Para você não se perder na leitura capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
B. A capacidade e a determinação
de Deus de trazer restauração para o seu povo na Babilônia (40:12 – 44:23).
Como também já dissemos, dos versos 40:12
ao cap. 44.23, estaremos vendo o poder de Deus na restauração do povo de Deus,
sendo que muitos duvidavam de que isso seria mesmo possível. As profecias
proferidas visavam assegurar aos israelitas no exílio que eles não precisavam
temer, pois que Deus seria plenamente capaz de cumprir a promessa da aliança.
Também essa parte “B” foi dividida em 13
blocos ou seções: 1. Uma discussão sobre o poder de Deus (40:12-31) – já vista; 2. Um pronunciamento judicial
contra as nações (41:1-7) – já vista;
3. Salvação para Israel (41:8-20) – já
vista; 4. Um pronunciamento judicial contra os ídolos (41:21-29) – já vista; 5. Salvação para Israel
(42:1-17) – já vista; 6. Uma
discussão sobre a cegueira e a surdez de Deus (42:18-25) – já vista; 7. Salvação para Israel (43:1-7) – já vista; 8. Um pronunciamento judicial contra as nações e os
ídolos (43:8-13) – já vista; 9.
Salvação para Israel (43:14-21)– já vista; 10. Uma discussão sobre a
justiça de Deus (43:22-28) – já vista;
11. Salvação para Israel (44:1-5) –
veremos agora; 12. Um pronunciamento judicial contra as nações e os ídolos
(44:6-20) – veremos agora;e, 13. Salvação para Israel (44:21-23) – veremos e concluiremos agora.
11. Salvação para Israel (44:1-5).
Novamente, pela quinta vez nessa seção de 4
capítulos envolvendo os versos 40:12 a 44:23, Isaías reafirma à nação a
libertação do cativeiro do exílio.
Jacó, seu servo e Israel seu escolhido –
aqui carinhosamente chamado de Jesurum - são convocados a ouvir o que diz o
Senhor que os criou e que como uma mãe os formou desde o ventre materno e que os
ajudará, como fazem os pais aos filhos a quem quer bem e são tementes a Deus.
A primeira coisa que ouvem é que não temam
e lhes explica porque não deveriam temer.
Fazendo um parêntesis na explicação e
reflexão do tema com a preciosa ajuda da BEG, muito criticada por alguns que
dizem ser uma verdadeira coxa de retalhos, uma vez que foi feita e produzida
para o idioma alemão e que ao ser traduzida para o português, perdeu o sentido
real e propósitos na comunicação de sua mensagem.
As primeiras palavras que a divindade,
esteja ela na forma que estiver, comunica com os humanos é ministrando-lhes a
paz e a segurança por meio da frase imperativa: “não temais!” ou “paz seja
convosco”.
É uma forma de abordagem inicial que nos
comunica tranquilidade e apazigua nossos corações que andam em constante
guerra, perturbação, ansiedade e temores.
A explicação porque não deveriam temer é
que ele, o Senhor, derramaria água sobre o sedento e rios sobre a terra seca e
seu Espírito sobre toda a sua posteridade e sua benção sobre os seus
descendentes – vs 3.
Em consequência desse derramamento, eles irão
brotar como a erva, como salgueiros junto aos ribeiros das águas que dirão
depois, com os corações cheios de alegria, paz e segurança: “Eu sou do Senhor!”
e escolheriam o nome de Jacó e por sobrenome Israel, por causa da benção do
Senhor sobre eles.
Essa salvação anunciada é muito grande e
encontra o seu paralelo na vida real do Messias e do povo de Deus que se manifestaria
dali uns 700 anos, donde seria o nascimento da sua amada igreja, que formaria o
conjunto de todos os crentes espalhados em todos os cantos do mundo.
O Espírito de Deus é o poder por meio do
qual Deus realiza a sua vontade e confirma as suas promessas. Ele operaria poderosamente
na bênção futura de tudo criado como fez na ordem primitiva na natureza – Gn 1:3.
O Novo Testamento vê o cumprimento dessa
promessa na obra miraculosa de Jesus por meio do poder do Espírito, na
renovação da igreja hoje promovida pelo Espírito – Jl 2:28. At 2:38,39 – e na
vinda dos gloriosos novos céus e nova terra.
Dessa nova era de restauração, muitos iriam
participar juntos, judeus e gentios confessando o nome do Senhor – vs 5; Sl
87:6; Gl 6:16.
12. Um pronunciamento judicial contra as nações e os ídolos (44:6-20).
Mais uma vez, agora pela sexta vez nessa
seção de 4 capítulos envolvendo os versos 40:12 a 44:23, Isaías ataca a
descrença em Israel e, novamente, ele usa o discurso de Deus no tribunal
celeste contra as nações gentias e contra os seus ídolos que nada são ou podem
fazer.
Ele é o Senhor, o rei de Israel, o seu
redentor, o Senhor dos Exércitos, que fala e afirma ser ele o primeiro e o
último e que fora dele não há outro – vs 6. Em seguida uma pergunta retórica demonstrando
que o Senhor é soberano sobre o passado, o presente e ofuturo.
Não deveriam se assombrar, nem temerem pois
ele os fez ouvir e previamente anunciou que eles seria suas testemunhas de como
o Senhor tinha demonstrado a sua superioridade sobre todas as nações e sobre
todos os seus deuses não existindo outro que possa ser seu co-igual ou
desafiante ou que ameace a sua divindade e poder.
Não, não há outro Deus além do Senhor esse
era o testemunho de todas as testemunhas do Senhor. Não há outra Rocha eu se
conheça!
Em seguida, dos vs 9ao 20, Isaías descreve em detalhes a loucura
da idolatria uma vez que o que fazem é sem sentido e, para agravar a situação,
transformavam as obras de suas mãos em seus deuses diante dos quais se curvavam
em adoração.
O diabo cega o entendimento dos incrédulos
e dos que insistem em rejeitar ao Senhor. Se ele nos falou e insistimos com
nossas idiossincrasias sem sentido e objetivo algum, então estamos vivendo nas
garras da aparência, do engodo e da ilusão.
Isaías 44:9 a 20 descreve nossa insensatez
refletida na nossa idolatria. Fazer uma escultura como obra de arte é muito
interessante, mas transformar essa arte, por meio de bênçãos ou qualquer ato
profético ou consagração em algo sagrado é uma tremenda cegueira espiritual dos
que fazem e de todos os que as adoram.
A força da ilusão que mantém o homem preso
e escravo de imagens de escultura é a força da rejeição ao Senhor por causa de
seus pecados os quais não quer de forma alguma livrar-se deles.
Não devemos temer qualquer objeto ou
maldição ou praga lançada contra nós em nome de tais deuses que não são deuses,
antes devemos temer ao Senhor. Ele deve ser nosso espanto e temor e terror.
13. Salvação para Israel (44:21-23).
Estamos finalizando essa seção de 4
capítulos que envolveu os versos 40:12 a 44:23 onde por diversas vezes Isaías atacou
a descrença em Isael e reafirmou a Israel a salvação do exílio.
Essa é a sexta vez, fechando essa seção,
que Isaías reafirma a Israel a salvação do exílio.
Aqui, agora vem uma mensagem de promessa de
livramento.
Começando com uma exortação para se
lembrarem dessas coisas, tanto Jacó quanto Israel de que Deus não se esqueceria
deles e, melhor ainda, apagaria as suas transgressões como a névoa e os pecados
como a nuvem. Ambas as névoas e as nuvens são sempre passageiras, mas o perdão
dos pecados é para todo o sempre.
Que ídolo poderia fazer isso e dar a paz às
nossas consciências carregadas com a culpa do pecado?
Isaías chama a cantar alegremente os céus
porque o Senhor o fez e para exultar as partes mais baixas da terra, os montes,
os bosques, as árvores, em fim, Isaías chama toda a criação a de deleitar na
redenção de Israel no exílio, um ato promovido por Deus.
Um tema semelhante é visto em Rm 8:22 em
que Paulo declara que toda a natureza espera pela redenção dos filhos de Deus na
volta de Cristo.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
Nós estamos vendo nesta última parte 4 de
4, que ocupa uns 26 capítulos deste livro, de Isaías, as suas inúmeras profecias
direcionadas, basicamente, aos exilados na Babilônia para encorajá-los a escapar
de seus captores e retornar, pela fé, à Terra Prometida (47:20-21).
Como já falamos, a parte IV foi dividida em
quatro outras partes principais: A. O chamado de Isaías para proclamar a
restauração (40:1-11) – já vista; B. A
capacidade e a determinação de Deus de trazer restauração para o seu povo na
Babilônia (40:12 – 44:23) – também já
vista e encerrada neste capítulo; C. Os dois instrumentos de Deus para a
restauração (44:24 – 55:13) – veremos agora;
depois, veremos D. Pecado, arrependimento e restauração de Israel – 56:1 a
66:24.
De 44:24 a 55:13, veremos os instrumentos
de Deus para a sua salvação garantida. Embora muitos motivos apareçam nesses
capítulos, podemos ver que eles giram em torno da revelação dos instrumentos levantados
por Deus para trazer libertação do povo de Deus do exílio.
Dividiremos essa seção “C” em duas seções.
1. O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22, onde Isaías aborda
primeiramente esse instrumento de Deus que é Ciro e depois, 2. O plano de Deus para
o seu servo - 49:1 a 55:13, onde ele se
concentrará no servo real que viria.
1. O plano de Deus para Ciro – 44:24 até 48:22.
Ciro, imperador daPérsia, contemporâneo de Esdras, Neemias,
Zorobabel, Ester e Mordecai, é mencionado tanto por seu próprio nome, algo
espetacular demais que tem intrigado estudiosos e tem feito os céticos
afirmarem que Isaías fora escrito depois do exílio, quanto por implicação ao longo de toda a
passagem.
Ciro, que já fora mencionado em 41:1 e nos versículos
seguintes, seria:
·O
pastor de Deus para o seu povo- 44:28.
·O
ungido de Deus – 45:1.
·Aquele
a quem Deus levantaria 45:13.
·Uma
ave de rapina do oriente que realizaria os propósitos de Deus – 46:11.
·O
aliado escolhido de Deus contra a Babilônia – 48:14.
Além dessas referências explícitas, a
questão da escolha de Ciro por Deus está implícita em vários pontos desses
capítulos, como teremos a oportunidade de vermos em riqueza de detalhes.
Esse plano de Deus para Ciro pode ser
dividido também em 8 partes para melhor entendimento do texto e seu contexto. a.
O hino de autoglorificação do Senhor – 44:24-28; b. Oráculo real acerca de Ciro
– 45:1-8; c. Ai dos contendores – 45:9-14; d. Aceitação do pleno de Deus – 45:15-17;
e. O Senhor é capaz – 45:18-25; f. O destino certo da Babilônia – 46:1-13; g.
Julgamento contra a Babilônia – 47:1-15; e, finalmente, h. O convite para ir –
55:1-13.
a. O hino de autoglorificação do Senhor – 44:24-28.
Essa é uma seção que começa com uma
surpreendente revelação: Deus libertaria o seu povo da Babilônia por meio do
rei persa Ciro.
Seria o grande Deus, o que se chama SENHOR
que faria tudo isso – vs 24 a 26. Ele sozinho estendeu os céus e espraiou a
terra. É ele também quem desfaz os sinais dos inventores de mentiras, que enlouquece
os adivinhos, que faz tornar atrás os sábios e converter em loucura o
conhecimento deles.
Também é ele, o Senhor, que confirma a
palavra do seu servo, e cumpre o conselho dos seus mensageiros; que diz a Jerusalém que será habitada e às
cidades de Judá que seriam edificadas e levantadas suas ruínas – vs 26.
A redenção está expressa – vs 27 - numa
linguagem que faz referência ao episódio da travessia do mar vermelho por
Israel, o que está intimamente ligado à metáfora da vitória do Senhor sobre o
monstro. A profecia pode ter encontrado um cumprimento literal quando Ciro
secou o rio Eufrates que alimentava os fossos que cercavam a Babilônia.
Is 44:1 Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo
meu,
e
tu, ó Israel, a quem escolhi.
Is 44:2 Assim diz o SENHOR
que
te criou
e
te formou desde o ventre,
e
que te ajudará:
Não
temas, ó Jacó, servo meu,
e
tu, Jesurum, a quem escolhi.
Is
44:3 Porque derramarei água sobre o sedento,
e
rios sobre a terra seca;
derramarei
o meu Espírito sobre a tua posteridade,
e
a minha bênção sobre os teus descendentes.
Is
44:4 E brotarão como a erva, como salgueiros
junto
aos ribeiros das águas.
Is
44:5 Este dirá:
Eu
sou do SENHOR;
e
aquele se chamará do nome de Jacó;
e
aquele outro escreverá com a sua mão ao SENHOR,
e
por sobrenome tomará o nome de Israel.
Is 44:6 Assim diz o SENHOR, Rei de
Israel, e seu Redentor,
o
SENHOR dos Exércitos:
Eu
sou o primeiro, e eu sou o último,
e
fora de mim não há Deus.
Is
44:7 E quem proclamará como eu,
e
anunciará isto, e o porá em ordem perante mim,
desde
que ordenei um povo eterno?
E
anuncie-lhes as coisas vindouras, e as que ainda hão de vir.
Is
44:8 Não vos assombreis, nem temais;
porventura
desde então não vo-lo fiz ouvir,
e
não vo-lo anunciei?
Porque
vós sois as minhas testemunhas.
Porventura
há outro Deus fora de mim?
Não,
não há outra Rocha que eu conheça.
Is
44:9 Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade,
e
as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo;
e
suas próprias testemunhas,
nada
veem nem entendem para que sejam envergonhados.
Is
44:10 Quem forma um deus, e funde uma imagem de escultura,
que
é de nenhum préstimo?
Is
44:11 Eis que todos os seus companheiros ficarão confundidos,
pois
os mesmos artífices não passam de homens;
ajuntem-se
todos, e levantem-se;
assombrar-se-ão,
e serão juntamente confundidos.
Is
44:12 O ferreiro, com a tenaz, trabalha nas brasas,
e
o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço;
ele
tem fome e a sua força enfraquece,
e
não bebe água, e desfalece.
Is
44:13 O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma linha,
aplaina-o
com a plaina, e traça-o com o compasso;
e
o faz à semelhança de um homem, segundo
a
forma de um homem, para ficar em casa.
Is
44:14 Quando corta para si cedros, toma, também,
o
cipreste e o carvalho;
assim
escolhe dentre as árvores do bosque;
planta
um olmeiro, e a chuva o faz crescer.
Is
44:15 Então serve ao homem para queimar; e toma deles,
e
se aquenta, e os acende, e coze o pão;
também
faz um deus, e se prostra diante dele;
também
fabrica uma imagem de escultura,
e
ajoelha-se diante dela.
Is
44:16 Metade dele queima no fogo,
com
a outra metade prepara a carne para comer,
assa-a
e farta-se dela; também se aquenta, e diz:
Ora
já me aquentei, já vi o fogo.
Is
44:17 Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura;
ajoelha-se
diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz:
Livra-me,
porquanto tu és o meu deus.
Is
44:18 Nada sabem, nem entendem;
porque
tapou os olhos para que não vejam,
e
os seus corações para que não entendam.
Is
44:19 E nenhum deles cai em si, e já não têm conhecimento
nem
entendimento para dizer:
Metade
queimei no fogo,
e
cozi pão sobre as suas brasas,
assei
sobre elas carne, e a comi;
e
faria eu do resto uma abominação?
Ajoelhar-me-ei
ao que saiu de uma árvore?
Is
44:20 Apascenta-se de cinza; o seu coração enganado o desviou,
de
maneira que já não pode livrar a sua alma, nem dizer:
Porventura
não há uma mentira na minha mão direita?
Is
44:21 Lembra-te destas coisas, ó Jacó, e Israel,
porquanto
és meu servo; eu te formei, meu servo és, ó Israel,
não
me esquecerei de ti.
Is
44:22 Apaguei as tuas transgressões como a névoa,
e
os teus pecados como a nuvem;
torna-te
para mim, porque eu te remi.
Is
44:23 Cantai alegres, vós, ó céus, porque o SENHOR o fez;
exultai
vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes,
retumbai
com júbilo; também vós,
bosques,
e todas as suas árvores; porque o SENHOR
remiu
a Jacó, e glorificou-se em Israel.
Is
44:24 Assim diz o SENHOR, teu redentor, e que te formou
desde
o ventre:
Eu
sou o SENHOR que faço tudo, que sozinho
estendo
os céus, e espraio a terra por mim mesmo;
Is
44:25 Que desfaço os sinais dos inventores
de
mentiras, e enlouqueço os adivinhos;
que
faço tornar atrás os sábios,
e
converto em loucura o conhecimento deles;
Is
44:26 Que confirmo a palavra do seu servo,
e
cumpro o conselho dos seus mensageiros;
que
digo a Jerusalém:
Tu
serás habitada,
e
às cidades de Judá:
Sereis
edificadas, e eu levantarei
as
suas ruínas;
Is
44:27 Que digo à profundeza:
Seca-te,
e eu secarei os teus rios.
Is
44:28 Que digo de Ciro:
É
meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz,
dizendo
também a Jerusalém:
Tu
serás edificada;
e
ao templo:
Tu
serás fundado.
O povo está regressando...
Esse
governador persa governaria debaixo do decreto de Deus e ambos, Jerusalém e o
templo seriam reconstruídos mediante decreto real do rei persa Ciro – Ed 1:2-4;
6:3-5.
Essa
ideia fantástica e aparentemente absurda de que um rei pagão libertaria o povo
de Deus e seria o responsável pela restauração de Jerusalém e do templo, teria
sido algo muito difícil de acreditar, para muitos nos antigos dias de cativeiro
e até hoje quando olhamos para o passado para estudá-lo e entender os
acontecimentos.
p.s.: link da
imagem original: http://conhecimentoreformado.blogspot.com.br/2012/11/a-loucura-do-evangelho-ou-loucura-dos.html
Para você não se perder na leitura capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
B. A capacidade e a determinação
de Deus de trazer restauração para o seu povo na Babilônia (40:12 – 44:23).
Como também já dissemos, dos versos 40:12
ao cap. 44.23, estaremos vendo o poder de Deus na restauração do povo de Deus,
sendo que muitos duvidavam de que isso seria mesmo possível. As profecias
proferidas visavam assegurar aos israelitas no exílio que eles não precisavam
temer, pois que Deus seria plenamente capaz de cumprir a promessa da aliança.
Também essa parte “B” foi dividida em 13
blocos ou seções: 1. Uma discussão sobre o poder de Deus (40:12-31) – já vista; 2. Um pronunciamento judicial
contra as nações (41:1-7) – já vista;
3. Salvação para Israel (41:8-20) – já
vista; 4. Um pronunciamento judicial contra os ídolos (41:21-29) – já vista; 5. Salvação para Israel
(42:1-17) – já vista; 6. Uma
discussão sobre a cegueira e a surdez de Deus (42:18-25) – já vista; 7. Salvação para Israel (43:1-7) – veremos agora; 8. Um pronunciamento judicial contra as nações e
os ídolos (43:8-13) – veremos agora;
9. Salvação para Israel (43:14-21) –
veremos agora; 10. Uma discussão sobre a justiça de Deus (43:22-28) – veremos agora; 11. Salvação para
Israel (44:1-5); 12. Um pronunciamento judicial contra as nações e os ídolos
(44:6-20);e, 13. Salvação para Israel
(44:21-23).
7. Salvação para Israel (43:1-7).
A origem da palavra profética é do Senhor (ela
é divina: vs. 14,16; 44:2,6,24; 45:1,11,14,18; 48:17; 49:7-8; 49,25; 50:1; 52:3;
56:1; 56:4; 65:8; 66:1,12), o criador e o que formou Israel.
Sua primeira fala aqui é para que Jacó a
quem criou e Israel a quem formou não temesse e explica por quê: eles eram seus
remidos! Ainda os consola dizendo que os chamou pelo seu próprio nome. Ele, o
Senhor, os chamou para serem seu povo, por isso que conhecia a cada um pelo seu
nome (45:3-5; 48:1,19; 49:1; 56,5; 62:2,4; 65:15; 66:22; Ex 33:12,17). Eles são
o bendito povo de Deus (Éx 19:5-6), assim, como em Cristo somos seus filhos,
também seu povo escolhido.
A seguir por meio de algumas metáforas traz
uma alívio para a aflição (Sl 66:12) e novamente os consola dizendo que seria
conosco. A confirmação da presença de Deus significava que ele lutaria pelo seu
povo e o protegeria.
Isto porque ele, Deus, é o Senhor, o Santo
de Israel, o Salvador, o Redentor ou Resgatador, pois fora precioso aos olhos
do Senhor e os honrou (o povo de Deus é exaltado por eleição - 45:4; 49:5; 54:12;
Ex 19:5; Dt 7:6-8)) e os amou (54:10 63,9; Éx 19:4: 43:5-6) e homens deu por
ele e povos pela sua vida – vs 4.
Ele diz que traria a sua descendência desde
o Oriente e os ajuntaria desde o Ocidente, ou seja, de todos os lugares onde os
filhos de Deus pudessem ser encontrados, incluindo aqueles na época do exílio.
8. Um pronunciamento judicial contra as nações e os ídolos (43:8-13).
Numa quarta abordagem de Isaías contra a
descrença nessa seção de 4 capítulos envolvendo os versos 40:12 a 44:23,
veremos que o profeta pede aos espiritualmente cegos e surdos de Israel que
prestem atenção nesse pronunciamento contra as nações e seus ídolos e que
percebam o erro de seus caminhos.
O povo cego e o surdo que era para ser
trazido – vs 8 – eram justamente estes que insistiam que Deus não poderia
salvá-los tamanha era a situação contraria vivida por eles no exílio.
Nos versos 9e 10, o Senhor pede que as nações se
congreguem e os povos se reúnam como se fosse para estarem presentes num
tribunal onde a disputa iria começar e Israel deveria estar presente e não
somente isso, mas serem suas testemunhas de como o Senhor tinha demonstrado a
sua superioridade sobre todas as nações e sobre todos os seus deuses.
De fato, Deus já tinha agido na história de
Israel envolvendo muitos outros povos com suas culturas, seus deuses e suas
crenças e contra todos eles prevaleceu.
O exílio não seria diferente, mas ao invés
da nação israelita estar por cima, ela era a que estava sendo subjugada, não
por causa do poder das outras nações sobre o Senhor, mas por sua vontade que
usava as nações como meio de disciplinar os seus filhos queridos, os quais
tanto amava e ama.
A alegação da divindade do Senhor estava
sustentada e residia em seu poder de decretar (seus decretos são eternos – 40:6;
Am 1:3, 6, 9, 11, 13), revelar e agir – 41:4, 22, 26; 42:9. Era somente o
Senhor que tinha desejado desde a eternidade a redenção do seu povo – 40:21;
41:4,26.
9. Salvação para Israel (43:14-21).
Novamente Isaías reafirma, pela quarta vez,
a Israel a salvação do exílio ao explicar que Deus estava prestes a fazer uma
coisa ainda maior do que fizera no êxodo sob a liderança de Moisés.
O Senhor com certeza libertaria o seu povo
dos seus opressores. Ele reafirma que ele é o Senhor, o Santo, o Criador, o Rei
– vs 15 - e que preparou no mar um caminho e nas águas impetuosas uma vereda.
O êxodo foi menos importante e menos
espetacular do que a nova era de redenção que estaria por vir, com o Messias
esperado. Até mesmo Moisés predisse que a restauração depois do exílio envolveria
bênçãos ainda maiores do que as que já haviam sido recebidas – Dt 30:5.
Bastava agora de coisas passadas e antigas,
pois o Senhor faria algo novo que sufocaria o primeiro brilho e que traria mais
luz de forma que seria posto no deserto caminhos e no ermo, rios de águas
vivas, como diz as Escrituras sob aqueles que crerem em Jesus Cristo.
Até a natureza daria louvor a Deus juntamente
com os redimidos, os quais constituiriam uma nova comunidade de glorificação a Deus
– 42:12.
10.
Uma discussão sobre a justiça de Deus (43:22-28).
Contudo, algo inesperado. Jacó que deveria
invocar o Senhor, não o invoca, antes de enfada e cansa do Senhor. E pela
quinta vez nessa seção de 4 capítulos envolvendo os versos 40:12 a 44:23,
Isaías discute as objeções dos céticos de que Deus não cumpriria a sua palavra,
destacando que Israel não satisfizera os requisitos de Deus para a restauração.
Por causa de seus corações endurecidos pelo
pecado, o povo de Deus que tinha se enfadado do Senhor, não apresenta ofertas e
sacrifícios motivados pela devoção. Eles estavam deixando de adorá-lo porque
haviam se cansado do Senhor ou melhor, preferiam antes o pecado do que o
Senhor.
Is 43:1 Mas agora, assim diz o SENHOR
que
te criou, ó Jacó,
e
que te formou, ó Israel:
Não
temas, porque eu te remi;
chamei-te
pelo teu nome, tu és meu.
Is
43:2 Quando passares pelas águas estarei contigo,
e
quando pelos rios, eles não te submergirão;
quando
passares pelo fogo, não te queimarás,
nem
a chama arderá em ti.
Is
43:3 Porque eu sou o SENHOR teu Deus,
o
Santo de Israel, o teu Salvador;
dei
o Egito por teu resgate, a Etiópia
e
a Seba em teu lugar.
Is
43:4 Visto que foste precioso aos meus olhos,
também
foste honrado, e eu te amei,
assim
dei os homens por ti, e os povos pela tua vida.
Is
43:5 Não temas, pois, porque estou contigo;
trarei
a tua descendência desde o oriente,
e
te ajuntarei desde o ocidente.
Is
43:6 Direi ao norte:
Dá;
e
ao sul:
Não
retenhas;
trazei
meus filhos de longe e minhas filhas
das
extremidades da terra.
Is
43:7 A todos os que são chamados pelo meu nome
e
os que criei para a minha glória,
os
formei, e também os fiz.
Is
43:8 Trazei o povo cego, que tem olhos;
e
os surdos, que têm ouvidos.
Is
43:9 Todas as nações se congreguem, e os povos se reúnam;
quem
dentre eles pode anunciar isto,
e
fazer-nos ouvir as coisas antigas?
Apresentem
as suas testemunhas, para que se justifiquem,
e
se ouça, e se diga: Verdade é.
Is
43:10 Vós sois as minhas testemunhas,
diz
o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi;
para
que o saibais, e me creiais, e entendais
que
eu sou o mesmo, e que antes de mim
deus
nenhum se formou,
e
depois de mim
nenhum
haverá.
Is
43:11 Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador.
Is
43:12 Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir,
e
deus estranho não houve entre vós,
pois
vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR;
eu
sou Deus.
Is
43:13 Ainda antes que houvesse dia, eu sou;
e
ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos;
agindo
eu, quem o impedirá?
Is
43:14 Assim diz o SENHOR, vosso Redentor, o Santo de Israel:
Por
amor de vós enviei a Babilônia,
e
a todos fiz descer como fugitivos, os caldeus,
nos
navios com que se vangloriavam.
Is
43:15 Eu sou o SENHOR, vosso Santo,
o
Criador de Israel, vosso Rei.
Is
43:16 Assim diz o SENHOR, o que preparou no mar um caminho,
e
nas águas impetuosas uma vereda;
Is
43:17 O que fez sair o carro e o cavalo, o exército e a força;
eles
juntamente se deitaram, e nunca se levantarão;
estão
extintos; como um pavio se apagaram.
Is
43:18 Não vos lembreis das coisas passadas,
nem
considereis as antigas.
Is
43:19 Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz;
porventura
não a percebeis?
Eis
que porei um caminho no deserto, e rios no ermo.
Is
43:20 Os animais do campo me honrarão,
os
chacais, e os avestruzes; porque porei águas no deserto,
e
rios no ermo, para dar de beber ao meu povo,
ao
meu eleito.
Is
43:21 A esse povo que formei para mim;
o
meu louvor relatarão.
Is
43:22 Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó,
mas
te cansaste de mim, ó Israel.
Is
43:23 Não me trouxeste o gado miúdo dos teus holocaustos,
nem
me honraste com os teus sacrifícios;
não
te fiz servir com ofertas,
nem
te fatiguei com incenso.
Is
43:24 Não me compraste por dinheiro cana aromática,
nem
com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste,
mas
me deste trabalho com os teus pecados,
e
me cansaste com as tuas iniquidades.
Is
43:25 Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões
por
amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.
Is
43:26 Faze-me lembrar; entremos juntos em juízo;
conta
tu as tuas razões, para que te possas justificar.
Is
43:27 Teu primeiro pai pecou,
e
os teus intérpretes prevaricaram contra mim.
Is
43:28 Por isso profanei os príncipes do santuário;
e
entreguei Jacó ao anátema,
e
Israel ao opróbrio.
No entanto, é o Senhor quem apaga as
transgressões por amor dele mesmo e dos nossos pecados nem se lembra. Se tal
não fosse como estaria o povo de Deus depois do episódio do bezerro de outro,
por exemplo, no deserto? Deus perdoou os seus pecados – Ex 34:6; Lc 5:21.
Deus desafiou o povo de Deus abertamente –
vs 26 – para que argumentassem e apresentassem suas reivindicações, mas Israel
se mostrou totalmente condenável, incapaz de refutar a verdade. Judá sofreu a
desgraça pela destruição do seu templo e o exílio do seu povo – 44:26; 63:18;
II Re 25:18-21.
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