sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
sexta-feira, dezembro 26, 2014
Jamais Desista
Isaías 29:1-24 - CULTOS NOS RITOS E FORMAS CERTAS NÃO SÃO SUFICIENTES.
Estamos no capítulo 29/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde
ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a
20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá. Veja nosso mapinha de nossas
reflexões:
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
a. Os oráculos do profeta relacionados a Ezequias (28:1 – 35:10).
Como havíamos
dito, estamos primeiramente vendo nesses capítulos os oráculos acerca dessa
invasão promovida por Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a
dizer, especialmente importantes para Judá e o rei Ezequias.
Neste capítulo, teremos aqui dois ais. O
primeiro ai é contra Jerusalém que estaria enfrentando sérias ameaças da
Assíria. O juízo não aconteceria nos dias de Ezequias, mas posteriormente, com
os babilônios.
Ariel ou lareira de Deus é uma referência a
Jerusalém que também pode significar "leão de Deus" (Gn 49:9) ou
"centro do altar" (vs. 2; Ez 43:15). O fato é que o Senhor profanaria
Jerusalém, o lugar de seu altar, principalmente pela falta de arrependimento do
seu povo que de ano a ano estavam promovendo festas e mais festas numa repetitiva
e cansativa observância de rituais vazios. O Senhor não é contra as festas e a
alegria dos povos, mas associar coisas santas com profanas, em total
desrespeito às coisas de Deus, é insuportável.
Agora vem a pergunta principal o que é
santo e o que é profano? Para mim, todas as coisas são santas ao Senhor e tudo
deve ser recebido com ações de graça nos corações. O que é profano então? É
quando atribuímos algo a Deus ou dedicamos a ele, mas sem reverência alguma ou
por pura formalidade vazia.
No verso 3 ele fala de cercar, de sitiar e
de levantar trincheiras numa referência clara ao cerco de Jerusalém promovido
pela Assíria em 701 a.C.
Em consequência, vs 4, será ela abatida e lançada
por terra se referindo à experiência de humilhação e de julgamento – vs 5 -
("pó miúdo" (5:24; Dt 28:24; Ez 26:10 – “palha” 17:13; Jó 21:18; Sl 1:4;
Os 13:3; Sf 2:21). Tudo isso acontecendo num momento repentino – vs 5 -, demonstrando
o poder de Deus na justiça punitiva (10:16; 37:36-38).
Muitas vezes, esse tipo de linguagem com
visitas de trovões, terremotos, grande ruído com tufão, tempestade e labareda
de fogo – vs 7 -, descreve Deus quando ele vem em juízo ou em guerra santa (Ex
19:16-19; Jz 5:4-5; Sl 18:7-15; Hc 3:3-7).
A descrição continua no vs 8 com figuras
terríveis, pelo menos em sonhos. Quando acordamos, vemos que estávamos sonhando
e aí nos vem o grande alívio. Também assim desejamos que aconteça conosco, que
despertemos de um sonho, mas a realidade dura e cruel não nos permite o
despertar.
O julgamento assírio contra Jerusalém
chegaria de maneira repentina e inesperada, pois os corações incautos estavam
incapazes de discernir os tempos e as estações (6:10; Ex 7:13; Rm 1:24; 11:8; I
Co 2:14).
A mensagem do profeta foi ocultada dos
rebeldes de Jerusalém e de Judá (cf. Ap 5.1). Apesar de as ter recebido, não
sabiam ler. Embora seja possível que os habitantes de Judá fossem incapazes ou
analfabetos, o mais provável é que os corações se tornaram endurecidos demais
para poderem compreenderem as profecias e os avisos divinos.
Isto porque o povo de Judá e de Jerusalém apesar
de possuir os adornos da fé verdadeira (no templo e em seus cultos),
faltava-lhes o essencial, pois Deus queria o coração deles, não o simples
formalismo (Mt: 15:8-9; Mc 7:6; I Co 1:19; Cl 2:.22).
O que adianta o formalismo dos cultos e os
ritos certos quando o coração está entregue a essas coisas e distante de Deus?
A impressão que dava era a de aproximação de Deus, mas a prática era um
distanciamento cada vez maior. Em vez de relacionamentos com Deus, uma
enganação de consciência, como se Deus pudesse ser manipulado e comprado com
práticas “santas”. Naturalmente, Deus haveria de confundir a sabedoria do povo
e frustrar os seus planos (cf. 29:15-24; 30:1-7; 31:1-3).
É muito importante estar certo e fazer as
coisas certas, mas o que adianta estar certo quando o coração está podre e
distante do Senhor?
No vs 15, temos aqui um terceiro ai geral e
um segundo ai contra Jerusalém. Em oposição aos planos, obras e pensamentos de
Deus (Sl 10:11; 64:5-6) e, em vez de se submeterem à Deus, eles tentavam
manipulá-lo – vs 15 e 16 - para se tornarem o seu deus, segundo os seus
corações. De modo inteiramente insensato, eles acreditavam que poderiam
criticar o que o Senhor dissera, como se fossem superiores dele.
No entanto,
haveria uma esperança para o futuro – vs 17 a 24. A despeito das dificuldades
que sobrevieram a Samaria e que ameaçavam Jerusalém, o Senhor um dia interviria
para restaurar a sua benção sobre o seu povo, os renovando no pós-exílio e em
Cristo Jesus ao escolher e preparar um povo para ser somente seu, com o qual os
relacionamentos seriam aprimorados e completos.
Conhecido por
suas grandes florestas, o Líbano – vs 17 – é uma boa representação da Assíria,
que seria reduzida a um mero campo fértil pelo julgamento divino.
Quando Deus
interviesse, destruindo os opressores e os tiranos deste mundo (13:11; 25:3-5;
29:5; 49:25; Sl 37:35; 86:14; Ez 28:7; 30:11; 32:12), Israel estaria sendo
restaurada como uma nação.
No entanto,
apenas o remanescente israelita haveria de ouvir a palavra de Deus. Até os
cegos, uma referência aos israelitas que, antes, haviam formalmente vagueado e
falhado em discernir os caminhos de Deus (35:5; 42:7,16,18-19; 43:8; 56:10; 59:10;
Lm 4:14) haveriam de novamente ver. Essa profecia de restauração do exílio é
cumprida totalmente somente em Jesus Cristo (61:1).
Is 29:1 Ai de Ariel,
Ariel,
a cidade onde Davi acampou!
Acrescentai
ano a ano, e sucedam-se as festas.
Is
29:2 Contudo porei a Ariel em aperto, e haverá pranto e tristeza;
e
ela será para mim como Ariel.
Is
29:3 Porque te cercarei com o meu arraial,
e
te sitiarei com baluartes, e levantarei trincheiras contra ti.
Is
29:4 Então serás abatida, falarás de debaixo da terra,
e
a tua fala desde o pó sairá fraca, e será a tua voz debaixo
da
terra, como a de um que tem espírito familiar,
e
a tua fala assobiará desde o pó.
Is
29:5 E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo,
e
a multidão dos tiranos como a pragana que passa,
e
num momento repentino isso acontecerá.
Is
29:6 Do SENHOR dos Exércitos serás visitada com trovões,
e
com terremotos, e grande ruído com tufão de vento,
e
tempestade, e labareda de fogo consumidor.
Is
29:7 E como o sonho e uma visão de noite será a multidão
de
todas as nações que hão de pelejar contra Ariel,
como
também todos os que pelejarem contra ela
e
contra a sua fortaleza, e a puserem em aperto.
Is
29:8 Será também como o faminto que sonha, que está a comer,
porém,
acordando, sente-se vazio;
ou
como o sedento que sonha que está a beber,
porém,
acordando, eis que ainda desfalecido se acha,
e
a sua alma com sede; assim será toda a multidão
das
nações, que pelejarem contra o monte Sião.
Is
29:9 Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai;
bêbados
estão, mas não de vinho, andam titubeando,
mas
não de bebida forte.
Is
29:10 Porque o SENHOR derramou sobre vós um espírito
de
profundo sono, e fechou os vossos olhos,
vendou
os profetas, e os vossos principais videntes.
Is
29:11 Por isso toda a visão vos é como as palavras
de
um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo:
Lê
isto, peço-te; e ele dirá: Não posso,
porque
está selado. Is 29:12
Ou
dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo:
Lê
isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler.
Is
29:13 Porque o Senhor disse:
Pois
que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca,
e
com os seus lábios me honra, mas o seu coração
se
afasta para longe de mim e o seu temor
para
comigo consiste só em mandamentos
de
homens, em que foi instruído;
Is
29:14 Portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa
no
meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro;
porque
a sabedoria dos seus sábios perecerá,
e
o entendimento dos seus prudentes se esconderá.
Is
29:15 Ai dos que querem esconder profundamente
o
seu propósito do SENHOR, e fazem as suas obras
às
escuras, e dizem:
Quem
nos vê? E quem nos conhece?
Is
29:16 Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro,
e
a obra dissesse do seu artífice:
Não
me fez;
e
o vaso formado dissesse do seu oleiro:
Nada
sabe.
Is
29:17 Porventura não se converterá o Líbano, num breve momento,
em
campo fértil? E o campo fértil não se reputará
por
um bosque?
Is
29:18 E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro,
e
dentre a escuridão e dentre as trevas
os
olhos dos cegos as verão.
Is
29:19 E os mansos terão gozo sobre gozo no SENHOR;
e
os necessitados entre os homens se alegrarão
no
Santo de Israel.
Is
29:20 Porque o tirano é reduzido a nada,
e
se consome o escarnecedor, e todos os que se dão
à
iniquidade são desarraigados;
Is
29:21 Os que fazem culpado ao homem por uma palavra,
e
armam laços ao que repreende na porta,
e
os que sem motivo põem de parte o justo.
Is
29:22 Portanto assim diz o SENHOR, que remiu a Abraão,
acerca
da casa de Jacó: Jacó não será agora envergonhado,
nem
agora se descorará a sua face.
Is
29:23 Mas quando ele vir seus filhos, obra das minhas mãos
no
meio dele, santificarão o meu nome;
sim,
santificarão ao Santo de Jacó,
e
temerão ao Deus de Israel.
Is
29:24 E os errados de espírito virão a ter entendimento,
e
os murmuradores aprenderão doutrina.
No verso 22,
quando ele diz “portanto”, ele começa a conclusão de 28:1 – 29:21. Portanto,
assim diz o Senhor que remiu a Abraão, o patriarca que foi liberto de suas
origens pagãs (Gn 12:1; Is 24:14; At 7:2-4) acerca de Jacó: Jacó não será mais
envergonhada e os seus filhos, obra das mãos do Senhor, santificarão o nome do
Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel.
Ou seja, grandes
privilégios e responsabilidades se estendem aos filhos daqueles que estão
ligados a Deus pela sua aliança ( 45:11; 49:20-22; 54:1-13; 65:23; 66:7; At 2:38;
I Co 7:14). Os errados de espírito então desejarão conhecer e praticar a vontade
de Deus, como em 2:2-5; 32:4.
...
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
quinta-feira, dezembro 25, 2014
Jamais Desista
Isaías 28:1-29 - A INVASÃO DE SENAQUERIBE - ISAÍAS PREGA A PALAVRA DE DEUS.

Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 38:8.
Chegamos a uma
parte interessante que é a que vai dos
capítulos de 28:1 até 39.8 que falará da invasão de Senaqueribe que Paulo
estudando-a fez uma excelente aplicação no capítulo 15 de I Coríntios ao falar
e explicar sobre a ressurreição tanto de Cristo como a nossa, no futuro - aleluias, em breve haveremos de
ressuscitar, bem assim todos os nossos entes queridos que em Cristo foram
primeiro que nós! Essa é a terceira parte do ministério de Isaías durante o
julgamento assírio (7:1 - 39.8) que se refere à invasão de Judá por
Senaqueribe.
Dividiremos esses
capítulos em duas partes principais: A. Os oráculos do profeta relacionados a
Ezequias (28.1-35.10) e B. A invasão e seus desdobramentos (36.1-39.8).
A. Os oráculos do profeta relacionados a
Ezequias (28.1-35.10).
Vejamos
primeiramente nesses capítulos os oráculos acerca dessa invasão promovida por
Senaqueribe que oportunizou ao profeta muita coisa a dizer especialmente
importantes para Judá e o rei Ezequias.
Essa compilação
de oráculos apresenta três temas principais, ao qual estaremos dividindo para
melhor compreensão e apresentação do texto de nossas reflexões: 1. Uma
comparação entre Samaria e Jerusalém (28:1 – 29:24) com três ais 28.1; 29.1;
29.15; 2. O problema do Egito (30:1 – 32:20), com dois ais 30.1; 31.1; e 3. O
futuro da Assíria e de Jerusalém (33:1 – 35:10), com um ai 33.1.
1. Uma comparação entre Samaria e Jerusalém
(28:1 – 29:24) com três ais 28.1; 29.1; 29.15;
Isaías chama a
atenção para as semelhanças entre Samaria e Jerusalém. Essa divisão “1” será
também dividida para melhor compreensão em 4 partes: (1) Um ai contra Samaria
(28.1-13); (2) Uma lição a ser aprendida
por Jerusalém (28.14-29); (3) Dois ais
contra Jerusalém (29.1-16); e (4) Uma palavra de esperança (29.17-24).
(1) Um ai contra Samaria (28.1-13).
Dos seis ais
deste oráculo relacionados a Ezequias (28.1-35.10), este é o primeiro ai contra
Samaria – vs 1 ao 13. Essas palavras podem ter sido ditas primeiramente em
associação à queda da cidade em 722 a.C. ou podem ser a reflexão posterior do
profeta sobre o acontecimento, como uma tragédia no passado. Aqui elas são
usadas como a base de uma lição para Judá (28:14-29).
A arrogância
humana em Samaria colocava-se em oposição à majestade do Senhor (26:10). O
primeiro ai é contra a coroa de soberba dos bêbados, onde a coroa representa um
símbolo de realeza (como no vs. 5; Ez 21.31) ou da divindade (2Sm 12.30) e aqui
aliadas a soberba e ao álcool se refere a Samaria e sua liderança depravada.
A Assíria no vs 2
é comparada a um vento forte, uma tempestade de saraiva ou de impetuosas águas (7:2;
17:13; 28:17; 29:6; 30:30; 32:19; 57:13) que pisará aos pés a coroa de soberba
dos bêbados de Efraim.
Os figos de junho
eram aprazíveis porque prenunciavam a colheita de setembro (Os 9:10; Mq 7:1; Na
3:12), no entanto Efraim, com todo o seu potencial, seria exilado e o fruto do
seu trabalho seria aproveitado pelos assírios.
Enquanto Efraim
tinha uma coroa de soberba dos bêbados, no verso 5 o Senhor dos Exércitos é que
seria por coroa gloriosa e por diadema formoso para os remanescentes. A
destruição seria devastadora, porém um remanescente sobreviveria. Essa minoria
justa seria abençoada, apesar do julgamento de Deus.
Além disso seria
por espírito de juízo para se assentar e julgar e mais ainda por fortaleza (32.15;
44.3-5; 59.21; 61.1) para os que fariam recuar a peleja até à porta. O espírito
de justiça prevaleceria na era da restauração, sob o governo do Messias, após o
exílio (11:1-5; 42:1-4).
O sacerdote e o
profeta, os líderes do povo de Deus, por causa do vinho e da bebida forte estavam
desencaminhados e envolvidos com sensualidade, tinham o coração duro e eram
sarcásticos (29:9-14; Sf 3:4).
Os líderes,
desacreditados e de coração duro, estavam falando contra Isaías. A referência
aos desmamados e aos seios maternos era uma alusão a crianças pequenas (11:8; Sl
131:2), por isso se dizia que seria sobre eles preceito sobre preceito e regra
sobre regra, como se fosse uma rima infantil ou uma imitação dos profetas. Isso
também demonstra a dureza do coração que levou à destruição do Reino do Norte,
uma vez que não entendem a simples palavra de Deus por meio de suas mensagens,
mas preferem dos homens as regras, os mandamentos, os preceitos e um pouco ali
e outro pouco acolá.
Nos versos de 11
e 12, ele fala de uma língua estranha. Os assírios se tornariam os mestres de
Israel devido à falha deste em permanecer fiel (33:19). Paulo usou esse fato para explicar o
propósito do falar em línguas no Novo Testamento (I Co 14.21).
O descanso e o
refrigério é oferecido aos israelitas na Terra Prometida, mas eles se recusaram
a servir ao Senhor com fidelidade. Também resta um descanso ao povo de Deus que
o escritor de Hebreus explorou ao falar do sábado do Senhor, como aquele
descanso que nos resta entrar por ele, isto é, por meio de Jesus Cristo, o
Senhor do sábado. No entanto somente é possível entrar nele pela fé e por mais
nenhum outro caminho. Os israelitas se recusaram a servir ao Senhor, como
dissemos a pouco, com fidelidade, e nós, devemos estar atentos a não entrarmos
no mesmo erro, desprezando a fé.
A palavra do
Senhor viria a Israel por meio da disciplina de estrangeiros com lábios
gaguejantes, os quais ensinariam princípios morais e éticos a Israel. Que vergonha
para uma nação que recebera de Deus os mandamentos, por isso que seria
novamente mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um
pouco aqui, um pouco ali. Isaías lançou os
insultos dos líderes religiosos de volta a eles e eles cairiam para trás, se
quebrantariam e se enlaçariam em prisões. O efeito da palavra de Deus seria o
endurecimento (6:9-10).
Há duas
consequências para a pregação: 1. A geração da fé pelo ouvir a palavra de Deus.
2. O endurecimento de coração por causa da rejeição da palavra pregada que não
pode alcançar o coração para gerar nele a fé.
(2) Uma lição a ser aprendida por Jerusalém
(28.14-29).
Dos versos de 14
a 29 uma lição para Jerusalém. Isaías se volta para Jerusalém para explicar o
significado da queda de Samaria.
O profeta prega a
palavra de Deus e conclama a todos para ouvirem. Isaías extraiu lições para
Jerusalém a partir da experiência da Samaria. Os homens escarnecedores, que
dominavam sobre o povo eram aqueles líderes que rejeitavam essa pregação de
Isaías e os ímpios que optaram por não crer na verdade de Deus (Pv 1:22; 29:8).
Judá se aliou ao
Egito com o propósito de permanecer independente, mas a sua escolha se
mostraria mortal. A confiança deles não tinha base firme (4.6). Eles esperavam
escapar do dilúvio do açoite – vs 15 - vindo pelas mãos dos assírios, mas sua
confiança e base eram firmadas na falsidade, na mentira e em alianças erradas
com povos errados e, pior, não levando em conta o Senhor que teria poder sobre
todas as coisas.
A pedra assentada
em Sião era uma pedra aprovada, preciosa, firme, fundada e que aquele que nela
cresse não seria de modo algum envergonhado. Nos evangelhos, nas epístolas
paulinas e não paulinas vemos essa ideia presente de Jesus como a pedra angular
de Isaías 28.
Lucas
20:17 Mas Jesus,
fitando-os, disse: Que quer dizer, pois, o que está escrito: A pedra que os
construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular?
|
Atos 4:11 Este Jesus é pedra rejeitada por
vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular.
|
Efésios
2:20 edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular;
|
I Pedro
2:6 Pois isso está na
Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e
preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado.
|
I Pedro
2:7 Para vós outros,
portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra
que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular
|
O firme
fundamento do trono davídico era outro e eles estavam enganados. De fato, ele
foi realizado de modo definitivo em Cristo Jesus (Sl 118:22; Rm 9:33; 10:11; I Co
3:11; Ef 2:20; I Pe 2:4-8). O trono de Davi é a esperança do povo de Deus.
No entanto, o
juízo viria pela linha e a justiça pelo prumo, isto é, tão certo e preciso que
não haveria saída. O exército assírio pisaria Israel várias vezes, oferecendo a
todos um espetáculo de puro terror. O julgamento divino estava chegando a
Jerusalém. O povo de Deus não estaria pronto para enfrentar a Assíria.
Os líderes de Jerusalém zombavam da ideia
de que sua cidade poderia ser destruída como fora Samaria. A confiança deles
não tinha fundamento algum.
Dos versos de 23 ao 29, há uma analogia com
o proceder do lavrador sábio que Deus o tinha instruído. O fato de Deus ainda
não ter destruído Judá era uma questão do tempo de Deus.
Ele pede para que se inclinem os ouvidos e
ouçam o chamado da sabedoria (1:2; Pv 1:8; 4:1; 5:1) por que Deus ensina e instrui
acerca do que se há de fazer – “O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que
há de fazer.” – vs 26.
Is 28:1 Ai da coroa de soberba dos
bêbados de Efraim,
cujo
glorioso ornamento é como a flor que cai,
que
está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho.
Is
28:2 Eis que o Senhor tem um forte e poderoso;
como
tempestade de saraiva, tormenta destruidora,
e
como tempestade de impetuosas águas
que
transbordam, ele, com a mão,
derrubará
por terra.
Is
28:3 A coroa de soberba dos bêbados de Efraim
será
pisada aos pés.
Is
28:4 E a flor caída do seu glorioso ornamento,
que
está sobre a cabeça do fértil vale, será como o fruto
temporão
antes do verão, que, vendo-o alguém,
e
tendo-o ainda na mão, o engole.
Is
28:5 Naquele dia o SENHOR dos Exércitos será por coroa gloriosa,
e
por diadema formosa, para os restantes de seu povo.
Is
28:6 E por espírito de juízo, para o que se assenta a julgar,
e
por fortaleza para os que fazem recuar a peleja até à porta.
Is
28:7 Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida
forte
se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram
por
causa da bebida forte;
são
absorvidos pelo vinho;
desencaminham-se
por causa da bebida forte;
andam errados na
visão e tropeçam no juízo.
Is
28:8 Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos
e
imundícia, e não há lugar limpo.
Is
28:9 A quem, pois, se ensinaria o conhecimento?
E
a quem se daria a entender doutrina?
Ao
desmamado do leite, e ao arrancado dos seios?
Is
28:10 Porque é mandamento sobre mandamento,
mandamento
sobre mandamento,
regra
sobre regra, regra sobre regra,
um
pouco aqui, um pouco ali.
Is
28:11 Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua,
falará
a este povo.
Is
28:12 Ao qual disse:
Este
é o descanso, dai descanso ao cansado;
e
este é o refrigério; porém não quiseram ouvir.
Is
28:13 Assim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento
sobre
mandamento, mandamento sobre mandamento,
regra
sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui,
um
pouco ali; para que vão, e caiam para trás,
e
se quebrantem e se enlacem, e sejam presos.
Is
28:14 Ouvi, pois, a palavra do SENHOR, homens escarnecedores,
que
dominais este povo que está em Jerusalém.
Is
28:15 Porquanto dizeis:
Fizemos
aliança com a morte,
e
com o inferno fizemos acordo;
quando
passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós,
porque
pusemos a mentira por nosso refúgio,
e
debaixo da falsidade nos escondemos.
Is
28:16 Portanto assim diz o Senhor DEUS:
Eis
que eu assentei em Sião uma pedra,
uma
pedra já provada, pedra preciosa de esquina,
que
está bem firme e fundada;
aquele
que crer não se apresse.
Is
28:17 E regrarei o juízo pela linha, e a justiça pelo prumo,
e
a saraiva varrerá o refúgio da mentira,
e
as águas cobrirão o esconderijo.
Is
28:18 E a vossa aliança com a morte se anulará;
e
o vosso acordo com o inferno não subsistirá;
e,
quando o dilúvio do açoite passar, então sereis
por
ele pisados.
Is
28:19 Desde que comece a passar, vos arrebatará,
porque
manhã após manhã passará, de dia e de noite;
e
será que somente o ouvir tal notícia causará
grande
turbação.
Is
28:20 Porque a cama será tão curta que ninguém
se
poderá estender nela; e o cobertor tão estreito
que
ninguém se poderá cobrir com ele.
Is
28:21 Porque o SENHOR se levantará como no monte Perazim,
e
se irará, como no vale de Gibeão, para fazer a sua obra,
a
sua estranha obra, e para executar o seu ato,
o
seu estranho ato.
Is
28:22 Agora, pois, não mais escarneçais, para que vossos grilhões
não
se façam mais fortes; porque já ao Senhor DEUS dos
Exércitos
ouvi falar de uma destruição,
e
essa já está determinada sobre toda a terra.
Is
28:23 Inclinai os ouvidos, e ouvi a minha voz;
atendei bem e ouvi o meu discurso.
Is
28:24 Porventura lavra todo o dia o lavrador, para semear?
Ou
abre e desterroa todo o dia a sua terra?
Is
28:25 Não é antes assim:
quando
já tem nivelado a sua superfície, então espalha nela
ervilhaca,
e semeia cominho; ou lança nela do
melhor
trigo, ou cevada escolhida,
ou
centeio, cada qual no seu lugar?
Is
28:26 O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer.
Is
28:27 Porque a ervilhaca não se trilha com trilho,
nem
sobre o cominho passa roda de carro;
mas
com uma vara se sacode a ervilhaca,
e
o cominho com um pau.
Is
28:28 O trigo é esmiuçado, mas não se trilha continuamente,
nem
se esmiuça com as rodas do seu carro,
nem
se quebra com os seus cavaleiros.
Is
28:29 Até isto procede do SENHOR dos Exércitos;
porque
é maravilhoso em conselho
e
grande em obra.
Todos sabemos que há uma ordem natural na lavragem
da terra:
·
Dissolver
os torrões de terra.
·
Passar
o ancinho.
·
Semear.
Assim, também devemos fazer ao pregar a
palavra de Deus ou ter isso em mente. O Espírito Santo dissolve os torrões e o
ancinho é passado, ou seja, Deus prepara e cria as condições dos terrenos de
nossos corações pelas circunstâncias, mas devemos semear. Deus é maravilhoso em
conselho – vs 29 - uma característica que é atribuída ao grande Filho de Davi.
...