a acusação de Israel. Era
ela quem estava adormecida e precisava seguir adiante na direção da restauração
à Terra Prometida.
“Desperta, desperta.” - novamente o imperativo
duplo, como nos vs. 1,9, assim como em 52:1,11; Ef 5.14. Sendo que aqui é Deus que
fala para Israel despertar-se e se levantar, pois das mãos do Senhor beberam o
cálice da sua ira (uma imagem do julgamento de Deus- 29:9; 63:6; SI 75:8; Jr 25:15-31; Ez 23:31-34;
Zc 12:2; Jo 18:11; Ap 14:10; 16:19), o cálice de atordoamento e o esgotaram.
Is 51:1. Ouvi-me vós, os que seguis a
justiça, os que buscais ao Senhor;
olhai para a
rocha donde fostes cortados,
e
para a caverna do poço donde fostes cavados.
Is 51:2.
Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz;
porque
ainda quando ele era um só,
eu
o chamei, e o abençoei e o multipliquei.
Is 51:3.
Porque o Senhor consolará a Sião;
consolará
a todos os seus lugares assolados,
e
fará o seu deserto como o Edem e a sua solidão
como
o jardim do Senhor;
gozo
e alegria se acharão nela,
ação de graças, e
voz de cântico.
Is 51:4.
Atendei-me, povo meu, e nação minha,
inclinai
os ouvidos para mim;
porque
de mim sairá a lei,
e estabelecerei
a minha justiça como luz dos povos.
Is 51:5.
Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação,
e
os meus braços governarão os povos;
as
ilhas me aguardam, e no meu braço esperam.
Is
51:6. Levantai os vossos olhos para os céus e olhai para
a
terra em baixo;
porque
os céus desaparecerão como a fumaça,
e
a terra se envelhecerá como um vestido;
e
os seus moradores morrerão como mosquitos
mas
a minha salvação, porém,
durará
para sempre,
e
a minha justiça não será abolida.
Is
51:7. Ouvi-me, vós que conheceis a justiça,
vós,
povo, em cujo coração está a minha lei;
não
temais o opróbrio dos homens,
nem
vos turbeis pelas suas injúrias.
Is
51:8. Pois a traça os roerá como a um vestido,
e
o bicho os comerá como à lã;
a
minha justiça, porém, durará para sempre,
e
a minha salvação para todas as gerações.
Is
51:9. Desperta, desperta, veste-te de força,
ó
braço do Senhor; desperta como nos dias da antiguidade,
como
nas gerações antigas.
Porventura
não és tu aquele que cortou em pedaços a Raabe,
e
traspassou ao dragão,
Is
51:10. Não és tu aquele que secou o mar,
as
águas do grande abismo?
o
que fez do fundo do mar um caminho,
para
que por ele passassem os remidos?
Is
51:11. Assim voltarão os resgatados do Senhor,
e
virão com júbilo a Sião; e haverá perpétua alegria
sobre
as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão,
a
tristeza e o gemido fugirão.
Is
51:12. Eu, eu sou aquele que vos consola;
quem,
pois, és tu, para teres medo dum homem, que é mortal,
ou
do filho do homem que se tornará como feno;
Is
51:13. e te esqueces do Senhor, o teu Criador,
que
estendeu os céus, e fundou a terra,
e
temes continuamente o dia todo
por
causa do furor do opressor,
quando
se prepara para destruir?
Onde
está o furor do opressor?
Is
51:14. O exilado cativo depressa será solto,
e
não morrerá para ir à sepultura, nem lhe faltará o pão.
Is
51:15. Pois eu sou o Senhor teu Deus, que agita o mar,
de
modo que bramem as suas ondas.
O
Senhor dos exércitos é o seu nome.
Is
51:16. E pus as minhas palavras na tua boca,
e
te cubro com a sombra da minha mão;
para
plantar os céus, e para fundar a terra,
e
para dizer a Sião: Tu és o meu povo.
Is
51:17. Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém,
que
bebeste da mão do Senhor o cálice do seu furor;
que
bebeste da taça do atordoamento, e a esgotaste.
Is
51:18. De todos os filhos que ela teve, nenhum há que a guie;
e
de todos os filhos que criou, nenhum há
que
a tome pela mão.
Is
51:19. Estas duas coisas te aconteceram;
quem
terá compaixão de ti?
a
assolação e a ruína, a fome e a espada; quem te consolará?
Is
51:20. Os teus filhos já desmaiaram,
jazem
nas esquinas de todas as ruas,
como
o antílope tomado na rede;
cheios
estão do furor do Senhor,
e
da repreensão do teu Deus.
Is
51:21. Pelo que agora ouve isto, ó aflita, e embriagada,
mas
não de vinho.
Is
51:22. Assim diz o Senhor Deus e o teu Deus,
que
pleiteia a causa do seu povo:
Eis
que eu tiro da tua mão a taça de atordoamento
e
o cálice do meu furor;
nunca
mais dele beberás;
Is
51:23. mas pô-lo-ei nas mãos dos que te afligem,
os
quais te diziam:
Abaixa-te,
para que passemos sobre ti;
e
tu puseste as tuas costas como o chão,
e
como a rua para os que passavam.
Jerusalém é personificada como uma mãe –
vs. 18; 50:1 -, mas que não guiou os seus filhos. De todos os que criou, nenhum
deles ela tomou pela sua mão.
Estas duas coisas, a saber, a desolação da
terra e a morte do povo (cf. "perda de filhos e viuvez" em 47.9) –
vs. 19 – aconteceram a Jerusalém e quem dela terá compaixão? Ah,se não fora o Senhor há muito teria sido
varrida do mapa para sempre. Ela estava embriagada, mas não do vinho, mas do
furor do Senhor.
Ainda lhe diz como Senhor, como o Senhor
seu Deus, o Deus dela, que ainda pleiteia a sua causa e que tira da sua mão a
taça do seu atordoamento, para nunca mais beber dele. Agora o cálice que era de
Jerusalém caí sobre os seus opressores (os babilônios - Lm 1:4-5,12; 3:32 - e
todos aqueles que perseguiram e oprimiram os filhos de Deus ) os quais diziam a
ela que se abaixasse para que por sobre ela passassem como passam pela rua.
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