Estamos
no capítulo 38/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como
temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se
encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e
Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III
– A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A
invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
b. A
invasão e seus desdobramentos (36.1-39.8).
Estaremos
vendo, como já dissemos, nesses capítulos de ligação, o relato da invasão de
Senaqueribe pela ótica de Isaías. Grande parte do material presente aqui,
conforme nossa BEG, é paralelo a II Re 18:13 a 20:19 e essas duas passagens
formam uma ponte histórica entre os blocos compostos pelos caps. 1 a 35, aos
quais acabamos de ver, e do bloco do capítulo 40 ao 66, que ainda veremos.
Ligando esses dois blocos temos essa invasão de Senaqueribe que ocupa os
capítulos de 36 ao 39.
A
presente seção foi dividida em três partes para nossa melhor compreensão: (1) O
primeiro encontro com o exército assírio (36:1 – 37:8) – já vimos. (2) O segundo encontro (37:9 - 38) – já vimos; e (3) O resultado da escolha fatal de Ezequias (38:1 a
39:8) – veremos agora.
(3) O resultado da
escolha fatal de Ezequias (38:1 a 39:8).
Doravante
até 39:8, estaremos vendo a bênção e a maldição na vida de Ezequias. Por causa
da oração de Ezequias, Deus permitiu que ele sobrevivesse à sua doença
(38:1-22), depois de avisá-lo que ele estaria prestes a morrer, mas o rei
falhou grandemente quando tirando os olhos do Senhor cobiçou coisas indevidas e
tentou estabelecer uma aliança com a Babilônia (39.1-8).
Eu
gostaria de saber do dia de minha partida nesta terra, mas sei que isso me será
negado conhecer, embora, com certeza, venha a tentá-lo; Ezequias teve esse
privilégio, mas usou ele para pedir mais anos à sua vida. Dele veio, depois,
seu descendente Manassés, um terrível rei que governou o povo de Deus por mais
de 50 anos.
Aparentemente,
Ezequias não tinha um herdeiro do sexo masculino. Ele viveu esses mais quinze
anos depois desse incidente (vs. 5) e gerou Manassés, seu sucessor no reino,
que tinha doze anos quando Ezequias morreu (II Re 20:21 – 21:1).
Quem
é que entende os planos de Deus ou tem capacidade de compreender isso? Com
certeza, tem gente que não gostaria de saber dessas coisas, mas não importa
isso, vamos em frente.
Até
o verso 22, estaremos vendo Ezequias adoecer, orar e receber a cura do Senhor.
Isso
pode ter acontecido antes ou depois do cerco de Jerusalém (701 a.C.). Alguns
defendem que Ezequias morreu em 696 a.C. e datam a sua doença como um fato do
início do seu reinado individual (711 a.C.).
A
ideia que se tem é que a ordem dos acontecimentos bíblicos esteja na forma
cronológica, mas aqui, nesse caso, cremos que não, conforme se estuda o texto e
as pistas que nele se encontram.
Muito
provavelmente essa situação de enfermidade e a próxima de visitação babilônica
tenha se dado em 702 a.C., antes da invasão assíria à Judá que culminou com a
morte de Senaqueribe.
O
fato é que Ezequias estava enfermo e um dos sintomas era uma úlcera – vs. II Re
20:7 – no entanto, ninguém sabe que doença mortal era aquele do rei.
A
sua morte estava decretada e não haveria cura, mas Ezequias orou ao Senhor que
o ouviu e ele foi curado. Em sua oração, depois de receber a notícia do profeta
Isaías, filho de Amoz, que iria morrer, ele lembra ao Senhor os seus feitos de
como andou diante do Senhor escolhendo a fidelidade, a inteireza de coração e o
que era reto aos seus olhos e chorou intensamente.
Não
há nenhum segredo em sua oração de forma alguma. O Senhor não o atendeu por
causa de suas obras, pois obra alguma nos justifica diante dele, uma vez que
todas elas, diante de Deus, são como trapo de imundícia – Is 64:6.
O
dever de andar diante do Senhor escolhendo a fidelidade, a inteireza do coração
e o bom proceder fazendo o que é reto diante de Deus é dever de todos os que
são crentes e temem ao Senhor, sem jamais constituírem-se, na sua execução, em
créditos divinos.
Ezequias
não tinha créditos, nem era justo, mas pecador e homem como nós, como foi Elias
– homem semelhante a nós (Tg 5:17) -, logo Deus ter-lhe ouvido e atendido não
foi devido seus argumentos, nem foi por causa de seu choro e intenso clamor, mas
por causa de seus próprios propósitos.
O
fato é que Deus mandou o profeta recuar e dizer ao “príncipe de meu povo” – vs.
II Re 20:5 - se voltar a ele dizendo que tinha visto tanto o seu clamor quanto
as suas lágrimas e que por isso estaria lhe concedendo mais 15 anos.
Ele
pediu e ele chorou por isso. Deus o ouviu e o atendeu. Todos os que pedem e
choram serão ouvidos e atendidos? Por isso que essa situação não faz regra
geral, por isso que Deus atendeu sua oração por causa de seus propósitos.
Deus
poderia curá-lo de diversas formas, mas ensinou a Isaías que se fizesse uma
pasta de figos e que por meio dela, passando na úlcera, ele ficaria
curado. E de fato foi ele curado daquela
forma.
Ainda
Deus estabeleceu um prazo de 3 dias. Ora, Deus mesmo poderia tê-lo curado
instantaneamente, mas escolheu 3 dias para que ele ficasse inteiramente bom.
Se
não bastasse tudo isso, Deus também concedeu a ele um sinal de que ficaria
curado – ora ele já não ficaria curado mesmo? Por que então a necessidade de um
sinal? – e lhe propõe uma manipulação do tempo como sinal.
Ou
viajar para o futuro ou para o passado, conforme fosse a sombra do relógio de
Acaz, para frente ou para trás. Os dois movimentos seriam já extraordinários,
embora não tenha isso percebido Acaz e assim, escolheu voltar e o relógio
recuou dez graus.
Resumidamente:
Ezequias fica mortalmente doente. O profeta Isaías é enviado para avisá-lo de
sua morte certa. Ezequias ora e chora. Deus ouve, o cura e lhe dá mais 15 anos
de vida. Cura-o com remédio. Propõe a ele a escolha de um sinal de que seria
curado e ele escolhe voltar no tempo. Deus faz o relógio de Acaz voltar 10
graus.
Essa
foi – vs. 2 - sua segunda oração (a primeira em 37:14-20) na qual o rei coloca
a sua confiança na retidão de Deus e de forma alguma é frustrado.
Is 38:1 Naqueles dias Ezequias adoeceu
de uma enfermidade mortal;
e
veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse:
Assim
diz o SENHOR:
Põe
em ordem a tua casa, porque morrerás,
e
não viverás.
Is
38:2 Então virou Ezequias o seu rosto para a parede,
e
orou ao SENHOR. Is 38:3 E disse:
Ah!
SENHOR, peço-te, lembra-te agora,
de que andei diante de ti em
verdade, e com
coração
perfeito, e fiz o que era reto
aos
teus olhos.
E
chorou Ezequias muitíssimo.
Is
38:4 Então veio a palavra do SENHOR a Isaías, dizendo:
Is
38:5 Vai, e dize a Ezequias:
Assim
diz o SENHOR, o Deus de Davi teu pai:
Ouvi
a tua oração, e vi as tuas lágrimas;
eis
que acrescentarei aos teus dias
quinze
anos.
Is
38:6 E livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti,
e
a esta cidade, e defenderei esta cidade.
Is
38:7 E isto te será da parte do SENHOR como
sinal
de que o SENHOR cumprirá esta
palavra
que falou.
Is
38:8 Eis que farei retroceder dez graus a sombra
lançada
pelo sol declinante no relógio de Acaz.
Assim
retrocedeu o sol os dez graus que já tinha declinado.
Is
38:9 O escrito de Ezequias, rei de Judá, de quando adoeceu
e
sarou de sua enfermidade:
Is
38:10 Eu disse:
No
cessar de meus dias ir-me-ei às portas da sepultura;
já
estou privado do restante de meus anos.
Is
38:11 Disse:
Não
verei ao SENHOR, o SENHOR na terra dos viventes;
jamais
verei o homem com os moradores do mundo.
Is
38:12 Já o tempo da minha vida se foi, e foi arrebatada de mim,
como
tenda de pastor; cortei a minha vida como tecelão;
ele
me cortará do tear; desde a manhã até à noite
me acabarás.
Is
38:13 Esperei com paciência até à madrugada;
como
um leão quebrou todos os meus ossos;
desde
a manhã até à noite me acabarás.
Is
38:14 Como o grou, ou a andorinha, assim eu chilreava,
e
gemia como a pomba; alçava os meus olhos ao alto;
ó
SENHOR, ando oprimido, fica por meu fiador.
Is
38:15 Que direi? Como me prometeu, assim o fez;
assim
passarei mansamente por todos os meus anos,
por
causa da amargura da minha alma.
Is
38:16 Senhor, por estas coisas se vive, e em todas elas está a vida
do
meu espírito, portanto cura-me e faze-me viver.
Is
38:17 Eis que foi para a minha paz que tive grande amargura,
mas
a ti agradou livrar a minha alma da cova da corrupção;
porque
lançaste para trás das tuas costas
todos
os meus pecados.
Is
38:18 Porque não te louvará a sepultura,
nem
a morte te glorificará; nem esperarão em tua verdade
os
que descem à cova.
Is
38:19 O vivente, o vivente, esse te louvará, como eu hoje o faço;
o
pai aos filhos fará notória a tua verdade.
Is
38:20 O SENHOR veio salvar-me; por isso, tangendo em meus
instrumentos,
nós o louvaremos todos os dias de nossa vida
na
casa do SENHOR.
Is 38:21 E dissera Isaías:
Tomem
uma pasta de figos, e a ponham como emplastro
sobre
a chaga; e sarará.
Is
38:22 Também dissera Ezequias:
Qual
será o sinal de que hei de subir à casa do SENHOR?
Ezequias
expressou, e nós também devemos fazê-lo, a sua angústia diante da realidade da
dor aguda da morte (SI 55:4). Ele fez uso de muitas metáforas para expressar esse
seu desgosto pela brevidade da vida, como se Deus fosse até o seu inimigo (Sl
22; 32:3-4).
A ênfase do
louvor pela vida não estaria na sepultura que nada poderia fazer, mas se dá no
louvor público e pessoal em resposta aos atos de salvação de Deus nesta vida. Ele
somente poderia oferecer louvor a ele pela cura se oferecido somente na terra dos
viventes. A esperança da vida temporal não se estende para além da morte, mas a
esperança da vida eterna sim (52:13; Sl 22:22-31; II Tm 1:10; Hb 2:10-12; I Jo
5:11-12).
A esperança
estava viva (Sl 6:9; 22:22-24) e baseada no fato de que o Senhor veio salvá-lo
e vem nos salvar também – vs 20 -, por isso devemos louvá-lo ainda mais.
Estamos
no capítulo 37/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como
temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se
encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e
Judá. Veja nosso mapinha de nossas reflexões:
Parte III
– A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
C. A
invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
b. A
invasão e seus desdobramentos (36.1-39.8).
Estaremos
vendo, como já dissemos, nesses capítulos de ligação, o relato da invasão de
Senaqueribe pela ótica de Isaías. Grande parte do material presente aqui,
conforme nossa BEG, é paralelo a II Re 18:13 a 20:19 e essas duas passagens
formam uma ponte histórica entre os blocos compostos pelos caps. 1 a 35, aos
quais acabamos de ver, e do bloco do capítulo 40 ao 66, que ainda veremos.
Ligando esses dois blocos temos essa invasão de Senaqueribe que ocupa os
capítulos de 36 ao 39.
A
presente seção foi dividida em três partes para nossa melhor compreensão: (1) O
primeiro encontro com o exército assírio (36:1 – 37:8) – estamos vendo e concluiremos agora. (2) O segundo encontro (37:9 -
38) – veremos agora; e (3) O
resultado da escolha fatal de Ezequias (38:1 a 39:8).
(1) O primeiro encontro
com o exército assírio (36:1 – 37:8) - continuação.
Como
também já falamos, a partir do verso primeiro deste capítulo até o final do
próximo – 36:1 ao 37:8 -, estaremos vendo como foi esse primeiro encontro.
Também
dividiremos esta parte em quatro para melhor compreensão do assunto dessa
invasão interessante e do desfecho que Deus proveu por pura graça ao povo de
Jerusalém.
O
profeta descreve o primeiro estágio da crise provocada pela invasão da Assíria
registrando: (a) O sucesso assírio (36:1-3) – já vista; (b) O desafio do comandante de campo (36:4-20) – já vista; (c) As reações ao desafio (36:21 ao 37:7) – veremos em continuação agora; e (d) A partida do exército assírio (37:8).
(c) As reações ao
desafio (36:21 ao 37:7) - continuação.
Como
havíamos dito, os assírios foram vitoriosos nessa campanha militar,
especialmente conquistado a maior parte de Judá, depois disso, passaram a
ameaçar, como se era de esperar, a própria Jerusalém.
Tendo
o rei Ezequias ouvido essas coisas terríveis, diz a palavra de Deus, que ele
entrou na Casa do SENHOR e diante dele manifestou expressões de lamento ou
arrependimento que significam humildade, dependência e anseio por comunhão com
Deus. Na verdade, havia pânico nele e em todos os habitantes de Jerusalém que
se não fosse Deus, eles estariam em grandes apuros.
Ezequias
então enviou ao profeta Isaías os seus representantes das principais famílias
sacerdotais (Jr 19.1), Eliaquim, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e os anciãos
dos sacerdotes, todos cobertos de sacos.
Quando
estamos sem saída alguma, a quem procuramos? Assim, Ezequias, que não é bobo,
juntou os seus melhores representantes e foi ao encontro do profeta, com quem
estava a palavra de Deus para saber o que fazer?
Esse
era um tempo de adversidade, durante o qual a lealdade do povo seria testada no
seu limite (5:30; 8:22; 9:1; 25:4; 26:16; 33:2). Na verdade havia chegado a
hora de nascer, e não havia força alguma – vs. 3. A situação era tão terrível
que nesses versos se vê o reconhecimento da futilidade das estratégias humanas.
Em
Ezequias havia a esperança de que Deus falaria com ele, por isso que o invoca e
faz perguntas ao seu Deus vivo, que é uma expressão da fé renovada e do zelo de
Ezequias pelo Senhor. Ele confiava que o Senhor defenderia o seu nome glorioso.
Era essa a sua esperança! Era como se estivesse querendo lembrar ao Senhor
dizendo que lhe afrontaram o nome e o que ele faria acerca disso? O profeta, no
entanto, permaneceu fiel e destemido diante dos estratagemas e das soluções
pragmáticas pelos que ainda subsistem, enquanto o seu país estava todo dizimado
(1:9; 6:11; 10:20).
De
fato, Deus estava atento a tudo isso e envia uma palavra de vitória para
Ezequias. A despeito de tudo, Isaías encorajou Ezequias a confiar no Senhor, do
mesmo modo como anteriormente encorajara Acaz (7:4).
(d) A partida do
exército assírio (37:8)
O
Senhor cumpriu a palavra profética, fazendo com que o comandante fosse até
Senaqueribe, que havia trocado Laquis por Libna, uma cidade não identificada,
ao pé das colinas de Judá (cf. II Re 8.22).
(2) O segundo
encontro (37:9 - 38)
Houve
então um segundo encontro registrado dos versos de 9 ao 38. Não demorou muito
até que Senaqueribe colocasse novamente seus olhos sobre Jerusalém. Ele parecia
sedento e hávido por essa conquista como se fosse algo pessoal para ele.
Podemos
dividir esse segundo encontro em três partes: a carta de desafio de Senaqueribe
(37:9-13), a resposta a esse desafio (37:14-35) e a partida dos assírios
(37:36-38).
Carta de desafio de
Senaqueribe (37:9-13)
Senaqueribe
renovou a sua tentativa de persuadir Ezequias a se submeter e depender da
Assíria. Ao denegrir os deuses das nações, ele desafia Ezequias a deixar de
confiar no Senhor.
Ele
era ousado e afrontava mesmo a Deus falando a Ezequias que não deixasse Deus
enganá-lo prometendo a ele liberdade. Era essa uma afronta direta à capacidade
do Senhor de libertar
Senaqueribe
estava crente que seu sucesso militar era decorrente de seus deuses que eram
mais fortes e poderosos que os outros deuses das nações, inclusive o Senhor.
Ele achava que o seu deus estava com ele, baseado naquele fato de que a Assíria
vinha obtendo sucesso há várias gerações.
Nenhum
rei de nenhuma outra nação pode livrar o seu povo dele e assim ele estava todo
confiante. Jerusalém seria apenas mais uma dessas nações e desses deuses.
A resposta a esse
desafio (37:14-35)
Ezequias
e Isaías respondem à ameaça assíria de uma maneira que demonstrava a confiança
deles no Senhor.
Ezequias
não responde à ostentação de Senaqueribe, mas, ao contrário, volta-se para o
Senhor em oração. Ao contrário de Acaz, Ezequias orou, confessando sua
confiança radical no Senhor como Rei, Criador e Redentor. A ênfase teológica
resume a visão que Isaías tinha sobre Deus (38:2).
Há
determinados momentos em nossas vidas que nos encontramos numa situação sem
saída e com o inimigo nos cercando por todos os lados não deixando a nós saída
alguma e pior, ainda nos afrontando em nosso ser, em nossas crenças e contra o
nosso Deus que, pela sua graça e misericórdia, resolvemos seguir.
Assim
se encontrava Israel, sem saída! A perspectiva boa naquele momento era uma
morte rápida. O terror tomava conta de todos e o pavor da morte estava
estampado em cada rosto.
Ele
pede no verso 17 para que o Senhor se inclina e ouça suas orações, bem ao
contrário dos deuses da Assíria, o Senhor podia ver, ouvir e agir (I Re 8:52).
Como
todos sabemos a ressurreição de Cristo é o pilar de sustentação do
cristianismo. Sem ressurreição, diz Paulo, “comamos e bebamos, porque amanhã
morreremos” (I Co 15:32). Ele disse isso no capítulo 15 de Primeira aos
Coríntios que fala, justamente, da ressurreição de Cristo.
Isaías
também fala em “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (Is 22:13), mas
referindo-se ao povo de Jerusalém, por parte de alguns deles, que ao invés de se
humilharem como pedia o Senhor, diante do exército de Senaqueribe que os
ameaçava, resolveram fazer uma espécie de banquete de despedida, já que iriam
morrer mesmo.
A
sentença de morte estava sobre eles e por medo da morte ou para recepcioná-la
uma vez que seria inevitável, resolveram banquetearem-se até a morte.
Do
mesmo modo, Paulo, pelo Espírito Santo captou isso no povo que está escravo do
pecado por medo da morte. Já que vamos mesmo morrer, por que conservarmos nossa
fidelidade a Deus? Vamos comer! Vamos beber! Que venha a morte!
Paulo,
no capítulo 15 de I Coríntios, destaca a importância vital da ressurreição de
Cristo. Sem ela, não há cristianismo. Sem ela, do que adiantou eles lutarem
contras as bestas feras e enfrentarem a sentença de morte dia após dia?
O
medo da morte os escravizava à morte pelo fim da esperança, mas a ressurreição
de Cristo nos liberta da morte para uma nova esperança em Cristo Jesus.
Eles
estavam sem esperança e não criam numa saída, por isso se desesperaram da vida
a ponto de quererem se entregar à morte como uma espécie de despedida, mas
havia um socorro da parte de Deus para eles!
Ezequias
foi buscar essa esperança com Isaías, com lágrimas, humilhando-se diante de seu
Deus.
Em
sua oração a Deus motivada pelo recebimento de uma carta com mais afrontas,
como já começamos a explorá-la um pouco mais atrás, ele a apresenta a Deus e
começa a orar exaltando em primeiro lugar Deus como aquele que está assentado
entre os querubins e que é o Deus de todos os reinos e que foi o que criou os
céus, a terra e tudo o que neles há.
O
Senhor era o Deus das doze tribos (representadas por Samaria e Jerusalém) por
aliança (cf. vs. 21; 17:6; 21:17; 24:15; 29:23; 41:17; 45,3; 48:2; 52:12). Ele estava entronizado acima dos querubins,
mas apesar disso, Deus estava com o seu povo e governava sobre ele (I Sm 4:4;
II Sm 6:2; Sl 80:1; 99:1), conforme representado por sua presença no templo no
Santo dos Santos, que continha a arca da aliança (o estrado de Deus), debaixo
dos dois querubins. Somente Deus é Deus, era uma declaração exclusiva e
singular de divindade (44:8; 45:5-6; 14:22; 46:9), um reconhecimento de que
fora ele, o Senhor, quem fez os céus e a terra e tinha, portanto, domínio sobre
todos os reinos. A ênfase distinta era de que o Senhor era o soberano e
absoluto Criador de tudo (42:5; 45:8,12,18). Essa situação difícil não estava
fora do controle total e absoluto de Deus.
Em
seguida, roga a Deus que peste atenção na afronta e na ousadia deste homem que
não parece ter temor algum e cujo objetivo seria mesmo afrontar como se ele
fosse o deus da terra.
Ele
reconhece que os assírios foram instrumentos de Deus para juízo de muitas
nações e que eles acabaram por fazer um importante papel eliminando e
humilhando esses deuses das outras nações que não são deuses, antes objetos de
adoração criados pelo próprio homem.
Finaliza
sua oração pedindo um livramento da morte certa a fim de que todos os reinos da
terra saibam que há um Senhor nos céus que ouve as nossas orações e que é fiel
e guarda a sua aliança e exerce sua misericórdia e graça na vida daqueles que
lhe são fieis, como Davi o foi.
Ele
procurou pelo servo de Deus que lhe deu uma palavra profética em meio ao caos
total da desgraça iminente ou da morte certa e já anunciada.
Senaqueribe
não iria entrar na cidade, nem uma flecha se quer seria disparada contra
Jerusalém e da mesma forma que veio, voltaria por causa de um rumor que lhe
chegaria aos ouvidos o obrigando a partir imediatamente. E tem mais, lá em sua
terra teria um encontro terrível com a morte!
Como
falara o homem de Deus assim se sucedeu. Um anjo do Senhor, naquela mesma
noite, feriu a 185.000 assírios e eles morreram obrigando Senaqueribe a voltar
urgente para a Assíria.
A partida dos
assírios (37:36-38).
O
profeta descreve o julgamento do Senhor contra o exército assírio.
No
verso 36, um Anjo do SENHOR saiu e feriu no arraial dos assírios a cento e
oitenta e cinco mil homens de uma única vez. Essa libertação de Jerusalém foi
realizada por meios sobrenaturais, como aconteceu na morte dos primogênitos no
Egito (Éx 12:12; II Sm 24:16).
Ainda
assim, com todos os acontecimentos em Jerusalém que não tinha explicação
humana, o coração insensível e insensato de Senaqueribe não havia mudado. A sua
morte no templo de Nisroque contrasta com a vida que Ezequias encontrara no
templo do Senhor ( vs. 1,14).
Vinte
anos depois, Senaqueribe foi assassinado pelos seus próprios filhos (681 a.C. –
a primeira impressão da leitura mais descuidada nos faz pensar que sua morte
foi quase imediata após sua derrota em Jerusalém) que fugiram para Ararate,
região montanhosa de Urartu e, no lugar de Senaqueribe, Esar-Hadom, outro de
seus filhos, tornou-se rei da Assíria, no período de 681-669 a.C.
Is
37:1 E aconteceu que, tendo ouvido isso,
o rei Ezequias rasgou as suas
vestes, e se cobriu de saco,
e entrou na casa
do SENHOR.
Is 37:2 Então enviou Eliaquim, o
mordomo, e Sebna, o escrivão,
e os anciãos dos
sacerdotes, cobertos de sacos,
ao
profeta Isaías, filho de Amós.
Is 37:3 E disseram-lhe:
Assim diz Ezequias:
Este
dia é dia de angústia, e de vitupério,
e
de blasfêmias; porque chegados são os
filhos
ao parto, e força não há para dá-los à luz.
Is
37:4 Porventura o SENHOR teu Deus terá ouvido
as
palavras de Rabsaqué, a quem o rei da Assíria,
seu
senhor, enviou para afrontar o Deus vivo,
e
para vituperá-lo com as palavras que o SENHOR
teu
Deus tem ouvido;
faze
oração pelo remanescente que ficou.
Is 37:5 E os servos do rei
Ezequias foram ter com Isaías.
Is 37:6 E Isaías lhes disse:
Assim direis a
vosso senhor:
Assim
diz o SENHOR:
Não
temas à vista das palavras que ouviste,
com as quais os
servos do rei da Assíria me blasfemaram.
Is 37:7 Eis que
porei nele um espírito, e ele ouvirá um rumor,
e
voltará para a sua terra; e fá-lo-ei cair morto
à
espada na sua terra.
Is 37:8 Voltou, pois, Rabsaqué, e
achou ao rei da Assíria
pelejando contra
Libna; porque ouvira que já se havia
retirado de Laquis.
Is 37:9 E, ouviu ele dizer que
Tiraca, rei da Etiópia,
tinha saído para
lhe fazer guerra.
Assim
que ouviu isto, enviou mensageiros
a
Ezequias, dizendo:
Is 37:10 Assim falareis a
Ezequias, rei de Judá, dizendo:
Não te engane o
teu Deus, em quem confias, dizendo:
Jerusalém não será
entregue na mão do rei da Assíria.
Is 37:11 Eis que já tens ouvido o
que fizeram os reis da Assíria
a todas as terras,
destruindo-as totalmente; e escaparias tu?
Is 37:12 Porventura as livraram
os deuses das nações
que meus pais
destruíram: Gozã, e Harã, e Rezefe, e os filhos
de
Éden, que estavam em Telassar?
Is 37:13 Onde está o rei de
Hamate, e o rei de Arpade,
e o rei da cidade
de Sefarvaim, Hena e Iva?
Is 37:14 Recebendo, pois,
Ezequias as cartas das mãos dos
mensageiros, e lendo-as,
subiu à casa do SENHOR;
e
Ezequias as estendeu perante o SENHOR.
Is 37:15 E orou Ezequias ao
SENHOR, dizendo:
Is
37:16 O SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel,
que habitas entre os querubins;
tu mesmo, só tu és Deus de todos
os reinos da
terra; tu fizeste os céus e a terra.
Is 37:17 Inclina, ó SENHOR, o teu
ouvido, e ouve; abre, SENHOR,
os teus olhos, e
vê; e ouve todas as palavras de Senaqueribe,
as
quais ele enviou para afrontar o Deus vivo.
Is 37:18 Verdade é, SENHOR, que os
reis da Assíria assolaram todas
as nações e suas
terras. Is 37:19 E lançaram no fogo os seus
deuses; porque
deuses não eram, senão obra de mãos de
homens,
madeira e pedra; por isso os destruíram.
Is 37:20 Agora, pois, ó SENHOR
nosso Deus, livra-nos da sua mão;
e assim saberão
todos os reinos da terra,
que
só tu és o SENHOR.
Is 37:21 Então Isaías, filho de
Amós, mandou dizer a Ezequias:
Assim diz o SENHOR
Deus de Israel: Quanto ao que pediste
acerca
de Senaqueribe, rei da Assíria,
Is 37:22 Esta é a palavra que o
SENHOR falou a respeito dele:
A virgem, a filha
de Sião, te despreza, de ti zomba;
a filha de
Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.
Is 37:23 A quem
afrontaste e blasfemaste?
E contra quem
alçaste a voz, e ergueste os teus olhos ao alto?
Contra
o Santo de Israel.
Is 37:24 Por meio de teus servos afrontaste o
Senhor,
e
disseste:
Com
a multidão dos meus carros subi eu
aos
cumes dos montes, aos últimos recessos
do
Líbano; e cortarei os seus altos cedros e
as
suas faias escolhidas, e entrarei na
altura
do seu cume, ao bosque do seu
campo
fértil.
Is 37:25 Eu cavei,
e bebi as águas; e com as plantas de meus
pés
sequei todos os rios dos lugares sitiados.
Is 37:26
Porventura não ouviste que já há muito tempo
eu
fiz isto, e já desde os dias antigos
o
tinha formado?
Agora
porém o fiz vir, para que tu fosses o que
destruísse
as cidades fortificadas, e as reduzisse
a
montões de ruínas.
Is 37:27 Por isso
os seus moradores, dispondo de pouca
força,
andaram atemorizados e envergonhados;
tornaram-se
como a erva do campo, e a relva verde,
e
o feno dos telhados, e o trigo queimado
antes
da seara.
Is 37:28 Porém eu
conheço o teu assentar, e o teu sair,
e o
teu entrar, e o teu furor contra mim.
Is 37:29 Por causa
do teu furor contra mim, e porque a tua
arrogância
subiu até aos meus ouvidos,
portanto
porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio
nos
teus lábios, e te farei voltar pelo
caminho
por onde vieste.
Is 37:30 E isto te
será por sinal:
Este
ano se comerá o que espontaneamente nascer,
e
no segundo ano o que daí proceder;
porém
no terceiro ano semeai e segai,
e
plantai vinhas, e comei os frutos delas.
Is
37:31 Porque o que escapou da casa de Judá,
e
restou, tornará a lançar raízes para baixo,
e
dará fruto para cima.
Is
37:32 Porque de Jerusalém sairá o restante,
e
do monte de Sião os que escaparem;
o
zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.
Is 37:33 Portanto, assim diz o
SENHOR acerca do rei da Assíria:
Não entrará nesta
cidade, nem lançará nela flecha alguma;
tampouco
virá perante ela com escudo, ou levantará
trincheira
contra ela.
Is 37:34 Pelo
caminho por onde vier, por esse voltará;
porém
nesta cidade não entrará, diz o SENHOR.
Is 37:35 Porque eu
ampararei esta cidade, para livrá-la,
por
amor de mim e por amor do meu servo Davi.
Is 37:36 Então saiu o anjo do
SENHOR, e feriu no arraial dos assírios
a cento e oitenta
e cinco mil deles; e, quando se levantaram
pela
manhã cedo, eis que todos estes
eram
corpos mortos.
Is 37:37 Assim Senaqueribe, rei
da Assíria, se retirou, e se foi,
e voltou, e
habitou em Nínive.
Is 37:38 E sucedeu que, estando
ele prostrado na casa de Nisroque,
seu deus,
Adrameleque e Sarezer, seus filhos,
o
feriram à espada;
escaparam
para a terra de Ararate;
e Esar-Hadom, seu
filho, reinou em seu lugar.
Teria
sido melhor para ele não ter afrontado ao Deus de Israel. Ai dos que contendem
com o Senhor!
I Samuel 2:10Os quecontendemcom
o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O SENHOR julga as extremidades
da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido.
Salmos 35:1Contende, SENHOR, com os quecontendemcomigo; peleja contra os que contra
mim pelejam.
Isaías 41:11Eis que envergonhados e confundidos serão todos os
que estão indignados contra ti; serão reduzidos a nada, e os quecontendemcontigo perecerão.
Isaías 49:25Mas assim diz o SENHOR: Por certo que os presos se
tirarão ao valente, e a presa do tirano fugirá, porque eu contenderei com os
quecontendemcontigo e salvarei os teus filhos.
Jeremias 18:19Olha para mim, SENHOR, e ouve a voz dos quecontendemcomigo.
Melhor
e mais fácil não contender com o Senhor, por que quem somos nós para irmos
contra aquele que nos dá a vida?
A
Assíria tinha orgulho de sua habilidade na guerra e do seu arsenal militar, sua
confiança estava apenas na sua própria força e em seus deuses que não eram
deuses.
Senaqueribe
não foi bem-sucedido no cerco a Jerusalém. O Senhor lutou pelo seu povo por
causa de sua fidelidade à promessa feita a Davi (8:8,10; II Sm 7:16).
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