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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Isaías 47:1-15 - ISAÍAS E A QUEDA DA BABILÔNIA.

Para você não se perder na leitura capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
1. O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22.
Como já falamos, Ciro, imperador da  Pérsia, contemporâneo de Esdras, Neemias, Zorobabel, Ester e Mordecai, é mencionado tanto por seu próprio nome, algo espetacular demais que tem intrigado estudiosos e tem feito os céticos afirmarem que Isaías fora escrito depois do exílio,  quanto por implicação ao longo de toda a passagem.
Ciro, que  já fora mencionado em 41:1 e nos versículos seguintes, seria:
·         O pastor de Deus para o seu povo  - 44:28.
·         O ungido de Deus – 45:1.
·         Aquele a quem Deus levantaria 45:13.
·         Uma ave de rapina do oriente que realizaria os propósitos de Deus – 46:11.
·         O aliado escolhido de Deus contra a Babilônia – 48:14.
Além dessas referências explícitas, a questão da escolha de Ciro por Deus está implícita em vários pontos desses capítulos, como teremos a oportunidade de vermos em riqueza de detalhes.
Esse plano de Deus para Ciro pode ser dividido também em 8 partes para melhor entendimento do texto e seu contexto. a. O hino de autoglorificação do Senhor – 44:24-28 – já vimos; b. Oráculo real acerca de Ciro – 45:1-8 – já vimos; c. Ai dos contendores – 45:9-14 – já vimos; d. Aceitação do plano de Deus – 45:15-17 – já vimos; e. O Senhor é capaz – 45:18-25 – já vimos; f. O destino certo da Babilônia – 46:1-13 – já vimos; g. Julgamento contra a Babilônia – 47:1-15 – veremos agora; e, finalmente, h. O chamado para ouvir e partir – 48:1-22.
g. Julgamento contra a Babilônia – 47:1-15.
Neste capítulo veremos o julgamento contra a Babilônia. Seria Deus capaz de levar adiante seu plano com relação a Ciro? A resposta positiva leva a um oráculo que garante a queda da Babilônia.
Muitos duvidavam de que Deus poderia mudar um quadro desses e que estavam ali por pura vontade soberana de Deus, antes criam que ali estavam porque Babilônia e seus deuses tinham prevalecido contra todos os outros deuses, inclusive contra o Senhor.
O que vemos nos primeiros quatros versículos é que Babilônia, a senhora dos reinos – vs 5 -, seria ordenada a descer do seu trono e tornar-se escrava.
A sua queda seria tão fantástica que jamais se ergueria novamente. A história nos comprova isso, pois já se tem passado muitos anos – mais de 2700 anos - e a realidade é que jamais mesmo reascendeu para ocupar sua posição inicial de senhora de reinos.
Por outro lado, vive o nosso Redentor, cujo nome é o Santo de Israel – vs 4. Sião, a jovem cativa, receberia a ordem de ascender ao seu trono – 52:12.
Houve da parte de Deus muito agaste contra o seu povo – vs 6 -, o povo de sua possessão – Jr 12:7 - o qual ele mesmo profanou a aliança e os entregou nas mãos da Babilônia, mas elas não usaram de misericórdia (49:24,25; 51:13,19; Lm 5:12,14) como se esperaria dela e até dos seus velhos que estavam cativos fizeram deles pesados os seus jugos.
Ela cria que seria perpétua e dizia para si mesma que seria senhora para sempre – vs 7 -, por isso que não se importava com coisa alguma nem se lembrava do fim delas.
O orgulho blasfemo da Babilônia estava baseado no seu desprezo pelas verdades de que Deus tanto é soberano quanto governava a História e a julgaria pela sua crueldade – vs 6. Todas as suas estruturas eram vitalícias e não tinham qualquer consideração por Deus – Ap 18:2.
A sua força estava baseada em seu poder, em seus números, em seus exércitos de homens e em suas parcerias as quais eram sustentadas pela opressão. Tal reino não tinha como auto suster-se por muito tempo.
No verso 8 ela está tão segura de si que chega a dizer que não ficará viúva, nem conhecerá a perda de filhos, ou seja, não perderá a esperança no futuro, e que fora dela não há outra igual. Isso contrasta com a “virgem filha” nos vs 1, 5; com seu envio para a escravidão e a morte; e, com o fato de que somente Deus é sem igual ou incomparável com qualquer outra força ou poder.
Aquilo que ela estava segura seria alvo de ataques, pois num só momento, repentinamente, ambas as coisas viriam sobre ela, no mesmo dia, a perda de filhos e sua viuvez. Em toda a sua plenitude viriam contra ela.
É o anúncio de uma catástrofe repentina no Dia do Senhor que a Babilônia seria incapaz de livrar-se ou proteger-se do julgamento de Deus. Semelhantemente também a queda da Babilônia de Apocalipse que anuncia que numa só hora viria a sua destruição – Ap 18:10, 17, 19.
Sobre ela viria o seu juízo por causa da multidão de suas feitiçarias e da grande abundância dos seus muitos encantamentos. Isso é uma referência às inúmeras práticas mágicas da Babilônia por meio das quais ela tentava impor o ser poder e manipular os seus inimigos – vs 12.
A Babilônia estava tão arrogante por causa de suas tradições religiosas, mágicas, adivinhações e intelectualidade, que já se auto deificava e assim usurpava o nome de Deus – vs 10. Mas a sua confiança estava em sua maldade a qual estava segura que ninguém poderia vê-la, julgá-la ou atrever-se a dizer: - o que fazes? Sua autodeterminação dependia dos presságios dos corpos celestes – Dn 2:10.
A palavra profética promete a ela uma surpresa tal que astro nenhum poderia prever e portanto um mal viria sobre ela da qual não saberia a sua origem, não poderia ser previsto, uma tal destruição cairia sobre ela que não poderia ser evitada e repentinamente lhe sobreviria, seria uma tão grande desolação que não poderia conhecer – vs 11.
No verso 12, o profeta zomba e desafia ao mesmo tempo para que ela mediante os seus poderes pudesse ou prever ou evitar o dano que iria sofrer. Qual seria o proveito de suas consultas? Nenhum proveito, de nenhuma serventia, pois tudo era engano e mentira em que confiava e estava segura.
Embora os astrólogos da babilônia  - vs 13 – praticavam a sua arte na tentativa de defender a Babilônia dessas profecias, elas jamais poderiam gerar para eles salvação.
O fato era que também haviam se cansado da multidão dos seus próprios conselhos – vs 13. Os seus olhos se voltavam para os agoureiros, para os que contemplam os astros, para os prognosticadores, mas em nenhum deles havia salvação.
Em consequência – vs 14 e 15 -, seriam como a pragana onde o fogo as queimará sem que haja salvação. Eles não poderiam salvarem-se do poder das chamas; não poderiam se aquentar em suas brasas, nem se assentarem junto ao fogo, pois que cada um irá vagueando pelo seu caminho sem ninguém para salvá-los.
Is 47:1 Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia;
                assenta-te no chão; já não há trono, ó filha dos caldeus,
                               porque nunca mais serás chamada a tenra nem a delicada.
                Is 47:2 Toma a mó, e mói a farinha; remove o teu véu,
                               descalça os pés, descobre as pernas e passa os rios.
                Is 47:3 A tua vergonha se descobrirá, e ver-se-á o teu opróbrio;
                               tomarei vingança, e não pouparei a homem algum.
                Is 47:4 O nosso redentor cujo nome é o SENHOR dos Exércitos,
                               é o Santo de Israel.
                Is 47:5 Assenta-te calada, e entra nas trevas, ó filha dos caldeus,
                               porque nunca mais serás chamada senhora de reinos.
                Is 47:6 Muito me agastei contra o meu povo,
                               profanei a minha herança, e os entreguei na tua mão;
                                               porém não usaste com eles de misericórdia,
                                               e até sobre os velhos fizeste muito pesado o teu jugo.
                Is 47:7 E disseste:
                               Eu serei senhora para sempre;
                                               até agora não te importaste com estas coisas,
                                                               nem te lembraste do fim delas.
                Is 47:8 Agora, pois, ouve isto, tu que és dada a prazeres,
                               que habitas tão segura, que dizes no teu coração:
                                               Eu o sou, e fora de mim não há outra;
                                               não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos.
                Is 47:9 Porém ambas estas coisas virão sobre ti num momento,
                               no mesmo dia, perda de filhos e viuvez;
                                               em toda a sua plenitude virão sobre ti,
                               por causa da multidão das tuas feitiçarias,
                               e da grande abundância dos teus muitos encantamentos.
                Is 47:10 Porque confiaste na tua maldade e disseste:
                               Ninguém me pode ver; a tua sabedoria e o teu conhecimento,
                                               isso te fez desviar, e disseste no teu coração:
                                                               Eu sou, e fora de mim não há outra.
                Is 47:11 Portanto sobre ti virá o mal, sem que saibas a sua origem,
                               e tal destruição cairá sobre ti, sem que a possas evitar;
                                               e virá sobre ti de repente desolação
                                                               que não poderás conhecer.
                Is 47:12 Deixa-te estar com os teus encantamentos,
                               e com a multidão das tuas feitiçarias,
                                               em que trabalhaste desde a tua mocidade,
                                                               a ver se podes tirar proveito,
                                                               ou se porventura te podes fortalecer.
                Is 47:13 Cansaste-te na multidão dos teus conselhos;
                               levantem-se pois agora os agoureiros dos céus,
                                               os que contemplavam os astros,
                                               os prognosticadores das luas novas,
                                                               e salvem-te do que há de vir sobre ti.
                Is 47:14 Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará;
                               não poderão salvar a sua vida do poder das chamas;
                                               não haverá brasas, para se aquentar,
                                                               nem fogo para se assentar junto dele.
                Is 47:15 Assim serão para contigo aqueles com quem trabalhaste,
                               os teus negociantes desde a tua mocidade;
                                               cada qual irá vagueando pelo seu caminho;
                                                               ninguém te salvará.
Somente no Senhor há salvação! Engana-se quem pensa que o mundo está entregue a si mesmo ou que alguma força ou poder o domine, como pensam muitos povos por ai, em seus países.
Jesus Cristo, converta nações e povos a ti mesmo antes de sua gloriosa segunda vinda! Amém!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Isaías 46:1-13 - A ESPADA DE DOIS GUMES DA PREGAÇÃO DE ISAÍAS.

Para você não se perder na leitura capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
1. O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22.
Como já falamos, Ciro, imperador da  Pérsia, contemporâneo de Esdras, Neemias, Zorobabel, Ester e Mordecai, é mencionado tanto por seu próprio nome, algo espetacular demais que tem intrigado estudiosos e tem feito os céticos afirmarem que Isaías fora escrito depois do exílio,  quanto por implicação ao longo de toda a passagem.
Ciro, que  já fora mencionado em 41:1 e nos versículos seguintes, seria:
·         O pastor de Deus para o seu povo  - 44:28.
·         O ungido de Deus – 45:1.
·         Aquele a quem Deus levantaria 45:13.
·         Uma ave de rapina do oriente que realizaria os propósitos de Deus – 46:11.
·         O aliado escolhido de Deus contra a Babilônia – 48:14.
Além dessas referências explícitas, a questão da escolha de Ciro por Deus está implícita em vários pontos desses capítulos, como teremos a oportunidade de vermos em riqueza de detalhes.
Esse plano de Deus para Ciro pode ser dividido também em 8 partes para melhor entendimento do texto e seu contexto. a. O hino de autoglorificação do Senhor – 44:24-28 – já vimos; b. Oráculo real acerca de Ciro – 45:1-8 – já vimos; c. Ai dos contendores – 45:9-14 – já vimos; d. Aceitação do plano de Deus – 45:15-17 – já vimos; e. O Senhor é capaz – 45:18-25 – já vimos; f. O destino certo da Babilônia – 46:1-13 – veremos agora; g. Julgamento contra a Babilônia – 47:1-15; e, finalmente, h. O chamado para ouvir e partir – 48:1-22.
f. O destino certo da Babilônia – 46:1-13.
Neste capítulo, veremos o destino certo da Babilônica com a queda de todos os seus ídolos onde Isaías chama Israel a ouvir e a crer que Deus realizaria o seu plano de destruir Babilônia por meio de alguém do Oriente.
Bel se encurva e Nebo – filho do Deus Marduque – se abaixa e os ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas de carga porque não podem se locomover.
Bel aqui significa “Senhor”, um nome do Deus da Babilônia chamado de Marduque. Na verdade é uma apresentação irônica do total desamparo dos ídolos e da insensatez de se confiar neles.
Já o Senhor, a quem o verso 3 convida Jacó e o restante da casa de Israel a ouvir, é aquele que os trouxe no ventre desde a madre. Veja o contraste explícito: enquanto os deuses da Babilônia necessitam de serem postos em bestas de carga, é o Senhor quem conduz o seu povo desde o ventre materno.
O Senhor aqui é como uma mãe humana em seu cuidado pelo seu povo – 49:5; Ex 19:4; Dt 1:31; Os 11:3,4. Desde o ventre, os carrega e até a sua velhice, ele promete: - serei o mesmo! Até as cãs ele os carregará. Ele os fez e ele os levará e ainda os traria e os livraria. O Senhor é constante em seu cuidado com o seu povo – Sl 71:9, 18 -, ao contrário dos ídolos.
Não é isso tremendo da parte do Senhor? Em razão disso é que no vs 5 ele exclama e pergunta retoricamente com quem seria ele comparado e assemelhado? A resposta óbvia é com ninguém, pois não há outro digno de comparação com o Senhor.
Os contratantes gastam todo o seu ouro e prata – vs 6 - para assalariarem um ourives para fazer um Deus e depois diante de seu Deus fabricado se encurvarem.
Depois de prontos são levados sobre os ombros – vs 7 - e o tomam, e o levam e o põe em seu lugar e ali de pé, sem se mover, ficam esperando alguém clamar, mas não há resposta nele, esperando um livramento, mas também não pode livrar ninguém da tribulação.
No vs 8 e 9, Deus os chama de prevaricadores e fala pelo profeta para que se lembrem e considerem; para que tragam a memória e se lembrem das coisas passadas desde a antiguidade que somente Deus é o Senhor e que não há outro semelhante a ele.
Somente ele – vs 10 – anuncia as coisas por vir e dá ao povo um sinal tremendo que é o chamado do homem do Oriente, de Ciro. Esse foi o elemento da mensagem de Isaías que causou tanta descrença. No entanto, Deus reafirmou a sua liberdade e a sua determinação de usar Ciro para destruir a Babilônia.
Novamente ele, o Senhor, os conclama a ouvirem e os chama de obstinados de coração pois se recusam a aceitar o plano revelado de Deus para a restauração de Israel.
Is 46:1 Bel está abatido, Nebo se encurvou,
                os seus ídolos são postos sobre os animais e sobre as feras;
                               as cargas dos vossos fardos são canseiras
                                               para as feras já cansadas.
                Is 46:2 Juntamente se encurvaram e se abateram;
                               não puderam livrar-se da carga,
                                               mas a sua alma entrou em cativeiro.
                Is 46:3 Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o restante da casa de Israel;
                               vós a quem trouxe nos braços desde o ventre,
                                               e sois levados desde a madre.
                Is 46:4 E até à velhice eu serei o mesmo,
                               e ainda até às cãs eu vos carregarei;
                                               eu vos fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei,
                                                               e vos livrarei.
                Is 46:5 A quem me assemelhareis, e com quem me igualareis,
                               e me comparareis, para que sejamos semelhantes?
                Is 46:6 Gastam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças;
                               assalariam o ourives, e ele faz um deus,
                                               e diante dele se prostram e se inclinam.
                Is 46:7 Sobre os ombros o tomam, o levam, e o põem no seu lugar;
                               ali fica em pé, do seu lugar não se move;
                                               e, se alguém clama a ele, resposta nenhuma dá,
                                                               nem livra alguém da sua tribulação.
                Is 46:8 Lembrai-vos disto, e considerai;
                               trazei-o à memória, ó prevaricadores.
                Is 46:9 Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade;
                               que eu sou Deus, e não há outro Deus,
                                               não há outro semelhante a mim.
                Is 46:10 Que anuncio o fim desde o princípio,
                               e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam;
                                               que digo:
                               O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.
                Is 46:11 Que chamo a ave de rapina desde o oriente,
                               e de uma terra remota o homem do meu conselho;
                                               porque assim o disse, e assim o farei vir;
                                                               eu o formei, e também o farei.
                Is 46:12 Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça.
                Is 46:13 Faço chegar a minha justiça, e não estará ao longe,
                               e a minha salvação não tardará;
                                               mas estabelecerei em Sião a salvação, e em Israel
                                                               a minha glória.
A palavra pregada de Isaías cumpre o seu papel na pregação: gerar a fé nos corações de cera e gerar incredulidade nos corações de barro. Alguns, ouvindo a pregação se convertem, enquanto outros, ouvindo a mesma pregação, se endurecem.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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domingo, 11 de janeiro de 2015

Isaías 45:1-25 - ISAÍAS PREVE A VINDA DE CIRO O LIBERTADOR DE ISRAEL

Para você não se perder na leitura capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
1. O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22.
Como já falamos, Ciro, imperador da  Pérsia, contemporâneo de Esdras, Neemias, Zorobabel, Ester e Mordecai, é mencionado tanto por seu próprio nome - algo espetacular demais que tem intrigado estudiosos e tem feito os céticos afirmarem que Isaías fora escrito depois do exílio - quanto por implicação ao longo de toda a passagem.
Ciro, que  já fora mencionado em 41:1 e nos versículos seguintes, seria:
·       O pastor de Deus para o seu povo  - 44:28.
·       O ungido de Deus – 45:1.
·       Aquele a quem Deus levantaria 45:13.
·       Uma ave de rapina do oriente que realizaria os propósitos de Deus – 46:11.
·       O aliado escolhido de Deus contra a Babilônia – 48:14.
Além dessas referências explícitas, a questão da escolha de Ciro por Deus está implícita em vários pontos desses capítulos, como teremos a oportunidade de vermos em riqueza de detalhes.
Esse plano de Deus para Ciro pode ser dividido também em 8 partes para melhor entendimento do texto e de seu contexto. a. O hino de autoglorificação do Senhor – 44:24-28 – já vimos; b. Oráculo real acerca de Ciro – 45:1-8 – veremos agora; c. Ai dos contendores – 45:9-14 – veremos agora; d. Aceitação do plano de Deus – 45:15-17 – veremos agora; e. O Senhor é capaz – 45:18-25 – veremos agora; f. O destino certo da Babilônia – 46:1-13; g. Julgamento contra a Babilônia – 47:1-15; e, finalmente, h. O chamado para ouvir e partir – 48:1-22.
b. Oráculo real acerca de Ciro – 45:1-8
O Senhor levanta Ciro para realizar seus propósitos na história da redenção. Deus fala dele de maneiras notáveis, como já temos visto – e ainda veremos - e isso nos tem impressionado, sendo que muitos estudiosos tem dito que foram manipulações textuais.
A palavra hebraica frequentemente traduzida como "messias" aqui é usada para se refir a Ciro “ao seu ungido” – vs. 1. Esse é o único momento nas Escrituras que um rei estrangeiro é chamado de ungido do Senhor.
Esse termo ungido ou messias é normalmente reservado:
·       Aos patriarcas (Sl 105:15).
·       Aos profetas, sacerdotes e reis.
·       À nova comunidade (Hc 3:13).
·       Em especial ao Messias da linhagem de Davi (Dn 9:25).
Os que ouviram Isaías pregar - e nós hoje a estudar - devem ter ficado chocado ao ouvir que Ciro seria o rei ungido de Deus que seria tomado pela sua mão direita, para abater. Isto é, Ciro governaria sob a autoridade do Senhor (41:2; 48:14; cf. Sl 2:8-9; 110:1) para abater nações e reis.
Nada impediria Ciro, o servo do Senhor (cf. Sl 107:16), nem as portas de bronze, se referindo à Babilônia que tinha cem portas de bronze.
A profecia pode ter sido literalmente cumprida quando Ciro encontrou abertas as portas que estavam ligadas aos fossos de defesa da Babilônia (44.27).
Deus disse que daria a ele os tesouros escondidos e as riquezas encobertas provavelmente metais preciosos eram extraídos de minas perfuradas nas profundezas da terra. Ciro também saqueou as fabulosas riquezas da Lídia em 546 a.C.
O Senhor levantaria Ciro e o conheceria, do mesmo modo como ele conhece seus filhos, pelo nome. Ciro teria um título de honra (44.1,28) e apesar do seu papel fundamental na realização do plano de Deus para o seu povo, Ciro permaneceria descrente.
A criação deveria se preparar para o novo ato redentor de Deus, descrito por dois sinônimos: "justiça" (1:21) e "salvação" (12:2; 26:17-18).
Na cosmovisão de Isaías, a fertilidade da terra e a ordem da sociedade dependiam do correto relacionamento do rei e do seu povo com a divindade. Como Ciro seria o ungido do Senhor, os céus derramariam suas bênçãos sobre a terra quando ele governasse.
Tendo anunciado que Ciro seria o servo ungido de Deus, Isaías adverte mais uma vez contra a descrença de alguns.
c. Ai dos contendores – 45:9-14
Os israelitas não tinham o direito de discutir com Deus sobre a maneira como ele redimiria o seu povo. Se Deus quisesse usar Ciro e chamá-lo de "ungido", então Israel deveria aceitar a sua vontade soberana. (Rm 9:20).
Embora o Senhor fosse dar a Ciro uma boa recompensa (45:3) para resgatar o seu povo (43:3; 45:14), essa não seria a razão pela qual Ciro os libertaria. Ele teria os seus próprios motivos, mas que se completariam em Deus, isso sim aconteceria naturalmente de forma que Deus seria e continuaria a ser soberano e Ciro teria agido livre e responsavelmente.
Depois de o Senhor ter dado essas nações como resgate por Israel (43:3-4), eles próprios se entregariam ao Senhor e a Israel. Em submissão ao Senhor (v 14) e em reconhecimento de sua presença com seu povo (2.2-4; cf. SI 68.31), se prostrariam e lhes fariam as suas súplicas.
d. Aceitação do plano de Deus – 45:15-17
Isaías responde à declaração de Deus sobre o seu modo de salvar Israel por meio de Ciro afirmando a sua aceitação do misterioso plano de Deus.
Deus havia acabado de revelar que redimiria Israel do exílio de uma maneira inesperada. Essa revelação ainda permanece misteriosa e difícil de entender.
Israel – vs. 17 – é salvo pelo Senhor com uma salvação eterna, pois que Deus é diferente dos humanos e dos ídolos, que não podem jamais garantir o seu próprio futuro ou dos outros (cf. Hb 5:9). Isaías afirmou que o plano do Senhor de que Ciro libertaria Israel certamente traria uma grande salvação para o povo de Deus.
e. O Senhor é capaz – 45:18-25
Assim diz O SENHOR, mas não qualquer senhor, antes aquele que criou os céus, que formou a terra e a fez e a confirmou não para ficar vazia ou ser um caos - essa é a mesma palavra traduzida como “sem forma” em Gn 1:2 que descreve o caos primordial do momento da criação -, mas para ser habitada.
Sendo aquele que criou todas as coisas, Deus era mesmo capaz de levar adiante o seu plano. Jamais seria sua intenção manter Israel no estado de pura desolação no qual os assírios e os babilônios o haviam deixado.
Diferentemente dos oráculos pagãos, que eram obscuros e ambíguos – vs. 19 -, a revelação do Senhor era clara e pública, ainda que o resultado de suas promessas pudesse não se conformar às expectativas humanas (48:16).
O convite de Deus para ser encontrado era sincero (vs. 19; 55:3), por isso que ele os avisa dizendo que não o buscariam em vão, pois o encontrariam, com certeza. As palavras de Deus prometem e estabelecem ordem no seu reino (Sl 96:10; 98:9; 99:4), pois que fala a justiça e anuncia coisas retas.
Aos que escaparam das nações, o convite imperativo era para congregar, vir e se achegar juntos a Deus que se deixaria achar quando o buscassem de todo o seu coração. Quanto aos que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira e rogam a um Deus que não pode salvar, de nada sabem!
Depois de congregar, vir e se achegarem juntos, agora era para anunciar, achegarem-se novamente, tomarem conselhos todos juntos e a primeira pergunta faz uma referência à salvação iniciada com o decreto de Ciro que dizia que os israelitas deveriam retornar para casa (40:1 – 55:13; 44:24; 45:13). Quem fez ouvir e quem anunciou? A resposta simples era que o Senhor tinha feito isso porque além dele não há outro Deus que seja igualmente justo e salvador.
Era para olhar para ele para ser salvo, como os israelitas olhavam para a serpente pendurada num madeiro e eram curadas das suas mordidas letais, assim deveriam olhar para o Senhor e serem curados, salvos. Isso também nos aponta para a cruz de Cristo e a sua obra, pois os que olham para o Senhor serão salvos de seus pecados para sempre. Toda a terra – vs. 22 – todos os seus termos porque ele é Deus e não há outro!
Aqui no vs. 23, Deus entra com um juramento e como não havia alguém maior, jurou por si mesmo, ratificando e dando total validade à sua palavra de que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor! Rm 14:11; I Co 15:25; Fp 2:10,11.
Is 45:1 Assim diz o SENHOR ao seu ungido,
               a Ciro, a quem tomo pela mão direita,
                              para abater as nações diante de sua face,
                              e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele
                                            as portas, e as portas não se fecharão.
               Is 45:2 Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos;
                              quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei
                                            os ferrolhos de ferro.
               Is 45:3 Dar-te-ei os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas,
                              para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel,
                                            que te chama pelo teu nome.
               Is 45:4 Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito,
                              eu te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome,
                                            ainda que não me conhecesses.
               Is 45:5 Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus;
                              eu te cingirei, ainda que tu não me conheças;
               Is 45:6 Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente,
                              que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR,
                                            e não há outro.
               Is 45:7 Eu formo a luz, e crio as trevas;
                              eu faço a paz, e crio o mal;
                                            eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.
               Is 45:8 Destilai, ó céus, dessas alturas, e as nuvens chovam justiça;
                              abra-se a terra, e produza a salvação,
                                            e ao mesmo tempo frutifique a justiça;
                                                           eu, o SENHOR, as criei.
               Is 45:9 Ai daquele que contende com o seu Criador!
                              o caco entre outros cacos de barro!
                                            Porventura dirá o barro ao que o formou:
                                                           Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?
               Is 45:10 Ai daquele que diz ao pai:
                              Que é o que geras?
                                            E à mulher:
                                                           Que dás tu à luz?
               Is 45:11 Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel,
                              aquele que o formou:
                                            Perguntai-me as coisas futuras;
                                             demandai-me acerca de meus filhos,
                                                           e acerca da obra das minhas mãos.
               Is 45:12 Eu fiz a terra, e criei nela o homem;
                              eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus,
                                            e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens.
               Is 45:13 Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos
                              endireitarei; ele edificará a minha cidade,
                                            e soltará os meus cativos, não por preço
                                            nem por presente, diz o SENHOR dos Exércitos.
               Is 45:14 Assim diz o SENHOR:
                              O trabalho do Egito, e o comércio dos etíopes e dos sabeus,
                                            homens de alta estatura, passarão para ti,
                                            e serão teus; irão atrás de ti, virão em grilhões,
                                                           e diante de ti se prostrarão;
                              far-te-ão as suas súplicas, dizendo:
                              Deveras Deus está em ti, e não há nenhum outro deus. Is
               Is 45:15 Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas,
                              o Deus de Israel, o Salvador.
               Is 45:16 Envergonhar-se-ão, e também se confundirão todos;
                              cairão juntamente na afronta os que fabricam imagens.
               Is 45:17 Porém Israel é salvo pelo SENHOR,
                              com uma eterna salvação; por isso não sereis envergonhados
                                            nem confundidos em toda a eternidade.
               Is 45:18 Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus,
                              o Deus que formou a terra, e a fez;
                                            ele a confirmou, não a criou vazia,
                                                           mas a formou para que fosse habitada:
                                                                          Eu sou o SENHOR e não há outro.
               Is 45:19 Não falei em segredo, nem em lugar algum escuro da terra;
                              não disse à descendência de Jacó:
                                            Buscai-me em vão;
                              eu sou o SENHOR, que falo a justiça, e anuncio coisas retas.
               Is 45:20 Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos,
                              os que escapastes das nações;
                                            nada sabem os que conduzem em procissão
                                                           as suas imagens de escultura,
                                                                          feitas de madeira,
                                            e rogam a um deus que não pode salvar.
               Is 45:21 Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos;
                              quem fez ouvir isto desde a antiguidade?
                              Quem desde então o anunciou?
                                            Porventura não sou eu, o SENHOR?
                                                           Pois não há outro Deus senão eu;
                                                           Deus justo e Salvador não há além de mim.
               Is 45:22 Olhai para mim, e sereis salvos,
                              vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus,
                                            e não há outro.
               Is 45:23 Por mim mesmo tenho jurado,
                              já saiu da minha boca a palavra de justiça,
                                            e não tornará atrás;
                              que diante de mim se dobrará todo o joelho,
                                            e por mim jurará toda a língua.
               Is 45:24 De mim se dirá:
                              Deveras no SENHOR há justiça e força;
                                            até ele virão, mas serão envergonhados
                                                           todos os que se indignarem contra ele.
               Is 45:25 Mas no SENHOR será justificada,
                              e se gloriará toda a descendência de Israel.
O reconhecimento será geral de que tanto a justiça como a força estão no Senhor e a ele virão mas serão envergonhados todos os que se indignarem contra Deus, no entanto, no Senhor serão justificadas e se gloriarão toda a descendência de Israel – vs. 24 e 25.
Como tenho falado e pregado a justiça de Deus é um atributo de sua pessoa que ele, por sua graça, comunica conosco de forma que também nós nos sentimos injustiçados quando sofremos algo que não seja justo.
Eu costumo dizer que temos o senso da justiça, não a justiça que é o próprio Deus.
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